6 O Jornal de HOJE
Cidade
Natal, 10 de outubro de 2013
Quinta-feira
Estado e Município têm até o dia 25 para
contratar os leitos de UTI do Hospital Memorial
OS
DEZ NOVOS LEITOS DE
TERAPIA INTENSIVA
DA UNIDADE ESTÃO PRONTOS E EQUIPADOS HÁ MAIS DE DOIS MESES
Fotos: José Aldenir
ROBERTO CAMPELLO
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Diariamente, mais de 20 pacientes aguardam por um leito de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) apenas no maior hospital de urgência e
emergência do Estado, o Hospital
Monsenhor Walfredo Gurgel. Nesta
quinta-feira (10), 25 pacientes aguardavam por um leito, sendo 11 de
Natal, já que todos os 35 leitos de
UTI do Walfredo Gurgel estão ocupados. Enquanto isso, há mais de
dois meses, o Hospital Memorial
dispõe de dez leitos de UTI, sendo
um para isolamento, pronto para receber pacientes, mas aguarda a definição da Secretaria Municipal de
Saúde (SMS) e da Secretaria Estadual de Saúde Pública (Sesap) a respeito da contratualização dos serviços. Apesar de ser um hospital privado, o Memorial tem os dez leitos
disponíveis para atender pacientes do
Sistema Único de Saúde (SUS). Os
dez leitos foram habilitados pelo
Ministério da Saúde no final do mês
passado e o Município tem 30 dias,
até o dia 25 de outubro, para assinar o contrato com o Hospital.
A direção do Hospital Memorial
disse que os leitos estão prontos e
equipados, sendo uma das mais modernas UTIs do Rio Grande do
Norte. Através de um sistema interligado, o médico acompanhará em
uma tela todos os monitores dos pacientes internados. A diária dos serviços de UTI do Hospital Memorial custará R$ 1,5 mil por leito, no
entanto o Ministério da Saúde só repassa R$ 800 por leito de UTI. O restante será dividido entre o Estado
(60%) e o município de Natal (40%).
A assessoria da Sesap informou que
o processo do contrato está seguindo os trâmites burocráticos e a expectativa é que antes do dia 25 o
contrato seja assinado.
Em dois anos, o Rio Grande do
Norte deverá contar com mais 159
UTI será uma das mais modernas do Estado. Com sistema interligado, médico acompanhará todos os monitores dos pacientes
Francisco Gomes diz que já foi procurado pela Sesap para renovar convênio
novos leitos que devem ser implantados pelo Governo do Estado, em
cumprimento do acordo firmado na
Justiça Federal, em Ação Civil Pública movida pelo Conselho Regional de Medicina (Cremern). Até
agora, apenas quatro leitos foram
abertos no Hospital Ruy Pereira dos
Santos.
O secretário estadual de Saúde,
Luiz Roberto Fonseca, garantiu que
50 leitos de UTI serão abertos até o
fim do ano. No entanto, a falta de
profissionais para trabalhar nas UTIs
atrapalha o processo. A responsável
pela Coordenadoria de Operações
de Hospitais e Unidades de Referências (Cohur), Camila Costa, disse
que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) determina que
haja pelo menos um técnico de enfermagem a cada dois leitos. O problema da falta de profissionais está
dificultando, inclusive, a abertura
dos oito leitos que já estão prontos
tará para 45 o número de leitos destinados ao tratamento intensivo no
Hospital. A Sesap também informou
que diariamente atuarão no setor
cinco técnicos de enfermagem, um
enfermeiro e um intensivista. Todos
em plantões de seis ou de 12 horas.
no Hospital Pediátrico Maria Alice
Fernandes.
A coordenadora garantiu que a
solução vai chegar através do remanejamento. Há ainda dez leitos para
serem abertos no Hospital Doutor
José Pedro Bezerra, o Hospital Santa
ticos para o cadastramento no SUS.
Por lá serão outros nove leitos de
UTI.
A Secretaria de Estado da Saúde
Pública informou que até o final de
novembro será entregue a nova UTI,
com dez leitos, no Pronto Socorro
A diária dos serviços de UTI do Hospital
Memorial custará R$ 1,5 mil por leito, no entanto
o Ministério da Saúde só repassa R$ 800 por
leito de UTI. O restante será dividido entre o
Estado (60%) e o município de Natal (40%).
Catarina. Camila Costa afirmou que
aguarda a compra dos equipamentos médicos que estão sendo licitados para disponibilizar as vagas. No
Hospital Universitário Onofre Lopes,
a Sesap aguarda os trâmites burocrá-
Clóvis Sarinho, no Hospital Walfredo Gurgel. De acordo com a Sesap,
a segunda obra que objetiva a reestruturação do hospital já está em andamento, com 30% dos trabalhos
concluídos. O novo serviço aumen-
ORTOPEDIA
O diretor do Hospital Memorial, o ortopedista Francisco Gomes,
disse que as cirurgias do mutirão
não foram suspensas, mas que elas
se realizam apenas nos finais de semana. O Hospital foi contratado por
um teto de R$ 300 mil para fazer cirurgias ortopédicas e, com isso,
ajudar a zerar a fila de espera e
acabar com os corredores lotados
do Hospital Walfredo Gurgel. Segundo ele, o pagamento não está
atrasado, pois as faturas foram encaminhadas esta semana para a Secretaria de Saúde. O diretor disse
que já foi procurado pela Secreta-
ria com o objetivo de renovar, por
mais 90 dias, o convênio para dar
continuidade ao mutirão.
A assessoria de imprensa da
Sesap informou que, apesar de não
ser responsabilidade do Estado, a
Secretaria Estadual de Saúde irá
renovar o contrato com os três prestadores de serviço - Hospital Memorial, Hospital Médico Cirúrgico
e Policlínica Paulo Gurgel -, para
uma nova fase do mutirão de cirurgias ortopédicas. O contrato será
maior, no valor de R$ 1,1 milhão,
e valerá por mais 90 dias.
Fora as cirurgias do mutirão,
diariamente, o Hospital Memorial
realiza uma média de 25 cirurgias
ortopédicas por meio do SUS, totalizando aproximadamente 600
procedimentos por mês. A unidade hospitalar dispõe de 60 leitos
de enfermaria, sendo que destes,
pelo menos 50 são para pacientes
do SUS.
Governo tem cinco dias para pagar dívida de R$ 1,1 milhão ao Itorn
Heracles Dantas
Por determinação judicial, o
Governo do Estado tem o prazo de
até cinco dias, a partir da intimação, para efetuar o pagamento da
dívida que tem com o Instituto de
Traumatologia e Ortopedia do RN
(Itorn). O Estado deve R$
1.162.800,00 ao Itorn, locatário da
estrutura hospitalar do Hospital
Ruy Pereira. Nesta quarta-feira (9),
o juiz Geraldo Antônio Mota, da 3ª
Vara da Fazenda Pública determinou o pagamento do débito. Somado ao valor publicado na ação,
ainda está pendente o pagamento
dos meses de agosto e setembro
de 2013, em torno de R$ 400 mil.
Caso o pagamento não seja feito
dentro do prazo, os proprietários
do prédio estarão respaldados para
realizar o despejo da unidade hospitalar.
A dívida é pertinente às mensalidades, no valor de R$ 200 mil
cada, em atraso de setembro de
Caso o pagamento não seja feito, os proprietários do prédio estarão respaldados para realizar o despejo da unidade hospitalar
2012 a fevereiro de 2013, referentes ao arrendamento à Secretaria
de Saúde do Estado (Sesap) de toda
a estrutura hospitalar do antigo
Itorn, que deu lugar ao Hospital
Dr. Ruy Pereira. Está incluído no
pagamento o uso de 101 leitos,
sendo 10 de UTI, equipamentos,
móveis e utensílios, assim como o
prédio.
Através de nota, a Secretaria de
Estado da Saúde Pública informou
que está tomando as medidas cabíveis junto a Procuradoria Geral
do Estado (PGE) para que sejam
pagas, dentro do prazo previsto,
as parcelas referentes ao contrato
de locação do Itorn, onde funciona o Hospital Ruy Pereira. "A
Sesap está trabalhando para que a
decisão judicial seja cumprida o
mais rápido possível, com a garantia de que os serviços prestados
pelo hospital - que é referência
para cirurgias vasculares em todo
o Estado - não serão interrompidos", diz a nota.
O Itorn depende do pagamento desta dívida para regularizar pagamentos de verbas trabalhistas,
pelos quais chegou a ser decretado leilão do prédio em 2011. Está
acordado que 30% da receita decorrente da locação destina-se à Justiça do Trabalho. De acordo com
Sanderson Mafra, advogado representante do Itorn, há cerca de quatro meses houve negociações com
a Sesap. No entanto, sem efetivação dos pagamentos em atraso,
"apenas promessas".
"Durante esse período, tentamos todas as medidas administrativas possíveis, sem necessidade de
ações judiciais, mas o déficit vem
aumentando. A ordem já foi de despejo, contudo, o juiz considerou o
caso de ser um hospital e deu o
prazo de cinco dias para a Secretaria", informou o advogado.
> SERVIDORES MUNICIPAIS
Greve da saúde em Natal será iniciada na 3a feira
As tentativas de diálogo entre
Sindicato dos Servidores da Saúde
em Natal (Sindsaúde/RN) e Secretaria Municipal de Saúde (SMS)
foram em vão e os servidores entrarão em greve a partir de terça-feira
(15). A decisão foi acertada nesta
quinta-feira durante assembleia geral
da categoria. A data para início da
greve foi acertada conjuntamente
com o Sindicato dos Servidores Públicos de Natal (Sinsenat) e o Sindicato dos Agentes de Saúde (Sindas), caracterizando uma greve do
funcionalismo municipal.
Na última sexta-feira (5), os
sindicatos se reuniram na sede da
Prefeitura de Natal, ocasião em que
o Executivo Municipal apresentou
uma proposta de reajuste de 8%
nos salários, a ser pago em janeiro
de 2014. O índice equivaleria aos
anos de 2011 e 2012 e o valor de
2013 seria discutido a partir de janeiro de 2014, na campanha salarial do ano que vem. Porém, a diretoria do Sindsaúde destacou que
o índice apresentado não repõe nem
mesmo a inflação do período.
"A paralisação e a passeata que
fizemos deram resultado, mas ainda
é insuficiente. Precisamos de reajuste salarial neste ano, acima da inflação, e condições de trabalho. O
governo diz que não tem dinheiro,
mas acaba de pegar empréstimo
para a Copa", afirma a coordenadora geral do Sindsaúde, Simone
Dutra. O reajuste salarial pretendido pela categoria está avaliado em
27,08%.
Outro ponto exigido é o fim dos
descontos do auxílio-doença. Atualmente, ao adoecer, os servidores
têm o salário descontado, passando
a receber até um terço do que recebiam. Com isso, muitos precisam
voltar a trabalhar, mesmo em tratamento. "Estamos pressionando o
governo para que a lei do auxíliodoença seja revogada. É desumano
um profissional não ter direito de se
recuperar devidamente", destacou
Célia Dantas, diretora do sindicato
a nível municipal.
Célia declarou que o início da
greve implica em unidades de atenção básica e Programa Saúde da
Família (PSF) fechados. "Os hospitais da rede que funcionam 24h
permanecerão funcionando, mas
com apenas 30% do quadro de funcionários, conforme estabelece a
lei de greve", disse.
A pauta dos servidores da Saúde
requer revisão do Plano de Cargos,
Carreiras e Vencimentos, com reposição salarial; equiparação salarial entre técnicos e assistentes de
saúde; remuneração integral na licença Premium e licença médica;
mudança de nível e 30h de trabalho sem redução salarial.
Além disso, destaca-se a necessidade de cumprimento da database; gratificação de campo para
agentes de endemias; garantia do
adicional de insalubridade; implantação de vale-refeição; garantia de
segurança nos serviços públicos e
realização de concurso. Na terçafeira, os servidores dos três sindicatos relacionados realizarão um
ato público nas ruas de Natal, com
destino ao Palácio Felipe Camarão, onde funciona a sede da Prefeitura.
José Aldenir
Greve foi definida em assembleia realizada hoje. Hospitais da rede municipal passarão a atender com apenas 30% dos servidores
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Estado e Município têm até o dia 25 para contratar os