AULA - FARMACOLOGIA I
Vias de Administração de Fármacos
“Routes of Drugs Admistration”
Prof. Farm. HUGO C. O. SANTOS
Especialista, Mestre e Doutorando
GOIÂNIA, 2012.
Vias de administração - Fármacos
Via Oral (V.O) – Sublingual (S.L.) - Enteral
Via Retal (V.R.) - Enteral
VIA Parenteral Direta
Intravenosa (I.V. ou E.V.), Intra-arterial (I.A.), Intra-cardíaca, Intraraquídea (I.R.), Intra-óssea, Intra-articular, Intrasinovial, Intradérmica
(I.D.), Subcutânea (S.C), Intramuscular (I.M.),
Via Tópica (V.T.): Parenteral Indireta
(Cutânea, Vaginal, Ocular, Intra-nasal e Otológica)
Via Respiratória – Parenteral Indireta
Inalatória ou Pulmonar
VIA ORAL
• absorção intestinal (primeira passagem – fígado)
Vantagens:
• Absorção sublingual
• facilidade de administração
• menos dispendiosa
Contra-indicação:
• náuseas e vômitos
• Diarréias
• Dificuldades para engolir
Exemplo: anti-hipertensivos, analgésicos (Toragesic), Rivotril, nitratos (isorbina).
Absorção veias abaixo da língua – direto para o sangue.
Medidas Corretas – Via Oral
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1 colher de chá- 5 ml
1 colher de sopa- 15 ml
1 copo “de água”- 250 ml
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Seringa sem agulha (via oral – crianças)
Cuidados Especiais:
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Interação com alimentos:
Grandes quantidades (Dose)
Alimentos (contra-indicados – Interações)
Ex: Tetraciclina X leite (Redução de efeito ou
Inativação)
Drogas irritantes - administrar c/ alimentos ??
Respeitar Intervalo de Dose / Horários / Tempo
VIA RETAL
1. Supositórios;
2. Irrigação ou Lavagem;
3. Clister ou Enema.
Vantagens
Protege os fármacos suscetíveis da inativação gastrointestinal e hepática, pois somente 50% do fluxo venoso retal tem acesso à
circulação porta.
Desvantagens
A absorção pode ser incompleta, especialmente em pacientes com motilidade intestinal aumentada. Pode irritar a mucosa.
Indicações
Estados de coma, inconsciência, náuseas e vômitos.
Exemplos de fármacos
Diazepam, metronidazol, e alguns antiinflamatórios e antieméticos.
POMADA (ANAL) CICATRIZANTE:
Qsp 30 g, Lidocaína 2%, Acetonido
Fluocinolona 0,025%, Subgalato Bismuto 2%,
Diltiazen Cloridrato 2%
(Tratamento Hemorróidas)
Via Parenteral
“Vias Principais”
Intradérmica (I.D.), Subcutânea (S.C), Intramuscular (I.M.), Intravenosa ou
Endovenosa (I.V. ou E.V.),
Ortras Vias Parenterais:
-Intra-arterial (I.A.) Ex:tratamento de carcinomas, drogas
vasodilatadoras e drogas trombolíticas (tratamento de embolia).
- Intracardíaca (adrenalina)
-Intr-araquídea (via subaracnóidea – Intratecal).
-Intraperitoneal
-Intra-óssea,
-Intra-articular,
-Intrasinovial.
O termo parental provém do grego “para” (ao lado) e “enteros” (tubo digestivo),
significando a administração de medicamentos “ao lado do tubo digestivo”ou
sem utilizar o trato gastrointestinal.
Parenteral
USO DE SERINGA
Corpo
Bico
bisel
haste
calibre
Êmbolo
Comprimentos e calibres
(Agulha - 30 x 7)
30 = 30 comprimento (mm)
7 = 0,7 largura (mm)
Parenteral - Via Intradérmica
• Via muito restrita - Pequenos volumes - de 0,1 a 0,5 mililitros
• Usada para reações de hipersensibilidade
– provas de ppd (tuberculose), Schick (difteria)
– sensibilidade de algumas alergias
– fazer desensibilização e auto vacinas
– aplicação de BCG (vacina contra tuberculose) - na inserção
inferior do músculo deltóide.
Parenteral - Via Subcutânea
• A medicação é introduzida na tela subcutânea (tecido subcutâneo
ou hipoderme).
• Absorção lenta, através dos capilares, de forma contínua e segura
• usada para administração de vacinas (anti-rábica e anti-sarampo),
anticoagulantes (heparina) e hipoglicemiantes (insulina).
OBS: Volume não deve exceder: 3 mililitros.
Via Subcutânea - Particularidades
• Local de aplicação – teoricamente - toda tela subcutânea
• Locais recomendados: menor inervação local, acesso
facilitado, exemplo:
– parede abdominal
– faces ântero-lateral da coxa
– face externa do braço
• Angulação da agulha
– 90º - Agulha calibre 13x4.5
– Deve ser revezado o local da aplicação
Complicação: fenômeno de Arthus:
formação de nódulos devido injeções
repetidas em um mesmo local.
Parenteral - Via Intramuscular
• Via muito utilizada, devido absorção rápida
• Músculo escolhido
– deve ser bem desenvolvido
– ter facilidade de acesso
– não possuir vasos de grande calibre
– não ter nervos superficiais no seu trajeto
• Volume injetado:
– região deltóide - de 2 a 3 mililitros
– região glútea - de 4 a 5 mililitros
– músculo da coxa - de 3 a 4 mililitros
90 graus
Via Intramuscular
Contra-indicações (Região Deltoide)
– crianças de 0 a 10 anos, pequeno desenvolvimento
muscular (caquéticos e idosos)
– volumes superiores a 3 mililitros
– substâncias irritantes ou injeções consecutivas
– pacientes com AVC e parestesias ou paresias dos braços
– pacientes submetidos a mastectomia ou esvaziamento
ganglionar
Parenteral - Via Endovenosa
• Introdução de medicação diretamente na veia (CUIDADO).
• Aplicação:
– membros superiores
– evitar articulações
– melhor local: face anterior do antebraço “esquerdo”
• Indicações
– necessidade de ação imediata do medicamento
– necessidade de injetar grandes volumes - hidratação
– introdução de substâncias irritantes de tecidos
Tipos de medicamentos injetados na veia
– soluções solúveis no sangue (apirogênico)
• líquidos hiper, iso ou hipotônicos
– sais orgânicos
– eletrólitos
– Medicamentos
– Vitaminas
– não oleosos
– não deve conter cristais visíveis
VEIAS UTILIZADAS (I.V.)
– região cefálica - utilizada em recém-natos
– região cervical - veias jugulares
– via subclávia - muito utilizada em UTI
• para injeção de medicamentos
• para infusão de alimentação parenteral
• para acesso venoso central
• para monitorização - PVC, Swan-Ganz
• dificuldade de acesso venoso
• em UTI - para acesso venoso central
Via Endovenosa
•
Veias utilizadas para medicação endovenosa...
– membros superiores
• veias cefálica, basílica
– para manutenção de via venosa contínua
• veia intermediária do cotovelo
– para coletas de sangue
– para injeções únicas de medicamentos
– dorso da mão
• veias metacarpianas dorsais
– para injeções únicas
– manutenção de via venosa contínua (evitar)
Via Endovenosa
- CATERER VENOSO PERIFÉRICO
São indicados para terapias intravenosas de média duração, que
consiste na punção de uma veia periférica, introdução da cânula do cateter e
infusão de medicamentos. Devem ser substituídos conforme protocolo de
cada instituição, como por exemplo, a cada 72 horas de permanência.
Modelos: 14 G, 16 G, 18 G, 20 G, 22 G e 24 G (Calibres do canhão em
Cores) - maior a numeração, menor o calibre.
- CATERER VENOSO CENTRAL - PICC
Trata-se de um cateter especial para infusão
intravenosa, colocado em uma das veias perto da
dobra do cotovelo ou na parte superior do braço,
na maior veia do corpo, veia cava.
Importância para o intensivista
Peripherally Inserted Central Venous Catheter
Norma Regulamentadora nº 32, (TEM) que preconiza o uso obrigatório de dispositivos de
segurança em todo perfurocortante. Ser retrátil ou de proteção automática do bisel da agulha.
 Via Intratecal
Quando se desejam efeitos locais e rápidos nas
meninges ou no eixo cérebro- espinhal, como na
anestesia espinhal ou nas infecções agudas do SNC.
 Via Intraperitoneal
Por essa via, os fámacos penetram rapidamente na
circulação através da veia porta.Via utilizada para
infusão do dialisador para diálise peritoneal
VIA TÓPICA
Via tópica ou por administração epidérmica, aplicação de
substâncias ativas diretamente na pele, ou em áreas de superfície de feridas,
com efeito local, tais como, pomadas, cremes, sprays, loções, colutórios,
pastilhas para a garganta.
VIA TÓPICA - OCULAR
Medicamento deve ser aplicado sobre os olhos. Dois tipos básicos
de produtos oftalmológicos:
-os líquidos, denominados colírios e administrados através de gota.
- outros semi-sólidos, as pomadas oculares, cuja técnica de
aplicação é semelhante.
-o ajudante deve largar a pálpebra, para que o medicamento se
distribua pelo olho, e pedir ao paciente que pestaneje.
para correção de disfunções dos músculos do olho;
para aplicação de anestésicos;
para aplicação de antibióticos;
para aplicação de anti-inflamatórios;
para aplicação de anti-fúngicos;
para aplicação de lubrificantes;
para aplicação de dilatador de pupila – Ex: Atropina
VIA TÓPICA - OTOLÓGICA
O tratamento local das patologias do ouvido baseia-se na
utilização de medicamentos líquidos, as gotas óticas, que devem
ser aplicadas mediante a utilização de um conta-gotas, no canal
auditivo externo.
Embora possa ser o próprio paciente a proceder à sua
aplicação, a sua administração deve ser realizada por outra pessoa,
a qual poderá manejar melhor o conta-gotas, de modo a evitar que
entre em contato direto com o ouvido e comprovar com maior
fiabilidade a penetração do produto pelo canal auditivo.
VIA TÓPICA - VAGINAL
Os mais comuns são os óvulos vaginais, um pouco maior que um
supositório, constituídos por uma substância fusível (por exemplo, glicerina) à
qual se deve adicionar os princípios ativos.
A administração de um óvulo vaginal necessita que a mulher se deite
de costas, afaste os joelhos e o introduza o mais profundamente possível com
o dedo, devendo-se manter deitada durante cerca de 5 min. após a aplicação.
Pode-se igualmente recorrer à utilização de geles e cremes, que
devem ser administrados através de um aplicador semelhante a uma seringa.
Evita a passagem pelo sistema porta-hepático e é uma área de
grande irrigação sangüínea
VIA INTRA-NASAL
O tratamento local das patologias do nariz ou das vias respiratórias
relacionadas com as fossas nasais, como os seios perinasais, baseia-se na
utilização de medicamentos líquidos, que devem ser administrados sob a forma
de gotas nasais, ou através de um nebulizador ou spray, para tratar infecções
e para alívio da congestão nasal.
OBSERVAÇÃO: instilação de gotas frias no nariz pode desencadear espirros.
APLICAÇÃO: sentar-se com as costas direitas, inclinar a cabeça para trás,
introduzir a ponta do nebulizador no orifício nasal e apertar o nebulizador ou
acionar o aplicador até administrar a dose prescrita, enquanto fecha o outro
orifício nasal e inspira através do orifício que acaba de nebulizar.
VIA RESPIRATÓRIA
INALATÓRIA OU PULMONAR
Exemplo: fossas nasais até os brônquios: pequenas partículas líquidas ou
sólidas, geradas por nebulização ou aerossóis)
Nebulização e Vaporização – Utiliza-se aparelho Nebulizador (ultrassônico)
para ministrar medicamentos. Inspirar pelo nariz e expirar através da boca.
(Ex: Solução fisiológica, Atrovent, Berotec).
Aplicações na Garganta: Abrir bem a boca e apertar o spray,
procurando atingir toda a parede da garganta , fechar a boca e
procurar não engolir a saliva durante 1 a 2 min. E só beber água ou
outro líquido após 30 min. Ex: Salbutamol
Referências Básicas
- DE LUCIA R, OLIVEIRA-FILHO R.M, PLANETA C.S, GALLACI M, AVELLAR M.C.W.
Farmacologia Integrada - 3a. ed. Revinter (RJ), 2007.
- KATZUNG B.G: Farmacologia Básica e Clínica - 10a Ed. McGraw-Hill, Rio de Janeiro, 2007.
-MINNEMAN,K.P.; WECKER, L.; LARNER, J.; BRODY, T.M. (edit) BrodyFarmacologia Humana, 3ªed. Elsevier, 2006.
-RANG, H.P.; DALE, M.M.; RITTER, J.N.; MOORE, P.K. Farmacologia, 6ªed.
Elsevier (2007).
- BRUNTON, L.L.; LAZO, J.S.; PARKER, K.L. Goodman&Gilman’s As Bases
Farmacológicas da Terapêutica, 11ª ed. Mac Graw Hill, 2006.
- SILVA, P. Farmacologia, 7ª ed. Guanabara Koogan, 2006.
-GOODMAN & GILMAN: As Bases Farmacológicas da Terapêutica,
McGrawHill (NY), 2007 .
11° Edição, ed.
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Aula 4: Farmac. Vias de Adm fármaco