Proposta de Atuação:
Arte e Cultura rompendo as estruturas: Cracolândia – o gritos dos sem voz.
Objetivo geral:
Realizar aulas, atividades lúdicas, vivências artísticas e culturais, promovendo a cidadania
cultural, acesso e democratização de espaços públicos culturais, arte, cultura e lazer da
cidade de São Paulo e que venham contribuir com a inclusão social e cultural do indivíduo
em situação de vulnerabilidade social auxiliando no tratamento de dependentes químicos
e usuários de craque da região da Cracolândia e adjacências e que estejam participando do
projeto “Braços Abertos” e/ou usuários do CAPS- AD e Centro de Acolhimento do
Complexo Prates funcionando como terapia labora e valorização da autoestima.
Objetivos Específicos:
a) Resgatar a história cultural da cidade de São Paulo, tendo como tema a Semana de
Arte Moderna de 22, contextualizando com a realidade do público alvo pretendido.
b) Apresentar, organizar, desenvolver, promover e produzir oficinas e laboratórios de
criação, saraus, recitais e passeios temáticos onde o aluno/atendido associe através da
práxis como se deu a Semana de Arte Moderna, seus antecedentes, importância e
consequência e de que maneira pode associar o conteúdo aplicado na construção da
sua cidadania.
c) Apresentar as diversas linguagens artísticas desenvolvidas durante a Semana de Arte
Moderna e desenvolver possibilidades de criações coletivas de forma a contextualizar
a diversas formas de produção artística da Semana de 22.
Justificativa
De 11 a 18 de fevereiro de 1922 foi realizada no Teatro Municipal a semana que quebraria
para sempre o paradigma da arte no Brasil dando início assim ao Modernismo: A Semana de
Arte Moderna. Temas como pintura, escultura, poesia, literatura e música foram abordados e
vários nomes surgiram e se tornaram referências até hoje para a cultura brasileira. A Semana
de Arte Moderna contribuiu com uma ruptura dos padrões tradicionais europeus e na
construção de uma identidade cultural brasileira.
No entanto, a priori a Semana de 22 não foi muito bem compreendida e aceita pela sociedade
da época (como também pela crítica acadêmica). Sua repercussão só se deu anos depois e foi
de fundamental importância que a palavra “moderno” se tornou com o tempo sinônimo de
novidade, inovação.
Passado quase cem anos, muito coisa mudou na cidade de São Paulo: estrutura, sociedade,
pensamentos, valores, paisagens. Restou-nos a história, as artes, a literatura, a música, as
edificações, como o Teatro Municipal que serviu de palco para a Semana de Arte Moderna e
que hoje é palco de grandes produções onde, apesar dos esforços, ainda tem seu espaço
restringido à uma população específica. Muitos cidadãos paulistanos sequer o conhecem, a
não ser por fora, nunca subiram suas escadas de mármore de Carrara, nunca seus olhos
apreciaram os afrescos e os vitrais, suas salas, galerias e plateia, nem sequer ouviram um
arranjo das Orquestras que por lá passaram. Algumas dessas pessoas sequer são percebidas
nas ruas por onde andam, são perversamente invisíveis.
Esbarram-se e brigam por um trago de algo que os tire da sua dura realidade, que preencha o
vazio enorme que existe dentro de si. São mal vistas, mal interpretadas, por pessoas que são
acostumadas a julgar e não a compreender e amparar. Queira ou não essas pessoas são parte
da paisagem, da realidade e da história atual de São Paulo.
A Prefeitura de São Paulo, recentemente criou um projeto social que começa a ver com outros
olhos esse povo da Cracolândia: não como um caso de polícia, mas uma questão social e de
saúde. Também temos os CAPS-AD que prestam um serviço digno a usuários e dependentes
do craque. Os albergues e centros de acolhimento da mesma forma procuram oferecer o
descanso e o alimento necessário para a sobrevivência de muitos desses.
Dependentes e químicos e usuários de craque que estiverem participando da operação Braços
Abertos e/ou que estiverem em tratamento no CAPS-AD: É com essa população que se
pretende trabalhar, de forma a contribuir para a reinserção dessas pessoas na sociedade,
formação da identidade, valorização da auto-estima e de certa forma também auxiliar no
tratamento de maneira a oferecer uma atividade criativa e lúdica onde o participante possa
não somente entrar em contato com aquelas formas de arte de 22, com aqueles artistas de 22,
mas também incentivá-los a descobrir o fazer criativo e artístico e cultural; facilitar, buscar e
viabilizar o acesso a espaços culturais pouco frequentados por essas pessoas, como por
exemplo o Teatro Municipal de São Paulo; levar a essas pessoas o acesso à informação o
conhecimento histórico-social e o fazer literário e artístico através de:
a) Oficinas, vivências e criações coletivas e individuais com apresentação de gravuras de
Tarsila do Amaral, Anita Malfatti e Candido Portinari, entre outros e distribuindo
material para criação como argila, giz de cera, sulfite, lápis de cor e guache;
(Redescobrir conceito de antropofagia)
b) Saraus onde serão apresentadas as literaturas modernistas, com poemas e prosas de
Mario de Andrade, Oswald de Andrade, Manoel Bandeira, entre outros, que serão
colocadas em varais instalados no espaço, onde qualquer pessoa possa retirar e recitar
aos demais.
c) Oficinas de criação literária, onde o participante será incentivado a escrever suas
próprias criações – O Movimento Modernista de 22 nos presenteou com os versos
livres. (falar um pouco da poesia concreta- anagrama, hai-cai, grafismos)
d) Criação de um FANZINE a partir da coleta de materiais elaborados pelos próprios
alunos.
e) Acesso do público alvo a espaços públicos que fazem parte da história da Semana de
22 por meio de passeios temático (Teatro Municipal de São Paulo, Casa da Palavra
Mario de Andrade, Oficina Cultural Oswald de Andrade e MAM – Museu de Arte
Moderna ) para isso será necessário estabelecer um diálogo com o poder público e a
iniciativa privada para possibilitar este acesso, o que me disponho a fazer.
Os únicos critérios que o participante deverá ter para participar das atividades é não estar sob
o efeito de álcool e drogas durante as mesmas, nem portar qualquer tipo de substância
psicotrópica e estar participando da Operação Braços Abertos e/ou em tratamento no CAPSAD.
Área de atuação:
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Dependentes químicos e usuários de craque da região da Cracolândia e adjacências e
que estejam participando do projeto “Braços Abertos” e/ou usuários do do CAPS- AD
e Centro de Acolhimento do Complexo Prates. As atividades podem acontecer, no
Centro de Convivência do CAPS-AD e do Complexo Prates e os passeio temáticos a
serem realizados a Casa da Palavra na Rua Lopes Chaves no bairro da Barra Funda, que
serviu de residência ao modernista Mario de Andrade; à Oficina Cultural Oswald de
Andrade que serviu ora de residência ao modernista Oswald de Andrade; ao Museu de
Arte Moderna – MAM no Parque do Ibirapuera e no Teatro Municipal que serviu de
palco para a Semana de Arte Moderna de 22.
Linguagens artísticas e culturais desenvolvidas e aprimoradas durante a semana de
arte moderna (literatura, artes plásticas e música).
plano de trabalho mês-a-mês
meses
Atividades
Estabelecer diálogo com o CAPS-AD,
Operação Braços Abertos e
Albergueestabelecer datas e
detalhes para inicio das aulas e
atividades.
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Inicio das aulas e atividades (a, b e c)
nas dependecias do CAPS-AD e
centro de convivência do Complexo
Prates;
continuidade das aulas e atividades
nas dependencias do CAPS-AD de
convivência do Complexo Prates;
Estabelecer diálogo com o poder
público e privado para possibilitar os
passeios espaços públicos que fazem
parte da história da Semana de 22
(d), com fornecimento de transporte
e lanches para os participantes e
agendamento do passeio junto aos
espaços que serão visitados;
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Organizar os detalhes do primeiro
passeio a ser realizado à Casa da
Palavra Mario de Andrade na rua
Lopes Chaves na Barra Funda;
Realização do primeiro Passeio,
reflexão e contextualização com o
conteúdo até então aplicado;
Organizar os detalhes do segundo
passeio a ser realizado à Oficina
Cultural Oswald de Andrade rua Três
Rios no Bom Retiro;
Realização do segundo Passeio,
reflexão e contextualização com o
conteúdo até então aplicado;
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Organização do terceiro passeio a ser
realizado no MAM - Museo de Arte
Moderna no Parque do Ibirapuera;
Realização do terceiro passeio,
reflexão e contextualização com o
conteúdo até então aplicado;
Organização do quarto passeio a ser
realizado no Teatro Municipal de São
Paulo na Praça Ramos de Azevedo;
Realização do quarto passeio,
reflexão e contextualização com o
conteúdo até então aplicado.
Reflexão conjunta de todo o
processo vivenciado e do
conhecimento adquirido e
confraternização do grupo;
Elaboração de Relatário;
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Ale
Cavagna
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Assinado de forma digital por Ale
Cavagna
DN: cn=Ale Cavagna,
[email protected]
m, o=autonoma, l=São Paulo
Dados: 2014.10.22 18:22:58 -02'00'
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Cracolândia – o gritos dos sem voz