IFGF 2013 – Análise Região Baixada Lançado no ano passado, o Índice FIRJAN de Gestão Fiscal (IFGF) jogou luz sobre um tema de grande importância para o país: a forma como os tributos pagos pela sociedade são administrados pelas prefeituras. O IFGF utiliza-se exclusivamente de estatísticas oficiais declaradas pelos próprios municípios 1 , sendo composto por cinco indicadores: Receita Própria, Gastos com Pessoal, Investimentos, Liquidez e Custo da Dívida2. A leitura dos resultados é bastante simples: a pontuação varia entre 0 e 1, sendo que, quanto mais próximo de 1, melhor a gestão fiscal do município no ano em observação. Outra importante característica do IFGF é que sua metodologia permite tanto comparação relativa quanto absoluta, isto é, o índice não se restringe a uma fotografia anual, podendo ser comparado ao longo dos anos. Em 2011, dos dezesseis municípios da Baixada Fluminense, dois apresentaram gestão de excelência (conceito A no IFGF), quatro apresentaram boa gestão (conceito B) e dez registraram gestão em dificuldade (conceito C). As três cidades mais bem colocadas na região conseguiram classificar-se na lista dos 500 maiores IFGFs do país. Itaguaí, 2ª colocada no ranking estadual e líder na região, apresentou nota máxima no IFGF Receita Própria, além de conceito A no IFGF investimentos e no IFGF Custo da Dívida. Isso indica que a cidade gerou mais de 40% de suas receitas, manteve altos níveis de investimentos e comprometeu muito pouco do seu orçamento com o pagamento de juros e amortizações. Por outro lado, 2ª colocada da região, Mesquita mostrou que é possível obter excelentes resultados no IFGF a despeito da baixa geração de receitas próprias: o município obteve conceito A nas quatro outras vertentes do IFGF, inclusive mantendo a nota máxima no IFGF Investimentos. No 3º lugar, Nilópolis se destacou pelo expressivo avanço na comparação com 2010 (+21,2%), impulsionado pela melhor administração dos restos a pagar: o IFGF Liquidez saltou de 0,0769 para 0,8378 pontos entre 2010 e 2011. Completando o grupo de municípios com bom desempenho em 2011, Queimados, Miguel Pereira e Japeri se destacaram pelos excelentes desempenhos no IFGF Liquidez e no IFGF Custo da Dívida, vertentes nas quais Queimados registrou nota máxima. Vale ressaltar, contudo, a forte queda registrada em Japeri (-15,6%), explicada pela significativa redução dos investimentos. Resultados dos municípios da Baixada Fluminense Ranking Municípios IFGF 2010 2011 Var. (%) Receita Própria 2010 2011 Gastos com Pessoal 2010 2011 Investimentos 2010 2011 Liquidez 2010 2011 Custo da Dívida BR UF 25º 2º Itaguaí 0,8306 0,8511 2,5% 1,0000 1,0000 0,7422 0,7744 0,9103 0,8982 0,6381 0,7039 0,9018 0,9135 2010 2011 43º 3º Mesquita 0,7431 0,8283 11,5% 0,3041 0,3430 0,6553 0,9587 1,0000 1,0000 0,9133 0,9395 0,9671 0,9903 444º 17º Nilópolis 0,5944 0,7204 21,2% 0,5207 0,5260 0,7166 0,6497 1,0000 0,8260 0,0769 0,8378 0,7368 0,8150 969º 21º Queimados 0,6466 0,6639 2,7% 0,3544 0,3622 0,4777 0,5591 0,9246 0,5849 0,6725 1,0000 1,0000 1,0000 1589º 37º Miguel Pereira 0,5591 0,6130 9,6% 0,4432 0,4212 0,5439 0,5584 0,1703 0,3803 0,9368 0,9676 0,8795 0,8937 1704º 41º Japeri 0,7154 0,6039 -15,6% 0,1714 0,2026 0,6214 0,5721 1,0000 0,5358 0,9813 0,9655 0,9120 0,9181 1885º 45º Seropédica 0,6110 0,5909 -3,3% 0,3226 0,3944 0,6162 0,6381 0,4175 0,4611 0,9923 0,7363 0,8260 0,8915 1886º 46º Paty do Alferes 0,7429 0,5908 -20,5% 0,3742 0,2755 0,5693 0,6209 0,9192 0,3008 0,9979 0,9871 0,9926 0,9938 2060º 51º Belford Roxo 0,6126 0,5781 -5,6% 0,4077 0,3848 0,6333 0,5432 0,5072 0,4660 0,8864 0,8901 0,6475 0,6423 2081º 52º Duque de Caxias 0,6753 0,5767 -14,6% 0,6724 0,7003 0,6886 0,6239 0,4593 0,4077 0,9034 0,5633 0,6252 0,6025 2408º 61º São João de Meriti 0,5919 0,5538 -6,4% 0,6267 0,6558 0,4445 0,4370 0,7445 0,6025 0,5329 0,4764 0,6351 0,6517 2532º 64º Mangaratiba 0,5799 0,5448 -6,1% 0,6423 0,7484 0,4640 0,4189 0,3836 0,0908 0,6709 0,7506 0,9374 0,9283 2952º 71º Magé 0,6098 0,5131 -15,9% 0,3825 0,3666 0,5862 0,5755 0,4953 0,2992 0,8024 0,5951 0,9983 0,9993 3179º 78º Guapimirim 0,5441 0,4944 -9,1% 0,2725 0,2481 0,6215 0,6510 0,2020 0,2365 0,9303 0,6755 0,8817 0,8688 3554º 81º Paracambi 0,6422 0,4617 -28,1% 0,2124 0,2219 0,8311 0,7080 1,0000 0,2738 0,5465 0,5535 0,5943 0,6635 3671º 85º Nova Iguaçu 0,5709 0,4501 -21,2% 0,5535 0,6002 0,7277 0,6928 0,3497 0,2929 0,8059 0,4144 0,2261 0,0000 1 Os dados são fornecidos pelos próprios municípios à Secretaria de Tesouro Nacional, responsável por consolidar e disponibilizar as estatísticas referentes às contas públicas municipais. 2 A análise completa dos resultados e a metodologia de construção do índice e dos indicadores que o compõem estão disponíveis em www.firjan.org.br/ifgf. 1 Entre os municípios que apresentaram conceito C na região, Seropédica apresentou boas notas no IFGF Gastos com Pessoal e no IFGF Liquidez, além de ter conseguido excelente desempenho no IFGF Custo da Dívida. Por sua vez, Paty do Alferes manteve excelentes notas no IFGF Liquidez, no IFGF Custo da Dívida e avançou na gestão de gastos com pessoal. Contudo, em ambas as cidades foram baixos os resultados do IFGF Investimentos, que inclusive apresentou forte queda frente a 2010 no caso de Paty do Alferes. Belford Roxo e Duque de Caxias aparecem na sequência, também com dificuldades na gestão fiscal. Em comum entre elas está o conceito C no IFGF Investimentos. Além disso, Belford Roxo ainda apresentou conceito C no IFGF Gastos com Pessoal, enquanto Duque de Caxias registrou forte redução no IFGF Liquidez, que atingiu conceito C, indicando uma piora na administração dos restos a pagar. São João de Meriti, por sua vez, apresentou baixas pontuações no IFGF Gastos com Pessoal e no IFGF Liquidez. Vale ressaltar, contudo, que a cidade apresentou bom desempenho no IFGF Receita Própria e no IFGF Investimentos. Entre os cinco municípios mais mal avaliados da região, o baixo nível de investimentos foi a característica comum: todos eles apresentaram conceito D nessa variável, com destaque para Mangaratiba, que obteve nota próxima de zero. Magé, Paracambi e Nova Iguaçu chamaram atenção pelos fortes recuos frente à avaliação anterior: -15,9%, -28,1%, -21,2%, respectivamente. As principais influências para esses movimentos foram a queda do IFGF Investimentos em Paracambi, do IFGF Liquidez em Nova Iguaçu e dessas duas variáveis em Magé. O último colocado, Nova Iguaçu, ainda ficou com nota zero no IFGF Custo da Dívida, o que indica que a prefeitura comprometeu mais de 13% de seu orçamento com o pagamento de juros e amortizações em 2011. 2