INSPEÇÃO SANITÁRIA EM SERVIÇO DE HEMOTERAPIA CICLO DO SANGUE Captação, Recepção/Registro, Triagem Clínica e Coleta DEFINIÇÃO DE CICLO DO SANGUE ART. 2º RDC N° 34, DE 11 DE JUNHO DE 2014 Captação e seleção do doador Triagem clínico-epidemiológica Coleta de sangue Triagem laboratorial das amostras de sangue Processamento, armazenamento, transporte e distribuição Procedimentos transfusionais Hemovigilância Ciclo Produtivo do Sangue FLUXOGRAMA CICLO DO SANGUE CANDIDATO À DOAÇÃO CADASTRAMENTO TRIAGEM CLÍNICA INAPTO SAÍDA APTO HIDRATAÇÃO ALIMENTAÇÃO COLETA DO SANGUE EXAMES IMUNOHEMATOLÓGICOS PROCESSAMENTO TESTES SOROLÓGICOS ARMAZENAMENTO TEMPORÁRIO (QUARENTENA) COM PONENTE SEM RESTRIÇÃO (LIBERADO) NÃO DESCARTE DA BOLSA SIM LAVAGEM IRRADIAÇÃO ALIQUOTAGEM DESLEUCOCITAÇÃO ARMAZENAMENTO DE SANGUE E COMPONENTES LIBERADOS EXAMES PRÉ TRANSFUSIONAIS TRANSFUSÃO PRODUÇÃO DE HEMODERIVADOS CICLO PRODUTIVO DO SANGUE: FLUXO DO DOADOR Captação FLUXO DO DOADOR: CAPTAÇÃO “Todo serviço de hemoterapia que realize coleta de sangue deve elaborar e implementar um programa de captação de doadores” “A doação de sangue deve ser voluntária, anônima, altruísta e não remunerada, direta ou indiretamente” FLUXO DO DOADOR: CAPTAÇÃO Objetivo: Promover a doação voluntária de sangue Conquistar novos doadores na população Substituir doadores retirados do arquivo Enfrentar o aumento dos pedidos Converter os novos doadores recrutados em doadores fiéis Obter uma regularidade das doações dos doadores conhecidos Garantir a autossuficiência Garantir segurança transfusional FLUXO DO DOADOR: CAPTAÇÃO Exemplos de ações de captação de doadores de sangue Projeto doador do futuro Projeto coleta externa Projeto de captação de doadores em serviços de saúde Projeto de incentivo à doação feminina Projeto formação de multiplicadores Envio de correspondências Programa de comunicação e divulgação Captação de doadores por meio de parcerias com empresas FLUXO DO DOADOR: CAPTAÇÃO CICLO PRODUTIVO DO SANGUE: FLUXO DO DOADOR Captação FLUXO DO DOADOR: RECEPÇÃO/REGISTRO FLUXO DO DOADOR: RECEPÇÃO/REGISTRO “Todo candidato à doação deve ter um registro no serviço de hemoterapia” “A doação de sangue deve ser ..., preservando-se o sigilo das informações prestadas” “Para doação de sangue, o candidato deve apresentar documento de identificação, com fotografia, emitido por órgão oficial” O Regulamento técnico de procedimentos hemoterápicos (PRT 2712/2013) define documento oficial com fotografia FLUXO DO DOADOR: RECEPÇÃO/REGISTRO Objetivo: Realizar e manter registro que permita: Assegurar a rastreabilidade no ciclo produtivo do sangue Identificação clara e inequívoca do doador Identificação do doador bloqueado em triagens anteriores Convocação futura de doadores (aptos e inapto) Sempre que o candidato à doação retornar para doar sangue naquele serviço, seus dados deverão ser confirmados e atualizados FLUXO DO DOADOR: RECEPÇÃO/REGISTRO Documento oficial com fotografia diz respeito à: Carteira de Identidade Carteira Nacional de Habilitação Carteira de Trabalho Passaporte Registro Nacional de Estrangeiro Certificado de Reservista Carteira Profissional emitida por classe Aceitas fotocópias autenticadas desde que as fotos e inscrições estejam legíveis e as imagens permitam a identificação do portador FLUXO DO DOADOR: RECEPÇÃO/REGISTRO Fornecimento de material educacional, no mínimo: Condições básicas e desconfortos associados à doação Doenças transmissíveis pelo sangue Importância das respostas do doador na triagem clínica Outros: Material educacional alternativo para portadores de necessidades especiais Processo de doação de sangue Doação para obter resultados de exames e endereços de CTA Janela Imunológica Existência de doenças para as quais não existem ou não são feitos exames CICLO PRODUTIVO DO SANGUE: FLUXO DO DOADOR FLUXO DO DOADOR: TRIAGEM HEMATOLÓGICA FLUXO DO DOADOR: TRIAGEM HEMATOLÓGICA “O serviço de hemoterapia deve cumprir os parâmetros para seleção de doadores estabelecidos pelo Ministério da Saúde, em legislação vigente” Portaria MS 2712/2013 “No momento da seleção, serão determinados a concentração de hemoglobina (Hb) ou de hematócrito (Ht) em amostra de sangue do candidato à doação obtida por punção digital ou por venopunção ou por método validado que possa vir a substituí-los” FLUXO DO DOADOR: TRIAGEM HEMATOLÓGICA Objetivo: Determinar concentração de hemoglobina (Hb) ou hematócrito (Ht) em amostra de sangue, em cada comparecimento do candidato à doação verificação do peso e sinais vitais (temperatura, pulso, Pressão arterial) Área de triagem hematológica pode estar contida na sala de triagem clínica (RDC 50) FLUXO DO DOADOR: TRIAGEM HEMATOLÓGICA Mulheres: Hb =12,5g/dL ou Ht =38% Homens: Hb =13,0g/dL ou Ht =39% Peso mínimo 50 kg, Temperatura corporal não deve ser superior a 37º C, Frequência cardíaca não deve ser menor que 50 nem maior que 100 batimentos por minuto, com pulsação normal Pressão sistólica não deve ser maior que 180 mmHg Pressão diastólica não deve ser maior que 100 mmHg FLUXO DO DOADOR: TRIAGEM HEMATOLÓGICA CICLO PRODUTIVO DO SANGUE: FLUXO DO DOADOR FLUXO DO DOADOR: TRIAGEM CLÍNICA FLUXO DO DOADOR: TRIAGEM CLÍNICA “A cada doação, o candidato deve ser avaliado quanto aos seus antecedentes e ao seu estado de saúde atual, por meio de entrevista individual, realizada por profissional de saúde de nível superior devidamente capacitado, sob supervisão médica, em sala que garanta a privacidade e o sigilo das informações, para determinar se a coleta pode ser realizada sem causar-lhe prejuízo e para que a transfusão dos hemocomponentes obtidos a partir desta doação não venha a causar problemas aos receptores” FLUXO DO DOADOR: TRIAGEM CLÍNICA Objetivo: Selecionar doadores segundo parâmetros estabelecidos pelo Ministério da Saúde, visando à proteção do doador e a do receptor, bem como a qualidade dos produtos. Consiste em uma entrevista individual com avaliação clínica e epidemiológica do candidato, constituída por um exame físico sumário e pela análise de suas respostas ao questionário. A ficha de triagem clínica deve ser padronizada, contemplar os requisitos de seleção, a data da entrevista e a identificação do candidato à doação e do profissional que realizou a triagem clínica FLUXO DO DOADOR: TRIAGEM CLÍNICA Candidatos com idade entre 16 (dezesseis) e 17 anos devem possuir consentimento formal, por escrito, do seu responsável legal para cada doação que realizar • Deve conter expressa Autorização para o cumprimento de todas as exigências e responsabilidades estabelecidas aos demais doadores, bem como para submeter-se a triagem clínica e realizar e receber os resultados da triagem • Os resultados dos testes de triagem laboratorial do doador somente serão entregues ao próprio doador, não sendo permitida a entrega a terceiros, mesmo aos responsáveis legais, exceto quando houver procuração FLUXO DO DOADOR: TRIAGEM CLÍNICA O candidato à doação só será considerado apto após avaliação de todos os requisitos e assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) O TCLE é um documento que expressa a anuência do candidato à doação de sangue, livre de dependência, subordinação ou intimidação, após explicação completa e pormenorizada sobre a natureza da doação, seus objetivos, métodos, utilização prevista, potenciais riscos e o incômodo que esta possa acarretar, autorizando sua participação voluntária na doação e a destinação do sangue doado FLUXO DO DOADOR: TRIAGEM CLÍNICA Caso utilize ficha de triagem informatizada, deve-se garantir correlação da identificação e assinatura do candidato no Termo de Consentimento Livre e Esclarecido O resultado do processo de seleção dos candidatos à doação de sangue (apto, inapto temporário ou inapto definitivo) deve lhes ser comunicado, devendo aqueles considerados inaptos receberem explicações claras do motivo da recusa, bem como serem encaminhados para avaliação médica especializada, se necessário. Garantir a existência de mecanismo que permita bloquear e readmitir, se for o caso, os doadores considerados inaptos na triagem clínica. FLUXO DO DOADOR: TRIAGEM CLÍNICA Garantir a existência de mecanismo que permita bloquear e readmitir, se for o caso, os doadores considerados inaptos na triagem clínica. O serviço de hemoterapia pode oferecer ao doador a oportunidade de se auto-excluir, de forma confidencial. avaliação dos doadores para prevenção de TRALI, que levará em consideração o sexo do doador e o número de gestações das doadoras CICLO PRODUTIVO DO SANGUE: FLUXO DO DOADOR FLUXO DO DOADOR: COLETA DE SANGUE TOTAL FLUXO DO DOADOR: COLETA DE SANGUE TOTAL Objetivo: Coletar sangue total de doadores aptos, fornecer e orientar cuidados durante e após a doação A coleta de sangue será realizada em condições assépticas, sob a supervisão de médico ou enfermeiro, através de uma única punção venosa, em bolsas plásticas com sistema fechado FLUXO DO DOADOR: COLETA DE SANGUE TOTAL Ambiente e equipamentos para realizar a coleta: O ambiente destinado à coleta deve ter a temperatura mantida a 22 ± 2ºC, organizada de forma a evitar erros relativos ao manejo de bolsas, amostras e etiquetas homogeneizadores, seladoras, alicates de ordenha de tubos coletores, softwares e equipamentos de informática O sistema de coleta deve ser verificado antes do uso para garantir que não esteja danificado ou contaminado e seja adequado à coleta pretendida FLUXO DO DOADOR: COLETA DE SANGUE TOTAL Bolsas de coleta de sangue: RDC 35/2014 FLUXO DO DOADOR: COLETA DE SANGUE TOTAL Bolsas de coleta de sangue: RDC 35/2014 FLUXO DO DOADOR: COLETA DE SANGUE TOTAL Checagem antes da coleta e estabelecimento de vínculos: Apenas o doador apto na triagem Checagem da identificação do doador e avisos da triagem clínica identificação positiva do doador chamando pelo nome completo e checagem do documento de identificação São corretamente identificadas e inter-relacionadas a ficha do doador, a unidade de sangue coletada e as amostras para testes laboratoriais (correspondência entre código de barras ou etiquetas impressas) Etiquetas firmemente aderidas sobre o rótulo original da bolsa plástica FLUXO DO DOADOR: COLETA DE SANGUE TOTAL Preparo do doador e coleta: Acomodar o doador confortavelmente na cadeira de doação e selecionar a melhor veia para a punção Antissepsia da pele em duas etapas, não palpar o local após a preparação da pele Puncionar e coletar as amostras e homogeneizá-las. As bolsas deverão ser continuamente homogeneizadas, preferencialmente, com auxílio de um homogeneizador. Selar o tubo coletor ao fim da coleta garantindo a esterilidade do sistema Registrar a duração da coleta e a identificação do coletor Orientações ao doadores FLUXO DO DOADOR: COLETA DE SANGUE TOTAL FLUXO DO DOADOR: COLETA DE SANGUE TOTAL FLUXO DO DOADOR: COLETA DE SANGUE TOTAL CICLO PRODUTIVO DO SANGUE: FLUXO DO DOADOR FLUXO DO DOADOR: RECUPERAÇÃO - REAÇÕES ADVERSAS FLUXO DO DOADOR: RECUPERAÇÃO - REAÇÕES ADVERSAS Cuidados com o doador: Procedimentos escritos para detecção, investigação, registro de reação adversa ocorrida durante e/ou após a coleta na ficha de triagem do doador O serviço de hemoterapia deve possuir profissional devidamente treinado, medicamentos, dispositivos e equipamentos necessários para a assistência médica ao doador que apresente eventos adversos, assim como ambiente privativo para o seu atendimento O serviço de hemoterapia deve ter documento que defina referência de serviço de saúde para atendimento de urgências ou emergências CICLO PRODUTIVO DO SANGUE: FLUXO DO DOADOR FLUXO DO DOADOR: LANCHONETE - HIDRATAÇÃO FLUXO DO DOADOR: : LANCHONETE - HIDRATAÇÃO Cuidados com o doador: Após a doação, deve ser disponibilizada hidratação oral ao doador, devendo o mesmo permanecer por um período de observação no serviço de hemoterapia antes de ser liberado Será oferecida ao doador a possibilidade de hidratação oral antes da doação e os doadores que se apresentarem em jejum prolongado receberão um pequeno lanche antes da doação CICLO PRODUTIVO DO SANGUE: FLUXO DO DOADOR FLUXO DO DOADOR: AFÉRESE FLUXO DO DOADOR: AFÉRESE A coleta de hemocomponentes por aférese deve cumprir as mesmas exigências para a coleta de sangue total O procedimento de coleta por aférese deve ser realizado sob a responsabilidade de um médico hemoterapeuta O procedimento de coleta por aférese deve ser realizado em área física específica Os testes de triagem laboratorial para infecções transmissíveis pelo sangue devem ser realizados em amostra colhida no mesmo dia do procedimento O termo de consentimento para a doação por aférese deve esclarecer sobre o procedimento de coleta, a finalidade do material coletado, as possíveis complicações e riscos para o doador FLUXO DO DOADOR: AFÉRESE Procedimento de aférese registrado com: identificação do doador, anticoagulante empregado, tipo e volume de hemocomponente coletado, duração da coleta, drogas e doses administradas, reações adversas ocorridas e o tratamento aplicado, marca, lote, data de fabricação e validade dos insumos utilizados Intervalo mínimo entre duas plaquetaféreses é de 48 horas, no máximo 4 vezes ao mês e 24 vezes ao ano Contagem de plaquetas do doador, no mínimo, de 150.000 plaquetas/μL no dia da coleta por aférese ou três dias que antecede A estimativa de contagem de plaquetas do doador no final do procedimento de coleta não pode ser inferior a 100.000 plaquetas/μL. FLUXO DO DOADOR: AFÉRESE Coleta de múltiplos componentes 01CPA - 3,0 x 10e11 plaquetas e 01 CH - 45g de hemoglobina • Intervalo mínimo entre cada doação e o número máximo de coletas por ano são os mesmos estabelecidos para a doação de sangue total • Plaquetas igual ou superior a 150.000/μL, Hgb superior a 13g/dL e peso superior a 60 kg • Volume total dos componentes coletados deve ser inferior a 8 mL/kg de peso do doador do sexo feminino e 9 mL/kg do sexo masculino FLUXO DO DOADOR: AFÉRESE Coleta de múltiplos componentes 02 CH - 45g de hemoglobina cada unidade • Peso igual ou superior a 70 kg, e Hgb superior a 14g/dL • Intervalo mínimo entre as doações será de 4 (quatro) meses para os homens e de 6 (seis) meses para as mulheres • Volume total dos componentes coletados deve ser inferior a 8 mL/kg de peso do doador do sexo feminino e 9 mL/kg do sexo masculino CONSIDERAÇÕES FINAIS CONSIDERAÇÕES FINAIS Coleta externa Registros referentes à informação da programação de coleta externa a Vigilância Sanitária competente Infraestrutura aprovada pela vigilância sanitária competente Presença de médico e enfermeiro durante a coleta externa Local adequado para armazenamento temporário das bolsas de sangue com controle de temperatura Validação do processo de transporte das bolsas coletadas que atendam aos parâmetros de acondicionamento, tempo previsto e controle de temperatura (1 a 10°C, exceto para produção de plaquetas, se produzirem, de 20 a 24°C CONSIDERAÇÕES FINAIS Coleta de sangue para uso autólogo Protocolo de procedimento com definição de critérios para aceitação e rejeição de doadores autólogos Procedimento de doação autóloga pré-operatória aprovada pelo médico hemoterapeuta e médico assistente do doador/paciente (solicitação de doação). Rótulo: “doação autóloga”, nome completo do doadorpaciente e segregado das demais bolsas de doações alogênicas e somente utilizadas para este fim Não há limites de idade para as doações autólogas intervalo entre cada doação autóloga não será inferior a 7 as coletas devem ocorrer entre 30 dias e 72 horas antes da cirurgia CONSIDERAÇÕES FINAIS Nos setores do ciclo do sangue - supervisão técnica de acordo com a habilitação e registro profissional no respectivo conselho de classe. Supervisão das atividades durante todo o período de funcionamento do setor Todos as atividades executadas devem estar descritos em procedimentos operacionais padrão (POP) e documentados nos registros dos respectivos setores de atividades Qualificação de pessoas - Os POP devem ser implantados por meio de treinamento do pessoal envolvido Quando a vida depende de sangue, não tem remédio. Tem que ter doação. OBRIGADO! JAKSON REIS Médico Hemoes Coordenador [email protected] Comissão de Educação Permanente [email protected]