viver com arte Totalmente inserida no convívio da família, a coleção de arte contemporânea, uma das maiores da América do Sul, é a alma dessa casa modernista no México, assinada pelo arquiteto Jesus Ruiz de Chavez no único projeto urbanístico do legendário Luis Barragán por CYNTHIA GARCIA fotos RICARDO LABOUGLE No living, obras de Bruce Nauman, On Kawara, Gabriel Orozco, Rirkrit Tiravanija, Abraham Cruzvillegas, Eduardo Abaroa, Allighiero Boetti e David Hammons. Mobiliário dos designers Franz West e Oswaldo Borsani. Na página ao lado, no hall, Giro d’Italia, 2007, de Cezary Bodzianowski, e tríptico de Gabriel Orozco Garimpada mundo afora, a magnífica coleção é composta por obras de várias nacionalidades Acima, na sala íntima do quarto do casal, obra do escocês Jim Lambie, 18 Carrots, 2005. Na página ao lado, Damian Ortega, Pico Cansado, 1997, Andy Warhol, Piss Painting, 1978, cadeira de Charles e Ray Eames, LCM chair, 1950, e do brasileiro Cildo Meireles, Trenas, 1992 158 vogue CASA “P OUCAS COISAS ME DEIXAM TÃO FELIZ QUANTO VER O meu caçula interagindo com a arte”, revela Cesar Cervantes, um dos maiores colecionadores da América Latina, ao observar o pequeno herdeiro em volta da instalação Barre de Bois Rond, do polonês André Cadere. Projetada em 1964 pelo arquiteto Jesus Ruiz de Chavez, a morada do colecionador, no México, se situa nos Jardines del Pedregal, único projeto urbanístico do legendário Luis Barragán. Criado nos anos 50, o bairro residencial sobre solo vulcânico concentra grande área verde e um número expressivo de casas assinadas pelos maiores arquitetos mexicanos. Endereço dos Cervantes desde 1999, a construção modernista original de Chavez, com piso de cimento e paredes brancas, foi restaurada por Javier Sanchez e Waldo Higuera. E conceituada para reunir as três atividades principais do lifestyle da família: arte, livros e vida social intensa. Resumindo, é um grande ambiente rasgado por panos de vidro, claro e arejado, sempre pronto para receber, mais uma galeria de arte viva com 600 obras e uma biblioteca portentosa com edições raras. 3 vogue 159 CASA Acima, obra de Thomas Hirschhorn, CNN-Kette, 2001. Ao lado, tela de Sofia Taboas, luminária de Wade, Kelley Guyton e Walker e fotografia do artista plástico americano Paul McCarthy 160 vogue CASA O DÉCOR, COM MOBILIÁRIO DE PRIMEIRA ASSINADO por Aalto, Borsani e Jacobsen, não é necessariamente minimalista. Mas também valoriza as circulações amplas e o luxo dos vazios, para garantir a fluidez. Respeitada por insiders no mundo todo, a coleção tem em seu eixo dois artistas, o japonês conceitual On Kawara; e Gabriel Orozco, expoente da arte mexicana. O início do século 20 está representado pelas telas do simbolista Julio Ruelas e de Leopoldo Mendez, maior nome das artes gráficas da Revolução Mexicana de 1910. Depois, aterrissa nos anos 60, representado com obras de Dieter Roth, de Alighiero Boetti (da Arte Povera), do americano Bruce Nauman, de Robert Filliou (Grupo Fluxus) e uma especialíssima de Lawrence Weiner, mestre da arte conceitual americana. Outros nomes deste admirável acervo são Damian Ortega, Paul McCarthy, Dr Lakra, Daniel Guzman, Abraham Cruzvillegas, Dennis Oppenheim e o argentino Rirkrit Tiravanija. As instalações maiores são de Sofia Taboas, Monica Sosnowska, Jimmie Durham e de Minerva Cuevas. “Encomendei uma ao suíço Christoph Büchel e estou avaliando outras”, diz Cervantes. A integração com a arte no dia a dia dessa casa é fascinante. Monica e Cesar, além de receber o ano todo, também mantêm as portas abertas a estudantes e amantes das artes. “É um prazer receber pessoas interessadas no assunto. Acredito que a função principal do colecionador é ser um intermediário entre o artista e o público. Viver com arte é maravilhoso”, afirma esse autêntico colecionador. . Na biblioteca, sobre piso espelhado, mesa de centro com múltiplo de Rachel Harrison, Apple, 2008, e cadeira mexicana típica de Acapulco. Ao lado, na entrada da casa, site specific de Jimmie Durham, Still life with Spirit and Xitle, 2007 CASA vogue 161 Nonono onono nonon ono nono nono nono non onon onoel eliquam conulluptat, suscinisim iliquis nullam, quat. Ate duis dipit utet, conse ono onono nonon ono nono nono nono non onon onoel eliquam conulluptat, suscinisim iliquis nullam, quat. Ate duis dipit utet, conse Na casa de Cesar Cervantes, um acervo com 600 obras de arte contemporânea domina o espaço Mobiliário Knoll, telas de Thomas Hirschhorn e obra de Gabriel Kuri. Na página ao lado, desenhos de Daniel Guzman, bolsa de Marco Rountree e peça de Sofia Taboas. Ao fundo, fotografia de Paul McCarthy e obra de Paul Thek. Abaixo, no quarto, obra de Thomas Hirschhorn 162 vogue CASA CASA vogue 163