News A revista do Grupo LET Recursos Humanos N0 14 | Março / Abril | 2009 | Ano 3 www.grupolet.com MERCADO Os diferenciais dos cursos MBA - Pág. 8 ENTREVISTA Andrea Beatriz (Promon Engenharia) e as estratégias vencedoras na Gestão com Pessoas – Pág. 3 PERSONAGEM Augusto Ribeiro – Secretário Municipal do Trabalho e Emprego do Rio – indica caminhos à capacitação profissional – Pág.12 Lições de Um Presidente François Haas Turbomeca do Brasil – Pág.6 entrevista institucional Papo com o leitor “Tempos difíceis exigem capacitação” Dicas NewsLet - Livros “Enquanto Uns Choram...Outros Vendem Lenço”, de Maurício Werner – Editora Qualitymark Os seres humanos têm paixão por frases e por seus significados. O consultor Maurício Werner aproveita este espírito no que há de melhor para transformar ambiente tensos e quase inflexíveis. Frases como “Bom senso é a capacidade de ver as coisas como são e fazê-las como devem ser feitas” ou “Não há segurança nesta terra, apenas oportunidades” são dissecadas para que possam se adaptar ao cotidiano de qualquer profissional. Excelente obra como ferramenta de reflexão. Foto: Alexandre Peconick Caros leitores, sta 14ª edição nos une, mais do que nunca, às necessidades de nossos leitores que, afinal, são a nossa razão de ser. Por isso dedicamos espaço generoso à análise da real validade dos cursos de MBA – para o leigo entender, um gerenciamento especializado de negócios – focando duas instituições que escolhemos: Fundação Getúlio Vargas (FGV) e a Escola de Negócios IAG/PUC-Rio. Aqui seus diretores e ex-alunos deixam em seus depoimentos importantes informações para gestores de pessoas e outros profissionais de diversas áreas. Comprovando que em tempos difíceis a capacitação se torna peça chave das organizações que sobrevivem, nossa matéria de capa traz lições importantes transmitidas por François Haas, um alto-executivo francês radicado no Rio de Janeiro e que preside a Turbomeca do Brasil, empresa líder nacional no segmento de fabricação e manutenção de turbinas de helicópteros. François recebeu, com muita gentileza, nossa reportagem em Xerém – Duque de Caxias (RJ). Empregos e soluções no mercado de trabalho são focos contínuos de NEWSLET, o que justifica o fato de ser Augusto Ribeiro, Secretário do Trabalho e Emprego da Prefeitura do Rio, o Personagem da edição. Aqui ele conta como a administração municipal pretende vencer o desafio de gerar empregos com qualidade em meio a uma série de obstáculos. Mas só gerar empregos não basta. A Gestão com Pessoas tem desafios que exigem novas estratégias. Andrea Beatriz, Diretora de Relações Humanas da Promon Engenharia aborda exatamente este enfoque na Entrevista Especial da edição. Paramos por aí? Não. Ainda temos matéria sobre atestado médico, informações sobre o novo Site do Grupo LET, Lei de Estágio e dicas de livros para vocês que só terão o trabalho de folhear. Boa leitura! E “Reconhecimento e recompensa – ...como ferramenta para alcançar desempenhos superiores nas organizações”, de Luiz Fernando Almeida – Editora Qualitymark Estudos comprovam que a motivação gerada pelo reconhecimento é capaz de reter mais talentos em uma empresa do que simplesmente uma boa remuneração. Reconhecer pelo esforço e recompensar pelo resultado é essencial para o sucesso de qualquer negócio. O gestor tem neste livro um interessante passo- a - passo de como implantar um sistema de premiação ou reconhecimento independente do tipo de negócio no qual esta organização esteja envolvida. Sabendo que todo processo de aprendizado inclui erros e desafios, o autor também os cita com propriedade em sua narrativa. “Liberte-se dos Medos - Superando a Ansiedade e Vivendo sem Preocupações” – de Joseph O´Connor - Editora Qualitymark Como transformar o medo em ação positiva sempre foi um desafio, independente do contexto cultural no qual se conviva. Terapeutas, gestores e comunicadores de todos os campos utilizarão os exercícios práticos desta obra para lidar com o medo nos próximos anos. Mas este livro não diz respeito a apenas livrar-se do medo. Aborda também o aproveitamento da felicidade e a liberdade emocional de uma vida sem medos irreais. Alguns medos merecem ser alvo de riso, alguns merecem ser ignorados, outros respeitados e você precisa saber distinguir uns dos outros. Expediente Grupo LET Recursos Humanos Membro Oficial Matriz Centro Empresarial Barra Shopping Av. das Américas 4.200, Bloco 09, salas 302-A, 309-A – Rio de Janeiro – RJ – tel: (21) 3416-9190 - CEP – 22640-102 / Site: http://www.grupolet.com Escritório São Paulo - Rua James Watt 84, 2º andar - Brooklin – Cep: 04576-050 - São Paulo (SP) – Brasil - Tel: (11) 5506-4299 / 5505-2509 / 5506-0639 Escritório Curitiba - Avenida Winston Churchill 2.370 sala 406, 4º andar - Pinheirinho Cep: 81150-0050 - Curitiba (PR) – Brasil - Tel: (41) 3268-1007 Diretor Executivo: Joaquim Lauria Joaquim Lauria Diretor Executivo do Grupo LET 2 | Janeiro / Fevereiro | 2009 ENTREVISTA especial Diretor Adjunto: Kryssiam Lauria Capa: Alexandre Peconick Revista News Publicação bimestral Março / Abril 2009 Ano 3 – Nº 14 – Tiragem 1.500 exemplares Jornalista responsável (redação e edição): Alexandre Peconick (Comunicação Grupo LET) - Mtb 17.889 / e-mail para [email protected] Diagramação e Arte: Murilo Lins ([email protected]) Impressão: Walprint Gráfica e Editora Ltda. Endereço: Rua Frei Jaboatão 295, Bonsucesso – Rio de Janeiro – RJ E-mail: [email protected] Tel: (21) 2209-1717 ERRATA: Erramos na legenda da PG6 edição nº 13 (Janeiro / Fevereiro 2009) ao nos referirmos a Cristiane Maciel como “colaboradora da TIVIT”. Na verdade, Cristiane é Supervisora de Relacionamento do Ponto Frio, empresa cliente da TIVIT. Andrea Beatriz Ramalho Flores Analista de Relações Humanas da Promon Engenharia Foto: Alexandre Peconick Editorial “Estratégia inteligente é investir sempre na Comunicação” E la está apenas há pouco mais de um ano na Promon Engenharia, mas já vestiu de corpo e alma a camisa da empresa recordista da Listas Melhores Empresas Para Trabalhar (figurou em todas desde a primeira em 1997). Andrea Beatriz Ramalho Flores, 27 anos, carioca, é a Analista de Relações Humanas do escritório do Rio de Janeiro, no bairro do Flamengo. Para começar a entender a qualidade de seu ambiente de trabalho o nome de sua área já é um indicativo: “Recurso Humano” é um termo ultrapassado, mais condizente com a realidade dos cerca de 400 profissionais que estão sob seu suporte melhor é dizer “Relações Humanas”. Graduada em Psicologia (UFRJ -2003), Andrea também concluiu MBA em Gestão de Pessoas (UFF-2005) e MBA em Gestão Empresarial (Escola de Engenharia UFRJ -2008). Ainda universitária já atuava em RH, estagiando na Workers Informática, onde mais tarde seria efetivada. Antes de ingressar na Promon em fevereiro do ano passado para se responsabilizar pelas áreas de Recrutamento & Seleção e Desenvolvimento no escritório do Rio de Janeiro; ela também teve passagem pela Petrobras (prestadora de serviços) e coordenou o RH da Analytical Solutions. Nesta entrevista, Andrea nos conta como a Promon – empresa que atua em diversos setores e completa 50 anos em 2010 – tem passado com inteligência e muita estratégia pela crise. NEWSLET – Qual é a sua relação com a matriz em São Paulo? NEWSLET – Como é a cultura da Promon e como foi a sua entrada nela? Andrea Beatriz – Minha relação com a direção de RH em São Paulo é diária e bastante próxima, seja pessoalmente ou por vídeo conferência. Buscamos romper as barreiras da distância para estarmos sempre alinhados com as práticas e tomadas de decisão. Andrea Beatriz – A Promon é uma empresa na qual os profissionais são acionistas.Isso nos faz sentirmos mais responsáveis pelo sucesso do negócio. Quando fui convidada a trabalhar aqui não tive dúvida em aceitar. Já conhecia a Promon; acompanhava as pesquisas das Melhores Empresas Para Trabalhar. Lia as entrevistas da Márcia Kopelman (Diretora de Relações Humanas e Comunicação – São Paulo – SP). Encantou-me o desafio de atuar no do RH da empresa aqui no Rio. NEWSLET – A divisão do trabalho em áreas facilita o seu foco e planejamento? Andrea Beatriz – Sem dúvida. A área de Relações Humanas da Promon tem cerca de 20 pessoas e cada uma tem seu foco. Sem perdê-lo, participamos Janeiro / Fevereiro | 2009 | 3 parceiros let - ABRH-RJ Entrevista do que acontece nas outras áreas. A cada novo projeto é realizada uma reunião conjunta. E todos têm exata noção do trabalho que é desenvolvido por cada uma das áreas da Diretoria de Relações Humanas. NEWSLET – O que o RH da Promon entende sobre a importância de se ter novas estratégias? Andrea Beatriz – A Promon é uma empresa marcada pela Inovação, que tem se reinventado ao longo da história. Mantemos tradição em criar áreas de negócio e antecipar inúmeras demandas de mercado. E Relações Humanas é uma área efetivamente estratégica: temos uma diretoria que se senta à mesa com a direção da empresa. O questionamento constante das práticas, ou seja, se a forma de trabalho é a melhor possível para aquele momento, é algo fundamental para nossas pessoas e que permeia não somente o RH, mas todos os setores da empresa. Somos inquietos e isso facilita naturalmente a criação de estratégias. NEWSLET – Nessa busca do RH ao lado dos líderes da empresa qual é a ferramenta mais usada? Andrea Beatriz – Investimos muito em Comunicação. Temos uma série de eventos internos que favorecem a Comunicação justamente para alinhar expectativas de profissionais e da direção da empresa. As decisões da Promon são discutidas em um formato colegiado, passando por todos os líderes da empresa, até que cheguem a todas as unidades para serem ratificadas. NEWSLET – Dê um exemplo de nova estratégia para o RH da Promon... Andrea Beatriz – Temos constantes revisões e buscas por novos canais. Em 2008 implementamos novas práti4 | Janeiro / Fevereiro | 2009 cas para busca de talentos, ampliando nossa rede de contatos e fontes de recrutamento, contando com parcerias de consultorias e intensificando contatos com as melhores universidades, inserindo novas formas de atrair e de nos comunicarmos com estes futuros profissionais. O programa de estágio também foi transformado. Estamos também implementando novo processo de avaliação de desempenho e um programa de acompanhamento profissional. NEWSLET – Reter a chamada “Geração Y” (nascidos entre 1978 e 1983) é muito difícil. O que a Promon apresenta para atrai-los e motivá-los? “As decisões são discutidas em formato de colegiado passando por todos os líderes da empresa” Andrea Beatriz Andrea Beatriz – O principal diferencial é ter muita transparência; é não reter informações e passá-las com velocidade. Temos um portal corporativo (Internet), reuniões de comunidade e outras ferramentas de Comunicação. Preocupamo-nos sempre em criar ambientes propícios à inovação e em priorizar o respeito às individualidades dos funcionários. E isso é também investir em Qualidade de Vida. E não fazemos isso só agora, mas desde 1970; tanto que temos funcionários felizes por estarem há mais de 30 anos na empresa. NEWSLET – Como a Promon vem lidando com esta crise macro-econômica mundial? Andrea Beatriz – Confortáveis de um lado, alertas de outro. Temos uma carteira de clientes e projetos que já estavam em andamento desde antes. Mas é claro que este é um momento que exige cautela, então as práticas estão sendo revistas e questionadas. O número de contratações caiu em comparação com 2008 – foram admitidos 174 profissionais. Precisamos manter o nível máximo de Comunicação para gerenciar esse momento. NEWSLET – Mas mesmo dentro da cautela e incerteza é possível a Promon passar aos seus colaboradores uma visão otimista? Andrea Beatriz – Não podemos abrir mão de nos comunicarmos o tempo todo com os profissionais da empresa. Informamos a eles tudo sobre a visão da Promon em relação ao mercado, os prognósticos. Também investimos em aumentar a relação de confiança mútua. NEWSLET – Como o RH lida com os questionamentos dos colaboradores atuando como ponte entre eles e a direção? Andrea Beatriz – Com intensa disponibilidade de informações objetivas e verídicas. Nas reuniões após a divulgação dos resultados colocamo-nos à disposição para dúvidas. Os números da empresa, o acompanhamento dos projetos e as pesquisas salariais estão abertas aos profissionais. Eventualmente, e é natural, existe sim inquietação dos funcionários, mas quando as informações são bem colocadas e no tempo certo as dúvidas são sanadas. NEWSLET – Trocar experiências com o mercado é também prioritário ao RH da Promon? Andrea Beatriz – Com certeza! Participamos de grupos de estudos e fazemos reuniões de benchmark. Estamos atentos às práticas que têm trazido bons resultados em outros lugares e valorizamos as trocas com o meio acadêmico. Congresso RH-RIO 2009 Nova inteligência para as organizações Foto: Divulgação ABRH-RJ Legenda das fotos dos palestrantes Da esquerda para a direita: Manuel Scotto, Barry Johnson, Guilherme Santiago, Lama Padma Samten e Susan Andrews; nomes que garantem alta qualidade no conteúdo de mais uma edição do congresso da ABRH-RJ N ão é só a novela das nove que busca entender o outro lado do mundo. Em momento de crise mundial, o Congresso RH-RIO 2009, que acontece no Centro de Convenções SulAmérica de 3 a 5 de junho (inscrições em www.abrhrj.org.br ou tel.: 21 2533-2806), irá propor aos gestores a reflexãos para implementar soluções que contemplem conexões entre as diversas culturas afim de que convivam harmonicamente. “Não é só o mercado de trabalho, o planeta vive hoje uma integração; muros e fronteiras caíram, sistemas ideológicos colapsaram e dogmas perdem sua força; a nova sabedoria está em como tratar as polaridades transcendendo os extremos para ver o todo e aproveitar a dinâmica do movimento entre e além dessas polaridades”, explica Paulo Monteiro, do Comitê Temático do RH-RIO 2009. Como o tema “Além do Ocidente e Oriente – Uma Nova Inteligência para a Gestão Convergente”, a 35ª edição do Congresso Estadual de Recursos Humanos da ABRH-RJ irá abordar o desafio das organizações em lidar com a integração entre aparentes dualidades. Exemplos? Curto prazo x Qualidade; Cliente x Público interno; Tecnologia x Pessoas; Lucro x Sustentabilidade, entre outros. “Nossa era demanda um perfil de GestorLíder que busque a convergência a partir das diferenças, que administre polaridades aparentemente excludentes, que integre as diversas partes num todo que faça sentido”, reforça Paulo Monteiro. Paralelo ao RH-RIO 2009, como acontece em todas as edições, será destaque a feira de produtos e serviços em gestão de pessoas EXPO RH-RIO. Neste ano há vários estandes estreantes como Souza Cruz, Belo Dente, Corporate Coach U Brasil, Dinmore Associates e a central de idiomas World Magic. Para dar corpo à “gestão convergente”, um time de palestrantes com dimensão internacional irá compro- var porque afinal o modelo moderno de gestão já não aceita mais decisões isoladas. Destaque neste time para o pesquisador e consultor americano Barry Johnson, expert em “Gestão de Polaridades”, tema de sua conferência. Sua ferramenta de Mapeamento de Polaridades é utilizada por organizações mundiais para ajudar líderes a compreender e gerir ambigüidades. Susan Andrews (Antropóloga graduada por Harvard, colunista de Época e coordenadora do Parque Ecológico Visão Futuro); Ana Silvia Matte (Diretora Estatutária de Gente da Light); Guilherme Santiago (Diretor da Royes Consultoria e criador do Sistema de Organização Musical); Manuel Scotto (Diretor de RH dos Laboratórios Servier do Brasil) e Lama Padma Samten (Mestre budista, Mestre em Física e autor de “A Jóia dos Desejos”) completam os craques de um time capaz de fazer qualquer gestor sair de casa em pleno domingo, dia da abertura do evento. Março / Abril | 2009 | 5 capa François Haas – Diretor Geral da Turbomeca do Brasil François Haas dirige a Turbomeca aqui no Brasil. A Turbomeca está presente em outros 12 países P arodiando o escritor Milan Kundera, A Insustentável Leveza do “Ser Presidente” é um adorável desafio para François Haas, 53 anos, nascido em Mulhouse (França) e radicado há 11 anos no Brasil. O suave sotaque francês, fala calma, pausada, mas firme, não escondem a paixão em lidar com pessoas, sentimento que só cresceu ao longo de mais de 25 anos de lições que contamos aqui na proposta de tentar explicar o perfil do Número 1 de uma empresa. Sob seus ombros está a Direção Geral da Turbomeca do Brasil, braço brasileiro da multinacional francesa que fabrica e faz manutenção de turbinas de helicópteros. Entre 2002 e 2008 ele levou a empresa de um faturamento anual de € 30 milhões (Euros) para € 280 milhões (Euros) e o quadro funcional de 10 para 271 funcionários, crescimento invejável no mercado nacional. O executivo já 6 | Março / Abril | 2009 chegou à empresa como o Número 1. O convite oriundo de Pau (França), matriz da Turbomeca (empresa do Grupo Safran), deveu-se às expertises gerenciais e técnicas acumuladas. Segundo Haas, o Número 1 de uma empresa não deve ficar “resolvendo problemas”; para estas funções existem pessoas capacitadas. O presidente é um estrategista que gerencia recursos financeiros e humanos, posicionando cada pessoa no cargo onde cada um tem mais condições de agregar valores à empresa. Para ter esta visão periférica, um job rotation durante a carreira, conhecendo as atribuições e o dia a dia dos cargos é imprescindível. “Aproveite os 15 primeiros anos de sua carreira para atuar nos vários cargos de sua empresa ou vários setores de sua profissão ou em vários países”, sugere Haas. De qualquer forma o executivo franco-brasileiro ressalta que “Ser Pre- sidente” não deve ser o objetivo principal de ninguém. “Jovens me perguntam: ´O que devo fazer para chegar à sua posição?´; mas a pergunta correta deveria ser: ´O que vou precisar para aumentar minha paleta de talentos e competências?´; depois desse reposicionamento as oportunidades surgem e se formos rejeitados em alguma oportunidade é preciso não desanimar”, aconselha o Número 1 da Turbomeca do Brasil que afirma ser um erro se trabalhar a contra-gosto em alguma atividade só porque aquilo o fará chegar ao topo do negócio. Haas entende que a oportunidade de subir na carreira é dada a pessoas que gostam do que fazem e aprendem com isso. Engenheiro Aeronáutico graduado em Toulouse (França), François Haas iniciou sua carreira profissional como professor de Matemática no Liceu Francês de Montevidéu (Uruguai). Mais tarde viria a fazer carreira de 15 anos na Air France, período em que também chegou a ter uma transferência de três anos para a fábrica da Boeing em Seattle (EUA). E em 1998 recebeu convite para atuar na General Eletric (GE) no Rio de Janeiro. “Todas as oportunidades que tive foram inesperadas, aceito os desafios sem pensar demais”, admite Haas. Na visão do Diretor Geral, conhecer várias culturas é ação hoje indispensável ao processo decisório. “Ao conhecer e respeitar o jeito de ser de cada cultura tenho mais facilidade em integrá-las e envolvê-las no objetivo coletivo da empresa; além disso, no caso aqui da Turbomeca, o intercâmbio entre culturas amplia a rede de contatos de cada um o que torna mais mais rápido e qualitativo o processo de decisão”, explica. Para Haas ao invés de tentar mudar a cabeça de alguém, o líder da empresa deve criar “pontes” entre culturas, sendo flexível o tempo todo. “É vital para quem lidera ou vai liderar uma empresa saber lidar com mercados globais, reconhecer as diferenças das culturas, identificando as partes comuns entre elas, de forma a consolidar relacionamentos”, analisa ele. Outro grande desafio e pré-requisito de um presidente moderno é o de saber gerenciar o crescimento de uma empresa. Seu maior cuidado neste ponto deve ser o de conceder ao funcionário o mesmo tratamento que dá ao cliente. Tomar uma decisão é outra arte na qual cada presidente coloca a sua assinatura. Haas assegura que esta ação é muito simples. O grande problema está no resultado. E se não der certo? “Antes da decisão, devemos reunir os envolvidos e não apenas imaginar, mas ter estruturado um plano B; ou seja, se o principal não funcionar, já temos outro prontinho para entrar em ação, sem prejuízo ou perda de tempo”, esclarece o executivo. Ter a mente alerta para imaginar que algo pode não dar certo não é atitude derrotista para Haas, mas sim um importante passo para criar a alternativa mais eficaz. De seu gabinete na sede brasileira da Turbomeca em Xerém (Duque de Caxias – RJ), ao pé da bela serra de Petrópolis, Haas se depara com uma questão inerente a qualquer Nº1 de organização: a solidão de certas decisões. “Não tem jeito, a solidão é real e faz parte da responsabilidade de imaginar que uma ação pode ter reflexo para os próximos cinco anos; o melhor a fazer neste caso é manter alto o nível de concentração”, afirma. E François Haas usa de três “estratagemas” para atingir boa concentração: lê muito e na língua original de cada escritor (seja ele inglês, espanhol, alemão, brasi- Fotos: Divulgação Turbomeca do Brasil LIÇÕES DE UM PRESIDENTE Foto: Alexandre Peconick capa Grandes corporações privadas e governamentais contratam os serviços da Turbomeca, entre as quais as do setor de óleo e gás, que dispõem de 80 helicópteros leiro ou francês); adora cozinhar nos finais de semana (“me ajuda a relaxar e limpar a mente”, diz) e valoriza muito a qualidade de seu sono (dorme pelo menos sete horas por dia mesmo em períodos de agenda lotada). Tudo isso sem dispensar a sua forma mais adequada de conciliar vida pessoal e profissional. Casado e pai de quatro filhos (com idades entre 10 e 17 anos), François Haas considera importante separar valiosos momentos para estar com seus filhos. “Aprendo sempre muito com eles”, diz Haas que, embora consiga planejar e tirar férias sempre fica “um pouco conectado à empresa” nesse período. E estar conectado é um ponto chave em qualquer fase da carreira. Em 1994, durante uma reestruturação da Air France, o talento de liderança de Haas já seria decisivo para a reorganização de um dos setores da empresa. “Neste momento aprendi muito com consultores especialistas em Sociologia da Empresa como de fato entender como reagem as pessoas em meio a mudanças”, lembra. Quinze anos mais tarde este fantástico aprendizado está lhe sendo útil para planejar a retomada do crescimento pós-estabilização na Turbomeca do Brasil. Lição aprendida e aplicada por um presidente. Março / Abril | 2009 | 7 EDUCAÇÃO EXECUTIVA As aulas de MBA do IAG/PUC-Rio chegam até a Barra em 2009 V alioso passaporte para se comunicar melhor nas organizações, ampliando, por exemplo, o conhecimento sobre cargos e funções, processos de gestão e planejamento estratégico, o curso MBA está em alta na cotação dos profissionais de todas as áreas. Dados das melhores instituições do Rio de Janeiro e São Paulo que oferecem estas especializações em gerenciamento confirmam que a crise impulsionou entre 50% a 70% a procura aos MBA. “Esta é uma tendência mundial; quem está empregado quer se aprimorar mais e quem está fora precisa mostrar que está se qualificando; nos EUA, núcleo da crise, as escolas que oferecem MBA estão com demanda incrível”, destaca Antonio Freitas, Di8 | Março / Abril | 2009 retor Executivo da Central de Qualidade e Inteligência de Negócios da IDE (Instituto de Desenvolvimento Educacional)/FGV. Além de chances reais de empreender novas carreiras ou crescer na que já está, a “visão periférica” proporcionada pelo MBA facilita a conversa entre as áreas. “É frequente um engenheiro ou um médico graduado comparecer a uma reunião de empresa e não conseguir dialogar com um profissional de marketing ou de finanças; após o MBA este engenheiro ou médico vence essa barreira”, exemplifica Martim Francisco, Gerente dos Cursos de Educação Executiva da Escola de Negócios IAG/PUC-Rio. Entre as instituições que oferecem os cursos de Master Business Administration (MBA) elegemos a FGV-Rio (Fundação Getúlio Vargas – www.fgv. br/) e a Escola de Negócios IAG/PUCRio (www.iag.puc-rio.br) para mostrar porquê este tipo de pós-graduação coloca de fato profissionais “de cara para o gol” neste mercado altamente competitivo. A carioca, designer gráfica e programadora visual Sandra Birman, de 39 anos, teve no MBA em Marketing pela FGV sua decolagem ao empreendedorismo em alto nível. Antes de concluir o MBA, em 2005, ela já tinha sua empresa, a Fluxus Design, atuando no mercado da produção de capas de CD, logomarcas, rótulos, folders e similares. Ela reconhece que à época sentia falta de uma visão profunda em vendas e marketing. Graduada em Programação Visual, já tinha “sangue empreendedor”, mas atribui à vivência Luz direcionada O MBA em Marketing abriu um mundo de oportunidades à designer Sandra Birman Cena do MBA da FGV-Rio de marcas inteligentes via Internet; atraente, sobretudo, pelo seu baixo custo em função da não necessidade de impressões gráficas. Do alto de mais de mil logomarcas aprovadas on line, Sandra ressalta que com o MBA o profissional criativo por natureza perde o medo de arriscar. “Conhecer e dominar as ferramentas te dá uma segurança impressionante para fazer algo novo funcionar”, garante Sandra. Usando o que aprendeu durante o curso, ela visualiza com facilidade cada detalhe do negócio com seus clientes. Do “Q.G” da iMarca (www.imarca. com.br), em Ipanema (Rio), ela atende clientes em todos os estados do Brasil e em países como Portugal, Angola, Moçambique, Estados Unidos, Japão e Inglaterra. A visão estraté- gica absorvida com os profissionais gabaritados da FGV também lhe deu suporte para planejamentos em longo prazo. Não à toa, a iMarca está “vacinada” contra os vai-e-vens do mercado: além de logos desenvolve outras peças de design, websites e oferece sugestão gratuita on line de nomes de empresas. Sandra alerta quem pensa em MBA como “um nome bonito no currículo”: “É preciso ter vivência e objetivos muito claros porque do contrário você se perde em meio a grandes oportunidades”. Ela e outros quase 60 mil alunos aproveitam a alta qualidade e vivência internacional dos cerca de dois mil professores da Fundação Getúlio Vargas. “Dentro do trinômio pesquisa, difusão do conhecimento e responsabilidade social, a capacidade intelectual da FGV está entre as maiores do mundo”, afirma o Prof. Antonio Freitas da IDE/FGV e membro ativo do Conselho Nacional de Educação. Segundo o Prof. Freitas há quatro grupos de pessoas que buscam um dos 19 cursos MBA da FGV: o 1º quer melhorar o currículo porque fez universidade fraca; o 2º pretende mudar Foto: Marco Cavalcanti Valem mais do que pesam gerada pelo MBA a “luz” para montar o modelo ideal de empresa. O embrião da empresa na qual é a “Número 1” ou Diretora de Criação, a iMarca, foi gerado e desenvolvido durante o MBA. “Observava com muito mais bagagem e senso crítico as coisas que as pessoas realmente precisam e ir de encontro às necessidades delas é de fato o que explica a longevidade de um produto no mercado; além disso, o MBA também me deu entendimento agudo das profissões em relação às experiências das pessoas e o que é mais legal, as teorias ensinadas permitem inovação, mutação, adaptação às nossas realidades”, conta Sandra, que considera o network com os colegas 50% do aprendizado do curso. “As visões de mundo de outros profissionais me enriqueceram muito; no meu caso ajudaram a entender inúmeros processos de criação de marcas”, lembra a Designer que tinha entre os colegas economistas, médicos, profissionais de TI, decoradores e até do mercado imobiliário. Foi o ambiente gerado pelo MBA que abriu os olhos de Sandra para um novo nicho de mercado: o da criação Foto: Divulgação FGV MBAs Divulgação IAG/PUC-Rio EDUCAÇÃO EXECUTIVA Março / Abril | 2009 | 9 EDUCAÇÃO EXECUTIVA Foto: Alexandre Peconick Monique Paiva, Analista de RH do Grupo LET, concluiu o MBA em Gestão e Recursos Humanos da IAG/PUC-Rio CURSO MBA – Exemplo de estrutura – Gestão e Recursos Módulo Estratégico – Visão ampla do ambiente organizacional permitindo alinhar comportamentos pessoais aos negócios, focando valores humanos como vantagem competitiva. Alguns tópicos: Comportamento Organizacional, Cultura e Poder nas Organizações, Gerenciamento de Projetos; Ética e Responsabilidade Social. Módulo Funcional – Dar conhecimento ao aluno em Marketing e Finanças proporcionando familiaridade com estas áreas para a gestão dos recursos organizacionais. Tópicos: Finanças Corporativas; Marketing de Serviços. Módulo Instrumental – Ferramentas e insumos que permitem aos alunos atuar comprometidamente. Alguns tópicos: Planejamento Estratégico de RH e de Carreira; Modelos de Aprendizagem e Gestão do Conhecimento; Política de Remuneração; Comunicação nas Organizações; Criatividade e Inovação Organizacional; Endomarketing. 10 | Março / Abril | 2009 Foto: Divulgação IAG/PUC-Rio Humanos – IAG/PUC-Rio MBA “turbinado” Patrícia Freitas, quatro MBAs na bagagem e Martim Francisco, à frente da Gerência dos Cursos de Educação Executiva (na foto ao lado), comprovam o nível de excelência da troca com o mercado acadêmica desde 1993, a carioca Patrícia Freitas, Gerente de RH do Grupo Icatu Hartford é uma dessas “jóias do Nilo”. Ainda antes de graduar-se em Psicologia realizou nada menos do que sete estágios. “Precisava experimentar tudo para ter certeza do meu futuro”, justifica. Determinada, já fez em 16 anos de carreira em Recursos Humanos quatro cursos MBA, dois dos quais pela IAG/PUC-Rio. No primeiro, em 1996, pela Estácio de Sá, especializou-se em Gestão Pela Qualidade Total. Mas foi o MBA de Gestão e Recursos Humanos (1997) que lhe serviu de bússola. “O MBA da PUC abriu meu horizonte para todas as pontas do RH, facilitando o entendimento das conexões entre as áreas”, esclarece Patrícia que antes da Icatu, já atuou pela Fundação Mudes, Amesterdam Sauer (jóias), Mesbla (a qual define “grande escola de RH”), Texaco e Repsol YPF. Em sua terceira experiência acadêmica de MBA, Patrícia teve também o privilégio de fazer parte da 1ª turma América do Sul do MBA em Management na Universidad Austral, em Pilar (Argentina). “Lá desenvolvi ferramentas fortes como Liderança”, destaca. A convite da Texaco, ainda durante seu 2º MBA fez um job rotation pelas funções de RH, ampliando sua capacidade generalista. Em agosto de 2006 foi convidada pelo Grupo Icatu Hartford a assumir o cargo de RH Generalista para o qual muito contribuiu seu MBA Management pela IAG/PUC-Rio (2007/2008). “Os trabalhos de grupo com profissionais, por exemplo, de Música, Design, Informática e Finanças me ensinaram demais”, admite Patrícia que em sua atual função atende, ou é responsável por, cerca de 300 colaboradores de áreas como Gestão de Ativos, Jurídica, Fundo Fechado de Pensão, TI, Operações, Serviços Corporativos, Financeira, Processos e Atuarial.“ O perfil de uma liderança vem sofrendo uma série de mudanças e eu não teria essa facilidade de trânsito entre as áreas se não fosse pelas experiências proporcionadas pelos vários MBAs, com reflexões que a correria do mercado e os achismos da faculdade não apresentam”, explica a profissional da Icatu Hartford. Com a segurança e a capacidade de negociação adquiridas nos MBAs ela vem lidando com seu desafio atual: ser versátil para identificar a ferramenta mais adequada caso a caso. “Ferramentas do MBA nos ajudam a acompanhar as mudanças no perfil de uma liderança” O nível de vivência é pré-requisito para um MBA. “Não recomendamos que alguém faça MBA logo após graduado. Se a experiência for intensa, com muitos desafios, dois anos é um bom tempo; mas isso depende de qual MBA a pessoa deseja; o nosso MBA de Management, por exemplo, exige 10 anos de experiência em liderança”, argumenta Martim Francisco da IAG/PUC-Rio. A explicação é simples: ao receber os conhecimentos os alunos precisam estabelecer conexões com o mundo real deles; além disso, é necessário que consigam aplicar conhecimentos e que tragam problemas e questões de seu cotidiano para a sala de aula. E para garantir a qualidade dessa troca, a Escola de Negócios IAG/ PUC-Rio – unidade da melhor universidade privada do País, de acordo com o MEC - dispõe de um mix entre docentes gestores em suas empresas e aqueles mais voltados para a geração de conhecimento dentro da Foto: Divulgação FGV MBA para quem já tem ampla experiência profissional e quer se redirecionar. Também são muito procurados o MBA em Gestão, MBA de Finanças e MBA em Projetos; bem como os novos MBA Recursos Humanos e MBA em Logística. FGV também é sinônimo de globalidade; pois seus alunos podem complementar o MBA em instituições do peso de uma Harvard Business School, Michigan University, Babson College, Universidade de Barcelona (Espanha), entre outras. Os convênios incluem descontos e até gratuidades no local de destino. Porém, números apresentados pelo Prof. Freitas, comprovam que estudantes de bons cursos MBA no Brasil são “jóias raras do Nilo”. Ele revela que temos no Brasil cinco milhões de graduandos e outros sete milhões já graduados; mas desses apenas cerca de 5% apenas busca algum curso de especialização voltado ao mercado. Some-se a isso uma convergência cruel: pessoas formadas em instituições fracas têm poucas chances reais de obter empregos competitivos e no Brasil das 2.400 escolas de ensino superior apenas 40 possuem nível de excelência. Apaixonada pelo RH e pela vida Foto: Divulgação IAG/PUC-Rio de profissão, potencializando suas reais competências; o 3º pretende desenvolver sua carreira a aptidões de liderança e o 4º quer empreender um novo negócio. “A profundidade de um MBA é tamanha que, não raro, um profissional pode cumprir o seu objetivo e também atingir um ou mais entre os outros três”, analisa. Um dos MBAs de maior destaque na FGV é o Executive Foto: Divulgação Grupo Icatu Hartford EDUCAÇÃO EXECUTIVA O Prof. Antônio Freitas da Fundação Getúlio Vargas universidade. Além das experiências nos MBA in company - quando a academia se conecta com os casos das empresas in loco - as pesquisas de mercado dão corpo à atualização dos seis cursos MBA oferecidos. “Hoje nas empresas fala-se na habilidade de relacionamento; a “Inteligência Emocional”, que evoluiu para o conceito de “Inteligência Social”; então, temos enfatizado estes temas em nossos programas”, informa Martim, ex-executivo de empresas como BASF e L’Oréal. E essas experiências também são enriquecidas com vivência internacional. Durante cada MBA o aluno pode realizar cursos de complementação em instituições parceiras da IAG/PUC-Rio, como o Instituto D´Administration des Entreprises de Grenoble (França), a Fordham University (Nova Iorque – EUA), a Universidade da Flórida (EUA) e as Universidades Católicas da Argentina, Chile e Uruguai. E depoimentos como o de Sandra Birman e Patrícia Freitas são marcantes para a conclusão de que altos investimentos com um curso MBA (custam em média R$ 16 mil) geram retornos atraentes em um prazo até possível de se planejar. personagem Secretário Municipal de Trabalho Augusto Ribeiro – Este é um problema sério. Há áreas da cidade com fraco nível de escolaridade. Mesmo pessoas com 2º grau completo não entendem nada daquilo que leram, ou seja, não conseguem criticar a informação que recebem. Este é um grande problema para se colocar alguém no mercado. Então nossos cursos incluem noções de português e matemática, além de cidadania, porque há muitas pessoas desconhecem a postura correta de se apresentar em uma empresa. O que é isso? O que falar, como se sentar, como se vestir, ética, coisas básicas. (Nota de R.: para ter acesso a esses cursos basta procurar estas unidades nos endereços e telefones do quadro desta matéria). e Emprego do Rio de Janeiro “Gerando empregos e capacitando pessoas com qualidade” A ugusto Lopes de Almeida Ribeiro, 39 anos, gaúcho radicado no Rio de Janeiro, vem construindo sólida carreira na área pública e busca cumprir, com visão estratégica, o desafio de gerar empregos e trabalhos com qualidade para a população da Cidade Maravilhosa. Antes de assumir o atual cargo de Secretário Municipal de Trabalho e Emprego (Prefeitura do Rio), foi Chefe de Gabinete do deputado federal Brizola Neto, Diretor de Administração e Finanças da Cia. de Turismo do Estado do Rio (TurisRio), Diretor de Planejamento do Governo Anthony Garotinho e Coordenador Geral de Empreendedorismo Juvenil do Departamento de Políticas de Trabalho e Emprego para a Juventude do Ministério do Trabalho, durante o primeiro governo Lula. Sua recente experiência na área de Empreendedorismo e o conhecimento das políticas públicas federais foram decisivos para que recebesse o convite do Prefeito do Rio Eduardo Paes para um cargo dos mais impor12 | Março / Abril | 2009 tantes na esfera municipal. Nosso PERSONAGEM revela à NEWSLET que a parceria com a iniciativa privada será imprescindível ao sucesso de seu trabalho. da necessidade de empregabilidade da população. NEWSLET – Que panorama você encontrou para trabalhar na geração de empregos? Augusto Ribeiro – Percebemos que não havia comunicação direta entre os cursos que eram ministrados e o conteúdo que o mercado demandava. A distância era grande. A Secretaria de Trabalho vem se aproximando dos sindicatos e das empresas. Estamos lançando um programa nos bairros da Zona Norte já no segundo semestre deste ano para implantar um pólo de call center, reduzindo o ISS e o IPTU para as empresas que se instalarem nesse local. Apenas esta ação irá gerar, de início, dois mil empregos já acertados. A previsão é de que, em curto espaço de tempo, sejam cerca de 10 mil. Entre alguns dos programas que colocaremos em ação ainda em 2009 está o Empreendedorismo Juvenil em TI para comunidades carentes, que prevê treinamento de 1000 jovens e salários compatíveis com o mercado. Augusto Ribeiro – A Prefeitura dispõe, ainda, de uma estrutura que considero pequena, mas que pode fazer bem a função da geração de empregos. Temos quatro Centros Públicos de Trabalho, Emprego e Renda, em Campo Grande, Jacarepaguá, Tijuca e Ilha do Governador – ver quadro. O trabalhador desempregado, com qualquer nível de instrução, procura esses centros e se inscreve. Um programa on line do Ministério do Trabalho faz o cruzamento das informações da pessoa com as das vagas existentes nas empresas e consultorias que vamos buscar. Ao final dos próximos quatro anos queremos chegar a 10 desses centros, número calculado em função NEWSLET – Há troca de informação entre a sua Secretaria e a de Educação com objetivo de facilitar essa capacitação? NEWSLET – Como fazer para preencher vagas com qualidade? NEWSLET – De que forma a parceria com a ABRH-RJ pode ajudá-lo a cumprir os objetivos traçados? Augusto Ribeiro – Esta parceria é vital para nos aproximar aos RHs das empresas. Com isso saberemos exatamente que direcionamento os nossos cursos deverão ter. Não adianta impormos às pessoas cursos que não lhes serão úteis em sua empregabilidade. Queremos que a ABRH-RJ nos auxilie a encaminharmos com precisão pessoas a trabalhos de qualidade. Fazer isso é melhorar a gestão pública e não jogar dinheiro fora. NEWSLET – Além da ABRH-RJ vocês vão conversar com as consultorias de RH para que elas também possam contribuir? Augusto Ribeiro – Sem dúvida. Inclusive estarei reunido em breve com integrantes da ABRH-RJ para que possamos agilizar a questão dos Agentes Captadores, porque nisso os profissionais de RH nos ajudarão muito. NEWSLET – O que é “Agente Captador”? Augusto Ribeiro – Um intermediador de mão de obra. Quero colocar pessoas dentro desses Centros Públicos de Trabalho, Emprego e Renda não para apenas atender ao telefone ou esperar que os trabalhadores as procurem. Quero profissionais treinados que façam visitas a micro e pequenas empresas ao redor desses centros para oferecer serviços de pré-seleção aos empresários. NEWSLET – A verba disponível à sua Secretaria é suficiente para realizar todos os projetos? Augusto Ribeiro – Temos alguns projetos para as quais estamos buscando verba junto ao Ministério do Trabalho. Por exemplo, vamos fazer a 2ª edição do Juventude Cidadã aqui no Rio e essa verba está em processo de fechamento. Temos um projeto para a qualificação de 7 mil jovens de 18 a 27 anos e o valor do projeto é de R$ 11 milhões. Há também o projeto de qualificação em comunidades carentes para jovens que saem do Exército. Estamos buscando R$ 7 milhões para este projeto. O PLANTEQ também usará verba de R$ 2 milhões. Haverá ainda o PLANSEC para os ambulantes serem legalizados e treinados. NEWSLET – O que Augusto Ribeiro pensa sobre a importância do entrelaçamento entre setor público e setor privado? Augusto Ribeiro – Essa interação é fundamental. O setor público precisa dos referenciais do setor privado, porque este é o que emprega trabalhadores por CLT em sua maioria. O setor público precisa também identificar as necessidades do setor privado Foto: Alexandre Peconick Augusto Ribeiro Foto: Mônica Martelli personagem Augusto Ribeiro dá prioridade à qualificação profissional e aí sim disponibilizar recursos que viabilizem o acesso do trabalhador ao emprego. Esta conversa será a ação mais importante de minha Secretaria. NEWSLET – A crise impacta no seu trabalho? Augusto Ribeiro – Impacta. Nossos centros públicos ficam mais cheios de desempregados. Temos que prestar um serviço com muito maior atenção e qualidade. Aumentou o número de desempregados bem qualificados. Estaremos tentando qualificar pessoas que possam ser direcionadas a algumas “ilhas do mercado” não atingidas pela crise, como o setor de Óleo e Gás, por exemplo. SERVIÇO: Centros Públicos de Emprego, Trabalho e Renda (CPETR) Horário de funcionamento - 8h às 17h • Campo Grande - Rua Barcelos Domingos nº. 162 - tel.: (21) 2413-1955 • Tijuca - Rua Camarajipe nº. 25 - tel.: (21) 2570-9707 • Ilha do Governador - Estrada do Dendê nº. 2080 – Moneró - tel.: (21) 3367-3700 • Jacarépagua - Estrada Guerengê nº. 1630 2º andar - tel.: (21) 2443-8817 Outras informações – Prefeitura do Rio – Secretaria de Trabalho e Emprego (21) 2588-9170 / 2588-9166 Março / Abril | 2009 | 13 Diretora do Instituto Capacitare comenta efeitos da nova Lei do Estágio N este período de crise, os programas de estágios são excelentes alternativas de baixo custo para a empresa cumprir a sua missão, pois garantem o recrutamento e contribuem efetivamente para dotar o mercado de profissionais mais qualificados. A opinião é de Leyla Nascimento, Diretora do Instituto Capacitare (www.institutocapacitare. com.br) ao explicar que a diminuição recente das ofertas de estágio se deveu a uma confusão por parte das empresas com algumas normativas semelhantes às leis trabalhistas colocadas na nova Lei de Estágio no. 11.788/25/09/2008. “Imaginava-se que o custo aumentaria com a concessão de férias e obrigatoriedade do vale transporte; mas com a aplicação da lei, na prática, constatouse que não houve alteração no custo, além do fato de que o trabalho da área de RH com estagiários ficou até mais facilitado, entre outros fatores, pela determinação da carga horária semanal, que não pode ultrapassar 30 horas”, afirma Leyla. Leyla vai além quando indica forte tendência de crescimento promissor dos programas de estágio frente aos desafios do mundo corporativo. “Investimento em programas de estágios continuam garantindo a longevidade de empresas no mercado”, assegura a executiva. 14 | Março / Abril | 2009 ATESTADO MÉDICO F Foto: Divulgação ABRH-RJ Leyla Nascimento Fotos: Site Sxc.hu saúde e trabalho acontece alta ao trabalho sem justificativa gera prejuízo ao assalariado ou prestador de serviço. Mas em casos de problemas de saúde ou acompanhamento médico entra em cena o “personagem” Atestado Médico que abona faltas pelo tempo necessário à recuperação do problema ou ao acompanhamento. Afinal, quando o “personagem” é válido? Consultamos o Dr. Wanderley Ramos de Albuquerque, médico de trabalho que presta serviços ao Grupo LET Recursos Humanos. Segundo o Dr. Wanderley, é necessário entender que o “Atestado” afirma a veracidade de um fato com explicação médica em linguagem simples e objetiva, tempo de afastamento e documentação correta do médico que examinou o paciente ou concedente deste documento. É obrigação do contratante aceitar o conteúdo pleiteado pelo Atestado Médico que não for referente a acompanhamento. Devese, porém, seguir esta ordem de aceitação de atestados médicos no sentido de quem concedeu este documento: 1) médico da empresa ou do convênio; 2) médico do SUS; 3) médico do SESI ou SESC; 4) médico a serviço de repartição federal, estadual ou municipal; 5) médico de serviço sindical; 6) médico de livre escolha do empregado, no caso de ausência dos anteriores. De acordo com texto do Conselho Federal de Medicina, “o atestado médico não deve ter sua validade recusada, exceto se for reconhecido favorecimento ou falsidade na sua elaboração quando é requisitada a instauração do competente inquérito policial e, também, do indispensável procedimento administrativo disciplinar”. “Dessa forma é permitido ao médico da empresa negar atestado médico particular para abono de faltas trabalhistas desde que este justifique tal negativa e providencie pessoalmente a realização de reavaliação de exame no paciente”, informa o Dr. Wanderley. Para renovação, se o atestado tiver sido fornecido por médico do INSS, médico de empresa ou de sindicatos, este precisará conter tempo de dispensa escrito por extenso, conter diagnóstico conforme o Código Internacional de Doença, além de carimbo com assinatura do médico. É comum, no entanto, médicos serem assediados para emitir “atestados de doença” para pessoas resolverem problemas pessoais. As questões vão desde a ausência do filho ao colégio ou até a um final de semana prolongado. “Infelizmente é um fato culturalmente aceito em nossa sociedade; se é verdade que muitos médicos resistem, também o é que alguns são levados a conceder o ´atestado´ por laços de amizade”, admite o Dr. Wanderley. Este tipo de “atestado gracioso” é passível de conduta punível pela legislação penal brasileira. Legislação que, por exemplo, não obriga o empregador a abonar faltas se o atestado médico justificar que a pessoa “precisou acompanhar cônjuge ou filho em consulta médica”. Dependendo da situação – em caso de fato grave ou inesperado, por exemplo - se aceitos, os atestados de acompanhantes para filhos até 14 anos, devem prever ausência para no máximo um dia por mês. Mas para que o atestado seja válido em uma empresa, o ideal é que o gestor de RH estabeleça um procedimento interno regulamentando as condições em que serão aceitos, para que todas as áreas da empresa sejam atingidas por este regulamento da mesma forma. A empresa poderá determinar que os atestados de acompanhante justificam a ausência do período, mas não abonam. Nesse caso, as horas devem ser compensadas dentro de um prazo para não incorrer em prejuízos salariais. Março / Abril | 2009 | 15 Cuidamos com qualidade das pessoas que fazem o mercado Com espírito de inovação e melhoria contínua, o Grupo LET assegura aos seus clientes – empresas e público – alta qualidade no atendimento e prestação de serviços. Além da certificação ABNT NBR ISO 9001:2000, o Grupo LET é a única consultoria de RH do Estado do Rio de Janeiro filiada à RH Nacional e à NPA – National Personnel Associates Cooperative. Trazemos às organizações os melhores profissionais onde quer que eles estejam. Oferecemos os seguintes serviços: • Recrutamento e seleção • Mão-de-obra temporária • Terceirização de serviços • Busca de novos talentos • Executive search • Check up profissional • Treinamento Acesse www.grupolet.com - confira outras novidades e entre com contato conosco! Matriz: Centro Empresarial Barra Shopping – Avenida das Américas, 4.200 – BL.9 –sala 302 A Barra da Tijuca – Rio de Janeiro (RJ) – CEP 22640-102 – Telefax (55 21) 3416-9190 São Paulo: Rua James Watt, 84 – 2º andar – Novo Brooklin São Paulo (SP) – CEP 04576-050 – Telefax – (55 11) 5505-4299 Curitiba: Avenida Winston Churchill 2.370 sala 406, 4º andar Pinheirinho - Cep: 81150-050 - Curitiba (PR) –Telefax: (41) 3268-1007 Grupo RECURSOS HUMANOS