Operação conjunta do MP prende quadrilha que desviava medicamentos da rede pública Uma operação conjunta do Ministério Público – por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO) – Núcleo São Paulo -, da Polícia Civil e da Corregedoria Geral da Administração prendeu, na manhã desta quinta-feira (2), 11 integrantes de uma quadrilha investigada por desviar medicamentos da rede pública estadual de saúde. Foram cumpridos 12 mandados judiciais de prisão temporária e 16 mandados de busca e apreensão em São Paulo, Rio de Janeiro, São Caetano do Sul, Praia Grande e Itaquaquecetuba. A operação teve a participação de cinco promotores de Justiça, 50 policiais civis, três corregedores da administração e 10 agentes sanitários. De acordo com as investigações, iniciadas há seis meses, a quadrilha desvia medicamentos de alto custo da rede estadual de saúde, com a ajuda de funcionários públicos, e os revendia para farmácias e distribuidoras de medicamentos. Vários dos mandados de busca e apreensão foram cumpridos nesses estabelecimentos. Nas residências dos envolvidos, em farmácias e distribuidoras foram apreendidos vários tipos de medicamentos de origem controlada, de alto custo, inclusive destinados a tratamento oncológico oferecido a pacientes da rede estadual de saúde. Também foram apreendidos diversos veículos pertencentes aos investigados. De acordo com as investigações, a ação da quadrilha era comandada de dentro do Centro de Detenção Provisória (CDP) de Pinheiros, na capital, por Stefano Mantovani Fernandes, condenado a 14 anos de prisão por receptação e comercialização de medicamentos da rede pública. Por telefone celular, ele passava as ordens para a esposa dele, Debora Aretusa Fulep da Luz, moradora em São Bernardo do Campo, e para seu cunhado Rodrigo Eduardo de Paula, ambos presos durante a operação. Também foram presos Rogério Penedo Ferreira da Silva, Casimimiro Bilevicius Junior, Eliane Assunção de Siqueira, Ronaldo Ramos de Siqueira, Luiz Leite do Nascimento, Marcos Roberto da Silva Siqueira, Sidinei Dias, Fernando Rocha da Silva e Edson André dos Santos. Rogério Penedo Ferreira da Silva, proprietário de distribuidoras de medicamentos na Baixada Santista é apontado com um dos receptadores dos produtos desviados, assim como Casimiro Bilevicius Junior, proprietário de distribuidora na Capital, Luiz Leite do Nascimento, proprietário de farmácia em São Paulo, e Marcos Roberto da Silva Siqueira, preso no Rio de Janeiro, onde mantém uma distribuidora de medicamentos em Belfort Roxo. Edson André dos Santos, proprietário de distribuidora e farmácia, também é suspeito de receptação dos medicamentos obtidos ilegalmente pelo grupo. Eliane Assunção de Siqueira, servidora do Hospital Brigadeiro, é suspeita de ser uma das fornecedoras de medicamentos da rede pública à quadrilha, com a ajuda de seu marido, Ronaldo Ramos de Siqueira. Rogério Penedo é apontado como o homem que desviava medicamentos do Instituto Brasileiro Contra o Câncer, e Fernando Rocha da Silva é suspeito de desviar remédios do Hospital Samaritano, onde trabalha como auxiliar de farmácia. A ação da quadrilha causou prejuízo de pelo menos R$ 10 milhões aos cofres públicos, segundo as primeiras estimativas.