Comitês
de auditoria
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A evolução cria
ambiente desafiador
A evolução do mercado de capitais brasileiro e o marco regulatório
passaram por mudanças sem precedentes na última década, não apenas
no Brasil, como também globalmente. Essas transformações tornam
o ambiente de Financial Reporting ainda mais desafiador, exigindo
constantes adaptações por parte dos atores envolvidos, visando fazer
frente à demanda por novas metodologias de supervisão e gestão de
riscos, mais eficazes e por que não mais eficientes.
“Entender essa evolução, assim como acompanhar os aspectos
normativos e cotidianos inerentes ao mercado financeiro, é fundamental
para que administradores, supervisores, conselheiros, membros de
comitês de auditoria e auditores externos e internos prossigam em sua
permanente busca pela excelência na gestão de riscos preventiva e
detectiva, cada um no exercício de sua profissão, alinhada às práticas
internacionais e às especificidades do cenário brasileiro” , avalia Jubran
Coelho, sócio da KPMG no Brasil na área de Serviços Financeiros.
É fundamental
que cada
ator exerça
o seu papel
Para ajudar na reflexão sobre o tema, a KPMG no Brasil realizou, em outubro,
o fórum A evolução dos modelos de comitês de auditoria – uma abordagem
voltada para o efetivo controle de riscos. “Dada a importância dos comitês
de auditoria no controle efetivo de riscos e o relevante papel de cada um
dos atores do mercado financeiro na sustentação dos pilares fundamentais
da governança, julgamos apropriado promover um evento que reunisse o
mercado financeiro e o Banco Central do Brasil” , explica Ricardo Anhesini
Souza, sócio-líder da KPMG no Brasil na área de Serviços Financeiros.
Participaram do encontro Anthero de Moraes Meirelles, diretor de
Fiscalização do Bacen; Jeremy Anderson, líder global de Serviços
Financeiros da KPMG; e Guy Almeida Andrade, do Comitê de Auditoria
do Itaú Unibanco, além de integrantes de comitês de auditoria,
conselhos fiscais e de administração de instituições financeiras nacionais
e internacionais, privadas e públicas.
Os debates abordaram vários aspectos dos modelos de comitês de
auditoria, como tamanho ideal e/ou esperado, efetividade dos comitês
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sem a existência de membros independentes quando a instituição não
atinge determinados gatilhos quantitativos e/ou de acesso ao mercado
de capitais e responsabilizações proporcionalmente balanceadas entre
todos os pilares de sustentação da governança esperada, dentre outros.
ANTHERO
MEIRELLES
“Alguns pilares são de grande importância para a boa gestão de riscos
no mercado financeiro, dentre eles a boa governança corporativa: aquela
que sai do papel e do mero formalismo e permeia toda a organização em
forma de bons controles de gestão de risco” , analisou Anthero de Moraes
Meirelles em sua apresentação. O diretor de Fiscalização do Bacen se
referiu também à recomendação do comitê de Basiléia (BIS) que reforça
que todas as estruturas da organização devem estar envolvidas com o
processo amplo de controles internos e de gestão de riscos dos bancos.
Para ele, a gestão de riscos não é responsabilidade apenas da área
de riscos, mas das diversas instâncias organizacionais, com especial
participação da alta administração, que deve estar alinhada aos preceitos
de governança corporativa. “Como parte inerente e que abraça este
ambiente, é fundamental que cada ator exerça seu papel” , disse. E
complementou: “os gestores, o processo de supervisão, os auditores
externos e internos e os comitês de auditoria são um exemplo disso” .
Leia também o estudo Current trends in central bank financial reporting practices,
no site kpmg.com/BR
Pontos que podem ser aperfeiçoados
Em uma análise consolidada de mercado com base em inspeções e acesso a dados do sistema financeiro,
certas áreas são vistas pelo regulador como tendo potencial para aperfeiçoamento visando à efetividade dos
comitês de auditoria.
• Realização de reuniões com
o conselho de administração, a
diretoria e as auditorias apenas
na quantidade suficiente para
atendimento ao requerimento
normativo.
• Falta de reuniões com as
diversas áreas da instituição
(controles, compliance, risco,
controladoria). Reduzida interação
com áreas de riscos e controles.
• Carência de membros
dos comitês de auditoria com
expertise em contabilidade, riscos
e controles.
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• Foco exclusivo em questões
contábeis, sem atenção aos
assuntos pertinentes à gestão de
riscos e controles internos.
• Ausência de avaliação
de projetos e mudanças
organizacionais com impacto
nos demonstrativos contábeis/
financeiros e nos controles
internos.
• Excesso de confiança no
trabalho do auditor externo,
sem fazer questionamentos
ou buscar fontes adicionais de
evidência.
• Falta de rigor com relação à
independência e à competência do
auditor externo.
• Ausência de metodologia
para avaliação dos trabalhos da
auditoria externa, em todos os
seus aspectos.
• Falta de critérios objetivos
para avaliação da efetividade da
auditoria interna, em todos os
seus aspectos.
• Relatórios semestrais sucintos,
sem emissão da opinião e das
conclusões do comitê.
RICARDO
ANHESINI
GUY
ANDRADE
JEREMY
ANDERSON
JUBRAN
COELHO
Equilíbrio
Jeremy Anderson enfatizou a relevância de um tripé bem equilibrado entre os ambientes
interno, externo e o comitê de auditoria. “Os comitês situam-se em um nível bastante
elevado nas instituições e, como tal, podem e devem fazer uso do’tone from the top”, analisou
o líder global de Serviços Financeiros da KPMG. Para ele, os comitês devem provocar, de
maneira recorrente, reflexões sobre aspectos relevantes como:
• Os gestores de risco têm sido capazes de explicar claramente o risco sob suas
responsabilidades?
• A remuneração de gestores baseada em performance também considera os aspectos de
gerenciamento de riscos?
• Os pacotes de remuneração são diferidos pelo tempo durante o qual os benefícios ou
riscos do negócio serão absorvidos pela instituição?
• O comportamento ético, assim como a performance financeira, tem sido alvo de medição?
Comitê de auditoria
Provê supervisão, desafia
e influencia
• ‘tone from the top’
• ambiente de risco e
controle
• incentiva melhoria
constante
Gestão
Auditoria externa
Tripé do
ambiente
de reportes
financeiros
Auditoria das demonstrações
financeiras de acordo com
normas de auditoria
• emitir opinião
• recomendar melhorias
Avaliação
Reportes e riscos
• desenho de processos • testes
• recomendar
• implementação
melhorias
• manutenção
Auditoria interna
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