MÉDIUNS CURADORES
• Certas pessoas podem curar pelo simples toque, pelo olhar, mesmo por um gesto,
sem o concurso de qualquer medicação. Dir-se-á, sem dúvida, que isso mais não é do
que magnetismo. Evidentemente, o fluido magnético desempenha aí importante
papel; porém, quem examina cuidadosamente o fenômeno sem dificuldade reconhece
que há mais alguma coisa.
• Todos os magnetizadores são mais ou menos
aptos a curar, desde que saibam conduzir-se
convenientemente, ao passo que nos médiuns
curadores a faculdade é espontânea e alguns até a
possuem sem jamais terem ouvido falar de
magnetismo. A intervenção de uma potência oculta,
que é o que constitui a mediunidade, se faz
manifesta, em certas circunstâncias, sobretudo se
considerarmos que a maioria das pessoas que
podem, com razão, ser qualificadas de médiuns
curadores recorre à prece, que é uma verdadeira
evocação.
Livro dos Médiuns – Parágrafo 176
MÉDIUNS CURADORES
Eis aqui as respostas que nos deram os Espíritos às perguntas que lhes
dirigimos sobre este assunto:
1 - Podem considerar-se as pessoas dotadas de força magnética como formando
uma variedade de médiuns?
— Não há dúvida.
2 - O médium é um intermediário entre os Espíritos e o
homem; ora, o magnetizador, haurindo em si mesmo a
força de que se utiliza, não parece que seja intermediário
de nenhuma potência estranha.
— A força magnética reside, sem dúvida, no homem, mas
é aumentada pela ação dos Espíritos que ele chama em
seu auxilio. Se magnetizas com o propósito de curar, por
exemplo, e invocas um bom Espírito que se interessa por
ti e pelo teu doente, ele aumenta a tua força e a tua
vontade, dirige o teu fluido e lhe dá as qualidades
necessárias.
Livro dos Médiuns – Parágrafo 176
MÉDIUNS CURADORES
3 - Há, entretanto, bons magnetizadores que não crêem nos Espíritos?
— Pensas então que os Espíritos só atuam nos que crêem neles? Os que
magnetizam para o bem são auxiliados por bons Espíritos. Todo homem que nutre o
desejo do bem os chama, sem dar por isso, do mesmo modo que, pelo desejo do mal
e pelas más intenções, chama os maus.
4 - Agiria com maior eficácia aquele que, tendo a força magnética, acreditasse na
intervenção dos Espíritos?
— Faria coisas que consideraríeis milagre.
5 - Há pessoas que verdadeiramente possuem o dom de curar pelo simples contato,
sem o emprego dos passes magnéticos?
— Certamente; não tens disso múltiplos exemplos?
Livro dos Médiuns – Parágrafo 176
MÉDIUNS CURADORES
6 - Pode transmitir-se esse poder?
— O poder, não; mas o conhecimento de que necessita, para exercê-lo, quem o
possua.
7 - Podem obter-se curas unicamente por meio da prece?
— Sim, desde que Deus o permita; pode dar-se, no entanto, que o bem do doente
esteja em sofrer por mais tempo e então julgais que a vossa prece não foi ouvida.
8 - Haverá para isso algumas fórmulas de prece
mais eficazes do que outras?
— Somente a superstição pode emprestar
virtudes quaisquer a certas palavras e
somente Espíritos ignorantes, ou mentirosos
podem alimentar semelhantes idéias,
prescrevendo fórmulas. Pode, entretanto,
acontecer que, em se tratando de pessoas
pouco esclarecidas e incapazes de compreender
as coisas puramente espirituais, o uso de
determinada fórmula contribua para lhes infundir
confiança. Neste caso, porém, não é na fórmula
que está a eficácia, mas na fé, que aumenta por
efeito da idéia ligada ao uso da fórmula.
Livro dos Médiuns – Parágrafo 176
A APLICAÇÃO DO PASSE
• Ao doarmos as nossas próprias energias somos ‘magnetizadores’, mas podemos ao
mesmo tempo ser médiuns, quando nossos recursos são aumentados e
enriquecidos pelos Espíritos. Indivíduos não espíritas, não cristãos, não filiados a
qualquer credo religioso, mas que laboram no bem em outros campos do amor, podem
também ceder fluidos curadores para quem necessite, inclusive com o auxílio de
Espíritos, sem se darem conta disso. O que importa é ser bom, é amar o próximo
como ensinou Jesus.
• Para lograr bom resultado, todo trabalho espiritual necessita de preparo. No caso do
passe, deve haver preparo tanto do passista como do paciente. Da parte do primeiro,
porém, esse preparo deve ser constante, não há necessidade que receba antes o
chamado ‘passe de limpeza’, a fim de estar mais apto para aplicar o passe. Essa
‘limpeza’ deve ser obtida por seus esforços em seguir a Lei do Amor, Justiça e
Caridade. Não é submetendo-se a uma operação momentânea que poderá tornar-se
instrumento dócil e puro dos Espíritos Superiores.
• O ideal seria que toda aplicação de passe fosse precedida de
esclarecimento doutrinário sobre os fluidos, a fé, a oração, etc.
Com o estudo e as reflexões evangélicas o ambiente se tranqüiliza
e os fluidos atuam de forma mais adequada. Por meio dessas
atividades preparatórias, quem vai receber o passe aprende a
buscar sua melhoria não somente pelo passe, mas pela eliminação
de suas imperfeições morais, causa última dos seus males. Essa
é a terapêutica de profundidade proposta pelo Espiritismo.
TÉCNICAS
• Como deve ser recebido e dado o passe?
— O passe poderá obedecer à fórmula que forneça maior percentagem de confiança,
não só a quem o dá, como também a quem o recebe. Devemos esclarecer, todavia,
que o passe é a transmissão de uma força psíquica e espiritual, dispensando qualquer
contato físico na sua aplicação.
• A chamada ‘benzedura’, conhecida nos meios populares, será uma modalidade de
passe?
— Sempre que empregadas na caridade, são expressões humildes do passe
regenerador, vulgarizado nas instituições espiritistas.
Jesus nos deu a primeira lição nesse sentido, impondo
as mãos divinas sobre os enfermos e sofredores, no que
foi seguido pelos apóstolos do cristianismo primitivo.
“Toda boa dádiva e dom perfeito vem do alto”, dizia o
apóstolo, na profundeza de suas explanações.
A prática do bem pode assumir as fórmulas mais
diversas, porém, é sempre a mesma diante do Senhor.
O Consolador – Emmnuel – Perguntas 99 e 100
Emmanuel
TÉCNICAS
• Na aplicação de passes não se faz precisa a gesticulação violenta, a respiração
ofegante ou o bocejo contínuo [...]. A transmissão do passe dispensa qualquer recurso
espetacular.
• Não há técnicas únicas para aplicação do passe. O passe deve ser simples. Em
qualquer caso, dispensam-se quaisquer gestos estranhos, fórmulas místicas e
outros recursos espetaculares. É falta de estudo da Doutrina Espírita que tem levado
a adoção de práticas estranhas nos trabalhos de passe em muitas casas espíritas.
• Destaquemos algumas atitudes exteriores comuns
que o médium passista deve abolir:
Tilintar dos dedos, esfregar ou tremer as mãos; Tocar
o paciente. O passe não é dado no corpo físico,
como já salientamos. É recomendável guardar certa
distância do paciente. O doador de energias pelo
passe não deve se deixar influenciar pelos
desarranjos emocionais e enfermiços de certos
pacientes. A influência negativa nunca atinge quem
está bem física e espiritualmente, com domínio de
suas emoções.
Conduta Espírita – André Luiz – Cap. 28
TÉCNICAS
• Tomar passe após aplicá-lo. É uma pratica dispensável. Muitos passistas
empregam-na por desconhecimento dos mecanismos fluídicos; alegam que é para
‘eliminar as más influências’ e se ‘reabastecer’. O passe adequadamente
desenvolvido não exaure quem o transmite, muito pelo contrário. André Luiz
recomenda-nos ‘jamais temer a exaustão das forças magnéticas’.
Conduta Espírita – André Luiz – Cap. 28
• O médium passista é canal pelo qual circulam abundantemente as forças radiantes
que emanam do ‘Céu’. André Luiz pergunta a Hilário se os trabalhadores encarnados
que examinavam ministrando o passe não precisariam recear a exaustão.
• De modo algum. Tanto quanto nós, não
comparecem aqui com a pretensão de serem os
senhores do beneficio, mas sim na condição de
beneficiários que recebem para dar. A oração, com
o reconhecimento de nossa desvalia, coloca-nos na
posição de simples elos de uma cadeia de socorro,
cuja orientação reside no Alto. Somos nós aqui,
neste recinto consagrado à missão evangélica, sob
a inspiração de Jesus, algo semelhante à tomada
elétrica, dando passagem à força que não nos
pertence e que servirá na produção de energia e luz.
Nos Domínios da Mediunidade – André Luiz – Cap. 17
TÉCNICAS
• Quanto ao tempo de duração do passe, compreende-se que não seja fixo. Cabe ao
passista usar o bom senso e a inspiração do momento. Demorar muito,
principalmente em crianças, não é confortável e causa irritação. Não é aconselhável
também acumular fluidos só numa parte do corpo, a cabeça, por exemplo.
Nos Domínios da Mediunidade – André Luiz – Cap. 17
TÉCNICAS
• Quando o passe deve ser em equipe?
— Nos casos em que o coordenador da tarefa, pela sua experiência, julgar
conveniente. Freqüentemente, tais passes são aplicados em companheiros que
estejam vivenciando processos obsessivos ou em casos que o paciente necessite de
tipos de fluidos diferentes. Nesses casos, a aplicação do passe em equipe tanto
fornece mais vasta gama de elementos para o trabalho da Espiritualidade, como
proporciona a todos maior segurança, em virtude da possibilidade de haver
manifestação mediúnica sem controle por parte do paciente.
O Passe – Eugênio Lysei Jr
TÉCNICAS
• Os olhos devem ficar abertos ou fechados?
— Em geral, abertos. Particularmente os passistas que se servem de movimentos
para a aplicação do passe não poderão agir de olhos fechados, sob pena de virem a
colidir com outro passista também em movimento, ou até mesmo com o próprio
paciente. Além, é claro, dos inconvenientes trazidos pelo toque indesejado.
O Passe – Eugênio Lysei Jr
TÉCNICAS
• O que o passista deve pensar na hora do passe?
— O passista deverá orar continuamente durante a tarefa. O pensamento bem
direcionado é essencial para o desempenho da tarefa. Assim, quanto mais se estuda
os mecanismos do passe, maior capacidade de orientação de sua força mental terá o
passista.
• Embora não haja regra sobre ‘o que pensar’, observamos que muitos companheiros
mais afinizados com o estudo imaginam correntes magnéticas luminosas entrando e
saindo pelos centros vitais do paciente, outros projetam na tela mental a figura de
Jesus, e ainda outros imaginam descargas enormes de fluidos saindo das pontas de
seus dedos, dos olhos, ou de todo o corpo.
• Seja qual for a ideação, esta sempre deverá ser nobre,
além de ser alimentada pela crença profunda do
passista na eficácia da aplicação, embora, como já
dissemos, o passista não tenha autoridade suficiente
para garantir cura a qualquer pessoa.
O Passe – Eugênio Lysei Jr
TÉCNICAS
• O que é passe de dispersão?
— O passe de dispersão é técnica destinada a retirar os fluidos deletérios que
possam estar vinculados ao paciente, pela ocasião das ocorrências do dia a dia, ou
de causas específicas, tais como processos obsessivos. É comumente ministrado
aos médiuns, nas reuniões mediúnicas, após manifestação de entidade perturbada. A
função básica dessa técnica é propiciar alívio ao paciente, assim como desobstrução
de sua capacidade intelectiva, e de vinculação com os benfeitores espirituais.
• Como aplicar o passe de dispersão?
— O passe de dispersão é realizado pela movimentação dos braços de cima para
baixo, e não de baixo para cima, ao longo do corpo do paciente. As palmas das
mãos devem estar direcionadas para baixo, de forma a se pensar que algo está sendo
retirado do paciente. Os passistas não necessitam fazer qualquer tipo de movimento
com as mãos com o objetivo de livrarem-se dos fluidos retirados do paciente, pois tais
fluidos não ficam agregados no passista.
• Lembramos, mais uma vez, que os movimentos aqui
descritos funcionam apenas como sugestão mental tanto
para o passista, como para o paciente.
O Passe – Eugênio Lysei Jr
TÉCNICAS
• O que é passe de energização?
— O passe de energização é técnica que objetiva principalmente o fortalecimento
energético do indivíduo. Com base nesse fortalecimento, o paciente pode reorganizar
seus mecanismos de defesa contra investidas espirituais e encontrar motivação com
base nas novas reservas de energia, dentre outros.
• Como aplicar o passe de energização?
— O passe de energização é realizado pela imposição de mãos,
que são movimentadas vagarosamente, desde a cabeça até às
pernas do paciente, podendo ser repetido várias vezes tal
movimento. É comum o passista, conforme sua intuição, fixar as
mãos por algum tempo em determinada parte do corpo do
paciente, com o objetivo de fornecer maior parcela de fluidos aos
órgãos daquela área. Durante tais movimentos, o passista
deverá imaginar a transferência de fluidos luminosos de si para o
paciente, tendo a plena convicção de que tais fluidos estão
repletos de boas energias. Ao final do passe, que geralmente
começou pela técnica de dispersão, caso o passista deseje
comunicar mentalmente votos de confiança, esperança e paz ao
paciente, é comum o posicionamento das mãos acima da
cabeça (centro coronário) e na direção dos olhos (centro
frontal).
O Passe – Eugênio Lysei Jr