Biossorção de Metais Pesados Biossorção de Metais Pesados Ana Beatriz Veiga Dias de Moraes, Aline Maximo Carreira Ribeiro, Bruna Giovannini Prado, Caio Barros Simões de Almeida, Camila Peticov da Luz, Daniel Pereira Cinalli, Felipe Alves Daniel, Fernanda Moura Saravalli, Maria de Lourdes Carvalho Chaves, Marina da Silva Daniel. Professor: Paula Homem de Mello, CCNH Campus Santo André. Resumo INTRODUÇÃO OBJETIVO Dá-se o nome de água poluída a toda água que, diferente de seu estágio natural, encontra-se com as propriedades físico-químicas alteradas de maneira negativa, seja pela presença de metais tóxicos à sua nascente ou pela ação humana. Os principais fatores de deterioração dos rios, mares, lagos e oceanos são a poluição e a contaminação por produtos químicos e esgotos. (Ribeiro, 2008, Carvalho et al, 2008) Verificar por métodos analíticos e experimentais a eficácia da remoção de metais pesados em afluentes por casca de banana, laranja e sabugo de milho, a fim de descobrir qual destes seria o mais ideal para aplicação em escala industrial. Os principais poluentes de rios, lagos e mares, são: detergentes; óleos de cozinha; óleos de automóveis; gasolina; produtos químicos usados em indústrias; tintas; metais pesados (chumbo, zinco, alumínio e mercúrio). (Ribeiro, 2008, Carvalho et al, 2008) As indústrias são as grandes responsáveis pela poluição de águas, pois estas são as que mais utilizam metais pesados na fabricação de seus produtos, assim, seus dejetos estão repletos dos mesmos e, se estes forem despejados incorretamente no meio ambiente, poluem a água, o subsolo e entre outros. (Ribeiro, 2008, Carvalho et al, 2008, Dowbor & Tagnin, 2005) Os principais metais pesados encontrados em águas brasileiras são o níquel e o chumbo. O mais amplo uso do chumbo é na fabricação de acumuladores (bateria chumbo-ácida) e, o níquel, é aproximadamente 65% empregado na fabricação de aço inoxidável (astênico ou corrente) e outros 12% em superligas de níquel. O restante 23% é repartido na produção de outras ligas metálicas, baterias recarregáveis, reações de catálise, cunhagens de moedas, revestimentos metálicos e fundição. (Shigley & Mischike, 2005) METODOLOGIA O material orgânico (casca de banana, laranja e sabugo de milho) foi desidratado em forno sob baixa temperatura e posteriormente triturado. O pó obtido foi peneirado e pesado em quantidades de um, dois e três gramas. Misturou-se o pó com 100 ml de soluções de chumbo (0,1 mol/L) e de níquel (0,1 mol/L). Filtraram-se as soluções com filtro a vácuo. A solução obtida de chumbo foi titulada com KI, obtendo-se o valor de metal adsorvido. A solução de níquel não foi titulada pela falta de um indicador. Para os ensaios com níquel pesou-se o papel filtro de cada ensaio separadamente e depois foi pesado o pó com o metal adsorvido e o papel filtro, para a determinação da adsorção pela diferença de massa. RESULTADOS E DISCUSSÃO Para o chumbo, o método mais eficiente para a identificação de metal na solução, foi a titulação, que foi realizada em todas as amostras, pois pelo método da pesagem, sempre houve perda de massa na transferência do material e a dificuldade em se comparar o grau de umidade do material antes e depois do processo de adsorção. IX Simpósio de Bases Experimentais das Ciências Naturais da Universidade Federal do ABC - 12 e 13 de agosto de 2011 Biossorção de Metais Pesados Não foi possível encontrar um indicador eficiente para o níquel, assim, houve a impossibilidade de análise se houve a remoção efetiva metal da amostra de água. Para a realização do processo de identificação de níquel na solução, o método da pesagem não foi adequado, tendo em vista que variação na massa foi muito pequena e imprecisa. Sendo assim, a titulação teria sido mais eficiente para determinar a concentração de um reagente conhecido. Dentre os materiais utilizados, a casca de laranja apresentou um maior poder de adsorção de metal (Tabela 1), melhor do que a casca de banana, que é o material indicado na literatura. Pó Metal Casca de laranja Chumbo Chumbo Casca de banana Sabugo de milho Chumbo Quantidade Quantidade de metal de pó (g) adsorvido (%) 1g 85,7 2g 91 3g 94 1g 50 2g 98 3g Não foi possível detectar chumbo na amostra 1g 17 2g 50 3g 80 Tabela I: Resultados da biossorção de chumbo. CONCLUSÕES A remoção do chumbo com as cascas foi satisfatória, sendo as cascas de laranja as melhores para a utilização em escala industrial em comparação com as outras. Entretanto, pela falta de um método analítico eficiente não foi possível determinar se ocorre realmente a remoção do níquel. BRASIL MEDICINA. s.d. Disponível em: <http://www.brasilmedicina.com.br/noticias/pgnoticias_ det.asp?Codigo=134&AreaSelect=2> Acesso em: 05 jun. 2011. ENVENENAMENTO POR CHUMBO - BIOMEDICINA 38. s.d. Disponível em: <http://www.virtual.epm.br/material/tis/currbio/trab2004/1ano/chumbo/index.htm>Acesso em: 07 jun.2011. PORTAL TESES FUNDAÇÂO OSWALDO CRUZ. s.d. Disponível em: <http://portalteses.icict.fiocruz.br/transf.php?script=thes_ch ap&id=00006602&lng=pt&nrm=iso> Acesso em: 07 jun. 20111. SATURNISMO. s.d. Disponível <http://www.esac.pt/cernas/saturnismo.htm>Acesso 10 jun.2011. em: em: BONIOLO, M. R. ; YAMAURA, Mitiko . Uso da Casca de Banana para o Tratamento de Efluentes Radiotóxicos. In: CNPq, Gerdau, Eletrobrás Procel e Fundação Roberto Marinho. (Org.). Gestão Sustentável da Biodiversidade Desafio do Milênio. Porto Alegre: , 2007, v. único, p. 19-36. BONIOLO, M. R. ; YAMAURA, Mitiko . Viabilidade do Uso da Casca de Banana como Adsorvente de Íons de Urânio. In: Internacional Nuclear Atlantic Conference, 2005, Santos - SP. Inac, 2005. YAMAURA, Mitiko ; BONIOLO, M. R. ; MONTEIRO, Raquel Almeida . Características de Adsorção de Íons Radiotóxicos por um Resíduo Natural. In: ICTR 2004, 2004, Florianópolis, 2004. AGRADECIMENTOS Gostaríamos de agradecer, primeiramente, à nossa professora orientadora, Paula H. de Mello, pela paciência, ajuda, compreensão, explicações e, principalmente, por ter acreditado que daria certo. A todos os técnicos de laboratório que aguentaram nossa insistência e necessidade de materiais extras o tempo todo. Aos nossos colegas de classe que, mesmo sem fazer parte de nosso grupo, se prontificaram a ajudar quando precisávamos. À Milena Boniolo que foi a pioneira na pesquisa sobre o assunto e escreveu diversos artigos e um livro sobre o assunto. E, finalmente, a todo o grupo, pela paciência, dedicação e tempo disponibilizado para a realização desse projeto. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS MOURA, R. A. Técnicas de Laboratório. Livraria Ateneu Brasil. 1997. PASCALICCHIO, A. A. E. Contaminação por metais pesados saúde publica e medicina ortomolecular.Annablume. 2002. IX Simpósio de Bases Experimentais das Ciências Naturais da Universidade Federal do ABC - 12 e 13 de agosto de 2011