PIBID: Análise do rendimento escolar dos alunos-monitores do laboratório de química da Escola Estadual Professor Abel Freire Coelho em Mossoró-RN Tatiana Lucas de Oliveira* Altamira Taisa Soares Santos Clarissa Grazianne Barbosa Fernandes Alunos de graduação em licenciatura em química, Universidade do Estado do Rio Grande do Norte Vasco de Lima Pinto Professor de química da Escola Estadual Professor Abel Freire Coelho Antônio Gautier Farias Falconieri Professor do Departamento de química, Universidade do Estado do Rio Grande do Norte *E-mail: [email protected] RESUMO: Visando a otimização do aprendizado dos alunos, o Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência - PIBID de química tem como objetivo desenvolver ações de monitoria como forma de melhorar o aprendizado dos alunos da referida escola. O presente trabalho pretende mostrar se o aluno sendo monitor ele consegue estabelecer um melhor rendimento escolar e uma melhor desenvoltura diante o professor e os seus colegas da classe. A monitoria mostrou-se como numa ferramenta essencial no que diz respeito à melhoria da compreensão do conteúdo exposto pelo professor em sala de aula e no próprio índice de rendimento escolar na disciplina de química, ela proporciona ao aluno a participação e fortalecimento da sua autonomia, o comprometimento e a responsabilidade. PALAVRAS CHAVE: Alunos, Monitores, Rendimento Escolar ABSTRACT: Aiming at the optimization of student learning, the Institutional Scholarship Program Initiation to Teaching - Pibid chemistry aims to develop monitoring actions as a way to improve student learning of that school. This study aims to show whether the student being able to monitor him establish a better student and a better resourcefulness on the teacher and their classmates. Monitoring showed up as an essential tool with regard to improving the understanding of content exposed by the teacher in the classroom and in their own academic performance index in the discipline of chemistry, it provides the student participation and strengthening of their autonomy, commitment and responsibility. KEYWORDS: Students, Monitors, Educational Achievement INTRODUÇÃO O Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência – PIBID é uma das iniciativas do MEC e é desenvolvido junto com a CAPES tendo como principal objetivo valorizar os cursos de licenciatura no Brasil. O mesmo começou a ser desenvolvido na Universidade do Estado do Rio Grande do Norte no primeiro semestre de 2010, tendo como objetivos, proporcionar aos futuros professores, a participação em experiências metodológicas, tecnológicas e práticas docentes de caráter inovador e interdisciplinar e que busquem a superação de problemas identificados no processo de ensino-aprendizagem. O projeto PIBID de Química tem participado de uma proposta inovadora para incentivar ainda mais os alunos da Escola Estadual Professor Abel Freire Coelho localizada na cidade de Mossoró-RN, aqui chamados de alunos-monitores. Visando a otimização do aprendizado dos alunos, o PIBID de química tem como objetivo desenvolver ações de monitoria como forma de melhorar o aprendizado dos alunos da referida escola. A Escola Estadual Prof. Abel Freire Coelho é uma instituição de Ensino Médio e Médio Integrado, que recebe alunos de diferentes cidades vizinhas. É uma das maiores escolas estaduais de Mossoró e possui um dos melhores laboratórios de química. Considera-se que a formação de monitores contempla, conforme Maldaner (1995), uma tendência atual em que se procura deslocar o foco de um sujeito ativo, que é mais voltado para a sua própria consciência, para um sujeito disposto a um agir comunicativo. Os monitores são incentivados no trabalho e na investigação de natureza científica a desenvolver habilidades com organização e responsabilidade. (BORGES, 1997). Pesquisas na área da educação fomentam a idéia de que o ato de ensinar um dado conteúdo proporciona um nível de aprendizado mais complexo sobre ele. Dessa forma, o aluno monitor desenvolve um caráter em torno de uma liderança servidora e oportuniza o conhecimento na área da química, por meio do exercício de suas funções. O trabalho pretende mostrar se o aluno sendo monitor ele consegue estabelecer um melhor rendimento escolar e uma melhor desenvoltura diante o professor e os seus colegas da classe. METODOLOGIA Inicialmente foi feita a seleção para escolher os alunos-monitores do laboratório de química da Escola Estadual Abel Coelho. A idéia era fazer a seleção dos alunos através da aplicação de um questionário avaliativo de caráter eliminatório, que foi elaborado através de estudos pelas bolsistas do projeto PIBID. Mas decidiu-se eliminar a idéia da seleção e deixar livre a disposição daqueles que se interessar em comparecerem para os treinamentos e as tarefas desenvolvidas pelos monitores. Em seguida a idéia de preparar alguns alunos que possam auxiliar não só as bolsistas como também o professor na realização das várias atividades educativas foi posta em prática. Atualmente são em torno de cinco alunos de diferentes séries do ensino médio que se mostram interessados em participar das atividades. Para os monitores receberem orientação e preparação necessárias, de modo a auxiliar aos demais colegas de classe nas dúvidas relativas ao conteúdo estudado são feito sempre um treinamento antes de cada aula prática a ser desenvolvida. É importante destacar que a preparação dos roteiros das aulas práticas é elaborada juntamente com os monitores, promovendo uma aprendizagem mais participativa. Algumas atividades estão sendo planejada para esses alunos-monitores, como por exemplo, levá-los para conhecer o laboratório de Química da UERN, o objetivo desta visita é ampliar o conhecimento dos mesmos e instigar ainda mais a curiosidade deles pela química. A análise do rendimento escolar dos alunosmonitores se deu através de um acompanhamento das notas dos alunos antes e depois que eles se tornaram monitores, assim como também através de um questionário com seis questões subjetivas com o intuito de analisar o interesse dos mesmos pela disciplina de química. RESULTADOS E DISCUSSÃO Ao seguir a metodologia de seleção de monitores pelo interesse dos mesmos, nos tornou mais evidente que aqueles que estavam indo para os treinamentos e para as aplicações de aulas práticas eram realmente os que estavam interessados a ser um aluno-monitor. Até o momento foram aplicadas cinco aulas práticas com a ajuda dos alunos-monitores, onde a motivação e o aprendizado dos assuntos ficaram evidentes. O resultado do questionário foi organizado em categorias, construídas a partir da análise dos dados em empíricos da pesquisa. O questionário foi aplicado para três dos cinco alunos monitores que se disponibilizaram a participar do projeto. Sobre o conceito de monitoria, podese perceber que eles têm o conhecimento do que é ser um aluno-monitor, pois todos responderam que: “monitor auxilia o professor e, além disso, podemos pôr em prática o que vimos na teoria, podendo repassar para os nossos colegas”. Conforme (MALDANER, 1995, p. 26) considera-se que a formação de monitores contempla uma tendência atual em que se procura deslocar o foco de um sujeito ativo, que é mais voltado para sua própria consciência, para um sujeito disposto a um agir comunicativo. Proporcionar ao aluno a oportunidade de trabalhar e interagir com seus colegas na sala de aula e fora dela é um desafio. Para os alunos do ensino médio a monitoria não é um simples trabalho em grupo como normalmente ocorre. É um trabalho motivador onde cada aluno desenvolve a sua própria capacidade. Mas do que isso, a monitoria para esses alunos é uma opção de estratégia para a melhoria de ensino. A construção de conceitos através de relações entre os próprios alunos fazem os mesmos se motivarem há aprender quando obtém resultados interessantes. Na monitoria se torna prazeroso aprender, pois depois que aprende os alunosmonitores pode repassar os seus conhecimentos para os seus colegas de classe. Como descreve (CARVALHO, 1991): “Aquele que ensina aprende. Os alunos crescem em seu conhecimento, se ensinam e são ensinados por outros alunos. Se um aluno deseja obter progresso em sua carreira acadêmica, ele deve dar aulas diariamente dos conteúdos específicos que está aprendendo para os outros companheiros”. Quando questionados sobre o favorecimento das monitorias com os conteúdos ministrados em sala de aula, todas as respostas foram positivas, justificando que: “Além de ter a aula teórica, tem também à prática para melhorar nossos conhecimentos”. Pode-se perceber que as aulas de monitoria ajudam na hora da prova, pois eles revisam tudo que o professor deu em sala de aula com as aulas práticas que nós alunas bolsistas juntamente com eles ministramos e ainda tira dúvidas dos colegas de sala. Vale ressaltar que, para cada aplicação de aula prática os monitores precisam fazer um breve estudo sobre o assunto com a ajuda das bolsistas. Os alunosmonitores se motivam com as aulas práticas, pois, Segundo Ferreira (1978), é fundamental para o aluno, a vivência no laboratório, pois quando realiza um experimento, esse aluno está observando, manuseando e vendo com seus próprios olhos a ocorrência de determinado fenômeno. Conseqüentemente pode construir seu próprio conceito a partir da realidade concreta e não será mais uma construção mediante o “imaginar” de como poderia ser, podendo, também, se comparar os conteúdos que lhe são propostos, com a experiência que ele próprio vivencia. Com relação á desenvoltura dos alunos-monitores diante dos colegas de sala, apenas um monitor respondeu que a sua desenvoltura com os colegas mudou, em sua opinião depois que passou ser monitor se tornou mais comunicativos com os colegas, pois costuma agora esclarecer as dúvidas que os mesmos têm com relação á disciplina de química. Para eles, o período da monitoria resultou em um melhor relacionamento com os seus colegas de sala. Desse modo, os benefícios advindos da prática de monitoria são inestimáveis, colaborando, de forma ímpar, para a formação plena da pessoa. O ponto de vista dos alunos-monitores pela disciplina de química aumentou bastante, pois ao responderem sobre esse questionamento, um dos alunos citou que: “O interesse em aprender química mudou muito, pensei até em fazer faculdade de química”. Ao ver uma resposta como essa, me sinto satisfeita no que me proponho a fazer, pois conseguir mudar um pensamento de um aluno que antes não tinha o menor interesse pela disciplina e hoje pretende fazer faculdade de química é uma grande conquista. O rendimento das notas dos alunos melhorou significativamente depois que passaram a ser monitores. A abordagem que os mesmos fizeram dos assuntos, além da postura e responsabilidade, permitiram o desenvolvimento de diversas competências. Segundo Philippe Perrenoud (1999, p. 30) “construir uma competência significa aprender a identificar e a encontrar os conhecimentos pertinentes”. Isso significa que se torna necessário que os alunos descubram seus próprios caminhos. Quanto mais “pronto” é o conhecimento que lhes chega, menos estarão desenvolvendo a própria capacidade de buscar o mesmo. Segundo Frank Carvalho (2000, p. 89), os alunos crescem em conhecimento, quando ensinam e aprendem com os colegas. De uma forma geral, o desempenho dos alunos/monitores foi além do esperado. No decorrer do trabalho percebemos que, na visão dos alunos, a monitoria era um privilégio em troca da responsabilidade. CONSIDERAÇÕES FINAIS A monitoria mostrou-se como numa ferramenta essencial no que diz respeito à melhoria da compreensão do conteúdo exposto pelo professor em sala de aula e no próprio índice de rendimento escolar na disciplina de química, ela proporciona ao aluno a participação e fortalecimento da sua autonomia, o comprometimento e a responsabilidade. Através dos resultados desse trabalho pôde-se analisar que os alunos-monitores adquiriram uma interdependência positiva. Além disso, todos eles se sentem motivados agora em estudar química. Os monitores demonstram a necessidade de investigar, pois precisam estar preparados para as aulas e para isso estudam muito. A motivação passa naturalmente pelo desejo em aprender o que está sendo estudado. Um dos propósitos da monitoria é fazer com que os alunosmonitores pensem em sua vida fora da escola e associem a sua educação na escola, de um modo disciplinado. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BORGES, Renata. M. R. A natureza do conhecimento científico e a educação em ciências. Dissertação (Mestrado em Educação), UFSC. Florianópolis: 1997. http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/ ciencian.pdf, acessado em outubro de 2011, p. 30.BRASIL. Secretaria de Educação Básica, 2000. Parâmetros Curriculares Nacionais – Ensino Médio. Brasília: MEC/SEF, 2000. CARVALHO, Frank V. Pedagogia da cooperação. Florianópolis: UFSC, 2000. CAVALHEIRO, Patrícia da Silva. Monitoria como estratégia pedagógica para o ensino de ciências no nível fundamental. 2008 108 f. 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