WILIAN CLAY Jornal Laboratório elaborado pelo 3º ano do curso de Jornalismo da Univel - ano XIII - edição 65 - dezembro de 2014 Arte contemporânea: selfie em outro ângulo O pintor cascavelense e professor da Univel, Lemes Machado, reproduz selfies em telas, demonstrando o cotidiano atual das pessoas e a história de cada indivíduo com toques de Vincent Van Gogh, Paul Gauguin, Toulouse-Lautreco e Edgar Degas. Confira as percepções do docente do curso de Artes sobre suas obras. p. 4 e 5 2 OPINIÃO dezembro de 2014 Voluntariado, Mira para 2015 e Larissa Ludwig Ricardo Oliveira uma prática a ser exercida Uma das atitudes mais nobres que o ser humano pode fazer: o voluntariado. Este ato faz a vida de muitas pessoas mudarem. Uma vida miserável que pode transformar-se e ser aceitável, com o mínimo de dignidade possível. Uma vida de tristezas que pode se tornar cheia de alegrias. Basta um pequeno gesto, que unido a várias outras atitudes, de várias outras pessoas pode transformar pessoas e vidas. Um gesto simples, que diante da correria do dia a dia parece se tornar impossível. A grande maioria das pessoas está preocupada demais com a sua rotina, com as suas tarefas pessoais, pensando apenas em si. É raro achar pessoas que se importem com a vida de outras pessoas e principalmente quem coloca a vida do outro acima da própria. Por mais difícil e impossível, esta edição do Unifatos que você está lendo neste instante encontrou pessoas que se dedicam de corpo e alma a outras pessoas, que de alguma forma precisam da ajuda de qualquer ser humano que esteja disposto a ajudar, aqui, no município de Cascavel. O maior exemplo são os voluntários da Uopeccan (União Oeste Paranaense de Estudos e Combate ao Câncer) de Cascavel. Lá várias pessoas passam a suas tardes e suas manhãs levando alegria aos pacientes que estão na luta contra o câncer, muitos sem expectativa de cura, já desenganados pelos médicos especialistas. Esse pequeno gesto, de ajudar quem realmente precisa faz muita diferença. O voluntário leva alegria ao dia a dia de uma criança que está sofrendo com as reações de uma quimioterapia. Uma brincadeira, uma história, uma piada faz toda a diferença na vida dessa criança, pois ela esquece a dura rotina de tratamento, nem que seja por alguns instantes. A reportagem da página seis conta histórias de pacientes que receberam de alguma forma o amor e a dedicação de um voluntário, assim como os motivos que levam pessoas a dedicar seu tempo e carinho ao próximo. Outra reportagem que promete mexer com o emocional de qualquer pessoa que tiver a oportunidade de ler, será a reportagem especial sobre a Apae (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais). Por mais que a instituição não trabalhe com voluntários, é uma entidade que por si só já faz um trabalho espetacular, o de cuidar e ensinar adultos e crianças que tem qualquer tipo de deficiência, tudo com muito amor e carinho. Os profissionais que lá trabalham, de uma forma ou de outra podem ser chamados de voluntários, porque trabalham sem medo de enfrentar qualquer dificuldade e doam muito amor e respeito ao próximo. “rema”! Trin...Trin... Trin... (faz de conta que é um despertador) Trin...Trin...Soneca... -Mas já? Eu acabei de deitar! Ahh... não quero levantar. Vou dormir mais um pouquinho.... Trin...Trin... Trin... Trin...Trin... - Eu preciso ir. Ok! Eu vou! Preciso de férias! Se você se identificou ou passou por isso nas últimas 32 semanas, bem vindo ao time. Podemos diagnosticar você com “Depressão de fim de ano”, não que seja uma depressão de fato, mas essa foi a forma que eu encontrei para caracterizar esse cansaço de fim de bimestre. Desde o dia 29 de janeiro, data de início do novo ano acadêmico na Univel, você, acadêmico, não foi mais o mesmo; eu não fui mais o mesmo. As expectativas eram grandes em relação ao que seria o ano de 2014. O Brasil seria campeão da Copa do Mundo? Quem será o próximo Presidente? Será que eu vou pegar exame? As dúvidas pairavam sobre a cabeça de todos os acadêmicos que firmes e fortes aguentaram a chegada das férias; merecidas por sinal. Eis que as aulas retornam e recomeçam provas, seminários, trabalhos, TCC (Trabalho de Conclusão de Curso), para os veteranos, e estágio curricular para outros. Para a equipe de futuros jornalistas que produzem o Unifatos o desejo de cobrir fatos como a Ebola que não era Ebola, Tigre Hu, Rebelião, Eleições; mas calma estamos quase lá, que ano! Com tantos acontecimentos e pautas o cansaço é algo inerente, mas chegamos ao fim do ano. A equipe do Unifatos pariu oito “filhos” em 2014. Foram dias árduos, de cansaço, mas principalmente de aprendizado. Deixo aqui os meus votos de sucesso a todos os formandos, assim como à nova equipe que assumirá o Unifatos em 2015. Que tenham um ano cheio de pautas, furos, exclusivas e criatividade, porque agora é a hora desta atual equipe descansar para enfrentar o tão esperado colosso: o TCC. Expediente Univel (União Educacional de Cascavel) - Faculdade de Ciências Sociais Aplicadas de Cascavel. Avenida Tito Muffato, 2317 - Bairro Santa Cruz. CEP: 85.806080 - Cascavel - Paraná. Telefone: (45) 3036-3636. Diretora: Viviane Silva. Unifatos. Jornal laboratório elaborado na disciplina de Técnicas de Reportagem, Entrevista e Pesquisa III do curso de Jornalismo. Coordenadora: Letícia Rosa. Professora orientadora: Wânia Beloni. Acadêmicos (textos, fotos e diagramação): Douglas Trukane dos Santos, Flavia Daniela Duarte dos Santos, Gabriel Ramos Pratti, Heloísa Iara Perardt Pinto, Janaina Teixeira, Jéssica de Araujo, Jhonathan de Souza D’witt, Kássia Paloma Beltrame Oliveira, Larissa Ludwig, Maicon Roselio dos Santos Camargo, Makelen da Cas Rotta, Marcelo Gartner Machado, Maximiliane Veiga, Rebeca Branco dos Santos, Renan Paulo Bini, Ricardo Pohl, Ricardo Silva de Oliveira, Silmara dos Santos, Thais Padilha Antunes, Walkiria Oliveira Zanatta e Wilian Clay Wachak. Projeto gráfico: Wânia Beloni. Tiragem: 1 mil exemplares. Impressão: Jornal O Paraná. E-mail para contato: [email protected] PERFIL dezembro de 2014 3 FOTOS: ARQUIVO PESSOAL “Seja o que você é Joacir Oliveira fala sobre a paixão pela gastronomia Flávia Duarte Temperar a vida a sua maneira. É assim que o chef Joacir de Oliveira, hoje aos 53 anos, divide a paixão pela cozinha com a profissão de funcionário público na Unioeste (Universidade Estadual do Oeste do Paraná) e ainda dedica-se a outras funções como de cerimonialista e organizador de eventos. De Olga Bongiovani e programas televisivos do oeste do Paraná à Ana Maria Braga no Rio de Janeiro, Joacir revela-se como um grande chef de cozinha e sabe por quê?! Ele cozinha por amor à gastronomia e revela que começou muito cedo: “Desde meus oito anos de idade cozinhava sempre ao lado de minha mamãe”, relata e lembra que sua mãe Ionice Carreira de Oliveira foi a grande inspiração para que ele descobrisse a paixão pela arte de cozinhar. “Parte de tudo que sei foi o que aprendi com minha mamãe”, recorda de forma nostálgica. Joacir conta que gosta de preparar pratos elaborados e que aos pratos simples, sempre dá um toque sutil, sendo “a marca do chef”. Além de ter formação em nível superior em Gestão Pública pelo IFPR (Instituto Federal do Paraná), Joacir cursou Gastronomia, na Univel e busca se aperfeiçoar constatemente. “Faço cursos, assisto programas de culinária e leio muito para conhecer um pouco de cada cozinha étnica. Gosto muito de ler livros, revistas e pequenas receitas, pois assim conheço um pouco mais da culinária de outras regiões”, destaca. Você sempre gostou de cozinhar? Desde meus oito anos de idade cozinhava sempre ao lado de minha mamãe. Ela me ajudou muito a gostar de preparar pratos e parte de tudo que sei hoje foi o que aprendi com minha mamãe. Com o passar dos anos fui me aperfeiçoando até o momento de fazer uma faculdade na área. Multifuncional: Joacir é funcionário público, organizador de eventos, cerimonialista e personal chef O que a gastronomia proporcionou a você? Com a gastronomia aprendi a cozinhar e me alimentar de forma saudável, ou seja, melhorei a qualidade de vida. Você gosta de criar pratos diferentes? Sempre. Adoro a cozinha Tailandesa, por exemplo. É de um paladar invejável e bem colorido. Como você começou a organizar eventos? Os eventos surgiram naturalmente. Eu já os desenvolvia na Unioeste desde 1988. Na área de Gastronomia foi também acontecendo e acabei gostando das atividades. Encontrei-me como um bom gourmet. Um sonho? Ser feliz sempre. Você pretende se dedicar apenas à gastronomia? É uma área que me identifico. Depois que eu me aposentar eu pretendo correr o mundo, conhecer lugares, costumes gastronômicos e culturais. Uma mensagem para quem gosta de gastronomia. Faça com carinho todos os seus preparos. O resultado final sempre será positivo e agradará a todos. Viva da melhor forma possível, com um sorriso no rosto. Nunca se esqueça: seja o que você é e não o que querem que você seja. Joacir mostrando alguns de seus pratos na televisão Com o atual corpo esbelto, não se pode imaginar que um dia Joacir de Oliveira já foi rei momo. Inspirado na mitologia grega, o rei momo é uma das tradições mais antigas do Carnaval. Além de serem bem humorados e brincalhões, normalmente os reis momos são pessoas acima do peso. “Fui rei momo por 20 anos. Foi uma experiência fantástica, onde fiz amigos que ainda estão ao meu lado”, conta, lembrando que há 12 anos fez a cirurgia bariátrica. Rei Momo e não o que querem que seja” 4 CULTURA #A arte da selfie, O pintor e professor da Univel reproduz autorretratos em telas e demonstra que a arte pode ser extraída do cotidiano FOTOS: WILIAN CLAY por Lemes Machado dezembro de 2014 Wilian Clay Braço esticado ou em frente ao corpo. Caras e bocas ou estilo moderninho. Em um cenário deslumbrante ou sozinho em frente ao espelho. Esse é o estilo selfie comumente postado nas redes sociais. O tipo de foto demonstra o cotidiano das pessoas e, ao mesmo tempo, a história de cada indivíduo. Pensando nisso é que o professor da Univel, Luiz Carlos Machado, que assina suas telas como Lemes Machado, em sua mostra cultural “Requadros”, realizada em outubro deste ano, apresentou a reprodução das selfies em telas. Ao observar fotografias é que Lemes se inspirou, pois para ele, cada foto tem ângulo, cenário e perspectivas diferentes. “Tudo isso começou a fascinar. Cada foto tem uma configuração, um olhar, uma história”, comenta o artista. Inspirado nos quadrinhos e em alguns artistas que faziam uso das cores amarelo e azul, Lemes colocou a influência bizantina nas telas que reproduzem selfies. “O fundo banhado de amarelo demonstra o divino e sublime. O azul representa o cotidiano, o ordinário”, explica o professor pintor, lembrando que os artistas Vincent Van Gogh, Paul Gauguin e Toulouse-Lautrec o inspiraram. “Gosto de artistas que transitam entre o real e o gráfico, o caricato. Valorizo muito o traço, a marca do artista. Nesse caso, Edgar Degas é a primeira influência pelo olhar que tinha sobre as cenas. Toulouse-Lautrec, Van Gogh, Paul Gauguin e Egon Schiele tinham um traço muito forte beirando quase a um cartum”, afirmou Lemes, lembrando de Wassily Kandinski, o qual dizia que azul e amarelo configuravam o maior contraste cromático existente, pois o amarelo atrai e o azul repele. Para o pintor cascavelense, outra influência é o artista pop Roy Linchtenstein pelo uso das linhas e texturas das histórias em quadrinhos. Já o ilustrador americano Norma Rockwel foi referência pela maneira que retratava as pessoas com exagero. “Entre os artistas gráficos e visuais brasileiros que se destacam estão: Juarez Machado e Glauco Rodriguez”, destalha. Lemes conta sobre a tela preferida dele, que é a pintura das irmãs gêmeas, por ter um conceito artístico bem interessante. “O pintor francês Pierre Auguste Renoir no quadro ‘Rosa e Azul’ retratou duas irmãs representando uma paleta de cores. Inspirei-me nessa ideia e pintei cada uma das gêmeas com as cores que mais gosto, que são azul e amarelo. Além da estética, há mensagens nessa escolha, pois a irmã que veste azul, uma cor fria, é mais quieta e retraída e a de amarelo, cor quente, é mais extrovertida e agitada. Desta forma, pude explorar as características da minha paleta de cores, casando com as características das modelos”, explica o professor pintor, lembrando que para produzir uma tela ele pode levar quatro horas, um dia ou sete dias, por exemplo. “Depende o estado de espírito”, observa. Para o artista, a frase de Kandinski no livro “Do espiritual na arte” define a pesquisa e a mostra “Requadros”: “Toda obra de arte é filha de seu tempo e, muitas vezes, mãe dos nossos sentimentos. Cada época de uma civilização cria uma arte que lhe é própria e que jamais se verá renascer. Tentar revivificar os princípios artísticos de séculos passados só pode levar à produção de obras natimortas”. “Selecionei pessoas que conhecida e que compartilhavam fotos em redes sociais. Fiz contanto com elas por meio da web. Mesmo assim, precisei conhecê-las pessoalmente, pois a ideia era contrastar o que tinha projetado na foto e o que eu conhecia sobre os personagens” #Criaram a self: 1893 dezembro de 2014 CULTURA A selfie disparou pelas redes sociais nos últimos anos, mas muito antes alguém já havia criado esta ideia, o autorretrato. A primeira selfie da história foi feita pelo químico Robert Cornelius, em 1893, por meio de um daguerreótipo, um sistema que cria imagens como pinturas, antecessor da fotografia. Era necessário posar para a “foto” cerca de 20 minutos! Na forma para testar câmeras em desenvolvimento, surgiu antes do que a própria fotografia e devido ao medo da “fumacinha” ao disparar, poucos queriam ser modelos, então o próprio desenvolvedor, Cornelius, se autofotografava. Segundo registros históricos, no século XIX a nobreza já fazia selfies para registrar momentos familiares e até íntimos, a qual refletia um estado de espírito do momento. Atualmente, o que é captado não é diferente, pois a privacidade é compartilhada nas redes sociais, assim como antigamente. O termo selfie é um neologismo que tem como base a palavra self-portrait, que significa autorretrato. Esse tipo de foto normalmente é tirado pela própria pessoa, por meio de um celular ou smartphone, por exemplo. No entanto, ela também pode ser feita com outros equipamentos, como a webcam e a própria máquina fotográfica, seja digital ou não. A particularidade da selfie é que ela é tirada justamente para ser postada em redes sociais. DIVULGAÇÃO “Eu precisei da autorização de todas as pessoas retratadas nas fotos que utilizei. As selfies não são exclusividade das mulheres, mas apenas uma pessoa do sexo masculino autorizou o uso da imagem para pintura” (Lemes Machado) “O fundo banhado de amarelo demonstra o divino e sublime. O azul representa o cotidiano, o ordinário”, explica o professor pintor Ideologia e psicologia da selfie 5 Para o professor da Univel, Cezar Roberto Versa, as pessoas querem mostrar o seu eu com esse tipo de foto. “A selfie não deixa de ser alguém simulando o que é, não sendo o que é, mas buscando ser o que é. Por isso é um simulacro”, explica o docente, lembrando que os internautas expõem fotografias da forma em que elas entendem e imaginam como os outros a enxergam. “A pessoa quer ser algo que os outros esperam que ela seja”, analisa. Para a psicóloga Maria Viliane Wachak, algumas pessoas entendem a selfie como uma forma de testar a própria popularidade. “Conforme o número de curtidas e comentários, a pessoa pode elevar a autoestima ou até mesmo se deprimir pelo fato de a foto não ter gerado a repercussão esperada. Em excesso, selfies podem até fazer mal”, alerta Viliane. 6 CIDADANIA dezembro de 2014 Ato nobre do voluntariado MAYARA ALINE HELOÍSA PERARDT “As pessoas que por ali passam estão carentes e não só de saúde física. Precisam de alguma palavra de esperança e de fé”, (Teresa Dziewa) Segundo as Nações Unidas, “o voluntário é o jovem ou o adulto que, devido a seu interesse pessoal e ao seu espírito cívico, dedica parte do seu tempo, sem remuneração alguma, a diversas formas de atividades, organizadas ou não, de bem estar social, ou outros campos”. Já para a LFCC (Legião Feminina de Combate ao Câncer), da Uopeccan (União Oeste Paranaense de Estudos e Combate ao Câncer), o trabalho voluntário é muito mais que isso. “É uma missão”, “uma doação permanente”, “uma realização”. A Legião nasceu junto com a Uopeccan, há mais de 20 anos, pois desde a criação do hospital entendia-se a necessidade de se formar um grupo de voluntários que atuassem de forma direta ou indireta, auxiliando as atividades realizadas pelo hospital e pela Casa de Apoio ao Paciente de Câncer. O objetivo era realizar um trabalho voltado à organização de projetos para arrecadar fundos e realizar campanhas de prevenção ao câncer. Esse tipo de ação é tão bem sucedida que 17 legionárias coordenam os trabalhos de mais de 150 voluntários cadastrados. Além de planejar essas campanhas e ações de arrecadação de fundos para o hospital, o voluntário tem uma tarefa fundamental na relação com o paciente e com o familiar. Os voluntários da Legião atuam na farmácia, no atendimento, na recepção, na cozinha, na casa de apoio, na radioterapia, na quimioterapia, no núcleo solidário, na lavanderia e em todos os demais setores. Os voluntários também podem realizar atividades culturais e artísticas no Hospital, basta para isso entrar em contato com a LFCC ou com a Capelania do Hospital. Muitos motivos levam as pessoas a se tornarem voluntárias. A aposentadoria, o sentimento de solidão, a perda de um ente querido, mas principalmente o desejo de fazer mais pelo próximo. No entanto, somente quando realizam as atividades voluntárias é que percebem que fazem bem a si mesmas. É isso o que Jurema Carnieletto percebeu. Ela é voluntária há mais de dez anos e aqui em Cascavel encontrou na atividade uma forma de fazer novas amizades, após vir do Rio Grande do Sul, em 2004. Porém, mais do que isso, Jurema conta que se tornou uma pessoa melhor. “Eu nunca trabalhei tão ligada a um hospital com uma doença tão terminal, e isso está mudando a minha maneira de pensar e agir. Estou levando isso para a minha família e ela está percebendo que estou diferente”, expõe. O voluntariado ajudou a presidente da Legião Integrantes da Legião Feminina de Combate ao Câncer atuando na Uopeccan Feminina de Combate ao Câncer, Iria Maria Garmatz, a superar o momento tão difícil e delicado: a morte da filha. “A presidente da Legião na época me convidou para fazer parte da Legião porque eu estava com dificuldade de superar esse momento. Eu aceitei e isto se tornou o meu coração. Vindo para cá a gente não sai mais, é muito difícil conseguir se desvincular dessa entidade”, relata. Teresa Dziewa, 57 anos, é voluntária desde que cursava Psicologia, em 2004. Desde então, o trabalho voluntário se tornou parte da vida de Teresa. Voluntária na Uopeccan há 6 anos, foi pega de surpresa ao descobrir um câncer de mama por meio do autoexame. “Uma semana antes eu falei para as enfermeiras da quimioterapia (ala em que Teresa é voluntária), ‘sou muito feliz por estar deste lado, mas se tiver que passar pelo outro lado, espero que Deus me dê forças para lutar’”. E assim aconteceu. Teresa fez seis sessões de quimioterapia e 32 sessões de radioterapia e hoje está curada. A psicóloga pôde sentir na pele a importância do trabalho voluntário para um paciente. “As pessoas que por ali passam estão carentes e não só de saúde física. Precisam de alguma palavra de esperança e de fé”. Agora, tendo passado pela experiência da enfermidade, Teresa está convencida da importância do trabalho como voluntária. “Hoje, quando converso com alguma pessoa que está doente, posso dar meu testemunho. Sempre digo: ‘já estive no seu lugar e também tive medo, e isso não é pecado, mas tenha fé, acredite e você pode vencer assim como eu venci’. Algumas vezes as pessoas precisam apenas de alguém que as ouçam”. O papel do voluntário é tão importante que em 1985 criou-se a lei que institui o dia 28 de agosto como o Dia Nacional do Voluntariado. Em Cascavel, diversas entidades, como igrejas, instituições de caridade, asilos, creches, orfanatos, dentre outros, recebem a ajuda de pessoas que doam tempo e disposição. O CVC (Centro de Voluntários de Cascavel), fundado em 2001, prepara pessoas que queiram atuar nessas entidades e já treinou mais de seis mil voluntários em 150 áreas diferentes. Quem quiser ser voluntário na Uopeccan, instituição que atende diariamente cerca de 500 pessoas, basta entrar em contato com a Legião Feminina, pelo telefone (45) 2101 7002, preencher um cadastro e fazer o treinamento. As atividades são divididas de acordo com a necessidade de cada setor. No entanto, caso o voluntário não se adapte àquela atividade, será transferido para uma de maior afinidade. Como toda instituição, a Uopeccan precisa também de doações. Desde alimentos não perecíveis até móveis, para auxiliar aquelas famílias que vêm morar em Cascavel para acompanhar o tratamento do familiar enfermo. Atualmente, a LFCC está com uma campanha de arrecadação de produtos higiênicos, roupas e calçados, inclusive roupas íntimas. Para o natal, a Uopeccan está aceitando doações de produtos natalinos, como panetones e afins, assim como brinquedos para as crianças. Doe também! Voluntários ajudam ao próximo e quebram suas próprias barreiras Heloísa Perardt CIDADANIA dezembro de 2014 7 Apae: coração de mãe FOTOS: REBECA BRANCO Conheça as faces pouco percebidas sobre a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais de Cascavel Rebeca Branco O sorriso de Maria Cristina Oliveira me encantou. A senhora de 55 anos que afirmou não saber a idade foi contagiante ao findar a caça por uma fonte de informação sobre o mundo das maravilhas pouco conhecido. Um tanto quanto tímida, o sorriso dizia mais do que as palavras que saíam dificilmente devido a deficiência mental da senhora que há anos frequenta o local como uma criança em um playground. “Aqui é muito bom, gosto muito da prof Bernadete, ela me ensina desenhar”, conta Cristina com carinho transmitido pelos olhos verdes. Ela está entre os mais de 500 alunos que já passaram pela Apae (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais) de Cascavel. Na Apae, as paredes parecem abraçar carinhosamente quem chega. Os bancos da recepção recordam o sofá de casa de vó convidando todos a sentar para uma prosa, e os colaboradores que trabalham de maneira tão gentil fazem com que cada um se sinta mais especial do que imaginava. A faixada um tanto discreta esconde a grandiosa estrutura do local. Nessa imensidão, as coloridas paredes das salas de aula disputam com o brilho do olhar dos professores ao lecionar. O habilidoso corpo docente divide-se para atender os alunos que vão de zero a quantos anos for preciso, pois na Apae não há limite de idade para aprender. E para ensinar Maria Correia, professora há 14 anos, conta o que é preciso: “Amor é essencial, não basta ser capacitado intelectualmente. Aqui o sentimento é o que nos faz permanecer. É muito gratificante trabalhar aqui. Nós é que aprendemos com eles. A Apae é uma lição de vida para todos, por isso somos uma família”. Uma família muito bem organizada, concluo eu mesma. A Apae conta com mais de 170 funcionários, em um ambiente planejado de acordo com as necessidades de cada aluno. As aulas se dividem entre os turnos da manhã e tarde e de acordo com as idades adaptam-se os ensinamentos que vão da alfabetização ao ensino profissionalizante. Para manter essa grande casa, recursos são recebidos da prefeitura da cidade e projetos promovidos para arrecadação de dinheiro, entre eles o serviço de telemarketing que com 13 profissionais busca adquirir dinheiro para manter os benefícios aos alunos. “Qualquer valor é válido. Qualquer objeto ajuda. Tudo o que a pessoa quiser doar, estamos dispostos a receber com gratidão”, informa a secretária executiva Francieli Silva enquanto nos mostra cordialmente os detalhes da estrutura. No local há ainda a Loja Apae que vende os produtos feitos pelos alunos em aulas de artesanato, por exemplo. Vale ressaltar que alguns pais de alunos também participam das oficinas oferecidas na Apae aumentando assim as opções de produtos na loja. Outra prática comum é a promoção de eventos, que têm revertido todo o lucro à instituição. É neste ambiente que “cresceu” Valquíria Hudema. A aluna, com pele marcada pelo tempo e sorriso marcado pela sinceridade e alegria, conta um pouco sobre o que lhe interessa. “Eu tenho 12 anos, fiz aniversário agora em agosto. Aqui eu sou muito feliz, ajudo a cuidar das crianças e de todo mundo que precisa”, diz a atenciosa Valquíria, que iniciou como aluna da Apae, mas devido o progresso nos tratamentos hoje ajuda nas atividades da Associação que comumente contrata alunos para auxiliar nas atividades diárias. Mesmo que desconhecido, o progresso no tratamento dos alunos merece ser frisado. A equipe de pediatras, fonoaudiólogos, psicólogos, fisioterapeutas, dentistas, assistentes sociais, nutricionistas entre tantos outros profissionais ajuda no progresso de cada um, como exalta a fonoaudióloga Angela Mayer: “Quando vejo alunos começando a dar um tchau com as mãos, por exemplo, fico muito feliz, pois essa e tantas outras evoluções são extremamente gratificantes”. Cuidar da saúde dos alunos é um trabalho sério que necessita de ações especiais para cada idade. “São crianças de quatro meses até idosos de várias idades que atendemos na Apae. Com crianças, por exemplo, oferecemos diferentes estímulos favorecendo a cada um no desenvolvimento neuropsicomotor. Já com os idosos trabalhamos o equilíbrio, coordenação motora global, ganho de força e alongamentos para que eles tenham uma qualidade de vida sempre melhor”, explica uma das fisioterapeutas da Apae, Priscila Corrêa. Exemplo desse desenvolvimento é a trajetória de Marlene Lopes que tem uma filha de 13 anos que estudou na Apae por um bom tempo. A adolescente não estuda mais no local porque com as atividades desenvolvidas na Associação, foi possível reverter o quadro de deficiência comportamental permitindo assim que ela fosse para uma escola com ensino comum. No entanto, para ela, a Apae não foi somente um local de estudo. “A Apae mudou a vida da minha filha. Ela tinha muitos problemas e neste local foi possível compreender o que ela tinha e assim cuidar certinho dela. Antes eu batia nela porque achava que era teimosia de criança, mas com o tratamento descobri que minha filha tinha um desvio comportamental. O pai dela nunca aceitou que ela tivesse uma deficiência, mas ainda assim eu aceitei a condição da minha filha e hoje ela já estuda em uma escola comum graças ao tempo que ela ficou aqui”. Marlene ainda faz questão de ressaltar uma problemática infelizmente rotineira, que é a luta contra o preconceito. “Essas crianças são normais. A sociedade precisa conhecer o trabalho da Apae, ter a consciência de como são realmente as coisas e perceber que nossos filhos são iguais a quaisquer outros”, conclui a mãe que afirmou perceber que a filha é vítima de preconceito, mesmo após o tratamento, inclusive por parte dos próprios familiares. É hora de dar tchau. Os alunos parecem não saber se ficam ansiosos pela chegada dos pais ou se ficam tristes pelo “até mais” aos professores. Cada um parece contar com os olhos o que a fala limitada de alguns não permite. Em cada gesto, os alunos, que pouco a pouco esvaziam as salas e também o coração dos professores, se despedem confessando que sentirão saudade. Eles ocupam a recepção que começa ter como fundo musical as mais ingênuas risadas que já ouvi. Um tanto inexperiente, aprendi que o olhar de uma criança com deficiência múltipla fala muito mais do que palavras com estilística perfeita. Notei que o sorriso do menino que pouco faz devido a paralisia total que o prende a uma cadeira de rodas, preenche a sala de entusiasmo relembrando que a maior dificuldade é não conseguir ser feliz. A despedida, devido o fim do horário da aula, mais parece um encontro em família em que a maior limitação não é qualquer deficiência e sim o horário apertado que não os permite brincar até entardecer com os funcionários da Apae. Das crianças aos privilegiados pela terceira idade, uma característica é comum na Associação de Pais e Amigos, os alunos são normais, sendo os anormais aqueles que pensam o contrário. FOTOS: SILMARA SANTOS 8 VARIEDADES O cascavelense Daniel Toledo conta um pouco sobre o hábito de colecionar automóveis antigos dezembro de 2014 Pare tudo que me envenenado está p Silmara Santos A porta se abre e ao lado direito está a cozinha. O chão é preto e branco e uma geladeira vermelha ao fundo revela o visual vintage do apartamento. Seguindo pela sala, à esquerda está uma Lambretta, uma paixão que compõe o visual da casa. Daniel Toledo, neto de um dos fundadores do Veteran Car Clube do Paraná, criado em 1977 em Curitiba com o objetivo de preservar e beneficiar o antigo mobilismo, abre as portas de sua residência, localizada na área central de Cascavel, para contar um pouco mais sobre esse hobby e o contato desde criança com esse esporte. Daniel coleciona carros antigos há 20 anos e conta que muitos componentes de sua família também o fazem. “Em verdade minha história com o antigo mobilismo vem desde antes do meu nascimento, por parte do meu avô materno”, relata, lembrando que possui nove veículos em sua coleção. O primeiro carro que Daniel teve e no qual aprendeu a dirigir, aos 19 anos, foi um Passat 1983, o qual o padrasto comprou 0 km. O veículo está hoje com 87 mil km de rodagem e está armazenado em um barracão junto com outros carros. “Não faço questão nenhuma de andar, porque justamente a intenção é preservar, deixar longe de perigos externos”, declara. O colecionador diz que quando uma coleção é iniciada, raramente há disponibilidade de espaço para armazenar esses veículos e é aí que entra o papel dos parentes e amigos que ajudam com as garagens. “Meu avô também sofria do mesmo problema que sofrem vários colecionadores, pois guardar um carro não é fácil”, lamenta. No processo de restauro de um veículo, cada peça do veículo tem uma história. Um bom exemplo é a Caravan 1976 de Daniel, que estava sem o retrovisor ao lado do passageiro e que foi muito difícil encontrá-lo. “Um amigo que passou por uma borracharia no bairro Floresta viu o retrovisor em uma Kombi, me levou até lá para confirmar se a peça era original e ofereceu ao proprietário cerca de R$30,00 e um retrovisor novo. O proprietário sabendo do item valioso, disse que não venderia por menos de R$150,00, mas na pressa de vender ou não o borracheiro acabou cedendo a oferta e vendeu o retrovisor”, relata. Como cada peça tem valor sentimental, o valor de mercado é elevado, tanto pela raridade quanto dificuldade de se encontrar. Pode ser encontrado no mercado paralelo ao de fábrica, com valores menores e peças sobre encomenda, mas para colecionadores dezembro de 2014 eu carrão passando! que prezam pela originalidade, esse tipo de peça é usado somente em últimos casos. O proprietário de um veículo antigo tem uma série de cuidados a tomar. Daniel conta que seu avô tinha um Impala ano 1959, americano com cauda, que comprou de uma viúva. Ele levou o automóvel para casa guinchado, pois apesar de na ocasião ter corrente elétrica e a bomba de combustível estar em perfeito estado, o carro não ligava. “Meu avô viu um espírito no banco do motorista logo que chegou ao local. Nessa ocasião sentou no banco do ‘caroneiro’ conversou com aquela pessoa que ali estava, acreditando ser o falecido dono do veículo e orou por ele. Pediu para que seguisse o caminho e se desprendesse das coisas materiais, após isso ele voltou para o quarto dormir. Na manhã seguinte foi até a garagem e novamente tentou ligar o veículo, que funcionou sem nenhum problema. Pode-se concluir que todo carro tem uma trajetória a ser respeitada”, afirma Daniel. Pensando mais na parte material, no entanto, uma pessoa disposta a assumir um automóvel antigo precisa levar em consideração os problemas de mecânica e entender principalmente que as preservações da história do país e de um veículo antigo andam lado a lado. VARIEDADES A Lambretta A Lambretta surgiu no barrio de Lambrate, na cidade de Milão, na Itália, no ano de 1947. Idealizada pelo italiano Ferdinando Innocenti, que logo após a II Guerra Mundial percebeu a necessidade de produção de um veículo para o desenvolvimento do país. No Brasil, a Lambretta inicia sua história com uma filial que foi instalada no ano de 1955. A produção entre os anos de 1958 e 1960 atingiu a 50 mil unidades por ano. Foram lançadas várias versões que variavam de 125cc até 175cc. No ano de 1979, foi lançada como última tentativa de salvar a marca, Lambretta Br Tork nas versões 125P, 125T e de 150cc. A fábrica faliu em 1982 devido a alta concorrência com as fábricas Honda e Yamaha. 9 JHON DWITT 10 ESPECIAL Deus X Diabo: em quem você acredita? dezembro de 2014 O exorcismo é um processo que deve ser feito com todo o cuidado. Não é tão simples expulsar o demônio como mostra a maioria dos filmes ESPECIAL dezembro de 2014 11 Jhon Dwitt “Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Eu lhe absolvo de todos os pecados que tenha cometido agora e no passado, amém!”. É assim, que na maioria das vezes, um exorcismo é iniciado. Exorcismo consiste no ato de expulsar entidades demoníacas que tenham possuído uma pessoa, objeto ou infestado algum local. A origem do termo vem do grego exorkimós que ao pé da letra significa “ato de fazer jurar”. Segundo o padre, de Cascavel, Marcos Farias, estudante apaixonado por exorcismos, o demônio conhece todos os nossos pecados, nossas fraquezas e por isso é tão fácil para ele nos possuir. “O diabo é como um ladrão que quer roubar as nossas almas. Como todos os ladrões ele prefere que não seja notada a sua presença em nós, mas ele está presente, em todos nós, agindo mediante os nossos pecados e erros”, afirma ele com semblante preocupado. Marcos acrescenta que cada vez mais aparecem casos de possessão. Segundo ele, o principal motivo é a falta de crença na figura do salvador Jesus Cristo e o crescente envolvimento das pessoas com o ocultismo e satanismo. “Acreditar que o diabo não existe não vai te proteger dele”, conclui. O exorcismo é um processo que deve ser feito com todo o cuidado, pois o demônio não se manifesta até começarem as orações e não é tão simples expulsá-lo como mostra a maioria dos filmes. “Muitas vezes as vítimas são frágeis e temos que respeitar principalmente a saúde física e mental da pessoa”, explica o padre franciscano, também de Cascavel, Lucas Ramos. Alguns registros históricos dizem que o exorcismo surgiu no judaísmo no século II, no entanto essa forma de ação espiritual sempre acompanhou as diversas religiões ao longo da história. Mesmo assim, o tema é polêmico e tem dividido grupos e filosofias espirituais. Porém, só mudam os termos, as formas de manifestação e a forma de realizar os ritos. Entre os egípcios, babilônicos e judeus, por exemplo, desgraças e doenças costumavam ser explicadas como consequências de ações de seres demoníacos. Assim, esses povos optavam muitas vezes pelo exorcismo. A pastora Elisabete Steinbach, com mais de 20 anos de ministra do Senhor, na Igreja do Evangelho Quadrangular, explica que o ato de expulsar demônios do corpo das pessoas não é conhecido como exorcismo na sua igreja, mas como processo de libertação. “A grande diferença daqui para os católicos é que nós não provocamos o demônio para depois expulsá-lo, mas se ele manifestar nós temos autoridade bíblica para expulsar ‘em nome de Jesus’. Não temos o hábito de entrevistar demônios. Na casa de Deus ele não tem autoridade para falar”, analisa a pastora. Elisabete acrescenta que a entidade não tem opção de não sair do corpo do possuído, pois segundo o evangelho de Marcos capítulo 15 e versículo 16 da bíblia o “Senhor” nos da autorização para expulsá-lo e ele deve sair. “Em 49 anos de evangelho eu nunca vi ninguém morrer pelas mãos do demônio na minha presença”, explica. A pastora ainda critica o preconceito com as igrejas evangélicas na internet e até mesmo pessoalmente quando se fala em expulsão de entidades maléficas. Ela explica que se a pessoa está possuída é por que houve uma brecha, ou seja, alguém está com algum problema e precisa ser libertada. “Uma legião dessas entidades pode ter até 6 mil demônios e isso significa que deve ter um vínculo bem próximo a Deus e evitar a todo custo o pecado para que o demônio não nos possua”, esclarece. Há vários filmes que falam sobre exorcismos. Todos têm erros e acertos, mas a principal falha deles é abusar dos efeitos especiais e da imaginação dos criadores. “O principal objetivo nos cinema é lucrar com as vendas quando devia na verdade mostrar o que acontece na vida Real”, enfatiza a pastora. Ciência X religião - segundo o presidente da Associação Brasileira de Psiquiatria, Antônio Geraldo da Silva, que deu explicações ao programa televisivo Fantástico em setembro deste ano, na visão da ciência as pessoas não são possuídas pelo demônio e esses eventos são chamados de transtornos dissociativos, seja quando manifestado individualmente ou em grupo. Para ele, o possível possuído reage de acordo com os estímulos do exorcista. “Acreditar que o diabo não existe não vai te proteger dele” Para o exorcismo Um homem de fé É difícil prever um passo a passo para fazer um exorcismo, pois para cada pessoa deve haver um tratamento diferente. Porém, o que não deve faltar são materiais sacros como crucifixos, imagens da virgem Maria, água-benta e o livro “Ritual de Exorcismo e outras súplicas”, elaborado pelo vaticano. Algumas ações também são fundamentais, tais como espargir água benta sobre o dominado, ler trechos do livro citado anteriormente e rezar o Pai Nosso e a Ave Maria. Lembrando que é necessária uma autorização prévia dos bispos nomeados pelo papa para que então seja feito o ritual da igreja católica. “Acreditar que existe um Deus e um Diabo é essencial, pois muitos rituais não são bem sucedidos na primeira vez e terão que ser feitos novamente”, acrescenta. Existem cinco formas para identificar se uma pessoa está realmente possuída, que é feito durante o ritual de exorcismo. São elas: domínio de línguas desconhecidas pela pessoa; conhecimento de assuntos incógnitos, como por exemplo, a vida do exorcista ou de alguém presente; força fora do normal; resistência a objetos sacros e aversão a orações. Em entrevista ao Unifatos o jovem de 26 anos, Henrique Passos (pseudônimo), conta que passou por diversas dificuldades em sua vida. A primeira foi a saída do pai de casa quando ele tinha apenas quatro anos de idade. “Fiquei sem comer por alguns dias. Minha mãe desde cedo me ensinou a juntar latinhas e lixo reciclável para comprar comida”. Aos 13 anos, Henrique perdeu a mãe e se distanciou da igreja. Aos 14 se envolveu com drogas e aos 20 praticava ocultismo e satanismo com a esperança de que o Diabo lhe devolvesse o que Deus tirou: a vida da mãe. “Fiquei um ano no satanismo, quando comecei a ficar doente”, relata. Algum tempo depois foi levado até uma psicóloga para diagnosticar problemas mentais. “O demônio falava comigo e eu o ouvia... Foi quando percebi que não estava me fazendo bem. A minha vida era do trabalho (trabalhava como servente de pedreiro) para a orgia, da orgia para as drogas e quando sobrava tempo eu ia para casa dormir”, confessa. A sua loucura o fez procurar novamente a igreja. Ao iniciar o ritual de exorcismo o jovem modesto já sabia que o resultado seria positivo. “Não lembro exatamente o que aconteceu naquele dia. Lembro-me de sentar em uma cadeira com o padre fazendo orações e a minha visão ficou embaçada, depois disso eu só me lembro de acordar deitado no chão do meu quarto com o padre me olhando um pouco assustado”. A cena se repetiu por seis longos meses, duas vezes por semana ou então quando o demônio se manifestava. “Fiquei muito frágil e quase morri, mas em uma quarta-feira o padre conseguiu me libertar. Hoje estou estudando de noite e estou trabalhando como pedreiro ainda, mas dignamente, sem me envolver com essas porcarias do mal. Eu sei que Deus me salvou e que ele me ama tanto quanto eu o amo”, descreve Henrique, chorando. “Não ignore Deus nem o Diabo. Os dois existem, só cabe a nós escolhermos com quem queremos ficar ao lado”, finaliza. “Eu sei que Deus me salvou e que ele me ama tanto quanto eu o amo” ESPORTE O recorde de público já foi alcançado, agora o sonho é mais alto, chegar à fase final da competição... Serpente na Superliga dezembro de 2014 Maicon Roselio Na arquibancada: os gritos. Em quadra: o único som que se houve é o barulho do impacto da bola batendo no punho das atletas. No instante em que a “redonda” está no ar, a concentração toma conta das duas quadras, mas após um bom show de disputa ser realizado, uma equipe comemora aos gritos e abraços. Pode ser jogado em casa, usando a grade do portão como rede. Na rua, atrapalhando os carros e amarrando as cordas nos postes e no muro das casas, ou até mesmo em um ginásio lotado de espectadores que pagaram para ver um espetáculo. É isso que se espera de um jogo de vôlei. Considerado o segundo esporte mais praticado no Brasil essa modalidade é muito valorizada em Cascavel, ou pelo menos, deveria. Tanto fizeram que mereceram. O Cascavel chegou esse ano à Superliga série B e no ano que vem entra de novo na disputa. Não entendeu? Eu também não entendia muito bem o que significava isso, até porque sou um leigo no esporte, mas para se ter uma ideia, comparado ao futebol, é mais ou menos como se um time de Cascavel fosse competir para a Série B do Brasileirão. Não é muito? Eu acho que é, ainda mais pelos imprevistos e dificuldades que existem para chegar até esse nível de habilidade. “Para 2015 conseguimos o apoio da Prefeitura de Cascavel, mesmo ela não sendo obrigada, temos um patrocinador e estamos negociando com mais alguns, e acho que vai dar tudo certo”, deseja Ladir Salvi, supervisor da equipe e responsável por toda a parte burocrática. Para destacar a capacidade dessas atletas, nada melhor que o técnico das meninas. Fernando Bonatto assumiu a equipe em 2012 e só neste ano, na disputa da Superliga B, o saldo foi esse: em nove jogos, conquistou quatro vitórias e cinco derrotas, concluindo a competição na quarta colocação. “Trabalhamos muito e vamos ter que trabalhar ainda mais, porque a equipe sempre está se renovando, as meninas ainda estão se conhecendo, mas a confiança é grande”, avalia o técnico. Meninas jovens, umas de 18 outras de 20 anos, competindo com times do Brasil todo, e formadas recentemente. Amanda Brock não teve a oportunidade de disputar esse ano a competição por conta de uma lesão, mas 2015 será um novo ano. “Me machuquei no fim do ano passado e ainda dói o meu joelho, mas aos poucos estou me recuperando e quero jogar o ano que vem”, almeja a atleta. O sonho é grande. Participar da Superliga A é sem dúvida o desejo de qualquer garota desse time. Mesmo tendo qualidade técnica garantida, alguns degraus ainda não foram alcançados. “O desejo agora é chegar até a fase final dessa competição, mas disputar a Superliga A ainda não é o nosso propósito, porque envolve muito dinheiro e não temos condições de bancar isso”, encerra o supervisor. Retrospectiva LUCIANO NEVES 12 A Superliga Feminina B estreou neste ano, tendo como primeiro campeão o time de São José do Campos, sofrendo apenas uma derrota de 3 a 2. A final do jogo foi disputada contra o Bauru. Tendo vencido todos os jogos, e consequentemente ganhado a competição São José dos Campos teve o direito de disputar a segunda edição da Superliga Feminina que é a principal competição do voleibol nacional. SAÚDE dezembro de 2014 Comida saudável? Sim, por favor! Douglas Trukane Os meios de comunicação nos bombardeiam incessantemente com propagandas que dizem o que vestir, o que comprar e até o que comer. Assim, não é difícil ouvir por aí mães reclamando que não conseguem fazer seus filhos se alimentarem corretamente. Talvez por isso tenhamos atualmente 2,1 bilhões de pessoas obesas ou com sobrepeso, o que representa quase 30% da população mundial segundo o IHME (Instituto de Métrica e Avaliação para a Saúde), da Universidade de Washington. No Brasil, o número de pessoas obesas chega a 10 milhões. Mas os números não param por aí, pois eles continuam aumentando na mesma proporção que um cheeseburger é vendido na esquina. Então, o que fazer para mudar esse quadro? Segundo o professor e instrutor de academia Yamil Refay, para aqueles que querem atingir a boa forma além de uma boa alimentação, é preciso vontade em primeiro lugar: “Determinação! Deve-se acabar com as infinitas desculpas para não começar. E claro: disciplina e paciência”. No entanto, falar é bem mais simples quando não nos deparamos com aquela lasanha e um copo de refrigerante estupidamente gelado. Essa não é uma tentação só dos mais “cheinhos”, acredite! Comer é um dos melhores prazeres que o ser humano conhece, no entanto, o desafio é comer bem, mas de forma saudável e que agrade os olhos e o paladar. “Unindo tanto visual quanto o sabor em si. Nós pegamos uma grande variedade de alimentos preparados de uma forma diferente da convencional. Hoje em dia dificilmente você vai encontrar um restaurante que prepare uma carne que seja feita no óleo, ou alimento que seja livre da industrialização... A nossa proposta é nenhum alimento industrializado, para proporcionar uma qualidade de vida melhor para a pessoa”, salienta Felipe Gomes Stradinski, 21, acadêmico de Nutrição e que há seis meses teve a ideia de criar o Bistrô Fit, um restaurante que suprisse a necessidade gastronômica de quem já está nesse caminho fitness e também de quem quer simplesmente se alimentar de forma saudável. Para Felipe o que falta hoje é a autoconsciência de que a saúde está em primeiro lugar e que não importa o preço quando falamos da nossa própria vida: “Quando pensamos no custo-benefício de uma alimentação saudável é claro que se gasta mais, porém isso em longo prazo trará muitos benefícios, por exemplo, evitando diabetes e outras doenças crônicas, obesidade e doenças cardiovasculares”, defende. Recomendações Dica 1: Comece mudando sua rotina. Se você é daquele tipo que até para levar seu cachorro para passear vai de carro, assuma, você é sedentário! Pratique algum exercício físico. Dica 2: Mude sua alimentação. A vida é cheia de coisas absurdamente gostosas e gordurosas que fazem mal para sua saúde. Comer um pedaço de pizza nos finais de semana ok, comer todos os pedaços achando que “tudo bem amanhã é segunda-feira, começo outra dieta”, errado. Dica 3: Experimente substituir o refrigerante. Acredite, existem bebidas chamadas SUCOS NATURAIS que fazem um bem danado. Dica 4: Comece hoje. Não deixe para segunda-feira o que você pode fazer hoje. A vida saudável te espera e não somente nas segundas, mas em todos os dias da sua vida. Lembre uma vida saudável além de trazer mudanças estéticas traz felicidade e longevidade. Pense nisso! 13 FOTOS: DIVULGAÇÃO Alimentação correta traz inúmeros benefícios físicos além de evitar doenças Número de pessoas obesas no Brasil chega a 10 milhões Conciliar exercícios físicos com uma alimentação balanceada é a receita que todos sabem para cuidar da saúde. O difícil é fazer! 14 CARTÃO POSTAL dezembro de 2014 A terra da Rainha História, realeza, riquezas e palácios maravilhosos! A elegância e a multiculturalidade londrina encantam e a titulam como destino do mundo Ela é majestosa! Parques verdes, ícones vermelhos, punks, pubs, uma cidade moderna e ao mesmo tempo cheia de palácios e construções majestosas dignas da realeza. Londres é a capital, a maior e mais importante cidade da Inglaterra e do Reino Unido. Agito, multiculturalidade e desenvolvimento compõem o cenário de viagens inesquecíveis. Por muitos anos, milhares de brasileiros chegaram à Europa em busca de uma vida melhor. Com o advento da economia brasileira e a crise europeia, muitos desses brasileiros regressaram ao país de origem. No entanto, segundo a BBC (British Broadcasting Corporation), o país ainda não foi capaz de estimular uma debandada dos imigrantes brasileiros que vivem na Grã-Bretanha, ao contrário, a crise apenas estimulou o deslocamento de brasileiros de outras partes da Europa à Inglaterra. Esse é o caso da família de Matheus Souza, que durante a crise, mudou-se da Itália para a Inglaterra, na esperança de ter uma vida melhor. O garoto de 20 anos mora com os pais e a irmã num bairro de Londres que se chama Kingsbury. “Saímos da Itália por causa da crise econômica. As vagas de emprego estavam indo por água a baixo. Resolvemos então tentar a sorte em Londres. Meu pai é carpinteiro e esse trabalho aqui é muito valorizado, então foi uma boa escolha ter vindo para cá”, relata. Além da oportunidade de uma vida melhor por meio da valorização do trabalho, a capital britânica oferece uma ótima oportunidade de estudo ao rapaz: “No momento estudo Engenharia Civil na University of Southampton, e se tudo der certo, em setembro de 2017 estarei formado”, argumenta. Kingsbury é o segundo bairro de Londres que a família de Matheus mora. “No primeiro bairro havia muitos brasileiros e como tínhamos acabado de chegar da Itália isso foi ótimo para mim, pois era muito difícil encontrar brasileiros na Itália no local onde a gente morava. Entrei no colégio após oito meses na cidade sem falar muita coisa em inglês e como o colégio estava situado no mesmo bairro, não foi difícil de me adaptar”, relata. O novo endereço da família é mais afastado dos brasileiros, por outro lado, fica pertinho do estádio de Wembley: “Consigo até ver o arco da janela do meu quarto”. Muita gente pensa que por Londres estar situada na Inglaterra, a população da capital britânica será majoritariamente inglesa, no entanto, é o contrário! Londres é uma cidade multicultural e a maioria das pessoas que lá vivem são estrangeiras. “A cada 100 pessoas que você vê na rua, apenas três são realmente inglesas de descendência inglesa”, afirma Matheus. Renan Bini e Kassia Beltrame Londres x Brasil Tendo a oportunidade de ter residido em ambas as nações, o brasileiro e agora também cidadão britânico, declara que a nação brasileira, em relação à Inglaterra, ainda deixa a desejar na saúde e no transporte: “O transporte, por mais que seja caro, é ótimo. Na cidade de Londres existem aproximadamente 1.500 ônibus e mais de 6 milhões de pessoas os usam todos os dias. A rede de metrôs subterrânea também é excelente e cobre quase todos os bairros da cidade. O atendimento de saúde aqui é nota 10! Eu mesmo, no ano passado, passei mais tempo no hospital do que em casa devido alguns problemas de saúde que tive, tudo de graça!”, finaliza. Turismo Nessa grande cidade, há comida do mundo todo. Então não há uma gastronomia fixa e sim uma bem variada com vários pratos internacionais. “Uma dica para quem vem para cá passear, deixando de lado os pontos turísticos clássicos (de beleza indiscutível), como Big Ben, a London Eye, aconselho as baladas! A noite aqui em Londres são regadas à bebida e à festa, mas claro, isso para quem gosta mesmo de uma bagunça”, aconselha Matheus. Stuart Hall Stuart Hall, famoso e importantíssimo teórico cultural e sociólogo jamaicano, é exemplo da multiculturalidade londrina. Mudou-se para Londres aos 19 anos ao ingressar à Universidade de Oxford e lá permaneceu até seu falecimento em 10 de fevereiro deste ano. Destino do mundo, Londres propiciou a Hall, material riquíssimo a seus estudos culturais. O pesquisador destacou-se por ser um dos primeiros a teorizar identidade cultural e usando Londres como exemplo, teorizou o hibridismo. “A tendência em direção a uma maior interdependência global está levando ao colapso de todas as identidades culturais fortes e está produzindo aquela fragmentação de códigos culturais fortes, aquela multiplicidade de estilos, aquela ênfase no efêmero, no flutuante, no impermanente e na diferença e no pluralismo cultural”. (HALL, Stuart. A identidade cultural na pós-modernidade. Rio de Janeiro, DP&A, 2006, p. 74). Fiquei surpresa em Londres com a organização e a limpeza, tanto nos parques quanto nas ruas, apesar do elevado número de turistas, além de banheiros públicos em bom estado nos principais pontos turísticos Daiane Souza, funcionária pública inDICA dezembro de 2014 O Show deve Continuar retrata vida de Bob Fosse 15 O filme é um turbilhão de gratas surpresas e figura entre os melhores musicais da história DIVULGAÇÃO Nicholas Winton O memorável xerife de Tubarão, Roy Scheider, interpreta o coreógrafo e diretor Joe Gideon. Consagrado na profissão e frustrado no matrimônio, seu casamento com Audrey (Leland Palmer) mãe de sua filha Michelle (Erzsebet Foldi) acabou depois das traições do cineasta - fidelidade é uma virtude que Joe passa longe. As mulheres são as principais figuras na vida de Gideon. Roy contracena com várias, entre as mais importantes: a filha Michelle, uma pré-adolescente; a namorada Kate (Ann Reinking) que também sofre com a infidelidade; a magoada ex-mulher Audrey e, por último e mais interessante, Angelique uma entidade angelical da morte. Angelique, vivida por Jessica Lange, surge como resposta aos vícios de Joe, que fuma, toma anfetaminas, fornica e, em razão do perfeccionismo, trabalha em excesso. Seu diálogo com Joe, recém-infartado, é uma contemplação da desregrada existência do diretor, que está entre a vida e a morte. Os cortes do filme são cadenciados num nível que fica difícil encontrar comparação. Take a take se dá a composição do cotidiano autodestrutivo de Joe, combinados com a experiência musical, que marca como a mais bela forma de dramatização que já tive prazer de saborear, com água na boca dos olhos, tamanho primor empregado no musical. A não linearidade é realizada com as retrospectivas dos fatos marcantes na vida de Joe Gideon, considerado um alter ego, visto que o longa é uma quase autobiografia da vida do próprio diretor, Bob Fosse. Joe Gideon é multi-talentoso e, no entanto, canastrão na área das relações com o sexo oposto. Nenhuma oportunidade é perdida pelo coreógrafo. Numa das primeiras cenas do filme, já flerta com uma dançarina que passou pelo seu crivo. Joe tem problemas com sexo... ele não consegue parar de fazê-lo - o que vira motivo de piada para sua filha. O cigarro não deixa de estar na boca do artista nem na cama do hospital. A angústia passa a acompanhar o fumo no mesmo ritmo incontrolável. O perfeccionismo acomete todos os colegas de Joe. O último filme, The StandUp, deixa todos seus colegas loucos pela minúcia empenhada na edição, que atrasa em meses o lançamento. Em The Stand-Up testemunhamos no texto do comediante Davis Newman uma analogia: o humorista vivido por Cliff Gorman dedica-se a comentar sobre estágios emocionais que todos sentem ao ver a vida “por um fio”. As observações de Davis são martelados repetidas vezes durante a película: “Genial!”. O Show deve Continuar é um filme sobre alguém que dedicou a vida à arte e que fez da morte seu maior espetáculo. O longa é uma quase autobiografia da vida do próprio diretor, Bob Fosse 16 CLICK dezembro de 2014 Em clima de selfie FOTOS: LARISSA LUDWIG As alunas do 1º ano de Contábeis, Karin Daiane de Lima, Josielli Bueno e Letícia Adriana Cordeiro As alunas do 2º ano de Jornalismo, Evelyn Rafaelly e Pammela Santos Os alunos do 4º ano de Jornalismo, Mariana Dantas, Isabella Liba, Luiz Sanches e Kimberllyn Abreu O aluno do 3º ano de Direito, Ricardo Dominiak A professora Wânia Beloni com a equipe do Unifatos de 2014, a qual despede-se com esta edição e deseja uma ótima produção para a turma do 3º ano de Jornalismo de 2015 O 4º ano de Direito também marcou presença nesta edição, com os alunos Valério Laufer e João Marcos Hartmann