Fascismo e Nazismo Ciência Política e Teoria do Estado Nídia Ledur Müller Elaboração e revisão : Dr. Dejalma Cremonese – Professor do Mestrado em Desenvolvimento e do Departamento de Ciências Sociais da Unijuí – RS Home page: http://www.capitalsocialsul.com.br E-mail: [email protected] Fascismo O fascismo foi uma ditadura de extrema direita, apoiada pelos grandes empresários, com o objetivo de impedir a chegada da esquerda ao poder. O ódio a tudo parecido com igualdade, trabalhadores construindo seu próprio destino, à fraternidade entre os povos. Elitistas, os fascistas imaginavam um regime em que a elite "superior biológica e intelectualmente", deveria dominar o mundo. Fascismo é Antiliberal Os fascistas dizem que a democracia é um regime fraco pois permite que os enganadores do povo cheguem no poder. Por isso defendem uma ditadura em que todos rastejem diante do grande líder fascista. No regime fascista não existem eleições, liberdade de imprensa, toda a oposição ao governo vai pra cadeia, livros incômodos são queimados, os professores que falam demais são presos. O Fascismo é Militarista Para recuperar a economia o governo incentivou a industria bélica. Além disso os fascistas falavam o tempo todo em "restaurar a ordem". O objetivo era transformar o país num acampamento militar. Do mesmo jeito que um soldado devia obedecer cegamente ao oficial, o trabalhador devia obedecer seu chefe, o indivíduo devia obedecer ao Estado. As mulheres deviam parar de trabalhar fora e fazer faculdade para se limitarem às tarefas domésticas. O Fascismo é Conservador O objetivo do fascismo era manter o capitalismo vivo e o proletariado oprimido. Entretanto, o jeito expressado, tocava os sentimentos antiburgueses do povo. Os fascistas falavam que iriam reprimir os "maus empresários" e combater a ganância dos banqueiros. Falavam em restaurar o nível de desemprego, diminuir a inflação e aumentar os salários. Fascismo é Nacionalista e Racista Um nacionalismo doentio, xenófobo (ódio a tudo que é estrangeiro). Assim o estrangeiro sempre era visto como inferior ou hostil. Os povos não europeus eram vistos como vermes desprezíveis. Os judeus eram acusados de tudo de ruim que acontecia. Foram usados como bode expiatório. Hitler chegou a inventar uma tal de raça ariana (que nunca existiu), representadas pelos alemães puros, loiros, altos, nazistas, e que deveria exterminar os outros povos. Em vez de revelar a culpa da burguesia pela crise econômica, os fascistas empurravam a culpa para cima dos judeus. O Fascismo é Irracionalista A idéia básica era que a "verdade é tudo aquilo que o mais forte consegue impor". Assim, por meio da violência, os fascistas calavam adversários e impunham suas vontades. Outra idéia é que os impulsos dos instintos são mais fortes que os do raciocínio e que, por isso, devem ser controlados. Diziam eles: "A justiça, a verdade e a moral são meras convenções criadas pelos fracos para impedir o saudável domínio dos mais fortes." Goebbels, ministro de Hitler, gostava de dizer: "Uma mentira repetida mil vezes se torna uma verdade". Ou seja, por meio de uma hábil propaganda política procurava seduzir a população. Outra frase de Goebbels: "Quando ouço falar em cultura, sinto vontade de sacar o meu revólver." Não é à toa que os fascistas odiavam tanto as filosofias racionalistas, como o iluminismo e o marxismo. Fascismo na Itália Benito Mussolini pertencera ao Partido Socialista Italiano, tendo sido expulso devido às suas posições oportunistas e antipacifistas nos anos da Primeira Guerra Mundial. Em março de 1919, Mussolini fundou uma organização denominada fasci di combattimento (esquadrões de combate), composta por excombatentes e desempregados, e contou com o financiamento de alguns industriais. Utilizando métodos violentos e inescrupulosos contra seus opositores, desenvolveram-se, transformando-se no Partido Nacional Fascista. Fascismo na Itália Em 1922, Mussolini ganhou controle do governo italiano e estabilizou uma ditadura. Todos os partidos políticos exceto o partido fascista, foram banidos, e Mussolini tornou-se II Duque - o líder do partido. As associações de trabalho foram abolidas, os ataques foram proibidos, e os oponentes políticos foram silenciados. Uma vez no poder, Mussolini não tinha um programa imediato para resolver os problemas econômicos e sociais em vez de dar poder de reinar aos grandes negócios (urbanos e rurais), sendo "pragmático", e discursando a necessidade de disciplina. O Fascismo na Itália O resultado disto foi a perda de proteção pelos trabalhadores italianos da lei das oito horas por dia (1926), e uma severa redução dos ordenados pelo governo. Entre 1928 e 1932 os ordenados reais na Itália foram reduzidos quase para metade; por 1930 eram já os mais baixos na Europa Ocidental. O Governo de Mussolini O governo de Mussolini pode ser dividido em duas grandes fases: Consolidação do Fascismo (1922 a 1924) – Mussolini realizou um governo marcado pelo nacionalismo extremado, e pelo capitalismo. Paralelamente, fortaleceu as organizações fascistas com a fundação das Milícias de Voluntários para a segurança Nacional. Valendo-se de todos os métodos possíveis, inclusive de fraude eleitoral, os fascistas garantiram a vitória do Partido nas eleições parlamentares de abril de 1924. O deputado socialista Giácomo Matteoti denunciou as violências fascistas. Devido a sua firme oposição, Matteoti foi assassinado em maio de 1924. A morte de Matteoti provocou indignação popular e forte reação da imprensa política oposicionista. Mussolini assumiu a responsabilidade histórica pelo homicídio do líder socialista, decretando uma série de leis que fortalecia o governo. O Governo de Mussolini Ditadura Fascista (1925 a 1939) – Nos meses finais de 1925, Mussolini implantou o fascismo na Itália. Os sindicatos dos trabalhadores passaram a ser controlados pelo Estado por meio do sistema corporativista. Foi criado um tribunal especial para julgar crimes considerados ofensivos à segurança do Estado. Inúmeros jornais foram fechados, os partidos de oposição foram dissolvidos, milhares de pessoas foram presas e outras foram expulsas do país. A Ovra, polícia secreta fascista, utilizou os mais terríveis tipos de violência na perseguição dos oposicionistas. Os fascistas puniam seus adversários obrigando-os a ingerir óleo de rícino. Mussolini empenhou-se em fazer da Itália uma grande potência capitalista mundial. Para isso promoveu a conquista da Etiópia, em 1936, e o revigoramento industrial. Método Fascista Desde o princípio, a filosofia do fascismo italiano anunciava as virtudes de guerra. A conquista militar não era vista apenas como um caminho para resolver os problemas econômicos da nação, mas sim os valores militares que eram considerados ótimo para o seu bem estar. Entre os slogans favoritos do regime estava "Nunca nada foi vencido na história sem derramamento de sangue!" "Um minuto no campo de batalha é melhor do que uma vida de paz!". O próprio Mussolini era para ser seguido de uma maneira militar: "Acreditem! Obedeçam! Lutem!" "Mussolini está sempre certo!". O Fascismo Noutros Países O fascismo noutros países difere da variedade italiana em certos aspectos. Por instantes, na Alemanha era mais racismo; na Romênia estava aliada com a igreja Ortodoxa em vez da igreja Católica Romana. Na Espanha, a Falange Fascista radical foi inicialmente hostil para a igreja Católica Romana, contudo, mais tarde, na direção do ditador Francisco Franco, surgiu como um grupo próCatólico. No Japão, o fascismo era bastante parecido ao Nazismo alemão, que liderados por um militar, enfatizou as virtudes tradicionais de um guerreiro e uma dedicação absoluta ao Imperador. Tal como os parceiros alemães, os fascistas japoneses também lançaram um caminho fanático pela expansão por conquista militar. Na França, o fascismo estava dividido em diversos movimentos. Em qualquer país em que o fascismo cresça há um revéz econômico ou ficam sob um autoritarismo forte de tradições políticas. Nazismo: Origem Regime político de caráter autoritário que se desenvolve na Alemanha durante as sucessivas crises da República de Weimar (1919-1933). Baseiase na doutrina do nacional-socialismo, formulada por Adolf Hitler (1889-1945), que orienta o programa do Partido Nacional-Socialista dos Trabalhadores Alemães (NSDAP). A essência da ideologia nazista encontra-se no livro de Hitler, Minha Luta (Mein Kampf). Nacionalista, defende o racismo e a superioridade da raça ariana; nega as instituições da democracia liberal e a revolução socialista; apóia o campesinato e o totalitarismo; e luta pelo expansionismo alemão. Nazismo Ao final da 1ª Guerra Mundial , além de perder territórios para França, Polônia, Dinamarca e Bélgica, os alemães são obrigados pelo Tratado de Versalhes a pagar pesadas indenizações aos países vencedores. Essa penalidade faz crescer a dívida externa e compromete os investimentos internos, gerando falências, inflação e desemprego em massa. As tentativas frustradas de revolução socialista (1919, 1921 e 1923) e as sucessivas quedas de gabinetes de orientação social-democrata criam condições favoráveis ao surgimento e à expansão do nazismo no país. Nazismo Utilizando-se de espetáculos de massa (comícios e desfiles) e dos meios de comunicação (jornais, revistas, rádio e cinema), o partido nazista consegue mobilizar a população por meio do apelo à ordem e ao revanchismo. Em 1933, Hitler chega ao poder pela via eleitoral, sendo nomeado primeiro-ministro com o apoio de nacionalistas, católicos e setores independentes. Com a morte do presidente Hindenburg (1934), Hitler torna-se chefe de governo (chanceler) e chefe de Estado (presidente). Interpreta o papel de führer, o guia do povo alemão, criando o 3º Reich (Terceiro Império). Nazismo Com poderes excepcionais, Hitler suprime todos os partidos políticos, exceto o nazista; dissolve os sindicatos; cassa o direito de greve; fecha os jornais de oposição e estabelece a censura à imprensa ; e, apoiando-se em organizações paramilitares, SA (guarda do Exército), SS (guarda especial) e Gestapo (polícia política), implanta o terror com a perseguição aos judeus, dos sindicatos e dos políticos comunistas, socialistas e de outros partidos. O intervencionismo e a planificação econômica adotados por Hitler eliminam, no entanto, o desemprego e provocam o rápido desenvolvimento industrial, estimulando a indústria bélica e a edificação de obras públicas, além de impedir a retirada do capital estrangeiro do país. Esse crescimento deve-se em grande parte ao apoio dos grandes grupos alemães, como Krupp, Siemens e Bayer, a Adolf Hitler. Nazismo Desrespeitando o Tratado de Versalhes, Hitler reinstitui o serviço militar obrigatório (1935), remilitariza o país e envia tanques e aviões para amparar as forças conservadoras do general Franco na Espanha, em 1936. Nesse mesmo ano, cria o Serviço para a Solução do Problema Judeu, sob a supervisão das SS, que se dedica ao extermínio sistemático dos judeus por meio da deportação para guetos ou campos de concentração. Anexa a Áustria (operação chamada, em alemão, de Anschluss) e a região dos Sudetos, na Tchecoslováquia (1938). Ao invadir a Polônia, em 1939, dá início à 2ª Guerra Mundial (1939-1945). Nazismo Terminado o conflito, instala-se na cidade alemã de Nuremberg um Tribunal Internacional para julgar os crimes de guerra cometidos pelos nazistas. Realizam-se 13 julgamentos entre 1945 e 1947. Juízes norte-americanos, britânicos, franceses e soviéticos, que representam as nações vitoriosas, condenam à morte 25 alemães, 20 à prisão perpétua e 97 a penas curtas de prisão. Absolvem 35 indiciados. Dos 21 principais líderes nazistas capturados, dez são executados por enforcamento em 16 de outubro de 1946. O marechal Hermann Goering suicida-se com veneno em sua cela, pouco antes do cumprimento da pena. Efeitos do Nazismo A criação da "nova ordem" permitiu aos Socialistas Nacionais eliminar o desemprego; forneceu aos trabalhadores alemães e agricultores um estandarte tolerável de vida; enriqueceu o grupo de elite governadora do Estado, Indústria e Financeira; e construiu uma estupenda arma de guerra. Ao mesmo tempo que construíam a sua "nova ordem" na Alemanha, pressionavam politicamente e diplomaticamente pela criação da Grande Alemanha. Os registros da política externa de Hitler constitui um capítulo horrível na história e é contada em detalhe nos artigos de certas enciclopédias na Alemanha e do mundo todo. Efeitos do Nazismo Hitler ostentou que o Socialismo Nacional havia resolvido os problemas da sociedade alemã e que iria durar centenas de anos. É verdade que o partido resolveu certos problemas relacionados com a República de Weimar, a sua pobreza para crescer e que transformou essa República fraca num estado industrial e politicamente forte. De igual registro é o custo dessa transformação, incluindo o horror causado pela 2ª Guerra Mundial, o mais sangrenta e destrutivo conflito na história humana, da qual a Alemanha emergiu batida, dividida e empobrecida. Também incluído nesse custo é o preço pago com o sofrimento da população alemã quando da liderança de Hitler e depois da sua morte. O aspecto mais trágico do reinado do Socialismo Nacional foi o sistemático assassinato de aproximadamente 6 milhões de Judeus Europeus. Neonazistas Depois da guerra um pequeno movimento neonazista continuou a existir na Alemanha Ocidental, ganhando alguma popularidade depois da reunificação da Alemanha em 1990. O movimento é largamente composto de jovens do sexo masculino descontentes que traçam os Judeus, os Homossexuais, os Negros e os membros de outros grupos minoritários com atos de violência. No Brasil, os neonazistas são representados pelos Carecas (Odiados e Orgulhosos), também chamados de Skinheads. Nazismo As idéias nazistas foram difundidas graças ao talento oratório de Hitler ,às publicações do partido e ao uso de meios espetaculares para influenciar a opinião pública. Entre esses meios destacavam-se grandes desfiles militares e a adoção de ritos pomposos, que manifestavam noções de ordem, disciplina e organização. A Doutrina Hitler no Mein Kampf Em 1923, Hitler organizou uma rebelião contra o governo alemão. A rebelião foi rapidamente reprimida pelas forças governamentais e Hitler condenado a 5 anos de prisão.foi na prisão que Hitler escreveu a primeira parte do livro Mein Kampf (Minha Luta) , que se tornou o livro sagrado do nazismo. Nesse livro Hitler expõe as bases de sua doutrina. As principais teses da doutrina hitlerista estão: as superioridade da raça Ariana - Hitler afirma que o povo alemão descendia de uma raça superior: os arianos e por isso tinha o direito de dominar as raças inferiores (semitas, eslavos etc.); o antisemitismo. Hitler declarava que os judeus (semitas) faziam parte de uma raça inferior , sendo capazes de corromper e destruir a pureza alemã. A Doutrina Hitler no Mein Kampf Os casamentos entre judeus e alemães deveriam ser proibidos e os judeus aniquilados. O total fortalecimento do estado - Hitler defendia a total submissão do indivíduo à autoridade soberana do Estado personificado na figura do führer (chefe) , o expansionismo - Hitler afirmava que o povo alemão tinha direito de conquistar seu espaço vital, expandindo militarmente seu território. Falando do sistema educacional. Hitler escreveu as seguintes palavras no Mein Kampf: o povo alemão hoje destruído, morrendo, entregue, sem defesa, aos pontapés do resto mundo, tem absoluta necessidade da força, quer a confiança, em si proporciona. Todo o sistema educacional deve ter como objetivo dar às crianças de nosso povo a certeza de que são absolutamente superiores aos outros povos. A Doutrina Hitler no Mein Kampf “E necessário que nenhum jovem alemão deixe a escola sem estar plenamente instruído sobre a pureza de seu sangue e a necessidade, absoluta de mantê-lo puro”. Difusão do Totalitarismo As doutrinas totalitaristas de inspiração nazi-fascista tiveram repercussão em diversas partes do mundo. Foi o caso, por exemplo, da Espanha, de Portugal e mesmo do Brasil. Frases Nazistas "Sou um defensor das formas mais severas de punição. É essencial que a disciplina seja mantida em todas as nossas escolas. Erros devem ser corrigidos, fraquezas eliminadas e sob o meu regime a juventude da Alemanha se levantará para conquistar o mundo..." Frases Nazistas "Para a sociedade moderna, um colosso com pés de argila nós devemos criar, uma centralização sem precedentes que irá unir todos os poderes nas mãos do governo. Nós devemos criar uma constituição hierárquica, que irá governar mecanicamente todos os movimentos dos indivíduos."