Parceria ControlLab
Habilitada ANVISA/REBLAS
Provedor Alternativo CAP
Certificada ISO 9001
Questionário - Proficiência Clínica
Área: Imunologia
Rodada: Julho/2008
Seleção de Temas
Prezado Participante,
Gostaríamos de contar com a sua contribuição para a elaboração dos próximos materiais educativos. Cada
questionário desenvolve um assunto (temas) específico dentro da área proposta. Para a presente área,
quais temas você gostaria que fossem abordados nos próximos questionários?
Contamos com sua contribuição, ControlLab
Sugestão de temas para os próximos questionários:
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Questionário - Proficiência Clínica
Área: Imunologia
Rodada: Julho/2008
Tema
HIV
Elaborador
João Renato Rebello Pinho, Médico Patologista Clínico do Departamento de Patologia Clínica do
Hospital Israelita Albert Einstein e do Departamento de Gastroenterologia da Faculdade de Medicina da USP.
Texto Introdutório
A AIDS (Síndrome da Imunodeficiência Adquirida) foi descrita no início da década de 80 inicialmente como
uma síndrome de etiologia desconhecida que infectava principalmente homossexuais, politransfundidos e
haitianos nos EUA. Em 1983, o agente viral causador desta síndrome foi identificado como o Vírus de
Imunodeficiência Humana (HIV-1), um retrovírus que foi posteriormente classificado no gênero Lentivirus.
Posteriormente, um outro agente viral, o HIV-2, foi também identificado como causador desta síndrome. Até o
surgimento da primeira droga com alguma eficiência para conter a replicação viral, o AZT (azido-timidina),
esta patologia evoluía quase sempre para o óbito, devido às profundas alterações imunológicas causadas nos
portadores deste vírus, com queda importante na contagem das células T CD4 e surgimento de uma série de
infecções oportunistas. Desde então, uma série de progressos foram realizados para o controle desta doença,
com o surgimento de métodos de biologia molecular que permitiam monitorar o acompanhamento da viremia
e com o desenvolvimento de uma série de outros medicamentos capazes de controlar com maior eficiência a
replicação viral. Serão abordados neste questionário diferentes aspectos da epidemiologia, diagnóstico e
acompanhamento desta patologia.
Questão 1
Quanto aos vírus causadores da AIDS:
Questão 2
Questão 3
1.
A AIDS está associada com o HIV-1 e o HIV-2, sendo o primeiro originário de chimpanzés e gorila e o
segundo do macaco “sooty mangabey” (Cercocebus atys);
2.
A AIDS está associada com o HIV-1 e o HIV-2, sendo o primeiro originário de chimpanzés e gorila e o
segundo com macacos do Novo Mundo (Lagothrix lagotrichia);
3.
A AIDS está associada com o HIV-1, originário de chimpanzés e gorila. Atualmente se esclareceu que o
HIV-2 não pode causar esta síndrome;
4.
A AIDS está associada com o HIV-1 e o HIV-2, cuja origem não é conhecida, pois atualmente estudos
filogenéticos provaram que estes não se associam com os retrovírus encontrados em outros primatas.
Quanto à distribuição geográfica da AIDS:
1.
A região do mundo onde se encontram mais casos de AIDS é a América do Norte, especialmente na
Califórnia, onde foi inicialmente descrita, e onde a proporção de indivíduos homossexuais é maior;
2.
A região do mundo onde se encontram mais casos de AIDS é a África, ao sul do Saara, onde a epidemia
se iniciou e depois atingiu outras regiões do mundo;
3.
A região do mundo onde se encontram mais casos de AIDS é a África do Norte, onde a epidemia se
iniciou e depois atingiu outras regiões do mundo;
4.
A região do mundo onde se encontram mais casos de AIDS é o Brasil, onde os vírus trazidos da África
encontraram populações suscetíveis com comportamento sexual promíscuo.
Quanto à epidemiologia da AIDS:
1.
A doença encontra-se restrita aos chamados grupos de risco dos países desenvolvidos: homens que
fazem sexo com homens, usuários de drogas endovenosas e politransfundidos;
2.
A doença representa um sério problema de saúde pública em diversos países do mundo, sendo que a
maior parte dos casos do mundo se encontra no continente africano;
3.
A utilização de métodos de triagem sorológica de sangue não teve o impacto desejado e a doença
continua sendo transmitida com freqüência por doações de sangue e hemoderivados, sendo que
politransfundidos e hemofílicos continuam sendo afetados por ela com freqüência;
4.
A transmissão sexual do HIV ocorre apenas em relações homossexuais masculinas, sendo a AIDS muito
rara em mulheres.
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Questão 4
Questão 5
Questão 6
Questão 7
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Área: Imunologia
Rodada: Julho/2008
Quanto às medidas de controle da epidemia e a eficiência de tratamento:
1.
As medidas de controle não tiveram nenhum efeito e a AIDS continua crescendo pelo mundo de forma
logarítmica, com mais de 40 milhões de pessoas vivendo com HIV pelo mundo. Apesar da descoberta
de diversos medicamentos anti-retrovirais, a taxa de mortalidade também continua crescendo com mais
de 5 milhões de óbitos por ano nos últimos cinco anos;
2.
As medidas de controle tiveram efeito e o número de pessoas vivendo com AIDS tem crescido de forma
muito mais lenta do que no início da epidemia, com menos de 35 milhões de pessoas vivendo com HIV
pelo mundo atualmente. A descoberta de diversos medicamentos anti-retrovirais teve também um
impacto importante na evolução da doença e o número de pessoas que morreram com AIDS está
estabilizado em torno de 2 milhões de indivíduos por ano nos últimos cinco anos;
3.
As medidas de controle tiveram pouco efeito e a AIDS continua crescendo pelo mundo de forma
logarítmica, com mais de 40 milhões de pessoas vivendo com HIV pelo mundo. Por outro lado, a
descoberta de diversos medicamentos anti-retrovirais teve um impacto importante na evolução da
doença e o número de pessoas que morreram com AIDS está estabilizado em torno de 2 milhões de
indivíduos por ano nos últimos cinco anos;
4.
As medidas de controle tiveram efeito e o número de pessoas vivendo com AIDS tem crescido de forma
muito mais lenta do que no início da epidemia, com menos de 35 milhões de pessoas vivendo com HIV
pelo mundo atualmente. Por outro lado, apesar da descoberta de diversos medicamentos antiretrovirais, a taxa de mortalidade também continua crescendo, nos últimos cinco anos, com mais de 5
milhões de óbitos por ano.
São tendências da epidemia da AIDS no Brasil:
1.
Estabilização, Heterossexualização, Feminização, Pauperização;
2.
Crescimento logarítmico, Homossexualização, Feminização, Pauperização;
3.
Estabilização, Heterossexualização, Masculinização, Pauperização;
4.
Crescimento logarítmico, Heterossexualização, Feminização, Pauperização.
Em relação à classificação dos vírus da AIDS:
1.
Existem 2 tipos principais: HIV-1 e HIV-2. O HIV-1 é ainda dividido em 3 grupos (M, N, O). O grupo M
está subdivido em subtipos (A, B, C, D, F, G, H, J, K). Existem ainda diversas formas recombinantes
denominadas pelo nome CRF;
2.
Existem 4 tipos principais: HIV-1, HIV-2, HIV-3 e HIV-4. Estes dois últimos foram recentemente
descobertos. O HIV-1 é ainda dividido em 3 grupos (M, N, O). O grupo M está subdivido em subtipos (A,
B, C, D, F, G, H, J, K);
3.
Existem 2 tipos principais: HIV-1 e HIV-2. O HIV-1 é ainda dividido em 3 grupos (M, N, O). O grupo M
está subdivido em subtipos (A, B, C, D, F, G, H, J, K). Existem ainda diversas formas recombinantes
denominadas pelo nome CRF. O HIV-2 não está relacionado com a AIDS;
4.
Existem 2 tipos principais: HIV-1 e HIV-2. O HIV-1 é ainda dividido em 3 grupos (M, N, O). O grupo M
está subdivido em subtipos (A, B, C, D, F, G, H, J, K). Existem ainda diversas formas recombinantes
denominadas pelo nome CRF. As formas recombinantes CRF não estão relacionadas com a AIDS.
No gráfico ao lado, vemos a evolução dos
marcadores de um caso recente de infecção pelo
HIV. Os números 1 a 6 correspondem a:
1.
1 – infecção; 2 – início da infectividade; 3 –
anti-HIV; 4 – HIV RNA; 5 – HIV DNA; 6 – Ag
p24;
2.
1 – infecção; 2 – início da infectividade; 3 –
HIV DNA; 4 – anti-HIV; 5 – HIV RNA; 6 – Ag
p24;
3.
1 – infecção; 2 – início da infectividade; 3 –
HIV DNA; 4 –HIV RNA; 5 –anti-HIV; 6 – Ag
p24;
4.
1 – infecção; 2 – início da infectividade; 3 –
HIV RNA; 4 – anti-HIV; 5 – HIV DNA; 6 – Ag
p24.
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Questão 8
Questão 9
Questão 10
Questão 11
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No gráfico abaixo, vemos a evolução de um caso de
AIDS na ausência de tratamento. Os números 1 e 2
correspondem à:
1.
1 – Contagem de células CD8; 2 – Carga Viral
(HIV RNA);
2.
1 – Contagem de células CD4; 2 – Carga Viral
(HIV RNA);
3.
1 – Carga Viral (HIV RNA); 2 - Provírus (HIV
DNA);
4.
1 – Carga Viral (HIV RNA), 2 - Contagem de
células CD4.
O diagnóstico da infecção pelo HIV se faz inicialmente com:
1.
Apenas um teste positivo para ELISA é suficiente para se concluir o diagnóstico, não havendo
necessidade de outros testes;
2.
No caso de um teste ELISA positivo, deve se realizar novo teste em outra amostra, se este teste for
também positivo, deve se proceder ao Western blot para se confirmar a infecção viral;
3.
Dosagem do provirus (HIV DNA) e contagem de células CD4. A dosagem do provirus tem que ser positiva
e as células CD4 tem que estar abaixo de 250 células por mL;
4.
Dosagem do provírus (HIV DNA) e carga viral (HIV RNA).
Os medicamentos utilizados para o tratamento da AIDS estão classificados em:
1.
Inibidores nucleosídicos e não nucleosídicos da transcriptase reversa; inibidores da protease, inibidores de
fusão; inibidores de tirosina quinase;
2.
Inibidores nucleosídicos e não nucleosídicos da RNA polimerase; inibidores da protease, inibidores de
fusão; inibidores de CCR5;
3.
Inibidores nucleosídicos e não nucleosídicos da transcriptase reversa; inibidores da protease, inibidores de
fusão; inibidores de CCR5;
4.
Inibidores nucleosídicos e não nucleosídicos da transcriptase reversa; inibidores da protease, inibidores de
fusão; inibidores de tirosina quinase; inibidores de CCR5.
A dosagem de células CD4:
1.
Não deve ser realizada em um paciente com AIDS para indicar tratamento, mas sua utilização é muito
importante para se avaliar a resposta ao tratamento;
2.
Deve ser realizada antes do tratamento para se monitorar o sistema imune do paciente, no caso do
paciente apresentar menos de 350 células por mL, o tratamento está indicado apenas se o paciente
apresentar sintomas;
3.
Deve ser realizada antes do tratamento para se monitorar o sistema imune do paciente, no caso do
paciente apresentar menos de 350 células por mL, o tratamento está indicado independentemente da
presença de sintomas;
4.
Deve ser realizada antes do tratamento para se monitorar o sistema imune do paciente, mas o tratamento
só está indicado para pacientes com carga viral maior que 30.000 cópias/mL, independente da contagem
de células CD4;
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Questão 13
Questão 14
Questão 15
Referências
Bibliográficas:
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O tratamento inicial indicado para pacientes com AIDS deve ser:
1.
2 inibidores nucleosídicos da transcriptase reversa e 1 inibidor não nucleosídico da transcriptase reversa
(ou 1 inibidor da protease);
2.
2 inibidores nucleosídicos da transcriptase reversa;
3.
1 inibidor de protease e 1 inibidor de fusão (ou 1 inibidor de tirosina quinase);
4.
2 inibidores nucleosídicos da transcriptase reversa e 1 inibidor de CCR5 (ou 1 inibidor de tirosina quinase).
O HIV é um vírus que usualmente apresenta resistência aos anti-retrovirais:
1.
Pois apresenta um padrão Lamarckiano de mutações, sabendo desenvolver as mutações de resistência
para o anti-retroviral utilizado;
2.
Pois apresenta uma transcriptase reversa com baixa fidelidade que leva à incorporação de mutações
dispersas pelo seu genoma;
3.
Pois apresenta uma RNA polimerase com baixa fidelidade que leva à incorporação de mutações dispersas
pelo seu genoma;
4.
Pois se replica pelo mecanismo de “rolling-circle”, gerando múltiplas cópias de RNA que se combinam ao
acaso.
Em relação ao tratamento da AIDS:
1.
O principal objetivo da terapia anti-retroviral é a obtenção de carga viral indetectável (abaixo de 50, 80 ou
400 cópias/mL, dependendo da metodologia laboratorial) dentro de um período de seis meses;
2.
Deve-se considerar como resultado positivo uma grande redução na carga viral (maior que 1 log ou 90%
da carga viral inicial nas primeiras quatro a seis semanas; ou maior que 2 log ou 99%, após 12 a 16
semanas);
3.
O principal objetivo da terapia anti-retroviral é a obtenção de carga proviral indetectável (abaixo de 50, 80
ou 400 cópias/mL, dependendo da metodologia laboratorial) dentro de um período de um mês;
4.
Duas alternativas estão corretas.
Em relação aos exames de sequenciamento do ácido nucléico do HIV:
1.
Podem determinar a presença de mutações específicas associadas com a resistência aos antiretrovirais
pelo sequenciamento do genes que codificam a Protease e Transcriptase Reversa;
2.
Estão indicados em pacientes com carga viral maior que 500.000 cópias por mL independente de sua
aderência ao tratamento;
3.
Não possuem nenhum valor, atualmente foram substituídos pela Fenotipagem Virtual;
4.
Não são indicados pois o tratamento pode ser conduzido por um clínico experiente.
•
A. WALTER FERREIRA & SANDRA L. M. ÁVILA – Diagnóstico Laboratorial das Principais Doenças
ª
Infecciosas e Auto-Imunes. 2 Edição. Guanabara Koogan, Rio de Janeiro. RJ, 2001
•
FOCACCIA, R. – Veronesi - Tratado de Infectologia. 2a. edição, Atheneu, São Paulo, SP, 2005.
•
GELLER, M. & SCHEINBERG, M.A. – Diagnóstico das Doenças Imunológicas, 1ª Edição, Sarvier, São
Paulo, 2005.
•
MINISTÉRIO DA SAÚDE, Secretaria de Vigilância em Saúde, Programa Nacional de DST e AIDS Recomendações para Terapia Anti-Retroviral em Adultos e Adolescentes Infectados pelo HIV, 2004.
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