Anais do XX Congresso Brasileiro de Automática Belo Horizonte, MG, 20 a 24 de Setembro de 2014 INTELIGÊNCIA GCR PARA SMART GRIDS DE BAIXA TENSÃO JOSÉ. R.SICCHAR, CARLOS T.DA COSTA, JOSÉ R. SILVA,RODRIGO C.DE FREITAS Escola Superior de Tecnologia, Universidade do Estado do Amazonas Av. Darcy Vargas,1200, Parque Dez,CEP 69050-020,Manaus,AM,Brasil E-mails: [email protected],[email protected] ITEC, Depto. de Eng.Elétrica, Universidade Federal do Pará Av. Augusto Corrêa, 01, CEP 66075-900, Guamá, Belém,PA, Brasil E-mails: [email protected] Design Lab, Depto. de Eng.Mecatrônica, Universidade de São Paulo Av. Prof. Melo Morais, 223, CEP 05508-900, Butantã, São Paulo,SP, Brasil E-mails: [email protected] Abstract Nowadays around the world Smart Grids are developing algorithms of energy managing consumption focused to the final consumers. So this article presents the new results of the Consumption Managing Intelligence algorithm to services automation in Low Voltage Smart Grids, based on Embedded Intelligent Agents. In a particular way the process of forecast energy consumption is so important for the programming of energy future use to ended costumers. In this paper we explained the Embedded Markovian Agent based on jump Markov chain to the forecasting energy consumption in a residential consumer unit with three phase connection, and show the energy consumption during twelve months, from history data base in each phase. These results represented the validation of an important tool for the forecast process into low voltage distribution grid and also in the programming residential sector of energy consumption. For the other hand these results forming the bases for an intelligent automation process to the Low Voltage Smart Grid, that allow the applications of news services for residential consumers: the energy programming consumption, the customized energy use, and the equilibrium state of residential feeders. Keywords Smart Grids, Energy Managing Consumption Intelligences, Markov Chains, Forecasting Energy Consumption. Resumo Atualmente no mundo inteiro as Smart Grids vem desenvolvendo algoritmos de gerenciamento de consumo de energia focados no consumidor final. Este artigo apresenta os novos resultados do algoritmo Inteligência de Gerenciamento de Consumo para automatização dos processos de Smart Grids de Baixa Tensão, baseado em Agentes Inteligentes Embarcados. De forma especial o processo de previsão de consumo de energia é muito importante para a programação do uso de energia futura nos consumidores finais. Neste artigo explanamos o Agente Markoviano Embarcado baseado nas cadeias de salto de Markov para a previsão de consumo de energia numa unidade de consumo residencial com conexão trifásica mostrando-se, o consumo de energia durante doze meses a partir de um histórico de consumo em cada fase. Esses resultados representam a validação de uma importante ferramenta para o processo de previsão nas redes de distribuição de baixa tensão e também na programação de consumo de energia no setor residencial. Por outro lado, os resultados formam as bases de um processo de automação inteligente nas smart grids de baixa tensão, permitindo as aplicações de novos serviços para os consumidores residenciais: programação de consumo de energia, a customização do uso de energia e, o estado de equilíbrio das fases residenciais. Palavras-chave Smart Grids, Inteligências de Gerenciamento de Consumo, Cadeias de Markov, Previsão de Consumo. 1 (geração, transmissão, distribuição e comercialização), (Rahimi, 2010). Particularmente no caso da rede secundária de Baixa Tensão (BT), o desenvolvimento das inteligências de GCE, é uma aplicação interessante em razão de otimizar o fluxo dinâmico de consumo de energia elétrica das unidades consumidoras finais (UCF). Permitindo futuramente, a automatização de processos e serviços em SG de BT, como a medição e atendimento online da demanda real de consumo, em conformidade com a Resposta de Demanda (RD), bem como, o planejamento eficiente de consumo de energia do setor de BT (Moslehi, 2010). Nesse sentido alguns trabalhos interessantes de modelos de SG de BT com inteligências ou frameworks de GCE vêm sendo desenvolvidos no mundo inteiro, porém focados principalmente em prédios administrativos e residenciais. Introdução A revisão bibliográfica científica aponta como estado atual na linha de pesquisa das redes elétricas inteligentes ou Smart Grids (SG), o desenvolvimento de algoritmos de Gerenciamento de Consumo de Energia (GCE) como ferramenta de automação inteligente de processos operacionais e de serviços em cada setor do sistema elétrico (Nguyen, 2013). Essa evolução segue as especificações e requisitos técnicos sugeridos pelo National Institute of Standard and Technologies, (NIST, 2012), que sugere, as diretrizes do desenvolvimento de modelos e implementação de arquiteturas, bem como, o fluxo de operações e serviços de SG. Focando a integração funcional do sistema elétrico em todos seus setores 2748 Anais do XX Congresso Brasileiro de Automática Belo Horizonte, MG, 20 a 24 de Setembro de 2014 Agrupando-se principalmente em inteligências GCE de ativação automática de cargas internas conforme: i) horários de consumo (Man, 2010); ii) influencia de parâmetros externos (temperatura, nível de irradiação solar,etc.), (Brohus, 2012); iii) comportamento dos consumidores(nível de ocupação de espaços), (Dominguez, 2012) e recentemente; iv) pelo histórico de consumo para ativação de cargas em melhores horários (Pippattanasomporn, 2012), e ativação de cargas via previsão de curto prazo de consumo (Constanzo, 2012). Sendo todas essas experiências marcos de melhoria no design de aplicações de modelos de SG de BT. Más evidenciando-se de forma geral apenas, a supervisão e ativação automática diferenciadas, de cargas locais ou um grupo de cargas domésticas num determinado consumidor final, más sem considerar o GCE integral da UCF (prédio ou residência). Nesse sentido e considerando, a aleatoriedade do consumo das UCF e, o fluxo de análise para previsão de demanda de energia da rede secundária de BT, os autores desenvolveram uma inteligência GCE de SG de BT, com aproximação hibrida Unified Modeling Language- Petri Nets (UML-PN) usando, agentes inteligentes ou Agentes de Processamento Específico (APE), focados na previsão de consumo de energia e, o diagnóstico do estado de equilibro das fases de uma UCF trifásica. Tendo arrojado os primeiros resultados de previsão de consumo ao longo de doze meses e, a faixa limite permitida para o nível de corrente por fase (Sicchar, 2013). Assim propomos seguir o desenvolvimento dessa inteligência denominada inteligência de Gerenciamento de Consumo Residencial (GCR), especificamente no APE de previsão de consumo de energia, o Agente Markoviano Embarcado (AME) baseado em cadeias de salto de Markov. Fazendo o tratamento dos dados, através da distribuição da variância aleatória, para melhorar a precisão da previsão de consumo. Focando, a previsão nas fases de conexão (UCF trifásica residencial), a partir do histórico de consumo, por um período de doze meses, em razão da granularidade mensal, do banco de dados. Objetivando com isso, a identificação eficiente, do perfil de consumo futuro, em função das probabilidades de incidência nos estados de consumo. Visando como aplicabilidade prática, o serviço de previsão de energia elétrica ao consumidor final, e à concessionária. Permitindo consequentemente, o desenvolvimento de outros serviços específicos: o consumo sobremedida, e a programação de consumo; garantindo assim o consumo ótimo de energia, customizado e de qualidade, na rede secundária de BT. O artigo segue na segunda seção, a concepção de SG integrada; na terceira seção o modelo alternativo de SG para aplicação da proposta; na quarta seção a arquitetura da inteligência GCR; na quinta seção, se têm a discussão dos resultados de validação; finalmente apresenta-se a conclusão e indicação de trabalhos futuros. 2 Smart Grid Integrada As definições estabelecidas no National Institute of Standard ad Technologies–NIST (Nist, 2012) envolvem os elementos que combinam e formulam a contextualização e os pilares do processo de SG em conformidade com os requisitos mínimos focando, o atendimento eficiente da demanda de energia necessária ao consumidor final. Denotando seu campo de abrangência de serviços e funcionabilidades dos modelos que se encontram atualmente em desenvolvimento ao redor do mundo. A Figura 1 ilustra a integração dos elementos que compõem contexto de SG. Observa-se primeiramente na parte superior da mesma, que os recursos de automação aplicam-se principalmente como ferramentas de modelagem, sistemas embarcados e dispositivos inteligentes na modernização de arquiteturas do sistema elétrico visando, agilizar os processos operacionais do mesmo, especialmente das linhas de transmissão e da rede elétrica de distribuição. Figura 1. Elementos, Serviços e Negócios em SG Integrada No mesmo nível dos recursos de automação, estão os recursos de comunicações na forma, de sistemas e de redes de telecomunicações formando-se, uma infraestrutura dedicada na transferência de informações de consumo em tempo real, agilizando o processamento operacional de análise de consumo e demais serviços funcionais do sistema fornecidos ao consumidor final. No nível inferior notam-se, as aplicações simultâneas e combinadas dos novos desenvolvimentos de software e hardware na forma de recursos de Tecnologia da Informação (TI) e desenvolvimento de web services e implementação de plataformas de supervisão, marcando a modernização do processamento de dados do sistema, da estruturação do espaço virtual necessário das novas arquiteturas de SG e, do desenvolvimento das inteligências de Gerenciamento de Integração Operacional (GIO) dos setores do sistema elétrico, bem como do desenvolvimento das inteligências de GCE (Nist, 2012). 2749 Anais do XX Congresso Brasileiro de Automática Belo Horizonte, MG, 20 a 24 de Setembro de 2014 foram geradas focando-se a base de integração do sistema elétrico como um todo (geração,transmissão, distribuição e comercialização) conjugando sustentabilidade, confiabilidade, impacto ambiental, e a rentabilidade dos serviços e do processo de negócio como abordam alguns autores (Moslehi, 2010), (Rahimi, 2010). A integração desses quatro recursos geram, dois conjuntos interessantes de oportunidades oferecidos segundo a ótica de ciência de serviços do processo do SG: na forma de “novos serviços” como resultado da aplicação de alguma operação ou funcionabilidade em cada setor do sistema ou; como “novos negócios” quando apresentados como benefícios diferenciados opcionais para uso das UCFs (Oliveira, 2012). Dentro do leque dos novos serviços do SG podemos mencionar: i) “supervisão on-line de consumo de energia elétrica” tanto nas UCFs como nas subestações de Alta Tensão (AT), nos circuitos alimentadores de Média Tensão (MT), e nos transformadores da rede secundária de BT; ii) “programação de consumo”, oferecida ao todos os setores do sistema elétrico como ferramenta de organização de consumo de energia, em função dos melhores horários para uso de energia, pelo preço de compra da energia no mercado, ou pelo previsão de consumo futuro; contudo é focada principalmente aos consumidores da rede secundária de BT, em razão do grande numero de perfis dinâmicos encontrados nela; iii) “reconfiguração automática de fases (RAF)” que pode ser aplicado quando diagnosticado o estado de desequilibro, entre as fases de conexão das UCs, comutando automaticamente para uma das fases da rede secundária de BT obtendo-se assim, não apenas o balanceamento das fases das UCFs mas também no circuito de BT. Além desses três novos serviços podemos também mencionar: “execução de rotinas de ligação” (suspensão e religamento de energia); “detecção de ligações clandestinas”; “manutenção, extensão e remanejamento do circuito” e; “proteção dos circuitos da rede secundária de BT” e, entre outros mais. Por outro lado, no conjunto de novos negócios do SG podemos mencionar: i) “consumo customizado” focando o desenvolvimento do consumo sobmedida de cada consumidor final, em especial os que pertencem à rede secundária de BT; ii) “venda e compra on-line de energia” a fim de desenvolver a venda avulsa de pacotes de energia em função do melhor preço e perfil do consumidor,; iii) “microgrids” apontando o desenvolvimento de linha de negócios relacionados, com a compra de energia dos pequenos produtores independentes, em especial os distribuídos na rede de distribuição de MT e na rede secundária de BT. Alem desses três tipos de novos serviços podemos também relacionar: “análise de consumo”, oferecida como diagnóstico de uso de energia, e como previsão de consumo; “programação de consumo” fornecendo o gerenciamento online da ativação e desativação de cargas domésticas, com maior gasto nas UCs, em função dos melhores horários e preços de energia disponíveis no mercado. Dentro do contexto integral e abrangência de serviços e negócios do SG, são desejáveis certas características que garantam a boa operação integralizada do sistema elétrico. Muitas temáticas foram iniciadas e discussões de contextualização das mesmas Figura 2. Caracterização de Smart Grid Integrada Nesse contexto uma contribuição importante abordada por Salvadori (2013), Wang (2013) propõem um espaço físico como sendo o centro de supervisão de controle, de todo o sistema integrado monitorando e controlado as operações de GIO e de GCE como mencionado anteriormente neste trabalho. Tal gerenciamento será somente possível mediante uma infraestrutura de integração como mostrado na Figura 2, na qual se observa a combinação dos recursos de automação, comunicação, software e hardware como base da mesma, permitindo com isso o fornecimento e gerenciamento dos novos serviços e novos negócios dentro do contexto atual de SG, em cada setor do sistema elétrico integrado. Cuidando de forma especifica do desenvolvimento de inteligências locais que permitam o gerenciamento local e a aplicação integralizada de cada especificação GIO e de GCE nos setores do SG integrado visando especificamente: na Geração controlar a injeção de corrente e potencia elétricas (nas redes de transmissão e redes de distribuição em AT), ambas resultantes da matriz energética híbrida (recursos de geração de energia). Na Transmissão controlar o processo automático de injeção de energia vinda da matriz energética de geração, bem como do fornecimento de carga dinâmica necessária nas subestações de distribuição. Na Rede de Distribuição de MT gerenciar e controlar a distribuição dinâmica e de qualidade de energia elétrica dentro do contexto de RD, nos circuitos alimentadores de MT. Na Comercialização monitorar e controlar a distribuição de energia elétrica em tempo real e a RD na rede secundária de BT. 2750 Anais do XX Congresso Brasileiro de Automática Belo Horizonte, MG, 20 a 24 de Setembro de 2014 mo Residencial (GCR) com aplicação de rotinas operacionais automatizadas GIO para a medição e tratamento de dados, focando os serviços de GCE importantes como a “previsão de consumo” entre outros nas UCFs. Permitindo: a “programação de consumo” por melhores horários, “o consumo sobremedida”, “a compra avulsa de pacotes de energia”, ambos em função do perfil futuro de uso de energia. 3 Modelo GCR de SG de BT 3.1 Incidências em SG de BT A Figura 3 ilustra as principais incidências em SG de BT. Em cujos circuitos (com transformadores e unidades consumidoras finais- UCF) se registram: i) “alocação desordenada de cargas eletrodomésticas”; ii) “crescimento rápido de consumidores” em função da presença de novos consumidores ou do aumento do próprio consumo; iii) “diversidade de perfis de consumo” em função das características inerentes a cada UCF e; iv) presença de “ligações clandestinas” como grande fator e causa das perdas de energia na rede de distribuição. Figura 4. Modelo GCR de SG de BT A aquisição de consumo de cada carga é realizada, via o Scanner de Carga (SC) alocado nas tomadas internas de corrente da UCF; transmitindo esse consumo ao dispositivo Gerenciador Central de Carga (GCC), que transfere via comunicação wireless, a leitura de consumo das cargas ao Gerenciador de Consumo Residencial (GCR), alocado no medidor de cada UCF. É nele que são embarcadas as Inteligências de Gerenciamento de Consumo (IGC), realizando entre outras aplicações: a supervisão em tempo real do consumo interno de cada consumidor, o tratamento para previsão de consumo de energia, e o diagnóstico de concentração de carga em cada fase de conexão. O GCR transfere a informação das aplicações e de consumo de cada UCF ao Gerenciador de Consumo do Transformador (GCT) dispositivo que concentra a medição, tratamento, previsão e diagnostico de fases do circuito de BT. O mesmo pode transferir em tempo real o perfil de consumo do circuito de forma precisa ao sistema de distribuição de MT. Figura 3. Principais incidências em SG de BT Tendo-se como principais consequências das causas indicadas: “o aumento da manutenção corretiva dos circuitos de BT”; “queima de transformadores” e; concentração de “perdas de energia na rede” por ligações clandestinas (Gomes, 2010). O gerenciamento das SG de BT foca as aplicações e características do contexto de SG integrada, mas principalmente a supervisão online do fluxo dinâmico de consumo de energia de baixo para cima – bottom-up para análise de uso e previsão, marcando uma importante frente para o gerenciamento de SG relacionado com as propriedades, funções, serviços (GIO) e requisitos de negócios (GCE), como o acompanhamento e previsão de consumo mensal, supervisão de capacidade de fornecimento de transformadores, detecção de perdas de energia, entre outros. 4 Inteligência GCR com APE para Previsão de Consumo de Energia 3.2 Modelo GCR para SG de BT A inteligência GCR têm dois Agentes de Processamento Específico (APE) para os serviços de GCE, observando-se que os APE são ambientes supervisórios que contêm algoritmos de processamento diferenciado (Sicchar, 2012). Tendo ambientes específicos de processamento computacional para cada serviço GIO e GCE relacionados com a previsão de consumo e balanceamento de fases. A revisão literária mostra várias iniciativas de modelos e implementação de arquiteturas de SG de BT (prédios e residências) no mundo inteiro (Lo, 2013) registrando-se interessantes vantagens, mas poucas delas com a aplicação de algoritmos de GCE que integram o fluxo de consumo entre as UCFs e a rede secundária de BT. Nesse sentido apresentamos na Figura 4, o modelo de Gerenciamento de Consu- 2751 Anais do XX Congresso Brasileiro de Automática Belo Horizonte, MG, 20 a 24 de Setembro de 2014 (módulo) de consumo “Xi” e a média “mx” do processo, vezes a incidência da ocorrência “nXi” , dividido pelas “N”medições de consumo existentes num determinado espaço de tempo como indicado em “(1)” 4.1 Processo de Previsão Neste trabalho apresentamos especificamente a arquitetura da inteligência GCR relacionada unicamente com a previsão de consumo de energia elétrica, em UCFs. Assim a Figura 5 mostra a arquitetura da inteligência GCR que é implementada na forma de IGC no modelo de SG de BT GCR. A transferência de dados para tratamento de previsão é realizada através do GCC. 2 x lim n ( X i mx )2 nX i N (1) Definindo-se, o coeficiente de dispersão dos estados discretos de consumo “ρ” por: x 100 (2) Estabelecendo-se, o estado “Médio Consumo” (MC) pela média de consumo de “N”meses, nas fases; O MC é a referência para o cálculo dos demais estados discretos. O estado discreto “Baixo Consumo” (BC) é definido pela subtração entre MC e o produto entre MC e o coeficiente de dispersão aleatória “ρ” como indicado em “(3)”. BC M c ( M c . ) (3) Analogamente o estado discreto “Alto Consumo” (AC) é definido pela soma entre MC e o produto entre MC e o coeficiente de dispersão aleatória “ρ” como indicado na “expressão (4)”. Figura 5. Inteligência GCR para Previsão de Energia AC M c ( M c . ) O APE para previsão de consumo é o Agente Markoviano Embarcado (AME), que processa os dados transferidos pelo GCC, para realizar a Modelagem de Consumo por meio de cadeias de salto de Markov. Obtendo-se a matriz de transição em função das probabilidades de incidência de cada estado discreto de consumo. As mesmas iniciam o processo de simulação de validação de consumo, do modelo Markoviano, buscando a estacionariedade do processo para a escolha das probabilidades ótimas, para o processo de previsão de consumo. (4) A Figura 6 ilustra o diagrama de transição de estados (DTE), para o processo estocástico de consumo do AME, baseado nas probabilidades de incidência de acertos nos estados discretos (consumo). 4.2 Modelagem do AME A modelagem do processo de consumo de energia em UCFs é baseada no diagrama de estados de transição de estados, partindo-se de um histórico de consumo de energia, como referencia inicial ou memória da modelagem do sistema (de Oliveira, 2010). Consideram-se três possíveis “π”estados de consumo em cada fase “CFπ”: Baixo Consumo “CBC”, Consumo Médio “CCM” e Alto Consumo “CAC” com “πij” combinações de transição de estados probabilísticos de acertos em cada estado discreto de consumo, partindo-se de um estado anterior. Para a formulação dos estados de consumo considera-se, a aproximação indicada por de Oliveira (2010) para a definição de um coeficiente de dispersão aleatória “ρ” dos estados discretos de consumo. O mesmo é obtido a partir definição da variância aleatória “σx” que é determinada pelo produto do quadrado da diferença da medida com maior desvio Figura 6. Diagrama de Transição de Estados do AME A partir da dinâmica estocástica do DTE estabelecida, é obtido, um modelo matemático, para a previsão de consumo “CFπ(n+m)” em cada fase de UCF, conforme ilustrado, em “(5)”. Sendo definida pela probabilidade de salto “j”, em função da probabilidade do estado anterior “i” e do nível de consumo também anterior “CFπ(k)”. 2752 Anais do XX Congresso Brasileiro de Automática Belo Horizonte, MG, 20 a 24 de Setembro de 2014 C ij( n m ) F k 0 C ik n C kj m (5) ( n , m ) 0 A previsão de consumo de energia é realizada com a estacionariedade do processo , onde se identificam, as melhores probabilidades, para o processo de concatenação do processo, como indica “(6)”. C ij( n ) F n 1 C k (n) (C ) ( C )ik kj n k 0 (6) onde : (C ) F ij (n) 1 0 se i j se i j A estacionariedade do processo é obtida com “n” passos de iterações sucessivas, como mostra “(7)”. C ij( n ) C ij x C ij x C ij x ....... C ij C ij F " n" passos (7) Na “expressão (8)” se mostram as probabilidades de transição de passo “n” de “i” até “M” futuros estados, isto é, um modelo Markoviano para o consumo residencial de energia elétrica de “F” fases para UCFs. (00n ) CF C ( n ) F . ij . C F C F (n) 10 (n) M 0 (n) C F 01 (n) C F 11 . . (n) C F M1 (n) C F 02 (n) C F 12 . . (n) C F M 2 (n) ... C F 0M (n) ... C F 1M ... . ... . (n) ... C F MM ij Este algoritmo permite, a obtenção do consumo atual e previsão de energia elétrica, seguindo a metodologia de validação e previsão de consumo de energia elétrica em UCFs do tipo residencial (Sicchar, 2013). O mesmo segue o fluxo de processamento para obtenção das simulações de previsão de consumo futuro de energia em cada fase de UCFs residenciais, como é detalhado a seguir: i) Inicialização do sistema com as probabilidades de transição obtidas, a partir do tratamento estatístico do histórico de consumo. Realizando-se várias iterações focando a estacionariedade do processo, e a determinação da matriz estacionária do processo (para a seleção das melhores probabilidades de iteração, no processo de previsão). ii) Caso não seja possível obter um bom grau de estacionariedade, processam-se mais iterações até encontrar uma matriz estacionária adequada; iii) Geração dos saltos de transição, para gerar o consumo anual atual e as previsões de consumo, a partir da matriz estacionária; iv) Simulação das curvas de consumo para confronto das trajetórias das medições reais, com as trajetórias da variável do modelo. 5 Resultados (8) Sendo assim essa matriz de transição de estados a informação inicial para a obtenção das trajetórias de desempenho de consumo atual e de previsão. 4.3 Algoritmo de desempenho do AME A partir da matriz de transição de estados indicada na “expressão (8)” implementa-se o algoritmo da Figura 7 . Os resultados de previsão de energia do modelo GCR, foram obtidos, a partir do histórico de uma UCF trifásica residencial, cujo consumo por fases corresponde ao período de 2005-2008, em função da granularidade mensal dos registros dos dados (off line), do sistema de informação virtual (concessionária local). Não sendo consideradas por este motivo, variáveis correlacionadas (variações climáticas, ocorrência de eventos sociais, entre outras). Foram realizadas simulações de validação do modelo, para um período de 48 meses, e da previsão, por um período de 12 meses (2009), somando assim “60 passos”. Na validação da hipótese foi aplicada a metodologia da seção 4.3. O sistema de modelagem e previsão de consumo de energia baseado em cadeias de Markov foi desenvolvido no software Mathcad. 5.1 Resultados de Implementação do AME Após um processo de discretização dos níveis de consumo do banco de dados do período experimental (2005-2009) focando os estados de consumo do AME e a incidência probabilística de cada possível combinação gerada pelos três estados discretos (BC, CM, AC) foi obtida, a matriz estacionária de estados para cada fase conforme “(8)”. Nas simulações de previsão de energia foi aplicado o algoritmo indicado do AME em cada fase. O desempenho dos dados reais é representado pelas incidências “azuis”, e o desempenho do modelo GCR por incidências vazias “vermelhas”. Adotando-se três valores discretos: “0” para Baixo Consumo, “1” para Consumo Médio, e “2” para “Alto Consumo”. Figura 7. Algoritmo de Previsão de consumo do AME 2753 Anais do XX Congresso Brasileiro de Automática Belo Horizonte, MG, 20 a 24 de Setembro de 2014 A Figura 8, mostra os resultados da fase A. Havendo na validação do modelo, boa precisão (70,83%) e, boa margem de previsão (66,67%). 5.2 Tabela de Consumo Futuro de Energia Elétrica A Tabela 1 apresenta a matriz de consumo de futuro em cada fase da UCF experimental. Tendo sido colocados em asterisco os valores de consumo que coincidiram com os dados reais do processo. Tabela 1. Matriz de Previsão de Consumo de Energia do AME. Meses de Previsão Janeiro Fevereiro Março Abril Maio Junho Julho Agosto Figura 8. Trajetória de consumo de energia (2005-2009)-Fase A Setembro Na fase B (Figura 9), registra-se na validação do modelo boa precisão (75%); e boa margem de previsão (66,67%). Outubro Novembro Dezembro Consumo Fase A Consumo Fase B Consumo Fase C BC MC* MC* MC* MC* MC* MC* AC AC AC MC* MC* BC MC* MC* MC* MC* MC* MC* AC AC AC MC* MC* BC* BC* BC* BC* BC* MC* MC MC* MC* MC MC BC Observa-se para a fase A, no primeiro período do ano, uma tendência de consumo futuro de energia de Médio Consumo, registrando-se esse comportamento até o mês de julho. A partir do qual há um aumento para Alta Tensão. E posteriormente um retorno à Médio Consumo. Tendo-se assim em sumula para a fase A, a predominância de Médio Consumo. Todavia notando-se durante os demais meses um comportamento de consumo que varia entre Médio e Alto Consumo. Podendo ser aplicado um programa de diminuição de consumo para os meses onde se evidencia Alto Consumo. Na fase B, nota-se um comportamento similar ao da fase A, talvez pela concentração de maior consumo de carga em ambas as fases. Tendo-se também neste caso, uma tendência de consumo futuro de Médio Consumo, até o mês de julho. Havendo também um aumento para Alto Consumo nos próximos três meses. Retornando posteriormente para Médio Consumo. Podendo ser implementado um programa de diminuição de consumo para os meses onde se tem Alto Consumo. Por outro lado na fase C, registra uma tendência de Baixo Consumo, nos cinco primeiros meses do ano. Havendo um acréscimo para Médio Consumo, nos próximos seis meses do ano. Tendo-se no último mês do ano uma diminuição para Baixo Consumo. Evidenciando-se em sumula, um comportamento futuro entre Baixo e Médio Consumo nesta fase. Através desses resultados pode se constatar a contribuição deste trabalho, na análise de perfil de consumo futuro das UCFs, mostrando de forma objetiva, a periodicidade diferenciada do uso de energia, bem como a identificação dos níveis de consumo em cada fase de conexão, o que permite em conjunto à concessionária local maiores subsídios no planeja- Figura 9. Trajetória de consumo de energia (2005-2009)-Fase B Na fase C (Figura 10), tem-se na validação do modelo, boa precisão (66,67%); e margem razoável de previsão (58,33%). Figura 10. Trajetória de consumo de energia (2005-2009)-Fase C 2754 Anais do XX Congresso Brasileiro de Automática Belo Horizonte, MG, 20 a 24 de Setembro de 2014 mento da demanda de consumo de energia futuro, a partir do comportamento dinâmico de uso de energia dos consumidores finais, bem como na identificação dos centros de maior consumo e de identificação de possíveis perdas de energia. Todavia no desenvolvimento de planos de consumo customizados para cada UCF cumprindo dessa forma as diretrizes fundamentais do perfil de SG (Nist, 2012), (Rahimi, 2010). Man,D.M., LIM, J.H (2010). Smart home energy management system using IEEE 802.15.4 and ZigBee. IEEE Transactions on Consumer Electronics, Vol. 56, N˚ 3, pp. 1403-1410. Moslehi, K. and Kumar, R (2010). A Reliability Perspective of the Smart Grid. 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Tendo-se em sumula a implementação satisfatória de um serviço de GCE para SG de BT, que pode auxiliar utilmente outros serviços de grande importância, entre eles o de previsão de carga e de análise de carga, a partir dos resultados aqui mostrados. Entretanto sugerimos, a realização de mais validações da inteligência proposta, num numero maior de UCFs, com demais tipos de conexão num mesmo circuito de BT. Podendo reforçar a previsão com a aplicação de outros algoritmos de previsão, entre eles as redes neurais de Kohonen, por sua refinada taxa de precisão de mineração preditiva de dados. Agradecimentos Agradecemos à FAPEAM, UEA, UFPA e USP por tornarem possível a realização deste trabalho. Referências Bibliográficas Brohus,H.,Frier,C.,Heiselberg,P.Haghighat,F (2012). Quantification of uncertainty in predicting building energy consumption: A stochastic approach.Elsevier,Energy and Building, Vol 55, pp. 127-1404. Constanzo, G.T., Zhu G., Anjos M.F, Saward, G (2012). 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