1 Filosofia da Educação: o desafio do pensar a educação nos países e comunidades lusófonas Antônio Joaquim Severino Preâmbulo... Feliz e honrado com a escolha dos colegas coordenadores desta nascente Sociedade para responder pela conferência de abertura de seu I Congresso, quero iniciar reiterando as boas vindas, primeiramente aos participantes de Angola, Moçambique, Cabo Verde, Guiné, São Tomé e Príncipe, Timor Leste, Goa e Portugal, e formulando os melhores votos de que tenhamos um convívio enriquecedor, ao longo da realização do Congresso. Que todos se sintam em casa, neste rincão brasileiro, sempre aberto e acolhedor de todos aqueles que, quaisquer que sejam suas nacionalidades e seus objetivos, aqui aportam. Mas, sem nenhuma dúvida, os cidadãos das regiões lusófonas ocupam um lugar especial em nossos corações, pois a eles nos vinculam sempre profundas raízes. Quero saudar também, em nome de nossa nascente Sociedade, os colegas brasileiros que aqui vieram para nos ajudar a receber os amigos de outras plagas, compartilhando os propósitos que nos animam na realização deste evento, mais um passo importante na consolidação deste projeto. É hora também de antecipar um agradecimento muito especial à administração superior da Uninove e aos seus representantes na Comissão Organizadora, na pessoa da Profa. Cleide Rita Almeida. Não posso deixar de adiantar ainda uma referência e uma homenagem ao prof. Adalberto Pereira de Carvalho, o grande articulador da proposta de criação da SOFELP, no bojo de sua aspiração de aproximar os educadores da comunidade lusófona. Quero também registrar, de início, um agradecimento muito sincero àqueles colegas que viabilizaram a realização deste Congresso, na pessoa da Profa. Cleide Silvério de Almeida, coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Educação e responsável pela mediação para a abertura deste espaço para que o Congresso pudesse realizar-se agora no Brasil, pedindo a ela que se faça portadora deste agradecimento tanto à Comissão Organizadora como às 2 autoridades da UNINOVE. O apoio institucional da Uninove e o denodo desses colegas, não só tornaram o evento possível, mas ainda lhe conferiram um diferencial de qualidade, que só ocorre como fruto da competência, da sensibilidade e da dedicação. A Uninove demonstra, mais uma vez, sua contribuição ao aprimoramento da educação em nossa região, tornando-se cada vez mais um centro de referência da pesquisa e do debate educacional, em nosso país. Uma instituição de ensino superior não se afirma e se consolida apenas pela oferta de seus serviços regulares, mas também pelo tanto que se torna como espaço aberto e livre de debates sobre os múltiplos aspectos da vida científica e cultural. É-me igualmente imperioso expressar um agradecimento muito especial ao Prof. Dr. Adalberto de Carvalho, o grande gerador e animador deste projeto de aproximação dos educadores da comunidade lusófona e o grande articulador da SOFELP. Para além da contribuição que o Prof. Adalberto já deu à Filosofia da Educação, com sua obra teórica, que já destacada referência internacional no campo, atua agora como uma liderança ímpar, investindo o melhor de si na consolidação da comunidade daqueles que buscam pensar a educação a partir da perspectiva da Filosofia. Ademais, certamente nos é gratificante a todos ter mais esta demonstração do particular apreço que o prof. Adalberto tem para com os nossos projetos brasileiros referentes à teoria e à prática da Filosofia da Educação entre nós. Introdução E no contexto de nosso encontro, no qual esperamos nos conhecer melhor, torna-se pertinente e até mesmo emblemático, que o que nos motiva é pensar, debater, construir propostas relacionadas à Filosofia da Educação, a sua identidade, a seu lugar e a seu papel. Pensar filosoficamente a educação é tocar no âmago daquilo que pode amalgamar, em torno de intencionalidades comuns, a grande comunidade lusófona mundial. Sem dúvida, a educação, em seu sentido mais profundo é o processo fundamental para a constituição do humano. Muitos e difíceis são os obstáculos que se encontram no caminho 3 desse processo de humanização, como bem mostram as experiências de nossas sociedades nacionais. Ao nos propor a reflexão sobre as relações pessoa, sociedade e desenvolvimento, a temática deste Congresso pressupõe que a Filosofia pensa a educação como a grande articuladora destas três esferas. Estamos sendo convidados a refletir, a partir de nossos estudos, pesquisas e experiências, sobre essas esferas, explicitando como a educação está mediando a concretização dos processos nascidos da relação entre estas três esferas, em nossos diversos países. O que implica um outro pressuposto que, certamente, nos irmana: a Filosofia não é uma abordagem etérea e alienada, que ignorasse as determinações históricas,. Assim, estamos aqui reunidos para pensar juntos a formação da pessoa, a sua integração na sociedade, uma forma de integração que instaura a unidade ao mesmo tempo que reconhece a diversidade. Pratica assim uma educação emancipadora, que articula bem, dialeticamente, a liberdade que nos impele para a transcendência, e a necessidade que nos apela para a imanência das condições concretas da existência histórica. Com minha reflexão nesta oportunidade, quero apenas compartilhar com todos vocês, o modo como tenho tentado pensar a Filosofia da Educação como esforço filosófico de pensar a educação. Tenho buscado delinear uma identidade para esse campo de problematização, de investigação, de análise, de crítica e de síntese. As três tarefas da Filosofia da Educação E o ponto de vista que me proponho a apresentar e submeter à apreciação de vocês, é que a Filosofia da Educação tem três tarefas constitutivas que se desempenham em quatro círculos hermenêuticos, universos conceituais e conceituantes que sintetizam e sistematizam significações da educação. Vejo então a Filosofia da Educação se desdobrando em um tríplice direcionamento: de uma primeira perspectiva, cabe-lhe mostrar os vínculos fecundantes do próprio conhecimento com a prática humana, em geral, e com 4 a prática educativa, em particular. Sua primeira tarefa é epistemológica. Mas, tarefa que não deve se transformar numa metafilosofia, espelho de si mesma. Interessar-se pelos processos e produtos do conhecimento teórico do campo educacional é contribuir para desvelar o sentido da educação. Sob uma segunda perspectiva de abordagem, a Filosofia da Educação é um esforço para desvendar os intrincados meandros da prática, evidenciando os valores que a sustentam, sem se reduzir a uma tecnologia ou a uma mera sabedoria. E sob uma terceira perspectiva, a Filosofia da Educação busca explicitar os sentidos possíveis para a existência histórica dos homens, mas sem se transformar numa nova metafísica ou a uma pura estética da existência. A tarefa epistemológica... A tendência a se conceber a tarefa da Filosofia da Educação como sendo fundamentalmente uma tarefa epistemológica, encarregando-a da análise e da crítica do conhecimento no campo educacional deve sua origem e sua força ao poder adquirido pela ciência na modernidade ocidental. Com efeito, fruto do projeto iluminista da modernidade, a ciência dominou todos os aspectos da existência humana na atualidade, impondo-se não só pela sua fecundidade explicativa, sob a forma da teoria, mas também pela sua eficácia técnica que possibilitou aos homens o domínio e a manipulação do mundo. Por isso mesmo, seu impacto no âmbito da educação é igualmente muito forte. Responsável pela emergência e desenvolvimento da ciência como modalidade fenomenista do conhecimento, o racionalismo naturalista moderno transfigura a cosmovisão da cultura ocidental, instaurando um processo avassalador de desencantamento e de dessacralização do mundo natural e também do mundo cultural. Não tardou para que esse modo científico de pensar atingisse todos os aspectos da existência humana. Após a constituição das ciências naturais, constituiram-se as ciências humanas, no âmbito das quais se formariam também as ciências da educação. Assim, no que concerne às diversas 5 modalidades de abordagem e explicação da educação, em virtude da expansão da mentalidade científica e de suas fundamentações epistemológicas pelo positivismo, também a educação passa a ser pensada à luz das novas categorias explicativas fornecidas pelas diversas ciências, da biologia à sociologia. E, igualmente, passa-se a entender que sua eficácia como formadora das novas gerações, encontra-se na sua adequação a diretrizes técnicas de funcionalidade natural. Como todos as outras dimensões da fenomenalidade humana, a educação passou a ser equacionada pelas ciências, particularmente pelas ciências humanas que, graças a seus recursos metodológicos, possibilitaram uma nova abordagem do fenômeno educacional. O desenvolvimento das ciências da educação, no lastro das ciências humanas, demonstrou o quanto foi profunda sua contribuição para a elucidação desse fenômeno bem como para o planejamento da prática pedagógica. E a questão que se coloca é a de saber se essas ciências, ao explicitar as leis que regem o fenômeno educacional, viabilizando as técnicas bastantes para a condução eficaz da prática educacional, não esgotariam a possibilidade de conhecimento da educação. Disso decorre a relevância que a teoria científica adquire para o conhecimento do processo educacional e para a sustentação técnica das práticas pedagógicas. E daí decorre também a tendência a se atribuir à Filosofia da Educação, como suas tarefas fundamentais, a justificação epistemológica do empreendimento educativo e a defesa da utilização dos recursos técnicocientíficos para a boa condução dos processos pedagógicos. A tarefa axiológica... De igual maneira, outras vezes, a Filosofia da Educação é entendida como uma reflexão sobre os valores, uma vez que a educação é eminentemente uma prática lastreada em valores. Caberia então à Filosofia da Educação explicitar os valores, principalmente os valores éticos e políticos que pudessem “nortear” a prática educacional. A reflexão filosófica se faria então 6 reflexão axiológica, perquirindo a dimensão valorativa da consciência e a expressão do agir humano na medida em que é relacionado com valores. Sua questão central desta perspectiva axiológica é aquela dos fins da educação, a questão do educar para que. Sem dúvida, a tradição filosófica marcou-se pela tendência em estipular valores, fins e normas, fundando-os apressadamente numa determinação arbitrária, apriorística o mais das vezes, por uma natureza ideal do indivíduo ou da sociedade. Foi o que praticaram as tendências metafísicas da filosofia ocidental, fazendo decorrer, mediante um processo quase que dedutivo, as normas do agir humano da essência do homem concebida como um modelo ideal, delineado com base numa ontologia abstrata. Assim, os valores do agir humano se fundariam na própria essência humana, essência esta concebida de modo ideal, abstrato e universal. A ética se tornava então uma ética essencialista, desvinculada de qualquer referência concreta, histórica. O agir deve seguir critérios éticos correspondentes à e derivados da essência ontológica, específica do ser humano. Agere sequitur esse, diziam os filósofos medievais. Mas, ao tentar superar essa visão essencialista, a tradição científica moderna vai ainda vincular o agir a valores relacionados apenas com a determinação natural do existir do homem. O homem é visto como um prolongamento da natureza física, um organismo vivo cuja perfeição não é, obviamente, a realização de uma essência, mas sim o desenvolvimento pleno de sua vida. O objetivo da vida, por sinal, é sempre viver mais e viver bem, como nos ensinou Dewey. E esta passa a ser o critério básico para a delimitaçào de todos os valores que presidem o agir. Devem ser atingidos aqueles objetivos cuja realização assegure ao homem melhor vida natural. E à ciência cabe conhecer as leis que governam essa vida humana, para que se possa então conduzi-la de forma técnica, da maneira mais adequada para sua funcionalidade. A ética torna-se então uma ética naturalista, apoiando-se apenas nos valores de uma funcionalidade técnica. 7 Influenciada por essas perspectivas,a Filosofia da Educação acabou reproduzindo as mesmas orientações, ao desenvolver sua visada axiológica. De um lado, tendeu a ver como fim último da educação, a realização de uma perfeição dos indivíduos como plena atualização de uma essência prototípica e modelar; de outro lado, entendeu essa perfeição como plenitude de expansão e de desenvolvimento de sua natureza biológica. Dessa maneira, muitas vezes, a Filosofia da Educação é reduzida a uma axiologia. Quanto a isso, a questão se torna ainda mais complicada, pois no terreno da valoração, as posições são muito mais ambíguas e imprecisas. Mesmo descartando-se uma axiologia de referência metafísica, o axiologismo essencialista, ainda é preciso considerar o axiologismo sociológico que tem sido a avatar do primeiro. Com razão, esta perspectivação sociologizante é compreensível, devido ao fato deverasmente comprovado de que os valores são produzidos e sustentados pela sociedade, tendo legítima origem social. Daí a razão da consagrada distinção entre moral e ética, a primeira referindo a esses valores consagrados pelo tecido social, entremeando os costumes, e esta, a ética, reportando-se aos valores com algum alcance universal, transcendendo as fronteiras da determinação particular de cada sociedade. A Filosofia da Educação envolve, sem dúvida, uma abordagem axiológica, mas esta não pode ser entendida como mera elucidação de valores e fins que uma sociedade particular pretendesse defender. A tarefa ontológica... Mas a Filosofia da Educação só pode indicar valores para a condução da prática educacional se ela lastrear-se numa antropologia fundada em mediações histórico-sociais, dimensões estas que qualificam e especificam a condição de existência real dos homens. Tal perspectiva nega, retoma e supera aqueles aspectos enfatizados pelas abordagens essencialista e naturalista, buscando dar à Filosofia da Educação uma configuração mais assente às condições reais da existência dos sujeitos humanos. 8 Ainda que não coubesse à Filosofia da Educação determinar os valores éticos e políticos, não lhe caberia lidar com os valores estéticos? Com efeito, a sensibilidade a valores estéticos tem levado a se afirmar uma estetização generalizada da experiência humana, incluindo aí a experiência educacional. E, em decorrência disso, caberia à Filosofia da Educação explicitar os aspectos não racionais naquilo que eles teriam de fundamental para o processo pedagógico. Tratar-se-ia então de abordar as questões relacionadas à sensibilidade afetiva, à emotividade, à subjetividade desejante, fatores dinâmicos indiscutiveis para a condução do existir humano. Sem dúvida, essa dimensão não pode estar ausente do campo axiológico da Filosofia da Educação, mas ela a integrará sem tornar-se exlusiva, fazendo-se atravessar pela significação intencionalizante da subjetividade epistêmica, inserindo-se no território da subjetividade envolvida na atividade do conhecimento que não se restringe ao território da racionalidade lógica. A Filosofia da Educação tem também uma tarefa ontológica que não deve ser confundida com a metafísica. Sem dúvida, cabe à Filosofia da Educação a construção de uma imagem do homem como sujeito fundamental envolvido na educação. Trata-se de delinear o sentido mais concreto da existência humana com relação às suas coordenadas de educabilidade. Como tal, a Filosofia da Educação constitui-se como uma antropologia filosófica, entendida como tentativa de construção de uma visão integrada do ser humano. Trata-se de uma antropologia a ser construida, não mais daquela antropologia metafísica, com uma essência humana pré-figurada, da qual se deduziriam as referências para o agir. Igualmente sob tal perspectiva, a tradição filosófico-educacional, tanto sob sua versão essencialista como sob sua versão naturalista, não conseguiu dar plena conta dessa tarefa. Ora construiu uma antropologia metafísica fundamentalmente idealista, apriorista, abstrata, com uma imagem universal e abstrata da natureza humana, incapaz de lidar com a imergência do homem no mundo natural e social, ora elaborou uma antropologia de fundo cientificista que inseria o homem no fluxo vital da natureza orgânica, fazendo dele um 9 simples prolongamento da mesma e que se revela igualmente incapaz de dar conta da especificidade humana nesse emaranhado de determinismos. Sob essas duas perspectivações, a Filosofia da Educação perde qualquer solidez e pertinência. Em ambos os casos, não fica assegurada a condição básica da existencialidade humana, qual seja, sua profunda e radical historicidade, a ser entendida como a intersecção da espacialidade com a temporalidade do existir real dos seres humanos, ou seja, a intersecção do social com o histórico. O ser dos sujeitos educandos só pode ser apreendido em suas mediações históricas e sociais concretas de existência. Só com base nessas condições reais de existência é que se pode legitimar o esforço sistematizador da Filosofia da Educação em construir uma imagem consistente do humano, tornando pertinente sua educabilidade. Os sujeitos educandos, os sujeitos que se educam e que buscam educar, não podem ser reduzidos a cópias de modelos abstratamente concebidos de uma natureza humana, como não se reduzem a máquinas naturalizadas, artefatos biológicos. Seres de carências múltiplas, realizam-se ao longo de um devir sempre em busca de um ser-mais, guiados por uma intencionalidade projetante e nunca pela efetivação mecânica de determinismos objetivos. Precisam inserir-se num projeto humano, que se dá em coordenadas históricas, realizando-se pela práxis socialmente solidarizada. A cada instante, uma exigência de superação do estágio anterior. Por isso, a educação, deste ponto de vista, pode ser definida como o esforço para se conferir ao social, no desdobramento do histórico, um sentido intencionalizado, como esforço para a instauração de um projeto de efetiva humanização, feita através da consolidação das mediações histórico-sociais da existência humana. Assim, só uma antropologia filosófica pode lastrear a Filosofia da Educação, mas uma antropologia filosófica capaz de apreender o homem existindo sob mediações histórico-sociais, sendo visto então como um ser eminentemente histórico e social. Tal antropologia tem de se desenvolver então como uma reflexão sobre a história e sobre a sociedade, sob o sentido do existir humano 10 nessas coordenadas. É por isso que a Filosofia da Educação assim compreendida, vincula-se à antropologia, servindo-se da mediação de uma Filosofia Social e de uma Filosofia da História, perspectivas de abordagem estas que vão apoiar-se nas contribuições científicas históricas e sociais. Retoma-se então a qiestão de saber se a construção dessa imagem do homem não seria igualmente mister dessas últimas. Mas, cabe igualmente reiterar que, embora indispensáveis, os resultados obtidos pelas diversas ciências humanas não são suficientes para assegurar a visão de totalidade dialeticamente articulada da imagem do homem que se impõe construir. Colaborarão indubitavelmente na configuração das coordenadas do existir histórico-social da humanidade, mas sua visão será sempre aspectual, em decorrência de seus próprios pressupostos metodológicos. Só a perspectivação filosófica poderá integrar ao totalizar, ao unir e ao relacionar. É de se concluir que, em sua tarefa antropológica, a Filosofia da Educação trabalha em íntima colaboração com as Ciências Humanas no campo da teoria educacional, incorporando subsídios produzidos mediante a investigação histórico-antropológica por elas desenvolvida. Mas isto sem prejuizo de dever trilhar seu próprio caminho. A pertinente dissolução da condição substantiva do cogito ou de qualquer outra modalidade de entificação do sujeito, dogmatizada em formulações hsitóricas da filosofia, não elimina a realidade insuperavel de um sujeito no mundo, atravessado pelo espaço e pelo tempo, imanente, contingente, finito, mas equipado de recursos subjetivos para buscar os seus fins históricos e traçar os seus caminhos. E não se trata de um robô nem de um clone: ao contrário, é autenticamente um sujeito. Sob esse ponto de vista, torna-se inaceitáveis a proposta e a visão pós-estruturalistas, se elas se pretendem realmente sérias: “Não conceder qualquer trégua ao humanismo, ao antropocentrismo. O corpo do Homem: mutável, clonável, intensificável, desmontável-montável, desmembrável-remembrável. O deslocamento, o descentramento, o desalojamento do Homem. A diminuição ou apagamento das fronteiras e distinções entre o Homem e a máquina (ciborgues), entre o Homem e o animal, 11 entre o Homem e os seres inanimados: um ser entre outros seres e não um ser em um ambiente desfrutável. Em seu lugar, um homem (uma mulher) sem qualidades (antropológicas) e sem privilégios (antropocêntricos). Celebrar os prazeres – e até mesmo os perigos --- da confusão de fronteiras. Nenhuma tentativa de recompor um Uno cindido, fragmentado, corrompido. Estimular, em vez disso, a divisão, a multiplicação, a proliferação. Em vez da recomposição de integridades e totalidades perdidas, privilegiar as operações de desmontagem e remontagem, de decomposição e recomposição” (Silva, 2000. p. 2). Na complexa malha do pensamento filosófico contemporâneo, que se expressa também no âmbito da Filosofia da Educação, alguns pontos se tornam referências comuns a todas suas manifestações. Assim, parece estar superada, na reflexão filosófica mais recente sobre a educação, a visão essencialista dela, tanto sob sua versão metafísica quanto sob suas versões teológicas. O pensamento filosófico-educacional, que vem se construindo neste século, se exerce numa perspectiva geral, de fundo antropológico, numa visão totalmente dessacralizada e imanente à realidde humana. Mesmo as concepções ainda influenciadas por suas raízes religiosas ou metafísicas buscam se expressar atualmente numa perspectiva mais antropológica, retirando de suas coordenadas teóricas as referências ao providencialismo divino ou ao apriorismo metafísico abstrato e idealista. Ninguém mais pretende falar de transcendências que norteariam a história real da humanidade, todas as abordagens filosóficas da educação assumem a condição histórica e social da existência humana. Agora a construção da história é responsabilidade exclusiva dos homens: não se trata mais de construir a Cidade de Deus, mas a pólis, a cidade dos homens. Os círculos hermenêuticos de compreensão da educação No entanto, os modos pelos quais é entendido esse processo de humanização, que leva à nova sociedade, marcada pela cidadania e pela democracia, podem ser muito diferentes, considerando-se os fatores que são enfatizados como 12 fontes energéticas dinamizadoras do processo de transformação do homem, de construção da sociedade, da condução da história. Por isso, creio ser possível identificar quatro grandes perspectivações filosófico-educacionais que permitem situar, com alguma sistematicidade, todos os posicionamentos teórico-filosóficos de pensadores e de escolas, tendências, correntes e vertentes de pensamento que se possam caracterizar. De um primeiro ângulo, em que pese todo o neoceticismo crítico gestado nas pretensões filosóficas da pós-modernidade, ainda se pensa a educação como processo que se desenvolve em harmonia com os processos que regem todos os demais aspectos do mundo natural. Ao homem cabe viver, realizar-se, aperfeiçoar sua existência concreta numa íntima conexão com a naturaza objetiva que o constitui e o cerca. Sua existência no plano da cultura deve desenvolver-se analogamente ao modo como se dá a vida no plano da natureza. Não são planos idênticos, mas profundamente análogos. Reconhecimento do lugar prioritário que as referências objetivas da naturalidade da existência colocam para a condução dos destinos da humanidade. Pode-se aqui,para melhor esclarecimento, recorrer à metáfora da funcionalidade natural do mundo: ele sempre foi presidido por uma dinâmica objetiva de forças e determinações que garantem a sua produção e a sua manutenção, sempre numa linha evolutiva e aprimorante. Assim, a pólis será construída graças ao estabelecimento e à aplicação de diretrizes do relacionamento social objetivamente conhecidas e positivamente estruturadas em normas jurídicas. No entanto, conhecer os fenômenos naturais é tarefa da ciência. Só a ciência é via de conhecimento sólido e verdadeiro, capaz de construir o saber e de dotar o homem dos instrumentos para o fazer. Em decorrência dessa hegemonia da ciência, escoimada de qualquer ranço metafísico, à Filosofia não cabe mais que a missão de discorrer, ainda que criticamente, sobre os procedimentos científicos e, particularmente, sobre sua linguagem. E à Filosofia da Educação cabe, fundamentalmente, discutir a consistência do discurso pedagógico e as pretensões da cientificidade no campo da Educação. 13 De um segundo ângulo, pode-se ver a educação garantindo a humanização do homem na medida em que ela possa contribuir diretamente para a construção do próprio sujeito. A imagem agora é dada pela metáfora da identidade e da autonomia do sujeito espiritual, individual, pessoal que, princípio de atividade, atua pela força energética de sua vontade livre. A transformação do mundo, a construção da sociedade, o aprimoramento da existência objetiva decorrem agora diretamente da transformação, do aprimoramento íntimo do sujeito. A pólis, como cidade democrática, será resultante das ações, eticamente respaldadas, postas pelos indivíduos transformados. O direito positivo só pode se legitimar se fundado em diretrizes éticas, nas quais deve prevalecer a dignidade subjetiva da pessoa humana. A reflexão filosófico-educacional conduzida sob essa inspiração se faz presente nas propostas elaboradas sob o signo da tradição clássica do humanismo subjetivista moderno, com suas origens cartesianas e kantianas, e do neohumanismo contemporâneo, com suas bases nos paradigmas da Fenomenologia, da Hermenêutica, do Existencialismo e do Personalismo. Entretanto, de um terceiro ângulo, tem-se pensado a educação como um processo prático social que retira toda sua força da própria dinâmica da vida da sociedade, esta se colocando com anterioridade em relação às pessoas, individualmente consideradas. Não que se negligencie a vida do espírito e os ditames da natureza, mas a subjetividade e a identidade pessoal só se sustentam numa estrutura de relações sociais bem tecida. Sobre a funcionalidade da vida e sobre a eticidade dos princípios, prioriza-se a politicidade das relações sociais. Portanto, a metáfora aqui é a da solidariedade do grupo na organização de relações sociais emancipatórias, reclamando da educação o investimento de todos os seus recursos na intencionalização da prática, para que ela, tornando-se praxis , organize politicamente a sociedade, instituindo a pólis democrática, solo e pla-centa da vida cidadã das pessoas. O entendimento entre os homens, base do contrato social, só pode fundar-se numa negociação política. Na atualidade, no contexto do momento histórico da chamada pós-modernidade, está se desenvolvendo um outro modo de pensar, 14 diferente dos anteriores, que se marca por uma postura de questionamento radical da própria centralidade do sujeito, sob qualquer modalidade epistêmica ou ontológica. Assim, o homem encontra-se totalmente sufocado, não conseguindo viver sua vida e conduzir sua existência sob a única dinâmica admissível, que é aquela da experienciação de sua sensibilidade desejante, a única referência aceitável para o existir humano. Não pode haver outros critérios de normatização da existência, levantados com base numa referência de universalidade, eis que o valor só pode ter sua fonte numa ineludível singularidade do existir. Prevalece, pois, nesse círculo hermenêutico de reflexão, a dimensão do estético, entendido como vivência no plano da sensibilidade geral do indivíduo, mente e corpo, lugares de uma economia desejante. Ao reclamar a solidariedade do sujeito social como sujeito da ação educacional e da ação política, esta orientação da Filosofia da Educação questiona a priorização tanto do discurso teórico de caráter ético como daquele de caráter puramente técnico. Trata-se de uma nova tentativa de compreensão do papel da reflexão filosófica bem como da própria natureza do homem, da sociedade e da educação, perspectiva esta que se poderia designar como sendo uma perspectiva praxista da Filosofia da Educação. Por certo, cabe à Filosofia da Educação delinear uma visão da realidade humana, mas ela não mais o faz, contemporaneamente, nem mais de uma perspectiva essencialista, nem mais de uma perspectiva naturalista, tendo se dado conta de que o poder da razão humana não pode atingir a intimidade do real, como o pretendia a metafísica, mas não se limita também aos dados imediatos da fenomenalidade emprírica, como o pretende a ciência e muito menos ater-se à volatilidade das vivências puramente estetizantes. Assim, como em todos os demais aspectos da realidade humana, alguns aspectos da existência dos sujeitos concernidos pela educação, do próprio processo educacional e do conhecimento relacionado com ela, exigem uma abordagem específica pela reflexão filosófica, desta nova perspectiva. Mantendo, de um lado, a exigência de um olhar de totalidade, herdado da metafísica, e apoiando-se nas aproximações histórico- 15 antropológicas da ciência, a atual reflexão filosófica sobre o homem, faz dele uma imagem de um ser de relações, ser social e histórico, que se constitui através de uma prática real e concreta. Por sua vez, a Filosofia da Educação vê a educação como um processo inserido no processo mais abrangente da existência humana dos educandos. O reconhecimento e a afirmação da presença histórica e social do sujeito, tal como o faz uma concepção praxista da Filosofia da Educação, efetivam, sem dúvida, a crítica e a superação não apenas do sujeito metafísico, como aquele pensado pelos essencialismos realista e idealista, mas também o sujeito empírico configurado pelo cientificismo naturalista. Essa visão da Filosofia da Educação descarta, portanto, tanto o sujeito ‘ontologizado’ como o sujeito ‘naturalizado’ pelas diferentes escolas metafísicas presentes na cultura ocidental dos últimos três séculos. Descarta, consequentemente, também as decorrências dedutivas desses modelos, no que concerne à prática humana em geral e à educação, em particular, tais como vinculadas às grandes metanarrativas da filosofia. Mas isso não implica endossar o ponto de vista estetizante do pensamento filosófico da pós-modernidade, quando declara superada toda e qualquer contribuição dos conhecimentos científico e filosófico até agora acumulados. Ao considerar a educação como lugar de produção e cultivo da sensibilidade desejante, os filósofos que constituem o quarto círculo hermenêutico, priorizam a esteticidade como elemento fundamental do pedagógico. A literatura recente da área de Filosofia da Educação, pelo menos no Brasil, registra uma extensa representação de posições que se caracterizam por uma incisiva crítica desconstrutiva aos modelos e paradigmas de conhecimento, tanto do campo científico como do campo filosófico, questionando a própria validade e pertinência epistemológica do saber fundado na razão. Os autores destes textos analisam a educação, refletindo sobre ela, reportando-se a posições defendidas por pensadores como Michel Foucault, Derrida, Barthes, Lyotard, Baudrillard, Deleuze e Guattari, enfim, nos 16 pensadores que são considerados pós-modernos, ou pós-estruturalistas, no sentido que vêm questionando o projeto iluminista da modernidade. As vertentes filosófico-educacionais dessa inspiração, que tenho designado como arqueogenealógica, privilegiam o estar no mundo, despriorizando as questões de natureza epistemológica e até mesmo aquelas referentes à constituição de uma nova antropologia. Na realidade, sua preocupação gira em torno dos caminhos e possibilidades do agir do sujeito, que busca ampliar seu território de autonomia, frente aos múltiplos determinismos que o cercam. Todo um pano de fundo constituido de uma explícita tomada de posição contra todas as formas de sistematização serve de horizonte para esta reflexão, que venho identificando sob a designação de arqueogenealogia. Assim, quando aborda os temas educacionais, o faz exclusivamente para denunciar o caráter sistêmico, desumanizador e repressivo dos saberes e dos aparelhos sociais envolvidos. A filosofia arqueogenealógica se propõe a contestar a cumplicidade saber/poder, articulando o pensamento criativo e constestador com uma prática libertadora, inventando tarefas não previamente definidas. As relações entre os homens só podem se legitimar enquanto servirem para a expansão dos afetos e para a diluição dos poderes. Cotidiano, amor, desejo, relação pessoal, intimidade, singularidade: a revalorização do singular concreto contra a dominação do universal abstrato, normativo, legislador: tais as referências da reflexão arqueogenealógica, que assim se afasta do discurso universalizante das ciências humanas, acusadas de racionalismo, de positivismo e de historicismo. Quer-se mais cartografia do que política e, sob a inspiração de uma subjetividade não mais iluminista, privilegia o imaginário, o inconsciente, o emocional e o corporal. Só lhe interessa a subjetividade do corpo e não a do cogito. Se a arqueogenalogia se mostra assim como interpelação da política, ela fará o mesmo com relação à educação. A institucionalização do pedagógico é passada por severo crivo quando abordada. E esta crítica é feita exatamente por causa de seu caráter opressivo, sufocador de toda criatividade. 17 Conclusão Considerando-se o filosofar, à luz das premissas colocadas ao longo do curso, como a expressão radicalizada da busca do esclarecimento do sentido da existência humana, pode-se entender a Filosofia da Educação como elaboração conceitual com vistas à elucidação radical do sentido da educação, no contexto dessa existência, tal como ela se realiza historicamente. Deste ponto de vista geral, a Filosofia da Educação se constitui fundamentalmente como uma uma antropologia, ou seja, toda a significação possível da educação está atrelada à significação da existência humana na sua integralidade. No entanto, a abordagem que lhe é cabível acompanha a tríplice abordagem possível para a Filosofia quando tematiza o ser do homem. Por isso mesmo, a Filosofia da Educação tem uma tarefa epistemológica, sem, no entanto, reduzir-se a uma epistemologia que se limitasse a articular as teorias científicas da educação e a sintetizar seus resultados; tem uma tarefa axiológica, sem se restringir à expressão de uma sabedoria, que fosse mera sensibilização a valores; tem uma tarefa ontológica, embora não se reduza à metafísica. O conhecimento, na sua generalidade, foi visto como sendo o processo de intencionalização da prática humana, ou seja, a aplicação do equipamento da subjetividade na atribuição, graças à prática simbolizadora, de um sentido projetivo ao agir prático na esfera do trabalho, da sociabilidade e da própria cultura. É que a prática humana em geral, se de um lado, ela é prática, ela não é qualquer prática, Não é prática mecânica, transitiva; é prática orientada, norteada, pensada, vinculada e dependente de fins intencionais. Ela é praxis. Mas fins intencionais não são fins transcendentais, se entendidos assim como fins trans-históricos. Todos os fins e objetivos que norteiam a ação humana vão além das coordenadas imediatas da prática em sua objetividade técnica, mas nem por isso deixam de ser fins e objetivos históricos. Isso porque são 18 humanos. São portanto finalidades datadas, estabelecidas pelos próprios homens, graças à capacidade simbolizadora de sua subjetividade. É exatamente tarefa da Filosofia da Educação contribuir para a intencionalização da prática educacional, a partir de sua própria construção em ato, ou seja, como presença atuante numa determinada sociedade, num determinado tempo histórico. Intencionalizar a prática educacional é dar-lhe condições para se realizar como praxis, ou seja, ação realizada com sentido, ação pensada, refletida, apoiada em significações construidas, explicitadas e assumidas pelos sujeitos envolvidos. É por isso que se pode definir a Filosofia da Educação como o esforço para o desvendamento/construção do sentido da educação no contexto do sentido da existência humana. Ora, para realizar este trabalho, a Filosofia da Educação, nos tempos atuais, não poderá prescindir de uma íntima solidariedade com as ciências, de modo particular com as Ciências Humanas. Com efeito, para se constituir, a ciência precisou se opor radicalmente à filosofia que se apresentava fundamentalmente como metafísica. Hoje a filosofia não pretende mais imporse como uma ontologia geral absoluta, a sua não é mais uma perspectiva metafísica, autônoma, altaneira; não pretende tampouco impor-se como rival competidora, de igual para igual, com as ciências, disputando-lhe o mesmo terreno. Hoje, ela se propõe fundamentalmente como antropologia, ou seja, busca do sentido da existência humana como historicidade social. Na verdade, a Filosofia da Educação só se legitimará ao apoiar-se exatamente nos fundamentos que representam a condição de radical historicidade e de sociabilidade da educação, que deve ser entendida como necessariamente inserida nas coordenadas do tempo histórico e do espaço social. Bibliografia ALBUQUERQUE, M. Betânia B Filosofia da Educação: uma disciplina entre a dispersão de conteúdos e a busca da identidade. Perspectiva. 16(290: 45-61. jan./jun.1998. 19 ALBUQUERQUE, M. Betânia B. Filosofia da Educação: uma disciplina entre a dispersão de conteúdos e a busca da identidade. Belo Horizonte, UFMG, 1997. (Dissertação de mestrado). ALVES, Rubem. Conversas com quem gosta de ensinar. 3 ed. São Paulo, Cortez e Autores Associados, 1982. (Col. Polêmicas de nosso Tempo, no. 1). ANTUNES, Mitsuko A M. A Psicologia no Brasil: leitura histórica sobre sua constituição. São Paulo, Unimarco/Educ, 1998. AZANHA, J. Mário P. Experimentação educacional: uma contribuição... São Paulo, Edart, 1977. 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