News
A revista do Grupo LET Recursos Humanos
N0 14 | Março / Abril | 2009 | Ano 3
www.grupolet.com
MERCADO
Os diferenciais dos cursos MBA - Pág. 8
ENTREVISTA
Andrea Beatriz (Promon Engenharia)
e as estratégias vencedoras
na Gestão com Pessoas – Pág. 3
PERSONAGEM
Augusto Ribeiro – Secretário
Municipal do Trabalho e Emprego
do Rio – indica caminhos à
capacitação profissional – Pág.12
Lições de Um
Presidente
François Haas
Turbomeca do Brasil – Pág.6
entrevista
institucional
Papo
com o leitor
“Tempos difíceis exigem capacitação”
Dicas NewsLet - Livros
“Enquanto Uns Choram...Outros Vendem Lenço”,
de Maurício Werner – Editora Qualitymark
Os seres humanos têm paixão por frases e por seus significados. O
consultor Maurício Werner aproveita este espírito no que há de melhor
para transformar ambiente tensos e quase inflexíveis. Frases como
“Bom senso é a capacidade de ver as coisas como são e fazê-las como
devem ser feitas” ou “Não há segurança nesta terra, apenas oportunidades” são dissecadas para que possam se adaptar ao cotidiano de
qualquer profissional. Excelente obra como ferramenta de reflexão.
Foto: Alexandre Peconick
Caros leitores,
sta 14ª edição nos une,
mais do que nunca, às
necessidades de nossos
leitores que, afinal, são a
nossa razão de ser. Por isso
dedicamos espaço generoso à análise da real validade
dos cursos de MBA – para
o leigo entender, um gerenciamento especializado
de negócios – focando duas instituições que escolhemos: Fundação Getúlio Vargas (FGV) e a Escola
de Negócios IAG/PUC-Rio. Aqui seus diretores e
ex-alunos deixam em seus depoimentos importantes informações para gestores de pessoas e outros
profissionais de diversas áreas.
Comprovando que em tempos difíceis a capacitação se torna peça chave das organizações que
sobrevivem, nossa matéria de capa traz lições importantes transmitidas por François Haas, um alto-executivo francês radicado no Rio de Janeiro e
que preside a Turbomeca do Brasil, empresa líder
nacional no segmento de fabricação e manutenção
de turbinas de helicópteros. François recebeu, com
muita gentileza, nossa reportagem em Xerém – Duque de Caxias (RJ).
Empregos e soluções no mercado de trabalho
são focos contínuos de NEWSLET, o que justifica o
fato de ser Augusto Ribeiro, Secretário do Trabalho
e Emprego da Prefeitura do Rio, o Personagem da
edição. Aqui ele conta como a administração municipal pretende vencer o desafio de gerar empregos
com qualidade em meio a uma série de obstáculos.
Mas só gerar empregos não basta. A Gestão com
Pessoas tem desafios que exigem novas estratégias.
Andrea Beatriz, Diretora de Relações Humanas da
Promon Engenharia aborda exatamente este enfoque na Entrevista Especial da edição. Paramos por
aí? Não. Ainda temos matéria sobre atestado médico, informações sobre o novo Site do Grupo LET, Lei
de Estágio e dicas de livros para vocês que só terão
o trabalho de folhear.
Boa leitura!
E
“Reconhecimento e recompensa – ...como ferramenta para
alcançar desempenhos superiores nas organizações”,
de Luiz Fernando Almeida – Editora Qualitymark
Estudos comprovam que a motivação gerada pelo reconhecimento é
capaz de reter mais talentos em uma empresa do que simplesmente
uma boa remuneração. Reconhecer pelo esforço e recompensar pelo
resultado é essencial para o sucesso de qualquer negócio. O gestor
tem neste livro um interessante passo- a - passo de como implantar
um sistema de premiação ou reconhecimento independente do tipo
de negócio no qual esta organização esteja envolvida. Sabendo que
todo processo de aprendizado inclui erros e desafios, o autor também
os cita com propriedade em sua narrativa.
“Liberte-se dos Medos - Superando a Ansiedade e Vivendo sem Preocupações” – de Joseph O´Connor - Editora Qualitymark
Como transformar o medo em ação positiva sempre foi um desafio, independente do contexto cultural no qual se conviva. Terapeutas, gestores
e comunicadores de todos os campos utilizarão os exercícios práticos
desta obra para lidar com o medo nos próximos anos. Mas este livro não
diz respeito a apenas livrar-se do medo. Aborda também o aproveitamento da felicidade e a liberdade emocional de uma vida sem medos irreais.
Alguns medos merecem ser alvo de riso, alguns merecem ser ignorados,
outros respeitados e você precisa saber distinguir uns dos outros.
Expediente
Grupo LET Recursos Humanos
Membro Oficial
Matriz
Centro Empresarial Barra Shopping Av. das Américas 4.200, Bloco 09, salas
302-A, 309-A – Rio de Janeiro – RJ – tel: (21)
3416-9190 - CEP – 22640-102 /
Site: http://www.grupolet.com
Escritório São Paulo - Rua James Watt 84,
2º andar - Brooklin – Cep: 04576-050 - São
Paulo (SP) – Brasil - Tel: (11) 5506-4299 /
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Escritório Curitiba - Avenida Winston Churchill 2.370 sala 406, 4º andar - Pinheirinho Cep: 81150-0050 - Curitiba (PR) – Brasil - Tel:
(41) 3268-1007
Diretor Executivo: Joaquim Lauria
Joaquim Lauria
Diretor Executivo do Grupo LET
2 | Janeiro / Fevereiro | 2009
ENTREVISTA especial
Diretor Adjunto: Kryssiam Lauria
Capa: Alexandre Peconick
Revista
News
Publicação bimestral
Março / Abril 2009
Ano 3 – Nº 14 – Tiragem 1.500 exemplares
Jornalista responsável (redação e edição):
Alexandre Peconick (Comunicação
Grupo LET) - Mtb 17.889 / e-mail para
[email protected]
Diagramação e Arte:
Murilo Lins ([email protected])
Impressão: Walprint Gráfica e Editora Ltda.
Endereço: Rua Frei Jaboatão 295,
Bonsucesso – Rio de Janeiro – RJ
E-mail: [email protected]
Tel: (21) 2209-1717
ERRATA: Erramos na legenda da PG6 edição nº 13 (Janeiro / Fevereiro 2009) ao
nos referirmos a Cristiane Maciel como “colaboradora da TIVIT”. Na verdade, Cristiane
é Supervisora de Relacionamento do Ponto
Frio, empresa cliente da TIVIT.
Andrea Beatriz Ramalho Flores
Analista de Relações Humanas da Promon Engenharia
Foto: Alexandre Peconick
Editorial
“Estratégia inteligente é investir
sempre na Comunicação”
E
la está apenas há pouco mais
de um ano na Promon Engenharia, mas já vestiu de corpo
e alma a camisa da empresa recordista da Listas Melhores Empresas
Para Trabalhar (figurou em todas
desde a primeira em 1997). Andrea
Beatriz Ramalho Flores, 27 anos,
carioca, é a Analista de Relações
Humanas do escritório do Rio de Janeiro, no bairro do Flamengo. Para
começar a entender a qualidade de
seu ambiente de trabalho o nome de
sua área já é um indicativo: “Recurso
Humano” é um termo ultrapassado,
mais condizente com a realidade dos
cerca de 400 profissionais que estão
sob seu suporte melhor é dizer “Relações Humanas”.
Graduada em Psicologia (UFRJ
-2003), Andrea também concluiu MBA
em Gestão de Pessoas (UFF-2005) e
MBA em Gestão Empresarial (Escola
de Engenharia UFRJ -2008). Ainda
universitária já atuava em RH, estagiando na Workers Informática, onde
mais tarde seria efetivada. Antes de
ingressar na Promon em fevereiro do
ano passado para se responsabilizar
pelas áreas de Recrutamento & Seleção e Desenvolvimento no escritório
do Rio de Janeiro; ela também teve
passagem pela Petrobras (prestadora de serviços) e coordenou o RH da
Analytical Solutions.
Nesta entrevista, Andrea nos conta como a Promon – empresa que
atua em diversos setores e completa 50 anos em 2010 – tem passado
com inteligência e muita estratégia
pela crise.
NEWSLET – Qual é a sua relação
com a matriz em São Paulo?
NEWSLET – Como é a cultura da Promon e como foi a sua entrada nela?
Andrea Beatriz – Minha relação
com a direção de RH em São Paulo
é diária e bastante próxima, seja pessoalmente ou por vídeo conferência.
Buscamos romper as barreiras da
distância para estarmos sempre alinhados com as práticas e tomadas de
decisão.
Andrea Beatriz – A Promon é uma
empresa na qual os profissionais
são acionistas.Isso nos faz sentirmos mais responsáveis pelo sucesso do negócio. Quando fui convidada a trabalhar aqui não tive dúvida
em aceitar. Já conhecia a Promon;
acompanhava as pesquisas das Melhores Empresas Para Trabalhar. Lia
as entrevistas da Márcia Kopelman
(Diretora de Relações Humanas e
Comunicação – São Paulo – SP).
Encantou-me o desafio de atuar no
do RH da empresa aqui no Rio.
NEWSLET – A divisão do trabalho
em áreas facilita o seu foco e planejamento?
Andrea Beatriz – Sem dúvida. A área
de Relações Humanas da Promon tem
cerca de 20 pessoas e cada uma tem
seu foco. Sem perdê-lo, participamos
Janeiro / Fevereiro | 2009 | 3
parceiros let - ABRH-RJ
Entrevista
do que acontece nas outras áreas. A
cada novo projeto é realizada uma reunião conjunta. E todos têm exata noção
do trabalho que é desenvolvido por
cada uma das áreas da Diretoria de Relações Humanas.
NEWSLET – O que o RH da Promon
entende sobre a importância de se
ter novas estratégias?
Andrea Beatriz – A Promon é uma empresa marcada pela Inovação, que tem
se reinventado ao longo da história.
Mantemos tradição em criar áreas de
negócio e antecipar inúmeras demandas de mercado. E Relações Humanas
é uma área efetivamente estratégica:
temos uma diretoria que se senta à
mesa com a direção da empresa. O
questionamento constante das práticas, ou seja, se a forma de trabalho é a
melhor possível para aquele momento,
é algo fundamental para nossas pessoas e que permeia não somente o
RH, mas todos os setores da empresa.
Somos inquietos e isso facilita naturalmente a criação de estratégias.
NEWSLET – Nessa busca do RH ao
lado dos líderes da empresa qual é a
ferramenta mais usada?
Andrea Beatriz – Investimos muito
em Comunicação. Temos uma série
de eventos internos que favorecem a
Comunicação justamente para alinhar
expectativas de profissionais e da
direção da empresa. As decisões da
Promon são discutidas em um formato colegiado, passando por todos os
líderes da empresa, até que cheguem
a todas as unidades para serem ratificadas.
NEWSLET – Dê um exemplo de nova
estratégia para o RH da Promon...
Andrea Beatriz – Temos constantes
revisões e buscas por novos canais.
Em 2008 implementamos novas práti4 | Janeiro / Fevereiro | 2009
cas para busca de talentos, ampliando nossa rede de contatos e fontes
de recrutamento, contando com parcerias de consultorias e intensificando contatos com as melhores universidades, inserindo novas formas de
atrair e de nos comunicarmos com
estes futuros profissionais. O programa de estágio também foi transformado. Estamos também implementando novo processo de avaliação
de desempenho e um programa de
acompanhamento profissional.
NEWSLET – Reter a chamada “Geração Y” (nascidos entre 1978 e 1983)
é muito difícil. O que a Promon apresenta para atrai-los e motivá-los?
“As decisões são discutidas
em formato de colegiado
passando por todos os líderes
da empresa” Andrea Beatriz
Andrea Beatriz – O principal diferencial
é ter muita transparência; é não reter
informações e passá-las com velocidade. Temos um portal corporativo (Internet), reuniões de comunidade e outras
ferramentas de Comunicação. Preocupamo-nos sempre em criar ambientes
propícios à inovação e em priorizar o
respeito às individualidades dos funcionários. E isso é também investir em
Qualidade de Vida. E não fazemos isso
só agora, mas desde 1970; tanto que
temos funcionários felizes por estarem
há mais de 30 anos na empresa.
NEWSLET – Como a Promon vem
lidando com esta crise macro-econômica mundial?
Andrea Beatriz – Confortáveis de um
lado, alertas de outro. Temos uma carteira de clientes e projetos que já estavam em andamento desde antes. Mas
é claro que este é um momento que
exige cautela, então as práticas estão
sendo revistas e questionadas. O número de contratações caiu em comparação com 2008 – foram admitidos
174 profissionais. Precisamos manter
o nível máximo de Comunicação para
gerenciar esse momento.
NEWSLET – Mas mesmo dentro da
cautela e incerteza é possível a Promon passar aos seus colaboradores
uma visão otimista?
Andrea Beatriz – Não podemos abrir
mão de nos comunicarmos o tempo
todo com os profissionais da empresa. Informamos a eles tudo sobre a
visão da Promon em relação ao mercado, os prognósticos. Também investimos em aumentar a relação de
confiança mútua.
NEWSLET – Como o RH lida com os
questionamentos dos colaboradores
atuando como ponte entre eles e a
direção?
Andrea Beatriz – Com intensa disponibilidade de informações objetivas e
verídicas. Nas reuniões após a divulgação dos resultados colocamo-nos
à disposição para dúvidas. Os números da empresa, o acompanhamento dos projetos e as pesquisas salariais estão abertas aos profissionais.
Eventualmente, e é natural, existe
sim inquietação dos funcionários,
mas quando as informações são bem
colocadas e no tempo certo as dúvidas são sanadas.
NEWSLET – Trocar experiências
com o mercado é também prioritário
ao RH da Promon?
Andrea Beatriz – Com certeza! Participamos de grupos de estudos e
fazemos reuniões de benchmark.
Estamos atentos às práticas que têm
trazido bons resultados em outros lugares e valorizamos as trocas com o
meio acadêmico.
Congresso RH-RIO 2009
Nova inteligência para
as organizações
Foto: Divulgação ABRH-RJ
Legenda das fotos dos palestrantes
Da esquerda para a direita: Manuel Scotto, Barry
Johnson, Guilherme Santiago, Lama Padma
Samten e Susan Andrews; nomes que garantem
alta qualidade no conteúdo de mais uma edição
do congresso da ABRH-RJ
N
ão é só a novela das nove
que busca entender o outro lado do mundo. Em
momento de crise mundial, o Congresso RH-RIO 2009, que
acontece no Centro de Convenções
SulAmérica de 3 a 5 de junho (inscrições em www.abrhrj.org.br ou tel.: 21
2533-2806), irá propor aos gestores a
reflexãos para implementar soluções
que contemplem conexões entre as
diversas culturas afim de que convivam harmonicamente.
“Não é só o mercado de trabalho,
o planeta vive hoje uma integração;
muros e fronteiras caíram, sistemas
ideológicos colapsaram e dogmas
perdem sua força; a nova sabedoria
está em como tratar as polaridades
transcendendo os extremos para ver
o todo e aproveitar a dinâmica do movimento entre e além dessas polaridades”, explica Paulo Monteiro, do Comitê Temático do RH-RIO 2009.
Como o tema “Além do Ocidente e
Oriente – Uma Nova Inteligência para
a Gestão Convergente”, a 35ª edição
do Congresso Estadual de Recursos
Humanos da ABRH-RJ irá abordar o
desafio das organizações em lidar
com a integração entre aparentes
dualidades. Exemplos? Curto prazo
x Qualidade; Cliente x Público interno; Tecnologia x Pessoas; Lucro x
Sustentabilidade, entre outros. “Nossa era demanda um perfil de GestorLíder que busque a convergência a
partir das diferenças, que administre
polaridades aparentemente excludentes, que integre as diversas partes
num todo que faça sentido”, reforça
Paulo Monteiro.
Paralelo ao RH-RIO 2009, como
acontece em todas as edições, será
destaque a feira de produtos e serviços em gestão de pessoas EXPO
RH-RIO. Neste ano há vários estandes estreantes como Souza Cruz,
Belo Dente, Corporate Coach U Brasil, Dinmore Associates e a central
de idiomas World Magic.
Para dar corpo à “gestão convergente”, um time de palestrantes com
dimensão internacional irá compro-
var porque afinal o modelo moderno de gestão já não aceita mais
decisões isoladas. Destaque neste
time para o pesquisador e consultor
americano Barry Johnson, expert
em “Gestão de Polaridades”, tema
de sua conferência. Sua ferramenta
de Mapeamento de Polaridades é
utilizada por organizações mundiais
para ajudar líderes a compreender e
gerir ambigüidades.
Susan Andrews (Antropóloga graduada por Harvard, colunista de Época e coordenadora do Parque Ecológico Visão Futuro); Ana Silvia Matte
(Diretora Estatutária de Gente da Light); Guilherme Santiago (Diretor da
Royes Consultoria e criador do Sistema de Organização Musical); Manuel
Scotto (Diretor de RH dos Laboratórios Servier do Brasil) e Lama Padma
Samten (Mestre budista, Mestre em
Física e autor de “A Jóia dos Desejos”) completam os craques de um
time capaz de fazer qualquer gestor
sair de casa em pleno domingo, dia
da abertura do evento.
Março / Abril | 2009 | 5
capa
François Haas – Diretor Geral
da Turbomeca do Brasil
François Haas dirige a
Turbomeca aqui no Brasil.
A Turbomeca está presente
em outros 12 países
P
arodiando o escritor Milan
Kundera, A Insustentável
Leveza do “Ser Presidente”
é um adorável desafio para
François Haas, 53 anos, nascido em
Mulhouse (França) e radicado há 11
anos no Brasil. O suave sotaque francês, fala calma, pausada, mas firme,
não escondem a paixão em lidar com
pessoas, sentimento que só cresceu
ao longo de mais de 25 anos de lições que contamos aqui na proposta
de tentar explicar o perfil do Número
1 de uma empresa.
Sob seus ombros está a Direção
Geral da Turbomeca do Brasil, braço
brasileiro da multinacional francesa que
fabrica e faz manutenção de turbinas de
helicópteros. Entre 2002 e 2008 ele levou
a empresa de um faturamento anual de
€ 30 milhões (Euros) para € 280 milhões
(Euros) e o quadro funcional de 10 para
271 funcionários, crescimento invejável
no mercado nacional. O executivo já
6 | Março / Abril | 2009
chegou à empresa como o Número 1. O
convite oriundo de Pau (França), matriz
da Turbomeca (empresa do Grupo Safran), deveu-se às expertises gerenciais
e técnicas acumuladas.
Segundo Haas, o Número 1 de uma
empresa não deve ficar “resolvendo problemas”; para estas funções
existem pessoas capacitadas. O presidente é um estrategista que gerencia recursos financeiros e humanos,
posicionando cada pessoa no cargo
onde cada um tem mais condições de
agregar valores à empresa. Para ter
esta visão periférica, um job rotation
durante a carreira, conhecendo as
atribuições e o dia a dia dos cargos
é imprescindível. “Aproveite os 15 primeiros anos de sua carreira para atuar nos vários cargos de sua empresa
ou vários setores de sua profissão ou
em vários países”, sugere Haas.
De qualquer forma o executivo
franco-brasileiro ressalta que “Ser Pre-
sidente” não deve ser o objetivo principal de ninguém. “Jovens me perguntam: ´O que devo fazer para chegar à
sua posição?´; mas a pergunta correta
deveria ser: ´O que vou precisar para
aumentar minha paleta de talentos e
competências?´; depois desse reposicionamento as oportunidades surgem e se formos rejeitados em alguma
oportunidade é preciso não desanimar”, aconselha o Número 1 da Turbomeca do Brasil que afirma ser um erro
se trabalhar a contra-gosto em alguma
atividade só porque aquilo o fará chegar ao topo do negócio. Haas entende
que a oportunidade de subir na carreira é dada a pessoas que gostam do
que fazem e aprendem com isso.
Engenheiro Aeronáutico graduado
em Toulouse (França), François Haas
iniciou sua carreira profissional como
professor de Matemática no Liceu
Francês de Montevidéu (Uruguai).
Mais tarde viria a fazer carreira de 15
anos na Air France, período em que
também chegou a ter uma transferência de três anos para a fábrica da
Boeing em Seattle (EUA). E em 1998
recebeu convite para atuar na General
Eletric (GE) no Rio de Janeiro. “Todas
as oportunidades que tive foram inesperadas, aceito os desafios sem pensar demais”, admite Haas.
Na visão do Diretor Geral, conhecer várias culturas é ação hoje indispensável ao processo decisório. “Ao
conhecer e respeitar o jeito de ser de
cada cultura tenho mais facilidade em
integrá-las e envolvê-las no objetivo
coletivo da empresa; além disso, no
caso aqui da Turbomeca, o intercâmbio entre culturas amplia a rede de
contatos de cada um o que torna mais
mais rápido e qualitativo o processo
de decisão”, explica.
Para Haas ao invés de tentar mudar
a cabeça de alguém, o líder da empresa deve criar “pontes” entre culturas,
sendo flexível o tempo todo. “É vital
para quem lidera ou vai liderar uma
empresa saber lidar com mercados
globais, reconhecer as diferenças
das culturas, identificando as partes
comuns entre elas, de forma a consolidar relacionamentos”, analisa ele.
Outro grande desafio e pré-requisito de um presidente moderno é o
de saber gerenciar o crescimento
de uma empresa. Seu maior cuidado
neste ponto deve ser o de conceder
ao funcionário o mesmo tratamento
que dá ao cliente.
Tomar uma decisão é outra arte na
qual cada presidente coloca a sua assinatura. Haas assegura que esta ação
é muito simples. O grande problema
está no resultado. E se não der certo?
“Antes da decisão, devemos reunir os
envolvidos e não apenas imaginar, mas
ter estruturado um plano B; ou seja, se
o principal não funcionar, já temos outro prontinho para entrar em ação, sem
prejuízo ou perda de tempo”, esclarece o executivo. Ter a mente alerta para
imaginar que algo pode não dar certo
não é atitude derrotista para Haas, mas
sim um importante passo para criar a
alternativa mais eficaz.
De seu gabinete na sede brasileira
da Turbomeca em Xerém (Duque de
Caxias – RJ), ao pé da bela serra de
Petrópolis, Haas se depara com uma
questão inerente a qualquer Nº1 de
organização: a solidão de certas decisões. “Não tem jeito, a solidão é real e
faz parte da responsabilidade de imaginar que uma ação pode ter reflexo
para os próximos cinco anos; o melhor
a fazer neste caso é manter alto o nível
de concentração”, afirma. E François
Haas usa de três “estratagemas” para
atingir boa concentração: lê muito e na
língua original de cada escritor (seja
ele inglês, espanhol, alemão, brasi-
Fotos: Divulgação Turbomeca do Brasil
LIÇÕES DE UM
PRESIDENTE
Foto: Alexandre Peconick
capa
Grandes corporações privadas
e governamentais contratam os
serviços da Turbomeca, entre as
quais as do setor de óleo e gás,
que dispõem de 80 helicópteros
leiro ou francês); adora cozinhar nos
finais de semana (“me ajuda a relaxar
e limpar a mente”, diz) e valoriza muito
a qualidade de seu sono (dorme pelo
menos sete horas por dia mesmo em
períodos de agenda lotada).
Tudo isso sem dispensar a sua forma mais adequada de conciliar vida
pessoal e profissional. Casado e pai
de quatro filhos (com idades entre 10
e 17 anos), François Haas considera
importante separar valiosos momentos para estar com seus filhos. “Aprendo sempre muito com eles”, diz Haas
que, embora consiga planejar e tirar
férias sempre fica “um pouco conectado à empresa” nesse período.
E estar conectado é um ponto chave em qualquer fase da carreira. Em
1994, durante uma reestruturação da
Air France, o talento de liderança de
Haas já seria decisivo para a reorganização de um dos setores da empresa.
“Neste momento aprendi muito com
consultores especialistas em Sociologia da Empresa como de fato entender como reagem as pessoas em
meio a mudanças”, lembra.
Quinze anos mais tarde este fantástico aprendizado está lhe sendo
útil para planejar a retomada do crescimento pós-estabilização na Turbomeca do Brasil. Lição aprendida e
aplicada por um presidente.
Março / Abril | 2009 | 7
EDUCAÇÃO EXECUTIVA
As aulas de MBA do IAG/PUC-Rio
chegam até a Barra em 2009
V
alioso passaporte para se
comunicar melhor nas organizações,
ampliando,
por exemplo, o conhecimento sobre cargos e funções, processos de gestão e planejamento estratégico, o curso MBA está em alta
na cotação dos profissionais de todas
as áreas. Dados das melhores instituições do Rio de Janeiro e São Paulo
que oferecem estas especializações
em gerenciamento confirmam que a
crise impulsionou entre 50% a 70% a
procura aos MBA.
“Esta é uma tendência mundial;
quem está empregado quer se aprimorar mais e quem está fora precisa
mostrar que está se qualificando; nos
EUA, núcleo da crise, as escolas que
oferecem MBA estão com demanda
incrível”, destaca Antonio Freitas, Di8 | Março / Abril | 2009
retor Executivo da Central de Qualidade e Inteligência de Negócios da IDE
(Instituto de Desenvolvimento Educacional)/FGV.
Além de chances reais de empreender novas carreiras ou crescer na
que já está, a “visão periférica” proporcionada pelo MBA facilita a conversa entre as áreas. “É frequente um
engenheiro ou um médico graduado
comparecer a uma reunião de empresa e não conseguir dialogar com um
profissional de marketing ou de finanças; após o MBA este engenheiro ou
médico vence essa barreira”, exemplifica Martim Francisco, Gerente dos
Cursos de Educação Executiva da Escola de Negócios IAG/PUC-Rio.
Entre as instituições que oferecem
os cursos de Master Business Administration (MBA) elegemos a FGV-Rio
(Fundação Getúlio Vargas – www.fgv.
br/) e a Escola de Negócios IAG/PUCRio (www.iag.puc-rio.br) para mostrar
porquê este tipo de pós-graduação
coloca de fato profissionais “de cara
para o gol” neste mercado altamente
competitivo.
A carioca, designer gráfica e programadora visual Sandra Birman, de
39 anos, teve no MBA em Marketing
pela FGV sua decolagem ao empreendedorismo em alto nível. Antes de
concluir o MBA, em 2005, ela já tinha
sua empresa, a Fluxus Design, atuando no mercado da produção de capas
de CD, logomarcas, rótulos, folders e
similares. Ela reconhece que à época
sentia falta de uma visão profunda em
vendas e marketing. Graduada em
Programação Visual, já tinha “sangue
empreendedor”, mas atribui à vivência
Luz direcionada
O MBA em Marketing abriu um mundo de
oportunidades à designer Sandra Birman
Cena do MBA da
FGV-Rio
de marcas inteligentes via Internet;
atraente, sobretudo, pelo seu baixo
custo em função da não necessidade
de impressões gráficas. Do alto de
mais de mil logomarcas aprovadas on
line, Sandra ressalta que com o MBA
o profissional criativo por natureza
perde o medo de arriscar. “Conhecer
e dominar as ferramentas te dá uma
segurança impressionante para fazer
algo novo funcionar”, garante Sandra. Usando o que aprendeu durante
o curso, ela visualiza com facilidade
cada detalhe do negócio com seus
clientes.
Do “Q.G” da iMarca (www.imarca.
com.br), em Ipanema (Rio), ela atende clientes em todos os estados do
Brasil e em países como Portugal, Angola, Moçambique, Estados Unidos,
Japão e Inglaterra. A visão estraté-
gica absorvida com os profissionais
gabaritados da FGV também lhe deu
suporte para planejamentos em longo
prazo. Não à toa, a iMarca está “vacinada” contra os vai-e-vens do mercado: além de logos desenvolve outras
peças de design, websites e oferece
sugestão gratuita on line de nomes de
empresas.
Sandra alerta quem pensa em MBA
como “um nome bonito no currículo”:
“É preciso ter vivência e objetivos
muito claros porque do contrário você
se perde em meio a grandes oportunidades”.
Ela e outros quase 60 mil alunos
aproveitam a alta qualidade e vivência internacional dos cerca de dois
mil professores da Fundação Getúlio
Vargas. “Dentro do trinômio pesquisa,
difusão do conhecimento e responsabilidade social, a capacidade intelectual da FGV está entre as maiores do
mundo”, afirma o Prof. Antonio Freitas
da IDE/FGV e membro ativo do Conselho Nacional de Educação.
Segundo o Prof. Freitas há quatro
grupos de pessoas que buscam um
dos 19 cursos MBA da FGV: o 1º quer
melhorar o currículo porque fez universidade fraca; o 2º pretende mudar
Foto: Marco Cavalcanti
Valem mais
do que pesam
gerada pelo MBA a “luz” para montar
o modelo ideal de empresa.
O embrião da empresa na qual é a
“Número 1” ou Diretora de Criação,
a iMarca, foi gerado e desenvolvido durante o MBA. “Observava com
muito mais bagagem e senso crítico
as coisas que as pessoas realmente
precisam e ir de encontro às necessidades delas é de fato o que explica a longevidade de um produto no
mercado; além disso, o MBA também
me deu entendimento agudo das profissões em relação às experiências
das pessoas e o que é mais legal, as
teorias ensinadas permitem inovação,
mutação, adaptação às nossas realidades”, conta Sandra, que considera
o network com os colegas 50% do
aprendizado do curso. “As visões de
mundo de outros profissionais me enriqueceram muito; no meu caso ajudaram a entender inúmeros processos de criação de marcas”, lembra a
Designer que tinha entre os colegas
economistas, médicos, profissionais
de TI, decoradores e até do mercado
imobiliário.
Foi o ambiente gerado pelo MBA
que abriu os olhos de Sandra para um
novo nicho de mercado: o da criação
Foto: Divulgação FGV
MBAs
Divulgação IAG/PUC-Rio
EDUCAÇÃO EXECUTIVA
Março / Abril | 2009 | 9
EDUCAÇÃO EXECUTIVA
Foto: Alexandre Peconick
Monique Paiva,
Analista de RH do
Grupo LET, concluiu
o MBA em Gestão e
Recursos Humanos
da IAG/PUC-Rio
CURSO MBA – Exemplo de
estrutura – Gestão e Recursos
Módulo Estratégico – Visão ampla
do ambiente organizacional permitindo
alinhar comportamentos pessoais aos
negócios, focando valores humanos
como vantagem competitiva. Alguns tópicos: Comportamento Organizacional,
Cultura e Poder nas Organizações, Gerenciamento de Projetos; Ética e Responsabilidade Social.
Módulo Funcional – Dar conhecimento ao aluno em Marketing e Finanças proporcionando familiaridade com
estas áreas para a gestão dos recursos
organizacionais. Tópicos: Finanças
Corporativas; Marketing de Serviços.
Módulo Instrumental – Ferramentas
e insumos que permitem aos alunos
atuar comprometidamente. Alguns tópicos: Planejamento Estratégico de RH e
de Carreira; Modelos de Aprendizagem
e Gestão do Conhecimento; Política
de Remuneração; Comunicação nas
Organizações; Criatividade e Inovação
Organizacional; Endomarketing.
10 | Março / Abril | 2009
Foto: Divulgação IAG/PUC-Rio
Humanos – IAG/PUC-Rio
MBA “turbinado”
Patrícia Freitas, quatro MBAs na
bagagem e Martim Francisco, à
frente da Gerência dos Cursos
de Educação Executiva (na foto
ao lado), comprovam o nível de
excelência da troca com o mercado
acadêmica desde 1993, a carioca Patrícia Freitas, Gerente de RH do Grupo Icatu Hartford é uma dessas “jóias
do Nilo”. Ainda antes de graduar-se
em Psicologia realizou nada menos
do que sete estágios. “Precisava experimentar tudo para ter certeza do
meu futuro”, justifica. Determinada,
já fez em 16 anos de carreira em Recursos Humanos quatro cursos MBA,
dois dos quais pela IAG/PUC-Rio. No
primeiro, em 1996, pela Estácio de
Sá, especializou-se em Gestão Pela
Qualidade Total. Mas foi o MBA de
Gestão e Recursos Humanos (1997)
que lhe serviu de bússola. “O MBA da
PUC abriu meu horizonte para todas
as pontas do RH, facilitando o entendimento das conexões entre as áreas”, esclarece Patrícia que antes da
Icatu, já atuou pela Fundação Mudes,
Amesterdam Sauer (jóias), Mesbla (a
qual define “grande escola de RH”),
Texaco e Repsol YPF.
Em sua terceira experiência acadêmica de MBA, Patrícia teve também o
privilégio de fazer parte da 1ª turma
América do Sul do MBA em Management na Universidad Austral, em Pilar
(Argentina). “Lá desenvolvi ferramentas fortes como Liderança”, destaca.
A convite da Texaco, ainda durante
seu 2º MBA fez um job rotation pelas
funções de RH, ampliando sua capacidade generalista.
Em agosto de 2006 foi convidada
pelo Grupo Icatu Hartford a assumir o
cargo de RH Generalista para o qual
muito contribuiu seu MBA Management pela IAG/PUC-Rio (2007/2008).
“Os trabalhos de grupo com profissionais, por exemplo, de Música, Design,
Informática e Finanças me ensinaram
demais”, admite Patrícia que em sua
atual função atende, ou é responsável
por, cerca de 300 colaboradores de
áreas como Gestão de Ativos, Jurídica, Fundo Fechado de Pensão, TI,
Operações, Serviços Corporativos,
Financeira, Processos e Atuarial.“ O
perfil de uma liderança vem sofrendo
uma série de mudanças e eu não teria essa facilidade de trânsito entre as
áreas se não fosse pelas experiências
proporcionadas pelos vários MBAs,
com reflexões que a correria do mercado e os achismos da faculdade não
apresentam”, explica a profissional da
Icatu Hartford. Com a segurança e a
capacidade de negociação adquiridas nos MBAs ela vem lidando com
seu desafio atual: ser versátil para
identificar a ferramenta mais adequada caso a caso.
“Ferramentas do MBA nos
ajudam a acompanhar
as mudanças no perfil de
uma liderança”
O nível de vivência é pré-requisito
para um MBA. “Não recomendamos
que alguém faça MBA logo após graduado. Se a experiência for intensa,
com muitos desafios, dois anos é um
bom tempo; mas isso depende de
qual MBA a pessoa deseja; o nosso
MBA de Management, por exemplo,
exige 10 anos de experiência em liderança”, argumenta Martim Francisco da IAG/PUC-Rio. A explicação é
simples: ao receber os conhecimentos os alunos precisam estabelecer
conexões com o mundo real deles;
além disso, é necessário que consigam aplicar conhecimentos e que
tragam problemas e questões de seu
cotidiano para a sala de aula.
E para garantir a qualidade dessa troca, a Escola de Negócios IAG/
PUC-Rio – unidade da melhor universidade privada do País, de acordo
com o MEC - dispõe de um mix entre
docentes gestores em suas empresas e aqueles mais voltados para a
geração de conhecimento dentro da
Foto: Divulgação FGV
MBA para quem já tem ampla
experiência profissional e quer
se redirecionar. Também são
muito procurados o MBA em
Gestão, MBA de Finanças e
MBA em Projetos; bem como
os novos MBA Recursos Humanos e MBA em Logística.
FGV também é sinônimo de
globalidade; pois seus alunos
podem complementar o MBA
em instituições do peso de uma
Harvard Business School, Michigan University, Babson College,
Universidade de Barcelona (Espanha), entre outras. Os convênios incluem descontos e até
gratuidades no local de destino.
Porém, números apresentados pelo Prof. Freitas, comprovam que estudantes de bons
cursos MBA no Brasil são “jóias raras
do Nilo”. Ele revela que temos no Brasil cinco milhões de graduandos e outros sete milhões já graduados; mas
desses apenas cerca de 5% apenas
busca algum curso de especialização
voltado ao mercado. Some-se a isso
uma convergência cruel: pessoas
formadas em instituições fracas têm
poucas chances reais de obter empregos competitivos e no Brasil das
2.400 escolas de ensino superior apenas 40 possuem nível de excelência.
Apaixonada pelo RH e pela vida
Foto: Divulgação IAG/PUC-Rio
de profissão, potencializando suas
reais competências; o 3º pretende desenvolver sua carreira a aptidões de
liderança e o 4º quer empreender um
novo negócio. “A profundidade de um
MBA é tamanha que, não raro, um profissional pode cumprir o seu objetivo
e também atingir um ou mais entre os
outros três”, analisa. Um dos MBAs de
maior destaque na FGV é o Executive
Foto: Divulgação Grupo Icatu Hartford
EDUCAÇÃO EXECUTIVA
O Prof.
Antônio Freitas
da Fundação
Getúlio Vargas
universidade. Além das experiências
nos MBA in company - quando a academia se conecta com os casos das
empresas in loco - as pesquisas de
mercado dão corpo à atualização dos
seis cursos MBA oferecidos.
“Hoje nas empresas fala-se na habilidade de relacionamento; a “Inteligência Emocional”, que evoluiu para
o conceito de “Inteligência Social”;
então, temos enfatizado estes temas
em nossos programas”, informa Martim, ex-executivo de empresas como
BASF e L’Oréal. E essas experiências
também são enriquecidas com vivência internacional. Durante cada MBA
o aluno pode realizar cursos de complementação em instituições parceiras da IAG/PUC-Rio, como o Instituto
D´Administration des Entreprises de
Grenoble (França), a Fordham University (Nova Iorque – EUA), a Universidade da Flórida (EUA) e as Universidades Católicas da Argentina,
Chile e Uruguai.
E depoimentos como o de Sandra
Birman e Patrícia Freitas são marcantes para a conclusão de que altos
investimentos com um curso MBA
(custam em média R$ 16 mil) geram
retornos atraentes em um prazo até
possível de se planejar.
personagem
Secretário Municipal de Trabalho
Augusto Ribeiro – Este é um problema
sério. Há áreas da cidade com fraco nível de escolaridade. Mesmo pessoas
com 2º grau completo não entendem
nada daquilo que leram, ou seja, não
conseguem criticar a informação que
recebem. Este é um grande problema
para se colocar alguém no mercado.
Então nossos cursos incluem noções
de português e matemática, além de
cidadania, porque há muitas pessoas
desconhecem a postura correta de se
apresentar em uma empresa. O que
é isso? O que falar, como se sentar,
como se vestir, ética, coisas básicas.
(Nota de R.: para ter acesso a esses
cursos basta procurar estas unidades
nos endereços e telefones do quadro
desta matéria).
e Emprego do Rio de Janeiro
“Gerando
empregos
e capacitando
pessoas com
qualidade”
A
ugusto Lopes de Almeida
Ribeiro, 39 anos, gaúcho
radicado no Rio de Janeiro, vem construindo sólida
carreira na área pública e busca cumprir, com visão estratégica, o desafio
de gerar empregos e trabalhos com
qualidade para a população da Cidade Maravilhosa.
Antes de assumir o atual cargo de
Secretário Municipal de Trabalho e
Emprego (Prefeitura do Rio), foi Chefe
de Gabinete do deputado federal Brizola Neto, Diretor de Administração e
Finanças da Cia. de Turismo do Estado
do Rio (TurisRio), Diretor de Planejamento do Governo Anthony Garotinho
e Coordenador Geral de Empreendedorismo Juvenil do Departamento de
Políticas de Trabalho e Emprego para
a Juventude do Ministério do Trabalho,
durante o primeiro governo Lula.
Sua recente experiência na área
de Empreendedorismo e o conhecimento das políticas públicas federais
foram decisivos para que recebesse
o convite do Prefeito do Rio Eduardo
Paes para um cargo dos mais impor12 | Março / Abril | 2009
tantes na esfera municipal. Nosso
PERSONAGEM revela à NEWSLET
que a parceria com a iniciativa privada será imprescindível ao sucesso de
seu trabalho.
da necessidade de empregabilidade
da população.
NEWSLET – Que panorama você
encontrou para trabalhar na geração
de empregos?
Augusto Ribeiro – Percebemos que não
havia comunicação direta entre os cursos que eram ministrados e o conteúdo
que o mercado demandava. A distância
era grande. A Secretaria de Trabalho
vem se aproximando dos sindicatos e
das empresas. Estamos lançando um
programa nos bairros da Zona Norte já
no segundo semestre deste ano para
implantar um pólo de call center, reduzindo o ISS e o IPTU para as empresas
que se instalarem nesse local. Apenas
esta ação irá gerar, de início, dois mil
empregos já acertados. A previsão é
de que, em curto espaço de tempo, sejam cerca de 10 mil. Entre alguns dos
programas que colocaremos em ação
ainda em 2009 está o Empreendedorismo Juvenil em TI para comunidades carentes, que prevê treinamento
de 1000 jovens e salários compatíveis
com o mercado.
Augusto Ribeiro – A Prefeitura dispõe, ainda, de uma estrutura que considero pequena, mas que pode fazer
bem a função da geração de empregos. Temos quatro Centros Públicos
de Trabalho, Emprego e Renda, em
Campo Grande, Jacarepaguá, Tijuca
e Ilha do Governador – ver quadro. O
trabalhador desempregado, com qualquer nível de instrução, procura esses
centros e se inscreve. Um programa
on line do Ministério do Trabalho faz o
cruzamento das informações da pessoa com as das vagas existentes nas
empresas e consultorias que vamos
buscar. Ao final dos próximos quatro
anos queremos chegar a 10 desses
centros, número calculado em função
NEWSLET – Há troca de informação
entre a sua Secretaria e a de Educação com objetivo de facilitar essa
capacitação?
NEWSLET – Como fazer para preencher vagas com qualidade?
NEWSLET – De que forma a parceria com a ABRH-RJ pode ajudá-lo a
cumprir os objetivos traçados?
Augusto Ribeiro – Esta parceria é
vital para nos aproximar aos RHs
das empresas. Com isso saberemos
exatamente que direcionamento
os nossos cursos deverão ter. Não
adianta impormos às pessoas cursos que não lhes serão úteis em sua
empregabilidade. Queremos que a
ABRH-RJ nos auxilie a encaminharmos com precisão pessoas a trabalhos de qualidade. Fazer isso é melhorar a gestão pública e não jogar
dinheiro fora.
NEWSLET – Além da ABRH-RJ vocês vão conversar com as consultorias de RH para que elas também
possam contribuir?
Augusto Ribeiro – Sem dúvida. Inclusive estarei reunido em breve com integrantes da ABRH-RJ para que possamos agilizar a questão dos Agentes
Captadores, porque nisso os profissionais de RH nos ajudarão muito.
NEWSLET – O que é “Agente Captador”?
Augusto Ribeiro – Um intermediador
de mão de obra. Quero colocar pessoas dentro desses Centros Públicos
de Trabalho, Emprego e Renda não
para apenas atender ao telefone ou
esperar que os trabalhadores as procurem. Quero profissionais treinados
que façam visitas a micro e pequenas
empresas ao redor desses centros
para oferecer serviços de pré-seleção
aos empresários.
NEWSLET – A verba disponível à
sua Secretaria é suficiente para realizar todos os projetos?
Augusto Ribeiro – Temos alguns projetos para as quais estamos buscando verba junto ao Ministério do Trabalho. Por exemplo, vamos fazer a 2ª
edição do Juventude Cidadã aqui no
Rio e essa verba está em processo de
fechamento. Temos um projeto para a
qualificação de 7 mil jovens de 18 a
27 anos e o valor do projeto é de R$
11 milhões. Há também o projeto de
qualificação em comunidades carentes para jovens que saem do Exército.
Estamos buscando R$ 7 milhões para
este projeto. O PLANTEQ também
usará verba de R$ 2 milhões. Haverá
ainda o PLANSEC para os ambulantes serem legalizados e treinados.
NEWSLET – O que Augusto Ribeiro
pensa sobre a importância do entrelaçamento entre setor público e setor privado?
Augusto Ribeiro – Essa interação é
fundamental. O setor público precisa dos referenciais do setor privado,
porque este é o que emprega trabalhadores por CLT em sua maioria. O
setor público precisa também identificar as necessidades do setor privado
Foto: Alexandre Peconick
Augusto Ribeiro
Foto: Mônica Martelli
personagem
Augusto Ribeiro dá
prioridade à
qualificação profissional
e aí sim disponibilizar recursos que
viabilizem o acesso do trabalhador ao
emprego. Esta conversa será a ação
mais importante de minha Secretaria.
NEWSLET – A crise impacta no seu
trabalho?
Augusto Ribeiro – Impacta. Nossos
centros públicos ficam mais cheios
de desempregados. Temos que prestar um serviço com muito maior atenção e qualidade. Aumentou o número
de desempregados bem qualificados.
Estaremos tentando qualificar pessoas que possam ser direcionadas a algumas “ilhas do mercado” não atingidas pela crise, como o setor de Óleo
e Gás, por exemplo.
SERVIÇO:
Centros Públicos de Emprego, Trabalho
e Renda (CPETR)
Horário de funcionamento - 8h às 17h
• Campo Grande - Rua Barcelos
Domingos nº. 162 - tel.: (21) 2413-1955
• Tijuca - Rua Camarajipe nº. 25 - tel.:
(21) 2570-9707
• Ilha do Governador - Estrada do
Dendê nº. 2080 – Moneró - tel.: (21)
3367-3700
• Jacarépagua - Estrada Guerengê nº.
1630 2º andar - tel.: (21) 2443-8817
Outras informações – Prefeitura do Rio
– Secretaria de Trabalho e Emprego
(21) 2588-9170 / 2588-9166
Março / Abril | 2009 | 13
Diretora do
Instituto Capacitare
comenta efeitos da
nova Lei do Estágio
N
este período de crise, os
programas de estágios são
excelentes alternativas de
baixo custo para a empresa
cumprir a sua missão, pois garantem o
recrutamento e contribuem efetivamente para dotar o mercado de profissionais mais qualificados. A opinião é de
Leyla Nascimento, Diretora do Instituto
Capacitare
(www.institutocapacitare.
com.br) ao explicar que a diminuição recente das ofertas de estágio se deveu a
uma confusão por parte das empresas
com algumas normativas semelhantes
às leis trabalhistas colocadas na nova
Lei de Estágio no. 11.788/25/09/2008.
“Imaginava-se que o custo aumentaria
com a concessão de férias e obrigatoriedade do vale transporte; mas com a
aplicação da lei, na prática, constatouse que não houve alteração no custo,
além do fato de que o trabalho da área
de RH com estagiários ficou até mais
facilitado, entre outros fatores, pela determinação da carga horária semanal,
que não pode ultrapassar 30 horas”,
afirma Leyla.
Leyla vai além quando indica forte
tendência de crescimento promissor
dos programas de estágio frente aos
desafios do mundo corporativo. “Investimento em programas de estágios
continuam garantindo a longevidade
de empresas no mercado”, assegura a
executiva.
14 | Março / Abril | 2009
ATESTADO MÉDICO
F
Foto: Divulgação ABRH-RJ
Leyla Nascimento
Fotos: Site Sxc.hu
saúde e trabalho
acontece
alta ao trabalho sem justificativa gera prejuízo ao assalariado
ou prestador de serviço. Mas
em casos de problemas de saúde ou
acompanhamento médico entra em
cena o “personagem” Atestado Médico
que abona faltas pelo tempo necessário à recuperação do problema ou ao
acompanhamento. Afinal, quando o
“personagem” é válido?
Consultamos o Dr. Wanderley Ramos de Albuquerque, médico de trabalho que presta serviços ao Grupo
LET Recursos Humanos. Segundo o
Dr. Wanderley, é necessário entender
que o “Atestado” afirma a veracidade
de um fato com explicação médica em
linguagem simples e objetiva, tempo de
afastamento e documentação correta
do médico que examinou o paciente ou
concedente deste documento. É obrigação do contratante aceitar o conteúdo
pleiteado pelo Atestado Médico que não
for referente a acompanhamento. Devese, porém, seguir esta ordem de aceitação de atestados médicos no sentido
de quem concedeu este documento: 1)
médico da empresa ou do convênio; 2)
médico do SUS; 3) médico do SESI ou
SESC; 4) médico a serviço de repartição
federal, estadual ou municipal; 5) médico de serviço sindical; 6) médico de livre
escolha do empregado, no caso de ausência dos anteriores.
De acordo com texto do Conselho
Federal de Medicina, “o atestado médico não deve ter sua validade recusada,
exceto se for reconhecido favorecimento ou falsidade na sua elaboração
quando é requisitada a instauração do
competente inquérito policial e, também, do indispensável procedimento
administrativo disciplinar”.
“Dessa forma é permitido ao médico
da empresa negar atestado médico particular para abono de faltas trabalhistas
desde que este justifique tal negativa e
providencie pessoalmente a realização
de reavaliação de exame no paciente”,
informa o Dr. Wanderley.
Para renovação, se o atestado tiver
sido fornecido por médico do INSS,
médico de empresa ou de sindicatos,
este precisará conter tempo de dispensa escrito por extenso, conter diagnóstico conforme o Código Internacional
de Doença, além de carimbo com assinatura do médico.
É comum, no entanto, médicos serem assediados para emitir “atestados
de doença” para pessoas resolverem
problemas pessoais. As questões vão
desde a ausência do filho ao colégio
ou até a um final de semana prolongado. “Infelizmente é um fato culturalmente aceito em nossa sociedade; se
é verdade que muitos médicos resistem, também o é que alguns são levados a conceder o ´atestado´ por laços
de amizade”, admite o Dr. Wanderley.
Este tipo de “atestado gracioso” é passível de conduta punível pela legislação penal brasileira.
Legislação que, por exemplo, não
obriga o empregador a abonar faltas se
o atestado médico justificar que a pessoa “precisou acompanhar cônjuge ou
filho em consulta médica”. Dependendo
da situação – em caso de fato grave ou
inesperado, por exemplo - se aceitos,
os atestados de acompanhantes para
filhos até 14 anos, devem prever ausência para no máximo um dia por mês.
Mas para que o atestado seja válido
em uma empresa, o ideal é que o gestor de RH estabeleça um procedimento
interno regulamentando as condições
em que serão aceitos, para que todas
as áreas da empresa sejam atingidas
por este regulamento da mesma forma.
A empresa poderá determinar que os
atestados de acompanhante justificam
a ausência do período, mas não abonam. Nesse caso, as horas devem ser
compensadas dentro de um prazo para
não incorrer em prejuízos salariais.
Março / Abril | 2009 | 15
Cuidamos com qualidade
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Andrea Beatriz (Promon Engenharia)