ANAIS ESFORÇOS PARA INOVAÇÃO EM REDES SOCIAIS: UM ESTUDO SOBRE A ATUAÇÃO DO NÚCLEO DE INOVAÇÃO TECNOLÓGICA DA UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ – NIT/UECE CAMILA FRANCO ( [email protected] ) UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ LORENA BEZERRA DE SOUZA MATOS ( [email protected] ) UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ NATÁLIA QUEIROZ DA SILVA OLIVEIRA ( [email protected] ) UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ Resumo Este artigo sublinha o potencial das redes sociais objetivando analisar suas propriedades e tipologias mapeando esforços na promoção da inovação. Pautou-se em uma revisão conceitual sobre inovação e redes sociais. Como campo empírico, elegeu-se o NIT/UECE que faz parte da REDENIT/CE. A escolha deu-se por sua participação ativa dentro da rede. Utilizou-se abordagem qualitativa de cunho descritivo, mediante método de pesquisa documental com auxílio do software Ucinet 6 e NetDraw. Verificou-se que, o NIT/UECE possui diversos esforços para estimular a inovação o que é demonstrado com o desenvolvimento de patentes em diversas áreas e as relações entre instituições e pesquisadores. Palavras-chave: Redes Sociais; Inovação Tecnológica; Patentes; NIT/UECE. 1. Introdução Desde os primórdios o homem busca uma forma de superar os desafios existentes em sua época, com intuito de sobrevivência. A inovação é um dos fatores que auxiliam o homem em sua contínua luta. Mas será que a inovação pode ser considerada como peça fundamental para a sobrevivência do homem? Os estudos sobre inovação não são recentes, existindo diversos conceitos. Um dos conceitos mais aceito é da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico- OCDE que define inovação como: A implementação de um produto (bem ou serviço) novo ou significativamente melhorado, ou um processo, ou um novo método de marketing, ou um novo método organizacional nas práticas de negócios, na organização do local de trabalho ou nas relações externas (OCDE, 2005). De acordo com Pavitt (2005) as empresas se especializam em decorrência da interação ciência-tecnologia, seja na ampliação e busca de conhecimento com a implementação de laboratórios de P&D dentro das grandes empresas, ou por conta de interações com Institutos de Ciência e Tecnologia. Diversos estudos relacionados à inovação fazem parte do cenário nacional, onde existem inúmeras Instituições de Ciências e Tecnologia (ICTs) que se preocupam com o desenvolvimento tecnológico do País. Estas instituições e seus 1/16 ANAIS pesquisadores acabam por formar uma rede, onde com suas relações ampliam e disseminam a inovação. Para Scott (2000) redes são como um conjunto de nós ligados por um conjunto de laços. Sendo os nós os atores ou jogadores da rede e os laços as relações que eles estabelecem entre si (LIU; CHAMINADE, 2010). A formação de redes não se dá apenas no âmbito interno da empresa, mas atinge também o relacionamento com outros atores locais, como empresas, instituições públicas e privadas, institutos de ciência e tecnologia, buscando, deste modo, formar empreendimentos corporativos que, com maior força, ganhem competitividade. Essa malha de conexões, além de proporcionar uma evolução na produção de produtos/projetos, permitem que haja um compartilhamento de conhecimentos científicos de P&D, ou seja, mostra-se um importante instrumento de apoio à difusão tecnológica. Cresce assim em importância a concepção de redes, uma vez que, por levarem em consideração a dimensão local no processo de inovação, proporcionam uma visualização panóptica da intensidade dos fluxos de informação e de conhecimento entre os agentes envolvidos, favorecendo, deste modo, a difusão de novos conhecimentos e tecnologias. No Brasil a Lei de Incentivo a Inovação veio para fortalecer a atuação dos ICTs e com politicas públicas específicas, incentivou-se as relações entre eles. Essas relações em formato de rede sociais possibilita a ampliação das ações dessas instituições e de seus pesquisadores. A relação entre os pesquisadores dentro ou fora de suas instituições pode gerar como resultados a ampliação e difusão de conhecimento, que pode ser revestido em melhorias e soluções de problemas enfrentados pela sociedade. Com base na conjuntura que torna a relação entre instituições e pesquisadores necessária para a resolução de possíveis problemas para a sociedade o artigo busca demonstrar a importância da atuação do Núcleo de Inovação Tecnológica- NIT da Universidade Estadual do Ceará-UECE para a difusão da inovação no Estado do Ceará. O NIT/UECE é membro de uma Rede maior a Rede de Núcleos de Inovação Tecnológica do Estado do Ceará-REDENIT/CE e atua em colaboração com diversas instituições e diversos pesquisadores, formando assim uma rede de colaboração que contribui para a criação e desenvolvimento de inovações que visam trazer benefícios para a sociedade. Com o objetivo de analisar a rede de cooperação existente, analisou-se o relacionamento entre o NIT/UECE e diversas instituições e seus respectivos pesquisadores. A relevância o estudo se baseia na necessidade de demostrar os esforços feitos para o progresso da inovação no Estado do Ceará. Para a concretização deste trabalho, foi realizada pesquisa exploratória, de natureza qualitativa. Para tanto, foi desenvolvido como instrumento de coleta de dados um roteiro de entrevista semi-estruturada, com respostas de cunho opinativo/discursivo, além de uma vasta pesquisa documental. Buscando aprofundar essa discussão, o presente artigo foi dividido em seis tópicos: esta introdução, seguida de uma revisão da literatura sobre inovação tecnológica e redes sociais; a apresentação da Rede de Núcleos de Inovação Tecnológica do estado do Ceará – REDENIT/CE com ênfase no Núcleo de Inovação Tecnológica da Universidade Estadual do Ceará – NIT/UECE; os procedimentos metodológicos utilizados; apresentação e análise dos resultados da pesquisa e, por fim, as considerações finais a respeito das contribuições do referido estudo. 2. Inovação Tecnológica O homem sempre inovou, seja na sua escrita, no modo de se alimentar ou se vestir. Paradoxalmente, há quem entenda a inovação como um fenômeno pertencente apenas às 2/16 ANAIS grandes corporações, ou como um processo revolucionário, fortuito. A inovação não ocorre “da noite para o dia”, antes demanda tempo e investimentos, em um processo complexo, arriscado e interativo. Deste modo, para entendê-lo, requer-se uma abordagem multidimensionada, e não a partir de uma única dimensão, como na perspectiva microeconômica, baseada no equilíbrio, maximização e racionalidade limitada. (VON TUNZELMANN, 1995). Para Nelson e Winter (1982), o modelo teórico neoclássico (última terça parte do século XIX) não corresponderia à realidade, ao empregar arquétipos artificiais para a explicação dos fenômenos econômicos como a inovação e a mudança tecnológica. A dificuldade de suas análises seria apenas o reflexo da limitação fundamental de seus cânones: maximização e equilíbrio. Assim, ao isolar os fatos e adequá-los ao modelo, com o intuito de operacionalizar as abstrações, a teoria ortodoxa se afastaria da realidade. Reduzir a análise da inovação e seus decorrentes avanços tecnológicos a modelos sintetizados, mediante sua adaptação a critérios rigorosos, é destituir a análise econômica de sua correspondência com a realidade. A teoria ortodoxa seria, nesse sentido, revestida de filigranas, mas deficiente em sua aplicabilidade empírica. Nesse sentido, percebe-se a importância da formulação de uma teoria que ‘suporte’ o peso da realidade, o que é de extrema dificuldade. A partir de Schumpeter (1939, 1997), em sua teoria dos ciclos econômicos, o escopo do conceito de inovação foi ampliado, passando a ser entendida como elemento capital da dinâmica do crescimento econômico e da mudança tecnológica, e não como um fenômeno econômico separado (FREEMAN; PEREZ, 1988), tornando-se assim um teórico fundamental para a compreensão do capitalismo. O essencial de sua obra encontra-se em três textos “Teoria do Desenvolvimento Econômico (1997)”, “Business Cycle” (1939), e “Capitalismo, Socialismo e Democracia” (1942). A perspectiva de Schumpeter de considerar o progresso tecnológico na sociedade como motor do desenvolvimento econômico rompeu com a concepção neoclássica de que o crescimento da população, da produção e acúmulo de recursos é que seriam variáveis de natureza estacionária determinantes para o desenvolvimento econômico. Para o economista, o empresário, na figura de “empreendedor” é que seria responsável pelo dinamismo econômico, ao inserir novas combinações (inovações). Tais combinações, portanto, impulsionariam e manteriam o funcionamento da máquina capitalista. Ocorre que, como salientado por Schumpeter, essas novas combinações (inovações) não são previsíveis e homogêneas ao longo da história, mas antes de forma descontínua, o que explica a complexidade do processo inovativo. Assim, para se entender o comportamento das firmas no processo de inovação, é necessário que se tenha uma visão holística multidisciplinar da dinâmica do processo inovativo, não sendo possível compreender a atividade inovativa somente a partir da análise do equilíbrio ortodoxo. Fatores como a incerteza, a inércia e a velocidade (fazer antes que alguém o faça), dificultam o entendimento do processo de inovação, haja vista estarem em desacordo com os modelos neoclássicos. A incerteza, que se manifesta multidimensionalmente, envolvendo incertezas de mercado, sociais, políticas, culturais, relacionadas ao tempo e à velocidade, e causadas pela complexidade, é um elemento inerente à inovação, uma vez que os resultados dos investimentos não podem, desde já, ser conhecidos. Assim, apesar dos altos investimentos, uma tecnologia pode falhar quando não corresponder às expectativas, quando não sobreviver ao mercado, como também quando não houver tecnologia disponível à época para seu 3/16 ANAIS desenvolvimento. Uma inovação pode fornecer aplicações inesperadas e que proporcionem benesses sociais não imaginadas, mas também podem trazer consequências e aplicações desastrosas, uma vez que a inovação é incerta em sua condição social. Além da incerteza social, elementos como o tempo e a velocidade são fatores que podem influenciar positivo ou negativamente uma tecnologia. Faz-se necessária, portanto, uma gestão apropriada das organizações que se adapte e acompanhe a evolução e as mutações dos ambientes. Assim, a capacidade de mudar e de gerir essa capacidade de adaptação, em plena era das mudanças, são condições imprescindíveis à competitividade e sobrevivência na nova dinâmica global. Para tanto, as empresas recorrem ao ambiente externo, como fonte de novos conhecimentos, infraestrutura adequada, financiamentos, e habilidades, crescendo em importância os arranjos organizacionais sistêmicos (FAGERBERG, 2005). A necessidade da interação ciência-tecnologia faz com que as empresas se especializem mais, seja na implantação de laboratórios de P&D dentro das grandes empresas, bem como na busca de conhecimento externo, por meio de interações com Institutos de Ciência e Tecnologia (PAVITT, 2005). Nesse sentido, em uma perspectiva macro, cresce em importância a perspectiva de arranjos organizacionais, envolvendo os atores necessários à atividade inovativa. Muitos se beneficiam com os resultados da interação entre ciência e tecnologia, como, por exemplo, o Vale do Silício (Silicon Valley), nos EUA. As relações estabelecidas entre as empresas com Universidades como Stanford, San Jose, Santa Clara e Universidade da Califórnia foram fundamentais para o sucesso do cluster. Nesse sentido, a criação de estruturas formais para gerar inovação, em níveis micro e macro, representa uma importância estratégia para o desenvolvimento, principalmente em economias latecomers (industrialização pós-década de 40), como o Brasil. Nas economias em desenvolvimento, que têm suas estratégias de inserção competitiva restringidas pelo poder que as empresas transnacionais exercem na condução das trajetórias tecnológicas em nível global, a gestão dos efeitos decorrentes de iniciativas inovadoras mostra-se ainda mais premente (MATOS, 2010). Assim, num período em que o Brasil intensifica suas estratégias políticas, tanto para a inserção no contexto competitivo internacional, como para a redução das disparidades regionais, observa-se a necessidade de estratégias políticas para a promoção da inovação. Nesse sentido, o Governo Federal, juntamente a alguns estados brasileiros, criaram legislações específicas com o intuito de estimular a inovação tecnológica nas empresas. A Lei de Incentivo à Inovação, Lei nº 10.973/2004, aprovada em dois de dezembro 2004, é a primeira lei nacional que versa sobre o relacionamento entre Universidades (ICTs) e Empresas. O diploma legal busca constituir um ambiente propício a parcerias estratégicas entre universidades, institutos tecnológicos e empresas, mediante a participação de ICTs no processo de inovação, estimulando assim a inovação na empresa. Para tanto, a Lei dispôs sobre a criação dos Núcleos de Inovação Tecnológica (NITs), definidos pela lei da Inovação como a estrutura responsável pela gestão da política de inovação das ICTs, com o intuito de se promover um ambiente especializado e cooperativo voltado à inovação. 3. Redes Sociais Segundo Granovetter (1985) organizações são construções sociais e são resultados das ações dos indivíduos imersos em relacionamentos, quer seja com outra pessoa ou com uma rede na qual esteja inserida. A definição de eficiência econômica, de acordo com o autor, não 4/16 ANAIS ocorre num vácuo, mas é dependente de uma contextualização social. E as estratégias de uma empresa estão diretamente relacionadas com as suas redes, o fato de estar imersa em uma é razão para que tenha mais chances de adquirir informação e conhecimento e sentir as oportunidades estratégicas nos ambientes através de sua interação com parceiros (GRANOVETTER, 1985). Alguns estudiosos têm relacionado o desempenho diretamente com a capacidade de absorver novos conhecimentos do ambiente através da rede de específicas relações interorganizacionais (ANDERSSON et al., 2002). A formação de redes tem trazido para o campo da estratégia organizacional uma maior atenção para a imersão social das organizações (GRANOVETTER, 1985). A limitação que as empresas encontram em dominar todas as etapas da cadeia de valor e as próprias capacidades de gestão em todas as áreas (CASSAROTO FILHO; PIRES, 1998) pode ser contornada pela formação de uma rede, na qual as empresas possam compartilhar e cooperar na execução das atividades iniciais e finais da cadeia de valor. Estudos recentes têm mostrado que a adoção de estratégias cooperativas tem se tornado uma realidade cada vez mais comum entre organizações em todo o mundo (SCHIFRIN, 2001). Tendo seus estudos iniciais assinalados na primeira metade do século XX no campo das ciências sociais, as investigações envolvendo redes sociais vêm ganhando cada vez mais destaque em pesquisas e discussões pelo seu papel influenciador nas relações coletivas, seja em nível de indivíduo ou comunidade (QUEIROZ, 2011). Começando com os sociólogos e antropólogos, o conceito de redes sócias já foi escrito por vários pesquisadores. O primeiro conceito que se pode relatar foi dado por Barnes (1954, p.44), onde o mesmo referia-se a essa como “um conjunto de pontos, alguns dos quais são unidos por linhas”, estes pontos são considerados como sendo as pessoas e as linhas a representação de suas interações. Uma rede social significa a ligação estabelecida entre grupos específicos, e as características destas ligações podem ser usadas para explicar o comportamento social de tais grupos (MITCHELL, 1974). Hakansson e Johanson (1988) argumentam que as redes são estruturas que combinam atividades e recursos em formatos específicos. Scott (2002) define redes como um conjunto de nós ligados por um conjunto de laços. Sendo os nós os atores ou jogadores da rede e os laços as relações que eles estabelecem entre si (LIU; CHAMINADE, 2010). Ao declarar que “uma rede é um conjunto de nós interconectados” (CASTELLS, 2004, p. 3), enfatiza-se o valor dos atores na construção e manutenção das redes. Desta maneira, a importância do ator está não nas características do mesmo, mas na contribuição que ele oferece para a rede, processando e distribuindo informações e conhecimento com mais eficiência. De acordo com a teoria ator-rede de Latour (2000, 2001, 2005) é possível entender a construção dos fatos sociais, onde os atores estão constantemente imersos em redes sociais. O conhecimento deriva das interações existentes entre esses atores dentro dessas redes, sendo papel dos diversos atores alinhar elementos para a fabricação de tais conhecimentos: “Porque a única maneira de definir um ator é por intermédio de sua atuação” (LATOUR, 2001, p. 143). A perspectiva de rede constrói em geral uma noção de que as ações econômicas são influenciadas pelo contexto social em que estão inseridas e que as ações podem ser influenciadas pela posição dos atores na rede (GULATI, 1988). Com a realização da análise de redes é possível que sejam avaliadas as relações estatísticas dos fenômenos incluindo informações sobre o relacionamento entre as unidades de análise (ROSSONI; GRAEML, 5/16 ANAIS 2009). Freeman (2004, p.2) define a análise de redes sociais como “a abordagem estrutural que se baseia no estudo da interação entre os atores sociais” que objetiva “descobrir vários tipos de padrões e determinar as condições em que esses padrões surgem e suas consequências”. Os principais ganhos que uma rede pode gerar para as empresas, conforme Balestrin et al. (2010), são a aprendizagem, o sucesso e a inovação. Esta inovação ocorrida em redes, em cooperação com atores e imersa em um contexto social é classificada pela OECD (2005, p. 27) como inovação cooperativa, que “exige a cooperação ativa com outras empresas ou instituições de pesquisa em atividades tecnológicas”. A inovação não é um processo isolado de indivíduos ou empresas, mas é o resultado da interação entre empresas, clientes, fornecedores, concorrentes e outras organizações públicas e privadas em um sistema (LUNDVALL, 1988, 1992). Ou seja, o processo de inovação é também constituído em rede, como afirma Liu e Chaminade (2010), quando falam que uma rede inovadora constitui-se em uma rede de indivíduos ou organizações cuja interação ajuda a emergir e desenvolver inovações. O crescente desenvolvimento de inovações pelas ações cooperativas pode ser denominada como inovação aberta, definida por Lasagni (2012) como o uso de conhecimentos de inovação, obtidos externamente, em ambientes internos. O autor ainda conclui que quando as empresas abraçam este tipo de estratégia pode representar um fator chave na melhoria do seu desempenho em inovação. Através deste conceito de redes sociais, mais especificamente de rede inovadora, pode-se entender a importância da colaboração no processo inovador das empresas. 4. A Rede de Núcleos de Inovação Tecnológica do Estado do Ceará – REDENIT/CE A REDENIT/CE, formalmente constituída em março de 2010, em conformidade com as Leis de Inovação Federal e Estadual, é formada por Núcleos de Inovação Tecnológica (NITs) de Instituições de Ciência e Tecnologia (ICTs) do Estado do Ceará, e tem por objetivo principal fomentar o repasse das capacidades científicas e tecnológicas produzidas nessas ICTs para a sociedade em geral. A Rede de Núcleos de Inovação Tecnológica do estado do Ceará – REDENIT/CE é atualmente constituída pelas seguintes Instituições: Centro de Tecnologia da Informação Renato Archer - CTI-Nordeste EMBRAPA Agroindústria Tropical - EMBRAPA Agroindústria Tropical EMBRAPA Ovinos e Caprinos - EMBRAPA Ovinos e Caprinos Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos - FUNCEME Fundação Núcleo de Tecnologia Industrial do Ceará - NUTEC Fundação Oswaldo Cruz - FIOCRUZ Instituto Atlântico - ATLÂNTICO Instituto Centro de Ensino Tecnológico - CENTEC Instituto de Tecnologia da Informação e Comunicação - ITIC Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará - IFCE Parque de Desenvolvimento Tecnológico - PADETEC Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial - SENAI Sindicato das Indústrias Metalúrgicas Mecânicas e de Material Elétrico do Ceará - SIMEC Universidade de Fortaleza - UNIFOR 6/16 ANAIS Universidade Estadual do Ceará - UECE Universidade Estadual Vale do Acaraú - UVA Universidade Federal do Ceará - UFC Universidade Regional do Cariri - URCA Atualmente constituída por dezoito instituições de diferentes setores, público e privado, a Rede fornece ações estratégicas visando à implantação de uma à infraestrutura voltada à inovação no Estado, haja vista as suas ações já realizadas. Dentre as macro-ações realizadas, podem ser ressaltadas: Fortalecimento Institucional: A Rede fornece suporte à implantação de Núcleos de Inovação Tecnológica (NIT) parceiros; apoio ao desenvolvimento e implementação das políticas para gestão da inovação e Propriedade Intelectual nas ICTs parceiras; suporte técnico e jurídico para fortalecer as ações com o mercado e para proteção da invenção. Como resultado, foram instituídos 16 NITs nas Instituições partícipes. • Formação de Recursos Humanos: Ante a necessidade de recursos humanos especializados, a Rede promoveu ações voltadas à capacitação de recursos humanos para as Instituições parceiras. • Relacionamento da Universidade com o setor produtivo: Atividades voltadas à aproximação entre os polos Universidade-Empresa, através da identificação das demandas de mercado, bem como as ofertas produzidas nas ICTs. • Construção e implementação de sistemas gerenciais de informação: Desenvolvimento de um sistema de informação gerencial em plataforma WEB, visando à construção de uma base de consultas consolidada. No âmbito micro, podem ser citadas as seguintes ações realizadas pela REDENIT/CE: Apoio no processo de proteção de tecnologias oriundas das ICTs (46 pedidos de patente frente ao Instituto Nacional da Propriedade Industrial – INPI); Alimentação de base de dados com patentes e competências para acesso pelos participantes e pela sociedade de forma ampla, através de um portal; Assessoria de comunicação; Realização de cursos, workshops e seminários voltados aos temas de propriedade intelectual, transferência tecnológica e gestão da inovação; Divulgação de boletins de oportunidades científicas, tecnológicas, fomento, capacitação e formação de Recursos Humanos; Organização e difusão de manuais de conhecimentos codificáveis sobre práticas de PI, de negociação, de parcerias e jurídicas; Apoio técnico para elaboração de projetos; Participação em Feiras de Oportunidades Tecnológicas e parcerias locais, regionais e nacionais, voltadas para as áreas de C,T&I; Participação em eventos nacionais e internacionais relacionados à área de C,T&I; Transferência de conhecimento para empresas e instituições privadas e públicas. Diante das ações realizadas, a REDENIT/CE passou a ser reconhecida e premiada nacionalmente. Atualmente, o foco da Rede se volta à comercialização das tecnologias caracterizadas e já protegidas. Além da elaboração de um Manual de Propriedade Intelectual e Transferência de Tecnologia, a Rede também é responsável pela criação de um Portal de demandas e ofertas, criando assim um importante e efetivo canal de comunicação entre os problemas apresentados pelas empresas e as soluções oferecidas pelos pesquisadores 7/16 ANAIS (www.redenitce.com.br). Mais do que estimular a inovação, o Portal constitui-se como um ambiente virtual de aprendizagem, cooperação e comunicação entre as Instituições da Rede, fortalecendo-a. Dentre as instituições que compõem a REDENIT/CE escolheu-se para estudo o NIT/UECE que foi responsável pelo depósito de 16 dos 43 pedidos de patentes feitos pela REDENIT/CE. As patentes desenvolvidas pelo NIT/UECE em sua maioria foram realizadas em parcerias com outras instituições. 5. Metodologia Este estudo procurou analisar as propriedades e tipologias de uma Rede social mapeando os esforços de inovação. Para tal feito optou-se por estudar a Rede de Núcleos de Inovação Tecnológica do Ceará (REDENIT/CE), especificamente o Núcleo de Inovação Tecnológica da Universidade Estadual do Ceará – NIT/UECE. A REDENIT/CE é formada por uma rede de atualmente 18 atores, distribuindo-se entre Fundações, Centros, Instituições e Universidades e já desenvolveu, desde sua constituição, em 2010, um total de 43 patentes, relacionadas às mais diversas áreas de pesquisa. Foi desenvolvido, como instrumento de coleta de dados, um roteiro de entrevista semiestruturada, com respostas de cunho opinativo/discursivo, além de uma vasta pesquisa documental. Através de uma pesquisa documental do NIT/UECE foi possível obter, além da lista de patentes, as instituições que trabalharam juntas para o seu desenvolvimento, bem como os pesquisadores que atuaram no mesmo, ainda conseguiu-se as respectivas profissões dos pesquisadores envolvidos no desenvolvimento das patentes, além das características destas, que auxiliou na categorização de áreas. Ainda foi realizada uma entrevista com o coordenador técnico da REDENIT/CE, onde se obteve informações tanto do funcionamento do Núcleo dentro da Rede, como sua atuação e importância no desenvolvimento das patentes depositadas. O NIT/UECE tem como finalidade gerir a política de inovação da Universidade . Das 43 patentes desenvolvidas pela REDENIT/CE, foram aqui trabalhadas aquelas depositadas pelo Núcleo, um total de 16 patentes, agrupadas em 4 grupos (agropecuária, alimentos, saúde e veterinária), divididos pelos próprios autores com relação ao conteúdo de cada patente depositada, conforme mostra o quadro 01. Quadro 01- Patentes Natureza Proteção Intelectual Proteção Intelectual Proteção Intelectual Tecnologia 1-FUNGICIDA-Processo de produção, uso e composição fungicida compreendendo compostos obtidos a partir do líquido da casca da castanha de caju. 2-ACP-Processo de obtenção de água-de-coco desidratada e produto resultante. 3-CARNAÚBAProcesso de produção, uso e composição farmacêutica compreendendo compostos obtidos a partir da cera de carnaúba. Área Instituições Ano Agropecuária UECE/EMBRAPA 2010 Alimentos UECE/ACPBIO 2010 Saúde UECE/UFC/BNB 2010 8/16 ANAIS Proteção Intelectual Proteção Intelectual Proteção Intelectual Proteção Intelectual Proteção Intelectual Proteção Intelectual Proteção Intelectual Proteção Intelectual Modelo de utilidade Proteção Intelectual 4-Processo de re-diluição de sêmen bovino. 5-Processo de obtenção de adjuvante para vacinas aviárias. 6-Processo de obtenção de meio de manutenção e crescimento celular, meio obtido de cultivo de células. 7-Processo de diluição e preservação de sêmen de canídeos. 8-Processo de produção de proteínas do vírus da dengue em plantas, e uso de proteínas na preparação da vacina contra a dengue. 9-Meio de diluição de sêmen canídeo e processo de preservação do mesmo. 10-CATALASE-meio de preservação de tecido animal, processo de produção do meio e processo de preservação de tecido animal. 11-Processo de produção de anticorpos anti-imnv, método e kit de diagnostico precoce do vírus da mionecrose infecciosa. 12- Recipiente para Biópsias 13-Processo de produção de meio de cultivo e isolamento de bactérias, meio de cultivo, isolamento e método de cultivo e isolamento. Proteção 14-Processo de produção de ovário Intelectual artificial e método e kit de detecção a sensibilidade a substâncias utilizando tecido ovariano. Proteção 15-Processo de colheita, diluição e Intelectual conservação de sêmen aviário e processo de fertilização. Proteção 16-Processo de produção de Intelectual proteína P28 em plantas, e o uso de proteína P28 na preparação da vacina contra a artrite encefalite caprina. Fonte: NIT/UECE (2013) Agropecuária UECE/ACPBIO 2010 Veterinária UECE/ACPBIO 2010 Saúde UECE/ACPBIO 2010 Veterinária UECE/ACPBIO 2011 Saúde UECE 2011 Veterinária UECE/ACPBIO 2011 Saúde UECE 2011 Saúde UECE 2011 Saúde UECE 2011 Saúde UECE/UFRPE/ACPBIO 2011 Saúde UECE 2011 Veterinária UECE/ACPBIO 2011 Saúde UECE 2011 Utilizou-se uma abordagem qualitativa de cunho descritivo, mediante método de pesquisa documental com o auxílio do software Ucinet 6 e o NetDraw para examinar as relações que existem no NIT/UECE. A rede gerada para análise foi construída formando, a partir dos pedidos de patente desenvolvidos, as relações entre as instituições parceiras, as quais trabalharam para o desenvolvimento dessas tecnologias, bem como os pesquisadores que atuaram diretamente na elaboração destas. Em seguida, fez-se uma análise das principais características presentes na rede formada, tais como: o grau de densidade, o grau de centralização, o grau de intermediação e o grau de proximidade, de forma que se mostrou 9/16 ANAIS possível a obtenção de conclusões sobre o comportamento do NIT/UECE quanto aos esforços para desenvolvimento de inovações. 6. Análises dos Resultados Ainda a partir do quadro 01, foi montada uma rede das instituições que participaram do desenvolvimento das diversas patentes. Com a formação da rede, pode-se perceber a incidência de 5 instituições trabalhando juntamente com a UECE no desenvolvimento e promoção de esforços de inovação. As 16 patentes foram resultado da relação entre o NIT/UECE, a Universidade Federal do Ceará-UFC, a Universidade Federal Rural de Pernambuco-UFRPE, o Banco do Nordeste do Brasil- BNB, a empresa incubada na UECE, ACPBIOTECNOLOGIA (ACPBIO) que faz parte de outra rede a RENORBIO (Rede Nordeste de Biotecnologia) e a Empresa Brasileira de Agropecuária (EMBRAPA) conforme Figura 01. Analisando a rede como um todo, percebe-se que o maior número de patentes desenvolvidas direciona-se à área da saúde (9 das 16 totais) o que vem a caracterizar uma preocupação do Núcleo quanto aos esforços de inovação de determinada área, além de demonstrar a preocupação dos pesquisadores no desenvolvimento e proteção das pesquisas desenvolvidas em neste campo, conforme a Figura 01. Agropecuária Saúde Alimentos Veterinária Figura 01- Relação entre patentes e instituições Fonte: Dados da pesquisa (2013) 10/16 ANAIS Quanto às relações estabelecidas, é possível observar uma nítida interação quanto ao desenvolvimento de patentes com a ACP, uma instituição que faz parte de outra rede tecnológica (RENORBIO), o que vem destacar a importância que o NIT/UECE dá à cooperação com redes diversas, ampliando assim as relações e as possibilidades de promover a inovação tecnológica no Estado do Ceará. Embora as patentes desenvolvidas pelo NIT/UECE com as 5 instituições durante o triênio (2010-2012) sejam em sua maioria relacionadas à área da saúde, ao cooperar com a ACP nota-se o desenvolvimento de patentes em todas as outras áreas (agropecuária, veterinária e alimentos). No entanto, percebe-se a incidência preponderante de uma área específica nesta relação (veterinária), sendo assim desenvolvidas patentes que buscam inovações voltadas para a cadeia animal como um todo. Quanto aos pesquisadores, elaborou-se uma rede de interações entre aqueles responsáveis pelo desenvolvimento das 16 patentes desenvolvidas pelo NIT/UECE, sendo assim possível avaliar como estes se relacionam no desenvolver de determinadas áreas de pesquisa. Com um total de 45 atores nota-se, a princípio, a intensa relação estabelecida entre praticamente todos os pesquisadores, o que vem a demonstrar a nítida cooperação existente dentro do NIT/UECE no tocante ao desenvolvimento de patentes. Alguns pesquisadores mostram-se como centrais dentro da rede, possuindo relações com quase todos os membros da mesma (por exemplo P2; P7; P3; P8), e outros, por sua vez, demonstram trabalhar isoladamente com um pequeno grupo de pesquisadores avulso à rede principal conforme demonstrado na figura 02. As setas duplas demonstradas na rede representam a característica simétrica que a mesma possui, ou seja, os pesquisadores interagem reciprocamente uns com os outros. Figura 02- Relação entre os pesquisadores Fonte: Dados da pesquisa Examinando as características pertinentes à rede formada, foi possível encontrar os graus de densidade, o qual demonstra a conectividade da rede; o grau de centralidade, que estabelece o número de atores com os quais um determinado ator se relaciona; o grau de intermediação, que se refere à possibilidade que um ator tem para intermediar a comunicação 11/16 ANAIS entre os pares de nós; e o grau de proximidade, que reflete a capacidade de um ator em alcançar todos os nós na rede. Tais índices são mostrados no quadro 02. Quadro 02- Características da Rede Pesquisador P2 P7 P3 P8 Características da Rede Intermediação Proximidade 36% 13,80% 16% 13,40% 10% 13,30% 4% 13% Centralidade 28 19 18 16 Densidade 16,40 % Fonte: Dados da pesquisa (2013) Embora seja nítido que a rede possua uma interação entre praticamente todos os pesquisadores, o seu grau de densidade apresenta-se baixo (16,4%). Essa baixa densidade significa que, embora exista relação entre eles, esta não consiste de uma densidade favorável, assim os atores relacionam-se com todos, porém de forma superficial, e não com tanta intensidade a ponto de ter a rede um alto grau de conectividade. Quanto aos pesquisadores centrais, é nítido notar quais os que se localizam estabelecendo maior nível de interações com os outros (P2; P7; P3; P8), por este fato, optouse em avaliar com mais profundidade as características deles. O pesquisador 2 (P2) é o que apresenta uma maior conexão dentro da rede, relacionando-se com 28 pesquisadores (de acordo como o grau de centralidade); possui também um grau de intermediação alto (36%) o que o possibilita estabelecer conexões com outros atores presentes e que, porventura, não interagem com alguns pesquisadores. É importante ressaltar que o grau de centralidade não relaciona-se diretamente com o grau de intermediação, sendo este uma possibilidade que o ator tem em estabelecer conexões dentro da rede, enquanto aquele demonstra as conexões que realmente são estabelecidas. Esta diferença é ressaltada ao examinar os índices dos pesquisadores 3 e 8 (P3; P8), embora o primeiro estabeleça um maior grau de conectividade dentro da rede (com 18 relações), o mesmo apresenta um grau de intermediação com apenas 4% da mesma. Quanto ao índice de proximidade, praticamente todos os atores apresentaram valores próximos, não diferindo tanto de um para outro. Sendo as principais patentes desenvolvidas pelo NIT/UECE as relacionadas à área de saúde, optou-se ainda por analisar a incidência dos profissionais na realização destas, observando as profissões daqueles que colaboram para a realização da pesquisa, aumentando assim os esforços de inovação em determinada área. Percebe-se, pela distribuição de frequência apresentada no quadro 03, que os principais profissionais que trabalham no desenvolvimento de patentes relacionadas à saúde são pertencentes à medicina veterinária. Quadro 03- Profissões e Frequência Profissões Frequência Biólogo (a) 4 Biomédico 1 Enfermeiro (a) 2 Engenheiro (a) agrônomo (a) 2 Estudante 2 Farmacêutico (a) 4 12/16 ANAIS Fonoaudiólogo (a) 1 Nutricionista 1 Professor (a) 1 Químico (a) 4 Veterinário (a) 10 32 Fonte: Dados da pesquisa (2013) Dos 45 pesquisadores que trabalham no Núcleo pesquisado, 32 concentram-se, embora não exclusivamente, no desenvolver de patentes voltadas para a área da saúde, confirmando assim a maior incidência desta área dentro da rede. E ainda, analisando a figura 01, pode-se observar que das nove patentes desenvolvida nesta área, seis são desenvolvidas exclusivamente pela UECE, sem parceria de nenhuma outra instituição, fato este que vem a confirmar a importância do Núcleo na proteção das pesquisas originadas dentro da própria universidade. 7. Conclusões A partir da análise dos 16 pedidos de patente depositados pelo NIT/UECE e seus parceiros, buscou-se analisar as relações existentes entre as instituições e seus respectivos pesquisadores. Procurou-se demonstrar com este trabalho a importância das ações desenvolvidas pelo Núcleo para o fomento e apoio da atividade inovadora no Estado O estudo identificou alguns pontos importantes. Primeiramente, foram identificados os pedidos de patente desenvolvidos através do NIT em um total de 16. Foram também identificadas as instituições que atuaram dentro da Rede, destacando a participação da UFC, BNB, ACP, EMBRAPA, além da participação de uma Instituição fora do Estado, a Universidade Federal Rural de Pernambuco - UFRPE. A partir das interações entre os pesquisadores envolvidos nos pedidos de patente, foram identificados 45 pesquisadores, identificando aqueles que possuem maior destaque e influência dentro da Rede. Os pedidos de patente foram agrupados em 4 áreas principais: veterinária, saúde, alimentos e agropecuária. Ao analisar as relações entre os pesquisadores, pode-se concluir que os pesquisadores 2, 3, 7 e 8 possuem destaque na Rede, demostrando possuírem uma maior conectividade com os outros pesquisadores. Sabe-se da importância de um ator dentro de qualquer rede social, neste caso em uma rede com objetivo de transferir conhecimento e produzir inovações, esta não se dá por sua ação isolada, mas por sua interação com outros atores (QUEIROZ, 2011). O artigo alcançou seu objetivo por ter sido possível por analisar as relações existentes entre o NIT/UECE e outras instituições e seus respectivos pesquisadores. Observando os pedidos de patente desenvolvidos em cooperação com o NIT/UECE e seus parceiros, concluise o quão são importantes os esforços inovadores para a economia na qual estão inseridos, como apontado por inúmeros autores (por exemplo, SCHUMPETER, 1939, 1997; LANDES, 1998, 2003; STOKES, 2005; NELSON; WINTER, 2005; FREEMAN; SOETE, 2008 apud QUEIROZ, 2011). Sendo assim, respondendo à pergunta de partida se a inovação pode ser considerada como peça fundamental para a sobrevivência do homem, conclui-se que sim já que a inovação se constitui-se de esforços para a superação de dificuldades. Dentre as limitações do presente estudo, encontrou-se a dificuldade de acesso a algumas informações que foram superadas. E como sugestão para trabalhos futuros aponta-se a ampliação do estudo trabalhando a REDENIT/UECE como um todo e não somente alguns 13/16 ANAIS Núcleos. A contribuição do estudo se dá por conta da importância de se demonstrar as ações que estão sendo feitas para a ampliação e difusão do conhecimento no estado, apontando a importância das relações em Redes. Referências ANDERSON, U., MATS, F., HOLM, U. ‘The strategic impact of external networks: subsidiary performance and competence development in the multinational corporation’. Strategic Management Journal, n. 23, pp. 979–96. 2002. BALESTRIN, A.; VERSCHOORE, J. R.; REYES JUNIOR, E. O campo de estudo sobre redes de cooperação interorganizacional no Brasil. RAC, v. 14, n. 3, p. 458-477, 2010. BARNES, J. A. Class and committees in a norwegian island parish. Human Relations, v. 7, p. 39-58, 1954. BRASIL. Lei no 10.973, de 2 de dezembro de 2004. Lei de Incentivo à Inovação. 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