Lição 12
12 de Setembro a 18 de
Paulo: Missão e Mensagem
Sábado à tarde
LEITURA PARA O ESTUDO DA SEMANA: I Coríntios 1:22-24; I Timóteo
6:12; II Timóteo 4:7; I Coríntios 15:12-22; Atos 15:38-41.
VERSO ÁUREO: “Irmãos, quanto a mim, não julgo que o haja alcançado;
mas uma coisa faço, e é que, esquecendo-me das coisas que atrás
ficam, e avançando para as que estão diante de mim, prossigo para o
alvo, pelo prémio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus.”
Filipenses 3:13 e 14.
BASEANDO-SE NAS MENSAGENS PROFÉTICAS do Velho Testamento, na
história judaica e na vida e nos ensinos de Jesus, o apóstolo Paulo
desenvolveu o conceito cristão da história da Salvação, tudo centrado
na vida, na morte e na ressurreição de Cristo. Graças aos seus
antecedentes culturais, tanto do Judaísmo como da sociedade grecoromana, Paulo possuía noções suficientes que lhe permitiam erguer o
Evangelho da complexidade das práticas civis, rituais e morais da vida
judaica e torná-lo mais acessível a um mundo multicultural.
As 13 cartas de Paulo dirigidas aos crentes trouxeram fé à vida desses
crentes. Ele abordava tópicos doutrinários bem como tópicos práticos.
Ele aconselhava, encorajava e admoestava a propósito de assuntos
pessoais do Cristianismo, de relacionamentos e da vida da Igreja.
Contudo, o seu tema principal, ao longo das suas cartas, foi “Jesus
Cristo, e este crucificado” (I Cor. 2:2).
Paulo não era unicamente um homem de cartas. Ele tornou-se também
conhecido como o missionário apostólico por excelência, dando
testemunho do Evangelho desde a Síria até à Itália, e talvez mesmo até à
Espanha. No espaço de uma década, Paulo estabeleceu igrejas em
quatro províncias do Império Romano.
Esta semana, vamos olhar para Paulo – tanto para a sua missão, como
para a sua mensagem.
Ano Bíblico: Daniel 1-3.
SOP: Conselhos Sobre Mordomia (Livro), (Capítulo) Preciosos à Vista de
Deus, (177)
Domingo, 13 de Setembro.
Gregos e Judeus
Leia I Coríntios 1:22-24. Até que ponto estes versículos nos ajudam
a compreender as diferentes maneiras como as pessoas se
relacionam com a verdade? Que lições podemos aprender nesta
passagem, capazes de nos ajudarem a testemunhar a variados
grupos de pessoas?
No Êxodo da escravidão do Egito, Deus realizou sinais admiráveis de
cuidado providencial para com Israel. Gerações posteriores de Judeus
criaram a expectativa de que qualquer novo mensageiro enviado de
Deus devia tornar-se conhecido por meio de sinais, maravilhas e
milagres.
Em contrapartida, e em linha com a respetiva herança científica e
filosófica, os Gregos pretendiam um fundamento racional para a crença,
uma base que satisfizesse os requisitos da sabedoria humana.
Paulo não punha de lado a herança cultural e espiritual dos povos a
quem se dirigia, mas usava essa herança como porta de entrada para a
proclamação de Cristo crucificado. Aqueles que desejavam sinais
encontravam-nos na vida e no ministério de Jesus e na Igreja Primitiva.
Aqueles que queriam elegância lógica e racionalidade encontravam-nas
nos argumentos de Paulo em defesa da mensagem do Evangelho.
Ambos os tipos de pessoas tinham, em última instância, uma única
necessidade, e essa era a de conhecer o Cristo ressuscitado e “a virtude
da sua ressurreição” (Fil. 3:10). A forma como Paulo lhes levava esse
conhecimento dependia das pessoas a quem ele estava a dar
testemunho.
Quando Paulo pregava a ouvintes Judeus, baseava os seus sermões na
história de Israel, associando Cristo a David e realçando as profecias do
Velho Testamento que apontavam para Cristo e prediziam a Sua
crucificação e a Sua ressurreição (Atos 13:16-41). Isto é, ele começava
com o que lhes era familiar, com o que reverenciavam e acreditavam,
procurando, desse ponto de partida, conduzi-los até Cristo.
Diante dos Gentios, a mensagem de Paulo incluía Deus como Criador,
Mantenedor e Juiz; a entrada do pecado no mundo; e a Salvação
mediante Jesus Cristo (Atos 14:15-17; 17:22-32). Paulo tinha de trabalhar
com estas pessoas usando pontos de partida diferentes dos que seguia
com os Judeus (ou com os Gentios que acreditavam na fé judaica.
Também nestes casos, porém, o seu objetivo era levar essas pessoas até
Jesus).
Pense na sua própria fé. Em que se baseia ela? Que boas razões tem
para a possuir? Até que ponto as suas razões podem diferir das de
outras pessoas, e por que motivo é importante reconhecer essas
diferenças?
Ano Bíblico: Daniel 4-6.
Soldados e Atletas
Segunda, 14 de Setembro.
Como hábil comunicador, Paulo, no seu trabalho missionário, recorria
ao que era conhecido para explicar o desconhecido. Ele pegava em
pormenores do dia-a-dia no mundo greco-romano para ilustrar a
realidade prática da nova vida em Cristo. O apóstolo aproveitava,
sobretudo, duas áreas do mundo dos seus conversos para recolher as
metáforas para o seu ensino – os atletas, com os respetivos jogos, e o
sempre presente soldado romano.
O gosto pelos feitos desportivos prendia a atenção do mundo no tempo
de Paulo, muito ao estilo do que acontece no nosso próprio mundo
atual. Os Gregos da Antiguidade transmitiam o seu amor pela
competição, realizando, ao longo de séculos, nada menos do que quatro
ciclos distintos de competições do tipo dos Jogos Olímpicos, sediados
em diferentes partes da Grécia. Os Romanos herdaram e promoveram
ainda mais a competição. As corridas pedestres eram os
acontecimentos mais populares e incluíam uma corrida em que os
homens iam vestidos com todos os componentes da armadura militar.
A luta também era muito popular. Os atletas treinavam-se
assiduamente, e os vencedores eram ricamente recompensados. Pouco
importavam a etnia, a nacionalidade e a classe social, pois a resistência
e o desempenho eram os objetivos.
Que lições-chave para a vida cristã teriam os leitores de Paulo
encontrado nas seguintes passagens? I Cor. 9:24-27; Gál. 5:7; I Tim.
6:12; II Tim. 2:5.
A partir do tempo de Mário, os Imperadores Romanos substituíram os
soldados temporários por combatentes de carreira a tempo integral,
aquartelando-os por todo o Império Romano, ao mesmo tempo que
melhoravam e padronizavam as suas armas e armaduras. No tempo do
apóstolo Paulo, os soldados eram recrutados dentro de variados grupos
étnicos e nacionais, quer fossem ou não cidadãos romanos, a troco de
recompensas no final do período de serviço. Os soldados juravam
fidelidade total ao Imperador governante, o qual, em alturas de guerra,
os dirigia pessoalmente para a batalha.
Que comparações fez Paulo, nas seguintes passagens, entre o ser
soldado e o viver a vida cristã? II Cor. 10:4 e 5; Efé. 6:10-18; I Tim.
6:12; II Tim. 2:3 e 4.
Naquela que é, provavelmente, a última carta escrita por Paulo, ele
recorreu tanto à vida de soldado como à prática atlética e à sua própria
opinião sobre a sua vida pessoal como missionário cristão: “Combati o
bom combate, acabei a carreira, guardei a fé.” II Timóteo 4:7.
Em que aspetos a fé é uma luta e em que aspetos é ela uma
corrida? De que modo já experimentou a realidade de ambas as
metáforas na sua própria vida cristã? Que metáfora descreve
melhor a sua experiência, e porquê?
Ano Bíblico: Daniel 7-9.
Paulo e a Lei
Terça, 15 de Setembro.
“Anulamos, pois, a lei pela fé? De maneira nenhuma, antes
estabelecemos a lei.” Romanos 3:31. De que lei estará Paulo a falar
nesta passagem?
Nas traduções portuguesas das cartas de Paulo, a palavra lei aparece
cerca de cento e trinta vezes, e surge nos Atos dos Apóstolos umas vinte
vezes. O apóstolo esforçou-se para levar os seus ouvintes e os leitores,
independentemente dos respetivos ambientes culturais, a
compreenderem que “lei” tinha vários significados, sobretudo para os
Judeus. Leis como as dos Dez Mandamentos encontram-se em vigor
para todas as gentes em todos os tempos. Outros tipos de leis, porém,
encontrados no Velho Testamento e na cultura judaica, não eram
considerados por Paulo como estando em vigor para os Cristãos.
O apóstolo usou genericamente nos seus escritos a palavra lei,
referindo-se a regras para cerimónias religiosas, a lei civil, as leis
sanitárias e as leis de purificação. Ele escreveu sobre estar “debaixo da
lei” (Rom. 3:19) e sobre estar “livres da lei” (Rom. 7:6). Ele apontou uma
“lei do pecado” (Rom. 7:25), mas também uma “lei [que] é santa” (Rom.
7:12). Ele mencionou a “lei de Moisés” (I Cor. 9:9), mas também a “lei de
Deus” (Rom. 7:25). Por muito confusas que estas expressões possam
parecer aos não-Judeus, para os crentes judaicos, educados na cultura
hebraica, o contexto tornaria claro que lei estava em causa.
Leia Romanos 13:8-10; 2:21-24; I Coríntios 7:19; Efésios 4:24 e 28, 5:3,
6:2. Até que ponto estes versículos nos ajudam a compreender que
a lei moral, constituída pelos Dez Mandamentos, não foi anulada
na cruz?
O apóstolo Paulo entendia que as leis cerimoniais, detalhando como
alguém devia aproximar-se de Deus por meio do sacerdócio, do
santuário hebraico e dos sacrifícios, deixaram de ser válidas após a
crucificação. Estas leis serviram o seu propósito no seu tempo, mas
deixaram de ser necessárias. (Este ponto iria tornar-se particularmente
notório depois da destruição do templo.)
Contudo, em relação à lei moral, expressa nos Dez Mandamentos, a
questão era diferente. Nas suas cartas, Paulo cita alguns dos Dez
Mandamentos e alude a outros como sendo requisitos éticos universais
para todas as gentes, Judeus e Gentios. Tendo escrito contra as práticas
do pecado, Paulo não iria, de modo algum, depreciar a própria Lei que
define o que é o pecado. Uma atitude dessas faria praticamente o
mesmo sentido que dizer a alguém para não violar o limite de
velocidade ao mesmo tempo que se lhe dizia que os sinais de limite de
velocidade não são válidos.
Ano Bíblico: Daniel 10-12.
A Cruz e a Ressurreição
Quarta, 16 de Setembro.
“Porque nada me propus saber, entre vós, senão a Jesus Cristo, e
este crucificado.” I Coríntios 2:2.
Não há dúvida de que a Cruz de Cristo ocupava o lugar central em tudo
o que Paulo vivia e ensinava. Ele, porém, não ensinava a Cruz num vazio;
em vez disso, ensinava-a também no contexto de outros ensinos; e um
deles, talvez o mais intrinsecamente associado à Cruz, era o da
ressurreição, sem a qual a Cruz teria sido em vão.
Leia I Coríntios 15:12-22. Qual é a mensagem destes versículos, a
qual revela quão fundamentais são para o Evangelho a morte e a
ressurreição de Jesus? Por que razão uma correta compreensão da
morte como um sono é essencial para que estes textos façam
sentido? Isto é, se os mortos em Cristo já estivessem no Céu, do que
é que Paulo se estava aqui a falar?
Infelizmente, a maioria das denominações cristãs, bem como das
religiões não-cristãs, acredita firmemente na imortalidade da alma
humana. No entanto, contra esta crença, o apóstolo Paulo realçou
repetidamente que:
1. Só Deus tem a imortalidade (I Tim. 6:16).
2. A imortalidade é um dom de Deus concedido aos salvos (I Tes. 4:16).
3. A morte é um sono até que Cristo regresse (I Tes. 4:13-15; I Cor. 15:6,
18, 20).
O culto de adoração em praticamente todas as religiões inclui
numerosos ensinos falsos baseados no conceito errado da imortalidade
da alma. Esses erros incluem coisas como a reincarnação, as orações
dirigidas aos santos, a veneração de espíritos ancestrais, um inferno a
arder eternamente, e muitas práticas da chamada Nova Era, como
sejam a passagem ou a projeção astral. Um entendimento correto do
ensino da Bíblia a respeito da morte é a única proteção autêntica contra
estes grandes enganos. Muito infeliz é também o facto de aqueles que
demonstram a mais forte inclinação contra a aceitação desta verdade
bíblica serem crentes cristãos de outras denominações.
Um crente fecha os olhos aquando da morte e, depois do que
parece ser um momento de escuridão e silêncio, desperta para a
vida eterna na altura da Segunda Vinda. O que é que esta verdade a
respeito do estado dos mortos nos revela acerca do caráter de
Deus?
Ano Bíblico: Oseias 1-4.
Prosseguindo
Quinta, 17 de Setembro.
Paulo era um trabalhador ardoroso com uma personalidade forte e uma
singeleza de propósito. As pessoas assim tendem a ser solitárias, com
poucos amigos, mas muitos admiradores. Contudo, nas viagens que fez,
Paulo foi frequentemente acompanhado por dois ou três companheiros
de trabalho. Pelo menos oito desses colegas obreiros muito chegados
são mencionados pelo nome (Atos 13:2; 15:22, 37; 16:1-3; 19:22; Col. 4:7,
10 e 11; Filemon 24). A estes devem ser acrescentadas as saudações em
Romanos 16 dirigidas a 24 indivíduos, além das saudações gerais
dirigidas a famílias.
O apóstolo acreditava em trabalho de equipa, sobretudo nas situações
de pioneirismo. Contudo, ao mesmo tempo, ele teve, por vezes, alguns
conflitos com companheiros obreiros.
Leia Atos 15:38-41. O que aconteceu neste caso, e o que nos diz
acerca da condição humana até mesmo destes grandes obreiros
para o Senhor?
“Foi nesta altura que Marcos, dominado por temor e desânimo, hesitou
por um momento na sua decisão de se consagrar inteiramente à obra
do Senhor. Pouco habituado a sacrifícios, ficou desanimado com os
perigos e privações do caminho. (…)
“Esta deserção fez com que Paulo, durante algum tempo, tivesse uma
opinião desfavorável sobre Marcos, até mesmo severa. Por outro lado,
Barnabé desculpava-o por causa da sua inexperiência. Desejava que
Marcos não abandonasse o ministério, pois via nele qualidades que
poderiam torná-lo num útil obreiro de Cristo.” – Ellen G. White, Atos dos
Apóstolos, p. 123, ed. P. SerVir.
O relato no livro de Atos revela que Paulo esperava que os seus
companheiros perseverassem nas labutas e nos perigos da sua missão.
Para Paulo, a equipa unida constituía uma igreja em miniatura. Ele
realçava a importância de dar um bom exemplo, de ser o modelo para
imitação na missão. Os relacionamentos respeitosos, mas afetuosos,
entre os membros da equipa tornaram-se num modelo para as igrejas,
as quais, muitas vezes, se situavam nas casas de família. A equipa
também proporcionava o ambiente ideal para a formação de novos
evangelistas e missionários. É claro que, por vezes, nem sempre as
coisas corriam suavemente, como foi no caso com João Marcos.
Leia II Timóteo 4:11. O que é que revela este texto acerca de
crescimento e perdão?
Todos nós cometemos erros. Como é que se aprende a perdoar
aqueles cujos erros nos magoaram? E pense também naqueles que
foram magoados pelos seus erros. De que maneira tem procurado
ultrapassar em bem essas situações? Ou, se ainda não o fez, por
que razão não o fazer neste momento?
Ano Bíblico: Oseias 5-9.
Sexta, 18 de Setembro.
ESTUDO ADICIONAL: O apóstolo Paulo já foi comparado ao “Efeito
Mariposa” na “Teoria do Caos”: “O bater das asas de uma mariposa na
Califórnia provoca um furacão na Ásia.” O seu trabalho como escritor e
pregador contribuiu para transformar numa religião mundial o que era
uma seita judaica de um obscuro canto do Império Romano. As ideias
expostas nas suas 13 cartas tiveram, provavelmente, muito maior
influência do que qualquer outra literatura grega antiga de tamanho
comparável.
PERGUNTAS PARA REFLEXÃO:
1. Paulo escapou ao martírio, fugindo para Atenas, o centro
intelectual do mundo greco-romano. As cidades proporcionam
abrigo para refugiados, incluindo Cristãos. O apóstolo não perdeu
tempo: depois de observar os monumentos religiosos da cidade,
debateu com os Judeus e pregou no mercado. Leia Atos 17:16-31.
Que tipo de abordagem seguiu Paulo junto destas pessoas, e de que
modo isso nos ajuda a compreendermos a necessidade de
adaptarmos a nossa mensagem aos variados grupos de indivíduos?
Ao mesmo tempo, veja a maneira como Paulo também não
desvirtuou nem fez cedências no tratamento da verdade ao
contactar com essas gentes. Nas nossas tentativas de contactar
outras pessoas, como é que podemos certificar-nos de não fazer
cedências no que concerne crenças centrais?
2. Que razão faz do estado dos mortos um ensino tão importante?
Quais são alguns dos muitos erros e enganos contra os quais a
compreensão desta verdade nos protege? E quanto à nossa própria
cultura? Quais são algumas das crenças contra as quais esta
verdade pode ser um baluarte?
3. Pense um pouco mais na questão da função dos sinais no que
respeita à fé, ao papel da lógica e da razão. Na Unidade de Ação,
permita que aqueles que estiverem dispostos falem sobre a forma
como chegaram à fé e qual foi a função que tiveram fatores como
sinais ou lógica, etc., na sua respetiva experiência. Além disso, que
função deviam eles desempenhar, não apenas no chegar-se à fé,
mas também no manter-se a fé?
O que há a dizer a respeito da maioria das pessoas na sociedade em
que vive? Que tipo de antecedentes possuem? Que tipo de crenças
é o mais vulgar? Com base na compreensão que tem das crenças e
dos antecedentes dessas pessoas, pense, muito cuidadosamente,
na melhor abordagem para entrar em contacto com elas. Quais são
alguns dos meios para abrir o caminho para contactar essas
pessoas de uma maneira que não as ofenda de imediato?
Ano Bíblico: Oseias 10-14.
Comentários de EGW, Leitura Adicional: Atos dos Apóstolos, pp. 8994, ed. P. SerVir.
Moderador
Texto-Chave: I Coríntios 1:24.
Com o Estudo desta Lição, o Membro da Unidade de Ação Vai:
Aprender: A compreender que Deus comunica a Sua mensagem de
diferentes maneiras a diferentes pessoas.
Sentir: Apreço por as pessoas serem diferentes nos seus antecedentes
e entendimento culturais e por Deus Se revelar a elas de diferentes
maneiras.
Fazer: Decidir ser aberto a métodos novos e criativos de testemunho
fiel, mesmo que não sejam métodos tradicionais e nunca antes tenham
sido experimentados.
Esboço da Aprendizagem:
I. Aprender: As Pessoas Pensam e Sentem de Maneiras Diferentes.
A. O apóstolo Paulo contrasta as diferentes atitudes de Judeus e Gregos
para com as coisas espirituais (I Cor. 1:22). Que diferenças se percebem
mesmo entre os nossos próprios amigos e familiares?
B. O apóstolo Paulo diz que se fazia “tudo para todos”, para que pudesse
chegar a salvá-los para Jesus (I Cor. 9:19-23). De que formas
demonstrava ele isto no seu ministério?
C. Se pregar Cristo crucificado era “escândalo”, para os Judeus, e
“loucura”, para os Gregos, haveria outras maneiras de Paulo poder falar
desta doutrina em moldes mais delicados aos seus auditórios (I Cor.
1:23)?
II. Sentir: Sensibilidade às Diferenças.
A. Que passos práticos poderemos dar para nos tornarmos mais
sensíveis às diferenças culturais quando falamos com vizinhos e
amigos?
B. Com que frequência reconsideramos as nossas cerimónias de culto
para avaliarmos quão “aceitáveis são para os visitantes”?
III. Fazer: Tomar Parte na Sua Missão Intercultural.
A. Em que termos podemos delicadamente pôr em prática o princípio
de Paulo de “tudo para todos [os indivíduos]” – adaptando a mensagem
e a apresentação de diferentes maneiras, sem condescendências?
B. Que mudanças simples poderíamos fazer para garantir que as
pessoas oriundas de contextos não-cristãos se sentem mais à-vontade
quando visitam a nossa igreja?
Sumário:
Deus convida-nos a partilharmos as Boas-novas da Salvação em moldes
que sejam atrativos e significativos para diferentes pessoas.
CICLO DA APRENDIZAGEM
1º PASSO – MOTIVAR!
Realce da Escritura: I Coríntios 1:22-24.
Conceito-Chave para Crescimento Espiritual: A mensagem de Deus é
intemporal, mas tem de ser apresentada de diferentes maneiras a
pessoas diferentes, a fim de captar a sua atenção, a sua compreensão e
o seu coração.
Só para o Dinamizador: O apóstolo Paulo adaptava a sua linguagem e
os seus métodos missionários de acordo com o seu auditório. Ao longo
da História, os missionários têm seguido o seu exemplo. Quando os
missionários Adventistas Fernando e Ana Stahl começaram a trabalhar
entre as populações indígenas nos Andes peruanos, tentaram venderlhes literatura de porta em porta. Rapidamente descobriram que este
não era o método mais eficaz entre uma população pobre e que era 95
por cento analfabeta. Daí que tenham alterado a sua atitude –
estabelecendo escolas, dispensários médicos e mercados.
Posteriormente, o educador e congressista José António Encinas
escreveu: “O fundamental é que eles [os Adventistas] estão a
transformar o espírito do índio, introduzindo-o à vida cívica, tornando-o
ciente dos seus direitos e obrigações, afastando-o dos vícios da cola e
do álcool, pondo fim a superstições, curando doenças, apontando-lhe o
melhor caminho para a dignidade humana.” – Citado por J. Samuel
Escobar, “Religion and Social Change at the Grass Roots in Latin
America” (Religião e Transformação Social nas Classes Baixas da
América Latina), em Annals of the American Academy of Political and
Social Science (Anais da Academia Americana de Ciência Política e
Social), vol. 554, novembro de 1996, p. 100.
Uma Questão a Debater: Anime a Unidade de Ação a analisar
princípios de ministério eficazes com base no exemplo de Paulo. De que
maneira se podem aplicar esses princípios hoje em dia?
2º PASSO – ANALISAR!
Só para o Dinamizador: Ao analisarem as diferentes maneiras como a
Palavra de Deus é comunicada às pessoas, não deixe de enfatizar que
isto não quer dizer fazer quaisquer cedências naquilo que é a verdade.
Tudo tem a ver com o contactar as pessoas de formas que sejam
significativas para elas.
COMENTÁRIO BÍBLICO
I. O Mestre da Metáfora
(Recapitule com a Unidade de Ação I Timóteo 6:12.)
“Luta no bom combate da fé” (I Tim. 6:12, TIC) é apenas uma das
poderosas metáforas contidas na lição desta semana. Metáforas, ou
imagens através de palavras, ajudam-nos, por vezes, de forma mais
vívida e colorida – elas constituem uma camada extra do significado na
comunicação. Alguma da imagística mais poderosa no Cristianismo vem
dos escritos do apóstolo Paulo. Analisem, por exemplo, esta afirmação
de Paulo: “já não és mais servo, mas filho” (Gál. 4:7). Que modo
maravilhoso de retratar a liberdade e o sentimento de pertença que nos
chega através de Jesus!
Na sua carta aos Romanos, o apóstolo usa a metáfora do corpo humano
para descrever a Igreja: “Porque assim como, num corpo, temos muitos
membros, e nem todos os membros têm a mesma operação, assim nós,
que somos muitos, somos um só corpo em Cristo, mas,
individualmente, somos membros uns dos outros” (Rom. 12:4 e 5). Esta
é uma imagem rica que nos ajuda a compreender melhor como
funciona a Igreja sob a direção de Deus. Paulo extrai desta imagem mais
pormenores na sua primeira carta aos Coríntios (12:12-26). Algumas das
metáforas utilizadas por Paulo são surpreendentes: ele compara-se a si
mesmo a uma mulher em trabalho de parto (Gál. 4:19) e a uma mãe a
amamentar o filho (I Cor. 3:1 e 2).
Contudo, é provável que as metáforas mais fortes usadas por Paulo
sejam as que descrevem a Salvação. Numa simples amostra dessas
imagens em palavras, ele compara a Salvação à experiência de ser
adotado (Rom. 8:15), reconciliado (Rom. 5:10), justificado (Gál. 2:16),
libertado (Rom. 6:18), casado (Rom. 7:2-4), redimido (Efé. 1:7), e
recebedor de uma herança (Rom. 8:17).
Cada uma destas mini-histórias ou metáforas da Salvação proporciona
uma abertura para a verdade acerca da Salvação. Se nos concentrarmos
apenas numa das metáforas, então perderemos de vista a riqueza
proporcionada pelas outras. Por exemplo, a metáfora que Paulo usa a
respeito da Redenção e da justificação fazia um eco especial no íntimo
das pessoas submersas no sistema legal romano.
Quando apresentamos as Boas-novas sobre Jesus devemos, seguindo o
exemplo de Paulo, ter o cuidado de as expressar em termos que as
pessoas melhor as compreendam.
Pense Nisto: Se estivesse a partilhar o Evangelho com um descrente
sem qualquer antecedente de Cristianismo, que metáforas, no seu
entender, seriam as mais úteis? Quais das parábolas de Jesus poderiam
ser apropriadas numa situação dessas?
II. Ir ao Encontro das Pessoas Onde Elas se Encontram
(Recapitule com a Unidade de Ação I Coríntios 1:22-24.)
É frequente, quando pensamos na nossa missão junto da nossa
comunidade, pensarmos em métodos de atrair essas pessoas para a
Igreja. Por isso, falamos de coisas como pregação convincente, música
inspiradora e membros de Igreja simpáticos. E convidamos a
comunidade para acontecimentos especiais na Igreja, que achamos que
poderão ter algum interesse para essas pessoas.
Todas estas coisas são muitíssimo importantes, mas não nos devemos
esquecer nunca de que toda a ideia de missão é para que saiamos ao
encontro das pessoas onde elas estão, em vez de ficarmos à espera que
venham elas até nós. Jesus demonstrou isto no Seu ministério na Terra,
quando desceu do Céu e “habitou entre nós” (João 1:14).
O apóstolo Paulo seguiu o exemplo de Jesus de ir ao encontro das
pessoas. Paulo viajou por todo o mundo conhecido da época,
encontrando-se com pessoas nos mercados, nas ruas e no Areópago. E
sabia que um ministério eficaz deve começar a partir do ponto onde as
pessoas se encontram, construindo a partir do conhecimento e da
experiência atual que tenham, antes de serem levadas ao ponto onde
Jesus deseja que elas venham a estar.
Na passagem em estudo hoje, Paulo diz que pregava “Cristo crucificado”
tanto aos Judeus como aos Gentios. Embora isto fosse verdade, ele
adaptava a mensagem ao seu auditório. Por exemplo, em Atos 14 ele e
Barnabé visitaram a cidade pagã de Listra, e nem uma única vez
mencionaram Cristo crucificado. Contudo, um pouco antes, quando
falaram a Judeus, Paulo falou, de facto, acerca da morte e da
ressurreição de Cristo (Atos 13:31-39). Havia de chegar a altura de falar
aos Pagãos a respeito da história da crucificação de Cristo, mas ele
precisava primeiramente de fazer algum trabalho de base com essas
pessoas.
Pense Nisto:
1. Como é que se pode saber quando é apropriado falar de certas
verdades às pessoas?
2. Que medidas devemos tomar para garantir que, no nosso desejo de
estabelecer contacto com as pessoas, não diluímos demasiado a nossa
mensagem?
3º PASSO – PRATICAR!
Só para o Dinamizador: Ellen G. White aconselha-nos a não sermos
“estereotipados com uma única maneira de trabalhar”, mas a
adaptarmos os nossos métodos de testemunho de maneiras criativas. –
Evangelismo, p. 106. No entanto, só porque uma ideia de trabalho
missionário é nova ou imaginativa, significa isso que vai ser eficaz em
trazer pessoas até Cristo? Analise com a Unidade de Ação diferentes
meios de avaliar se novas ideias de trabalho missionário são
apropriadas ou não.
Pergunta para Aplicação:
Ellen G. White dá este conselho: “… sede muito cuidadosos para não
apresentardes a verdade de modo que desperte preconceitos e feche a
porta do coração para a verdade.” – Evangelismo, p. 141. De que forma
apresentaríamos nós uma verdade eterna, como seja a do Sábado ou a
do estado dos mortos, de maneira a não despertar preconceitos?
Atividade: Divida a Unidade de Ação em três ou quatro grupos e
atribua a cada um deles uma verdade espiritual e um auditório “difícil”.
Por exemplo:
Verdade espiritual – “A breve volta de Jesus”; auditório difícil – “um grupo
de profissionais academicamente formados”.
Ou
Verdade espiritual – “Deus criou a Terra”; auditório difícil – “alguns jovens
estudantes universitários”.
Analisem a) maneiras de estabelecer pontes de confiança e de atrair o
interesse no tema, e (b) maneiras específicas de comunicar de facto a
verdade a tal auditório. Quais são os passos mais fáceis neste processo?
Tendemos, por vezes, a concentrar toda a nossa energia no primeiro
passo – construir pontes – e pouca no segundo – comunicar de facto as
verdades? Juntem-se de novo como Unidade e analisem o que
aprenderam com este exercício.
Pergunta para Reflexão: Um dos perigos de sermos exageradamente
cautelosos no nosso desejo de não ofender ou de não falar
inapropriadamente é que acabamos por nunca chegar a partilhar
verdadeiramente a nossa fé. De que maneira se encontra um equilíbrio
certo?
4º PASSO – APLICAR!
Só para o Dinamizador: Analise o poder dos símbolos na nossa vida
diária. Repare também como eles são importantes até nos sítios da
Internet, onde tornam intuitivo as pessoas saberem onde pressionar a
tecla para certos atos ou informações. Por exemplo, o ícone de um
envelope, para “Enviar”, ou um carrinho de compras, para se verificarem
as encomendas feitas online, ou uma pequena lupa, para “Procurar”.
Estes ícones são metáforas visuais. Analise com a Unidade de Ação a
importância que têm na nossa vida espiritual e o modo pelo qual certas
imagens verbais podem ser mais significativas para diferentes pessoas.
Atividade: Leia com os membros algumas das metáforas do reino
usadas por Jesus. (Revejam em Mateus 13 a maior coleção de “parábolas
do reino”, como as do reino do Céu semelhante a uma rede, a um
tesouro num campo, a fermento, etc..)
Convide a Unidade de Ação, individualmente ou em pequenos grupos, a
compor algumas metáforas atuais da Salvação. Que parábolas poderia
Jesus usar hoje em dia? Anime os membros a serem criativos nas suas
ideias (por exemplo, o reino do Céu é como a Internet, ou Deus é o
Mestre Reciclador). Depois de alguns minutos, convide alguns membros
a falarem das respetivas ideias e a analisarem como essas metáforas
dos dias modernos poderiam ter impacto junto de pessoas de
diferentes contextos.
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Lição 12 12 de Setembro a 18 de Paulo: Missão e