Lição 12 12 de Setembro a 18 de Paulo: Missão e Mensagem Sábado à tarde LEITURA PARA O ESTUDO DA SEMANA: I Coríntios 1:22-24; I Timóteo 6:12; II Timóteo 4:7; I Coríntios 15:12-22; Atos 15:38-41. VERSO ÁUREO: “Irmãos, quanto a mim, não julgo que o haja alcançado; mas uma coisa faço, e é que, esquecendo-me das coisas que atrás ficam, e avançando para as que estão diante de mim, prossigo para o alvo, pelo prémio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus.” Filipenses 3:13 e 14. BASEANDO-SE NAS MENSAGENS PROFÉTICAS do Velho Testamento, na história judaica e na vida e nos ensinos de Jesus, o apóstolo Paulo desenvolveu o conceito cristão da história da Salvação, tudo centrado na vida, na morte e na ressurreição de Cristo. Graças aos seus antecedentes culturais, tanto do Judaísmo como da sociedade grecoromana, Paulo possuía noções suficientes que lhe permitiam erguer o Evangelho da complexidade das práticas civis, rituais e morais da vida judaica e torná-lo mais acessível a um mundo multicultural. As 13 cartas de Paulo dirigidas aos crentes trouxeram fé à vida desses crentes. Ele abordava tópicos doutrinários bem como tópicos práticos. Ele aconselhava, encorajava e admoestava a propósito de assuntos pessoais do Cristianismo, de relacionamentos e da vida da Igreja. Contudo, o seu tema principal, ao longo das suas cartas, foi “Jesus Cristo, e este crucificado” (I Cor. 2:2). Paulo não era unicamente um homem de cartas. Ele tornou-se também conhecido como o missionário apostólico por excelência, dando testemunho do Evangelho desde a Síria até à Itália, e talvez mesmo até à Espanha. No espaço de uma década, Paulo estabeleceu igrejas em quatro províncias do Império Romano. Esta semana, vamos olhar para Paulo – tanto para a sua missão, como para a sua mensagem. Ano Bíblico: Daniel 1-3. SOP: Conselhos Sobre Mordomia (Livro), (Capítulo) Preciosos à Vista de Deus, (177) Domingo, 13 de Setembro. Gregos e Judeus Leia I Coríntios 1:22-24. Até que ponto estes versículos nos ajudam a compreender as diferentes maneiras como as pessoas se relacionam com a verdade? Que lições podemos aprender nesta passagem, capazes de nos ajudarem a testemunhar a variados grupos de pessoas? No Êxodo da escravidão do Egito, Deus realizou sinais admiráveis de cuidado providencial para com Israel. Gerações posteriores de Judeus criaram a expectativa de que qualquer novo mensageiro enviado de Deus devia tornar-se conhecido por meio de sinais, maravilhas e milagres. Em contrapartida, e em linha com a respetiva herança científica e filosófica, os Gregos pretendiam um fundamento racional para a crença, uma base que satisfizesse os requisitos da sabedoria humana. Paulo não punha de lado a herança cultural e espiritual dos povos a quem se dirigia, mas usava essa herança como porta de entrada para a proclamação de Cristo crucificado. Aqueles que desejavam sinais encontravam-nos na vida e no ministério de Jesus e na Igreja Primitiva. Aqueles que queriam elegância lógica e racionalidade encontravam-nas nos argumentos de Paulo em defesa da mensagem do Evangelho. Ambos os tipos de pessoas tinham, em última instância, uma única necessidade, e essa era a de conhecer o Cristo ressuscitado e “a virtude da sua ressurreição” (Fil. 3:10). A forma como Paulo lhes levava esse conhecimento dependia das pessoas a quem ele estava a dar testemunho. Quando Paulo pregava a ouvintes Judeus, baseava os seus sermões na história de Israel, associando Cristo a David e realçando as profecias do Velho Testamento que apontavam para Cristo e prediziam a Sua crucificação e a Sua ressurreição (Atos 13:16-41). Isto é, ele começava com o que lhes era familiar, com o que reverenciavam e acreditavam, procurando, desse ponto de partida, conduzi-los até Cristo. Diante dos Gentios, a mensagem de Paulo incluía Deus como Criador, Mantenedor e Juiz; a entrada do pecado no mundo; e a Salvação mediante Jesus Cristo (Atos 14:15-17; 17:22-32). Paulo tinha de trabalhar com estas pessoas usando pontos de partida diferentes dos que seguia com os Judeus (ou com os Gentios que acreditavam na fé judaica. Também nestes casos, porém, o seu objetivo era levar essas pessoas até Jesus). Pense na sua própria fé. Em que se baseia ela? Que boas razões tem para a possuir? Até que ponto as suas razões podem diferir das de outras pessoas, e por que motivo é importante reconhecer essas diferenças? Ano Bíblico: Daniel 4-6. Soldados e Atletas Segunda, 14 de Setembro. Como hábil comunicador, Paulo, no seu trabalho missionário, recorria ao que era conhecido para explicar o desconhecido. Ele pegava em pormenores do dia-a-dia no mundo greco-romano para ilustrar a realidade prática da nova vida em Cristo. O apóstolo aproveitava, sobretudo, duas áreas do mundo dos seus conversos para recolher as metáforas para o seu ensino – os atletas, com os respetivos jogos, e o sempre presente soldado romano. O gosto pelos feitos desportivos prendia a atenção do mundo no tempo de Paulo, muito ao estilo do que acontece no nosso próprio mundo atual. Os Gregos da Antiguidade transmitiam o seu amor pela competição, realizando, ao longo de séculos, nada menos do que quatro ciclos distintos de competições do tipo dos Jogos Olímpicos, sediados em diferentes partes da Grécia. Os Romanos herdaram e promoveram ainda mais a competição. As corridas pedestres eram os acontecimentos mais populares e incluíam uma corrida em que os homens iam vestidos com todos os componentes da armadura militar. A luta também era muito popular. Os atletas treinavam-se assiduamente, e os vencedores eram ricamente recompensados. Pouco importavam a etnia, a nacionalidade e a classe social, pois a resistência e o desempenho eram os objetivos. Que lições-chave para a vida cristã teriam os leitores de Paulo encontrado nas seguintes passagens? I Cor. 9:24-27; Gál. 5:7; I Tim. 6:12; II Tim. 2:5. A partir do tempo de Mário, os Imperadores Romanos substituíram os soldados temporários por combatentes de carreira a tempo integral, aquartelando-os por todo o Império Romano, ao mesmo tempo que melhoravam e padronizavam as suas armas e armaduras. No tempo do apóstolo Paulo, os soldados eram recrutados dentro de variados grupos étnicos e nacionais, quer fossem ou não cidadãos romanos, a troco de recompensas no final do período de serviço. Os soldados juravam fidelidade total ao Imperador governante, o qual, em alturas de guerra, os dirigia pessoalmente para a batalha. Que comparações fez Paulo, nas seguintes passagens, entre o ser soldado e o viver a vida cristã? II Cor. 10:4 e 5; Efé. 6:10-18; I Tim. 6:12; II Tim. 2:3 e 4. Naquela que é, provavelmente, a última carta escrita por Paulo, ele recorreu tanto à vida de soldado como à prática atlética e à sua própria opinião sobre a sua vida pessoal como missionário cristão: “Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé.” II Timóteo 4:7. Em que aspetos a fé é uma luta e em que aspetos é ela uma corrida? De que modo já experimentou a realidade de ambas as metáforas na sua própria vida cristã? Que metáfora descreve melhor a sua experiência, e porquê? Ano Bíblico: Daniel 7-9. Paulo e a Lei Terça, 15 de Setembro. “Anulamos, pois, a lei pela fé? De maneira nenhuma, antes estabelecemos a lei.” Romanos 3:31. De que lei estará Paulo a falar nesta passagem? Nas traduções portuguesas das cartas de Paulo, a palavra lei aparece cerca de cento e trinta vezes, e surge nos Atos dos Apóstolos umas vinte vezes. O apóstolo esforçou-se para levar os seus ouvintes e os leitores, independentemente dos respetivos ambientes culturais, a compreenderem que “lei” tinha vários significados, sobretudo para os Judeus. Leis como as dos Dez Mandamentos encontram-se em vigor para todas as gentes em todos os tempos. Outros tipos de leis, porém, encontrados no Velho Testamento e na cultura judaica, não eram considerados por Paulo como estando em vigor para os Cristãos. O apóstolo usou genericamente nos seus escritos a palavra lei, referindo-se a regras para cerimónias religiosas, a lei civil, as leis sanitárias e as leis de purificação. Ele escreveu sobre estar “debaixo da lei” (Rom. 3:19) e sobre estar “livres da lei” (Rom. 7:6). Ele apontou uma “lei do pecado” (Rom. 7:25), mas também uma “lei [que] é santa” (Rom. 7:12). Ele mencionou a “lei de Moisés” (I Cor. 9:9), mas também a “lei de Deus” (Rom. 7:25). Por muito confusas que estas expressões possam parecer aos não-Judeus, para os crentes judaicos, educados na cultura hebraica, o contexto tornaria claro que lei estava em causa. Leia Romanos 13:8-10; 2:21-24; I Coríntios 7:19; Efésios 4:24 e 28, 5:3, 6:2. Até que ponto estes versículos nos ajudam a compreender que a lei moral, constituída pelos Dez Mandamentos, não foi anulada na cruz? O apóstolo Paulo entendia que as leis cerimoniais, detalhando como alguém devia aproximar-se de Deus por meio do sacerdócio, do santuário hebraico e dos sacrifícios, deixaram de ser válidas após a crucificação. Estas leis serviram o seu propósito no seu tempo, mas deixaram de ser necessárias. (Este ponto iria tornar-se particularmente notório depois da destruição do templo.) Contudo, em relação à lei moral, expressa nos Dez Mandamentos, a questão era diferente. Nas suas cartas, Paulo cita alguns dos Dez Mandamentos e alude a outros como sendo requisitos éticos universais para todas as gentes, Judeus e Gentios. Tendo escrito contra as práticas do pecado, Paulo não iria, de modo algum, depreciar a própria Lei que define o que é o pecado. Uma atitude dessas faria praticamente o mesmo sentido que dizer a alguém para não violar o limite de velocidade ao mesmo tempo que se lhe dizia que os sinais de limite de velocidade não são válidos. Ano Bíblico: Daniel 10-12. A Cruz e a Ressurreição Quarta, 16 de Setembro. “Porque nada me propus saber, entre vós, senão a Jesus Cristo, e este crucificado.” I Coríntios 2:2. Não há dúvida de que a Cruz de Cristo ocupava o lugar central em tudo o que Paulo vivia e ensinava. Ele, porém, não ensinava a Cruz num vazio; em vez disso, ensinava-a também no contexto de outros ensinos; e um deles, talvez o mais intrinsecamente associado à Cruz, era o da ressurreição, sem a qual a Cruz teria sido em vão. Leia I Coríntios 15:12-22. Qual é a mensagem destes versículos, a qual revela quão fundamentais são para o Evangelho a morte e a ressurreição de Jesus? Por que razão uma correta compreensão da morte como um sono é essencial para que estes textos façam sentido? Isto é, se os mortos em Cristo já estivessem no Céu, do que é que Paulo se estava aqui a falar? Infelizmente, a maioria das denominações cristãs, bem como das religiões não-cristãs, acredita firmemente na imortalidade da alma humana. No entanto, contra esta crença, o apóstolo Paulo realçou repetidamente que: 1. Só Deus tem a imortalidade (I Tim. 6:16). 2. A imortalidade é um dom de Deus concedido aos salvos (I Tes. 4:16). 3. A morte é um sono até que Cristo regresse (I Tes. 4:13-15; I Cor. 15:6, 18, 20). O culto de adoração em praticamente todas as religiões inclui numerosos ensinos falsos baseados no conceito errado da imortalidade da alma. Esses erros incluem coisas como a reincarnação, as orações dirigidas aos santos, a veneração de espíritos ancestrais, um inferno a arder eternamente, e muitas práticas da chamada Nova Era, como sejam a passagem ou a projeção astral. Um entendimento correto do ensino da Bíblia a respeito da morte é a única proteção autêntica contra estes grandes enganos. Muito infeliz é também o facto de aqueles que demonstram a mais forte inclinação contra a aceitação desta verdade bíblica serem crentes cristãos de outras denominações. Um crente fecha os olhos aquando da morte e, depois do que parece ser um momento de escuridão e silêncio, desperta para a vida eterna na altura da Segunda Vinda. O que é que esta verdade a respeito do estado dos mortos nos revela acerca do caráter de Deus? Ano Bíblico: Oseias 1-4. Prosseguindo Quinta, 17 de Setembro. Paulo era um trabalhador ardoroso com uma personalidade forte e uma singeleza de propósito. As pessoas assim tendem a ser solitárias, com poucos amigos, mas muitos admiradores. Contudo, nas viagens que fez, Paulo foi frequentemente acompanhado por dois ou três companheiros de trabalho. Pelo menos oito desses colegas obreiros muito chegados são mencionados pelo nome (Atos 13:2; 15:22, 37; 16:1-3; 19:22; Col. 4:7, 10 e 11; Filemon 24). A estes devem ser acrescentadas as saudações em Romanos 16 dirigidas a 24 indivíduos, além das saudações gerais dirigidas a famílias. O apóstolo acreditava em trabalho de equipa, sobretudo nas situações de pioneirismo. Contudo, ao mesmo tempo, ele teve, por vezes, alguns conflitos com companheiros obreiros. Leia Atos 15:38-41. O que aconteceu neste caso, e o que nos diz acerca da condição humana até mesmo destes grandes obreiros para o Senhor? “Foi nesta altura que Marcos, dominado por temor e desânimo, hesitou por um momento na sua decisão de se consagrar inteiramente à obra do Senhor. Pouco habituado a sacrifícios, ficou desanimado com os perigos e privações do caminho. (…) “Esta deserção fez com que Paulo, durante algum tempo, tivesse uma opinião desfavorável sobre Marcos, até mesmo severa. Por outro lado, Barnabé desculpava-o por causa da sua inexperiência. Desejava que Marcos não abandonasse o ministério, pois via nele qualidades que poderiam torná-lo num útil obreiro de Cristo.” – Ellen G. White, Atos dos Apóstolos, p. 123, ed. P. SerVir. O relato no livro de Atos revela que Paulo esperava que os seus companheiros perseverassem nas labutas e nos perigos da sua missão. Para Paulo, a equipa unida constituía uma igreja em miniatura. Ele realçava a importância de dar um bom exemplo, de ser o modelo para imitação na missão. Os relacionamentos respeitosos, mas afetuosos, entre os membros da equipa tornaram-se num modelo para as igrejas, as quais, muitas vezes, se situavam nas casas de família. A equipa também proporcionava o ambiente ideal para a formação de novos evangelistas e missionários. É claro que, por vezes, nem sempre as coisas corriam suavemente, como foi no caso com João Marcos. Leia II Timóteo 4:11. O que é que revela este texto acerca de crescimento e perdão? Todos nós cometemos erros. Como é que se aprende a perdoar aqueles cujos erros nos magoaram? E pense também naqueles que foram magoados pelos seus erros. De que maneira tem procurado ultrapassar em bem essas situações? Ou, se ainda não o fez, por que razão não o fazer neste momento? Ano Bíblico: Oseias 5-9. Sexta, 18 de Setembro. ESTUDO ADICIONAL: O apóstolo Paulo já foi comparado ao “Efeito Mariposa” na “Teoria do Caos”: “O bater das asas de uma mariposa na Califórnia provoca um furacão na Ásia.” O seu trabalho como escritor e pregador contribuiu para transformar numa religião mundial o que era uma seita judaica de um obscuro canto do Império Romano. As ideias expostas nas suas 13 cartas tiveram, provavelmente, muito maior influência do que qualquer outra literatura grega antiga de tamanho comparável. PERGUNTAS PARA REFLEXÃO: 1. Paulo escapou ao martírio, fugindo para Atenas, o centro intelectual do mundo greco-romano. As cidades proporcionam abrigo para refugiados, incluindo Cristãos. O apóstolo não perdeu tempo: depois de observar os monumentos religiosos da cidade, debateu com os Judeus e pregou no mercado. Leia Atos 17:16-31. Que tipo de abordagem seguiu Paulo junto destas pessoas, e de que modo isso nos ajuda a compreendermos a necessidade de adaptarmos a nossa mensagem aos variados grupos de indivíduos? Ao mesmo tempo, veja a maneira como Paulo também não desvirtuou nem fez cedências no tratamento da verdade ao contactar com essas gentes. Nas nossas tentativas de contactar outras pessoas, como é que podemos certificar-nos de não fazer cedências no que concerne crenças centrais? 2. Que razão faz do estado dos mortos um ensino tão importante? Quais são alguns dos muitos erros e enganos contra os quais a compreensão desta verdade nos protege? E quanto à nossa própria cultura? Quais são algumas das crenças contra as quais esta verdade pode ser um baluarte? 3. Pense um pouco mais na questão da função dos sinais no que respeita à fé, ao papel da lógica e da razão. Na Unidade de Ação, permita que aqueles que estiverem dispostos falem sobre a forma como chegaram à fé e qual foi a função que tiveram fatores como sinais ou lógica, etc., na sua respetiva experiência. Além disso, que função deviam eles desempenhar, não apenas no chegar-se à fé, mas também no manter-se a fé? O que há a dizer a respeito da maioria das pessoas na sociedade em que vive? Que tipo de antecedentes possuem? Que tipo de crenças é o mais vulgar? Com base na compreensão que tem das crenças e dos antecedentes dessas pessoas, pense, muito cuidadosamente, na melhor abordagem para entrar em contacto com elas. Quais são alguns dos meios para abrir o caminho para contactar essas pessoas de uma maneira que não as ofenda de imediato? Ano Bíblico: Oseias 10-14. Comentários de EGW, Leitura Adicional: Atos dos Apóstolos, pp. 8994, ed. P. SerVir. Moderador Texto-Chave: I Coríntios 1:24. Com o Estudo desta Lição, o Membro da Unidade de Ação Vai: Aprender: A compreender que Deus comunica a Sua mensagem de diferentes maneiras a diferentes pessoas. Sentir: Apreço por as pessoas serem diferentes nos seus antecedentes e entendimento culturais e por Deus Se revelar a elas de diferentes maneiras. Fazer: Decidir ser aberto a métodos novos e criativos de testemunho fiel, mesmo que não sejam métodos tradicionais e nunca antes tenham sido experimentados. Esboço da Aprendizagem: I. Aprender: As Pessoas Pensam e Sentem de Maneiras Diferentes. A. O apóstolo Paulo contrasta as diferentes atitudes de Judeus e Gregos para com as coisas espirituais (I Cor. 1:22). Que diferenças se percebem mesmo entre os nossos próprios amigos e familiares? B. O apóstolo Paulo diz que se fazia “tudo para todos”, para que pudesse chegar a salvá-los para Jesus (I Cor. 9:19-23). De que formas demonstrava ele isto no seu ministério? C. Se pregar Cristo crucificado era “escândalo”, para os Judeus, e “loucura”, para os Gregos, haveria outras maneiras de Paulo poder falar desta doutrina em moldes mais delicados aos seus auditórios (I Cor. 1:23)? II. Sentir: Sensibilidade às Diferenças. A. Que passos práticos poderemos dar para nos tornarmos mais sensíveis às diferenças culturais quando falamos com vizinhos e amigos? B. Com que frequência reconsideramos as nossas cerimónias de culto para avaliarmos quão “aceitáveis são para os visitantes”? III. Fazer: Tomar Parte na Sua Missão Intercultural. A. Em que termos podemos delicadamente pôr em prática o princípio de Paulo de “tudo para todos [os indivíduos]” – adaptando a mensagem e a apresentação de diferentes maneiras, sem condescendências? B. Que mudanças simples poderíamos fazer para garantir que as pessoas oriundas de contextos não-cristãos se sentem mais à-vontade quando visitam a nossa igreja? Sumário: Deus convida-nos a partilharmos as Boas-novas da Salvação em moldes que sejam atrativos e significativos para diferentes pessoas. CICLO DA APRENDIZAGEM 1º PASSO – MOTIVAR! Realce da Escritura: I Coríntios 1:22-24. Conceito-Chave para Crescimento Espiritual: A mensagem de Deus é intemporal, mas tem de ser apresentada de diferentes maneiras a pessoas diferentes, a fim de captar a sua atenção, a sua compreensão e o seu coração. Só para o Dinamizador: O apóstolo Paulo adaptava a sua linguagem e os seus métodos missionários de acordo com o seu auditório. Ao longo da História, os missionários têm seguido o seu exemplo. Quando os missionários Adventistas Fernando e Ana Stahl começaram a trabalhar entre as populações indígenas nos Andes peruanos, tentaram venderlhes literatura de porta em porta. Rapidamente descobriram que este não era o método mais eficaz entre uma população pobre e que era 95 por cento analfabeta. Daí que tenham alterado a sua atitude – estabelecendo escolas, dispensários médicos e mercados. Posteriormente, o educador e congressista José António Encinas escreveu: “O fundamental é que eles [os Adventistas] estão a transformar o espírito do índio, introduzindo-o à vida cívica, tornando-o ciente dos seus direitos e obrigações, afastando-o dos vícios da cola e do álcool, pondo fim a superstições, curando doenças, apontando-lhe o melhor caminho para a dignidade humana.” – Citado por J. Samuel Escobar, “Religion and Social Change at the Grass Roots in Latin America” (Religião e Transformação Social nas Classes Baixas da América Latina), em Annals of the American Academy of Political and Social Science (Anais da Academia Americana de Ciência Política e Social), vol. 554, novembro de 1996, p. 100. Uma Questão a Debater: Anime a Unidade de Ação a analisar princípios de ministério eficazes com base no exemplo de Paulo. De que maneira se podem aplicar esses princípios hoje em dia? 2º PASSO – ANALISAR! Só para o Dinamizador: Ao analisarem as diferentes maneiras como a Palavra de Deus é comunicada às pessoas, não deixe de enfatizar que isto não quer dizer fazer quaisquer cedências naquilo que é a verdade. Tudo tem a ver com o contactar as pessoas de formas que sejam significativas para elas. COMENTÁRIO BÍBLICO I. O Mestre da Metáfora (Recapitule com a Unidade de Ação I Timóteo 6:12.) “Luta no bom combate da fé” (I Tim. 6:12, TIC) é apenas uma das poderosas metáforas contidas na lição desta semana. Metáforas, ou imagens através de palavras, ajudam-nos, por vezes, de forma mais vívida e colorida – elas constituem uma camada extra do significado na comunicação. Alguma da imagística mais poderosa no Cristianismo vem dos escritos do apóstolo Paulo. Analisem, por exemplo, esta afirmação de Paulo: “já não és mais servo, mas filho” (Gál. 4:7). Que modo maravilhoso de retratar a liberdade e o sentimento de pertença que nos chega através de Jesus! Na sua carta aos Romanos, o apóstolo usa a metáfora do corpo humano para descrever a Igreja: “Porque assim como, num corpo, temos muitos membros, e nem todos os membros têm a mesma operação, assim nós, que somos muitos, somos um só corpo em Cristo, mas, individualmente, somos membros uns dos outros” (Rom. 12:4 e 5). Esta é uma imagem rica que nos ajuda a compreender melhor como funciona a Igreja sob a direção de Deus. Paulo extrai desta imagem mais pormenores na sua primeira carta aos Coríntios (12:12-26). Algumas das metáforas utilizadas por Paulo são surpreendentes: ele compara-se a si mesmo a uma mulher em trabalho de parto (Gál. 4:19) e a uma mãe a amamentar o filho (I Cor. 3:1 e 2). Contudo, é provável que as metáforas mais fortes usadas por Paulo sejam as que descrevem a Salvação. Numa simples amostra dessas imagens em palavras, ele compara a Salvação à experiência de ser adotado (Rom. 8:15), reconciliado (Rom. 5:10), justificado (Gál. 2:16), libertado (Rom. 6:18), casado (Rom. 7:2-4), redimido (Efé. 1:7), e recebedor de uma herança (Rom. 8:17). Cada uma destas mini-histórias ou metáforas da Salvação proporciona uma abertura para a verdade acerca da Salvação. Se nos concentrarmos apenas numa das metáforas, então perderemos de vista a riqueza proporcionada pelas outras. Por exemplo, a metáfora que Paulo usa a respeito da Redenção e da justificação fazia um eco especial no íntimo das pessoas submersas no sistema legal romano. Quando apresentamos as Boas-novas sobre Jesus devemos, seguindo o exemplo de Paulo, ter o cuidado de as expressar em termos que as pessoas melhor as compreendam. Pense Nisto: Se estivesse a partilhar o Evangelho com um descrente sem qualquer antecedente de Cristianismo, que metáforas, no seu entender, seriam as mais úteis? Quais das parábolas de Jesus poderiam ser apropriadas numa situação dessas? II. Ir ao Encontro das Pessoas Onde Elas se Encontram (Recapitule com a Unidade de Ação I Coríntios 1:22-24.) É frequente, quando pensamos na nossa missão junto da nossa comunidade, pensarmos em métodos de atrair essas pessoas para a Igreja. Por isso, falamos de coisas como pregação convincente, música inspiradora e membros de Igreja simpáticos. E convidamos a comunidade para acontecimentos especiais na Igreja, que achamos que poderão ter algum interesse para essas pessoas. Todas estas coisas são muitíssimo importantes, mas não nos devemos esquecer nunca de que toda a ideia de missão é para que saiamos ao encontro das pessoas onde elas estão, em vez de ficarmos à espera que venham elas até nós. Jesus demonstrou isto no Seu ministério na Terra, quando desceu do Céu e “habitou entre nós” (João 1:14). O apóstolo Paulo seguiu o exemplo de Jesus de ir ao encontro das pessoas. Paulo viajou por todo o mundo conhecido da época, encontrando-se com pessoas nos mercados, nas ruas e no Areópago. E sabia que um ministério eficaz deve começar a partir do ponto onde as pessoas se encontram, construindo a partir do conhecimento e da experiência atual que tenham, antes de serem levadas ao ponto onde Jesus deseja que elas venham a estar. Na passagem em estudo hoje, Paulo diz que pregava “Cristo crucificado” tanto aos Judeus como aos Gentios. Embora isto fosse verdade, ele adaptava a mensagem ao seu auditório. Por exemplo, em Atos 14 ele e Barnabé visitaram a cidade pagã de Listra, e nem uma única vez mencionaram Cristo crucificado. Contudo, um pouco antes, quando falaram a Judeus, Paulo falou, de facto, acerca da morte e da ressurreição de Cristo (Atos 13:31-39). Havia de chegar a altura de falar aos Pagãos a respeito da história da crucificação de Cristo, mas ele precisava primeiramente de fazer algum trabalho de base com essas pessoas. Pense Nisto: 1. Como é que se pode saber quando é apropriado falar de certas verdades às pessoas? 2. Que medidas devemos tomar para garantir que, no nosso desejo de estabelecer contacto com as pessoas, não diluímos demasiado a nossa mensagem? 3º PASSO – PRATICAR! Só para o Dinamizador: Ellen G. White aconselha-nos a não sermos “estereotipados com uma única maneira de trabalhar”, mas a adaptarmos os nossos métodos de testemunho de maneiras criativas. – Evangelismo, p. 106. No entanto, só porque uma ideia de trabalho missionário é nova ou imaginativa, significa isso que vai ser eficaz em trazer pessoas até Cristo? Analise com a Unidade de Ação diferentes meios de avaliar se novas ideias de trabalho missionário são apropriadas ou não. Pergunta para Aplicação: Ellen G. White dá este conselho: “… sede muito cuidadosos para não apresentardes a verdade de modo que desperte preconceitos e feche a porta do coração para a verdade.” – Evangelismo, p. 141. De que forma apresentaríamos nós uma verdade eterna, como seja a do Sábado ou a do estado dos mortos, de maneira a não despertar preconceitos? Atividade: Divida a Unidade de Ação em três ou quatro grupos e atribua a cada um deles uma verdade espiritual e um auditório “difícil”. Por exemplo: Verdade espiritual – “A breve volta de Jesus”; auditório difícil – “um grupo de profissionais academicamente formados”. Ou Verdade espiritual – “Deus criou a Terra”; auditório difícil – “alguns jovens estudantes universitários”. Analisem a) maneiras de estabelecer pontes de confiança e de atrair o interesse no tema, e (b) maneiras específicas de comunicar de facto a verdade a tal auditório. Quais são os passos mais fáceis neste processo? Tendemos, por vezes, a concentrar toda a nossa energia no primeiro passo – construir pontes – e pouca no segundo – comunicar de facto as verdades? Juntem-se de novo como Unidade e analisem o que aprenderam com este exercício. Pergunta para Reflexão: Um dos perigos de sermos exageradamente cautelosos no nosso desejo de não ofender ou de não falar inapropriadamente é que acabamos por nunca chegar a partilhar verdadeiramente a nossa fé. De que maneira se encontra um equilíbrio certo? 4º PASSO – APLICAR! Só para o Dinamizador: Analise o poder dos símbolos na nossa vida diária. Repare também como eles são importantes até nos sítios da Internet, onde tornam intuitivo as pessoas saberem onde pressionar a tecla para certos atos ou informações. Por exemplo, o ícone de um envelope, para “Enviar”, ou um carrinho de compras, para se verificarem as encomendas feitas online, ou uma pequena lupa, para “Procurar”. Estes ícones são metáforas visuais. Analise com a Unidade de Ação a importância que têm na nossa vida espiritual e o modo pelo qual certas imagens verbais podem ser mais significativas para diferentes pessoas. Atividade: Leia com os membros algumas das metáforas do reino usadas por Jesus. (Revejam em Mateus 13 a maior coleção de “parábolas do reino”, como as do reino do Céu semelhante a uma rede, a um tesouro num campo, a fermento, etc..) Convide a Unidade de Ação, individualmente ou em pequenos grupos, a compor algumas metáforas atuais da Salvação. Que parábolas poderia Jesus usar hoje em dia? Anime os membros a serem criativos nas suas ideias (por exemplo, o reino do Céu é como a Internet, ou Deus é o Mestre Reciclador). Depois de alguns minutos, convide alguns membros a falarem das respetivas ideias e a analisarem como essas metáforas dos dias modernos poderiam ter impacto junto de pessoas de diferentes contextos.