Capítulo
3
O
Dia do Benquerer foi
um sucesso. Tudo
correu às mil maravilhas
com as crianças, as
atividades, os brinquedos,
os bichos de estimação.
E, no final do dia, a
escola estava preparada
para a premiação da melhor
coisa, do melhor bicho, e
por aí vai. Foi então que
todo mundo ouviu um grito
desesperado:
Ahhhhhhhh!
A escola inteira se
assustou. A professora Graça
saiu procurando quem tinha
gritado e encontrou a
Carolina aos prantos no
canto da sala.
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– O que foi, Carolina?
– Meu macaquinho, professora!
Meu macaquinho de pelúcia sumiu!
Alguém pegou meu macaquinho! Eu
coloquei ele aqui de manhã, junto
com as coisas de todo mundo!
Nossa! Foi aquele comentário
geral. Puxa vida, alguém pegou o
macaquinho, que vexame, que coisa
feia, quem será que pegou,
, eticétera (o Fredo achou
que esta seria uma boa palavra para a
sua coleção de palavras esquisitas).
Às vezes é melhor calar do que falar
sem pensar! Principalmente se alguém
pode sair magoado!
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Essa palavra
diferente, na
verdade, se escreve
et cetera e quer
dizer “e outras
coisas”. Às vezes,
aparece assim:
“etc.”. Para facilitar
a vida do leitor,
o autor resolveu
escrevê-la como
se pronuncia:
“eticétera”.
O clima ficou mesmo meio pesado, todo mundo sem jeito.
Um cochichou:
– Eu tenho um suspeito. Acho que foi o
.
Do outro lado, o
falou bem baixinho:
– Não tenho dúvida: foi o
.
Essas palavras são usadas
quando não sabemos ou não
queremos dizer o nome das
pessoas.
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Que coisa! Mas só o
macaquinho tinha sumido...
Ele devia estar por ali...
Ahhhhhhhhh!
Esse grito foi da Camila:
– A Josefa, minha
boneca de pano, sumiu!
Tudo de novo: nossa,
puxa vida, que vexame, que
coisa feia, quem será que
pegou, eticétera, eticétera.
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Ahhhhh!
– Até você, José Alexandre?
– Meu boneco do Guerreiro
Mutante que se transforma em
lancha de corrida sumiu!
Só ficou o escudo do guerreiro.
E está bem estragadinho...
– Nossa! Puxa vida!
Eticétera, eticétera, eticétera.
Viu para que serve o eticétera?
Quem estava muito desconfiada com a história toda era a
Laila. Ela adorava ficar prestando atenção nas coisas. E enquanto
todo mundo ficava que nem barata tonta, ela já estava pensando
bem lá na frente.
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Por isso é que ela chamou Fredo e Dinho e falou:
– Tem alguma coisa muito esquisita nessa história. Na nossa
escola, ninguém pega coisa dos outros.
– Vai ver que foi sem querer – disse Fredo.
– Ou foi de brincadeira – disse Dinho.
Pensando bem, quem nunca
fez uma bobagem sem querer?
20
Capítulo
44
CAPÍtulo
O
grande mistério continua: onde
foram parar os bonecos
desaparecidos? E o Guerreiro Mutante
do José Alexandre?
Enquanto todo mundo fofocava,
a turminha – Laila, Fredo e Dinho –
investigava. Procura daqui, procura
dali, acabaram encontrando o seu
Nestor pelo caminho, empurrando o
carrinho de mão e reclamando que só
ele. Seu Nestor era o jardineiro da
escola. E, pelo jeito, alguém andou
mexendo onde não devia!
– Bagunça, bagunça, não há
jardim que resista!
– Mas o que foi, seu Nestor? –
perguntou o trio numa voz só.
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– Alguém revirou todo o canteiro de
azaleias ! E nem foi para roubar as flores,
porque ficou tudo lá, espalhado!
Laila, que não era boba, desconfiou
daquela história. E foi com o Fredo e o Dinho
investigar aquilo melhor.
O canteiro estava realmente uma
bagunça. Tão revirado, com a terra tão...
fofinha...
– Fredo! Dinho! Acho que descobri!
Ajudem a cavar, rápido!
De longe, seu Nestor ficou só olhando.
Agora todo mundo estava com o parafuso
solto, mesmo! Aqueles meninos estavam
brincando de cavucar jardim? De repente, o
Dinho gritou:
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Cavucar
É o mesmo
que cavar.
– Olha só o que eu achei! O macaco de pelúcia
da Carolina!
Depois, foi a vez da Laila:
– Aposto um picolé como esta é a boneca de
pano da Camila!
Depois, foi o Fredo que falou:
– Achei o... o que é isso? Parece um boneco de
plástico que passou num moedor de carne. Ai, ai,
acho que o José Alexandre vai precisar de um novo
Guerreiro Mutante. Este aqui se transformou num
barco furado...
– Eu sabia – disse Laila. – Eu sabia que ninguém
ia pegar essas coisas. Acho que algum bicho de
estimação enterrou tudo no jardim!
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Um bicho de estimação? Mas que bicho seria? Não demorou
muito para a turminha descobrir. Pouco tempo depois, os pais
chegaram. E o pai do Dinho vinha na frente com o Funga no colo:
– Ô Dinho, onde foi que seu cachorro se meteu? Olha só o
nariz dele, está encardido de tanta terra! Ele andou cavando em
algum lugar por aí.
Mistério resolvido. O Funga, cachorro
do Dinho, tinha cavado um buracão para
esconder os bonecos do pessoal. Quer
dizer: esconder, não. Na cabeça do
Funga, certamente ele estava guardando
os brinquedos. Mas como é que a gente
vai saber? Não dá para entrar em cabeça
de cachorro.
E quando o bicho é quem apronta,
quem é que paga a conta?
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Mas de uma coisa todo mundo
pode ter certeza: a primeira coisa que o
Funga fez foi ir direto lá no canteiro.
E, pelo jeito, ficou bastante
chateado. Alguém tinha revirado o
buraco que ele tinha feito com o maior
cuidado. E onde foram parar os
brinquedos que ele tinha guardado?
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26
Célia Suzuki
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O dia do benquerer. Hístoria Part 2