Publicada em Jornais do Interior
Gaúcho desde Março de 2002
“Água mole em pedra dura
tanto bate até que fura.”
Em minha defesa vou até admitir que a
água não é tão mole assim, mas a pedra é
duríssima, motivo pelo qual a cada três meses,
uma das treze ou quatorze edições da Portal
Mix é dedicada à Regionalização da Saúde.
Escolhi essa bandeira de luta, em especial,
porque está mais do que provado que em
Saúde, tempo é cuidado, é socorro, é vida,
logo quanto mais próximo melhor, além de
inúmeras outras vantagens.
Se jeito regula, um percentual máximo de
vantagens poderá ser obtido, pela comprovada e cada vez mais aceita necessidade de um
Sistema de Saúde à altura do que a população
merece e a Regionalização proporcionaria.
E quais seriam as maiores vantagens de
uma Saúde Regionalizada?
Havendo vontade política e dedicação ao
objetivo, será possível estruturar um Sistema
Regional de Saúde no RS, com a participação
e o apoio de Brasília e do
Governo do Estado, que
obteriam, em troca, as
seguintes vantagens:
1) Otimização do
equipamento hospitalar
disponível para atender
demandas de maior
urgência e complexidade, no interior do Estado.
2) Evidente redução das
distâncias entre o atual
Sistema de Saúde e seus
pacientes, com indiscutíveis aumentos na
Segurança, Agilidade e
Qualidade do Serviço
Prestado.
3) Aumento da concentração de profissionais
da Saúde em cada região,
o que facilitaria a criação de empregos
regionais e maior e melhor circulação dos
recursos envolvidos, dos quais cada região se
beneficiaria na proporção direta de sua
participação.
4) Dá para antever, com muita segurança, o
que ocorreria quanto aos alunos das Escolas
Superiores da Área da Saúde e seu estusiasmo
frente a uma aliada dessas, que lhes permitiria
estudar, trabalhar e desenvolver aptidões e
esperanças, sem sair do alcance da família e
com a certeza de um amanhã mais seguro.
5) É fácil deduzir que cada região responderia
melhor à expectativa de seus moradores/pacientes, tratando de providenciar
eventuais reforços em setores de demandas
crescentes, sempre que fosse o caso.
6) A já citada redução da distância Hospital
Regional/Pacientes, andaria ao redor de 65%,
*Ditado popular
média aproximada; nas regiões Fronteira
Oeste e no Noroeste e Norte do Estado, as
distâncias seriam reduzidas em quase 70%.
Essa aproximação faria com que possíveis
dificuldades, inclusive operacionais, fossem
melhor discutidas e resolvidas, daí resultando
evidentes benefícios para todos.
E de onde sairiam os recursos para
implantar a Regionalização?
1º) Seria criada uma categoria de Cidades que
abrigassem os Hospitais Regionais (em
princípio, 24 no RS).
Essas cidades receberiam uma verba
superior às demais da região, em equipamentos e para pagamento dos profissionais
necessários.
Nelas, seria prestado um atendimento bem
próximo ao que Porto Alegre já oferece, nos
casos de grande exigência, podendo-se
imaginar que cerca de 600 ônibus, vans,
automóveis e ambulâncias deixariam de dirigir-se
à Capital para buscar
atendimento ou visitar
pacientes, resultando daí
incalculável economia
em combustível,
desgaste de materiais,
saúde e tempo, hoje
prejuízos obrigatórios
dos viajantes.
2º) À medida em que,
mediante controle e
participação das
autoridades competentes, os pacientes do
Interior do Estado
começarem a ser
atendidos em suas
respectivas regiões, o
percentual de verba
correspondente a esta troca de atendimento
passará a ser retirado de Porto Alegre e
enviado às 23 Cidades-Sedes dos Hospitais
Regionais, na proporção do volume de
atendimento e custos de cada uma delas.
3º) Um grande e final benefício?
O Controle dos Gastos com a Saúde em
464 municípios (já excluindo os 32 da Região
Metropolitana) de difícil acompanhamento,
hoje, ficaria reduzido a 464/23= 20 municípios em média, por região.
Seis municípios do Vale do Gravataí Alvorada, Cachoeirinha, Glorinha, Gravataí,
Taquara e Viamão - já tomaram a iniciativa e
terão 900 mil pacientes atendidos bem mais
de perto, com mais segurança, rapidez e
resultados positivos.
Que tal promover reuniões na sua região,
visando a esse mesmo objetivo?
e-mail: [email protected]
“Quem é casado com Dona Maria
há 40 anos, não entende de
casamento, entende de Dona Maria.
De casamento entendo eu que já tive
seis.”
Chico Anysio
Frases de Chico Anysio
(Francisco Anysio
de Oliveira Paula Filho
12/abril/1931 - 23/março/2012)
“O brasileiro só tem três
problemas: café, almoço e janta.”
“No Brasil de hoje, o cidadão
tem medo do futuro, os políticos
têm medo do passado.”
“Claro que tenho depressão.
Tive seis mulheres, nove filhos e
dez netos. Se eu não tivesse
depressão, teriam de me internar,
porque eu seria um psicopata.”
“Vou morrer no Projac (Centro
Operacional da Globo) depois de
um diretor dizer: Corta, valeu
Chico. Eu direi: que bom que valeu
e morro em seguida. Será bonito!”
“Penso menos na morte do que
ela pensa em mim.”
“Não tenho medo da morte, tenho
pena!”
Chico Anysio
Há 177 anos, a Guarda
Nacional do RS ganhava
um novo Comandante.
A 31 de março de 1835,
ou seja, 5 meses e 20 dias
antes do 20 de setembro que
todos comemoramos, a
Guarda Nacional que aqui
atuava saudou seu novo
Comandante.
Era ele, nada menos do
que Bento Gonçalves da
Silva, escolhido por sua
atuação no patrulhamento
que controlava as fronteiras
gaúchas, tendo nesta posição
m o s t r a d o
u m
comportamento exemplar,
especialmente durante a
Campanha Cisplatina (182527), conflito que começou
quando a Banda Oriental do
Uruguai (então integrante do
Brasil) foi incorporado às
Províncias Unidas do Rio da
Prata.
Na sequência, o Brasil
declarou guerra à Argentina,
conflito que acabou - por
absoluta precariedade
militar e política dos
digladiantes - em uma
convenção preliminar de
paz, na qual os países
abriram mão de suas
conquistas até ali e
reconheceram a Banda
Oriental do Uruguai como
Independente.
Para Bento Gonçalves é
possível que esse comando
tenha sido uma forma de
pensar grande, o que ficaria
melhor explicado 170 dias
depois de sua nomeação.
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“Água mole em pedra dura tanto bate até que fura.”