SIFILIS CONGÊNITA: O PROBLEMA ESTÁ NA ATENÇÃO PRIMÁRIA
Nobre, Caroline Soares 1
Albuquerque, Conceição de Maria 2
Frota, Mirna Albuquerque 3
INTRODUÇÃO: A sífilis que tem tratamento barato, de fácil acesso e eficaz contra o
agente causador, mas mantêm elevados índices de contaminação. Estima-se que
casos de mães com sífilis, mortes perinatais, abortos devido a sífilis, a sífilis
congênita, nascidos de baixo peso e prematuros devido a esta infecção, facilmente
excedem outras infecções, tal como o vírus da imunodeficiência adquirida (AIDS) e o
tétano. Mesmo assim, nos últimos anos a atenção básica parece se centrar, quase
que exclusivamente na infecção por HIV, ainda que a prevalência estimada da sífilis
seja 4 vezes maior. O atendimento pré-natal é instrumento fundamental para a
qualificação da assistência a saúde do binômio mãe e filho, nele é formado o vinculo
profissional e usuário, no qual esta pode expor dúvidas e anseios durante as
consultas. No caso das mulheres, a qualidade dessa relação com o profissional de
saúde na prática do aconselhamento significa uma oportunidade para avaliar fatores
de vulnerabilidade e exposição ao risco de infecção pelo HIV e outras DST. Um prénatal impróprio com a não realização de exames de rotina, acarreta em dificuldades
no reconhecimento dos primeiros sinais de sífilis, falhas na interpretação dos
resultados dos testes sorológicos e erros ou ausência de tratamento de mães e
do(s) parceiro(s) sexual(is), favorecendo a transmissão vertical e dificultando o
tratamento da sífilis na mãe e do feto OBJETIVO: Investigar a percepção dos
profissionais enfermeiros(as) com relação a qualidade da assistência para evitar a
sífilis congênita.
Metodologia: Estudo exploratório-descritivo com abordagem
qualitativa, realizado em um hospital secundário em Fortaleza-Ce, que obtêm
elevados índices de recém nascidos portadores de sífilis congênita. A coleta de
dados foi realizada por meio de entrevista semi-estruturada com 13 enfermeiras das
unidades neonatais e alojamento conjunto. Os dados foram coletados de jan/mar de
2012. A pesquisa tem como Parecer N° 195/2010. As informações obtidas foram
transcritas e analisadas, retirando a idéia central permitindo a formação de
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Enfermeira. Discente do Mestrado Acadêmico em Saúde Coletiva da Universidade de FortalezaUNIFOR. [email protected]
Enfermeira. Mestre em Educação em Saúde. Docente da graduação em Enfermagem pela
Universidade de Fortaleza- UNIFOR.
Doutora em Enfermagem. Docente do Mestrado em Saúde Coletiva e da Graduação em
Enfermagem da Universidade de Fortaleza – UNIFOR.
categorias segundo Minayo. RESULTADOS: Após a análise emergiram as seguintes
categorias: Atenção primária está “furando”; Mães adolescentes com sífilis, “A coisa
está solta”! ; Parceiros sem tratamento. As ações direcionadas à eliminação da sífilis
congênita dependem, invariavelmente, da qualificação na assistência à saúde,
essencialmente nas mãos do profissional e gestores envolvidos no atendimento e/ou
que realizam acompanhamento pré-natal. Outro, problema constante nos dados
referentes a sífilis, os parceiros se encontram em posição de causadores e fatores
de risco para os altos índices. As mulheres encontram-se em posição participativa,
na qual estão presente nas consultas de pré-natal e em grupos educativos. Seus
parceiros em alguns casos se recusam a receber tratamento, portanto ocorre a
reinfecção. CONCLUSÃO: A porta de entrada para a saúde é a atenção primária,
está encontra-se como o primeiro passo de uma rede de sistemas interligados. Os
relatos revelam uma falha neste sistema que desencadeia problemas alarmantes na
atenção secundária e terciária. O pré-natal é para a assistência materno-infantil o
espelho da qualidade da atenção. Outros fatores com as drogas ilícitas e o
alarmante números de mães adolescentes, resultam de uma rede de erros nos
sistema de atenção a saúde. Os profissionais são conscientes das falhas e das
condições nas quais devem ser trabalhadas, mas estes, no entanto revelam
descrença no sistema.
Palavra – Chaves: Sífilis Congênita; Papel do profissional de enfermagem; Atenção
Primária a Saúde.
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