Imagens Modernistas no Urbanismo de Porto Alegre 1950-1960 Resumo Esse trabalho enfoca o período da história da cidade de Porto Alegre no qual as idéias modernistas se difundiram nos meios técnico, acadêmico e político locais, especialmente entre as décadas de 1940 a 1960. Essas idéias surgidas no período do entre – guerras chegam a Porto Alegre por volta de 1945 especialmente pela tradução e divulgação da Carta de Atenas, de autoria de Le Corbusier. O Plano Diretor de Porto Alegre, aprovado em 1959, teve como base os princípios do Movimento Moderno manifestado nos instrumentos de planejamento, na legislação urbana e nos projetos dos bairros. Esse trabalho que se insere na pesquisa “As Políticas Públicas e a Morfologia das Cidades”1 visa registrar os projetos urbanísticos que trazem a marca dessas idéias, sendo o primeiro deles o da Avenida Primeira Perimetral de Porto Alegre, anel viário que contorna o centro histórico da cidade, constante no Plano Diretor de 1959. Procura-se constatar se tal projeto reflete uma origem de inspiração modernista em Porto Alegre. Verificam-se os dispositivos legais previstos no Plano Diretor para avaliar a consolidação dessa orientação modernista no espaço urbano construído ao longo da avenida. 1 “As Políticas Públicas e a Morfologia das Cidades” Porto Alegre: pesquisa FAUFRGS, 2001-2010. Esta pesquisa na qual esse trabalho se insere está em andamento desde o ano de 2001. Nesse período levantou e analisou o surgimento de inúmeras avenidas relevantes para a cidade de Porto Alegre, como a Av. Borges de Medeiros e a Av. Salgado Filho. 1 Imagens Modernistas no Urbanismo de Porto Alegre 1950-1960 Introdução A cidade de Porto Alegre entre as décadas de 1940 a 1960 apresentou um crescimento vertiginoso, vendo sua população no espaço de três décadas aumentar de 263 mil para 650 mil habitantes. Esse aumento da densidade populacional não foi acompanhado de modificações e ordenamentos na estrutura da cidade, levando a mesma em seu processo de expansão a agravar seus problemas urbanos pré-existentes, como a falta de adequação da malha urbana e dos prédios de moradia, que não comportavam as necessidades de tal população. Além da questão populacional Porto Alegre ainda passava, assim como o restante do país, por um momento político conturbado de reestruturação do processo democrático, após o término do Estado Novo em 1945. Nesse período, entre os anos de 1945 a 1951, assumiram a Prefeitura de Porto Alegre nove administradores nomeados, até que Ildo Meneghetti fosse eleito diretamente para assumir a prefeitura. Este reavivou o debate sobre a cidade e suas questões urbanas ao constituir uma Comissão Revisora do Plano Diretor com o objetivo de avaliar e emitir parecer sobre o Plano Diretor elaborado por Arnaldo Gladosch2, nos anos anteriores, que até então era tido como portador das diretrizes sobre a cidade. O ponto culminante de mudança em direção a elaboração definitiva do Plano Diretor de Porto Alegre aconteceu no ano de 1955 com a chegada da oposição a prefeitura da capital gaúcha, na figura do vice-prefeito Manoel Sarmanho Vargas e posteriormente por Martim Aranha, presidente da Câmara dos Vereadores. Até que em 1956, no ano seguinte, Leonel de Moura Brizola (19561958) toma frente da prefeitura de Porto Alegre e convoca o urbanista Edvaldo Pereira Paiva3 a assumir a Divisão de Urbanismo da Secretaria Municipal de Obras e Viação. Este irá conduzir os trabalhos de elaboração do Plano Diretor até sua aprovação junto a Câmara de Vereadores sob a lei nº 2.046 de 1959. Além do cenário político-administrativo que se desenvolvia na cidade e determinava a ordem dos acontecimentos relativos ao seu urbanismo através das discussões e elaborações realizadas pelos técnicos da prefeitura, outros debates afins aconteciam na academia acerca do mesmo tema, talvez pela relação próxima entre o meio técnico e acadêmico. Em Porto Alegre, muitos técnicos da administração municipal eram também professores nos cursos das faculdades. Assim 2 Esse Plano foi desenvolvido pelo urbanista Arnaldo Gladosch entre os anos 1938 a 1941 quando foi contratado pelo então prefeito de Porto Alegre José Loureiro da Silva em seu primeiro mandato (1937-1943). 3 Edvaldo Pereira Paiva era técnico de carreira da Prefeitura Municipal de Porto Alegre e professor da academia nos cursos de Arquitetura e Urbanismo da Universidade do Rio Grande do Sul e Instituto de Belas Artes. Estudou em Montevidéu no Curso de Urbanismo da Faculdad de Arquitectura dirigido pelo professor Maurício Cravotto, com seus gastos custeados pela Prefeitura de Porto Alegre durante a administração de Loureiro da Silva (1937-1947). Lá teve um primeiro contato com as idéias Modernistas que estavam em circulação pela academia uruguaia. 2 as idéias que circulavam nos dois meios e determinavam sua visão de cidade eram oriundas do Movimento Moderno4. Essas chegaram a Porto Alegre principalmente através de duas fontes, sendo a primeira a publicação e divulgação da Carta de Atenas5 pelo técnico da prefeitura engenheiro Clóvis Pestana em 1945; e a segunda, o contato entre professores e técnicos com outros centros como Rio de Janeiro, São Paulo (destacando-se as figuras de Lúcio Costa e Oscar Niemayer) e Montevidéu no Uruguai (encontro com Maurício Cravotto e Gomez Gavazzo). O Plano Diretor de 1959 Quando começaram a elaborar o Plano Diretor com o trabalho do anteprojeto em 1954, sob a coordenação do urbanista Edvaldo Pereira Paiva, já estavam traçadas as diretrizes sob as quais a cidade iria se ordenar. Essas idéias vinham de estudos anteriores, como o trabalho feito em conjunto por Paiva e o arquiteto Demétrio Ribeiro6, designado como anteprojeto de planificação de Porto Alegre em 1951. Esse trabalho tinha declaradamente inspiração nas idéias vindas do Movimento Moderno. Paiva e Demétrio organizaram a cidade através do zoneamento das funções urbanas (habitar, trabalhar, cultivar o corpo e o espírito e circular), além de terem proposto extensas áreas verdes nas quais estariam instalados os principais equipamentos culturais. Outra proposição foi a organização das áreas residenciais baseadas em unidades de habitação, com espaços destinados a indústria e ao comércio. A influência desse estudo de Paiva e Demétrio fica evidente quando analisamos as proposições finais do Plano Diretor que foi instituído legalmente em dezembro de 1959, na administração de Tristão Sucupira Viana. O Plano abrange inicialmente a parte mais densificada da cidade, se limitando a área compreendida pelo contorno da Terceira Perimetral. As áreas externas a esta foram englobadas no planejamento urbano da capital nos anos posteriores através de sucessivas Extensões do Plano. Por ser aplicado a uma área urbana extremamente consolidada o plano se apresentou enquanto um paliativo, uma forma de resolver os problemas de Porto Alegre da melhor forma possível, porém longe de ser a ideal. Sua principal marca, o zoneamento de uso, foi definido por três principais zonas: comercial, residencial e industrial; nas quais estavam delimitadas as atividades compatíveis com cada uma delas. Agregado a este zoneamento principal estava um zoneamento secundário que regulava a ocupação do solo pelas edificações (taxa de ocupação e índices de aproveitamento) e as alturas máximas permitidas para as mesmas (taxas de alturas). Ao estabelecerem esses zoneamentos a intenção dos técnicos era garantir a correta ocupação e uso do solo, para que não houvesse 4 O Movimento Moderno a que o texto se refere é considerado como o movimento surgido no período do entre a Primeira e a Segunda Guerra Mundial, que teve como um dos seus principais ícones o arquiteto francês CharlesEdouard Jeanneret, mais conhecido como Le Corbusier. 5 A carta de Atenas se constitui em um dos principais documentos produzidos pelo Movimento Moderno, no qual está presente a síntese de suas idéias sobre a cidade (zoneamento de funções). Escrita durante um dos CIAM (Congresso Internacional de Arquitetura Moderna) em 1933. 6 Técnico da Prefeitura Municipal de Porto Alegre e renomado professor dos cursos de arquitetura e urbanismo da UFRGS e do Instituto de Belas Artes. Junto com Paiva participou da elaboração de Planos Diretores de outras cidades, tais como Florianópolis-SC e Passo Fundo - RS. 3 prejuízo para nenhuma das partes em conflito por ocupações incompatíveis em um mesmo espaço. Além de garantir através da taxa de ocupação do solo e das limitações de altura os corretos e necessários índices de insolação e aeração para as edificações e logradouros. Em relação ao sistema viário a principal preocupação que norteou os técnicos municipais foi a resolução do problema do tráfego do centro, que se encontrava extremamente congestionado e com vistas a ter sua situação agravada a cada ano. A área central de Porto Alegre, pela qual a cidade começou seu desenvolvimento e expansão urbana, era composta em sua maioria por ruas antigas que não possuíam a capacidade de escoar o trânsito se forma satisfatória. Além do problema da configuração e gabarito de tais vias o centro ainda apresentava o agravante de ser a área coletora das radiais que vinham dos bairros, que não possuíam outro ponto de comunicação entre si senão este caminho central. Observando essa situação caótica a solução a que se chegou foi a proposição de um sistema viário baseado em vias radiais e perimetrais, com vistas a criar uma área coletora de tráfego, através das avenidas perimetrais, e diferentes pontos de ligação entre bairros. A Avenida Primeira Perimetral no Plano Diretor de 1959 Como visto anteriormente o problema viário da capital gaúcha era uma das maiores preocupações dos técnicos municipais que elaboraram o Plano Diretor de 1959, especialmente o tráfego do centro da cidade, por isso o projeto da Avenida Perimetral teve o maior destaque dentre todos os outros projetos previstos no plano. Essa avenida foi projetada para ser uma via coletora do trânsito oriundo da área central de Porto Alegre, de forma a distribuir o fluxo para as radiais e as interligar de forma a evitar que todos os veículos tivessem que fazer essa conexão pelas precárias ruas centrais. Facilitando a conexão entre os bairros pretendiam criar novos caminhos para a expansão urbana, possibilitando a criação de outros centros comerciais ao longo dos bairros. No contorno da Avenida Primeira Perimetral estava previsto a construção de uma área de expansão do comércio da região central, de forma a gerar um local de mais fácil acesso, dotado de espaços para estacionamento de veículos e de edificações compatíveis com as necessidades dessa atividade. Além da área comercial, outros atrativos eram a localização de equipamentos de grande porte ao longo da Avenida, já que esta comportaria o fluxo de trânsito gerado em direção a tais equipamentos, que anteriormente se localizavam no centro e contribuíam para o acréscimo do seu congestionamento. Entre eles estariam o Centro Administrativo Estadual criando um local que agrupasse os órgãos de administração do estado, que em sua maioria, encontravam-se espalhados pelo centro e privados do devido espaço para seu correto funcionamento. A sede do poder executivo e legislativo municipal também tinha área prevista nas imediações da Avenida Perimetral em área próxima a Avenida Oswaldo Aranha. Outros equipamentos como o novo Teatro Municipal se localizaria no entroncamento da Avenida Perimetral com a Avenida Borges de Medeiros. Pretendiam que num futuro próximo ele viesse a substituir o Teatro São Pedro, antigo teatro porto- 4 alegrense. A Avenida Perimetral ainda serviria ao propósito de distribuir os passageiros oriundos dos municípios ao norte de Porto Alegre que viessem de trem pela Avenida Dique, fazendo a conexão de meio de transporte, passando ao rodoviário, a fim de ir aos bairros da capital sem a necessidade de penetrar no centro. Traçado Previsto para a Primeira Perimetral no Plano Diretor de 1959 Fonte: PMPA (Prefeitura Municipal de Porto Alegre). Porto Alegre – Plano Diretor 1954-1964. Porto Alegre: PMPA, 1964. [s.p.] Av. Presidente João Goulart Av. Borges de Medeiros Detalhamento do Plano - Trecho A, compreendido entre a atual Av. Presidente João Goulart e a Av. Borges de Medeiro. Fonte: PMPA (Prefeitura Municipal de Porto Alegre). Porto Alegre – Plano Diretor 1954-1964. Porto Alegre: PMPA, 1964. [s.p.] 5 Av. Borges de Medeiros Av. João Pessoa Detalhamento do Plano - Trecho B, compreendido entre a Av. Borges de Medeiros e a Av. João Pessoa. Fonte: PMPA (Prefeitura Municipal de Porto Alegre). Porto Alegre – Plano Diretor 1954-1964. Porto Alegre: PMPA, 1964. [s.p.] Av. Oswaldo Aranha Av. Júlio de Castilhos Detalhamento do Plano - Trecho C, compreendido entre a Av. Oswaldo Aranha e Av. Júlio de Castilhos. Fonte: PMPA (Prefeitura Municipal de Porto Alegre). Porto Alegre – Plano Diretor 1954-1964. Porto Alegre: PMPA, 1964. [s.p.] A Avenida Primeira Perimetral – traçado consolidado Entre o traçado do projeto para a Avenida Primeira Perimetral no Plano Diretor de 1959 e o traçado que se consolidou na cidade há algumas diferenças. A mais significativa é a parte correspondente ao trecho que passa ao lado do Parque Farroupilha, onde se encontra o campus central da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Nesse trecho o traçado previsto passava por sobre o campus da Universidade, entretanto essa rota não se consolidou. O que se realizou foi a ligação da Avenida Loureiro da Silva até a Rua da Conceição através das Avenidas Eng. Luiz Englert e Paulo Gama, contornado o campus universitário. Esse trecho atualmente se tornou um ponto de afunilamento do trânsito nos horário de maior fluxo de veículos, já que estás avenidas 6 não foram construídas de forma compatível com o restante do sistema de vias da Primeira Perimetral. Rua da Conceição Av. Mauá UFRGS Av. Paulo Gama Av. Presidente João Goulart Av. Eng. Luiz Englert PARQUE FARROUPILHA Av. Loureiro da Silva Traçado atual da Primeira Perimetral. Fonte: elaboração do pesquisador, 2009. Delimitação do trecho de análise Dentro do projeto da Avenida Primeira Perimetral foi selecionado um trecho para realização da análise da legislação prevista no Plano Diretor. Esse trecho compreende a área do detalhamento B do plano, situado entre as Avenidas Borges de Medeiros e João Pessoa, são analisadas as quadras voltadas a Av. Loureiro da Silva (Av. Perimetral). Nesse trecho aberto em meio a malha urbana antes existente houve um grande número de desapropriações, as antigas ruas estreitas dão lugar a uma ampla avenida, onde eram previstas edificações modernas, dotadas do melhor padrão de insolação e ventilação, com um amplo passeio no térreo delimitado por galerias em uma área sob os pilotis. 7 Lotes em análise Lotes em análise voltados a Av. Loureiro da Silva, marcados no detalhamento do trecho B do projeto da Av. Perimetral no Plano Diretor de 1959. Fonte: PMPA (Prefeitura Municipal de Porto Alegre). Porto Alegre – Plano Diretor 1954-1964. Porto Alegre: PMPA, 1964. [s.p.] Vista do Trecho B – entroncamento da Av. Borges de Medeiros com Av. Perimetral (Av. Loureiro da Silva). Observa-se a uniformidade das alturas e a configuração das galerias no térreo das edificações. Fonte: PMPA (Prefeitura Municipal de Porto Alegre). Porto Alegre – Plano Diretor 1954-1964. Porto Alegre: PMPA, 1964. [s.p.] Vista da área do Convento do Carmo, edificações Entrada do Túnel da Conceição. sobre pilotis configurando uma galeria. Fonte: PMPA (Prefeitura Municipal de Porto Alegre). Porto Alegre – Plano Diretor 1954-1964. Porto Alegre: PMPA, 1964. [s.p.] 8 Índices Previstos no Plano Diretor de 1959 Abaixo seguem os índices previstos para os lotes voltados para a Av. Loureiro da Silva. Esses dados aplicados aos lotes e as edificações irão determinar a configuração espacial pensada e pretendida pelos técnicos municipais. Uso: Área C2. 2 – Área comercial 2. Para esta área são previstas as seguintes atividades: Residências individuais e coletivas, Estabelecimentos de ensino, Bibliotecas e Museus, Templos, Clubes esportivos ou recreativos, Edifícios públicos, Comércio e Varejo, Supermercados, Casas de Espetáculo e Diversão, Escritórios em geral, Hotéis, Bancos e estabelecimentos financeiros, Restaurantes e Padarias, Laboratórios de Análises, Garagens, Hospitais, entre outros. Aproveitamento: Z0. Zona onde estão fixados os alinhamentos de frente, fundos e alturas máximas permitidas, não sendo aplicável o índice de aproveitamento. Percentagem de Ocupação: Zona Z2. Taxa de ocupação de 75% da área do terreno, com exceção dos prédios onde o térreo tem destinação comercial onde a taxa pode ser de 100% de ocupação. Alturas: A altura dos prédios da zona Z0 (Avenida Perimetral) será padronizada, assim como a altura de cada pavimento, devendo obedecer aos gabaritos constantes do Plano. No caso da área em análise a altura fixada seria de 70m. Contexto atual da Av. Primeira Perimetral Com a delimitação do trecho foi feita uma verificação da situação atual da Av. Primeira Perimetral, ou seja, um levantamento do que de fato está construído nos lotes para os quais se verificou a legislação no Plano de 1959. A partir das datas de aprovação dos prédios7, foi contatada a legislação sob a qual essas edificações foram construídas. Os resultados obtidos foram datas de aprovação posteriores ao ano de 1979 quando então já estava em vigência o Primeiro Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano (1º PPDU 1979), ou ainda alguns que já estavam sob a orientação do último plano para Porto Alegre (em vigência até os dias atuais) o Primeiro Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano e Ambiental (1º PDDUA 1999). 7 As datas de aprovação dos projetos das edificações foram obtidas junto a Secretaria Municipal de Obras e Viação (SMOV). 9 Número do Edifício Edifício Torre Perimetral 1788 Edifício sem nome 1688/1696/1700 Posto Ipiranga 1630 Ilha dos Açores 1500 Hotel Comfort 1660/1670 Hotel Master Express 1840 Edifício em construção 1570 Residencial Karnak 1870 Liquigás 1730 Residencial Lótus 1710 Data de Aprovação 19/01/1979 02/04/1982 19/12/1988 14/09/1989 17/06/1999 27/12/1999 02/04/2001 16/10/2001 13/12/2001 06/01/2006 Legislação Correspondente 1º PDDU - 1979 1º PDDU - 1979 1º PDDU - 1979 1º PDDU - 1979 1º PPDUA - 1999 1º PPDUA - 1999 1º PPDUA - 1999 1º PPDUA - 1999 1º PPDUA - 1999 1º PPDUA - 1999 Nº de Pavimentos 10 8 1 13 13 13 4 13 1 10 Tabela de aprovações Hotel Comfort Residencial Karnak Fonte: levantamento direto, pesquisa de campo, 2009. Considerações Finais A sucessão de planos que se seguiram ao Plano Diretor de 1959 (1º PPDU / 1979 e 1º PDDUA /1999) não alterou de maneira significativa a tipologia prevista para a área, pois as características das edificações e de ocupação dos lotes conseguiram se consolidar na área. Temos no trecho analisado prédios construídos com importantes características previstas no Plano Diretor de 1959 como: as galerias sobre pilotis no térreo, uniformidade das alturas dos pavimentos e os recuos dos blocos superiores em relação à base do prédio. Por isso podemos afirmar que a Avenida Primeira Perimetral (Av. Loureiro da Silva) reflete uma imagem de orientação modernista no urbanismo de Porto Alegre. Esse fato leva a formulação de uma nova hipótese, de que os Planos que sucederam o Plano Diretor de 1959, o 1º PDDU (1979) e 1º PDDUA (1999) tiveram uma orientação semelhante ao seu antecessor para a legislação da área da Primeira Perimetral. Essa nova hipótese será 10 confirmada na etapa próxima da pesquisa. Perfil proposto para a Av. Primeira Perimetral. Fonte: PMPA (Prefeitura Municipal de Porto Alegre). Porto Alegre – Plano Diretor 1954-1964. Porto Alegre: PMPA, 1964. [s.p.] Perfil consolidado da área em análise Prédios com galerias sob pilotis Fonte: levantamento direto, pesquisa de campo, 2009. Referências Bibliográficas ALMEIDA, M. S. Transformações Urbanas. Atos, Normas, Decretos, Leis na administração da Cidade, 1937-1961. São Paulo: Tese de Doutorado, Universidade de São Paulo, USP, 2005. BENÉVOLO, L. As origens da urbanística moderna. Lisboa: Presença,1987. BENEVOLO, L. História da Cidade. São Paulo: Perspectiva, 2007. KOPP, A. Quando o moderno não era um estilo e sim uma causa. São Paulo: Nobel / Edusp, 1990. SOUZA, C.F; MÜLLER, D.M. Porto Alegre e sua evolução urbana. Porto Alegre: Editora da 11 UFRGS, 2007. PMPA (Prefeitura Municipal de Porto Alegre). Porto Alegre – Plano Diretor 1954-1964. Porto Alegre: PMPA, 1964. 12