Foto: divulgação PRINCIPAL SISTEMA INTEGRADO MODELO DE TRANSPORTE E COLHEITA FLORESTAL DEVE ATENDER TODA A DINÂMICA DA INDÚSTRIA, DESDE A MATÉRIA-PRIMA IDEAL ATÉ O PRODUTO FINAL 34 www.referenciaflorestal.com.br INTEGRATED SYSTEM THE FOREST HARVEST AND TRANSPORT MODEL MUST MEET THE COMPLETE DYNAMIC OF A COMPANY, FROM THE IDEAL RAW MATERIAL TO THE FINAL PRODUCT Novembro de 2014 REVISTA REFERÊNCIA FLORESTAL 35 PRINCIPAL P ara que a operação florestal tenha sucesso ela tem que ser encarada como um sistema. Observar somente uma parte do processo e deixar de lado a conexão entre todas as etapas é a melhor maneira de obter prejuízo. Para estipular o modelo de colheita e transporte florestal o empreendedor precisa entender as demandas específicas do produto final, quais equipamentos se encaixam para o volume necessário para abastecer o mercado, distâncias, processo de produção, mão de obra e por aí vai. Fazer a ligação de todos esses aspectos é a chave para estabelecer o sistema mais adequado para determinada situação. Quando se estabelece uma operação de colheita e transporte florestal a intenção é que seja produtiva e o mais econômica possível. Para isso é imprescindível entender que a logística envolve todo o processo de produção entre a obtenção da matéria-prima, processo industrial e a entrega do produto ao cliente. Trata-se de um sistema que se complementa. “Não se pode olhar apenas a movimentação de produtos em determinada fase do processo, como na colheita da madeira, por exemplo”, orienta Marcio Funchal, diretor da Consufor, consultoria em negócios e estratégias. De acordo com ele também é necessário dimensionar a logística de toda a operação em conjunto. Se o empreendimento for verticalizado (floresta e indústria) a estrutura de operação e logística deve ser estabelecida para atender à estratégia da empresa. “E não como se vê muitas vezes no mercado que adapta a estratégia do negócio à estrutura de máquinas e equipamentos existentes.” O dimensionamento do sistema que a empresa vai adotar tem que levar em conta aspectos importantes: volume de madeira a ser transportado por dia de operação; distância de transporte da floresta à indústria e correspondente tempo de deslocamento; tipo de madeira a ser consumida (diâmetro e comprimento) e tipo de corte (idade e se é proveniente de corte raso ou desbaste); quantidade de frentes de operação para cada tipo 36 www.referenciaflorestal.com.br F or a forest operation to succeed, it must be viewed as a system. Looking at only part of the process and forgetting about the connection between all the steps is the best way to lose money. In stipulating the forest harvesting and transport model, entrepreneurs need to understand the specific demands of the final product, what equipment is the most suitable for the volume necessary for supplying the market, distances, production process, labor and so forth. Making the connection of all these aspects is the key to establishing the most suitable system for a given situation. When establishing a forest harvest and transport operation, the intention is that it should be productive and the most economic possible. For this it is essential to understand that logistics involves the entire production process from obtaining raw materials to the manufacturing process and delivery of the final product to the customer. It is a system that complements itself. “You cannot just look at the material handling at a particular stage of the process, such as timber harvest, for example,” says Marcio Funchal, Director of Consufor, consultants in business and strategies. According to him, it is also necessary to size the logistics of the entire operation as a whole. If the venture is vertical (forest and industry) the operating structure and logistics should be established to meet the company’s strategy. “And not as you see many times in the market, where the business strategy is adapted to the structure of the existing machinery Foto: divulgação and equipment.” The sizing of the system that the company will adopt has to take into account important aspects: timber volume to be transported per day of operation; transport distance from the forest to the plant and the corresponding time; type of timber being consumed (diameter and length), and type of harvest (age Foto: divulgação de madeira; volume e tempo de estoque de madeira no pátio da indústria (estoque regulador). Também é importante estabelecer a sistemática de medição do volume/peso de madeira colhida e transportada (se peso ou volume, medição estimada em campo e confirmação em balança na indústria, balança na saída da floresta, medição por estimativa de capacidade de transporte por caminhão ou outros). “Com base nesses inputs, será possível dimensionar qual o melhor sistema logístico para atender a demanda da indústria”, garante Marcio. Com esses dados em mãos se define o tipo de colheita (full tree, cut-to-length em comprimento fixo ou variável), a quantidade de frentes de operação, por tipo de colheita (corte raso ou desbaste) e composição de cada frente de colheita, kit de operação, (modelo e capacidade das máquinas, conjunto de máquinas e local de realização de cada atividade – desgalhe, traçamento e empilhamento). and using clear-cut or thinning); number of operating fronts for each type of timber; volume and time of wood inventory in the plant yard (inventory turnover). It is also important to establish a systematic method for the measurement of the volume/weight of the timber harvested and transported (using estimated weight or volume in the field and confirmation by weighing in the plant yard, weighing on leaving the forest, measurement by estimated truck capacity, or other). “Based on these inputs, it is possible to design the best logistics system to meet the demand of the plant,” says consultant Marcio. With this data in hand the type of harvest can be defined (full tree, cut-to-length in fixed or variable lengths), the number of operating fronts, by type of crop (clear-cut or thinning) and composition of each harvest front, operating kit (equipment model and Novembro de 2014 REVISTA REFERÊNCIA FLORESTAL 37 PRINCIPAL Foto: divulgação Também é possível realizar o dimensionamento da produtividade de cada frente de operação (tempo e volume de madeira processada por kit, e quantidade de kits por frente operacional); calcular os estoques necessários em pátios temporários (beira da estrada) e, se for o caso, pátios de classificação e distribuição de madeira em local estratégico dentro da fazenda, além do dimensionamento do kit de carregamento de madeira nos caminhões, em cada frente de operação (tipo de máquina e produtividade). Como complemento a toda operação essa base de dados é quem vai orientar a parte final no processo, ou seja, ditar o dimensionamento da frota para transporte de madeira à indústria (tipo de caminhão e reboque ou semirreboque, capacidade de carga, tempo de deslocamento, quantidade de viagens de abastecimento por dia, etc). 38 www.referenciaflorestal.com.br capacity, machinery. and location for carrying out each activity – debranching, cutting and stacking). You can also size the production on each operating front (time and volume of timber processed by kit, and the number of kits for each operating front; calculate the stocks needed in temporary yards (side of the road) and, if applicable, classification and timber distribution yards in strategic location within the farm, besides sizing the kit for loading timber on the trucks, on each operating front (machine type and productivity). As a complement to the whole operation, this database is what will guide the final part in the process, namely, dictate the size of the truck fleet to transport the timber to the plant (kind of truck and trailer or semi- Em síntese, o porte e quantidade de máquinas são resultados das necessidades do modelo de operação Marcio Funchal, diretor da Consufor Por fim vem a estrutura de recebimento de madeira no pátio (área física necessária, sistema de medição e conferência de volume ou peso e método de estocagem, que normalmente é o Fifo (do inglês, primeiro que entra, primeiro que sai). Além da classificação, usualmente por diâmetro, comprimento e orientação da ponta fina, pode ser feita previamente no carregamento na floresta, por classificação visual no descarregamento no pátio ou por classificador automático de tora e estocagem. “Todas essas possibilidades devem orientar a escolha do tipo e quantidade de maquinário para movimentação das toras no pátio. Em síntese, o porte e quantidade de máquinas são resultados das necessidades do modelo de operação”, define Marcio. trailer, load capacity, time, number of trips per day, etc). Finally, there is the receiving structure in the log yard (physical area required, measurement system and volume or weight conference, and storage method, which is typically Fifo (First In, First Out). As well classification, usually by diameter, length and orientation of the thin end, can be made in advance during loading in the forest, or by visual classification during unloading in the yard or by an automatic log and sorter. “All these possibilities should be a guide in choosing of the type and number of machines for log handling in the yard. In summary, the size and number of machines are the results of operating model needs,” defines consultant Marcio. Novembro de 2014 REVISTA REFERÊNCIA FLORESTAL 39 PRINCIPAL NÃO EXISTE RECEITA O consultor afirma que o erro mais comum é deixar de encarar a operação como um sistema. Como não há um planejamento pronto que sirva para todas as situações algumas empresas optam por saídas fáceis, mas que nem sempre são adequadas. “Se apegar às qualidades de determinada máquina ou equipamento, pensando que a máquina é a solução”, afirma Marcio. A relação tem que ser o melhor custo alinhado ao melhor resultado para a indústria. “Nem sempre o mais barato é o melhor”, adverte. O tombamento incorreto da árvore durante a colheita pode comprometer a qualidade da fibra e trazer problemas dimensionais no produto acabado (rachaduras em molduras). “O grave é que esse problema vai aparecer visualmente somente após a secagem na estufa, quando o produto estiver indo para pré-pintura ou despacho na expedição.” A escolha pelo comprimento da tora a ser transportada (curta ou longa) depende muito mais da demanda da indústria. “No MDF, HDF e celulose, não importa para o produto final o comprimento, afinal a madeira será desagregada em partículas”, pondera Marcio. Já em uma serraria que produz vigas, tábuas e pontaletes de grande dimensão, que são peças inteiras com cinco m (metros) ou mais, é obrigatório receber toras compridas. Se for uma laminadora, o torno estará dimensionado para laminar tora de até 2,40 m, pois o compensado padrão tem 2,20 m de comprimento. “Independente da necessidade da indústria, o importante é o conceito geral de que os custos aumentam à medida que surgem mais operação de movimentação da madeira”, resume o consultor. Para baixar custos do sistema tem que se pensar em minimizar a quantidade de atividades ao longo da jornada da tora entre a floresta e a indústria. 40 www.referenciaflorestal.com.br THERE IS NO RECIPE The consultant states that the most common mistake is not looking at the operation as a system. As there is no ready plan for every situation, some companies opt for easy solutions, but they are not always suitable. “Sticking with qualities produced by a particular machine or piece of equipment, thinking that the machine is the solution,” he says. The relationship has to be the best cost aligned to the best outcome for the plant. “Not always is the cheapest the best,” he warns. The incorrect felling of a tree during harvest can compromise the quality of fiber and lead to dimensional problems in the finished product (cracks in frames). “The serious thing is that this problem will only appear visually after drying in the oven, when the product is going to pre-paint or shipping.” The choice of the length of the log to be transported (short or long), very much depends on plant demand. “For MDF, HDF and pulp, no matter the end product size, the timber will be disaggregated into particles,” says consultant Marcio. Where as in a sawmill that produces beams, planks and large strips, which can be up to five meters long or more, it is mandatory to receive long logs. If a veneer producer, the lathe will be scaled to laminate up to 2.40 m long logs, as plywood is usually 2.20 m long. “Independent of plant needs, the important thing is the general concept that the cost increases as the more the timber is handled,” summarizes the consultant. To lower system costs, one has to think in minimizing the number of activities carried out after felling and before processing in the plant. Observamos o volume a ser produzido e as variáveis, tais como relevo e distância entre outras características Aponta Yedo Tortato Filho, gerente da TMO Companhia Olsen de Tratores Agro Industrial Foto: divulgação Novembro de 2014 REVISTA REFERÊNCIA FLORESTAL 41 PRINCIPAL Foto: divulgação 42 www.referenciaflorestal.com.br NA MEDIDA CERTA Muitos fabricantes de equipamentos absorveram o conceito que a operação de transporte e colheita faz parte de um sistema amplo e interligado. Por isso levam em conta diversos aspectos para elaborar a melhor solução. “Observamos o volume a ser produzido e as variáveis, tais como relevo e distância entre outras”, aponta Yedo Tortato Filho, gerente da TMO Companhia Olsen de Tratores Agro Industrial. Para obter as informações necessárias, a fabricante solicita todas as características do local de trabalho, volume a ser produzido e a capacidade de investimento. “Indicamos um conjunto ideal para o cliente”, garante Yedo. Caso a TMO não tenha o equipamento ideal, orienta o tipo de máquina que deve suprir a demanda. Entre os pontos avaliados antes de definir o tipo e porte do equipamento estão o comprimento da madeira que será transportada. “Esse aspecto quase define a máquina ideal, depois o volume pretendido mensalmente”, avalia Yedo. O gerente assegura que com esses e outros dados complementares é possível dimensionar a máquina ou o conjunto corretamente. De maneira geral um carregador florestal, por exemplo, trabalhando em turno de oito horas deve ter uma produção de 20 viagens com feixes de madeira de eucalipto com 3,60 m e 23 viagens com feixes da espécie com seis metros. O maior custo nessas operações está ligado ao consumo de combustível. A orientação é adquirir tratores mais eficientes, e em certas ocasiões mudar certos aspectos da rotina. “Operador capacitado também é importante.” O engenheiro Rodrigo Rubin, do departamento de Engenharia e Comercial da Penzsaur, lembra que no caso do autocarregável não existe um equipamento padrão, são diversos modelos que atendem diferentes necessidades. “Por isso é preciso observar os seguintes pontos: tipo de terreno (ondulado ou plano), características da madeira, distância do transbordo e a produção necessária”, ressalta o profissional. IN THE RIGHT MEASURE Many equipment manufacturers absorbed the concept that the transport and harvest operation is part of a broad and interconnected system. For this, they take into account several aspects to elaborate the best solution. “We look at the volume to be produced and the variables, such as topography and distance between the other fronts,” says Tortato Yedo Filho, Manager for TMO Companhia Olsen de Tratores Agro Industrial. To obtain the necessary information, the manufacturer requests all the characteristics of the operating front, volume to be produced and the investment capacity. “We indicate the ideal machinery for the customer,” ensures TMO Manager Yedo. If TMO doesn’t have the ideal equipment, it indicates the type of machine that best meets customer needs. Amongst the points assessed before defining the type and size of the equipment is the length of the timber log that will be transported. “This aspect almost defines the ideal machine, after the desired volume on a monthly basis,” says TMO Manager Yedo. The Manager ensures that with this and other additional data it is possible to size the equipment or machinery correctly. Generally a log carrier, for example, working an eight-hour shift, should make 20 trips with 3.60 m long eucalyptus timber logs and with 6 m long logs, 23 trips. Most of the cost in these operations is linked to fuel consumption. The advice is to acquire more efficient tractors, and in certain cases, change certain aspects of the routine. “Having properly trained operators is also important.” Engineer Rodrigo Rubin, from the Engineering and Sales Department for Penzsaur, reminds us that in the case of self-loading there is no standard equipment; there are several models that meet different needs. “Therefore, we must look at the following points: type of terrain (undulating or flat), timber characteristics, transhipment distance and required production,” emphasizes the professional. Novembro de 2014 REVISTA REFERÊNCIA FLORESTAL 43 PRINCIPAL Os dois principais custos dentro da operação dos autocarregáveis são manutenção e consumo de combustível. “A manutenção preventiva bem feita, além de treinamentos para os operadores, reduz custos”, recomenda Rodrigo. Já o consumo de combustível pode ser minimizado com o dimensionamento correto do trator com o conjunto autocarregável, e “optar por trabalhar com um sistema hidráulico com Load Sensing, que envia o óleo para o equipamento conforme a necessidade.” As fabricantes concordam que existe uma solução ideal para cada situação. Por isso é imprescindível realizar a avaliação de toda a operação cuidadosamente para que o equipamento seja introduzido sob medida. Erro no dimensionamento traz gargalo para a operação ou aumento de custo desnecessário quando superdimensionado. Foto: Penzsaur 44 www.referenciaflorestal.com.br The two main costs of the self-loading operation are maintenance and fuel consumption. “Preventative maintenance carried out properly, in addition to operator training, reduces costs,” Says Engineer Rodrigo. The fuel consumption can be minimized with proper self-loading tractor trailer sizing, and “choosing to work with a hydraulic system with Load Sensing, which oils the equipment as required.” Equipment manufacturers agree that there is an ideal solution for every situation. That’s why it is essential to carry out an evaluation of the entire operation carefully so that the equipment is introduced as ordered. Errors in undersizing create bottlenecks for the operation, or in oversizing, unnecessary cost increases. A manutenção preventiva bem feita, além de treinamentos para os operadores, reduz custos Rodrigo Rubin, do departamento de Engenharia e Comercial da Penzsaur CARROCERIAS BACHIEGA Trabalhamos com locações de gaiolas com piso móvel www.carroceriasbachiega.com.br Fones: (19) 3496-1555 | (19) 3496-1381 PISO MÓVEL