Disciplina: Filosofia Professor: Daniel de Oliveira Neto Prova de filosofia (peso 5,0): 181 – 18/07 182 – 16/07 Trabalho (peso 4,0), em quartetos: 181 – 08/08 e 15/08. 182 – 06/08 e 13/08. I - Trabalho formular 10 perguntas e entrevistar alguém que julgue a si mesmo ter alcançado o sucesso profissional. Em grupos 4 (oral). O que é a felicidade? II - Trabalho de Recuperação de nota. - À mão. INDIVIDUAL (Trabalhos iguais não serão aceitos) Entrega depois da correção da prova. 1 - Faça um resumo do conteúdo do trimestre, destacando cada conteúdo novo com um título. 2 - Grife com canetinhas coloridas as partes mais importantes de cada conteúdo (mas cuidado para não ficar grifando tudo, só o mais relevante). 3 - Copie a questão da prova na parte em que seu resumo irá tratar do assunto. 4 - Coloque a resposta solicitada pela questão logo abaixo (não precisa copiar as outras). 5 - Explique a resposta com as suas palavras. 6 - Continue fazendo o resumo e inserindo as questões erradas entre ele. 7 - Grampeie a prova no resumo. 8 - Entrega depois da correção da prova. Resumo bem feito e questões bem respondidas darão a metade da nota por cada questão. RESUMO PARA A PROVA – Nem todo o conteúdo dado em aula está presente neste resumo. Verifique as suas anotações no caderno para um melhor estudo. Ética aristotélica A palavra ethos é de etimologia grega e significa comportamento, ação, atividade. É dela que deriva a palavra ética. A ética é, portanto, o estudo do comportamento, das ações, das escolhas e dos valores humanos. Mas no nosso cotidiano ocorre de percebermos que há uma série de modelos de “éticas” diferentes que postulam modos de vida e de ação, por vezes excludentes. Aristóteles consagrou a tão famosa ética do meio-termo. Em meio a um período de efervescência cultural, o prazer e o estudo entraram em confronto disputando lugar de melhor meio de vida. No entanto, a sobriedade de nosso filósofo o fez optar por um caminho que condene ambos os extremos, sendo, pois, os causadores dos excessos e dos vícios. Diz-se do homem, que ele é um animal político, dotado de palavra e está inclinado naturalmente a viver na pólis. Por isso o indivíduo expande-se em grupos sempre mais largos, até inserir-se na pólis, que é também um ser natural”. A política por sua vez legisla sobre o que devemos fazer e nos abster, conduz-nos ao bem maior, ao qual todos e tudo tendem, que é a Felicidade. Em função disso, “o sujeito moral não pode ser compreendido ainda, como nos tempos atuais, na sua completa individualidade. Os homens gregos são antes de tudo cidadãos, membros integrantes de uma comunidade, de modo que a ética se acha intrinsecamente ligada à política”. Os componentes da felicidade “Quanto aos componentes da Felicidade, parecem múltiplos: os bens exteriores; o prazer que, embora não seja a Felicidade é o coroamento da atividade bem-sucedida, perfeita, da atividade que alcançou o seu fim. A atividade feliz é a atividade do homem que realizou sua tarefa de ser homem: mostrouse de modo excelente um homem, desenvolveu na medida do possível suas qualidades específicas de ser humano: a racionalidade, a linguagem, a sociabilidade. A excelência do ser humano é a sua virtude: bens exteriores (riqueza e honrarias), prazer, virtude, são, portanto, os componentes, todos necessários, da Felicidade: Felicidade é a atividade conforme a virtude”. Sendo de comum acordo que o supremo bem é a Felicidade, basta então definir quais os meios para se chegar a ela. Aristóteles faz uma importante distinção entre virtudes intelectuais (sabedoria, inteligência e o discernimento, por exemplo) e virtudes morais (liberalidade e moderação, por exemplo), sendo as primeiras geradas pelo ensino e requerem experiência e tempo, e as segundas são adquiridas em resultado do hábito, o que sugere que nenhuma das excelências nos são dadas naturalmente. Conforme Aristóteles, a Excelência Moral é o meio-termo entre duas deficiências morais, uma das quais envolve excesso e a outra se relaciona com a falta. “Pois a natureza da virtude é visar a mediania nas paixões e nos atos”, por exemplo: o meio-termo entre a covardia e a temeridade é a coragem, assim como a temperança é o meio-termo entre a licenciosidade e a insensibilidade. Em moral, a virtude do homem é a força com a qual ele se aplica ao dever e o realiza. A virtude é a permanente disposição para querer o bem, o que supõe a coragem de assumir os valores escolhidos e enfrentar os obstáculos que dificultam a ação. Uma vida autenticamente moral não se resume a um ato moral, mas é a repetição e continuidade do agir moral. Aristóteles afirmava que “uma andorinha, só, não faz verão” para dizer que o agir virtuoso não é ocasional e fortuito, mas deve se tornar um hábito, fundado no desejo de continuidade e na capacidade de perseverar no bem. Ou seja, a verdadeira vida moral se condensa na vida virtuosa. TÁBUA DAS VIRTUDES DE ARISTÓTELES Excesso Meio-termo Deficiência Imprudência Coragem Covardia Indisciplinado Temperança (moderação) Insensibilidade Esbanjador Generosidade Avareza Vaidade Nobreza Mediocridade Ambição Aspiração Moderada Desalento Irritabilidade Doçura Frouxidão Ostentação Veracidade Falsa Modéstia Servilismo Justo Acolhimento Intriga Timidez Reserva Sem pudor Inveja Justa Cólera Ressentimento METRÉTICA A metrética (medida feita sobre as ações) que usa o estagirita, procurava o caminho do meio entre vícios e virtudes, a fim de equilibrar a conduta do homem com o seu desenvolvimento material e espiritual. Assim, entendido que a especificidade do homem é a de ser um animal racional, a felicidade só poderia se relacionar com o total desenvolvimento dessa capacidade. A felicidade é o estado de espírito a que aspira o homem e para isso é necessário tanto bens materiais como espirituais. Aristóteles herda o conceito de virtude ou excelência de seus antecessores, Sócrates e Platão, para os quais um homem deve ser senhor de si, isto é, ter autocontrole (autarquia). Tratase do modo de pensar que promove o homem como senhor e mestre dos seus desejos e não escravos destes. O homem bom e virtuoso é aquele que alia inteligência e força, que utiliza adequadamente sua riqueza para aperfeiçoar seu intelecto. Não é dado às pessoas simples nem inocentes, tampouco aos bravos, porém tolos. A excelência é obtida através da repetição do comportamento, isto é, do exercício habitual do caráter que se forma desde a infância. É interessante notar a consciência do filósofo ao elaborar a teoria do meio-termo. Conforme ele, aquele que for inconsciente de um dos extremos, sempre acusará o outro de vício. Por exemplo, na política, o liberal é chamado de conservador e radical por aqueles que são radicais e conservadores. Isso porque os extremistas não enxergam o meio-termo. Portanto, seguindo o famoso lema grego “Nada em excesso”, Aristóteles formula a ética da virtude baseada na busca pela felicidade, mas felicidade humana, feita de bens materiais, riquezas que ajudam o homem a se desenvolver e não se tornar mesquinho, bem como bens espirituais, como a ação (política) e a contemplação (a filosofia e a metafísica).