ANA LÚCIA NISHIDA TSUTSUI
REVISTA CULT
CANAL DE EXPRESSÃO PÚBLICA DA
PRODUÇÃO INTELECTUAL
Dissertação apresentada
em cumprimento parcial às exigências do
Programa de Pós-Graduação em Comunicação Social
da Universidade Metodista de São Paulo,
para obtenção do grau de Mestre.
Orientador: Prof. Dr. José Salvador Faro
Universidade Metodista de São Paulo
Programa de Pós-Graduação em Comunicação Social
São Bernardo do Campo, 2006
2
A dissertação Revista Cult: canal de expressão pública da produção intelectual,
elaborada por Ana Lúcia Nishida Tsutsui, foi defendida no dia 11 de abril de 2006, tendo
sido:
(
) Reprovada
(
) Aprovada, mas deve incorporar nos exemplares definitivos modificações sugeridas pela
banca examinadora, até 60 (sessenta) dias a contar da data da defesa.
( X ) Aprovada com nota 10 (dez)
(
) Aprovada com louvor
Banca examinadora:
__________________________________________________
Prof. Dr. José Salvador Faro (PRESIDENTE)
__________________________________________________
Prof. Dr. Herom Vargas (TITULAR – UMESP)
__________________________________________________
Profª. Drª. Cristiane Costa (TITULAR – UERJ)
Área de concentração: Processos comunicacionais
Linha de pesquisa: Comunicação especializada
Projeto temático: Jornalismo cultural – espaço público da produção intelectual
3
Para Franthiesco,
por fazer parte da minha história,
por partilhar angústias e expectativas,
por dividir sonhos e planos de futuro,
por ser essencial.
4
AGRADECIMENTOS
Que me desculpem os manuais. Ao menos neste espaço, deixarei de lado as
formalidades para que as emoções venham à tona.
Mais de dois anos se passaram desde o dia em que decidi escrever meu projeto de
mestrado. Neste momento, um filme passa pela minha cabeça. Seleção, projeto, aulas... a
pausa para o café... amigos, conversas de corredor... qualificação, congressos, pressão de
prazos, notas, bibliotecas, infinidade de leituras... momentos de alegria e de desespero.
Ao recordar tudo isso, as lágrimas são inevitáveis... misto de desabafo, alívio e
satisfação.
Mais de dois anos... de muita pesquisa, muito estudo, muito trabalho, muito esforço.
Semanas em claro, muitas renúncias. Telefonemas não retornados, e-mails não respondidos,
encontros adiados, planos que ficaram para depois. Ao final, a dissertação impressa!
É... o caminho não foi fácil. E teria sido ainda mais difícil se eu não pudesse contar
com o apoio de pessoas tão especiais que me estenderam as mãos ao longo dessa jornada.
Sem elas, talvez eu não conseguisse chegar até aqui. A elas, agradeço de todo meu coração.
Hoje, recolho num grande abraço:
Meu orientador, Faro, querido mestre, por ter me recebido de braços abertos, por acreditar no
meu trabalho e, acima de tudo, pela paciência e dedicação;
Os convidados da banca de defesa, Herom Vargas e Cristiane Costa, por aceitarem o
convite e pelo cuidado na avaliação deste trabalho;
Meus entrevistados, Manuel da Costa Pinto e Marcelo Rezende, pela atenção e disposição
em partilhar comigo o universo da revista Cult; especialmente o primeiro, profissional que
muito admiro, e que gentilmente me cedeu as edições que faltavam para a análise;
Minhas professoras, Elizabeth Gonçalves e Cicília Peruzzo, eternas tutoras, por todo
carinho e por terem me aberto as portas do mundo acadêmico;
Meus professores do Programa de Pós-graduação em Comunicação Social da UMESP,
pela convivência rica e estimulante;
5
Meus professores, Herom Vargas e Graça Caldas, convidados da banca de qualificação,
pelas contribuições tão oportunas;
Meus amigos da pós, José Augusto, Lis, Grego, Lílian e Taís, fonte de alegria e eternas
lembranças no coração, por terem sempre uma mão estendida para os momentos de crise;
Minha família, por ter agüentado meu mau-humor, minhas crises de estresse, minha
impaciência;
Meu namorado, futuro marido, Franthiesco, por estar ao meu lado, sempre.
Por fim, incluo neste abraço todos aqueles que contribuíram de alguma forma para que esse
sonho se tornasse realidade, fazendo especial distinção ao CNPq pela bolsa de estudos
concedida.
A todos, meus sinceros agradecimentos.
6
SUMÁRIO
pág.
INTRODUÇÃO .......................................................................................................
11
I. IMPRENSA E INTELECTUALIDADE ................................................
16
1. Quem são os intelectuais? .......................................................................
17
2. A origem e a função dos intelectuais na sociedade ..........................
18
3. Intelligentsia brasileira ............................................................................
25
4. Onde estão nossos intelectuais? ............................................................
33
II. JORNALISMO CULTURAL ....................................................................
38
1. O conceito de cultura para o jornalismo .............................................
39
2. História do jornalismo cultural ..............................................................
42
3. Particularidades do jornalismo cultural ...............................................
54
III. REVISTAS CULTURAIS .........................................................................
64
1. Suporte revista: algumas considerações ..............................................
64
2. Histórico do mercado de revistas brasileiras ......................................
67
2.1 A trajetória das revistas culturais e literárias .........................
80
IV. CULT: REVISTA BRASILEIRA DE CULTURA .......................
90
1. Os primeiros anos de Cult ......................................................................
90
2. A venda da publicação .............................................................................
95
3. Perfil dos leitores ......................................................................................
103
4. Como Cult sobrevive? ............................................................................. 104
7
V. CULT: CANAL DE EXPRESSÃO PÚBLICA DA
PRODUÇÃO INTELECTUAL .......................................................................
1. Cult: jornalismo cultural de qualidade ................................................
107
107
1.1 Abordagem plural .........................................................................
108
1.2 Cânone e novos autores ...............................................................
110
1.3 O sentido da “notícia” em Cult .................................................. 113
1.4 Erudição, didatismo e informação ............................................
116
1.5 Criatividade das pautas ................................................................ 119
1.6 O lugar da crítica ...........................................................................
120
2. Cult: jornalismo de referência ...............................................................
124
2.1 Jornalismo autoral ......................................................................... 124
2.2 Perfil acadêmico da revista ......................................................... 125
CONCLUSÕES ....................................................................................................... 128
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................... 135
ANEXOS .................................................................................................................... 143
8
RESUMO
O objetivo deste estudo é analisar, numa perspectiva histórico-sociológica, o papel
desempenhado pela imprensa especializada, no caso pela revista Cult, na promoção e
divulgação de conteúdos relacionados à cultura com o intuito de investigar se a mesma
pode ser entendida como canal de expressão pública da produção intelectual. A intenção é
contribuir com as discussões em torno do jornalismo cultural, entendendo-o como uma das
variáveis do trabalho jornalístico com especificidades que lhe são determinantes. Ainda
hoje essa especialidade tem sofrido generalizações como se uma única característica
servisse de base para o que representa. Entretanto, a partir da revisão bibliográfica sobre o
tema e de uma análise qualitativa do conteúdo da revista, confirmou-se a hipótese inicial de
que o universo denominado “jornalismo cultural” corresponde a uma dinâmica mais ampla
e complexa da que lhe é atualmente conferida. Rompeu-se, desta forma, com a visão
simplificadora da cobertura da área, comprovando a existência de uma mídia que atua
como espaço de reflexão, sendo responsável pela difusão e propagação de bens simbólicoculturais.
Palavras-chave: comunicação, cultura, jornalismo cultural, intelectuais, revista Cult.
9
ABSTRACT
This paper objects to analyze, in a sociohistorical perspective, the role played by the
specialized press, in this case by Cult magazine, in the promotion and broadcasting of the
contents regarding culture. It aims to identify if this magazine can be seen as a public
expression media of the intellectual production. The intention is to contribute with the debate
over cultural journalism, one of the variables of the journalistic work, with specific
characteristics that are determining. Nowadays, this area of the journalism practice has
suffered with some generalizations, as if only one aspect were the base of what cultural
journalism represents. However, based on a bibliographical review of the issue and in a
qualitative analysis of the magazine, the initial hypothesis was confirmed, that the universe
called “cultural journalism” actually corresponds to a broader and more complex dynamics
than it is given today. The simplified view of the journalistic coverage in this area was
broken, proving the existence of a media that acts as an area of reflection, being responsible to
the diffusion and broadcasting of cultural-symbolic goods.
Key words: communication, culture, cultural journalism, intellectuals, Cult magazine.
10
RESUMEN
El objetivo del estudio es analizar, desde una perspectiva histórico-sociológica, la
función de la prensa especializada, en el caso de la revista Cult, en la promoción y
divulgación de contenidos relacionados a la cultura con la intención de investigar si la misma
puede ser entendida como una vía de expresión pública de la producción intelectual. La
intención es contribuir con el debate acerca del periodismo cultural, entendiéndolo como una
de las variables del trabajo periodístico con especificidades que le son determinantes. Hoy en
día esta especialidad sufre generalizaciones como se una única característica sirviera como
base para lo que representa. Sin embargo, a partir de la revisión bibliográfica sobre el tema y
del uso de análisis cualitativo del contenido de la revista, la hipótesis inicial se confirmó, de
que el universo llamado “periodismo cultural” corresponde a una dinámica más amplia y
compleja de la que le es actualmente conferida. Se rompió, de esta manera, con la visión
simplista de la cobertura periodística del área, comprobándose la existencia de una prensa que
actúa como un espacio de reflexión, siendo responsable por la difusión y propagación de
bienes simbólico-culturales.
Palabras-clave: comunicación, cultura, periodismo cultural, intelectuales, revista Cult.
11
INTRODUÇÃO
Nas sociedades contemporâneas, onde a oferta cultural é muito heterogênea, coexistem
vários estilos de produção e recepção, formados por relacionamentos distintos com bens
procedentes de tradições eruditas, populares e massivas que se integram sincrônica e
diacronicamente originando múltiplos sistemas de práticas simbólicas.
É dentro deste universo plural que se insere a Cult: Revista Brasileira de Cultura, uma
publicação que, ao mesmo tempo, pertence ao campo midiático – identificado pelos teóricos
da Escola de Frankfurt como indústria cultural 1 – e ao campo erudito/literário para utilizar
uma expressão cunhada por Pierre Bourdieu (1996).
Trata-se de um espaço de tensão onde tanto explicações que encaram os meios de
comunicação como veículos de poder e de dominação suspeitos de violência simbólica quanto
interpretações que acreditam que produções culturais sejam incólumes a dinâmicas
mercadológicas tornam-se insatisfatórias.
A intenção, portanto, não é negar o fato de que Cult funcione como mercadoria
cultural, mas ampliar o foco de análise com o intuito de entendê-la também como um
território de tensionamento de forças sociais por onde transitam produções simbólicas de
natureza diversa.
Assim, o objetivo desta pesquisa é contribuir com as discussões em torno do
jornalismo cultural enquanto prática diferenciada dentro da imprensa, colaborando para o
aclaramento de noções que ainda hoje se encontram esparsas e confusas tanto no meio
acadêmico quanto nas redações, gerando uma imprecisão de conceitos sobre o tema.
Na opinião de diversos autores, o jornalismo cultural já ocupou lugar de destaque no
cenário nacional, sendo este o espaço ideal para a realização de uma série de debates que
acabaram por promover e enriquecer nossa cultura.
Estude os “ismos” todos lançados nas três primeiras décadas do século e você
terá de estudar as revistas em que eles foram formulados e debatidos. Assim foi
com o surrealismo francês, o futurismo russo, o imagismo americano: a
expansão das vanguardas estava diretamente ligada à expansão da imprensa, dos
recursos gráficos, do público urbano ávido por novidades. No Brasil, por
exemplo, o modernismo paulista teve na linha de frente a revista Klaxon, título
que significa “buzina”; e o buzinaço promovido por Oswald de Andrade, Mário
1
Theodor Adorno e Max Horkheimer, em Dialética do esclarecimento (1985), definem por indústria cultural a
conversão da cultura em mercadoria, isto é, o processo de subordinação da consciência à racionalidade
capitalista, ocorrido nas primeiras décadas do século XX, cujas características gerais seriam a padronização, a
repetição e a pseudopersonalização.
12
de Andrade, Victor Brecheret e outros no Teatro Municipal, a Semana de 22,
deixa ecos até hoje (PIZA, 2003, p.19).
Atualmente, no entanto, fala-se de uma “crise” na cobertura das editorias de cultura –
especialmente em relação aos jornais diários e revistas semanais de informação – acusadas de
estarem cada dia mais dependentes e submissas à lógica do mercado de produtos culturais
industrializados. Pretende-se, contudo, comprovar que este tipo de avaliação não dá conta de
uma análise mais global da situação. Em outras palavras, há um outro lado da questão, o caso
das revistas especializadas, ainda muito pouco explorado.
A escolha de Cult enquanto objeto de estudo caminha nessa direção. Além de sua
importância enquanto veículo de divulgação de temas artísticos e culturais, de seu tempo de
permanência e de uma certa predileção pessoal pelo periódico, parte-se do pressuposto de que
se trata de uma publicação de tendência qualificadora, que participa do processo hegemônicocultural, atuando como ambiente de reflexão, propagador de valores e bens simbólicos. Da
mesma maneira, acredita-se que nela operam profissionais, agentes da produção cultural, que
não se limitam ao acompanhamento e difusão dos produtos da indústria cultural, mas que,
antes, se preocupam em transmitir valores por meio de referências pessoais. Desta forma, o
desafio é enxergar a mídia não apenas como ambiente que conserva as marcas da exploração
social, mas também como espaço de prática política e produção cultural.
A linha de investigação deste estudo baseia-se na idéia de que a experiência
tecnológica, formal, organizacional e profissional dos meios de comunicação já atingiu um
grau de amadurecimento que leva suas produções a assumirem funções e não apenas
reproduções de padrões e significados. Isso limita sensivelmente o alcance teórico de
abordagens que visam estabelecer uma provável unidade ideológica como fator explicativo da
natureza e dinâmica dessas instituições.
Deste modo, vale uma releitura das proposições de Habermas em relação à
constituição de uma “esfera pública”, lembrando que, já na superação do absolutismo, a
imprensa jogou papel decisivo na articulação da opinião pública. Um território que, mesmo
tendo sua origem na formação da sociedade burguesa, ultrapassou o poder patrimonial dessa
classe para se abrir a debates mais amplos, oferecendo a seus agentes a condição de
“intelectuais orgânicos”, no sentido que Gramsci dá à palavra.
Assim, a questão intelectual é vista aqui, conforme Faro (1999, p.15), como “uma
categoria social específica, cuja obra transcende seu lugar de classe e, no caso dos
intelectuais-jornalistas, os limites da indústria cultural”. Encontra-se, desta forma, um ponto
13
de contato com a concepção francesa de intelectual: um ator que deve, ao mesmo tempo,
pertencer a um “campo”, ser especialista, e sair dele para participar das questões da “esfera
pública” 2.
Na intersecção dessas duas visões, há uma forte tendência em refletir sobre a ação
dos meios de comunicação na constituição de identidades, em perceber os intelectuais como
um grupo profissional com interesses específicos e em investigar o papel que a intelligentsia
desempenha no ambiente social, avaliando seu lugar na imprensa.
Com base nessas orientações, o projeto é guiado pela seguinte questão: a revista Cult
pode ser caracterizada como canal de expressão pública da produção intelectual?
Do ponto de vista metodológico e conceitual, trabalhou-se com a formulação de que a
análise dos sistemas simbólicos não é uma ciência experimental em busca de leis, mas uma
ciência interpretativa em busca de significações.
Partindo desse princípio, a pesquisa fundamentou-se na revisão bibliográfica sobre o
assunto e foi realizada por meio de uma análise qualitativa do conteúdo da revista. Conforme
Lindzey (1968, p.317), “ a análise de conteúdo é qualquer pesquisa técnica cuja finalidade
consiste em fazer inferências através da identificação sistemática e objetiva de características
especificadas no interior do texto”.
Em sua vertente qualitativa, este tipo de procedimento metodológico não demanda
obrigatoriamente a coleta de dados numéricos para mensurar o objeto, mas sim a obtenção de
dados descritivos sobre situações, pessoas ou processos por meio do contato do pesquisador
com o material estudado. A partir dessa aproximação, formula-se inferências acerca do
receptor e/ou do emissor da comunicação, em termos de preferências, intenções, valores
sociais envolvidos etc. Trabalha-se com o produto final (COHN, 1977, p.333).
Neste aspecto, há um ponto de encontro com a fenomenologia 3, não na acepção exata
empregada por Hegel ou Husserl, mas apenas no sentido de perceber os fenômenos do
jornalismo como objetos de estudo que podem ser isolados e analisados cientificamente. A
técnica deste método de pesquisa baseia-se em estudo descritivo e interpretativo de
determinado fenômeno tal qual ele se manifesta no tempo e no espaço.
Dentro dessa perspectiva, buscou-se verificar no tratamento editorial da revista Cult
aspectos que permitiram avaliar em que medida seus textos contribuíram para a divulgação de
2
Os conceitos de “campo” e “esfera pública” são tomados aqui a partir das formulações de Bourdieu e
Habermas, respectivamente.
3
É interessante a análise de Edgar Morin (1986, p.26) quando diz que a fenomenologia não deve ser empregada
“para invocar Hegel ou Husserl, mas conduz: a) ao fenômeno concebido como dado relativamente isolável, não a
partir de uma disciplina, mas de uma emergência empírica [...]; b) ao logos, isto é, à teoria concebida [...]. O
fenômeno adere, pois, à realidade empírica e ao mesmo tempo invoca o pensamento teórico”.
14
temas culturais, projetando modelos, idéias e valores defendidos pela intelectualidade
brasileira.
O corpus da pesquisa pretendeu abranger todo o período de existência do periódico,
desde seu surgimento, em julho de 1997, até a edição comemorativa de seu oitavo aniversário,
em julho de 2005 (considerando-se os limites impostos pela obrigatoriedade de finalização
deste trabalho). Como se trata de uma publicação mensal, a amostra compreendeu, ao todo, 93
edições.
Uma vez definido, por meio da revisão bibliográfica, o arcabouço teórico-conceitual
em que se sustenta esta dissertação, a etapa de investigação compreendeu três fases: coleta de
dados sobre a publicação, indexação do material de análise e reconhecimento de indicadores
para a fundamentação da interpretação final.
Num primeiro período de familiarização com o objeto, foram reunidas informações
como corpo editorial, tiragem, periodicidade, número de páginas e de matérias por edição,
material publicitário, perfil dos leitores e organização estrutural das seções da revista.
Num segundo momento foi elaborado um mapeamento do conteúdo de Cult através da
confecção de um quadro descritivo, onde se fez uma espécie de resumo do que foi publicado,
mantendo-se a organização apresentada no índice de cada uma das edições consideradas.
Dentro desse universo, procurou-se identificar nas escolhas temáticas, nos gêneros das seções
e nos editoriais as propostas perseguidas por Cult e verificar se os traços do projeto original se
mantiveram ao longo de sua trajetória.
Para o aprofundamento de algumas questões e para o esclarecimento de dúvidas em
relação à história da revista, entrevistas com editores (tanto da fase Lemos Editorial quanto da
fase Editora Bregantini) foram realizadas.
Com o intuito de confirmar ou refutar as hipóteses iniciais e atingir os objetivos
propostos, na última etapa, investigaram-se as matérias de capa; os temas abordados; os
autores mais citados; o perfil do grupo de editores, colunistas e colaboradores da revista; e,
finalmente, as vertentes teóricas que permearam e se cristalizaram, construindo as narrativas
que circularam nas páginas de Cult.
Para dar a devida importância ao tema e garantir uma análise bem fundamentada, a
dissertação foi dividida em cinco capítulos, seguidos da conclusão, da bibliografia e dos
anexos.
O primeiro capítulo – que tem os intelectuais como foco – busca localizar as diferentes
abordagens sobre o assunto, procurando conceituar o termo, percorrer a história de uma
15
possível tradição intelectual brasileira e, a partir de então, identificar os vínculos estabelecidos
entre intelectualidade e imprensa.
Já o segundo capítulo, mais voltado ao jornalismo, tem como objetivo central
investigar o amplo debate que se configurou em torno da cobertura cultural realizada pelos
veículos de comunicação.
As particularidades do suporte revista são estudadas no terceiro capítulo, que traça um
panorama do mercado de revistas brasileiras, sublinhando a trajetória das revistas culturais e
literárias.
No quarto capítulo, são feitos a apresentação e o resgate da história da revista Cult,
desde o seu surgimento, em 1997, até os dias de hoje. Esta parte do trabalho traz, além das
transformações mais significativas do veículo, informações sobre suas principais seções, uma
síntese com o perfil de seus leitores e uma reflexão sobre as condições para sua permanência
no mercado editorial.
O quinto capítulo apresenta os resultados da análise propriamente dita e recorre a duas
vertentes de investigação. A primeira procura verificar se as críticas impingidas ao
jornalismo cultural se sustentam quando aplicadas à Cult; já a segunda, busca comprovar e
analisar a relação da revista com o universo intelectual.
As conclusões da pesquisa aparecem em seguida, destacando os principais pontos da
análise e ponderando as informações recolhidas, pretendendo contribuir com a bibliografia
existente e fomentar o debate acerca da qualidade da cobertura jornalística na área cultural e o
papel que os intelectuais desempenham neste contexto específico.
16
CAPÍTULO I – IMPRENSA E INTELECTUALIDADE
“O intelectual é um homem público: nada é sem aqueles que o escutam”
Louis Boudin
Sobre imprensa e intelectualidade é possível abordar quase uma infinidade de
aspectos. Suas relações são múltiplas e extraordinariamente variadas. Não apenas porque seu
instrumento fundamental – a palavra e suas estratégias discursivas verbais – seja comum, mas
porque no processo de desenvolvimento histórico e institucional do campo jornalístico
encontram-se intelectuais intimamente ligados à consolidação do mesmo, o que revela
interações mútuas entre ambos os universos que, por vezes, chegam a se confundir.
A história do jornalismo (SODRE, 1966; BAHIA, 1990) mostra que, assim como em
outros países, o periodismo brasileiro nasceu ligado à literatura e à política. A presença de
intelectuais, portanto, remonta à fase inicial da imprensa. Eles freqüentaram as páginas de
nossos veículos, atuando, muitas vezes, como agentes dos processos de revolução social.
No contexto da sociedade moderna, a intelectualidade se constituiu em esfera social
difundida e incorporada ao cotidiano através da descoberta da imprensa, no século XVI, e
de seu aperfeiçoamento, no século XVIII. A adequação da tecnologia à produção e
distribuição, em escala industrial, de livros, revistas, jornais e veículos similares converteu
estes suportes em portadores legítimos dos textos de intelectuais que vislumbraram no
jornalismo a conquista de um espaço que teria a competência de ampliar seu público e o
reconhecimento coletivo de sua atividade.
Assim, compreender o que se entende por “intelectuais” torna-se ponto de partida para
este estudo, uma vez que é a análise de sua participação em publicações especializadas em
assuntos culturais o principal objetivo deste projeto.
Neste capítulo, buscamos investigar as diferentes abordagens sobre o assunto,
procurando conceituar o termo e, a partir de então, identificar os vínculos estabelecidos
entre intelectualidade e imprensa. Em outras palavras: “Quem são os intelectuais?”,
“Qual a sua origem?”, “O que eles representam para a sociedade?”, “Quais seus
mecanismos de inserção e legitimação no sistema coletivo?”, “Qual a sua função?”,
“Que papel desempenham no espaço midiático brasileiro?” – essas e outras são as
perguntas às quais procuraremos responder por meio de idéias que serão apresentadas e
discutidas ao longo do texto.
17
1. Quem são os intelectuais?
Conforme Boudin (1971, p.150), “são intelectuais os sofistas pelo que respeita a
Platão, os enciclopedistas pelo que respeita a Rousseau, os ideólogos pelo que respeita a
Marx, os professores pelo que respeita a Nietzsche etc”.
Mas, afinal, o que há em comum entre essas figuras?
Boudin (1971, p.142) acredita que, independentemente do local de origem, em todas
as épocas, o intelectual distinguiu-se dos outros homens pelo seu modo de vida: “o gosto
pelos livros começa por singularizá-lo e torná-lo uma espécie à parte na sociedade econômica.
A natureza do seu trabalho isola-o igualmente: o pensamento, a escrita, exigem sempre
recolhimento, por vezes até solidão”.
Ao caracterizá-los, Sirinelli (1996, p.214) diz que a história política dos intelectuais
passa inevitavelmente pela pesquisa, longa e ingrata, e pela gênese, circulação, transmissão e
interpretação de textos, especialmente os textos impressos, primeiro suporte dos fatos de
opinião.
Em seu clássico estudo Os intelectuais e a organização da cultura, Gramsci (1978,
p.346) vai mais longe ao afirmar que “todos os homens são intelectuais [...], mas nem todos os
homens têm na sociedade a função de intelectuais”. Para ilustrar sua idéia, o filósofo italiano
sugere: “assim também não se pode dizer que, pelo fato que cada um, em certas alturas, frite
dois ovos ou cosa um rasgão do casaco, todos são cozinheiros ou alfaiates”. Eis a chave do
problema. Segundo ele, “se se pode falar de intelectuais, não se pode falar de não-intelectuais,
porque não existem não-intelectuais”.
[...] a relação entre esforço de elaboração intelectual-cerebral e esforço
muscular-nervoso nem sempre é igual; têm-se portanto diversos graus de
atividade específica intelectual. Não há atividade humana da qual se possa
excluir qualquer intervenção intelectual, não se pode separar o “homo
faber” do “homo sapiens” (GRAMSCI, 1978, p.346).
Na realidade, quando se distingue entre intelectuais e não-intelectuais, tem-se em
conta a direção em que se apóia o peso maior da atividade profissional específica – se na
elaboração intelectual ou no esforço muscular-nervoso. A questão, no entanto, é um
pouco mais complexa, sendo difícil determinar com precisão as linhas divisórias desse
grupo.
As acepções dadas ao termo são as mais diversas possíveis. Elas variam desde a mais
ampla, que abarca todos os que se dedicam a ocupações não-manuais; passam por uma
18
definição um pouco mais seletiva, que engloba apenas os criadores e os mediadores culturais,
ou seja, aqueles que contribuem diretamente para a criação, transmissão e crítica de idéias
(escritores, jornalistas, artistas, cientistas, filósofos, professores, pensadores religiosos,
teóricos sociais etc.); e culminam na significação mais estrita de todas, que toma por
intelectuais somente os indivíduos compreendidos num grupo muito menor daqueles, baseada
na noção de engajamento.
2. A origem e a função dos intelectuais na sociedade
Historicamente, para alguns pesquisadores (BOTTOMORE, 1974, p.64), os
primeiros intelectuais têm sua origem associada à noção de “classe instruída” ou “elite
governante”. Assim, na China, os literati formaram, durante longos períodos, um estrato
dirigente desse tipo, que, de acordo com Max Weber, surgiu da educação de leigos de
boas maneiras. Não se tratava de um grupo hereditário ou exclusivista, pois o acesso a
eles se dava através de competição em um exame público. Porém, na prática, este grupo
era em grande parte recrutado dentre importantes famílias feudais, e, mais tarde, dos
estratos sociais mais altos (inclusive de uma grande proporção de famílias de altos
funcionários). Na Índia existia uma situação semelhante, no sentido de os brâmanes
constituírem-se num estrato dominante da sociedade; mas existem importantes diferenças
em relação ao caso da China, pois os brâmanes formavam uma casta hereditária, e seu
treinamento era religioso, não literário. Por outro lado, nas sociedades feudais européias,
os sacerdotes ocupavam uma posição de menor domínio; só com o colapso do feudalismo
é que eles começaram a assumir um papel social mais significativo.
Boudin (1971, p.29) acredita que o intelectual nasce com as universidades, pois
“foram elas que deram ao espírito humano um modo duradouramente organizado de
formação, de expressão e de propagação”. No século XVII, portanto, ao se falar de
cultura, já não se pensava em erudição, mas sim em educação.
De acordo com Jacoby (2001, p.137), contudo, “a questão pode estar menos em
saber desde quando existem eruditos e escribas e mais em quando começaram a se unir e a
adquirir consciência de si próprios como grupo – e fama”, e isso aconteceu mais
recentemente, na Europa e na Rússia do fim do século XIX.
19
A experiência russa é reveladora, porque legou não apenas uma palavra,
intelligentsia 4, como debates densos e instrutivos. Críticos, romancistas
e revolucionários que compunham essa intelligentsia desempenharam
um papel decisivo ao longo de todo o século XIX e o início do século
XX. [...] Para Struve, a intelligentsia russa distinguia-se mais por sua
“força ideológica e política” e “sua alienação e sua hostilidade em
relação ao Estado”, assim como sua “irreligiosidade” [...] (JACOBY,
2001, p.138).
[...] na França, onde a palavra “intelectuais” surgiu durante o Caso
Dreyfus, os intelectuais efetivamente revelavam-se críticos do Estado e
da sociedade, quase sempre como socialistas e marxistas. A história do
surgimento dos intelectuais durante o caso Dreyfus tem sido contada com
freqüência. Deu lugar a esse locus classicus dos intelectuais, a carta
aberta de Émile Zola, “J’accuse”, que clamava por verdade e justiça, e
terminava com uma série de acusações ao Estado e seus representantes
(JACOBY, 2001, p.138).
“O Caso Dreyfus assistiu, assim, ao nascimento da moderna concepção do intelectual
comprometido como membro de um grupo, formado por escritores, artistas e os que viviam
do próprio intelecto” (CAHM apud JACOBY, 2001, p.139).
O crescimento das universidades, associado à difusão do conhecimento humanístico,
tornou possível a formação de uma classe intelectual que não constituía uma casta
sacerdotal, que até certo ponto estava desligada das doutrinas dominantes da sociedade
feudal. Essa classe produziu os pensadores do Iluminismo. Particularmente na França, os
intelectuais estabeleceram-se como críticos da sociedade opondo-se à classe dominante e à
Igreja do ancien régime. É nesse papel, de críticos da sociedade, que os intelectuais passam
a ser considerados.
Alguns estudiosos, no entanto, situam o aparecimento dos intelectuais em períodos
anteriores. Sartre (1994, p.21), por exemplo, diz que os intelectuais modernos são os netos dos
philosophes, os grandes pensadores. Aos philosophes ele reserva, pois, a condição de
precursores. Os filósofos aparecem assim como “intelectuais orgânicos” 5, no sentido que
Gramsci dá à palavra: “nascidos de classe burguesa, encarregam-se de exprimir o espírito
objetivo dessa classe”.
4
O termo intelligentsia apareceu nos anos 1800 (introduzido, segundo parece, por um romancista de importância
secundária, Boborykin) para designar um grupo de indivíduos que viviam, desde 1830-1840, à margem da élite
oficial. Professores sem cátedra, escritores e artistas sem meios, nobres sem posição, eclesiásticos sem benefícios
etc., esses “vagabundos da terra russa”, marcados pela influência do romantismo e do idealismo alemães, sentem
vivamente a condição de “humilhados e de ofendidos”, conforme o título de Dostoiévsky, dado aos seus
compatriotas (BOUDIN, 1971, p.80).
5
O “intelectual orgânico” é o máximo grau de consciência de um intelectual sobre a sua própria situação na
sociedade (GONZALEZ, 1982, p.94).
20
Homens da lei como Montesquieu, homens das letras como Voltaire e
Rousseau, matemáticos como D’Alembert, eles foram, como todos os
intelectuais depois deles, “especialistas do saber prático”. Não foram
guardiões de uma ideologia, como os clérigos em relação ao cristianismo, até
o século XV os verdadeiros donos do saber em uma sociedade agrária em que
barões e camponeses eram iletrados. Os “filósofos” foram os “especialistas do
saber prático” em um mundo que se caracterizava pela dessacralização em
todos os setores. Foram, portanto, os primeiros a cometer esse “excesso” que
constitui os intelectuais, aplicando a razão e as regras do método científico
para a crítica da sociedade do seu tempo, ou seja, para outros fins que não os
do seu próprio campo de atividade (SARTRE, 1994, p.7).
Ele considera os filósofos como intelectuais de uma época de ouro; uma condição
impossível para os que vieram depois. Para Sartre, diferentemente dos precursores, o
intelectual moderno é um homem-contradição.
[...] o intelectual é o homem que toma consciência da oposição, nele e na
sociedade, entre a pesquisa da verdade prática (com todas as normas que ela
implica) e a ideologia dominante (com seu sistema de valores tradicionais).
Essa tomada de consciência – ainda que, para ser real, deva se fazer, no
intelectual, desde o início, no próprio nível de suas atividades profissionais e
de sua função – nada mais é que o desvelamento das contradições
fundamentais da sociedade, quer dizer, dos conflitos de classe e, no seio da
própria classe dominante, de um conflito orgânico entre a verdade que ela
reivindica para seu empreendimento e os mitos, valores e tradições que ela
mantém e que quer transmitir às outras classes para garantir sua hegemonia
(SARTRE, 1994, p.30-31).
Não se pode perder de vista que os intelectuais modernos vivem no contexto da
sociedade capitalista. Quer dizer, todos vendem suas forças de trabalho – mesmo tendo em
conta que sua força de trabalho produz basicamente idéias – e, em função disso,
encontram-se na condição de trabalhadores assalariados, produtores, portanto, de maisvalia. Eles têm, então, uma situação profundamente contraditória, uma vez que, por um
lado, pertencem à superestrutura ideológica da sociedade na medida em que trabalham
com idéias, com valores, com teoria do conhecimento, com ideologias; por outro lado,
fazem parte da infra-estrutura econômica do modo de produção capitalista-monopolista,
isto é, eles são uma força produtiva.
Desta forma, por ser intelectual e por ser de classe média, o intelectual moderno tem
uma grande tarefa histórica. Tem que se colocar contra o humanismo burguês; tem que
reconhecer que a universalidade não está pronta, está por se fazer. Mas, assim como não pode,
por força de sua situação de classe, tornar-se um “intelectual orgânico”, também não pode
assumir nenhum mandato. Trata-se de um ser dividido: um pesquisador e um servidor da
21
hegemonia. Alguém dilacerado entre as exigências da universalidade presentes na prática da
pesquisa e os particularismos sociais, econômicos e culturais que condicionam a sua atividade
e a sua própria vida. Sua contradição maior, portanto, está no universalismo de sua profissão e
no particularismo da classe a qual pertence:
[...] suspeito às classes trabalhadoras, traidor para as classes dominantes,
recusando sua classe sem jamais poder se livrar totalmente dela, até nos
partidos populares ele reencontra, modificadas e aprofundadas, suas
contradições; até nesses partidos, se neles entrar, ele se sente ao mesmo
tempo solidário e excluído, já que ali continua em conflito latente com o
poder político; inassimilável em todos os lugares. Sua própria classe não o
quer, assim como ele não a quer, mas nenhuma outra classe se abre para
acolhê-lo (SARTRE, 1994, p.51).
Não se pode dizer, porém, que Sartre apresenta uma visão pessimista do intelectual.
Ao final, percebe-se que o intelectual que ele nos apresenta pode ter alguma esperança se
assumir de modo pleno a contradição que o constitui. Na verdade, a sua contradição é a sua
função. E a sua função é, no fim das contas, o conhecimento. Ao tomar consciência de si, de
sua contradição, o intelectual é levado a um caminho que todos podem, depois dele, refazer.
Sartre reserva para os intelectuais uma missão de grandeza, talvez a mais nobre das missões, a
de exprimir a sociedade para si própria.
Nem todos os autores, todavia, têm essa visão romântica sobre a atuação social dos
intelectuais. Barros (1977, p.7), por exemplo, acredita que “a tarefa básica da camada
intelectual numa sociedade de classes é soldar a hegemonia ético-política da classe
dominante”.
Quando se afirma que a função intelectual – neste período e após ele – é
soldar a hegemonia da classe dominante, se afirma exatamente isso: que
mesmo antes de a classe dominante tornar-se dominante politicamente, uma
camada intelectual, cujos interesses objetivos eram idênticos aos interesses
desta nova camada social que estava surgindo, tornou as idéias que
interessavam a esta camada social emergente (no caso a burguesia comercial
e posteriormente a burguesia industrial) hegemônicas na sociedade
(BARROS, 1977, p.9).
Para justificar sua colocação, ele demonstra que foi a produção intelectual – no campo
da ciência do conhecimento, da natureza e do Estado – quem tornou hegemônica na sociedade
a classe burguesa, que através desta mesma hegemonia ético-política e do controle dos meios
de produção acabou, num prazo histórico relativamente curto, assenhorando-se do poder
estatal, estabelecendo aquilo que se pode chamar a sua “ditadura de classe”, no caso, a
22
democracia liberal. Este fato, na opinião de Barros (1977, p.16), “permite perceber qual é a
função do intelectual numa sociedade, quando ele se alinha à classe ascendente, à classe que
disputa a hegemonia e a dominância estatal com as velhas classes dominantes”.
Tal colocação leva-nos a refletir sobre uma questão que Gramsci (1978, p.343)
apresenta: “os intelectuais são um grupo social autônomo e independente ou cada grupo social
tem uma categoria própria especializada de intelectuais?”. O problema, como ele mesmo
expõe, é complexo pelas várias formas que o processo histórico real de formação das diversas
categorias intelectuais assume. Mesmo assim, ao expor uma possível resposta para seus
questionamentos, o filósofo tende a aceitar a segunda resposta. Isto porque ele defende a idéia
de que, historicamente, categorias especializadas são formadas para o exercício da função
intelectual em conexão com todos os grupos sociais, mas especialmente em conexão com os
grupos sociais dominantes, sendo que uma das características mais relevantes de cada grupo
que se desenvolve para o domínio é a sua luta pela assimilação e pela conquista “ideológica”
dos intelectuais tradicionais, assimilação e conquista que é tanto mais rápida e eficaz quanto
mais esse grupo elabora simultaneamente os próprios intelectuais orgânicos (GRAMSCI,
1978, p.347).
Na civilização moderna, todas as formas de trabalho se tornaram tão complexas e as
ciências se mesclaram de tal modo à vida, que toda atividade prática tende a criar uma escola
para os próprios dirigentes e especialistas e, conseqüentemente, tende a criar um grupo de
intelectuais especialistas de nível mais elevado, que ensinam nestas escolas. A escola passa a
ser, portanto, o instrumento para elaborar os intelectuais de diversos graus.
A complexidade da função intelectual nos diversos Estados pode medir-se,
objetivamente, pela quantidade de escolas especializadas e pela sua
hierarquização: quanto mais extensa é a “área” escolástica e quanto mais
numerosos os “graus verticais” da escola, tanto mais complexo é o mundo
cultural, a civilização de um determinado Estado (GRAMSCI, 1978, p.347).
Deste modo, a atividade intelectual se torna importante sobretudo na produção
(surgimento de novas especialidades) e na reprodução (expansão horizontal de especialidades
já conhecidas) da mão-de-obra. De tal maneira que se pode dizer que a escola e a universidade
existem para qualificar mão-de-obra. Isto é, para que a mão-de-obra qualificada venha a se
transformar em força produtiva mais eficaz.
Este sistema educacional, como denuncia Bottomore (1974, p.112), na maioria das
sociedades ocidentais, funciona como instrumento de distinção. Ele não só consolida a
separação entre dirigentes e dirigidos como também mantém viva toda a ideologia de
23
domínio 6 na medida em que destaca a seleção de indivíduos excepcionais para posições de
elite 7, bem como as recompensas em rendimentos e status para os êxitos escolares, em vez da
elevação do nível geral de educação para toda a comunidade.
Neste processo, como se pode ver, a elaboração dos grupos intelectuais não se dá
sobre um terreno democrático abstrato, mas segundo processos históricos tradicionais muito
concretos. É exatamente isso que defende Bourdieu (2002) quando apresenta sua teoria sobre
a sociologia dos campos 8. Suas análises das atitudes e das práticas culturais se baseiam na
noção de habitus, termo que designa um sistema estável de disposições a perceber e agir, que
contribui para reproduzir uma ordem social estabelecida em suas desigualdades.
A sociedade ou a “formação social” é definida como um sistema de relações de força e
sentido entre grupos e classes onde o poder simbólico é um poder invisível que só pode ser
exercido com a cumplicidade daqueles que não querem saber que lhe estão sujeitos ou mesmo
que o exercem. Esse poder, como afirma Bourdieu (2002, p.9-14), não está nos sistemas
simbólicos em si, mas nas mãos dos agentes, como “coisa em jogo” nas suas relações de
domínio e subordinação. É uma “propriedade do agente”, e quanto maior o volume e a
qualidade do seu capital simbólico, maior o seu prestígio, legitimidade e distinção social.
Na concepção de Bourdieu (1970, p.99-104), o campo cultural constitui-se em
diferentes sistemas simbólicos e abrange dois campos básicos: o intelectual (científico,
filosófico, político-jurídico, educacional) e o artístico, os quais compreendem o campo erudito
propriamente dito.
A história social desses campos – intelectual e artístico – e das suas autonomizações
resulta da ação histórica de seus agentes na luta pela circunscrição de uma área distinta de
6
Mosca (apud BOTTOMORE, 1974, p.10) explica o domínio da minoria sobre a maioria pelo fato daquela ser
organizada: “[...] o domínio de uma minoria organizada, obedecendo ao mesmo impulso, sobre a maioria
desorganizada, é inevitável. O poder de qualquer minoria é irresistível ao se dirigir contra cada um dos membros
da maioria tomado isoladamente, o qual se vê sozinho face à totalidade da minoria organizada. Ao mesmo
tempo, a minoria é organizada exatamente por ser uma minoria” – e também pelo fato da minoria ser geralmente
composta de indivíduos superiores – “[...] os membros de uma minoria dominante sempre possuem um atributo,
real ou aparente, que é altamente valorizado e de muita influência na sociedade em que vivem”.
7
A palavra “élite” era empregada no século XVII para designar produtos de qualidade excepcional. Seu
emprego foi posteriormente estendido para abranger grupos sociais superiores, tais como unidades militares de
primeira ordem ou os postos mais altos da nobreza. Na língua inglesa o primeiro uso conhecido de “elite”, de
acordo com o Oxford English Dictionary, data de 1823, quando já era aplicado para referir-se a grupos sociais
(BOTTOMORE, 1974, p.7-8). Atualmente o termo é usado para referir-se a grupos funcionais, sobretudo
ocupacionais, que possuem status elevado (por uma razão qualquer) em uma sociedade (idem, ibidem, p.15).
8
A teoria de Bourdieu trabalha com uma noção fundamental do pensamento marxista – a de que as instituições
existentes nas diferentes esferas da sociedade não apenas coexistem, mas estão interligadas umas com as outras por
relações de concordância ou contradição e afetam-se mutuamente. Ao mesmo tempo, rejeita o conceito marxista de
“classe dominante” propondo a idéia de “campo” para substituí-lo. Trata-se de uma definição mais flexível que
nega a existência de uma classe dominante estável e fechada, ao demonstrar que a maioria das sociedades, e
especialmente as sociedades industriais contemporâneas, caracteriza-se pela contínua circulação de suas elites.
24
atividades daquelas econômica, política e religiosa: libertação do jugo do Estado e da Igreja;
formação de um público próprio; profissionalização dos seus agentes; especialização de suas
práticas e obras; formação de instâncias legitimadoras particulares; criação de uma tradição de
conhecimento própria; delimitação de uma área de jurisdição formal e estética exclusiva;
afirmação, por oposição ao crescimento de um mercado de bens culturais industrializados, de
uma irredutibilidade de suas práticas e obras à condição de mera mercadoria; singularização
da condição de intelectual e artista na sociedade, baseada na “ideologia” da “arte pela arte” ou
da criação desinteressada e “inata”.
Para o sociólogo, o campo erudito é relativamente bem-sucedido, na medida em que
possui sua própria estrutura, hierarquia, lógica, normas, instâncias de consagração, agentes
especializados, público restrito próprio e um grau significativo de autonomia.
Na condição de estrutura, o autor o define como um “sistema baseado nas relações
entre produção, reprodução e difusão de bens simbólicos” (BOURDIEU, 1970, p.105). É um
campo relativamente fechado, cujas obras destinam-se basicamente a um público de
produtores. Por ter seus exclusivos critérios e instâncias legitimadoras, ele produz distinções
propriamente culturais, relativas a uma dada etapa da busca de temas, técnicas e estilos que
são dotados de valor na economia específica do campo. Deste modo, é a própria lei do campo
que envolve os intelectuais e os artistas na dialética da distinção cultural.
O campo cultural erudito não está imune ao exercício de uma função social políticoideológica, qual seja, a de distinção social. O fato de conter critérios e instâncias próprias de
legitimação e consagração de natureza particularmente cultural, de abranger um círculo
restrito de produtores e consumidores, de requisitar o domínio de um código sofisticado de
deciframento das suas obras, de limitá-las em termos de circulação e acesso, tornando-as
“raras”, de exigir um habitus a priori cultivado em certas condições familiares, escolares e
profissionais, exclui um público considerável do seu âmbito.
A existência deste campo se deve, portanto, à existência de agentes socialmente aptos
a ocuparem seus postos, os quais, segundo Bourdieu, são originários das classes dominantes.
A prática realizada no seu interior só é possível devido à internalização de um habitus
compatível com as propriedades e exigências internas do campo. Isso explica a “harmonia
quase miraculosa” entre a competência dos agentes que o integram (socialmente adquirida) e
as posições que vêm ocupar dentro do campo (BOURDIEU, 1970, p.109).
Aplicando esses conceitos ao contexto da intelectualidade brasileira, temos como
modelo uma excelente apresentação de Antonio Candido no prefácio da obra de Sérgio
Miceli, Intelectuais e Classe dirigente no Brasil. Neste texto, Candido – também ele um
25
intelectual brasileiro da maior grandeza – revela de forma precisa as articulações que ocorrem
dentro do nosso universo intelectual:
Este estudo se filia à arriscada tendência contemporânea para a
desmistificação e as explicações por meio daquilo que está por baixo,
escondido da consciência e da observação imediata. Autodesmistificação, no
caso, porque tenta mostrar como os intelectuais (isto é, ele e nós)
correspondem a expectativas ditadas pelos interesses do poder e das classes
dirigentes. Em geral, filhos dos grupos dominantes nos vários níveis, ou da
classe média pobre e abastada, eles recebem na maioria uma vantagem de
berço que lhes facilita singularmente a vida e que eles procuram manter,
ampliar ou recuperar. Por outro lado, como são objeto de uma certa
sacralização, reivindicam para si critérios especiais de avaliação, que são
aceitos tacitamente como uma espécie de pacto ideológico (que Miceli
procura denunciar). Segundo esse pacto, são tratados como representantes do
“espírito” e por isso até certo ponto imunes de julgamentos que
comprometam a “nobreza” da sua ação. Eles próprios não querem ser apenas
desfrutadores, porque quase sempre acreditam com sinceridade no seu
estatuto peculiar; e assim se plasmam personalidades e categorias
extremamente curiosas. O intelectual parece servir sem servir, fugir mas
ficando, obedecer negando, ser fiel traindo. Um panorama deveras
complicado (CANDIDO apud MICELI, 2001, p.72).
Para aprofundar algumas das questões apontadas pelo pesquisador e compreender o
significado que a noção de intelectual assume e qual o seu espaço de ação política e simbólica
num país como o Brasil – em que as discrepâncias sociais chegam a níveis estratosféricos –,
no próximo tópico, desenharemos um esboço do percurso da tradição intelectual brasileira.
3. Intelligentsia brasileira
A formação de uma “inteligência brasileira”, a exemplo dos demais países, só podia
estar associada à sistematização do conhecimento. Segundo Santiago (1982, p.15),
historiadores contemporâneos julgam que sua origem se dá quando colégios são criados no
século XVI.
Em seu estudo sobre a constituição do campo intelectual e a formação das classes
dirigentes no Brasil, Miceli (2001, p.79) nos mostra que, num primeiro momento (que ele
nomeia de Primeira República), o recrutamento dos intelectuais “se realizava em função da
rede de relações sociais que eles estavam em condições de mobilizar e as diversas tarefas de
que se incumbiam estavam quase por completo a reboque das demandas privadas ou das
instituições e organizações da classe dominante”; já numa segunda fase, “a cooptação das
26
novas categorias de intelectuais continua dependente do capital de relações sociais, mas passa
cada vez mais a sofrer a mediação de trunfos escolares e culturais, cujo peso é tanto maior
quanto mais se acentua a concorrência no interior do campo intelectual”.
Destas asserções, conclui-se que a composição de uma “intelectualidade”, também em
nosso país, esteve sujeita às suas elites políticas e, da mesma forma, o sistema educacional
desempenhou um papel determinante como instrumento de distinção sócio-cultural.
A visibilidade do trabalho intelectual, entretanto, e as condições estruturais que
permitiram a sua profissionalização no Brasil desenvolveram-se paralelamente à massificação
dos meios de comunicação. Foi na imprensa que os intelectuais descobriram o meio
privilegiado para a sua ação.
[...] toda a vida intelectual era dominada pela grande imprensa, que
constituía a principal instância de produção cultural da época e que fornecia
a maioria das gratificações e posições intelectuais. Os escritores
profissionais viam-se forçados a ajustar-se aos gêneros havia pouco
importados da imprensa francesa: a reportagem, a entrevista, o inquérito
literário e, em especial, a crônica. [...] o êxito que alcançavam por meio de
sua pena poderia lhes trazer salários melhores, sinecuras burocráticas e
favores diversos (MICELI, 2001, p.252).
[...] Fosse pela colaboração nos prestigiosos O Estado de S. Paulo, Correio
Paulistano e Diário Popular – e/ou criando, dirigindo e colaborando num
órgão de veiculação, em especial uma revista – a práxis de trabalhos do
intelectual se revelava, conferindo-lhe visibilidade, situando-o na sociedade
já competitiva daquela virada de século (MARTINS, 2001, p.437).
Como observa Costa (2005, p.96), “num momento em que as universidades ainda não
concentravam a produção cultural do país, a maioria dos intelectuais era autodidata, formada
na vida e em centros de convergência, como a imprensa”. É neste período que surgiu e se
desenvolveu um tipo especial de intelectual: o jornalista-escritor 9, figura que resiste até hoje
em nosso panorama cultural.
Aliando jornalismo e literatura, os intelectuais encontraram no periodismo a
representação possível para suas carreiras híbridas. Além da imprensa, o magistério superior era
a única atividade que não constituía empecilho ao desempenho legal de outras funções públicas
remuneradas, privilégio de que se valeram diversos intelectuais (MICELI, 2001, p.214).
9
Nos dias de hoje, basta citar João Ubaldo Ribeiro, Luís Fernando Veríssimo, Zuenir Ventura, Carlos Heitor
Cony, Murilo Melo Filho, Bernardo Carvalho etc., que seguem uma tradição deixada por Machado de Assis,
José de Alencar, Euclides da Cunha, Almeida Garret, João do Rio, Carlos Drummond de Andrade, Rubem
Braga, Mário Quintana, entre os muitos outros que poderiam ser citados.
27
Em entrevista publicada na coletânea Desorganizando o consenso (HADDAD, 1998,
p.164), Conceição Tavares sugere que, “a partir de 1930 os intelectuais passaram a ser
respeitados como professores, como assessores ou até como críticos. Era preciso tê-los. Os
governos precisavam do saber e o intelectual comparece com ele”. Sobre essa relação da
intelectualidade com o poder institucional, Mota (1990, p.289-290) expõe o seguinte:
Que os intelectuais sempre estiveram integrados nos aparelhos de Estado –
participando portanto do estamento burocrático, conforme a crítica de R.
Faoro, no bloqueio às manifestações da “autêntica” cultura brasileira – não
padece dúvida. [...] Os “grandes intelectuais”, para usar a expressão de
Gramsci, estiveram nos cargos nobres, às vezes ainda com um pé na grande
propriedade paterna. Os representantes radicais provinham da classe média,
às vezes chegando a assessores de governadores e ministros, nos anos
quarenta, ou a ministros nos anos 50 e 60. Ou, quando menos, a professores.
Tomando como exemplo a experiência da capital paulista, segundo ele, a Revolução de 32
foi o sinal de alerta para a falta de quadros. E para formar tais quadros é que se criou a Escola
Livre de Sociologia, com inspiração teórico-metodológica norte-americana e com a presença de
figuras representativas da burguesia industrial no corpo docente (MOTA, 1990, p.99).
No mesmo período, em 25 de janeiro de 1934, fundou-se a Universidade de São Paulo,
que reunia a Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras e as outras escolas de nível superior já
existentes. Tratava-se da concretização de um sonho antigo do jornalista Júlio de Mesquita
Filho, proprietário de O Estado de S. Paulo. Como mostra Antonio Candido (1995, p.309), a
redação do jornal, já nos anos 20, era um centro literário e intelectual da cidade. Lá se
reuniam semanalmente cientistas e intelectuais e lá se configurou a idéia da criação de uma
universidade. No centro dessas conversas, estavam o diretor do jornal, Júlio de Mesquita
Filho, e Fernando de Azevedo, professor da Escola Normal, crítico e articulista do jornal.
Conforme Antonio Candido (1995, p.309), Mesquita e Azevedo decidiram, sob
protestos e resistências, que seria preciso buscar na Europa os professores. “Os criadores da
universidade eram homens ligados à elite social e intelectual, mas infensos ao totalitarismo”,
acentua o professor. Isso porque estabeleceram um critério importante para a seleção: para as
ciências humanas e filosofia, que envolvem questões de ideologia, deveriam ser indicados
professores franceses, já que a França era uma democracia e a Itália e Alemanha estavam sob
regimes totalitários. Da Alemanha foram contratados professores de Química e Ciências
Naturais. Da Itália, professores de Matemática, Física, Mineralogia, Geologia, Grego e
Literatura, mas apenas cientistas incompatibilizados com o regime.
28
Para Mota (1990, p.38), nos quadros acadêmicos a escola mais inspirada do pensamento
sociológico e histórico está surgindo, com a colaboração de investigadores estrangeiros como
Charles Wagley e Roger Bastide, em torno de Florestan Fernandes 10 e Antonio Candido.
Vistos em perspectiva, pode-se dizer, aliás, que Florestan Fernandes e
Antonio Candido, ambos da Faculdade de Filosofia de São Paulo e exassistentes de Fernando de Azevedo, catedrático de Sociologia e autor de A
Cultura Brasileira, representam em áreas distintas (Sociologia, Antropologia
e História, Florestan; Sociologia, Antropologia e Teoria Literária, Antonio
Candido) os dois principais pesquisadores que dão o elo intelectual entre a
geração dos antigos catedráticos (Fernando de Azevedo, Cruz Costa, Sérgio
Buarque de Hollanda) e a nova, representada por Octávio Ianni, Fernando
Henrique Cardoso, Roberto Schwarz, Maria Sylvia C. Franco, Juarez Lopes,
L. A. Costa Pinto, Emília Viotti da Costa, J. A. Gianotti.
As duas instituições – a Universidade de São Paulo e a Escola Livre de Sociologia –,
juntamente com o jornal O Estado de S. Paulo, formavam um tripé de sólido enraizamento
cultural e político: uma, com preocupação acentuadamente técnica, voltada para os EUA;
outra, com vocação vincadamente teórico-metodológica, mais vinculada à França. Mas ambas
no bojo de um processo de renovação e formação de quadros culturais e políticos (MOTA,
1990, p.99).
Ao investigar a raiz social dessa intelligentsia em formação, estudos como os de
Carlos Guilherme Mota (1990) e Sérgio Miceli (2001) levam-nos a esbarrar com os
mesmíssimos “filhos da aristocracia do café”, comprovando que o elitismo marca as linhas de
arregimentação dos quadros universitários desde seu surgimento.
No entanto, apesar dos intelectuais estarem intimamente ligados com os grupos políticos
e econômicos hegemônicos, como vimos anteriormente, eles são chamados a desempenhar um
papel social que extrapola sua condição de classe. Ou seja, sua obra tem a possibilidade de
assumir uma função “esclarecedora”, até mesmo “libertadora”. Trata-se da “situação
contraditória” revelada por Gramsci que faz com que uma parcela da intelectualidade tome para
si uma missão transformadora da realidade social a partir da proposta de engajamento.
10
De acordo com Carlos Guilherme Mota (1990, p.186), “observada a produção cultural dos anos 50 e 60, a obra
de Florestan surge como espécie de fio condutor, por trazer sempre ativa – dado essencial de sua postura – a
preocupação com o papel do intelectual numa sociedade em mudança. Através de seus escritos sobre o tema,
pode-se perceber traços da curva de um processo de tomada de consciência: numa era de reformismo
desenvolvimentista (a cujas seduções não cedeu), em que luta não só na campanha pela Escola Pública, mas –
sobretudo – pela implantação de novos padrões de trabalho científico (data-base: 1958); em que analisa as
opções do cientista social numa era de revolução social (data-base: 1960); em que diagnostica a “revolução
brasileira” e os dilemas dos intelectuais (data-base: 1965)”.
29
Isso talvez justifique o interesse de nossa intelligentsia pelos movimentos culturais
populares 11 e sua atração pela ideologia dos sistemas políticos revolucionários.
Depois de 1930 uma larga camada da pequena burguesia intelectualizada
começou a se interessar pela Rússia, e na classe operária as atividades
sindicais, então em pleno florescimento, levavam naturalmente a um
interesse pelos problemas da política operária mundial, e também aqui, em
primeiro lugar, pela Rússia. [...] De maneira que lá por 33-34, qualquer
sentimento renovador mais enérgico levava logo à idéia de Rússia. Os jovens
intelectuais que desejavam alguma coisa a mais do que simplesmente ter
simpatia, passavam da idéia de Rússia à de Terceira Internacional e daí à
Juventude e ao Partido Comunista ilegal, ou como membro militante ou
então, o caso mais freqüente, agindo com uma maior liberdade dentro da
esfera de influência da seção brasileira (MOTA, 1990, p.122).
Não se pode esquecer que a primeira metade do século XIX foi caracterizada como uma
“era de catástrofes” – conforme classificação de Hobsbawm (1995) –, “marcada pelas duas
grandes guerras, pelas ondas de revolução global em que o sistema político e econômico da
URSS surgia como alternativa histórica para o capitalismo e pela virulência da crise econômica
de 1929”. Assim, o momento que o país vive no pós-guerra consolida o envolvimento do
intelectual com a realidade e, segundo Faro (1982, p.85), “essa tomada de consciência teria
como marco o I Congresso Brasileiro de Escritores realizado em São Paulo, em 1945”.
De acordo com o pesquisador, a partir dessa conjuntura política, criou-se com nitidez
um divisor de águas na história da cultura contemporânea no Brasil, em que a perspectivação
política passa a estar presente nos diagnósticos sobre a vida cultural.
O I Congresso Brasileiro de Escritores marca, a rigor, uma nova etapa no
comportamento deste setor da intelectualidade brasileira. Novo momento, na
medida em que toma forma orgânica uma questão latente em nossas letras, a
questão da eficácia transformadora da palavra. O engajamento do escritor será
assim a tônica do período que se inicia. E se levarmos em conta a questão
nacional colocada na pauta da política brasileira nos anos 50, o divisor de
tendências em que ela se torna, fica mais fácil compreender porque o pósguerra apenas intensifica as linhas até agora indicadas (FARO, 1982, p.87).
O manifesto do Congresso é nítido: à cultura – e conseqüentemente às pessoas
envolvidas nos seus processos de produção e difusão, isto é, aos intelectuais – caberia o
11
Aqui, é importante destacar que o termo popular não está sendo empregado meramente no sentido em que é
usado de forma mais freqüente quando articulado à indústria cultural, referindo-se a processos de manipulação e
cooptação das culturas populares. Antes, busca-se incorporar ao termo as perspectivas de Stuart Hall sobre a
complexidade desse campo social delimitado pelo popular, sobre as ambigüidades teóricas do termo, bem como
suas advertências de que uma visão estanque e instrumental da cultura possa nos conduzir à falsa noção de povo
como uma força meramente passiva. Sobre a discussão dos problemas teóricos e relações históricas articuladas
no conceito de “cultura popular”, foram consultados os trabalhos de Stuart Hall (1984), Peter Burke (1984),
Alfredo Bosi (1992), Dominic Strinati (1999) e Joseph Luyten (2003).
30
estudo, debate e solução dos grandes problemas do país e a defesa e amparo das classes que
até então haviam sido privadas de seus benefícios. Além disso, dissemina a idéia de que o
problema da democratização da cultura estava intimamente ligado ao da criação de uma
ordem social mais justa e mais humana. Como solução, apela à luta pela liberdade, ao voto
contra a censura, pela democracia e pela reforma educacional (FARO, 1982, p.86).
Nos anos 50, portanto, a tônica geral foi dada pela temática do nacionaldesenvolvimentismo, sendo que este período, na opinião de Mota (1990, p.154), fornece ao
analista da história das ideologias no Brasil “um campo de observação de extrema
complexidade e riqueza, uma vez que no seu transcorrer forjaram-se novas concepções do
trabalho intelectual, definiram-se novas opções em relação ao processo cultural, assim como
novas e radicais interpretações no tocante à ideologia da Cultura Brasileira”.
Uma década em que intelectuais ingressaram acadêmicos e
metamorfosearam-se em políticos: Darcy Ribeiro, Celso Furtado, disso
seriam bons exemplos, sobretudo este, intelectual “calvinista” (diria G.
Freyre) que entraria nos anos 60 refletindo sobre a pré-revolução brasileira
(MOTA, 1990, p.154).
Para Mota (1990, p.170), antes desse período de efervescência político-intelectual, o que
se percebe é que a intelectualidade brasileira não operava a partir de um “projeto próprio e
original”, mas “utilizava, sem transformá-los, os produtos acabados da indústria estrangeira”,
assim como “pensava, sem transformá-las, com as idéias prontas que lhe vinham de fora”. “Sua
cultura se reduzia à erudição, quer dizer, ao conhecimento livresco das culturas alheias”.
Nos anos sessenta, prossegue o historiador, mais uma vez, a postura não poderia
deixar de ser definida como radical:
[...] o colapso do populismo, o fim da era getuliana, a instalação de uma
ditadura militar, a abertura para a América Latina, a emergência de novas
constelações de intelectuais radicais abririam um novo quadro que
possibilitaria a avaliação da trajetória dessa tendência radical em se pensar a
produção cultural não dissociada da política, e penetrada por elementos
retirados da Antropologia, da História, da Sociologia, da Lingüística. E uma
profunda atenção para a dimensão ideológica de toda e qualquer produção
cultural (MOTA, 1990, p.132).
Essa situação, contudo, foi modificada. Ao fazer um balanço da situação do intelectual
contemporâneo, Conceição Tavares (1998, p.164) afirma que o papel dos intelectuais críticos
começou a se “desfazer” na década de 60, sendo que, no Brasil, tivemos uma sobrevida por
causa da luta contra a ditadura.
31
No início dos anos 1970, a cultura brasileira realmente vivia um momento delicado.
Ao menos quatro tendências básicas configuravam uma cena cultural complexa e paradoxal,
após o silêncio imposto ao rico debate político e cultural de 1968, pelo AI-5; o exílio e a
censura impingidos aos principais artistas e intelectuais; o crescimento notável dos meios de
comunicação de massa 12; a propaganda ufanista do regime militar; e a busca de novos espaços
e estilos de expressão cultural e comportamental. Apesar do regime militar controlar a
situação social e política do país, a perspectiva de abertura e a cultura de oposição cada vez
mais forte no seio da classe média, e mesmo das classes populares, estimulavam o debate
político na sociedade brasileira.
É bom lembrar que, ao longo dos anos 1970, a população universitária cresceria mais
de dez vezes 13 e, na sua maioria, era constituída por jovens egressos de famílias de classe
média, com um poder aquisitivo significativo. “O crescimento do número de universitários
alicerçou-se basicamente nas instituições privadas de ensino de terceiro grau. O estado
autoritário transferiu ao mercado e ao capital privado a tarefa da expansão do ensino superior
e também parte do ensino de primeiro e segundos graus” (REIMÃO, 1996, p.61). Também
neste período é importante sublinhar a expansão do setor editorial como um dos requisitos
institucionais que moldaram o perfil do campo intelectual.
Com o avanço e o enraizamento definitivo da indústria cultural na nossa sociedade,
paralelamente ao sucesso e ao reconhecimento de uma produção cultural considerada mais
sofisticada, da qual a MPB era o maior exemplo, os anos 1970 presenciaram a consolidação
de uma cultura de massa considerada popularesca 14, tida pela opinião pública mais
intelectualizada e pela crítica jornalística como próximas ao mau gosto. É claro que essas
classificações são passíveis de questionamento e devem ser tomadas com cuidado. Mas, de
uma forma ou de outra, traduzem a hierarquia cultural vigente na sociedade brasileira a partir
do final dos anos 1960. Não se trata da dicotomia tradicional entre “cultura erudita” e “cultura
popular”, mas da dicotomia entre “cultura de massa valorizada” e “cultura de massa
12
Como observa Reimão (1996, p.64), é curioso notar que foi só no pós-69, depois do início da implantação das
redes nacionais de televisão, que os intelectuais brasileiros abandonaram uma atitude laudatória em relação a
esse meio de comunicação de massa, passando a ser mais céticos. Resgatando Bosi (1992, p.321), a pesquisadora
destaca a seguinte passagem: “a atitude adesiva e até mesmo entusiástica, na década de 60, época áurea das
leituras sobre mass communication, passou a ser crítica a partir de 70”.
13
Consultar NAPOLITANO, Marcos. Cultura brasileira: utopia e massificação (1950-1980). São Paulo:
Contexto, 2004.
14
Para citar alguns exemplos, fazem sucesso nessa época os programas de auditório (Sílvio Santos, Chacrinha, Bolinha,
entre outros) e também o cinema popular hegemonizado pelas pornochanchadas e pelas comédias de tipo circense.
32
desvalorizada” (ou, respectivamente, midcult e masscult, conforme a classificação da
sociologia norte-americana que estudou o fenômeno 15).
Mesmo assim, não se pode considerar que o público era uma coisa só e que todos os
membros das classes urbanas tinham as mesmas preferências culturais ou que poderiam ser
classificados em categorias rígidas. Essas considerações são importantes para demonstrar que
o problema do gosto e do nível de consumo cultural é muito complexo e que a divisão no seio
da cultura brasileira deve ser analisada com cautela.
O fato é que, por diversos fatores e variáveis, constituiu-se neste período um território
complexo de uma indústria cultural, que já não era mais a cultura popular tradicional,
folclórica, nem uma cultura de massa com aspirações a ser uma cultura de elite. A tentativa de
compreender esse novo sistema cultural dividiu os intelectuais em correntes distintas.
Apocalípticos e integrados (1976), título da obra de Umberto Eco, bem resume a clivagem
que separou detratores e partidários da cultura de massa. Apocalípticos, os que viram nesse
novo fenômeno uma ameaça de crise para a cultura e para a democracia. Integrados, os que se
rejubilaram com a democratização do acesso dos “milhões” a essa cultura do lazer.
A polarização desse debate caminhou para um outro. Da discussão sobre a cultura de
massa partiu-se à questão da sociedade de massa, que, na perspectiva dos intelectuais
integrados, é assimilada ao fim da sociedade de classes e das lutas de classe. Do debate sobre
a natureza da sociedade de massa, encarnado pela democracia industrial ocidental, seu bemestar e seu crescimento, o cientista político Shils evoluiu, nos anos 70, para um debate sobre o
fim das ideologias e o crepúsculo dos intelectuais engajados.
O sociólogo que se revelou mais constante nessa linha de pensamento sobre o fim das
ideologias foi Daniel Bell, um dos primeiros a atacar os críticos radicais da época, como Mac
Donald, cujas convicções trotskistas em sua juventude partilhou, apontando a inelutável
contradição que os ameaça: estarem condenados a se exaltar contra as manifestações da cultura
e da sociedade de massa, ao mesmo tempo em que estão obrigados, pela própria estrutura do
sistema em que vivem, a trabalhar para essa indústria da cultura. Desde 1962, Daniel Bell
acerta suas contas com a ideologia numa obra de título explícito, The End of Ideology.
15
Nos anos 50 e início dos 60, alguns autores norte-americanos marcaram a discussão sobre o tríptico: indústria
cultural, cultura de massa e sociedade de massa. Entre eles, destacam-se Dwight Mac Donald, Edward Shils e
Daniel Bell. Ex-trotskista, Mac Donald forja, com base na abreviação Proletkult, os novos termos Masscult e
Midcult, para criticar a cultura de massa e a vulgaridade intelectual de seus consumidores, vendo como única
maneira de escapar a isso a elevação do gosto literário. Edward Shils, ao contrário, vê no advento dessa nova
cultura uma garantia de progresso. Dessa polêmica resulta uma concepção tripartite de cultura que os diversos
autores partilham, não obstante identificarem os termos de maneira diferente.
33
4. Onde estão nossos intelectuais?
São diversos os estudos que têm avaliado a trajetória dos intelectuais nas sociedades
contemporâneas. Muitos deles, como a obra do sociólogo Frank Furedi, autor de Where Have
All the Intellectuals Gone?, constituem-se em afiadas críticas ao modo como a vida intelectual
se degradou nos últimos tempos, dentro e fora do mundo acadêmico.
Furedi não é o único. Segundo Jacoby (2001, p.139), ao longo do século XX, os
intelectuais migraram para instituições, tornando-se especialistas e professores. Em sua obra
O fim da utopia, o autor fala em “eclipse do utopismo entre os intelectuais”.
O destino de toda visão utópica está vinculado ao destino dos intelectuais,
pois se em algum momento a utopia pode sentir-se em casa, é entre os
pensadores independentes e nos cafés por eles freqüentados. Na medida em
que estes já não existem, a visão utópica esmorece. [...] Haveria uma
afinidade entre a utopia e os intelectuais independentes? E se os intelectuais
se transferiram dos antigos antros para as salas de conferências e seminários,
o que terão ganhado ou perdido com isto? (JACOBY, 2001, p.139-140).
A antiga visão dos intelectuais como seres independentes e desenraizados cede lugar a
uma visão dos intelectuais como dependentes e vinculados ou institucionalizados.
Simplificando, poderíamos dizer que antes os intelectuais eram marginais
que queriam se integrar. Hoje são integrados que se fingem de marginais –
uma alegação que só pode ser sustentada transformando a marginalidade
numa pose. Não é tudo, mas resume boa parte da situação. A outra parte está
no reconhecimento e mesmo na celebração de sua nova posição de
integrados, como profissionais de carreira. São duas reações ao mesmo
processo. Ambas significam o eclipse de uma antiga realidade – que na
verdade sempre foi em parte mitológica – do intelectual independente
(JACOBY, 2001, p.153).
Apesar de se tratar de um estudo sobre a intelectualidade norte-americana, ao
transportar tais idéias para a situação brasileira, veremos que as conclusões a que ele chegou
condizem com a nossa realidade.
De acordo com ele, criados nas ruas e cafés da cidade antes da era das enormes
universidades, os intelectuais da “última” geração escreviam para o leitor educado. “Foram
suplantados pelos intelectuais high-tech, por consultores e professores – almas anônimas, que
podem ser competentes e até mais que competentes, mas que não contribuem para a vida
pública”. Os intelectuais mais jovens, cujas vidas se desenvolveram quase inteiramente nos
campi, se dirigem aos colegas de profissão, mas são inacessíveis e desconhecidos para as
34
outras pessoas. Este é o perigo e a ameaça. A cultura pública depende de um grupo cada vez
menor de intelectuais mais velhos que dominam o vernáculo.
Aqui é importante destacar que, quando Jacoby julga a situação dos intelectuais da
nova geração, ele não deixa de fazer uma mea culpa:
Quando digo “eles” ou “os intelectuais mais jovens”, quero dizer “nós”.
Quando me refiro à geração “ausente”, estou discutindo a minha própria
geração. Quando questiono as contribuições acadêmicas, estou examinando
os escritos de meus amigos e os meus próprios. Tenho artigos publicados em
revistas acadêmicas e um livro editado por uma editora universitária. Leio
monografias e periódicos acadêmicos. Adoro bibliotecas universitárias,
estantes sem fim, imensas salas de periódicos. Lecionei em várias
faculdades. Nem por um momento pretendo ser feito de uma substância
diferente e melhor. Minha crítica dos intelectuais ausentes é também
autocrítica (JACOBY, 1990, p.12).
O historiador questiona o impacto das universidades na vida cultural, buscando
comprovar que o ambiente, os hábitos e a linguagem dos intelectuais sofreram transformações
nos últimos cinqüenta anos. Sob o seu ponto de vista, os intelectuais mais jovens, quase todos
professores, não necessitam ou desejam um público mais amplo. Os campi são seus lares; os
colegas, sua audiência; as monografias e os periódicos especializados, seu meio de
comunicação. Ao contrário dos intelectuais do passado, eles se situam dentro de
especialidades e disciplinas. Seus empregos, carreiras e salários dependem da avaliação de
especialistas. Eles trocaram uma existência precária por carreiras estáveis.
Os grandes pensadores, de Galileu a Freud, não se contentaram com as
descobertas solitárias; eles buscaram, e encontraram, um público. Se eles
parecem muito distantes, um padrão muito elevado, o meu parâmetro é a última
geração dos intelectuais americanos. Eles também dirigiram-se a um público; o
mesmo não ocorreu com a geração seguinte (JACOBY, 1990, p.18-19).
Para Jacoby (1990, p.19), o público interessado em produções de qualidade não sumiu.
Tanto que os escritos clássicos de intelectuais mais velhos continuam a suscitar interesse e
discussão. O que ele enfatiza, portanto, não é o desaparecimento de um público, mas o “eclipse
dos intelectuais públicos”. De outro modo, a questão não é o valor de suas contribuições, mas o
relacionamento que mantêm, enquanto intelectuais, com um público mais amplo.
Ele procura revelar que os intelectuais não-acadêmicos são uma espécie ameaçada e
que os novos acadêmicos, apesar de se apresentarem em número muito maior (em
conseqüência da “explosão” da educação superior após a Segunda Guerra Mundial),
35
representam sociedades insulares, sendo que aqueles que não pertencem à sua esfera
raramente chegam a conhecê-los.
A geração nascida em torno e após 1940 emergiu em uma sociedade em que
a identidade entre as universidades e a vida intelectual era quase completa.
Ser um intelectual implicava ser um professor. [...] Independentemente da
quantidade deles, para o grande público eles são invisíveis. Os intelectuais
ausentes estão perdidos nas universidades (JACOBY, 1990, p.29).
O pesquisador mostra que, antes de 1940, as universidades não desempenharam o
mesmo papel. As escolas de nível superior eram pequenas e freqüentemente fechadas aos
radicais, aos judeus e às mulheres. Somente a geração nascida após 1940 é que sentiria o peso
total do academicismo.
Nos anos 60, as universidades praticamente monopolizaram o trabalho
intelectual; uma vida intelectual fora do campus parecia quixotesca. Quando
a poeira baixou, muitos intelectuais jovens jamais haviam deixado a escola;
outros descobriram que não havia nenhum outro lugar para ir. Tornaram-se
sociólogos radicais, historiadores marxistas, teóricos feministas, mas não
exatamente intelectuais públicos (JACOBY, 1990, p.21).
A realidade cotidiana da burocratização e do emprego tomou conta deles. A nova
esquerda que permaneceu na universidade revelou-se trabalhadora e bem comportada. Numa
transição quase sempre indolor, eles passaram da condição de estudantes aos postos iniciais
na carreira docente, e, em seguida, às nomeações estáveis. Atualmente, denuncia Jacoby
(1990, p.193), “os marxistas americanos têm escritórios no campus e vagas privativas”.
Evidentemente, a maior parte dos teóricos de esquerda não reconhecerá que a
finalidade de sua vida profissional, ou da obra de outros, seja a obtenção de
poder institucional; antes, dirão que buscam estabelecer um corpo de “contra”
cultura ou de cultura marxista que nunca chegou a existir nos Estados Unidos.
Com referências freqüentes a Gramsci e as suas idéias de hegemonia
ideológica, os teóricos de esquerda encaram seu ensino e seus escritos como o
estabelecimento das bases culturais para um renascimento político; eles
buscam desenvolver uma “nova” sociologia, uma “nova” ciência política e
uma “nova” história que sejam convincentes (JACOBY, 1990, p.198).
O mesmo se aplica aos nossos intelectuais. Hoje em dia, eles viajam com currículos e
cartões de visita; sobrevivem graças à retaguarda institucional. “A primeira ou segunda
pergunta padronizada entre os acadêmicos não é ‘quem?’ mas ‘onde?’, querendo significar a
instituição a que um indivíduo está filiado; isso faz a diferença” (JACOBY, 1990, p.121).
36
Jacoby (1990, p.194) vai além. Na sua opinião, “os intelectuais de esquerda
sucumbiram aos imperativos que os agruparam nas universidades, mas eles não são vítimas
inocentes [...] não aceitaram ingenuamente ou de má vontade o regime acadêmico; eles
próprios adotaram a universidade”.
Seja como for, não foi o caso de uma “traição”. Em seu trabalho, Jacoby demonstra
que, antes de tudo, os intelectuais radicais não eram opositores irredutíveis do poder
institucional. Quando surgiu a possibilidade de entrarem nessas instituições e talvez se
utilizarem delas, eles o fizeram. No entanto, “embora sempre prontos a denunciar as violações
às liberdades acadêmicas e, por vezes raciais e sexuais, eles, caracteristicamente, esqueceram
os custos da institucionalização” (JACOBY, 1990, p.194).
Em suas considerações finais, após defender a existência de uma “geração ausente” de
intelectuais, Jacoby admite que sua tese pode ser contestada pela afirmação de que os novos
intelectuais prosperam no jornalismo.
Concordo que o “novo” jornalismo, assim como aquele não tão novo
(reportagem pessoal, denúncia, crítica de rock) testemunha – ou outrora
testemunhou – o vigor de uma nova geração mais jovem. Além do mais, em
virtude de uma omissão generalizada, os jornalistas adquiriram uma
crescente importância crítica. No entanto, as limitações de quem vive apenas
da imprensa – prazos, espaço, dinheiro – acabam por diluir, ao invés de
estimular, o trabalho intelectual (JACOBY, 1990, p.26).
Não é verdade, entretanto, que se possa enquadrar o trabalho jornalístico numa única
prática. Como veremos no próximo capítulo, existem contextos específicos dentro desse rico
universo definido pelos veículos de comunicação que ultrapassa, ou ao menos ameniza, os
ditames impostos pela produção em escala industrial.
Neste sentido, a imprensa – parte que nos interessa neste estudo – passa a se constituir
em lugar ideal para a concretização de uma das funções fundamentais do intelectual: escrever
para um público. Hoje, vive-se sob o poder dos meios de comunicação de massa e os
intelectuais, como outras categorias, têm consciência da importância da divulgação de suas
obras nestes espaços. A influência da mídia passa a ser determinante na produção, seleção e
divulgação cultural.
O público virtual do escritor é seu júri de honra. E o intelectual é o ser
humano que passa a vida sendo julgado, e que a cada palavra, artigo ou livro
encontra-se sujeito ao veredicto do auditório, entre a vida e a morte, a
sagração e o esquecimento. [...] Ele está na essência e a existência sob a
37
dependência dos outros. A quantidade desses “outros” fixará o valor desse
“eu” (DEBRAY, 1979, p.120).
Também para Antonio Candido (2000, p.75), a posição do intelectual depende do
conceito social que os grupos elaboram em relação a ele, e não corresponde necessariamente
ao seu próprio. Esse fator exprime o reconhecimento coletivo da sua atividade, que deste
modo se justifica socialmente.
O fato é que, assim como a sociedade, a vida intelectual passou por transformações.
No decorrer do século XX, a intelligentsia nativa continuou desempenhando
esse papel, em revoluções e reformas, na oposição a golpes militares e ditaduras,
na cultura e nos meios de comunicação. [...] Quando afinal apareceram os meios
de comunicação de massa, os intelectuais ocuparam suas salas de redação e
escreveram seus editoriais (CASTAÑEDA apud FARO, 1999, p.17).
A vida cultural letrada se faz, atualmente, mais do que nunca, em sintonia com a
universidade e a mídia.
Abram-se as revistas e os suplementos dos jornais mais informados: as suas
seções de cultura alimentam-se de artigos, entrevistas, resenhas e
reportagens escritas pelos intelectuais, ou sobre os intelectuais, das maiores
universidades do país. [...] a cidade já não mais promove aquele tipo de vida
cultural e literária tangível até os anos 40, quando a Universidade apenas
começava a se implantar e não tinha ainda absorvido profissionalmente os
intelectuais (BOSI, 1992, p.319).
É verdade que isso ainda não é o suficiente. O desafio maior está em fazer chegar
essas produções a parcelas mais significativas da população. De qualquer forma, acreditamos
que o que é silencioso e profissional hoje pode ser aberto e público amanhã.
Com inspiração em Lajolo (1995, p.64), confiamos que produções intelectuais:
[...] embora nascendo da elite e sendo a ela dirigidas, não costumam
confinar-se às rodas que detêm o poder. Transbordam daí e, como pedra
lançada às águas, seus últimos círculos vão atingir as margens, ou quase.
Seus efeitos, a inquietação que provocam, podem repercutir em camadas
mais marginalizadas, mais distantes dos círculos oficiais da cultura.
Por fim, vale destacar um último alerta feito por Jacoby (2001, p.160): não existe qualquer
vínculo entre o sucesso institucional e a contribuição intelectual. Bons salários, posições seguras e
convites lucrativos para falar não impedem que se seja original e subversivo; nem podem as
remunerações ralas ou os empregos inseguros garantir o pensamento crítico revolucionário.
38
CAPÍTULO II - JORNALISMO CULTURAL
As discussões em torno do jornalismo cultural ganham adeptos a cada dia. O tema
tornou-se, para muitos, uma área de interesse e, para alguns, uma fonte de preocupação. O
volume de seminários, artigos, ensaios, trabalhos acadêmicos, entre outros, é significativo e
indica que o interesse pelo jornalismo cultural passa por uma fase de crescimento.
Silva (1997, p.24), em sua dissertação de mestrado, mostra que o assunto começou a
chamar a atenção dos jornalistas e pesquisadores no final da década de 70, momento no qual
pequenos artigos de jornais e revistas acadêmicas foram publicados 16.
A sistematização do jornalismo cultural enquanto “campo de estudos”, entretanto, é
mais recente. Disciplinas nos cursos de graduação, grupos de pesquisa, programas de pósgraduação lato sensu começaram a aparecer na última década. Conseqüentemente, TCCs,
dissertações, teses e livros surgiram como desdobramento natural dessas manifestações. Para
citar dois exemplos que comprovam a atualidade da área, o livro de Daniel Piza, Jornalismo
Cultural, uma das poucas obras específicas sobre o tema, é de 2003; e o I Seminário Nacional
de Jornalismo Cultural foi realizado em agosto de 2005, na Universidade de Passo Fundo
(RS).
O imenso e complexo debate que se configurou em torno do assunto e a profusão de
veículos voltados para a cobertura de eventos culturais, se por um lado impulsionaram a
tentativa de compreendê-lo como uma das variáveis do trabalho jornalístico – com as
especificidades que lhe são determinantes; por outro, geraram uma imprecisão de conceitos
sobre o jornalismo cultural que ora é o espaço de lazer, ora do erudito, ora não é sequer
jornalismo. Prova disso é que os principais trabalhos sobre técnicas de jornalismo 17 deixa as
editorias de cultura de fora das abordagens sobre captação e redação das informações.
16
A título de referência, vale a reprodução do texto da pesquisadora: “Entre os principais artigos da época estão
os publicados na revista Opinião que em 14 de janeiro de 1977, com o texto de Ronaldo Brito “Jornalismo
Cultural: entre os spots e as academias” (p. 20-21), convidou o leitor a discutir sobre os rumos do jornalismo
cultural brasileiro. Desta proposta surgiram textos como de Luiz Costa Lima, “Jornalismo cultural e imprensa
nanica”, nº 229 (março de 1977); Gregório Álvares, “Jornalismo cultural: acadêmico e mundano, embora
crítico”, nº 222 (fevereiro de 1977); Jean-Claude Bernardet, “Jornalismo cultural: de Bourdieu a Cid Moreira”,
nº 223 (fevereiro de 1977); e Uriano Mota de Santana, “Jornalismo cultural: cada coisa em seu lugar”, nº 224
(fevereiro de 1977). Artigos mais recentes, temos ainda o de Matinas Suzuki Jr., “Anotações sobre o jornalismo
cultural”, In: Seminário de Jornalismo, Folha de S. Paulo, 1986, p.79-83; e Cremilda Medina, “Jornalismo e a
Epistemologia da complexidade”, In: Novo Pacto da Ciência: a crise de paradigmas”, São Paulo, ECA-USP,
1991, p.193-205”.
17
Ver Luiz Beltrão, A imprensa informativa (São Paulo, 1969); Luiz Amaral, Técnica de jornal e periódico (Rio
de Janeiro, 1969); Mário Erbolato, Técnicas de codificação em jornalismo (Petrópolis, 1984) e Jornalismo
especializado: emissão de textos no jornalismo impresso (São Paulo, 1981).
39
Seja como for, antes de partir para a avaliação das discussões atuais sobre o tema, é
importante resgatar as noções empregadas nas redações dos jornais para determinar os
assuntos cobertos pelas editorias de cultura. Enfim, “o que significa cultura para o jornalismo”
e como este conceito vai interferir no tipo de cobertura realizada pelos veículos de
comunicação.
1. O conceito de cultura para o jornalismo
A palavra cultura origina-se do latim, mais precisamente do verbo colere, com o
significado de cultivar, habitar, tomar conta, criar e preservar; termos essencialmente
relacionados ao trato do homem com a natureza. Passa a ter também uma conotação de culto
aos deuses, já que a natureza, além de oferecer os frutos da terra, era identificada como um
bem divino (ARENDT, 1972, p.265).
Aos poucos, o sentido da palavra cultura se amplia, sempre acompanhada por outras
palavras que lhe dão novo significado. Da terra, passa-se para o cultivo do espírito através da
educação, do refinamento humano ligado à formação de um gosto e de uma sensibilidade à
beleza.
De acordo com Hannah Arendt (1972, p.265), o filósofo Cícero foi o primeiro a
utilizar o termo cultura no sentido de cultivo do espírito ou, como ele a chamou, de cultura
animi. A expressão contrapõe-se diretamente ao sentido original de cultura ligado à
agricultura. Cícero vai fazer a analogia da mente humana a um terreno, argumentando que ela
só poderia ser produtiva com o seu cultivo adequado que, por sua vez, viria através da
educação filosófica.
A partir do século XIX, a idéia de cultura vai articular-se, como antítese ou sinônimo,
ao termo civilização. Thompson (1995, p.168) lembra que, por trás desse sentido emergente
de cultura, “estava o espírito do Iluminismo europeu e a sua confiante crença no caráter
progressista da Era Moderna”.
É importante ressaltar que as questões envolvendo a discussão de cultura na
modernidade ocorrem no período de intensificação do poderio das nações européias sobre os
demais povos do mundo. Podemos dizer que as preocupações em compreender a cultura neste
período estão intimamente ligadas à legitimação da dominação colonial, além de ser uma
forma de incutir uma visão de que tudo que fosse ocidental era considerado superior.
40
Chega-se, assim, ao conceito clássico de cultura, presente ainda hoje nas sociedades
(entre elas a brasileira), que se baseia no sentido positivo do termo como o aperfeiçoamento
das faculdades humanas, da capacidade de se desenvolver e se enobrecer através do cultivo do
saber das Artes e das Letras.
Esta, no entanto, não é a única definição do termo. Segundo Warnier (2003, p.23):
[...] a cultura é uma totalidade complexa feita de normas, de hábitos, de
repertórios de ação e de representação, adquirida pelo homem enquanto
membro de uma sociedade. Toda cultura é singular, geograficamente ou
socialmente localizada, objeto de expressão discursiva em uma língua dada,
fator de identificação dos grupos e dos indivíduos e de diferenciação diante
dos outros, bem como fator de orientação dos atores, uns em relação aos
outros e em relação ao seu meio. Toda cultura é transmitida por tradições
reformuladas em função do contexto histórico.
Numa primeira avaliação, trata-se de duas acepções da palavra cultura: uma que é
restritiva, ao reduzir a cultura ao patrimônio e à criação artística e literária; outra que engloba
o conjunto do que cada ser humano apreende enquanto membro de uma dada sociedade.
O primeiro conceito alinha-se às proposições de Pierre Bourdieu (1970, p.17). Para o
teórico, a função da cultura é político-ideológica: assegurar os mecanismos de “distinção”
entre as classes sociais. Nesse sentido, ela é coercitiva, arbitrária, particular e histórica.
De acordo com Bourdieu (1970, p.17), toda cultura funciona como instrumento
simbolizador da “posição diferencial dos agentes na estrutura social”. É distintiva porque a
distribuição das diferentes espécies de capital é desigual, ou seja, os bens materiais e culturais
não são acessíveis a todos e nem são produzidos igualmente para todos. Há, nesse sentido,
uma inevitável hierarquia dos bens simbólicos, homóloga à hierarquia entre as classes sociais.
Em outras palavras, o caráter distintivo dos bens simbólicos expressa-se nos diferentes
estilos de vida correlatos às diferentes posições dos agentes no espaço social, sendo que o
“gosto” e a estética respectivos a estes estilos de vida são socialmente dados.
A segunda vertente, rediscutindo e distinguindo-se da tradição estruturalista francesa,
baseia-se principalmente nas proposições dos Estudos Culturais britânicos. Os culturalistas
entendem a cultura de forma mais abrangente, ultrapassando as clivagens entre os diferentes
níveis de cultura. Autores como Raymond Williams, E. P. Thompson, Richard Hoggart e
Stuart Hall buscam analisar a produção cultural – e os meios de comunicação – inserida no
contexto das práticas sociais cotidianas.
Nesse sentido, o termo cultura é avaliado segundo uma visão antropológica,
correspondendo a toda a produção de sentidos com os quais o homem identifica suas
41
experiências, trabalhos e ações, individuais ou coletivos, por meio dos quais se coloca na
sociedade e interage com outros homens. Não é essa, no entanto, a noção usada nos cadernos
de cultura.
No jornalismo cultural contemporâneo, o significado empregado de arte e
entretenimento decorre de uma visão muito peculiar do termo, que está associado ao
enobrecimento do espírito por meio da educação formal e da fruição artística. Assim, a
palavra cultura vai relacionar-se a estudo, educação, formação escolar e, da mesma forma,
será utilizada para se referir às manifestações artísticas como a literatura, o teatro, a música, o
cinema etc.
O conceito aplicado pelo jornalismo está, portanto, muito mais próximo das
considerações expostas por Bourdieu, uma vez que, neste conceito clássico, opõem-se aqueles
que são cultos, ou seja, que tiveram acesso à educação e fruem da arte, e aqueles que não são.
Segundo esta definição, as seções culturais tornam-se espaços privilegiados para o debate de
idéias, para o “caminho da luz” – para utilizar uma expressão muito empregada no projeto
civilizatório da Ilustração no século XVIII (ROUANET, 1990, p.16).
É deste movimento que herdamos a idéia de que os homens são iguais
independentemente de sua posição social ou de seu lugar de nascimento, com uma ética
centrada no direito à felicidade e à auto-realização. Desse ideal universalista de emancipação
do indivíduo – legado da Revolução Francesa que ecoa até hoje –, adquirimos a noção de que
o acesso à informação faz do homem comum um cidadão, a crença de que o confronto entre
as idéias permite o brilho da verdade, da luz. Cabe notar que, nesse processo, o domínio dos
códigos da cultura erudita é uma condição necessária para a conquista de um papel ativo no
espaço público.
É preciso observar que, nesse pensamento, instaura-se uma divisão entre os já
iniciados na arte de pensar sozinhos (no século XVIII eram os filósofos) e aqueles ainda
presos aos valores da tradição, aos preconceitos. Os setores populares são considerados em
estado de minoridade, tendo um déficit de instrução, o que explicaria suas atitudes
conservadoras e certo gosto rude.
Essa matriz originou uma diferenciação entre os produtos e gostos ao longo do século
XX: haveria uma alta cultura, acessível àqueles que dominam os códigos da cultura letrada, e
uma cultura popular, de qualidade inferior, própria para o gosto popular.
A crítica ao elitismo dessas idéias foi elaborada principalmente por pesquisadores que
trabalham com a cultura popular. Mas, sem dúvida, a corrente que defende a cultura como um
“ideal a ser atingido” acompanha muitas análises, que abordam a produção dos veículos e/ ou
42
a recepção de seus produtos pelo público, e ainda pode ser percebida em grande parte das
linhas editoriais de nossos produtos culturais.
Percebe-se, desta forma, que, ao longo da história do jornalismo, o conceito clássico
de cultura ainda vai permanecer dentro dos jornais, apesar de coexistir com as discussões
sobre a emergência da cultura de consumo, conflito que vai se acentuar ainda mais depois da
década de 70. Os jornais, frutos imediatos desta indústria cultural, vão ter de conviver com
esta dupla noção de cultura.
Se antes a questão girava em torno de uma cobertura que entende a cultura de modo
lato ou stricto – com consagração da última – a discussão agora volta-se para o confronto de
um jornalismo cultural comprometido com o aprimoramento do gosto estético-artístico de
seus leitores e de outro subordinado à racionalidade capitalista-mercadológica. A discussão
sobre o tema, na maioria das vezes, limita-se a críticas entre o que se faz hoje em oposição ao
que se fazia no passado.
Para compreender as raízes desse dilema, é preciso resgatar um pouco da história
dessas páginas de cultura. É isso que faremos agora.
2. História do jornalismo cultural
O jornalismo dedicado à avaliação de idéias, valores e artes é produto de uma era que
se inicia depois do Renascimento. De acordo com Martins (2001, p.38), a bibliografia é
unânime em apontar a experiência francesa como pioneira no periodismo literário, a partir do
lançamento do Journal des Sçavans, mais tarde Journal des Savants, semanário que, sob
direção de Denys de Sallo, circulou em Paris, de 1665 a 1795. O exemplar francês,
considerado pai da moderna literatura periódica, trazia abrangência temática e o caráter
seriado e panorâmico que tipificou as publicações do gênero.
Já segundo Piza (2003, p.11), “um marco dos princípios do jornalismo cultural, não
uma data inicial, é 1711”. O jornalista faz referência à revista diária The Spectator, fundada
pelos ensaístas ingleses Richard Steele (1672-1729) e Joseph Addison (1672-1719), que se
propunha a “tirar a filosofia dos gabinetes e bibliotecas, escolas e faculdades, e levar para
clubes e assembléias, casas de chá e cafés”.
A revista falava de tudo – livros, óperas, costumes, festivais de música e
teatro, política – num tom de conversação espirituosa, culta sem ser formal,
43
reflexiva sem ser inacessível, apostando num fraseado charmoso e irônico
que faria o futuro grão-mestre da crítica, Samuel Johnson, sentenciar:
“Quem quiser atingir um estilo inglês deve dedicar seus dias e suas noites a
ler esses volumes”. Podia tratar dos novos hábitos vistos numa casa de café,
como temas em discussão e roupas na moda, ou então criticar o culto às
óperas italianas e o casamento em idade precoce. Podia citar Xenofonte para
satirizar a falta de modéstia dos ingleses e Dom Quixote para atacar a mania
de ridicularizar o outro por meio de risadas (PIZA, 2003, p.12).
O surgimento dessa imprensa tem lugar no que Habermas (1984, p.39) denomina a
primeira formulação objetiva da esfera pública burguesa como “esfera pública literária”.
Pertencem a ela somente aqueles indivíduos com um certo nível de poder econômico e de
formação cultural – condição esta imprescindível à leitura e à argumentação pública nas
instituições dessa esfera.
Essa imprensa, do ponto de vista instrumental de Habermas, é o meio por intermédio
do qual um “público esclarecido” difunde suas idéias e concepções da realidade social e assim
se auto-esclarece e emancipa. A finalidade de autoconhecimento sobrepõe-se àquela do lucro
comercial.
Habermas (1984, p.92) descreve os integrantes dessa esfera como a camada
esclarecida da sociedade burguesa que, desde o início, é um público acostumado à leitura, ao
julgamento e à formulação de opiniões, as quais, como tais, são “opiniões públicas” e têm o
caráter de “publicidade”. Essa esfera inclui, como fontes incentivadoras de suas normas e
atitudes de seu público, um conjunto de práticas, movimentos e instituições culturais que se
desenvolvem no duplo sentido de se autodelimitarem como uma área de conhecimento
especializado e de criar um mercado cultural livre do mecenato aristocrata e religioso.
Teatro, literatura, música, escultura e pintura buscam conceitos novos que os
identifiquem como prática e conhecimento singulares em si próprios. O mesmo ocorre no
campo da filosofia e das ciências naturais. Essas novas áreas de conhecimento buscam
legitimidade na esfera pública da argumentação racional, e os jornais são um espaço
privilegiado para a promoção de seus fins de reconhecimento, assim como aqueles
desenvolvidos por elas, como os teatros, as revistas, os livros etc.
Assim, num momento em que as máquinas começaram a transformar a economia e a
imprensa já havia sido inventada por Gutenberg (1450), surge o jornalismo cultural inglês,
filho do ensaísmo humanista, que também ajudou a dar luz ao movimento iluminista que
marcaria o século XVIII.
Conforme Piza (2003, p.15), no período iluminista, Denis Diderot (1713-1784), o
editor-chefe da Enciclopédia, foi um grande crítico de arte. Cobrindo os salões e as
44
exposições anuais para os periódicos nos anos 1760, Diderot abriu caminho para o
reconhecimento de artistas como Delacroix; e as coletâneas de seus ensaios e resenhas,
quando publicadas no final do século XVIII, o fizeram ainda mais famoso. Seu seguidor, no
gênero, foi o gênio da poesia Charles Baudelaire (1821-1867), que também resenhou salões
de pintura nos anos 1840.
Se num primeiro momento a cobertura do jornalismo cultural esteve ligada ao
acompanhamento de eventos culturais, a inserção da literatura nos jornais se consolida
definitivamente com o aparecimento dos folhetins.
O romance-folhetim, criado pelo jornalista Émile Girardin no jornal La Presse, surgiu
no século XIX, logo após a revolução burguesa. Em 1836, ele concebeu um jornal mais
barato, com a inserção da novidade inglesa dos reclames e, principalmente, a utilização de um
tradicional espaço do jornal reservado ao entretenimento desde o século XVIII: o rodapé,
também chamado de variétés. Uma espécie de “almanaque integrado ao jornal, dedicado às
variedades, miscelânea, ou às resenhas literárias, dramáticas ou artísticas, genericamente
denominado folhetim” (MEYER; DIAS, 1984, p.35).
Aproveitando um então compulsivo gosto pela prosa de ficção (atestado pelas
circulating libraries na Inglaterra e pelos 300 a 400 gabinetes de leitura existentes em Paris,
que eram espécies de lojas de aluguel de livros do mais variado padrão cultural), Girardin
pediu a alguns romancistas que escrevessem histórias para serem publicadas em capítulos. Vai
assim se constituir nova modalidade de folhetim: o que se chamou, a princípio, folhetimromance, depois romance-folhetim e, finalmente, folhetim (MEYER; DIAS, 1984, p.35).
Ao lançar, em verdadeira revolução jornalística, esse modo de produção romanesca, o
qual haveria, evidentemente, de repercutir na estética e na história do mais importante gênero
literário do século XIX, Girardin não fez senão canalizar num novo veículo de divulgação,
cuja potencialidade avaliou bem: o velho e universal gosto por ficção, que as conquistas
sociais e técnicas da Revolução Industrial permitiram satisfazer num ritmo até então
impossível. O folhetim nasce, portanto, atrelado à imprensa de grande tiragem, ao germe da
indústria cultural.
No Brasil, os folhetins surgiram no início do Segundo Reinado e misturavam crítica
literária, divulgação de eventos e publicação de romances em capítulos. Os assuntos culturais,
entretanto, também tomavam espaço em outras seções, dedicadas, em geral às letras e às artes.
Sobre a introdução desta nova forma de cultura na nossa sociedade, descrevem Lajolo
e Zilberman (1991, p.89):
45
Só com a relativa modernização resultante da vinda de D. João VI em 1808
e, principalmente, com o amadurecimento do projeto de independência
estabeleceram-se condições objetivas para favorecer um novo modo de
produção cultural. Apenas, portanto, no século XIX, engendram-se no Brasil
as primeiras e novas formas de público que, inicialmente ralo e
inconsistente, aos poucos ganha personalidade e contorno diferenciado.
Entre os anônimos leitores de folhetim e os assíduos freqüentadores de
teatros, circulam intelectuais, homens de Letras, estudantes, jornalistas,
algumas sinhás-moças e até velhotas capazes de leitura.
A maior parte de nossos folhetins foi composta por traduções. Os brasileiros
acompanhavam as distantes aventuras de um Ivanhoé (de Walter Scott) ou de um D'Artagnan
(de Alexandre Dumas). Na década de 1840, começam a aparecer alguns folhetins de autores
nacionais. Antônio Gonçalves Teixeira e Souza (1812-1861), considerado por muitos o nosso
primeiro romancista, estréia em 1843 com O Filho do Pescador. No ano seguinte, o estudante
de medicina Joaquim Manuel de Macedo (1820-1882) surge com A Moreninha. Outros
autores que usaram os recursos folhetinescos foram Manuel Antônio de Almeida (Memórias
de um Sargento de Milícias), José de Alencar (A Viuvinha e O Guarani) e Machado de Assis
(1839-1908), nosso maior escritor nacional, que começou a carreira como crítico de teatro e
polemista literário, escrevendo ensaios seminais como Instinto de nacionalidade e resenhando
controversamente os romances de Eça de Queiroz.
Numa sociedade onde o regime monárquico se estabilizava, os liberais tinham sua
primeira oportunidade de partilhar o poder. A literatura parecia ter engrenado pela estrada que,
nos países que tomávamos como modelo, viabilizava os elementos essenciais e insubstituíveis
para o pleno funcionamento do sistema literário: a imprensa enquanto técnica; as tipografias,
editoras e livrarias enquanto atividade econômica; o jornal enquanto mídia; bibliotecas,
gabinetes de leitura, sociedades literárias enquanto espaços culturais.
Os jornais experimentavam uma franca expansão, abrindo caminho para os
anatolianos – o primeiro tipo de intelectual profissional do país –, que
ganharam esse apelido pelo excesso de vezes em que repetiam o nome do
escritor francês Anatole France, símbolo de uma otimista era das letras. Em
1907, um ano antes da morte de Machado de Assis, “o príncipe dos poetas”
Olavo Bilac definiria a contribuição de sua geração às letras nacionais: a
profissionalização (COSTA, 2005, p.46-47).
Mas no final do século XIX o jornalismo começou a mudar. O período da imprensa
abolicionista e republicana e o subseqüente às lutas políticas na República serviram para dar
uma nova configuração ao jornalismo, que gradativamente se afastou da influência literária
46
para entrar na fase da informação. Por volta de 1910, a situação encontra-se definida nos
seguintes termos:
[...] a tendência ao declínio do folhetim, substituído pelo colunismo e, pouco
a pouco, pela reportagem; a tendência para a entrevista, substituindo o
simples artigo político; [...] o aparecimento de temas antes tratados como
secundários, avultando agora, e ocupando espaço cada vez maior, os
policiais com destaque, mas também os esportivos e até os mundanos. Aos
homens de letras, a imprensa impõe, agora, que escrevam menos
colaborações assinadas sobre assuntos de interesse restrito do que o esforço
para se colocarem em condições de redigir objetivamente reportagens,
entrevistas, notícias [...]. As colaborações literárias, aliás, começam a ser
separadas, na paginação dos jornais: constituem matéria à parte, pois o jornal
não pretende mais ser, todo ele, literário. Aparecem seções de crítica em
rodapé, e o esboço do que mais tarde serão os suplementos literários.
Divisão da matéria, sem dúvida, mas intimamente ligada à [...] divisão do
trabalho, que começa a impor suas inexoráveis normas (SODRÉ, 1966,
p.340).
É preciso lembrar que a imprensa do Estado Novo foi marcada por uma rígida censura,
que impulsionou ainda mais a passagem de um jornalismo opinativo e doutrinário para um
jornalismo mais informativo, inclusive com a instituição de reportagens e entrevistas como
linguagem específica do jornalismo. Neste contexto, o jornalismo cultural entra na grande
fase da crítica que começaria nos anos 40 e se estenderia até o final dos anos 60. No período
distinguem-se dois nomes: Álvaro Lins (1912-1970) e Otto Maria Carpeaux (1900-1978).
A década de 40 marca também o auge do aparecimento dos suplementos literários
separados das demais editorias, existindo no período onze suplementos em circulação.
Segundo Abreu (1996, p.16), havia uma relação direta entre a estruturação da “indústria de
massa” e a grande quantidade de suplementos.
Em seu estudo Os Suplementos Literários: os intelectuais e a imprensa nos anos 50, a
pesquisadora considera o suplemento como um local de reconhecimento social e
demonstração de prestígio: “a colaboração nos suplementos serviu para alguns de instrumento
de reconhecimento social e legitimidade da função de intelectual, e muitas vezes permitiu a
seus colaboradores acesso à universidade, a cargos públicos, a editoras e à política” (ABREU,
1996, p.27).
A partir dos anos 50, a grande meta a ser atingida no país era o desenvolvimento
econômico. As palavras de ordem eram industrialização, urbanização e tecnologia. Entre o
fim da década de 40 e o ano de 1964 deram-se os momentos decisivos do processo de
industrialização, com a instalação de setores tecnologicamente mais avançados, que exigiam
47
investimentos de grande porte, com a conseqüente entrada da grande empresa multinacional e
da grande empresa estatal.
O plano de metas do governo Juscelino Kubitschek, com o tema “50 anos em 5”,
cumpria o objetivo de implantar no Brasil os setores industriais mais avançados, das
indústrias química pesada e farmacêutica à automobilística e naval, além do aço, petróleo e
energia elétrica.
Entre os anos 50 e o fim da década de 70, o Brasil já havia construído uma economia
moderna, mas absolutamente desigual. A nova classe média, entretanto, desfrutava das novas
benesses do consumo. O golpe de 64 produzira uma sociedade regida pelos detentores da
riqueza.
No jornalismo, a década de 50 seria marcada por transformações profundas. Desde
equipamentos mais complexos, para atender às exigências das comunicações instantâneas, até
a introdução de novas técnicas, trazidas dos Estados Unidos, como o lead e os cinco W (what,
who, when, where, how e why).
Medina (1982, p.27) nos fala sobre esse período industrial da urbanização:
Os modelos, que os Estados Unidos especializam, são exportados junto com as
máquinas e, a partir de então, se estabelece mais um vínculo de dependência das
matrizes internacionais: além do equipamento e royalties da dívida tecnológica,
a imitação grosseira de esquemas de organização jornalística, sempre defasadas
em no mínimo 20 anos. De um corpo de escritores-jornalistas que faziam os
folhetos e folhetins, a tribuna de revoluções liberais, os discursos de libertação
dos escravos e proclamação da República, defesas da alfabetização e do acesso
das massas à escola pública – as redações evoluem, ainda que muito lentamente,
para um modelo industrial de divisão do trabalho, no início bastante centralizado
no paternalismo vigente.
Conforme Abreu (2002, p.12), logo o jornalismo de combate, de crítica, de doutrina e
de opinião que convivia com o jornal popular, que tinha como característica o grande espaço
para o fait divers – a notícia menor, relativa aos fatos do cotidiano, a crimes, acidentes etc. –,
para a crônica e para o folhetim, acabaria sendo substituído por um jornalismo que
privilegiava a informação e a notícia, e que separava o comentário pessoal da transmissão
objetiva e impessoal da informação. O jornalismo de influência francesa cedia, desta forma,
ao modelo norte-americano.
Aos poucos a literatura vai diminuindo seu espaço e sua importância nos jornais. Com o
século XX, a imprensa passa por inúmeras transformações, principalmente a partir da Segunda
Guerra Mundial, como salienta Alberto Dines (1986, p.26): “nossos jornais, banhando-se na
experiência da objetividade e dependendo diretamente do noticiário telegráfico, aprenderam um
48
novo estilo, seco e forte, que já não tinha qualquer ponto de contato com o beletrismo”. A partir
de então, a literatura passa a ter menos espaço na imprensa, ficando restrita aos suplementos
literários publicados pelos grandes jornais.
Para Lorenzotti (2002, p.41), as transformações na imprensa acompanhavam as
mudanças no país. Em 1949 é fundada a Tribuna da Imprensa e, em 1951, a Última Hora,
com a introdução de novas técnicas de cobertura, novos padrões gráficos e novas práticas de
produção.
Um exemplo de reforma foi a de O Estado de S. Paulo, conduzida por seu secretário
de redação, Cláudio Abramo, entre os anos de 1952 e 1961. O jornal foi completamente
transformado – desde a mudança de sede até o controle da produção, do horário de
fechamento e da publicidade.
Ao lado das reformas, o perfil profissional também começava a se transformar com o
recrutamento de jornalistas vindos das universidades, basicamente com formação em ciências
humanas.
No final dos anos 50, publicações como o Jornal do Brasil, Última Hora e Diário
Carioca já tinham estabelecido um novo padrão gráfico e editorial. De acordo com Costa
(2005, p.120), boa parte dessas inovações foi trazida por jornalistas que viveram nos Estados
Unidos na década anterior e depois trabalharam para esses jornais.
Foi no JB – que iniciou sua modernização em 1956 – que se fixou um marco na
história desse período: o lendário Caderno B, precursor do moderno jornalismo cultural
brasileiro, com crônicas de Clarice Lispector, edição de Reynaldo Jardim e diagramação de
Amílcar de Castro. O caderno tratava a cultura em um sentido amplo, com características bem
jornalísticas e estreitamente ligado ao mercado editorial. Devido ao sucesso alcançado na
década de 60, foi amplamente copiado por outros grupos de mídia.
Mesmo destino não teve seu Suplemento Dominical (SDJB), que existiu de 1956 a
1958, com participação de Ferreira Gullar, Mário Faustino, Grunewald e dos concretistas
Augusto e Haroldo de Campos e Décio Pignatari.
À frente do concretismo carioca, Gullar arriscaria projetos como o livropoema e o poema espacial. Algumas dessas criações ousadas foram
publicadas no SDJB, e a reação do público levou o jornalista a perceber a
falta de comunicabilidade dessas experiências poéticas. Enveredando por
uma discussão cada vez mais de vanguarda, intelectual e antiacadêmica, o
SDJB angariou antipatia, afastando-se do leitor comum, dos medalhões da
ABL e dos interesses do mercado editorial (COSTA, 2005, p.122).
49
No início dos anos 60, outro marco histórico é criado, agora em São Paulo: o
Suplemento Literário de O Estado de S. Paulo 18, idealizado por Antonio Candido e dirigido
durante dez anos por Décio de Almeida Prado (1956 a 1966).
O Suplemento Literário tornou-se espaço de reflexão intelectual e de divulgação de
autores novos e consagrados e lançou um modelo que seria mais tarde seguido por todos os
suplementos culturais que o sucederam (como Idéias, do JB; os extintos Folhetim e Letras, da
Folha de S. Paulo; e muitos outros). Reunindo intelectuais que já haviam feito a revista Clima
nos anos 50 – Antonio Candido (literatura), Paulo Emilio Salles Gomes (cinema), Décio de
Almeida Prado (teatro), Lourival Gomes Machado (artes plásticas) – e acrescentando jovens
valores, como Sábato Magaldi, o Suplemento foi criado para ser um “jornal de vanguarda e
não de medalhões” (ABREU, 1996, p.54).
É importante lembrar que o jornal O Estado de S. Paulo estava ligado à Universidade
de São Paulo, uma vez que o idealizador desta havia sido Júlio Mesquita Filho, proprietário
do jornal. Por conta disso, é grande a participação dos intelectuais vindos da universidade
para colaborar no Suplemento que, embora sendo literário, vai refletir um pouco o tom da
intelligentsia paulistana.
Os suplementos culturais ou literários, neste período, procuravam se aproximar mais
das revistas do que dos jornais. Pretendiam levar temas mais acadêmicos para um público
menos restrito que o das universidades que então surgiam. Era o momento em que os
intelectuais advindos das universidades buscavam a imprensa para sair do círculo acadêmico e
discutir a realidade brasileira. O jornalismo cultural saía da fase meramente de entretenimento
para ganhar um sentido mais antropológico, de participação na vida cultural do país.
Os antigos suplementos, portanto, surgem na tentativa de suprir a falta de revistas
especializadas e, seguindo a tradição de intervenção dos intelectuais na sociedade, de utilizar
a imprensa como principal canal de divulgação de suas idéias.
Novas mudanças, entretanto, surgem a partir dos anos 70, interrompendo a época dos
suplementos como espaço privilegiado da crítica cultural. Segundo Lorenzotti (2002, p.88),
novas concepções de produção industrial começam a ser impostas aos jornais, com novos
prazos de fechamento e aspectos quantitativos sobrepostos aos qualitativos, do setor industrial
à redação.
18
Sobre a história do Suplemento Literário ver a dissertação de mestrado (2002) de Elizabeth Lorenzotti, Do
artístico ao jornalístico: vida e morte de um suplemento – Suplemento Literário de O Estado de S. Paulo.
50
A implantação da informatização nas redações data da década de 80. A máquina
de escrever, que preenchia inumeráveis laudas, copiadas em papel carbono, foi
substituída, num processo doloroso, pelos computadores. O ritmo é cada vez
mais veloz, as relações de trabalho são profundamente modificadas, a produção
sofre intervenções marcantes. Em uma grande redação de São Paulo, no fim da
década de 80, um apito marcava o fechamento inexorável. Agora, os prazos
industriais prevalecem sobre a redação (LORENZOTTI, 2002, p.88).
Após todas essas transformações, diversos autores (MARCONDES FILHO, 1989;
SANTIAGO,
1993;
SÜSSEKIND,
1993;
TRAVANCAS,
2001;
ABREU,
2002;
LORENZOTTI, 2002; PIZA, 2003) consideram que a época dos suplementos como espaço
privilegiado da crítica acabou. Não há quase mais críticos literários escrevendo nos jornais, o
que reforça a idéia de Silviano Santiago sobre a “desliteraturização” da imprensa:
[...] a história da imprensa escrita na sociedade ocidental é a história da sua
desliteraturização. Ou seja, isso a que se chama tradicionalmente de
literatura vem perdendo no correr dos séculos e de maneira sistemática o seu
lugar, poder e prestígio na imprensa diária (jornal matutino e vespertino) e
na semanal (revistas) (SANTIAGO, 1993, p.12).
Para Travancas (2001, p.43), essa “desliteraturização” é conseqüência de inúmeros
fatores: o cosmopolitismo modernizante na imprensa reduz o impacto da literatura no jornal;
com o avanço tecnológico (telégrafo, telefone), o jornal se tornou menos opinativo e mais
informativo, gerando um empobrecimento do lugar da literatura; o surgimento de diferentes
formas artísticas, como a novela que vem ocupar o lugar das histórias de folhetim, por
exemplo; e por último, mas fundamental, o fato de o livro ter se transformado em mercadoria
de fácil acesso ao público, fazendo com que o escritor não precise mais publicar seus textos
na imprensa para ser conhecido.
Os anos 70, portanto, vão se caracterizar pela perda de espaço crítico literário que não
merece mais tanta atenção da imprensa, assim como não consegue “escoar” a produção
acadêmica para o mercado editorial.
Conforme Süssekind (1993, p.27), este período é, para os estudos literários, ‘anos
universitários’. E isto num duplo sentido: de um lado, pela redução do espaço jornalístico e
pela dificuldade de circulação, mesmo via livro, de grande parte da produção acadêmica; de
outro, por uma espécie de autoconfinamento (às vezes com bons resultados intelectuais,
outras não) ao campus universitário.
Não se pode esquecer que os anos 60 marcaram transformações vertiginosas na
política e nos costumes no mundo ocidental e, na América Latina, o início dos períodos
51
ditatoriais que se prolongariam por, no mínimo, vinte anos. Nesse contexto, as modificações
que afetaram os meios de comunicação estiveram diretamente relacionadas ao projeto
modernizador do capital introduzido pela ditadura militar no país. No início dos anos 70, as
redações intensificaram os processos tecno-econômicos de realização de seus produtos. O
mundo fragmentado do jornalismo tornou-se cada vez mais veloz.
Cristiane Costa (2005, p.176) é quem nos oferece uma interpretação desse momento
de mudanças no plano político-ideológico:
Se até os anos 70 o mercado jornalístico contava com um número maior de
órgãos de imprensa, com claras orientações ideológicas, hoje “todos
disputam o mesmo leitor: o leitor de centro”. Com isso, o profissionalismo
suplantou o tradicional envolvimento partidário do jornalista. Paralelamente,
verificou-se um enorme desgaste das utopias políticas que mobilizaram os
anos 60 e 70, quando a opção por trabalhar numa redação estava
particularmente vinculada ao engajamento de quem queria mudar o mundo e,
portanto, precisava exibir todas as suas mazelas.
No que concerne especificamente ao campo cultural, conforme Hobsbawn (1995,
p.483), no breve século XX, as fronteiras entre o que pode ou não ser classificado como
“arte”, “criação” ou artifício tornaram-se cada vez mais difusas, ou desapareceram
completamente. A tecnologia revolucionou as artes, tornou-as onipresentes e transformou a
maneira como eram percebidas. Para ele, o fator decisivo da cultura neste período foi o
surgimento da indústria de diversão popular voltada para o mercado de massa.
Da década de 60 em diante, as
até a morte os seres humanos
urbanizado Terceiro Mundo –
consumo ou as dedicadas
(HOBSBAWN, 1995, p.495).
imagens que acompanhavam do nascimento
no mundo ocidental – e cada vez mais no
eram as que anunciavam ou encarnavam o
ao entretenimento comercial de massa
A sociedade de massas não precisa de cultura, mas de diversão, acentua Arendt (1997,
p.257):
O problema relativamente novo na sociedade de massas talvez seja ainda
mais grave, não devido às massas mesmas, mas porque tal sociedade é
essencialmente uma sociedade de consumo em que as horas de lazer não são
mais empregadas para o próprio aprimoramento ou para a aquisição de maior
status social, porém para consumir cada vez mais e para entreter cada vez
mais.
52
No século XX, a novidade é que a tecnologia encharcou de arte a vida diária, privada e
pública, na era da “reprodutibilidade técnica” – diz Hobsbawn citando Walter Benjamin –,
que transformou não apenas a maneira como se dava a criação, mas também a maneira como
os seres humanos percebiam a realidade e sentiam as obras de criação. “A obra de arte se
perdera na enxurrada das palavras, sons, imagens, no ambiente universal do que um dia se
teria chamado arte” (HOBSBAWN, 1995, p.502).
Como mostra Piza (2003, p.43-44), o jornalismo cultural é parte integrante dessa
mesma história. As revistas culturais se multiplicaram a partir dos anos 20 e as seções
culturais da grande imprensa diária ou semanal se tornaram obrigatórias a partir dos anos 50;
pode-se dizer, portanto, que acompanharam os momentos-chave da ampliação da tal
“indústria cultural”, numa escala que hoje converteu o setor de entretenimento num dos mais
ativos e ainda promissores da economia global.
Como personagem desse processo, a produção cultural enquanto território de
tensionamento de forças sociais, passou a refletir as contradições no interior do campo
cultural. Trata-se, na realidade, de uma antiga discussão dentro do jornalismo, que da fase
amadorística para a empresarial não conseguiu estabelecer uma identidade para os cadernos
de cultura, a exemplo das demais editorias. O que transparece, mesmo que a discussão já
esteja desgastada, é a velha disputa entre a cultura humanística e a indústria cultural.
Para solucionar este impasse e conciliar debate e lazer, os jornais passaram a criar os
cadernos de cultura diários, voltados para a produção da indústria cultural, e os semanais,
ligados a uma produção mais acadêmica, seguindo o caminho das revistas literárias, mais
próximas dos antigos suplementos (SILVA, 1997, p.79).
Foi assim que, nos anos 80, os dois principais jornais paulistas, a Folha de S. Paulo –
que entrou em ascensão depois do movimento das Diretas-Já, em 1984 – e o centenário O
Estado de S. Paulo, conciliaram suplementos de cultura semanais a seus cadernos culturais
diários, a Ilustrada (1958) e o Caderno 2 (1988). Os dois cadernos (que existem até hoje)
fizeram história, sintonizados com a efervescência cultural que a cidade vinha ganhando e
com o espírito de abertura democrática do país (PIZA, 2003, p.40).
Enquanto a Ilustrada dava mais atenção ao cinema americano e à música pop, o
Caderno 2 fazia uma dosagem maior com literatura, arte e teatro – distinção que permanece
mais ou menos até hoje, segundo Piza (2003, p.41), “sem a mesma qualidade de texto e a
mesma força de opinião”.
Com o incremento da produção editorial no país, temos a volta dos cadernos literários.
O jornalismo cultural, assim, vai acompanhando o contexto histórico-cultural em que se
53
encontra. Em 23 de janeiro de 1977 circulou a primeira edição do suplemento semanal
Folhetim do jornal Folha de S. Paulo, criado por Tarso de Castro, que transportava para a
grande imprensa características de humor e irreverência dos órgãos alternativos, como O
Pasquim, do qual Castro também participara.
Num primeiro momento, o suplemento funcionou como uma espécie de revista da
semana, sendo feito sobretudo por jornalistas e cartunistas. Antes da chegada dos anos 80, o
Folhetim inicia uma aproximação com a Universidade e acadêmicos passam a discutir temas
sociais e políticos na publicação.
O Folhetim deixa de circular em 1989 e em seu lugar é criado o caderno Letras,
acompanhando a produção do mercado editorial. O suplemento, que saía aos sábados, “incluía
reportagens e resenhas, e possuía um perfil mais restrito ao campo literário e não ao artístico e
acadêmico” (TRAVANCAS, 2001, p.31). Em 1992 é lançado o caderno Mais!, com o
objetivo de promover uma fusão entre o jornalismo do Folhetim e da Ilustrada. Em 1995
surgiu o Jornal de Resenhas, feito em parceria com universidades, veiculado no segundo
sábado de cada mês.
Na virada do século, a Folha chega a ter, com a publicação do caderno diário
Ilustrada, do semanal Mais! e do mensal Jornal de Resenhas, cerca de cem páginas de jornal
voltadas para a cultura em uma semana, o que demonstra a força e importância da análise
cultural para os jornais.
Já o Estado, um ano após o fim do Suplemento Literário (1956-1974), lançou o
Suplemento Cultural, que teve seu primeiro número editado num domingo, 17 de outubro de
1976. Com novos logotipo e projeto gráfico, tinha como manchete a literatura de Lima
Barreto e duas chamadas: uma sobre prevenção de terremotos e outra sobre problemas de
energia. Ciências Naturais e Ciências Exatas e Tecnologia eram as novas seções do
suplemento inaugurado.
No número 187, em 1º de junho de 1980, chegou ao fim o Suplemento Cultural.
Quatorze dias depois era lançado o Suplemento Cultura, um tablóide editado por Fernão Lara
Mesquita, jovem filho do então diretor do Jornal da Tarde, Ruy Mesquita, que se iniciava na
redação. E foi assim até o fim da década de 80, quando Nilo Scalzo, editor intermitente dos
suplementos culturais do Estado, se aposentou e o Cultura encerrou sua carreira em 31 de
agosto de 1991, no número 577. Hoje, ele é apenas um encarte publicado aos domingos no
jornal.
De forma geral, a década de 90 marca a tentativa de conciliar uma cobertura mais
factual, voltada para a atualidade, à outra que possui uma relação mais crítica com a cultura.
54
Segundo Silva (1997, p.79), “em nenhum dos casos há a exclusão, mas a complementação do
chamado jornalismo cultural”.
Como se observa, os espaços ora se ampliam, ora se reduzem. Retornamos, neste
momento, à discussão inicial: que tipo de cobertura cultural vem sendo realizada pelos
veículos de comunicação? E qual o debate que se configura no momento acerca do tema?
3. Particularidades do jornalismo cultural
Atualmente, a cobertura sobre jornalismo cultural baseia-se na produção noticiosa e
analítica referente à vida cultural no sentido mais estrito que a expressão nos remete: o de
manifestações artísticas, científicas e filosóficas. Enquadram-se, nessa definição, os
“segundos cadernos” dos jornais diários, os suplementos semanais dos mesmos jornais, as
páginas de cultura das revistas semanais e também as publicações especializadas em assuntos
culturais – música, cinema, vídeo, artes plásticas, literatura.
Historicamente, como se mostrou, o jornalismo cultural começou apenas como o
espaço reservado à produção literária, passando mais tarde a ser ampliado para a divulgação
de exposições de artes plásticas, música, teatro, cinema e, muito mais tarde, televisão, moda,
design e gastronomia. A presença de assuntos que não fazem parte das chamadas “sete artes”
(literatura, teatro, pintura, escultura, música, arquitetura e cinema) passou a ser cada vez
maior no jornalismo cultural contemporâneo.
Por definição, e aliás como qualquer outro tipo de jornalismo, ele tem de atender a
duas ordens de exigências, simultâneas e ambas igualmente legítimas: as exigências da
produção jornalística (prazos, normas de redação etc.) e as exigências de seu assunto (no caso,
a cultura em geral).
Conseqüência dessa dicotomia – servo de “dois senhores” antagônicos, conforme
Ajzenberg (2002, p.53) – o jornalismo cultural passou a ser sentido como algo diferente,
um “corpo estranho” dentro do jornalismo. Ele passou a ser visto como elemento
secundário (daí a expressão “segundos cadernos”), uma concessão dentro dos jornais de
um material considerado de amenidades e “frio” em relação à urgência das publicações
noticiosas.
55
Em debate realizado no I Seminário Nacional de Jornalismo Cultural (Passo Fundo –
RS), o jornalista Marco Pólo 19, apoiado pelos demais editores culturais presentes no evento 20,
ressaltou a imagem de “seção de perfumarias”, “coisa sem importância” que as demais
editorias têm das seções de cultura.
Em função da hierarquia das informações jornalísticas, onde as notícias sobre política,
economia e esportes ganham maior destaque, os jornalistas da área cultural sentem-se como
se estivessem no “quintal dos jornais”. Por freqüentarem restaurantes, peças de teatro,
exposições, estréias de filmes, lançamentos de livros etc., são vistos como bons vivants pelos
seus colegas de redação. São discriminados pelo exercício de seu próprio trabalho.
Para justificar sua colocação de que a área cultural é vista como assunto de segundo e
até de terceiro plano, Marco Pólo cita dois exemplos. Primeiro: a notícia cultural raramente
ganha as primeiras páginas do jornal. Segundo: em tempos de crise, os cadernos de cultura
são os primeiros a ter o número de páginas e de repórteres cortados. A informação é
confirmada por Piza (2003, p.65): “poucas vezes os cadernos culturais têm ganhado chamadas
na primeira página. E, como vivem de quociente maior de colaboradores de fora da redação,
têm sofrido também com os cortes de verba, que naturalmente começam pelos terceiros”.
Em busca de uma identidade, na tentativa de “esquentar” seu noticiário e de
acompanhar a tendência de uma cobertura em que a novidade e a imediatez da notícia tornamse imperativos, o jornalismo cultural buscou a aproximação com a informação da atualidade.
Nesta busca, os cadernos de cultura procuraram ganhar um novo espaço dentro da imprensa
que segue as regras do jornalismo cada vez mais empresarial.
De acordo com Piza (2003, p.65), algumas medidas foram tomadas na última década
para igualar o jornalismo cultural aos outros.
Decidiu-se, por exemplo, que os títulos deveriam ter verbos, sempre que
possível; que a crítica seria sempre um item à parte, raramente apta a abrir a
seção ou mesmo uma página interna; que a diagramação também não seria
muito diferenciada; que os parágrafos deveriam ser curtos etc.
19
Marco Pólo: poeta, ex-editor cultural do Jornal do Commercio e editor da revista Continente Multicultural.
Especificamente na mesa deste debate também estiveram presentes os jornalistas Sérgio Sá (apresentador do
programa Sessão das Duas da TV Brasília e colaborador do Correio Braziliense) e Eduardo Veras (editor de
cultura do jornal Zero Hora). Outros jornalistas presentes no Seminário: Alberto Dines (editor do Observatório
da Imprensa), Regina Zappa (ex-editora cultural do Jornal do Brasil), Almir de Freitas (editor da revista Bravo),
Juarez Fonseca (colaborador das revistas Aplauso e Sucesso), Cristiane Costa (editora da revista Nossa História
e do Portal Literal), Artur Xexéo (editor do 2º Caderno de O Globo) e José Castello (atuou na Veja, IstoÉ,
Jornal do Brasil, O Estado de S. Paulo e, atualmente, colabora com diversas revistas).
20
56
Com a implantação dessas transformações, acredita-se que o jornalismo cultural tenha
passado por um processo de empobrecimento que acabou por contaminar a maior parte dos
cadernos de cultura do país. Tal crítica, muito em voga e comumente encontrada, refere-se
especialmente ao caso dos jornais diários e das revistas de informação semanal.
É possível dizer, sem nenhuma hesitação, que o jornalismo cultural praticado
nesses órgãos passa hoje por uma profunda crise. Ela está ligada,
essencialmente, a dois fatores: a acelerada transformação do mercado de
produtos culturais e a não menos rápida modernização dos grandes jornais
brasileiros. No novo contexto criado a partir desse conjunto de mudanças, o
jornalismo cultural ainda não encontrou o seu espaço e a sua voz (COUTO,
1996, p.129).
Não há nada de nostalgia ou negativismo em observar que o jornalismo
cultural brasileiro já não é como antes. Pequeno panorama histórico é
suficiente para mostrar que grandes publicações e autores do passado têm
hoje poucos equivalentes; mais que uma perda de espaço, trata-se de uma
perda de consistência e ousadia e, como causa e efeito, uma perda de
influência (PIZA, 2003, p.7).
Como se pode ver, o conceito que se tem atualmente sobre jornalismo cultural é um tanto
pessimista. Os males comumente apontados são: excessivo atrelamento à agenda cultural,
superficialidade dos textos que pouco se diferenciam dos press-releases 21 e marginalização da
crítica.
Os cadernos diários estão mais e mais superficiais. Tendem a sobrevalorizar
as celebridades, que são entrevistadas de forma que até elas consideram
banal (“Como começou sua carreira?” etc.); a restringir a opinião
fundamentada (críticas são postas em miniboxes nos cantos da página); a
destacar o colunismo (praticado cada vez menos por jornalistas de carreira);
e a reservar o maior espaço para as “reportagens”, que na verdade são
apresentações de eventos (em que se abrem aspas para o artista ao longo de
todo o texto, sem muita diferença em relação ao press-release). Os assuntos
preferidos, por extensão, são o cinema americano, a TV brasileira e a música
pop, que dominam as tabelas de consumo cultural (PIZA, 2003, p.53).
Ao contrário do que freqüentemente se imagina, não se trata de falta de espaço para a
cultura nos jornais. De acordo com Couto (1996, p.129), se considerarmos o que é ocupado pelos
segundos cadernos e pelos suplementos culturais semanais, os grandes jornais brasileiros não se
dedicam pouco à cultura em comparação com seus congêneres europeus e norte-americanos. A
maioria desses últimos não edita cadernos diários de artes e espetáculos.
21
“Press-release, ou simplesmente release, é o material enviado ao jornal por produtores culturais, empresas ou
assessorias de imprensa a título de divulgação” (STRECKER, 1989, p.99).
57
Em compensação, as grandes cidades européias e norte-americanas contam com um
número razoável de publicações semanais dedicadas especificamente à programação de eventos
culturais. A inexistência de algo desse tipo no Brasil levou os jornais diários a tentar suprir a
lacuna, publicando uma extensa lista de eventos. É o chamado “serviço” ao leitor.
Boa parte das páginas dos segundos cadernos é tomada por essa cobertura extensiva da
programação. Com poucas linhas à disposição para abordar determinada obra – seja filme, disco,
livro ou peça de teatro –, o resenhista limita-se, na maioria das vezes, a uma sinopse, seguida da
emissão de um comentário. “Sacrifica-se, desse modo, a análise balizada da obra, de como ela
utiliza a linguagem que lhe é própria para atingir determinados fins estéticos, éticos ou sociais”
(COUTO, 1996, p.130).
Um outro método que vem sendo aplicado dentro dos veículos de comunicação e que
conquista cada vez mais adeptos pela sua facilidade é o uso dos releases. Com o aproveitamento
cada vez mais freqüente deste tipo de material, é muito comum que as notícias culturais sejam
redigidas em estilo publicitário e tornem-se cada vez mais parecidas. O problema, no entanto, não
é a existência do release em si.
O engano [...] é confundir um jornalismo superficial, preguiçoso e
redundante, porque somente publica o que as assessorias divulgam, com
outro mais sério e conseqüente que desenvolve a pauta “vendida”, pluraliza
os pontos de vista e repercute com fontes de prestígio e de opiniões
consistentes. A redundância nos cadernos de cultura é, assim, muito mais o
exercício enganoso do jornalismo, e não simplesmente um possível efeito
nocivo da ação das assessorias. O trabalho destas, quando bem executado e
bem recebido nas redações, só tende a qualificar o jornalismo cultural
(VARGAS, 2004, p.4).
Da mesma forma, a divulgação de roteiros da agenda cultural não deve ser vista
apenas de maneira negativa. A análise da relação entre consumo e consumidor no mundo
contemporâneo já superou as teses apocalípticas que encaravam a indústria cultural apenas
como algo a ser combatido. O próprio jornalismo é personagem importante dessa era da
reprodutibilidade técnica.
É importante perceber as relações de consumo no sentido de também destacar o desejo
e o prazer, as satisfações emocionais e estéticas advindas dessas experiências. Featherstone
(1995) chama atenção para esta relação, criticando a sociologia que deveria procurar ir além
da avaliação negativa dos prazeres do consumo.
Além disso, as críticas apontadas não se sustentam quando aplicadas ao jornalismo
cultural praticado pelos suplementos semanais dos jornais diários ou pelas revistas mensais
58
especializadas no assunto. Este tipo de avaliação, portanto, apesar de fundamentada, não dá
conta de uma análise mais global da situação.
Assim, por um lado temos um jornalismo cultural que tem na informação de
atualidade e na prestação de serviço a tônica de sua cobertura. Por esse prisma, conforme
Vargas (2004, p.1), como toda mercadoria dentro do sistema capitalista, a notícia não escapa
do valor de troca, do dever de ser interessante, atual e de fácil entendimento, do baixo custo
de produção, da facilidade de acesso e, por fim, de sua função de gerar lucros à estrutura
industrial que a produz, seja ela pequena, média ou grande. Trata-se de uma produção que
está comprometida com as novas dinâmicas da cultura contemporânea: agilidade do texto,
pressão do mercado, transformação dos assuntos, novas linguagens.
Como contraponto, existem “manifestações jornalísticas especializadas nas pautas de
eventos culturais, na sua avaliação e na reflexão em torno de tendências das várias
manifestações da arte e do pensamento contemporâneo” (FARO, 2005, p.4). Trata-se de uma
cobertura cultural mais perene, que se realiza “em torno da avaliação e da análise da produção
simbólica representada pelos eventos de natureza artístico-interpretativa do mundo social”
(FARO, 2005, p.8).
Há, portanto, pelo menos duas formas distintas de jornalismo cultural sendo praticadas
pelos veículos de comunicação. Uma vertente mais reflexiva, herdeira da tradição dos
suplementos culturais presentes na imprensa brasileira desde seu surgimento, próxima a um
esquema universitário; e outra mais objetiva, que começou a orientar a cobertura cultural a
partir dos anos 50.
A primeira forma vem sendo aplicada principalmente pelas revistas especializadas
(majoritariamente quinzenais ou mensais) e suplementos semanais dos jornais diários
(veiculados aos sábados ou domingos). Tais publicações caracterizam-se por apresentar textos
mais longos e aprofundados que vão além do factual da notícia e, na maioria das vezes, são
escritos por especialistas nos assuntos pautados.
A permanência dessas publicações indica que há suporte empresarial e de público para
este tipo de produção, contrariando paradigmas que afirmam que, em tempos hi-tech, “a tudo
é incorporado o atributo da temporalidade, da provisoriedade, do descarte” (GENTILLI, 1993,
p.14).
Segundo Silva (1997, p.45), “os cadernos de cultura da grande imprensa brasileira são
feitos para um tipo de leitor que deseja mais do que informações a respeito de produtos
culturais, eles buscam uma opinião antes de consumirem os referidos produtos”.
59
E não é apenas o público que é diferenciado. A própria função do jornalismo cultural 22
e, conseqüentemente, o funcionamento de uma editoria de cultura não seguem rigorosamente
os padrões das demais editorias. Uma das principais discussões dentro do jornalismo cultural,
por exemplo, é justamente o fato dele se distanciar do jornalismo no que se refere à imediatez
das notícias.
Os cadernos de cultura trabalham com as informações a partir da noção de
contemporaneidade 23 que, contraposta à idéia de atualidade, foge da afirmação de que o
jornalismo é tudo o que amanhã interessará menos do que hoje. O jornalismo cultural,
portanto, possui um caráter menos efêmero do que o próprio jornal no qual está inserido. A
informação cultural deixa de ser considerada mera mercadoria para consumo imediato
podendo assumir um valor mais duradouro.
Uma outra característica que o difere das demais especialidades é a questão do gosto.
O argumento estritamente jornalístico é que, para produzir um noticiário com o máximo de
objetividade possível, o repórter não deve afetar ou “contaminar” o objeto de seu trabalho
com suas preferências, que, afinal de contas, são pessoais. Entretanto, nas editorias de cultura,
as afinidades do jornalista podem influenciar indistintamente o noticiário por meio da
preferência deste ou daquele produto ou produtor. A preferência por pautas, considerada
danosa ao noticiário em algumas editorias, é absolutamente permitida (se não estimulada) em
cultura.
Em nenhuma outra parte o gosto pessoal e a formação humanística dos jornalistas têm
um papel tão importante. Se no caderno de política a preferência por um determinado político
ou ideologia é condenável por romper o apartidarismo (caso o jornal tenha como objetivo a
realização de uma cobertura isenta), no caderno de cultura a empatia por algum estilo ou
artista em detrimento de outros não traz as mesmas implicações. Fica claro neste exemplo o
quão peculiar é a área de cultura dentro do jornalismo.
Assumindo que haja mais eventos culturais ocorrendo do que espaço para divulgá-los,
os jornalistas das editorias de cultura vêem-se diante da tarefa de selecionar os produtos de
acordo com alguma lógica. Uma hipótese provável sustentaria que eles, assim como os das
demais áreas do jornal, levariam em primeiro lugar o interesse público por algum tema no
22
Para Brito, o que distingue o jornalismo cultural das demais editorias é sua função social: “estimula a
curiosidade do leitor e busca a ampliação de seus conhecimentos” (apud SILVA, 1997, p.27).
23
A contemporaneidade “pode englobar a formação de uma tendência cultural que já dura meio século ou um
fato que aconteceu ontem. Contudo, não é por ter acontecido ontem, e sim por estar relacionado com uma série
de contextos”. Isto porque “não é o tempo que decide: a conformação cultural importa muito mais, como
importam certas correspondências de situações” (BUITONI, 1986, p.29).
60
momento de definir as pautas. Assim, os produtos culturais sabidamente mais populares e de
maior audiência ocupariam maiores parcelas do caderno.
Apesar de pertinente e extremamente lógica, tal hipótese não condiz com a realidade.
Como prova disso, Travancas (2001, p.138) relata em seu livro que as obras de auto-ajuda não
têm nas editorias de cultura o destaque que deveriam ter se fosse levado em consideração o
“enorme público leitor” que possuem. A professora sustenta estar na sensibilidade do
jornalista a razão da escolha desta ou daquela pauta, e não no sucesso comercial do livro.
Na maioria das vezes, escreve-se sobre um assunto do qual se gosta e sobre o qual se
tem maior conhecimento. Logo é a subjetividade do repórter e do editor de cultura (assumida
ou não) que dá o tom ao veículo; conseqüentemente, mesmo as publicações que focam sua
cobertura na divulgação da programação cultural (ou seja, mais próximas da roteirização das
informações) não são simplesmente informativas. Ainda que utilizem linguagem sintética, a
própria seleção do que será veiculado indica “marcas” de seus produtores.
A partir disso, conclui-se que o noticiário das editorias de cultura está comprometido
pelo gosto artístico ou de entretenimento dos jornalistas que o produzem, o que nem sempre é
visto com bons olhos.
As políticas culturais que orientam o jornalismo cultural podem ser
entendidas como políticas do gosto, em que um pequeno número de pessoas
– os jornalistas culturais e os críticos universitários – definem os cânones do
que é bom, em estreita ligação com o mercado editorial. Estas escolhas
passam a ser vistas como “indiscutíveis” (COELHO apud PRIGOL, 1998,
p.21).
A idéia é reforçada por Machado da Silva (2000, p.64): “o jornalismo cultural no
Brasil (e no mundo) é uma espécie de negócios entre amigos”. Da mesma forma, Travancas
(2001, p.113), com base nas conclusões de sua tese, ressalta: “ficou claro como cada
suplemento elege os seus prediletos, a partir de critérios próprios de seleção”.
A respeito deste “círculo de influências”, Bourdieu (2002) nos oferece uma excelente
reflexão por meio de uma análise crítica sobre o processo de criação, circulação e consagração
dos bens culturais. Debruçando-se sobre a diversidade dos estilos artísticos e/ou as diferentes
estratégias de comercialização editorial, ele explicita os conflitos internos de cada espaço
social, a luta pela conquista de uma autoridade, as estratégias de legitimação das “verdades”,
61
afirmando que o princípio da eficácia de todos os atos de consagração e legitimação está na
energia acumulada na história de cada campo 24.
Segundo o autor, a base por excelência do poder não deriva apenas da riqueza material
e cultural, mas da capacidade que estas têm em transformá-lo em capital social e simbólico.
Ou seja, põe-se em evidência um poder sutil, uma forma desconhecida e oculta de outras
formas de poder, responsável pela manutenção da ordem. Na forma de crédito, o capital
simbólico é uma dádiva atribuída àqueles que possuem legitimidade para impor categorias do
pensamento e, portanto, uma visão de mundo. Propriedade de poucos, o capital simbólico e o
capital social são recursos conquistados à custa de muito investimento, tempo, dinheiro e
disposição pessoal.
Neste trabalho, Bourdieu oferece os instrumentos para estudar as maneiras como os
sentidos são mobilizados; auxilia a investigar como as instâncias educativas – a família, a
escola e a mídia – estruturam uma forma de percepção dos sujeitos e suas ideologias.
Do mesmo modo, ele nos mostra que os campos da produção de bens culturais são
universos de crença que só podem funcionar na medida em que conseguem produzir,
inseparavelmente, produtos e a necessidade desses produtos. Trata-se, portanto, também do
reconhecimento dos produtores culturais por parte do receptor desses bens (no caso do
jornalismo, do leitor de seus textos): alguém geralmente muito próximo deles mesmos.
Se por um lado essa relação entre produtor e consumidor é positiva em termos de
identificação/ reconhecimento, por outro, ela apresenta dificuldades. Acompanhando até certo
ponto a própria segmentação do mercado cultural, cada vez mais subdividido em gêneros, os
veículos culturais parecem sucumbir ao que Piza (2003, p.56) chama de “tribalização” ou
“guetização”. Desta forma, as publicações transformam-se em porta-vozes de determinados
grupos, que exprimem interesses específicos.
É o que Habermas (1984) denomina de “mudança estrutural da esfera pública”.
Segundo o autor, com a institucionalização constitucional das estruturas da esfera pública no
âmbito do Estado e, em particular, da imprensa, o que antes eram instituições privadas de um
público – instituições oriundas e próprias das iniciativas e interesses de grupos e indivíduos
24
A sociedade, conforme Bourdieu, é regida por princípios de diferenciação social estratificada em partes
constitutivas – classes e grupos sociais – que ocupam posições diferenciais no espaço social, de acordo com a
distribuição das diferentes espécies de poder entre elas. A sociedade se estrutura em diferentes “campos” no
interior dos quais se encontram as estruturas sociais objetivas, as distribuições desiguais de poder, as lutas de
classe e as posições diferenciais dos integrantes dessas classes. O fundamento demarcador das diferenças sociais
e das divisões da sociedade é a desigualdade no exercício do poder. Nas sociedades capitalistas, tais divisões são
essencialmente de classe. As posições diferenciais entre as classes tornam o espaço social um campo permanente
de luta, ou um “campo de forças”, caracterizado por relações de domínio e subordinação, cuja dinâmica é dada
pelas flutuações de domínio das diferentes espécies de poder entre as classes sociais (BOURDIEU, 1989, p.134).
62
imersos no amplo setor privado da sociedade, mas voltadas para a promoção de valores e
práticas de ambição pública, de interesse comum a toda a sociedade –, agora são instituições
públicas de grupos privados – instituições formalmente comprometidas com o interesse
público, mas objetivamente envolvidas na defesa de interesses privados dos grupos e
indivíduos que têm a propriedade e o controle das suas estruturas de funcionamento.
Seja como for, não se pode negar que, no campo jornalístico como um todo e no
campo cultural especificamente, estes interesses e grupos são múltiplos e diversos. Deste
modo, o jornalismo cultural passa a ser assumido como “um sub-campo midiático que reitera
os signos da cultura de massa e, ao mesmo tempo e de forma contraditória, constitui-se num
território de resistência contra-hegemônica” (FARO, 2005, p.7).
O jornalismo cultural pode – e deve ser visto como um canal de expressão
pública da produção intelectual. Para além de sua natureza propriamente
jornalística, isto é, voltada para a cobertura noticiosa das atividades artísticas
e editoriais, o seu espaço é um terreno de forte presença autoral, opinativa e
analítico-conceitual que discorre sobre a identificação de movimentos
norteadores de tendências presentes nos processos sociais, ampliando-se
como espaço midiático de vozes que se situam fora do universo de trabalho
dos profissionais da imprensa. Em revistas, suplementos e publicações
especializadas em cultura, convivem, lado a lado, repórteres e intérpretes, o
que dá a essa produção um feitio diferenciado do restante da produção
jornalística convencional (FARO, 2005, p.4-5).
Não há, portanto, como aceitar a visão simplificadora de que o espaço em que ele é
produzido é o mesmo das relações de dominação. Além disso, é necessário encarar a realidade
dos fatos de maneira menos preconceituosa. Afinal o problema não é a publicação de roteiros
de cinema, teatro, restaurantes e da programação televisiva (informações que, aliás, se
tornaram essenciais em nossas vidas).
É preciso ampliar as fronteiras do debate e perceber que o papel das publicações
culturais é anunciar e comentar as obras lançadas, e também refletir sobre o comportamento,
os novos hábitos sociais, os contatos com a realidade político-econômica da qual a cultura é
parte ao mesmo tempo integrante e autônoma (PIZA, 2003, p.57).
Em outras palavras, urge compreender que a tão combatida “roteirização” do
jornalismo cultural não é um empecilho em si desde que também haja espaço para a produção
de matérias mais aprofundadas. São modos distintos de se realizar a cobertura cultural e
ambas podem ter qualidade e serem conduzidas com seriedade. O objetivo é, antes de tudo,
lutar por publicações de excelência, que funcionem como uma ponte esclarecida entre os
produtos culturais e os consumidores.
63
Como vimos, o jornalismo sofre interferência de mudanças tecnológicas, políticas,
econômicas e culturais da sociedade e, não seria diferente, o jornalismo cultural acompanha
este processo. É um engano, portanto, exigir que as publicações atuais se pareçam com
aquelas veiculadas nos primórdios da imprensa. Ao mesmo tempo, há que se respeitar os
limites e o alcance de cada meio de comunicação (impresso, televisivo, radiofônico, virtual) e
sua periodicidade (diário, semanal, quinzenal, mensal), respeitando suas peculiaridades de
tratamento da informação, diversidade de enfoque e diferenças de linguagem.
Para finalizar, ressalta-se que ainda hoje este jornalismo tem sofrido generalizações.
No entanto, uma única característica não mais serve de base para o que a área representa
atualmente. Como apropriadamente lembra Ferreira (2003, p.116), com facilidade nos
esquecemos de um velho provérbio de Tomás de Aquino: “A vida transborda o conceito”, que
também deveria transbordar os mitos que colonizam e bloqueiam, muitas vezes, nossa
maneira de pensar com discernimento.
64
CAPÍTULO III - REVISTAS CULTURAIS
“Les journaux font du journalisme, les revues font de la culture ; il ne faut pas se
laisser aller à confondre les rôles” 25.
A citação de Georges Sorel 26, retirada de um ensaio sobre revistas literárias, traça de
maneira clara uma separação entre os jornais, de um lado, e os periódicos de vocação
intelectual – aos quais é atribuído um valor mais elevado –, de outro.
Nesta perspectiva, os jornais possuem finalidade informativa e são destinados a uma
utilização quotidiana enquanto que as revistas se configuram a partir de ideologias claras,
sendo determinadas por postulados estéticos: beleza e arte. Em outras palavras, a revista – de
literatura, artes plásticas, música, história, filosofia etc. – tem como objeto aquilo que
extrapola a atualidade crua, tornando-se parte de um plano atemporal. Os atos ou fatos são
contemplados por um olhar crítico: “re-videre”.
Mesmo não concordando totalmente com a classificação de Sorel por considerá-la
demasiadamente radical, é preciso reconhecer que realmente se trata de suportes diferentes e
que, portanto, apresentam particularidades que acabam refletidas no conteúdo que veiculam e
no público que atingem. Como vimos no capítulo anterior, essas diferenças originam
coberturas culturais distintas que precisam ser avaliadas e entendidas dentro de seus próprios
contextos.
1. Suporte revista: algumas considerações
Em linhas gerais, define-se revista como uma publicação periódica de formato e
temática variados que se difere do jornal pelo tratamento visual (melhor qualidade de papel e
de impressão, além de maior liberdade na diagramação e utilização de cores) e pelo
tratamento textual: “com mais tempo para extrapolações analíticas do fato, as revistas podem
produzir textos mais criativos, utilizando recursos estilísticos geralmente incompatíveis com a
velocidade do jornalismo diário. A reportagem interpretativa é o forte” (BOAS, 1996, p.9).
No caso das revistas, as características que usualmente identificam o discurso
jornalístico são, muitas vezes, atenuadas em favor de uma narrativa mais flexível, como
25
Encyclopaedia Universalis. Paris: France S.A., 1990, p.1035.
Georges Sorel (1847-1922) foi um destacado sindicalista, muito popular na França, na Itália e nos Estados
Unidos.
26
65
alteração do lead, adjetivações e uso de advérbios – geralmente não recomendáveis pelos
manuais de redação. Tais recursos não impedem, no entanto, que as matérias publicadas
nessas revistas sejam reconhecidas como jornalismo.
O dicionário Le Robert informa que, derivada da palavra inglesa review, data de 1705
o primeiro uso do termo revista, hoje mais divulgado no sentido de publicação, definindo-o
como “publicação periódica mais ou menos especializada, geralmente mensal, que contém
ensaios, contos, artigos científicos etc. apresentando como sinônimos seus correlatos
magazines, hebdomadários, anais e boletins” (MARTINS, 2001, p.45).
Nos dicionários de língua portuguesa, a gênese da palavra revista é situada no final do
século XIX, quando, desgarrada do significado usual de “passar a tropa em revista”, assume o
status de publicação, mencionada sob a seguinte definição: “título de certas publicações
periódicas, em que são divulgados artigos originais de crítica ou análise de determinados
assuntos” (MARTINS, 2001, p.45).
De acordo com Scalzo (2003, p.11), uma revista é “um veículo de comunicação, um
produto, um negócio, uma marca, um objeto, um conjunto de serviços, uma mistura de
jornalismo e entretenimento”. Nenhuma destas definições está errada, mas também nenhuma
delas abrange completamente o universo que envolve uma revista e seus leitores. A propósito: o
editor espanhol Juan Caño (apud SCALZO, 2003, p.11) define revista como “uma história de
amor com o leitor”.
Deste modo, revista é também um encontro entre um editor e um leitor, um contato
que se estabelece, um fio invisível que une um grupo de pessoas com interesses específicos e,
nesse sentido, ajuda a construir uma identidade, ou seja, cria identificações, dá a sensação de
pertencer a um determinado grupo e funciona muitas vezes como uma espécie de carteirinha
de acesso a eles.
Não é à toa que leitores gostam de andar abraçados às suas revistas – ou de
andar com elas à mostra – para que todos vejam que eles pertencem a este ou
àquele grupo. Por isso, não se pode nunca esquecer: quem define o que é
uma revista, antes de tudo, é o seu leitor (SCALZO, 2003, p.12).
Por outro lado, deve-se levar em conta que revistas são impressas. Na opinião de
Lajolo (1995, p.29), “aos olhos da nossa tradição cultural, o domínio da escrita vale muitos
pontos. É timbre de distinção, atestado de superioridade intelectual, marca de valor: tanto para
indivíduos quanto para civilizações”.
66
Agora, um ponto que diferencia visivelmente a revista dos outros meios de
comunicação impressa é o seu formato. Ela é fácil de carregar, de guardar, de colocar numa
estante e colecionar. Não suja as mãos como os jornais, seu papel e impressão também
garantem uma qualidade de leitura – do texto e da imagem. Ainda devido à qualidade do
papel e da impressão, outro grande diferencial positivo das revistas, principalmente em
relação aos jornais, é a sua durabilidade.
A periodicidade das revistas também as distingue dos outros suportes – o que,
conseqüentemente, interfere muito no trabalho dos jornalistas envolvidos na sua produção.
Historicamente, enquanto o jornal, pelo seu propósito de informação imediata, caminhou para
a veiculação diária, a revista, de elaboração mais cuidada, aprofundando temas, voltou-se à
distribuição semanal, quinzenal, mensal, trimestral ou semestral, por vezes anual (MARTINS,
2001, p.40).
Se por um lado a publicação de periodicidade mais larga se distancia do tempo real da
notícia – gerando debates que a questionam enquanto jornalismo –, por outro, obriga-se a não
perecer tão rapidamente, a durar mais nas mãos do leitor. É por isso que a notícia “nua e crua”
nunca teve lugar de destaque em revistas (a não ser em lugares e períodos em que elas eram o
único meio de comunicação de que se dispunha). Nesse sentido, as revistas já se anteciparam
ao problema que, hoje, os jornais enfrentam com o surgimento da Internet. Elas cobrem
funções culturais mais complexas que a simples transmissão de notícias. Entretêm, trazem
análise, reflexão, concentração e experiência de leitura.
Estudando sua história, o que se nota, em primeiro lugar, não é uma vocação noticiosa
do meio, mas sim a afirmação de dois caminhos bem evidentes: o da educação e o do
entretenimento. Sua missão: destinar-se a públicos específicos e aprofundar os assuntos –
mais que os jornais, menos que os livros.
Outra característica tida como marcante nas revistas é a segmentação. “A família, o
homem e o adolescente, por exemplo, ganharam títulos específicos” (A REVISTA NO
BRASIL, 2000, p.22). Considera-se, hoje, no Brasil, pelo menos vinte gêneros 27 na
classificação dos principais títulos em circulação.
A segmentação por assunto e tipo de público faz parte da própria essência do veículo.
Toda revista cria uma audiência de legitimação. Conforme Scalzo (2003, p.14), “é na revista
27
São eles: interesse geral/ informação/ atualidades; interesse geral/ ciência; interesse geral/ leitura; interesse
geral/ negócios; interesse geral/ turismo; feminina/ comportamento/ beleza; feminina/ jovem; feminina/ moda/
trabalhos manuais; feminina/ puericultura; feminina/ culinária; feminina/ saúde; masculina; esporte/
automobilismo; arquitetura; decoração; astrologia; cinema/ música/ TV; construção; infanto-juvenil/ games;
informática; outros. Fonte: Anuário Brasileiro de Mídia, 2005.
67
segmentada, geralmente mensal, que de fato se conhece cada leitor, sabe-se exatamente com
quem se está falando”. Segundo o jornalista Harold Hayes, “uma revista de sucesso tem de
erigir um mito no qual seus leitores acreditem”. Para Scalzo, essa mesma regra vale para
explicar o desaparecimento de algumas publicações: revistas representam épocas (e, por que
não, erigem e sustentam mitos). Sendo assim, só funcionam em perfeita sintonia com seu
tempo. Por isso, dá para compreender muito da história e da cultura de um país conhecendo
suas revistas. Ali estão os hábitos, as modas, os personagens de cada período, os assuntos que
mobilizaram grupos de pessoas.
Elas representam individualidades, círculos, movimentos, clãs de intelectuais que
consagram seu intelecto e sua invenção à gestão e à história desses periódicos. Funcionam
como “laboratórios da cultura e da civilização” 28, como afirmou Paul Valéry. Ou, como
propõe Raúl Antelo (1984), os limites do pacto num “tempo de homens partidos”.
2. Histórico do mercado de revistas brasileiras
Com o intuito de delinear uma breve história do periodismo de revista no Brasil,
dando ênfase à participação das revistas culturais neste conjunto de acontecimentos e tendo
como pano de fundo o papel que elas desempenharam na formação da sociedade brasileira, a
opção por uma estruturação cronológica do texto encaminha nosso olhar ao início do século
XIX.
São deste período as primeiras notícias sobre as revistas brasileiras. Muitas de vida
efêmera, tais publicações, por vezes, eram definidas como “ensaios” ou “folhetos”. Assim
ocorreu com aquela que ficou conhecida como a primeira revista do Brasil: As Variedades ou
Ensaios de Literatura, de 1812:
Quem chamaria aquilo de revista? Nem mesmo seu editor, o tipógrafo e
livreiro português Manoel Antonio da Silva Serva: ao colocá-las à venda, em
Salvador, no mês de janeiro de 1812, Silva Serva apresentou As Variedades
ou Ensaios de Literatura como “folheto” – embora o termo “revista” já
existisse desde 1704, quando Daniel Defoe, autor de Robinson Crusoe,
lançou em Londres A Weekly Review of the Affairs of France (A REVISTA
NO BRASIL, 2000, p.16).
28
Encyclopaedia Universalis. Paris: France S.A., 1990, p.1036.
68
As Variedades teve apenas duas edições e, assim como outras revistas da época, não
tinha caráter noticioso. Segundo Werneck Sodré (1966, p.35), a publicação “propunha-se a
divulgar discursos, extratos de história antiga e moderna, viagens, trechos de autores
clássicos, anedotas etc.”.
Numa discussão sem fim, há quem atribua o pioneirismo ao Correio Braziliense, que o
exilado gaúcho Hipólito José da Costa editou em Londres, de 1808 a 1822.
Com o subtítulo “Armazém Literário”, cerca de cem páginas e o conteúdo
mais opinativo e analítico do que noticioso ou informativo, o Correio
Braziliense, marco inaugural da imprensa brasileira, bem poderia, para os
padrões da época, ser chamado de revista tanto quanto As Variedades – mas
é mais comumente tratado como jornal. As duas publicações, na verdade,
não pareciam uma coisa nem outra, tinham cara de livro (A REVISTA NO
BRASIL, 2000, p. 18).
[...] A primeira manifestação periódica impressa voltada para o Brasil
editou-se em Londres, representada pelo jornal Correio Braziliense,
Armazém Literário [1808-1822]. Ou seria uma revista? A julgar pelo seu
aposto, Armazém, sinônimo de Magazine, conforme sugere sua etimologia,
nosso primeiro jornal seria uma revista (MARTINS, 2001, p.47).
O rótulo, entretanto, só seria adotado em 1828, ano em que surgiu no Rio a Revista
Semanaria dos Trabalhos Legislativos da Camara dos Senhores Deputados. A exemplo
desta, seguiram-se muitas outras: Revista da Sociedade Filomática (1833), Revista Mensal do
Ensaio Filosófico Paulistano (1851), Revista Brasileira (1857), Revista da Sociedade de
Ensaios Literários (1876), Revista da União Acadêmica (1899) etc. Todas elas, conforme
Nascimento (2002, p.16), foram, em geral, publicações institucionais e eruditas, que pouco
lembravam a configuração que temos do veículo hoje.
No início do século XIX, jornais e revistas tornam-se espaços disputados, inclusive
para a divulgação da literatura romântica, reunindo nomes consagrados da época. Com escopo
diverso, e efetivamente uma revista, é lançada Nitheroy em 1836. Editada em Paris por um
grupo de jovens liderado pelos poetas Gonçalves de Magalhães e Araújo Porto Alegre,
financiada pelo comerciante brasileiro Manuel Moreira Neves, a publicação pretendia-se uma
revista de alta cultura e vinha com o objetivo de “ilustrar” o país e atrair a atenção “do
brasileiro amigo da glória nacional”, trazendo a epígrafe Tudo pelo Brasil e para o Brasil.
Não passou de dois números, mas nesse pouco tempo balizou o surgimento do
Romantismo nas letras brasileiras, gênero que presidiu o seqüente conjunto de revistas
literárias, fortemente influenciadas pelos cânones românticos.
69
Na mesma década, na linhagem das revistas literárias românticas – três anos após a
“francesa” Nitheroy, em língua portuguesa e impressa em Paris – dava-se o inverso.
Apresentava-se no Rio de Janeiro, em 1839, a Revue Brésilienne, periódico em língua
francesa para o público brasileiro (MARTINS, 2001, p.59).
É também dessa época a mais antiga revista brasileira em circulação, a Revista do
Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, que, lançada em 1839, sobrevive até os dias
atuais.
Naqueles anos conturbados de construção do Estado nacional ao tempo da Regência,
quando os jornais eram a única manifestação de imprensa local, segundo Martins (2001,
p.57), “a criação de revistas solucionou a ausência do espaço literário, constituindo-se em
veículo possível para os grupos letrados colocarem-se em letra impressa”.
Nesse momento a revista pode ser percebida como lugar de afirmação coletiva.
Cumpria papel específico, que também a situava em termos históricos, como espaço de
representação, configuradora de identidades, locus da reflexão e, sobretudo, instrumento de
construção e veiculação do modelo nacional. Estampando em suas páginas as tensões e
articulações entre a cultura letrada, campo privilegiado de expressão das elites, os periódicos
transformaram-se em objeto fundamental da formação das culturas urbanas e das relações de
poder na cidade moderna.
Para ilustrar essa relação entre vida social e periodismo, vale o exemplo de São Paulo,
que, de acordo com Cruz (2000, p.50), é transformada em 1828 com a abertura da Academia
de Direito do Largo de São Francisco, marco fundante da vida intelectual e letrada paulistana.
A imprensa paulistana, produto mais avançado da cidade letrada, configurase no interior desse universo social restrito. Suas temáticas, suas funções e
seu público definem-se no interior dos limites postos pela elite da Faculdade
de Direito. Num meio social demarcado pelo autocentramento das elites
letradas e pelas relações de exclusão do escravismo, dominado pelo
analfabetismo e pelas práticas orais, o campo de luta e tensões das diversas
instituições da cidade letrada, as academias, as escolas, assim como a
imprensa, excluem totalmente as classes subalternas e até mesmo alguns
importantes setores das classes dominantes. De pouquíssima penetração em
círculos exteriores aos das elites masculinas letradas, a imprensa ainda não
se constitui como campo de disputa e instrumento de construção da
hegemonia de setores dominados. A cultura letrada ocupa espaços
extremamente reduzidos do cotidiano da vida urbana (CRUZ, 2000, p.55).
Folhas e revistas acadêmicas constituíram-se nos principais produtos das práticas
letradas no período. Periódicos como A Crença (1873), O Tribuno (1873) ou o Labarum (1873)
animaram as discussões políticas e científicas dos acadêmicos e abriram espaço para o exercício
70
da literatura. Assim como as arcadas do Largo de São Francisco, tais publicações
permaneceram na memória como marcos fundantes das letras paulistanas (CRUZ, 2000, p.52).
Mantidos por seus pequenos círculos de assinantes, esses veículos, de conteúdo sério e
sisudo, realizavam entre si permanente diálogo, constituindo-se único público uns para os
outros. Divididos nas correntes e tendências literárias, as elites oriundas da academia faziam
da imprensa seu espaço de discussão (CRUZ, 2000, p.53).
Como se nota, desde sua formação, a burguesia se preocupou com a transmissão do
conhecimento aos seus pares, o que levou ao surgimento de instituições como universidades,
academias e ordens profissionais, gerando uma cultura erudita ou superior que tendia a
distanciar-se da cultura da maioria da população.
Este cenário, no entanto, é modificado. Com a evolução sócio-cultural – os processos de
urbanização, a educação e as inovações tecnológicas como o telégrafo e os cabos submarinos, a
imprensa vai se diversificar e irão surgir periódicos especializados, além daqueles em língua
estrangeira, e também começa a engatinhar a imprensa operária. O relacionamento público e
coletivo passa a ter na imprensa um espaço privilegiado de articulação.
No processo de redefinição da cultura letrada, a imprensa periódica assume
papel fundamental. Funcionando como suporte aglutinador e veículo de
construção da visibilidade pública de inúmeras práticas culturais, a imprensa
cultural e de variedades, representada por pequenas folhas e revistas, seria
adotada como veículo de parte significativa das associações culturais
informais que proliferam no período (CRUZ, 2000, p. 81).
Neste ponto, como sugere Cruz, é interessante traçar um paralelo com as análises
propostas por Habermas (1984, p.13-41) sobre as transformações da esfera pública nas
realidades das nações européias dos séculos XVIII e XIX. A imprensa torna-se um instrumento
privilegiado de afirmação de uma esfera pública burguesa que se institui no interior da
sociedade civil e que, progressivamente, se dissocia do poder público do Estado.
Na cidade em expansão, ante os desafios da ocupação estrangeira trazidos
pela imigração, os perigos representados pelos projetos socialistas e anarcolibertários e as ameaças de “caos” colocadas pela multidão anônima, pobre e
liberta, as elites passam progressivamente a disputar o espaço urbano. Nesse
novo espaço social da metrópole em formação, desafiados por outros
projetos culturais, os modos de viver e de pensar das classes dominantes
submetem-se a críticas e reelaborações. No processo de ocupação da cidade
e na disputa pelo espaço público, o horizonte cultural burguês precisou ir
além da burguesia. Produto e momento dessa nova conjuntura, a imprensa
emerge como um campo dinâmico da disputa pela afirmação desse horizonte
burguês (CRUZ, 2000, p.82).
71
As revistas, que variavam de 8 a 20 páginas (CRUZ, 2000, p.88), foram veículos
fundamentais de difusão da cultura impressa neste período. Ao lado dos jornais diários, que
começaram a aparecer em meados do século, em meio às publicações acadêmicas e jornais
políticos de uma década animada pelas campanhas abolicionista e republicana, as pequenas
folhas e revistas de cultura e variedades, tratando de conteúdos diferentes e ligados a uma
gama diversificada de grupos sociais, começam lentamente a ganhar espaço na imprensa.
[...] o jornalismo desprende-se progressivamente da academia e articula-se
mais estreitamente à vida urbana. Para expandir seu público, as folhas e
revistas, acolhendo os projetos, interesses e gostos das novas camadas
urbanas, avançam sobre terrenos anteriormente alheios ao universo da
imprensa. Nesse primeiro momento de desenvolvimento da imprensa
cultural e de variedades, o movimento de expansão quantitativa do público
leitor pode ser proposto muito mais pela publicação de uma grande
diversidade de periódicos de pequenas tiragens que tinham como públicoalvo grupos sociais diferenciados do que pela indicação singular de um ou
outro periódico de tiragem espetacular. A fragmentação e/ou diversidade
dessa imprensa, imposta pelas próprias condições materiais e técnicas da
imprensa paulistana no período, parece também responder a um processo em
que espaços e grupos sociais diversos articulam-se e/ou são conquistados
como leitores de periódicos (CRUZ, 2000, p.142).
Sua produção, entretanto, em formato de jornal, trazendo as folhas soltas (in folio) foi
prática freqüente no periodismo, dificultando singularizá-las a partir de sua configuração. O
emprego ambíguo de sua nomenclatura, oscilando entre revista e jornal, gerou equívocos de
concepção do que vinha a ser uma revista.
Conforme Martins (2001, p.69), os próprios mentores da publicação – proprietários,
editores, redatores, colaboradores – reforçavam as dúvidas de entendimento: “interessados em
qualificar a sua publicação, assumia-se uma projeção idealizada da revista, conferindo-lhe
superioridade frente ao jornal. Por vezes, um jornaleco era anunciado pelo seu fundador como
revista, valorizando o empreendimento”.
O que essa confusa nomenclatura do objeto revela é a precariedade de nosso
estágio periodístico, às vésperas de transformar-se em grande empresa. O
gênero não estava definido conforme a maturidade de uma imprensa com
maior tradição, desconhecendo legislação específica e critérios normativos.
Daí a facilidade em se criar uma revista (MARTINS, 2001, p.70).
De acordo com a pesquisadora, a tradicional evolução do jornal para a revista,
observada nos primórdios de todo o periodismo, reiterava o equívoco. Com freqüência, as
72
revistas surgiam originalmente em forma de jornal, de custo mais baixo, para, em seguida,
transformarem-se em revista periódica, abandonando o formato tablóide, as folhas soltas,
incorporando uma capa que facilitava o manuseio e conferindo-lhe a configuração de
brochura, quase um livro (MARTINS, 2001, p.73).
Referidas na literatura sobre a imprensa no período como “nossas revistas de cultura”,
“revistas de variedades”, “revistas ilustradas”, essas publicações compreendem um amplo
espectro de periódicos – publicados mais regularmente a partir dos anos 80 do século XIX.
Abarcam desde as pequenas revistas literárias e culturais editadas por associações e grupos
(muito próximas das revistas literárias confeccionadas por estudantes no início do século);
passam pelas inúmeras revistas e folhas de artes, modas, costumes, humor, esportes, reclame
(financiadas por clubes, grupos editores em formação, casas comerciais etc.); e chegam até as
já bem estruturadas revistas ilustradas e de variedades do final dos anos 10.
Ao longo do século XIX, a revista tornou-se moda. Literárias, noticiosas, recreativas,
comerciais, humorísticas, mas também críticas, reivindicatórias, doutrinárias, elas
transformaram-se no suporte impresso das mais variadas concepções e práticas culturais.
Raras nos tempos da imprensa acadêmica, tais publicações passaram a responder por uma
porcentagem cada vez mais significativa da imprensa periódica. Sem dúvida, essa tendência
tinha uma explicação: o avanço técnico das gráficas, a emergência de novas camadas de
leitores que a escola e a urbanização ajudaram a produzir e o alto custo do livro. Além disso,
o mérito de condensar uma gama diversificada de informações, configuração leve, leitura
entremeada de imagens, participação de literatos na redação, conferiu-lhes um texto mais
elaborado, maior cuidado gráfico, eventualmente melhor fatura.
Sem contar que os recursos técnicos de ilustração foram utilizados prioritariamente pelo
impresso revista. Recorreu-se à fotografia bem como às demais técnicas (a litografia e a
xilogravura). Empregaram-se a rodo charges e caricaturas, multiplicando-se com isso as
ilustrações coloridas. A modalidade revista ilustrada passou a ser preferencial da população
leitora, apresentando variações de propósitos e de periodicidade: o magazine29, revista ilustrada
por excelência, representativa de uma demanda de caráter ligeiro e de teor fortemente publicitário,
potencializando as características comerciais do gênero; e os hebdomadários30, publicações de
periodicidade semanal precisa, de cunho informativo técnico e político (MARTINS, 2001, p.41).
29
Magazine, do árabe MAHAZIN, depósito de mercadorias a serem vendidas, bazar; a partir de 1776 a palavra
foi retomada pelos ingleses, referindo-se à “publicação periódica, geralmente ilustrada, que trata de assuntos
diversos” (MARTINS, 2001, p.43).
30
Hebdomadário, publicação que aparece regularmente a cada semana [hebdo]. Primeiro uso do termo, em
1758, por Voltaire (MARTINS, 2001, p.43).
73
Segundo Miceli (2001, p.56), essas folhas culturais e de variedades tinham como
receita de base a mistura do mundanismo com todos os tipos de fórmulas literárias.
Resultavam:
[...] de uma dosagem de crônicas mundanas, seções de humor, crítica
literária, promoção de figurões da política e das letras, publicação de contos,
versos e romances de aventura, variedades, crítica teatral, crítica de arte,
coluna de modas, entrevistas, reportagens, inquéritos, uma pitada de estudos
e ensaios sociais.
Elas emergiram como publicações típicas da “explosão jornalística” do final do século,
propiciando o surgimento dos primeiros intelectuais profissionais: os anatolianos. Para
Martins (2001, p.71) “estavam ali a profissionalização e a sobrevivência do escritor, que tinha
diante de si a possibilidade de colocar-se, agremiar-se e, finalmente, existir”. Assim, os
literatos mantêm estreitos vínculos com o periodismo, não só como jornalistas e produtores,
mas também como leitores.
A repercussão de revistas culturais européias, impresso qualificador, em que se
colocavam escritores conceituados, também contribuiu para a valorização do gênero, que
passou a ser opção preferencial do aspirante às letras, particularmente num país desprovido de
casas editoras.
De qualquer forma, neste recente espaço aberto pelo jornalismo, trabalharam de modo
regular apenas os intelectuais mais distantes das vias de consagração dominantes como, por
exemplo, Lima Barreto. Segundo Martins (2001, p.43), “a valorização do periódico revista no
Brasil ainda era reticente por parte do homem de letras que já gozava de prestígio e aceitação
pública”. Rui Barbosa, em parecer sobre a classificação do gênero periódico, opôs-se à
inclusão de revistas e jornais na categoria obras, propondo inseri-los em publicação.
Resistências à parte, a verdade é que a expansão da imprensa passaria a modificar a
relação que os escritores mantinham com suas obras. Nesta nova era, a produção do livro
perdeu o posto hegemônico na comunicação escrita, sendo ultrapassada por objetos
tipográficos mais baratos, a começar pelo jornal. Diários, revistas e brochuras, cartas de jogar,
cartões de visita, anúncios publicitários, e, na época do consumo em massa, todos os tipos de
suportes e materiais passaram a receber texto impresso.
O movimento e circulação dos materiais impressos, principalmente a imprensa
periódica, só tenderia a crescer, acompanhando o ritmo de desenvolvimento da cidade. Em
São Paulo, nas duas últimas décadas do século XIX, vieram a público mais de seiscentas
publicações paulistanas, o quíntuplo das quatro décadas anteriores (CRUZ, 2000, p.77). Nas
74
palavras de Martins (2001, p.97) “o rastreamento das revistas entre bibliotecas públicas,
particulares e colecionadores revelou a profusão de títulos, a variedade temática e o surto da
modalidade periódica na virada do século”.
Apesar da avalanche de veículos, pertencentes a um indivíduo ou a um grupo pequeno
de pessoas, a imprensa na época era constituída quase que totalmente por publicações de vida
efêmera.
É verdade que o levantamento realizado durante a pesquisa revelou que parte
significativa dessas pequenas folhas e revistas, principalmente aquelas
ligadas a associações recreativas e culturais e pequenos grupos informais de
cultura, vindo a público com toda pompa, com artigos de fundo que
delineavam extensos programas, não conseguem passar dos primeiros
números (CRUZ, 2000, p.146).
O desaparecimento de grande parte desse tipo de publicações, tão comum na última
década do século XIX e primeira do século XX, está relacionado ao processo de rearticulação
da cultura impressa. Para Cruz (2000, p.147), tal processo tem seus sintomas mais visíveis na
formação das empresas jornalísticas, no fortalecimento e profissionalização de alguns grupos
e na instalação de editoras mais capitalizadas e organizadas, que passaram a editar a maioria
dos materiais lidos pelos paulistanos na época.
A passagem do século marca a transição da pequena à grande imprensa no Brasil.
Nessa fase, as empresas passam a firmar uma estrutura complexa de organização e a adquirir
modernos equipamentos gráficos. Na metade da primeira década, a importação das modernas
“máquinas de compor”, as linotipos, transformam profundamente o trabalho de composição e
a tipografia é projetada na era moderna. No campo da impressão, as grandes novidades são as
máquinas rotativas Marinoni, que assumem o lugar dos velhos prelos das tipografias e que,
agora, por elas mesmas, “imprimem, cortam e dobram os exemplares dos jornais aos
milheiros” (BAHIA, 1990, p.124).
No campo cultural, é nessa etapa que as revistas ganham definição e espaço
diferenciado em relação aos jornais, que passam por mudanças estruturais, especialmente com
a separação do material literário. Conforme Sodré (1966, p.340), “as colaborações literárias
começam a ser separadas, na paginação dos jornais: constituem matéria a parte, pois o jornal
não pretende mais ser, todo ele, literário”. Para o historiador,
[...] é um pouco dessa transformação que decorre a proliferação das revistas
ilustradas que ocorre a partir daí. Nelas é que irão se refugiar os homens de
letras [...]; as revistas passarão, pelo menos nessa fase, por um período em
75
que são principalmente literárias, embora também um pouco mundanas e,
algumas, críticas (SODRE, 1966, p.340).
No processo de constituição da “grande imprensa”, o jornalismo emerge como uma via
vigorosa de profissionalização para os escritores. De acordo com Cruz (2000, p.186), a
colaboração fixa em diários e revistas configurou-se como um posto de trabalho almejado por
importantes literatos no período e, para alguns intelectuais, passou mesmo a significar a
diferença entre emprego e desemprego.
Deste modo, impôs-se, paulatinamente, a dependência do literato da imprensa como
exclusiva fonte de renda para o homem de letras que modificava seu ofício numa profissão
remunerada.
[...] uma transformação de vulto processava-se naquela virada de século,
premida pelo progresso e pelas novas relações de mercado: a metamorfose
do homem de letras, de postura boêmia, à conformação do novo intelectual
do impresso, na maioria das vezes jornalista, profissionalizado, sujeito
igualmente às regras do avanço do capital, dele dependente (MARTINS,
2001, p.133).
A necessidade de estabelecer diálogos efetivos entre autor e público para garantir o
sucesso econômico do impresso, determinou concessões de parte a parte; tanto do escritor,
que se propunha a escrever em qualquer periódico que lhe desse espaço, quanto do editor, que
reunia nomes vendáveis, independente de suas afinidades temáticas ou ideológicas, a fim de
assegurar o consumo do produto. Daí a miscigenação literária e ideológica das revistas da
época, que apresentavam estranhas parcerias no mesmo periódico: de Olavo Bilac com o
regionalista Valdomiro Silveira; ou do monarquista Couto de Magalhães com o anarquista
Ricardo Gonçalves. Heterogeneidade que reforçava o caráter pouco comprometido daquele
periodismo, veiculador de textos ligeiros, de consumo imediato, permitindo e até
privilegiando a coexistência de vários pontos de vista – alinhando-se ao espírito daquele
tempo (MARTINS, 2001, p.142).
Descaracterizando-se enquanto empreendimentos individuais, modernizando suas
estruturas de financiamento, produção e circulação, articulando-se à também nascente
indústria do reclame, o periodismo empresarial impõe-se e diferencia-se de vez do jornalismo
artesanal do período anterior.
Aos poucos, vai se delineando o que Pierre Bourdieu (1970, p.99) chamou de
“mercado de bens simbólicos”. A autonomização das esferas de produção, circulação e
consumo desses bens dá-se a partir de sua desvinculação de instâncias de legitimidade externa
76
– tais como o domínio econômico e estético da Igreja ou da aristocracia –, constituindo, para
si, um público consumidor extenso e diversificado e um corpo profissionalizado de produtores
e empresários.
Em outros termos, este mercado torna-se viável no processo da constituição de um
campo intelectual e artístico, o que, no Brasil, configura-se, segundo a análise de Sérgio
Miceli (2001, p.14-68), com a profissionalização da atividade intelectual, garantida pelo
aumento do número dos postos de trabalho no setor administrativo, político e cultural do
Estado, que ocorre na década de 1920.
As relações entre a publicidade e a imprensa tornam-se orgânicas. Através da
propaganda, a cidade-mercado penetra a imprensa periódica, denotando a crescente fruição de
bens e serviços no espaço urbano. Ela passa a conquistar cada vez mais espaço nas revistas e
jornais, introduzindo na realidade nacional padrões ao estilo americano. Martins (2001, p.486)
contextualiza tais influências da seguinte forma:
A partir do momento em que os Estados Unidos tornaram-se nossos maiores
compradores de café, a comparação com o espírito yankee tornou-se
freqüente, embora os eflúvios da França marcassem a cidade, confirmados
por ingerências várias daquele modelo da Capital: as importadoras de
vinhos, o comércio elegante, as revistas ilustradas francesas e as nacionais de
forte influência francesa, os colégios religiosos de moças – Sion, Sacre
Coeur, Des Oiseaux –, os convescotes da Vila Kirial, do poeta Freitas Valle,
de pseudônimo Jacques Devray. Acentuava esse pendor a ida constante da
elite à França, embarcando por valores módicos nos vapores que
demandavam Bordéus e Marselha, rotina que só seria interrompida durante a
guerra.
Neste momento, aumenta o distanciamento daquela fase inicial de experimentação e
autonomia que caracterizava a imprensa tipográfica da virada do século. Com a formação das
empresas jornalísticas, o espaço das folhas informais estreita-se. Entre os anos 10 e 20, tais
publicações seriam progressivamente assimiladas por algumas poucas revistas de variedades.
Como aponta Sodré (1966, p.315), caminha-se para um novo tempo, em que seria “muito
mais fácil comprar um jornal do que fundar um jornal: e ainda mais prático comprar a opinião
do jornal do que comprar o jornal”.
Forte exemplo deste instante é a Revista do Brasil, fundada em 1916. Na opinião de
Martins (2001, p.67), seu lançamento balizou um ponto de inflexão do gênero revista no país.
De acordo com a pesquisadora, ao contrário do amadorismo que presidira as experiências
anteriores, nascidas do entusiasmo e idealismo da boemia das confeitarias da inicial República
77
das Letras, a confecção da Revista do Brasil foi cuidadosamente planejada, com linha editorial e
diretrizes bem pensadas. Afinal, o empreendimento tinha em vista um diagnóstico para a nação.
Ao contratar inúmeros escritores consagrados e outros jovens promissores (que teriam
destacada participação no estado-maior intelectual dos grupos dirigentes paulistas), a intenção
da família Mesquita – também proprietária de O Estado de S. Paulo, órgão de relevo na
grande imprensa da época – era fazer da Revista do Brasil um “mensário de alta cultura”.
A publicação propunha-se a suscitar uma tomada de consciência por parte da nova
geração de intelectuais e políticos da oligarquia. Pouco tempo após seu lançamento, “tornarase mesmo o mais lido, o mais importante veículo cultural do país [...] possuía intensa
penetração nos meios intelectuais, e aparecer em suas páginas constituiu, por muitos anos, o
sonho de todo estreante, de todo candidato à glória no país das letras” (MICELI, 2001, p.90).
O cosmopolitismo intelectual, a coexistência de autores provenientes de conjunturas
intelectuais distintas, a diversidade de áreas e gêneros, o empenho em dar cobertura aos
principais tópicos em torno dos quais se articulava o debate político e intelectual da época,
evidenciam os alvos comerciais que permeavam a política editorial seguida pela revista.
Assim, os responsáveis pela linha editorial buscaram em outras e novas formas de
produção erudita um contrapeso às matérias literárias e mundanas até então predominantes, e
puderam comprovar a existência de um público disposto a consumir algo distinto das revistas
ilustradas que então floresciam. Para Miceli (2001, p.91), “a Revista do Brasil tornou-se o
empreendimento editorial de maior prestígio antes de 1930 e constitui um marco na história
da hegemonia paulista no campo intelectual”.
Nem todas as revistas, no entanto, interessavam-se pelo debate político. Segundo
Martins (2001, p.127), as pautas das publicações comprometeram-se com o sucesso de
público e de mercado, visando tão-só a maior rentabilidade de seus negócios. Na sua maioria,
tais veículos consolidaram representações propagadoras dos valores do novo regime, quando
o espetáculo republicano ocupou as páginas higienizadas daquele periodismo.
No decorrer da terceira década, este periodismo “cultural” de entretenimento já se
apresenta bastante segmentado. A diversidade de títulos aumenta, as publicações diferenciamse e especializam-se. Agora é possível distinguir um conjunto importante de revistas de
variedades e de cultura onde se pode, entre outras, destacar publicações como A Cigarra,
Novíssima e Revista de Antropofagia, e algumas revistas especializadas como Automobilismo
e Modearte (CRUZ, 1997, p.27).
O progressivo enraizamento das revistas na vida nacional acabaria por criar a
necessidade de atender públicos cada vez mais diversificados.
78
Em muitos casos assistiu-se a um desdobramento à maneira de boneca russa,
com revistas a gerar revistas, dando ainda mais capilaridade ao formidável
universo da revista brasileira – fruto maduro e sumarento de As Variedades,
aquele maço de folhas de papel impresso que o pioneiro Silva Serva pusera à
venda quase dois séculos antes (A REVISTA NO BRASIL, 2000, p.22).
O desenvolvimento das artes gráficas no Brasil contribuiu com esta proliferação. A
possibilidade de portar gravuras e fotografias, combinadas ao texto, ampliou as formas de
mostrar e registrar a vida cotidiana, divulgando, principalmente, a cultura e o estilo de vida da
classe média então emergente.
O jeito de comunicar usando a ilustração firmou-se na passagem para o
século XX. Desenhos enfeitavam a capa das revistas da belle époque, entre
elas A Illustração Brazileira, Fon-Fon! e A Cigarra. Predominavam as
pinturas de salão, de estilo acadêmico, às vezes temperadas com referências
art nouveau. Falava-se de temas históricos ou festejava-se um acontecimento
importante. Mas um dos temas preferidos era a mulher, em pose
contemplativa, como um espelho da leitora da época (A REVISTA NO
BRASIL, 2000, p. 67).
O marco do jornalismo visual em revistas daria-se, entretanto, apenas em 1928, com a
criação de O Cruzeiro, por Carlos Malheiros Dias. Na opinião de Sodré (1978, p.40), “foi a
revista O Cruzeiro a grande lançadora, no Brasil, da reportagem ilustrada, dinâmica”.
A publicação, que circulou até 1975, revolucionou o segmento ao incorporar
definitivamente a fotografia à estrutura editorial. “Fixou-se ali uma fronteira: enquanto a
fotografia acompanhava as reportagens, a ilustração contracenava com os textos literários ou
humorísticos” (A REVISTA NO BRASIL, 2000, p.71). Juntamente com A Cigarra, o
periódico integrava os Diários Associados, grupo de Assis Chateaubriand, que dava os
primeiros passos para tornar-se um imperador do mercado editorial.
A revista consagrou-se no gênero reportagem com Jean Manzon e David Nasser, nos
anos 40: “a dupla peregrinava por um Brasil desconhecido e retornava com fotos e histórias
sensacionais” (A REVISTA NO BRASIL, 2000, p.47). A partir desse momento, as revistas
ingressaram numa era em que a reportagem teria peso cada vez maior.
A partir de 1960, com o desenvolvimento das agências noticiosas e o aprimoramento
da notícia, do serviço fotográfico e do segundo caderno dos jornais, com a multiplicação das
revistas especializadas, com o grande boom da televisão, em suma, com o bombardeio do
público pelos veículos de massa, o jornalismo de revista mudou. A revista Manchete – boa
79
impressão, fotografias trabalhadas, ideologia publicitária definida – afirmou-se como o
veículo que reuniria, no Brasil, as características modernas da revista (SODRE, 1978, p.42).
Os semanários de Bloch (Manchete) e Chateaubriand (O Cruzeiro) dominavam as
bancas quando, em 1966, a Editora Abril lançou Realidade.
Revista mensal “dos homens e das mulheres inteligentes que querem saber
mais a respeito de tudo”, como anunciou seu fundador, Victor Civita,
Realidade somou ousadia dos temas, investigação aprofundada, texto elaborado
e ensaios fotográficos antológicos. Ofereceu ao leitor um padrão de reportagem
até então desconhecido no país (A REVISTA NO BRASIL, 2000, p.57).
Inspirada nos modelos francês (Réalités) e norte-americano (New Yorker, Esquire),
matrizes preferenciais da nossa imprensa cultural, a revista refletia a inquietação cultural e de
costumes dos anos 60, repercutindo novos padrões de comportamento. Suas reportagens eram
refinadas, envolventes, e os textos, elaborados com esmero literário – características que a
aproximavam da vertente do new journalism 31.
Outras publicações que apostaram no jornalismo literário 32, destacadas por Piza (2003,
p.33 e 38) em seu livro, merecem ser lembradas. São elas: Diretrizes, dirigida por Samuel
Wainer nos anos 40; Senhor 33 e Diners 34, estas últimas, revistas mensais da década de 60.
Sucesso de bancas, Realidade alcançou tiragens de até 500 mil exemplares. Apesar
disso, foi se tornando comercialmente inviável.
Não bastava vender muito, se os anunciantes passaram a preferir a televisão, que
aos poucos substituiu esse tipo de revista como veículo de interesse geral. O
mesmo ocorreu, aliás, com a americana Life, que ao desaparecer vendia mais de
6 milhões de exemplares por edição (A REVISTA NO BRASIL, 2000, p.59).
31
“Ao longo do tempo, o rótulo new journalism patenteou várias tentativas de usar técnicas literárias na
reportagem. Ele foi aplicado pela primeira vez por volta de 1830, nos Estados Unidos [...]. Cerca de cinqüenta
anos depois, o termo ‘novo jornalismo’ voltou a ser usado [...]. No Brasil, essa tradição também era antiga e teve
como marco principal a cobertura de Euclides da Cunha, destacado em 1897 pelo jornal O Estado de S. Paulo
para cobrir a Guerra de Canudos [...]” (COSTA, 2005, p.268). “Mas o principal foco de influência do new
journalism no Brasil foi Realidade [...]” (idem, p.269).
32
Jornalismo literário, na acepção que damos ao termo, não se refere à imprensa especializada em literatura, que
foi um fenômeno que nasceu com o jornalismo e perdura até hoje. Não se trata de jornalismo sobre literatura,
mas com recursos da literatura (descrições detalhadas, diálogos etc.).
33
“Foi ali que autores como Graciliano Ramos, Guimarães Rosa, Clarisse Lispector e Jorge Amado publicaram
algumas de suas melhores novelas; e traduções caprichadas colocaram em circulação no Brasil autores
americanos como J. D. Salinger” (PIZA, 2003, p.38).
34
“ [...] a Diners, espécie de segunda vinda daquela Senhor, é um culto secreto: tendo durado pouco mais de um
ano (1968-69), é pouco conhecida mas muito admirada; jovens jornalistas como Telmo Martino, Flavio Macedo
Soares e Alfredo Grieco brilharam ali” (idem, ibidem).
80
A revista fechou dez anos depois de seu surgimento, suplantada pelo prestígio
alcançado pelo modelo de publicações como Veja (1968) e IstoÉ (1976). Essas revistas
semanais de informação, mesmo com variações entre períodos de evolução e recessão em
suas trajetórias, exerceriam notável influência na vida do cidadão do final do século XX,
conservando-se como referências no mercado editorial até hoje.
Neste começo de século, permanece a tendência de segmentação que surgiu nos anos
70 com o crescimento do mercado e sua solidificação. Voltadas para o público feminino,
masculino, jovem, infantil etc. – as revistas especializam-se cada vez mais.
O esoterismo, a ciência, a educação, a arquitetura, o artesanato, os cuidados com o
corpo, o mercado imobiliário – os assuntos são variados e todos possuem público garantido. O
objetivo é identificar ao máximo a publicação ao seu leitor, levando em conta suas
necessidades, interesses e preferências.
Em poucas palavras, na tentativa de definir o panorama do atual jornalismo de revistas
no Brasil, vale mencionar a definição de Reimão (1996, p.73): “um mosaico complexo de
temáticas e níveis de complexidade textual que impede que se possa identificar um padrão
único no mercado editorial brasileiro”.
2.1. A trajetória das revistas culturais e literárias
Até aqui se aventou sobre o mercado de revistas brasileiro, destacando principalmente
as publicações que, de alguma forma, deixaram marcas nessa história, seja pelo pioneirismo
de suas páginas, seja pela influência que exerceram em seu tempo.
Na maioria dos casos, tratou-se de periódicos de interesse geral, nos quais a literatura
era apenas um dos itens abordados. Entretanto, como dito anteriormente, o interesse é,
também, enfatizar a participação das revistas culturais, de alcance mais restrito, neste
conjunto de acontecimentos.
Antes de apresentá-las, vale destacar algumas características dessas publicações:
Freqüentemente com o aspecto de livro, vendidas em livrarias e destinadas a
um público especializado, elas vêm cumprindo, desde sempre, o papel de
expor, agitar e difundir idéias. [...] Quase todas enfrentaram aperturas
financeiras, responsáveis por um altíssimo índice de mortalidade editorial.
As revistas padeciam daquilo que o poeta Olavo Bilac, revisteiro contumaz,
chamou de “o mal dos sete números”. Parece ser próprio dessas publicações
81
ter vida breve, suficiente apenas para plantar novidades, deflagrar debates e,
sobretudo, revelar talentos (A REVISTA NO BRASIL, 2000, p. 111-112).
Apesar de nossas primeiras revistas se auto-intitularem “literárias”, de literatura
tinham muito pouco. É o que afirma Costa (2005, p.215) ao citar o exemplo do Correio
Braziliense (ou Armazém Literário) e de As Variedades ou Ensaios de Literatura.
Este tipo de subtítulo encontrava-se na maioria delas, como apelo conotativo ao
interesse do leitor. Assim, as revistas literárias indiscriminaram-se e confundiram-se
cobrindo assuntos os mais diversos, impossibilitando o recorte específico daquelas que
voltaram-se primordialmente à divulgação das artes e das letras.
[...] a literatura se colocou em todo o periodismo da época, dado o vezo
daquela geração, às voltas com poesia, prosa e muita paixão. Na sua maioria
anunciavam propósitos literários, mas em seu interior apresentavam,
sobretudo, ilustrações, notas sociais, crítica ou exaltação política, a infalível
crônica e algum soneto (MARTINS, 2001, p.277).
Grande parte das folhas domingueiras vem a público como periódicos
literários. [...] Colocar um soneto ao lado de um artigo de fundo, usar versos
como epígrafes, quadrinhas populares, fazer reclames em poesia, inserir
sonetos entre seções mais pesadas são estratégias largamente usadas por
essas publicações (CRUZ, 2000, p. 109).
Segundo Antonio Candido (2000, p.106), O Patriota, fundado em 1813, no Rio de
Janeiro, pelo matemático Araújo Guimarães, foi a primeira revista de cultura a funcionar
regularmente entre nós, estabelecendo inclusive o padrão que regeria as outras pelo século
afora: “trabalhos de ciência pura e aplicada ao lado de memórias literárias e históricas,
traduções, poemas, notícias. Como diretriz, o empenho em difundir a cultura a bem do
progresso nacional”.
A sobrevivência de uma revista literária stricto sensu, entretanto, revelou-se inviável,
como se inferiu da Revista Literária, de 1895, dirigida por Amadeu Amaral e Maximo
Pinheiro Lima.
[...] desapareceu já no primeiro ano de vida, vítima de todos os males que
acometiam empreendimentos extemporâneos em relação às demandas e/ou
mercados: falta de público, improviso da iniciativa, precariedade de
administração, irregularidade dos colaboradores, mais ainda por tratar-se de
periódico semanal (MARTINS, 2001, p.277).
Isso justifica a concepção de cultura que vigorou no início de nossa imprensa – a mais
abrangente possível. Assim ocorreu com as revistas de variedades ou ilustradas que Raúl
82
Antelo (1997, web) caracteriza como detentoras de um “perfil mundano-artístico, em que a
literatura funciona como ilustração da vida burguesa ou simples variedade letrada das infinitas
possibilidades urbanas”, citando como exemplo, no Rio de Janeiro, a Revista Sul-americana
(1889), a Kosmos (1904-1909) e a Renascença (1904-1906), que conciliavam em suas páginas
“poetas parnasianos e simbolistas, ilustrações das reformas urbanísticas, a crônica da vida
social ou charges políticas”.
Houve ainda a já mencionada Revista do Brasil, lançada em 1916 por um grupo
liderado por Júlio Mesquita, que depois passou para as mãos de Monteiro Lobato, até 1925,
quando o escritor faliu. Nesta fase, fundia-se, segundo Antelo (1997, web), “o filão
pedagógico com o lado irreverente da vanguarda”. A revista teve várias fases, a última em
1990.
Outra tentativa de revista cultural foi a Panoplia (junho de 1917 a março de 1918),
dirigida por Guilherme de Almeida, Cassiano Ricardo e Di Cavalvanti, e a Novela Semanal
(1921), coletânea de contos e novelas de grandes autores nacionais. Todas malogradas,
conforme constatou Paulo Duarte (apud LORENZOTTI, 2002, p.17), “seguindo o destino das
coisas culturais no Brasil”.
Os modernos da Semana de 22 tiveram a revista Klaxon, lançada por iniciativa de Mário
de Andrade e de Guilherme de Almeida, que durou nove números a partir de maio de 1922. A
Revista Nova (1931), de Paulo Prado e Antônio de Alcântara Machado, teve quatro números.
Houve também a Arcádia, dos estudantes de Letras da Faculdade de Direito de São Paulo
(1936) e a Revista do Arquivo Municipal (1935), do Departamento de Cultura de São Paulo.
A revista O Cruzeiro (da qual Mário de Andrade foi colaborador) também veio a
público em 1928 como uma publicação cultural. De acordo com Piza (2003, p.32-33), o
periódico lançou o conceito de reportagem investigativa e deu enormes contribuições à
cultura brasileira ao publicar contos de José Lins do Rego e Marques Rebelo, artigos de
Vinicius de Moraes e Manuel Bandeira, ilustrações de Anita Malfatti e Di Cavalcanti, colunas
de José Candido de Carvalho e Rachel de Queiroz, além do humor de Péricles (O Amigo da
Onça) e Vão Gogo (vulgo Millôr Fernandes).
A efervescência dos anos 20 se espraiou por diversas publicações culturais nas
décadas seguintes. As mais diversas correntes doutrinárias lançaram-se na imprensa. O
pensamento católico liderado por Jackson de Figueiredo criou A Ordem (1921) no Rio de
Janeiro. Os integralistas juntaram-se em torno de Anauê! (1935-1937) e dos Cadernos da
Hora Presente (1939-1940). Os comunistas, por seu turno, editaram várias revistas, entre elas,
83
Problemas (1947-1956), dirigida no início por Carlos Marighella, e Literatura (1946-1948),
comandada por Astrojildo Pereira (A REVISTA NO BRASIL, 2000, p.120).
Nos anos 40, a revista Clima (1941-1943), lançada por um grupo de brilhantes alunos
das primeiras turmas da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da Universidade de São
Paulo, entrou para a história da produção intelectual do país e praticamente os mesmos
colaboradores participaram do futuro Suplemento Literário (1946 a 1968) de O Estado de S.
Paulo. Três deles, em especial, Antonio Candido, Paulo Emílio Salles Gomes e Décio de
Almeida Prado, amadureceriam como pontos altíssimos da intelectualidade brasileira no
campo dos estudos de literatura, cinema e teatro, respectivamente.
Também em São Paulo, os anos 50 viram nascer Noigandres e Invenção, quartéis do
concretismo, editadas pelos três poetas responsáveis pela efetivação do movimento no Brasil:
Augusto de Campos, Décio Pignatari e Haroldo de Campos. Seu dogmatismo vanguardista
seria reeditado vinte anos depois com Código, lançada por Erthos Albino de Souza, em
Salvador 35.
A década de 50 também acompanhou o surgimento da Revista Brasiliense, de Caio
Prado Jr., que circulou de 1955 a 1964, quando foi fechada pelos militares. Seu espírito de
resistência, todavia, sobreviveu no grupo de intelectuais de esquerda 36 que, entre outubro de
1973 e fevereiro de 1974, editou quatro números de Argumento 37, igualmente liquidada pela
ditadura.
Assim, o final dos anos 60 e início dos 70 assistiu ao nascimento e à morte de um
grande número de periódicos culturais, mas também concentrou boa parte dos textos de uma
cultura que se queria “de resistência”, constituindo-se num dos períodos mais férteis da nossa
produção intelectual.
Bom exemplo disso são os textos publicados pela Revista Civilização Brasileira,
criada pelo editor Ênio Silveira em 1965, que gozou de relativa liberdade de ação e foi
influente até que a decretação do Ato Institucional nº 5, em dezembro de 1968, a
inviabilizasse.
Como mostra Lima (1986, p.190), os escritos de Everardo Dias foram reunidos num
livro com o nome Histórias das Lutas Sociais. Os trabalhos de Caio Prado Jr. foram
35
Embora editada em Salvador, segundo informações levantadas por Marquardt (1997, web), Código é
efetivamente controlada, em suas políticas de exclusão, por Augusto de Campos, diretamente de Perdizes, em
São Paulo.
36
O grupo era formado por Barbosa Lima Sobrinho (diretor), Anatol Rosenfeld, Antonio Candido, Celso
Furtado, Fernando Henrique Cardoso, Francisco Corrêa Weffort, Luciano Martins e Paulo Emílio Salles Gomes.
37
Argumento abarcava não só artigos sobre economia, política e sociologia, como também os culturais, artísticos
e literários. Sua principal característica era a forte tendência ao engajamento político (COTA, 2001, web).
84
publicados no livro A Questão Agrária no Brasil. Mais recentemente os editoriais de Elias
Chaves Neto foram reunidos em O Sentido Dinâmico da Democracia. Por aí se vê que os
artigos da Revista Brasiliense, por sua importância, já foram transformados em livros que se
tornaram obras fundamentais do pensamento sociológico brasileiro.
Nesse cenário de cortes e interdições, uma das poucas sobreviventes é a revista Tempo
Brasileiro, que vem sendo publicada desde setembro de 1962, sempre sob a direção de
Eduardo Portella. A publicação, que se auto-define como “revista de cultura”, silenciou
durante o ano de 64, sendo retomada em 1965 com periodicidade trimestral, regularidade que
se mantém.
É também o caso da Revista de Cultura Vozes (inicialmente Vozes de Petrópolis:
revista católica de cultura), que permanece ininterruptamente no mercado desde 1970, com
seus dez números anuais.
Foi neste espaço que se abrigaram os principais representantes da Teologia da
Libertação, como Leonardo Boff, um dos líderes dessa facção. Através dessa vertente,
espalhou-se no país, através das pastorais, um movimento de conscientização da população.
Além dos teólogos da libertação, intelectuais conhecidos publicaram suas idéias na
publicação. No período da ditadura, a revista constituiu-se num dos poucos lugares em que se
encontrava respaldo para textos mais explícitos contra o regime. Ao contrário de outros
periódicos que também se propuseram a exercer este papel, Vozes era uma revista vinculada a
uma instituição que a protegia, a Igreja Católica.
Mesma sorte não teve a investida do empresário Fernando Gasparian que, após a crise
e o fechamento de seu jornal (Opinião 38), lançou, em junho 1975, a revista Cadernos de
Opinião. Os dois primeiros números do periódico foram publicados pela Editora Inúbia. No
mesmo ano foi veiculado o terceiro número, mas com o nome Ensaios de Opinião, seguindo
assim até seu último número, em 1979, quando a revista, sem periodicidade fixa, deixou de
circular.
Trajetória semelhante tiveram diversas revistas literárias e culturais – campo de cunho
acadêmico no qual se concentrou a parcela mais atuante do discurso crítico sobre a cultura –
que surgiram na segunda metade da década, respaldadas pelo “boom editorial de 75” 39, mas
38
O jornal Opinião surgiu nas bancas no dia 23 de outubro de 1972 (apogeu da ditadura militar, no final do
governo do general Emílio Garrastazu Médici), com um pretensioso manifesto sobre a revolução que o tablóide
representaria para a história da imprensa no país, ilustrando na primeira página uma caricatura da figura
decadente de Plínio Salgado (MARQUARDT, 1999, web).
39
Menos dependente do investimento estatal e gozando de relativa autonomia diante da censura, a literatura
experimenta o chamado “boom de 75”, período de proliferação de revistas e suplementos literários que se
alimentam da boa maré que a literatura experimenta nesse momento.
85
que não resistiram aos anos 80, dentre outros fatores, em função das novas leis do mercado.
São elas: Escrita 40, Ficção, Inéditos, Almanaque 41, Através 42, Arte em Revista 43 e as
sofisticadas José 44 e Anima. Vários de seus colaboradores, entretanto, reapareceram em outras
publicações, principalmente nos anos 90.
A gaúcha Oitenta 45, da L&PM Editores, na década que lhe deu nome, também
sucumbiu às agruras do mercado. Assim também sucedeu com a Leia Livros da Editora
Brasiliense – título mais tarde abreviado para Leia nas mãos de outros donos. Ao contrário de
Novos Estudos, editada a partir de 1981 pelo Centro Brasileiro de Análise e Planejamento, o
CEBRAP – onde o sociólogo Fernando Henrique Cardoso ostentou, pela primeira vez, o título
de presidente (A REVISTA NO BRASIL, 2000, p.121).
Escrita − revista mensal de literatura, surgiu em 1975 e saiu de circulação em 1988, depois de algumas
quebras no curso de sua existência. Criada em São Paulo pelo poeta Wladyr Nader, reunindo nomes como
Hamilton Trevisan e Antonio Hohlfeldt, autodenominava-se alternativa e tinha como proposta inicial veicular a
produção literária realizada nos quatro cantos do Brasil. Nesse sentido, na opinião de Camargo (1997, web),
“talvez Escrita seja uma das menos provincianas ao dar notícias das províncias”. De acordo com a pesquisadora,
a revista buscou efetivamente cobrir o que acontecia em todo o país e relacionar-se, especialmente, com outros
países sul-americanos.
41
A Editora Brasiliense, de São Paulo, publicou Almanaque - cadernos de literatura e ensaio durante sete anos
(1976-1982), num total de quatorze números, sem periodicidade fixa. A revista teve como editores dois
professores da USP (Bento Prado Jr. e Walnice Nogueira Galvão) e em suas páginas circularam
predominantemente professores da mesma instituição, como Roberto Schwarz, Marilena Chauí, Paulo E.
Arantes, Rubens Rodrigues Torres Filho e Lígia Chiappini Moraes Leite.
42
Entre os anos 1978 e 1979, a Livraria Duas Cidades publicou três números da revista Através sob a
coordenação de Décio Pignatari, Boris Schnaiderman, Leyla Perrone-Moisés e Lucrécia Ferrara. Quatro anos
mais tarde, em janeiro de 1983, reapareceu um único número do periódico, dessa vez uma publicação da Livraria
Martins Fontes, com uma diagramação bastante diferenciada, novamente com número um e sob a mesma
coordenação anterior. Segundo Boris Schnaiderman, esse número publicado em 83 é considerado como o n.4 da
revista e, conseqüentemente, o último. Semiótica era um tema recorrente e era explícita a vinculação de seus
membros ao concretismo.
43
Arte em Revista foi uma revista cultural, publicada no período de 1979 a 1984 pelo Centro de Arte
Contemporânea - CEAC, São Paulo, sob a coordenação de Otília Arantes, Celso Favaretto e Matinas Suzuki Jr.,
com colaborações de Ferreira Gullar, Sérgio Ferro, Helio Oiticica e João Adolfo Hansen. A revista foi editada
até o número sete pela Editora Kairós, sendo que o oitavo número foi publicado pelo CEAC com colaboração
parcial da FAPESP. Tratou-se de uma revista monográfica, que dedicava cada número a uma determinada
temática.
44
José - Literatura, Crítica & Arte, lançada no Rio de Janeiro em julho de 1976, com a pretensão não atingida
de periodicidade mensal, encerrou-se no 10° número, em julho de 1978. O periódico, dirigido pelo poeta Gastão
de Holanda, com colaborações de Sebastião Uchôa Leite, Jorge Wanderley, Benedito Nunes, Luiz Costa Lima,
Silviano Santiago e Augusto de Campos, pode ser lido como um dos últimos suspiros do modernismo brasileiro.
Antonio Dimas sugere que José seria a publicação de um grupo pernambucano, nascido nos anos 30, que foi
forçado a deixar o estado na ocasião do golpe de 64 e que pela identidade regional, a afinidade com a esquerda e
a literatura se uniu para fazer a revista.
45
A revista cultural Oitenta foi lançada em nov./dez. de 1979, em Porto Alegre. Seus editores foram José
Antônio Pinheiro Machado, José Onofre, Jó Saldanha, Jorge Polydoro, Suely Bastos, Xico Marques da Rocha,
Antônio Aliardi, Ivan Gomes Pinheiro Machado e Paulo de Almeida Lima. A revista surgiu como uma
publicação de caráter trimestral, condição mantida nos nove primeiros meses, diminuindo a periodicidade nos
anos subseqüentes. Além de estar voltada para os acontecimentos mundiais, também abriu espaço à participação
de nomes significativos da intelectualidade sulina. Nas suas páginas compareceram textos de Luis Fernando
Veríssimo, Cyro Martins, Tabajara Ruas, José Onofre, Josué Guimarães, Tarso Fernando Genro, Antônio
Hohlfeldt, Tânia Franco Carvalhal, Sérgio Caparelli e Moacyr Scliar.
40
86
Em janeiro de 1980, no contexto das discussões sobre o ensino de literatura e língua
portuguesa no Brasil, surgiu o primeiro número da revista Linha d’Água. Publicada pela
APLL – Associação de Professores de Língua e Literatura do DLCV/FFLCH/USP
(Departamento de Letras Clássicas e Vernáculas - Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas
da Universidade de São Paulo), a primeira edição da revista veio a público como boletim do
2º Encontro de Professores de Língua e Literatura, ocorrido no período de 23 a 26 de agosto
de 1979.
Apesar dos esforços dos colaboradores da revista (em grande parte, professores da
própria USP, além de professores de diversas instituições dos três graus do ensino), a
publicação da mesma não se fez em intervalos regulares, principalmente, devido à falta de
recursos financeiros. A princípio, a revista deveria ser editada de seis em seis meses, todavia,
devido às dificuldades, tornou-se uma publicação anual.
Na mesma série de revistas ligadas a instituições, um grupo de estudantes da PUC-RJ
organizou a 34 Letras em setembro de 1988. Com o apoio cultural e financeiro de várias
instituições e empresas (Instituto de Artes Moreira Salles, Fundação Vitae, Cia. Suzano,
Banco Itamarati e Metal Leve), amparadas pelos benefícios da Lei Sarney 46, sete números da
revista com cerca de 200 páginas circularam trimestralmente.
A parceria com o capital privado resultou numa revista elaborada esteticamente e que
deixou explícito no requinte gráfico: dinheiro não faltou. Em suas páginas, houve a mescla de
temas, linhagens, línguas, gerações. Houve espaço para os críticos que publicavam em José,
para o concretismo, para os estreantes acadêmicos e para o pensamento francês pósestruturalista.
O sétimo (e último) número da revista dá sinais da crise que impossibilitaria a sua
subsistência. Segundo Dias (1998, web), a razão da crise, que faz com que o periódico
divulgue uma campanha de arrecadação de fundos, visando assegurar a periodicidade durante
o ano de 1990, é a indefinição da política econômica e fiscal do governo Collor, que apenas
iniciava seu breve mandato.
Com a extinção da Lei Sarney, a revista também deixou de circular. Percebe-se, então,
que a publicação não se sustentava mercadologicamente e que a execução do projeto só foi
possível devido o apoio público-privado que financeiramente a viabilizou.
Poucos meses após o surgimento de 34 Letras, em março de 1989, era lançada outra
revista de cunho acadêmico: a Revista USP, uma publicação trimestral da Coordenadoria de
46
Decreto datado de 07 de outubro de 1986 que regulamentava a Lei nº 7505, que dispunha sobre benefícios
fiscais na área do imposto de renda, concedidos a empresas que participassem de operações culturais.
87
Comunicação Social da Universidade de São Paulo. Munida do capital simbólico que a
vinculação a esta instituição lhe proporciona, o periódico é produzido até hoje com tiragem de
três mil exemplares. O Dossiê é apontado como principal inovação trazida pela revista por
possibilitar a reunião do “talento que existe na USP, disperso nos seus centros, departamentos
e institutos” em torno de temas centrais.
Chega-se aos anos 90 em clima de liberdade de imprensa e internacionalização de
mercados. Nesse contexto, há uma certa efervescência, especialmente a partir de 1995, na área
de periódicos literários e culturais, com o lançamento e a sobrevivência de várias e novas
revistas, algumas com tiragens bastante altas para os padrões brasileiros. Apenas para citar
alguns exemplos: Cult, Bravo!, Palavra, Continente Multicultural, Inimigo Rumor, Exu,
Cigarra, O Carioca, Revista USP, Nanico, Poesia Sempre, Continente Sul/Sur, Azougue.
Como há vinte anos, muitas revistas literárias e culturais entram em circulação com
distintos projetos gráficos e editoriais. Para destacar algumas, nas livrarias de São Paulo
podemos encontrar Azougue, com seu ar “pop”, diagramação que se pretende próxima de um
“fanzine” e inspirações dos grafites, das histórias em quadrinhos e do rock. Trata-se de uma
revista sem financiamento, portanto, sem periodicidade definida, que existe há doze anos. O
periódico, criado em 1994, publica novos poetas e homenageia alguns daqueles “velhos”
poetas dos anos 70.
No Rio de Janeiro se pode comprar O Carioca (1996), com seu belo projeto gráfico,
tão marcada pela cidade que lhe dá o título e pela hibridação cultural: a poesia surge mesclada
a outras artes, como a fotografia, a outros projetos culturais, a coisas da cidade. Entre seus
poetas temos também os novos e os velhos: os dos anos 90 e os dos 70.
Também no Rio, em janeiro de 1997, é lançada a instigante Inimigo Rumor. A revista
não tem como objetivo altas tiragens, lucros imediatos. Dirigida nos sete primeiros números
pelos poetas Carlito Azevedo e Júlio Castañon e, a partir do oitavo número, editada por
Carlito e pelo também poeta Augusto Massi, Inimigo Rumor é uma homenagem à poesia, seja
ela brasileira ou não. A partir do número 11, ela passa a ser uma publicação luso-brasileira,
em regime de co-edição: do lado brasileiro, a Editora 7 Letras; do lado português, as editoras
Angelus Novos e Livros Cotovia.
Nas bancas de jornais e em algumas livrarias de todo o país encontramos ainda duas
revistas mensais, de pauta variada, alta tiragem, circulação nacional, cuidadíssimo projeto
gráfico, coloridas, bom papel e bela capa. A revista Cult (1997), comprada da Lemos Editorial
pela Editora Bregantini em fevereiro de 2002, e a revista Bravo! (1997) que, antes produzida
pela Editora D’Ávila, passou para o portifólio da Editora Abril em janeiro de 2004.
88
Apesar do assunto em comum, não se trata de produtos concorrentes. A proposta
editorial das duas revistas é bastante diferente. Enquanto a Bravo! foca sua cobertura nos
eventos da indústria cultural, caracterizando-se como uma publicação mais voltada para o
serviço, a Cult procura trabalhar os temas em profundidade, oferecendo a seus leitores um
conteúdo mais analítico, de maior densidade.
Além dessas duas publicações, uma outra na área de cultura é a Possível, revista
bimestral lançada pela Leitura e Arte em maio de 2003. O primeiro número auditado pelo
IVC, de agosto/setembro, apresentou circulação de 1,5 mil (venda avulsa) e tiragem de 10 mil
exemplares.
Assim como a Bravo! e a Cult, a Possível também desfruta da Lei Rouanet.
Diferentemente da mineira Palavra, de 1999, fundada por Ziraldo e editada em Belo
Horizonte pela Editora Gaia. Com distribuição nacional, a revista – que sempre teve boa
aceitação de público e crítica, mas nunca recebeu verba de publicidade ou pública, através de
leis de incentivo – chegou ao fim em agosto de 2000, na 16ª edição, por motivos
fundamentalmente financeiros.
Entre as publicações que permanecem no mercado, a novata é a EntreLivros, da
Duetto Editorial. Lançada em abril de 2005, é a primeira revista brasileira focada
exclusivamente em livros. O periódico publica com exclusividade textos do Book Review, o
prestigioso suplemento literário do jornal The New York Times, e conta com o conteúdo do
The New York Review of Books. Com circulação mensal e tiragem de 60 mil exemplares,
EntreLivros possui na equipe de colunistas dois nomes de peso: o do escritor e ensaísta
italiano Umberto Eco e do escritor brasileiro Milton Hatoum.
Antes de finalizar este capítulo, são válidas algumas considerações sobre a atuação
histórica das revistas em nosso contexto social. Como se mostrou, essas publicações têm sido
indispensáveis na busca de uma identidade nacional, emergindo como o veículo ideal de um
processo civilizatório que se iniciou antes mesmo da Independência do Brasil.
As transformações no campo da cultura foram construídas nas páginas destes
periódicos. Nelas, os impasses produzidos pela lei de mercado, pela convivência com a
supressão de liberdades seguida dos processos de democratização, a revisão ou a perda de
valores, os novos paradigmas, ou a falta deles, tudo isso aí circulou e tomou forma.
As revistas culturais – apesar do público restrito, tiragem reduzida e vida efêmera –
mostraram-se configuradoras do ritmo de seu tempo, expressando as idéias de grupos
89
específicos, atuando ora como manifesto, ora como elemento de propaganda de seus projetos,
de suas utopias.
Com seus ensaios, resenhas, críticas, reportagens, perfis, entrevistas, publicação de
contos e poemas, elas enfrentaram dificuldades financeiras, crises políticas, mudanças no
público leitor, sucumbindo algumas vezes e resistindo em outras, mas, antes de tudo, se
consolidando e escrevendo capítulo à parte na história do jornalismo cultural brasileiro.
90
CAPÍTULO IV – CULT: REVISTA BRASILEIRA DE
CULTURA
Criada em 1997, a revista Cult se firmou no mercado nacional como uma das mais
importantes publicações do segmento cultural. Seu conteúdo é composto por temas
relacionados à cultura em geral distribuídos em seções fixas e em matérias que variam a cada
edição (o que dificulta o seu mapeamento). Cinema, música, filosofia e artes plásticas são
algumas das pautas exploradas pela revista. A literatura ocupa um lugar de destaque tanto na
forma de textos ficcionais ou poemas quanto por meio de textos teórico-analíticos.
Reportagens, entrevistas, ensaios e resenhas fazem parte de seu conceito editorial e em sua
equipe figuram jornalistas e intelectuais renomados.
Historicamente, de acordo com informações da redação, cerca de 80% do conteúdo do
periódico é redigido por colaboradores externos, o que significa que Cult é primordialmente
feita por especialistas, que são procurados conforme a exigência da pauta.
Ao longo de oito anos, Cult manteve suas principais características: periodicidade
mensal, distribuição nacional (com representantes nos principais Estados do país), tiragem
entre 25 e 30 mil exemplares, tratamento gráfico de qualidade e utilização insistente de obras
de artistas contemporâneos como ilustração para suas páginas.
1. Os primeiros anos de Cult
Para conhecer e entender a história da revista é preciso, antes, falar um pouco sobre a
trajetória intelectual e profissional de seu fundador: o jornalista Manuel da Costa Pinto,
responsável pela concepção e realização do projeto.
Formado em jornalismo pela PUC de São Paulo, Costa Pinto tem mestrado em Teoria
Literária e faz doutorado, também em Teoria Literária, na Universidade de São Paulo. Foi
editor-assistente da Edusp, editor-executivo do Jornal da USP, redator do Mais!, editorassistente da revista Guia das Artes e colaborador da revista República.
Em 1990, o jornalista trabalhava como editor do Caderno de Leitura da Edusp –
publicação bimestral e gratuita, que durou apenas seis números, mas que, segundo ele, pode
ser considerado o embrião da revista Cult – e, entre 1994 e 1995, escrevia no jornal Folha de
S. Paulo. Neste mesmo período, estava desenvolvendo sua dissertação de mestrado e atuando
91
como editor-executivo do Jornal da USP (canal pelo qual conheceu Paulo Lemos,
proprietário da Lemos Editorial).
No final de 1996, Costa Pinto foi convidado para desenvolver um projeto cultural no
Memorial da América Latina. O trabalho foi interrompido, pois, logo no início de 97, o
jornalista foi chamado por Paulo Lemos para criar a Cult, da qual se tornou editor.
Na sua opinião, foram três os motivos que levaram o empresário a financiar a
publicação. O primeiro teria sido o aspecto institucional, ou seja, a Lemos Editorial
(especializada em publicações da área farmacêutica e médica) seria prestigiada por meio de
uma revista de cultura. A segunda causa teria sido a oportunidade mercadológica. Através de
uma pesquisa, foi detectada a ausência de produtos com o perfil pretendido. A Bravo!, por
exemplo, só surgiria em outubro de 1997, enfocando o setor de artes e espetáculos, e as
recém-inauguradas Azougue, Inimigo Rumor e Livro Aberto caracterizavam-se como veículos
mais específicos, voltados à poesia e aos livros. De acordo com Costa Pinto, na ocasião, havia
ainda outras publicações restritas, mas nenhuma com periodicidade mensal e circulação
nacional. Por último, com o lançamento de Cult, Paulo Lemos concretizava um antigo sonho
pessoal. Para Costa Pinto, este talvez tenha sido o principal dos três fatores, intimamente
ligado ao perfil do empresário descrito por ele como “um psicólogo, um humanista, uma
pessoa ilustrada”.
A proposta surgiu em março. Além de Manuel da Costa Pinto e Paulo Lemos, também
participou da elaboração do projeto o editor de arte Maurício Domingues (que dirigiria o
planejamento gráfico da revista até o número 26). Segundo Costa Pinto, foram necessários
dois meses de concepção e mais dois de preparação da primeira edição (inspirada no modelo
da francesa Magazine Littéraire).
Nas palavras do jornalista, o objetivo era “entender a literatura no sentido lato do
termo”, ou seja, a idéia era centrar o conteúdo da revista em “tudo aquilo que se referisse
à cultura por meio da palavra”. Assim, em 21 de julho de 1997, a Cult – Revista Brasileira
de Literatura veio às bancas com o slogan: “o mundo das palavras, da cultura e da
literatura”.
Em sua abertura, o texto assinado por Paulo Lemos e Manuel da Costa Pinto trazia
como epígrafe um trecho do ensaio O livro, do escritor argentino Jorge Luis Borges. Segundo
o editorial, ideal para uma publicação que nascia como “um espaço para a literatura, a cultura
e a reflexão”.
92
Dos diversos instrumentos utilizados pelo homem, o mais espetacular é sem
dúvida o livro. Os demais são extensões de seu corpo. O microscópio, o
telescópio são extensões de sua visão; o telefone é a extensão de sua voz; em
seguida, temos o arado e a espada, extensões de seu braço. O livro, porém, é
outra coisa: o livro é uma extensão da memória e da imaginação (BORGES,
Jorge Luis. “Ao Leitor”. In: CULT. São Paulo: n.1, p.2, jul.1997).
Também neste primeiro editorial, os autores justificavam a escolha do nome da
publicação:
Partindo do mundo dos livros e seus autores, a CULT quer dar um retrato
multifacetado do panorama cultural, um retrato necessariamente pluralista
(embora seletivo) de uma realidade fragmentária como a nossa – e talvez por
isso seja oportuno explicar, aqui, a idéia do nome CULT, fragmento da
palavra “cultura” que procura traduzir a instantaneidade e a rapidez
caleidoscópica da comunicação contemporânea (LEMOS, Paulo; PINTO,
Manuel da Costa. “Ao leitor”. In: CULT. São Paulo: n.1, p.2, jul.1997).
Conforme nos conta Costa Pinto 47, a primeira edição do periódico teve distribuição de
oito mil exemplares em banca mais os pacotes fechados destinados aos patrocinadores
(laboratórios farmacêuticos). Já na segunda edição, a tiragem subiu para 15 mil. E, depois de
mais ou menos seis meses (mais precisamente no número 14), dobrou para 30 mil exemplares,
desta vez por exigência da Fernando Chinaglia, distribuidora contratada.
Estes números refletem a aceitação imediata do público, festejada pelo diretor Paulo
Lemos no segundo editorial:
O lançamento da revista CULT e a pronta resposta que tivemos da parte de
editores, professores, estudantes e, principalmente, de um número enorme de
pessoas que buscam o prazer da leitura em todo o Brasil desmentiram um
mito há muito tempo arraigado em nosso país: a idéia preconceituosa de que
os brasileiros não se interessam pela literatura, de que nosso precário sistema
educacional criou uma população de “videotas” que só respondem aos
apelos fáceis da cultura de massa – transformando irremediavelmente a alta
cultura num “produto” para consumo somente das elites.
[...] Hoje, felizmente, algumas empresas clarividentes descobriram que a
cultura é, a curto prazo, um bom negócio (pois efetivamente atrai o interesse
do público) e, a longo prazo, um instrumento de qualificação humana que
nenhum país pode menosprezar. [...] Afinal, a cultura talvez seja a única
matéria-prima cujas fontes são inesgotáveis e que, ao ser consumida, se
reproduz (LEMOS, Paulo. “Ao leitor”. In: CULT. São Paulo: n.2, p.2,
ago.1997).
47
Entrevista concedida em 15 de maio de 2004.
93
O projeto inicial de Cult era composto por três seções principais: “Entrevista” (com
intelectuais renomados das mais diversas áreas), seção de resenhas (de nome variável – mais
voltada ao acompanhamento do mercado editorial) e “Dossiê” (parte de maior consistência
que a cada mês abordava um assunto cultural com a colaboração de especialistas). Além
dessas, vale a pena destacar as seções: “Notas” (informes sobre eventos, lançamentos de
livros e revistas, seminários, prêmios e concursos literários etc.), “Turismo literário” (ensaio
sobre alguma cidade ou lugar relacionado com a vida ou a obra de algum escritor
consagrado), “Na ponta da língua” (coluna do professor Pasquale Cipro Neto que discorria
sobre questões da língua portuguesa) e “Memória em revista” (seção assinada por Cláudio
Giordano, que fazia uma viagem ao passado, resgatando revistas, jornais, livros culturais etc.
que marcaram época).
Um outro espaço de significativa importância seria lançado somente na edição n.8: a
seção “Do Leitor”, primeira inovação em cima do projeto original:
A partir deste número, a CULT passa a ter uma seção para as cartas e emails dos leitores. Desde o lançamento da revista, inúmeras
correspondências chegaram até a Lemos Editorial. Como é normal em
publicações novas, foram cartas e telegramas de incentivo, mensagens
estimulantes para os profissionais que fazem a CULT e que pouco a pouco
afastaram nossas dúvidas sobre a acolhida que teríamos do público. Por seu
tom elogioso, essas mensagens se dirigiam exclusivamente aos editores e
colaboradores da revista – não sendo polido, portanto, divulgá-las,
utilizando-as como promoção do próprio veículo. Passada essa primeira fase,
porém, as cartas e e-mails mudaram de tom. Tornaram-se um termômetro
dos acertos e erros da CULT, com sugestões e críticas, com correções (todas
elas transcritas na seção “Notas”, em diferentes edições) e pedidos de
matérias sobre determinado tema, de entrevistas com determinado autor.
Essas cartas são preciosas. Ajudam-nos a preencher lacunas, corrigem
omissões e indicam o interesse dos leitores.
Ao introduzirmos a página “Do leitor” (contrapartida necessária desta seção
“Ao leitor”), nossa intenção é estimular o diálogo entre pessoas que mantêm
uma cumplicidade apaixonada em relação aos livros e à literatura. O convite,
portanto, está feito: esperamos que cada leitor da CULT seja um editor
virtual da revista, enviando-nos suas sugestões e críticas (PINTO, Manuel da
Costa. “Ao leitor”. In: CULT. São Paulo: n.8, p.2, mar.1998).
Como veremos, esta seção vai aglutinar os debates e polêmicas entre redatores,
colaboradores e leitores da revista, consagrando-se como espaço refletor, por excelência, da
multiplicidade ideológica e cultural de Cult.
94
Na edição seguinte (a de número 9), novo acréscimo: o crítico literário e professor
João Alexandre Barbosa passou a assinar a coluna “Biblioteca Imaginária” 48, espaço
destinado à análise de grandes obras literárias, seja na forma de ensaio ou resenha. Com sua
contratação, somada à dupla Cláudio Giordano e Pasquale Cipro Neto, o time de colunistas
estava completo, sendo que o perfil da fase inicial de Cult muito deve ao teor e ao tom das
colaborações deste trio de especialistas.
Em comemoração ao aniversário de um ano, outras novidades surgiriam. Inovações
gráficas e editoriais foram realizadas, com destaque para a seção “Criação”, cujo objetivo era
levar para as páginas da publicação textos (poesias, contos etc.) inéditos.
Ao criá-la, entretanto, os profissionais envolvidos no processo não previram um
problema que veio a ocorrer: a grande oferta de textos, estreitamente ligada ao critério de
seleção. Em outras palavras, entre tantos originais, como eleger um e excluir os demais?
Como ignorar a produção de um autor renomado? Ao mesmo tempo, sendo o objetivo “abrir
as portas para novos talentos”, como publicar o renomado e descartar o anônimo?
A solução, posta em prática às vésperas do segundo ano de Cult (edição 22, maio de
1999), foi desdobrar o espaço em dois: “Criação” e “Gaveta de guardados” 49. O primeiro
continuou com a missão de destinar-se à promoção de autores desconhecidos e à caça de
novos talentos literários; o segundo, buscou solucionar o problema inicial, publicando textos
inéditos de autores conhecidos, estreando com oito poemas de Nelson Ascher.
Esta configuração foi mantida até o terceiro ano. Especificamente no número 36, foi criado
o “Radar Cult” – um caderno interno que abrangia a seção “Criação” e a “Gaveta de guardados”.
Tratava-se de uma “revista dentro da revista”, isto porque tanto a diagramação e o layout quanto o
papel eram distintos. O caderno possuía, inclusive, uma capa e um sumário próprios.
A exemplo do que aconteceu nos anos anteriores, quando novas seções e alterações
gráficas foram introduzidas para marcar o aniversário da revista, uma série de inovações
foram incorporadas em julho de 2000:
[...] Dentre elas certamente a mais significativa é a criação do “Radar CULT”,
[...] um caderno inteiramente dedicado ao mapeamento dos itinerários da
criação literária e que tem ainda como destaques um espaço denominado
“Ficção CULT” (que vai trazer com exclusividade a produção recente de
escritores brasileiros) e as seções “Radar da Prosa” e “Radar da Poesia” (em
que são avaliados os lançamentos de novos autores no cada vez mais dinâmico
48
O nome da seção foi inspirado no título do seu então recente livro, A biblioteca imaginária (Ateliê Editorial).
Em setembro de 1999 (CULT 26), a coluna passou a se chamar “EntreLivros”, também título de uma coletânea
de ensaios do autor.
49
O nome da seção foi uma homenagem explícita ao livro de inéditos do pintor Iberê Camargo, de mesmo título.
95
mercado editorial do país). Além desse caderno especial [...], a CULT 36 traz
duas outras inovações: “a Biografia CULT” (página dedicada à trajetória de
escritores de todos os tempos, começando pelo poeta francês Jacques Prévert)
e a seção “CULT Movies” (sobre as melhores adaptações cinematográficas de
grandes clássicos da literatura universal) (PINTO, Manuel da Costa. “Ao
leitor”. In: CULT. São Paulo: n.36, p.2, jul.2000).
Muitas dessas seções, entretanto, ou desapareceriam completamente, ou seriam
remodeladas na fase seguinte da publicação, quando ela passou para as mãos de Daysi
Bregantini.
2. A venda da publicação
Como relata Manuel da Costa Pinto 50, em função das decisões econômicas tomadas pelo
governo entre 2001 e 2002 na área da saúde, a Lemos Editorial enfrentou momentos difíceis
neste período 51. Com a série de medidas aprovadas pelo então ministro José Serra (a principal
delas a campanha dos genéricos), o mercado farmacêutico sofreu significativa retração.
A Lemos Editorial, fortemente atrelada aos laboratórios, também foi atingida pelo
impacto das mudanças. A conseqüência imediata foi a redução de sua receita. Com isso, a
revista Cult, sustentada pelas demais publicações da editora, passou a ser um empecilho.
No mesmo período, a proprietária da Attaché de Presse, Daysi Bregantini, entrou em
contato com Manuel da Costa Pinto à procura de uma assessoria para a montagem de uma
publicação cultural. Conhecendo as dificuldades por que passava a Lemos, o jornalista atuou
como intermediário do processo de negociação, sugerindo a venda da revista Cult à
empresária, que prontamente se interessou pelo empreendimento.
A compra da publicação pela Editora 17 (atualmente Editora Bregantini) deu-se em
fevereiro de 2002. Transferiu-se a sede da Rua Rui Barbosa, no bairro da Bela Vista, para a
Rua Joaquim Floriano, no Itaim. A notícia foi recebida com entusiasmo pelos agentes
culturais do país.
50
Entrevista concedida em 15 de maio de 2004.
A crise não se deu apenas na área da saúde, mas atingiu vários setores da sociedade. Segundo Costa (2005,
p.191 e 343), entre 2000 e 2002, a circulação de revistas caiu de 17,1 milhões para 16,2 milhões de exemplares
por ano, e o total de jornais vendidos por dia baixou de 7,9 milhões de exemplares para 7 milhões. As
dificuldades financeiras provocaram um enxugamento das redações, sendo que, só em 2001, foram demitidos
6877 jornalistas em todo o Brasil, segundo dados divulgados pela Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj).
51
96
Abaixo, dois exemplos de sua repercussão. O primeiro deles, publicado na coluna de
César Giobbi 52 (Caderno2, O Estado de S. Paulo), em 24 de fevereiro de 2002; e o segundo,
no site Digestivo de Júlio Daio Borges 53, em 12 de junho do mesmo ano:
Daysi Bregantini, proprietária do Attaché de Presse, resolveu ampliar seu
campo de atuação. Na segunda-feira, comprou a revista Cult, especializada
em cultura e filosofia, a mesma que Washington Olivetto elogiou muito
depois de sair do cativeiro. A idéia é ampliar o universo editorial da revista,
com um foco maior na área de artes e espetáculos. Além disso, será o
primeiro passo da Editora 17, que surge no mercado para lançar livros de
reportagens, serviços e biografias.
A Cult, antes a publicação onde os acadêmicos da USP divulgavam o resumo
de suas teses, depois da aquisição pela Editora 17 (gestão Daysi Bregantini),
vem conquistando seu lugar ao sol das bancas de revista. Manuel da Costa
Pinto, o heróico fundador, permanece na direção do periódico, mas o agente
catalisador dessa “renovação” tem sido, fica claro, Luís Antonio Giron, um
dos pais do legendário Caderno Fim de Semana, da Gazeta Mercantil.
Durante o período de transição, a idéia – segundo expressão utilizada pelos
profissionais da redação – era a de “manter o DNA da revista”, ampliando, ao mesmo tempo,
sua pauta. Assim, de “revista brasileira de literatura”, Cult passa a ser designada “revista
brasileira de cultura”.
Na tentativa de dar mais “leveza” ao conteúdo do periódico, vários arranjos foram
feitos. A estréia de três novas colunas aconteceram: “Estante Cult” (sobre lançamentos de
livros), “Fonotipia” (seleção de música/ lista de CDs) e “Instantâneos” (cobertura fotográfica
dos eventos culturais mais importantes). Como se pode perceber, é nítida a intenção de
aproximar a revista da indústria de produtos culturais.
Além dessas mudanças, o editorial tradicionalmente escrito por Manuel da Costa Pinto
passou a ser assinado por Daysi Bregantini, substituindo um texto mais teórico e analítico por
mensagens mais chamativas, até propagandistas. A própria rubrica foi simplificada: de “Ao
Leitor” para simplesmente “Editorial”. A título de comparação, vale reproduzir dois trechos:
[...] A biografia de um escritor pode muitas vezes distorcer a recepção de sua
obra. No caso de Nelson Rodrigues, os acontecimentos trágicos que
cercaram sua vida parecem manter uma relação de causa e efeito com os
dramas familiares e com o ambiente de degradação e violência que ocupam
o cerne de suas peças e romances.[...] Tudo parece indicar uma continuidade
quase mecânica entre dramas reais e ficcionais. [...] Há o Nelson Rodrigues
da mitologia carioca, frasista de botequim e reacionário de opereta. E há o
52
53
Arquivo pessoal.
Fonte: http://www.digestivocultural.com/arquivo/digestivo.asp?codigo=85. Acesso em: 20 jun. 2004.
97
Nelson Rodrigues da devastação existencial, do “riso-cirrose” [...]. É esse
Nelson Rodrigues que, passados vinte anos de sua morte, permanece como
um vírus incubado em nosso álbum de família e que procuramos
homenagear nesse número da CULT (PINTO, Manuel da Costa. “Ao leitor”.
In: CULT. São Paulo: n.41, p.2, dez.2000).
Carandiru, o filme brasileiro mais esperado do ano, é também uma das
produções nacionais mais fortes e sinceras dos últimos tempos. Adaptado do
extraordinário livro de Drauzio Varella, Estação Carandiru, relata o
cotidiano dos encarcerados e o histórico massacre de 1992, no qual 111
presos foram mortos por policiais da tropa de choque. [...] Babenco
concedeu entrevista exclusiva à CULT em que fala de sua trajetória
profissional e de suas aspirações.
Acesse nosso site www.revistacult.com.br ou nos escreva para conhecer nossas
mais recentes promoções. Participe. Você tem muito a ganhar (BREGANTINI,
Daysi. “Editorial”. In: CULT. São Paulo: n.68, p.4, abr.2003).
Nesta nova fase, a proposta editorial era a de “abordar temas culturais com uma visão
jornalística contemporânea”. Deste modo, a principal modificação foi a aposta em grandes
reportagens culturais. Para comandar a empreitada, foi contratado o jornalista Luís Antonio
Giron, com vasta experiência na cobertura da área. Desta forma, Cult passou a ter dois
grandes pilares de sustentação: Manuel da Costa Pinto, que prosseguia como seu editor, e
Giron, responsável pela “grande reportagem” de cada mês.
O projeto, entretanto, perdurou apenas por três edições (57 a 59), mostrando-se
inviável devido ao seu alto custo. Nas palavras de Costa Pinto, “reportagem custa caro, pois
demanda todo um trabalho de apuração, de deslocamento, enfim, de investimento” 54. Além
disso, de acordo com ele, com a entrada de Giron, era muito dispendioso para a editora arcar
com dois salários de chefia. Após este primeiro teste mal-sucedido, Giron deixa a revista e a
Cult volta ao formato ensaístico anterior.
Não foi apenas o fator financeiro, contudo, que fez seus editores voltarem atrás.
Muitos leitores manifestaram-se contra as alterações. Vale destacar algumas opiniões
publicadas na seção de cartas da edição 60, de agosto de 2002:
Só mesmo a distância virtual e meu carinho por uma revista que coleciono
desde o número 1 poderiam abrir as comportas pudicas da minha reclusa
voz. [...] Quem reclama é um leitor acostumado a passear com prazer os
olhos por capas bonitas e criativas destacando Che Guevara, o futebol
brasileiro, a Bienal de São Paulo, Fernando Pessoa... Quando vi a última
Cult [n.58, julho/2002], lembrei-me logo das capas da Veja ou da IstoÉ,
54
A declaração é confirmada pela pesquisadora Cristiane Costa que, em seu livro, ao falar sobre a realidade de
uma época de “velocidade, corretores ortográficos, informação em tempo real, e-mails”, conclui: “o jornal já não
quer mais pagar pela reportagem, subsidiando os gastos, viagens e salário de um profissional caro, que pode
levar semanas para pesquisar, apurar, estruturar, escrever e reescrever um texto” (COSTA, 2005, p.304).
98
quando se propõem uma “capa com idéia” usando fotos pobres. Claro está
que há boas matérias. “Crepúsculo dos gramáticos” é um ótimo exemplo de
jornalismo cultural provocador, transformando um assunto para lá de
enfadonho – desavenças entre delegados da língua – em um artigo até
divertido. O ensaio com Sérgio Buarque de Hollanda, para guardar
(especialmente os saborosos artigos de Cláudio Renato e Antonio Arnoni
Prado). Entendo que, como leitor tenaz, minha opinião deve ser importante
para que se mantenha nos bons trilhos a tradição iluminista da publicação.
Paulo Austero – Ouro Preto, MG
Talvez a nova “visão jornalística contemporânea” da Cult queira reafirmar e
alinhar-se de vez com os valores pasteurizados da indústria cultural.
Jadir Feliciano dos Santos – Vitória, ES
Sou leitor e assinante da Cult desde o número 1, por isso me sinto com
autoridade para falar sobre as mudanças recentes que aconteceram na revista.
Antes de mais nada, quero dizer que não sou um purista – apesar de entender
quando amigos meus vociferam contra essas mudanças. É que nós, amantes
da literatura, temos tão poucos espaços editoriais que nos agarramos a eles
como se combatêssemos numa trincheira. Nos dois últimos meses, de
repente, nos sentimos de certa forma, expulsos dessa trincheira, num campo
aberto de mãos para o alto, alvo de uma artilharia alheia, quase chula, quase
anti-poesia. Mesmo assim, procuro entender a necessidade de mudança e dar
o meu voto de confiança. Vida longa à Cult, mas sem perder o seu
compromisso inicial.
Celso Borges, por e-mail
Mesmo retomando a linha editorial, as experiências não pararam por aí. Ainda na
edição de agosto, os leitores de Cult receberam uma publicação graficamente reformulada,
anunciada no editorial da seguinte maneira:
O leitor perceberá que a capa desta edição sofreu mudanças visuais
importantes. Desde que adquirimos o título, fizemos várias mudanças
gráficas, com a intenção de apresentar uma revista de leitura mais fácil, além
de bonita e moderna. Com a nova capa e o novo logotipo, concluímos a
reformulação formal que tínhamos em mente (BREGANTINI, Daysi.
“Editorial”. In: CULT. São Paulo: n.60, p.4, ago.2002).
No número seguinte, novas críticas na seção de cartas:
Eu não via sinais de desgaste do antigo projeto gráfico que justificassem as
transformações que foram feitas. De qualquer forma, a capa da edição 60
(Wittgenstein) ficou linda. Parabéns. No entanto, dentro da revista, muitos
embaraços apareceram: o harmonioso jogo que havia com o espaço em
branco foi perdido (um exemplo disso está nas páginas da entrevista); a
colocação de textos na vertical, tal como foi utilizado, tornou-se um efeito
primário que não levou a lugar nenhum, não rompeu nada, não facilitou
leitura alguma, não dialogou. A revista tropeçou nos projetos editorial e
gráfico. Espero que não sejam definitivos.
Carlos de Brito e Mello
Belo Horizonte, MG
99
Apesar dos protestos, houve um paradoxo: o aumento do número de assinaturas e
vendas em bancas (comemorado na edição 66, de fevereiro de 2003) 55, talvez justificado pelas
estratégias de marketing adotadas (distribuição de brindes como livros, camisetas etc.) e pelas
promoções feitas em parceria com as editoras 34 e Record/ Civilização Brasileira (que, após
um ano e meio, se estenderiam às editoras Martins Fontes, Paulus, Loyola, Senac Rio,
Objetiva, Cosac & Naify, Globo, Bertrand Brasil e Zouk).
Também é preciso esclarecer que nem todas as investidas da nova fase da revista
foram fracassadas. A idéia de transformar a primeira página do “Radar” em um espaço de
criação visual, aberto à publicação de obras inéditas de artistas plásticos e fotógrafos que
quisessem divulgar seus trabalhos, lançada no número 57, foi bem-sucedida. Da mesma
forma, a organização de fóruns de discussão e testes no site 56 da revista mostrou-se uma
iniciativa de sucesso, atingindo a marca de 50 mil acessos 57 em outubro de 2004 e colocando
o endereço entre os mais visitados da área de cultura.
Seja como for, ainda que alardeando um clima de otimismo e boas perspectivas em
seus editoriais, a verdade é que, ao longo de 2002, nos bastidores de Cult diversas
negociações entre diretoria e redação eram tentadas e, segundo Manuel da Costa Pinto, “eram
bastante conflituosos estes encontros”.
A jornada durou aproximadamente um ano e, mesmo assim, não se chegou a um
consenso sobre qual rumo deveria tomar a revista. Deste modo, por vontade própria, o
jornalista abandonou a publicação no número 72 – que trazia na capa um dossiê de Adorno,
último que editou – e voltou a trabalhar no jornal Folha de S. Paulo, assinando a seção
“Rodapé” a partir do dia 19 de fevereiro de 2003.
Seu afastamento de Cult, no entanto, não ocorreu de súbito. O ex-editor passou a
produzir a coluna “Lector in Fabula” já na edição 73. Na abertura de seu texto de estréia, ele
justifica seu desligamento do departamento editorial:
A partir desta edição, devido a outros compromissos profissionais e
acadêmicos, deixo de ser diretor de redação da CULT. Manterei, porém, um
vínculo com a revista e com seus leitores por meio desta nova seção sobre
crítica literária (cujo título, diga-se de passagem, é uma homenagem ao livro
55
O acompanhamento dos editoriais da revista indica que, sob a direção da Editora Bregantini, houve um aumento
crescente da circulação de Cult. Para citar um exemplo, no editorial de dezembro de 2003 (edição 75), Daysi
Bregantini agradece o apoio recebido e diz que a publicação “encerra o ano com o dobro de assinantes e de
circulação em bancas”. A tiragem do periódico, entretanto, permaneceu inalterada. Infelizmente, não foi possível
verificar se o aumento de fato ocorreu ou se se tratou apenas de uma “estratégia de marketing” para atrair leitores.
56
A CULT on line foi lançada em novembro de 1999.
57
Dado registrado no editorial da CULT86 (novembro de 2004).
100
de Umberto Eco que destaca o papel ativo que todo leitor desempenha no
interior do texto literário).
De certo modo, essa é uma forma de manter vivo aquilo que esteve presente
na gênese da CULT. O fato de, mais recentemente, a revista ter ampliado sua
abrangência temática (deixando de ser uma “revista brasileira de literatura” e
tornando-se uma “revista brasileira de cultura”) [...] (PINTO, Manuel da
Costa. “Lector in Fabula”. In: CULT. São Paulo: n.73, p.40, [s.d.]).
A hipótese é que a coluna tenha sido apenas uma forma de “preparar” o espírito de
seus leitores para a sua saída, pois o espaço durou apenas quatro edições. Costa Pinto
abandonou de vez a revista em janeiro de 2004.
Na ausência de um substituto interno, foi chamado, de última hora para preencher o
cargo de diretor de redação, o jornalista Marcelo Rezende. Formado pela PUC de São Paulo,
também estudou filosofia na USP e realizou cursos de artes plásticas e literatura na França.
Profissionalmente, trabalhou na Folha de S. Paulo durante cinco anos, atuando como editorassistente dos cadernos Mais! e Ilustrada. Além disso, morou de 1998 a 2002 em Paris,
trabalhando como correspondente do jornal Gazeta Mercantil.
Na edição número 73, Rezende aparece como editor convidado de Cult. A partir do
número 74, é apresentado oficialmente como seu editor, sendo que, nesta mesma edição,
reformulações no conteúdo da revista já podem ser percebidas. Há uma rearticulação das
seções, porém importantes espaços como “Dossiê”, “Entrevista”, “Radar” 58 (que se torna uma
única seção, eliminando a divisão “Gaveta de guardados” e “Criação”) e “Agenda” (antiga
seção “Notas”) são conservados, havendo acréscimo de seções como “Seleção Cult/Livros”,
“Seleção Cult/Música, “Ética e Política”, “Cinema” e outras.
Neste período, a revista finalmente atinge um equilíbrio editorial e consolida seu
projeto gráfico, que passou por inúmeras tentativas frustradas desde a mudança da Lemos
Editorial para a Editora Bregantini. Ainda nesta época, a publicação muda sua sede, deixando
o bairro do Itaim e sendo transferida para o Paraíso, na Praça Santo Agostinho. O novo
endereço é divulgado a partir do número 75.
Na nova fase de Cult, os colunistas também mudaram. Dos pioneiros: Cláudio
Giordano deixa a publicação assim que ela é comprada por Daysi Bregantini (número 57),
João Alexandre Barbosa assina sua última coluna no número 64 e Pasquale Cipro Neto no
número 70. Luís Oliva é contratado para a coluna “Filosofia” a partir do número 58, onde fica
até o número 67. No número 69, são apresentados Renato Janine Ribeiro e Roberto Romano.
Alexandre Agabiti Fernandez, que atuou como editor-assistente do número 62 ao 70, passa a
58
Na edição 78, de março de 2004, a seção “Radar” passa a se chamar “Oficina Literária”, sendo transferida do
miolo da revista para o final da publicação.
101
escrever uma seção de “Cinema” a partir número 71. O último deles, Cláudio Willer, antigo
colaborador da revista, assume a seção “Oficina Literária” no número 78.
Após tantas reestruturações, o corpo redacional fixo de Cult distribuiu-se da seguinte
forma: “Ética e Política”, escrita pelos intelectuais Roberto Romano e Renato Janine Ribeiro,
alternadamente; “Agenda” e “Seleção Cult/Música”, trabalhadas internamente (normalmente
por estagiários); “Seleção Cult/Livros”, feita pelo diretor de redação Marcelo Rezende;
“Oficina Literária”, sob coordenação do poeta Cláudio Willer; “Cinema”, escrita por
Alexandre Agabiti Fernandez; e “Dossiê”, a cargo de colaboradores externos (na maioria das
vezes especialistas).
Antes de finalizar, é importante fazer algumas observações comparativas entre as duas
fases da Cult: a fase Lemos Editorial e a fase Editora Bregantini.
No primeiro momento, percebe-se uma proposta iluminista por trás do projeto editorial
da revista que pretendia:
[...] ser ao mesmo tempo informativa para quem tem lacunas em sua
formação cultural (lacunas inevitáveis num contexto cultural tão precário) e
instigante para aquela parcela de leitores que, habituados com os prazerosos
labirintos da leitura, desejam ter uma visão renovada de seus temas e autores
preferidos (PINTO, Manuel da Costa. “Ao leitor”. In: CULT. São Paulo: n.12,
p.2, jul.1998).
Inicialmente uma publicação sobre crítica de literatura e livros, Cult foi
progressivamente abrindo espaço para textos inéditos de prosa e poesia, passou a promover
concursos literários com o objetivo de estimular a produção literária nacional e culminou com
um ato de incentivo efetivo: a edição das obras que ajudou a descobrir e selecionar.
Houve, portanto, a construção de um ciclo. Em seus primeiros anos de vida, o
periódico legitimou-se no mercado e construiu uma identidade própria, a princípio como
espaço de reflexão e depois como um espaço de exercício criativo, de produção cultural.
No segundo momento, com a compra do título por Daysi Bregantini, o investimento
neste “espaço de produção” foi reduzido, com a extinção dos concursos literários e a
diminuição das páginas destinadas à publicação de inéditos.
Em contrapartida, percebeu-se uma ampliação dos espaços destinados ao
acompanhamento do mercado editorial, fonográfico e audiovisual que passaram a ser
explorados por meio de novas editorias, com foco em lançamentos. As próprias pautas
refletiram esta aproximação com a indústria cultural, ou seja, a seleção de assuntos passou a
102
ter como fonte de inspiração ou justificativa os produtos recém-lançados: por exemplo, a nova
edição de um livro, a reestréia de uma peça ou o filme em cartaz.
A substituição da palavra “literatura” por “cultura” no subtítulo da publicação revelou
a clara intenção de atingir um maior número de leitores. As tentativas de “popularização” da
revista com a formulação de textos mais simples e diagramação semelhante a das revistas de
informação semanal caminharam neste sentido. A preocupação com a vendagem de Cult é
evidente neste período. Talvez justificada pelo que parece ter se tornado seu objetivo
principal: manter-se no mercado.
Também na fase Bregantini, foi possível verificar um incremento no plano de
marketing da revista. Deu-se início a um processo de construção da “marca Cult”. Para
ilustrar a idéia, podem ser citados dois fatos: a alteração da frase do logotipo na edição de
dezembro de 2004 (antes, simplesmente “revista brasileira de cultura”; depois, “a mais
inteligente revista brasileira de cultura”) e a inauguração da seção “A Cult mostra quem são
os leitores que, como você, debatem e pensam a cultura” no número 74.
Neste espaço, a cada edição, foi estampada a foto de uma personalidade cultural, em pose
de leitura (sempre com a Cult nas mãos), seguida de uma frase em que ele ou ela explicava o
porquê é leitor da revista (ver anexo 2). No período analisado, profissionais das mais diversas
áreas culturais, reconhecidamente destacados nas suas respectivas especialidades foram
elencados: o professor Sérgio Cardoso (CULT 74); o músico e compositor Jair Oliveira (CULT
75); o publicitário Washington Olivetto (CULT 76); o músico Chico César (CULT 77); a
cineasta Tata Amaral (CULT 78); os atores Graziella Moretto (CULT 79), Alice Braga (CULT
83) e Matheus Nachtergaele (CULT 90); o arquiteto Rui Ohtake (CULT 80); o jornalista Carlos
Nascimento (CULT 81); os artistas plásticos Marina Saleme (CULT 82), Rodrigo Matheus
(CULT 86) e Guto Lacaz (CULT 89); o poeta e membro da Academia Brasileira de Letras
Antonio Carlos Secchin (CULT 84); a crítica literária Letícia Malard (CULT 85); o maestro
Júlio Medaglia (CULT 87); o fotógrafo Cristiano Mascaro (CULT 88); a cantora Luciana Mello
(CULT 91); o diretor e dramaturgo Zé Celso (CULT 92) e o cineasta Sérgio Bianchi (CULT 93).
O intuito, óbvio, foi o de promover e qualificar o periódico. Nos depoimentos,
conceitos como “sofisticação”, “densidade”, “incentivo à cultura”, “abordagens competentes”,
“teor universalista”, “revista acessível”, “passe para o vôo livre”, “publicação multicultural”,
103
entre outros, foram associados à publicação. A revista transforma-se, assim, num espaço que
consagra e é consagrado 59.
Numa avaliação final, o fato é que, de uma para outra fase, independentemente das
estratégias utilizadas, com algumas mudanças bem-sucedidas e outras não, entre erros e acertos,
o espírito de Cult foi mantido. A essência e a qualidade do conteúdo felizmente permaneceram.
3. Perfil dos leitores
De acordo com informações da redação 60, “o público da revista Cult é formado por
pessoas que têm compromisso com a cultura, circulam nos melhores ambientes do país e
consomem o que há de melhor”. Abaixo, gráficos que detalham o perfil desses leitores.
Sexo
44%
Feminino
Masculino
56%
Faixa etária
10%
14%
21 a 30 anos
41%
31 a 40 anos
41 a 50 anos
28%
59
Mais de 50 anos
Confirma-se, desta forma, a tese de Miceli (2001, p.56) que acredita que, com a expansão da imprensa, os
empreendimentos intelectuais coletivos (jornais, revistas etc.) tendem a se tornar as principais instâncias de
consagração e, ao consagrar os escritores que a elas se dedicam, essas instâncias se autoconsagram.
60
Entrevista realizada com o diretor de redação Marcelo Rezende em 13 de agosto de 2004.
104
Classe sócio-econômica
42%
Classe A
Classe B
58%
Distribuição geográfica por regiões
1%
3%
Sudeste
8%
Nordeste
15%
Sul
50%
23%
Centro-Oeste
Norte
Exterior
Outras informações:
¾
Estado civil: aproximadamente 60% são solteiros;
¾
Escolaridade: os leitores possuem alto grau de escolaridade, sendo que 56% têm
superior completo e 1/3 do restante está cursando alguma universidade;
¾
Importante: 82% dos leitores colecionam a revista e utilizam-na regularmente para
pesquisas; o conteúdo da Cult é utilizado para a confecção de provas em vestibulares e
em universidades.
4. Como Cult sobrevive?
Ao longo de sua história, as revistas literárias e culturais apresentaram algumas
características comuns como: existência efêmera, tiragens reduzidas e escassez de recursos
financeiros.
105
A partir disso, a pergunta que fica é a seguinte: como Cult tem conseguido se manter
no mercado por tanto tempo, com tiragens relativamente elevadas para o segmento? De onde
provêm seus recursos?
É inegável que a revista triunfou – mantendo a qualidade de seu conteúdo – neste
momento em que o mercado está saturado de produtos de consumo descartável, leitura fácil e
rápida. Então, qual terá sido a receita para sua permanência?
Sabe-se que sem o auxílio do governo e de instituições, uma produção cultural,
geralmente, está fadada ao fracasso. Ao mesmo tempo, em tempos como estes, a presença
hegemônica de uma política neoliberal transfere para a iniciativa privada o investimento na
produção cultural, operando já de início – porque os projetos precisam veicular as marcas das
empresas patrocinadoras – um programa de obras que devem ser criadas para ganhar circulação.
Mandaji (2003, p.22) é quem nos mostra o percurso histórico que o financiamento da
cultura percorreu até assumir as características atuais:
A produção cultural ainda hoje, guardadas as devidas proporções, sofre
influência do antigo sistema aristocrático, onde a arte produzida era
escolhida e financiada pelos monarcas. A arte aparecia como signo
determinante das relações de poder. No decorrer da história do Brasil, essa
relação foi produzida com base no fato da produção cultural ser financiada e
incentivada por governos, que se utilizavam da arte e da cultura para
expandir suas ideologias, financiando apenas os trabalhos que atendiam aos
seus objetivos. Mudanças vão ocorrer com o fim da ditadura militar, quando
são criadas as leis de incentivo à cultura, que visavam fomentar na iniciativa
privada o desejo e a relevância de ligar a sua marca a projetos culturais.
Em um primeiro momento, portanto, o patrocínio cultural baseado no mecenato vai
estar intimamente ligado às questões de aceitação política e social, passando, em um segundo
momento, a atuar como o elo de legitimação entre Estado e sociedade e, em um terceiro
momento, transforma-se em um negócio empresarial, pois irá compor o “mix” de ferramentas
que dão sustentação à aplicação do marketing cultural pelas empresas.
A década de 90 é caracterizada como uma nova fase do desenvolvimento de atividades
culturais com a promulgação da Lei nº 8313/91 (a Lei Rouanet)61, que permitia aos projetos,
aprovados por uma Comissão Nacional de Incentivo à Cultura (CNIC), receber patrocínios e
doações de empresas e pessoas físicas, as quais se beneficiavam de isenções no Imposto de
61
A Lei Rouanet, proposta encaminhada ao Congresso Nacional pelo secretário de cultura do governo Collor
(Sérgio Paulo Rouanet), foi uma substituição da antiga Lei Sarney, de 1986. Sua principal diferença estava na
criação de mecanismos de fiscalização mais rígidos.
106
Renda devido. O problema, no entanto, estava ligado à burocracia do processo, gerada por
inúmeras exigências jurídicas e contábeis.
Com a eleição do presidente Fernando Henrique Cardoso, a política cultural do Brasil
vai tomar outro rumo, uma vez que vai ser pressionada por fatores externos como a
conjuntura mundial, caracterizada pela globalização, pela internacionalização da economia e
pelo predomínio do mercado. A idéia de que Estado e mercado devem caminhar juntos estava
presente no desenvolvimento dessa política governamental.
Em 1995 o presidente Fernando Henrique assina um primeiro pacote de reformas,
onde implanta a Secretaria de Apoio à Cultura, criada com a intenção de tornar o acesso aos
incentivos da Lei Rouanet mais rápido, superando assim a burocracia.
Conforme Mandaji (2003, p.41), a agilidade que o governo FHC conferiu à captação
de recursos via Lei Rouanet logo rendeu frutos. No primeiro ano, o número de empresas que
investiam em cultura saltou de 72 para 235. Em 1996, foram 624 empresas e, em 1997, esse
número saltou para 1133 empresas. Não podemos deixar de destacar aqui as recomendações
expressas feitas pelo presidente às estatais para que passassem a investir em cultura.
É neste cenário de leis de incentivo à cultura, ampliação do mercado de produtos
culturais e transferência de seu patrocínio do Estado para o setor empresarial, que é possível
entender a permanência de Cult. Neste caso, o aspecto econômico está diretamente ligado aos
anúncios publicitários, posto que, muito mais que as assinaturas ou a venda avulsa de
exemplares, são eles que possibilitaram sua existência.
O perfil dos anunciantes da revista (ver anexo 3) – com predomínio de empresas
estatais, editoriais e culturais, e também de instituições universitárias e organizações nãogovernamentais – só pode ser compreendido à luz desses acontecimentos. Trata-se de órgãos
tradicionalmente ligados ao setor educacional e cultural (interessados, portanto, no fomento
de produções intelectuais), que encontraram um motivo a mais para investir no marketing
cultural através de incentivos fiscais. Além destes, foram encontradas empresas da indústria
farmacêutica (em função da Lemos Editorial) e uma outra parcela de empreendimentos
prestadores de serviço e/ou com perfil mais comercial (hotéis de luxo, bancos e escola de
idiomas) – estes certamente atraídos pelo perfil dos leitores da revista.
O número de páginas da publicação variou entre 48 e 60 do primeiro exemplar ao
sexto, passando a 64 páginas a partir do sétimo número. Este acréscimo esteve associado ao
aumento do espaço publicitário, uma vez que o número de matérias se manteve praticamente
constante, variando entre 17 e 27 (numa média de 22 matérias por edição).
107
CAPÍTULO V – CULT: CANAL DE EXPRESSÃO PÚBLICA DA
PRODUÇÃO INTELECTUAL
Este capítulo tem por objetivo a verificação de duas hipóteses centrais. A primeira é a
de que Cult é uma publicação de tendência qualificadora que, portanto, põe em xeque as
avaliações generalistas e pessimistas a que tem sido submetido o jornalismo cultural
contemporâneo; a segunda, é a de que a revista constitui-se como um lócus de produção de
sentidos onde se dissemina o pensamento acadêmico-intelectual.
Em outras palavras, o desafio é romper com a visão simplista que se tem dos meios
de comunicação, entendendo-os também como um espaço plural e de tensão, e reafirmar a
idéia de um jornalismo que não se limita ao acompanhamento e difusão dos produtos da
indústria cultural, mas que, antes, atua como um ambiente de reflexão, propagador de
valores e bens simbólicos e divulgador do que há de mais sofisticado em nossa produção
intelectual.
Buscando confirmar ou refutar tais hipóteses, recorreu-se a duas frentes de
pesquisa. A primeira procurou verificar se as críticas impingidas à atual cobertura cultural
da mídia se sustentam quando aplicadas à revista Cult; já a segunda linha de investigação
caminhou no sentido de comprovar e analisar a relação da revista com o universo
intelectual, ou melhor, com o universo acadêmico-intelectual, visto que, conforme
apontado no primeiro capítulo, a vida intelectual está cada vez mais dependente das
estruturas universitárias e institucionais.
1. Cult: jornalismo cultural de qualidade
Como vimos no capítulo sobre jornalismo cultural, há pelo menos duas formas
distintas de cobertura cultural sendo realizadas pelos veículos de comunicação: uma que
tem na informação de atualidade e na prestação de serviço a tônica de sua cobertura e
outra mais reflexiva, caracterizada por textos analíticos que vão além do factual da notícia
e, na maioria das vezes, são escritos por especialistas. Cult se enquadra no segundo caso
e, como pretendemos demonstrar, cumpre um jornalismo de qualidade em vários
sentidos.
108
A revista conjuga erudição e didatismo, tradição e vanguarda, profundidade e
linguagem envolvente, ensaísmo e fato jornalístico, crítica e prestação de serviço, autores
novos e consagrados, trabalho intelectual e sobrevivência econômica. Além disso, cumpre
com sua função social militando por políticas culturais mais democráticas e debatendo
questões sobre o mercado editorial, cultural e artístico.
1.1. Abordagem plural
Ao analisar os temas pautados pela revista, verificou-se que, pela própria proposta
inicial da publicação, houve um maior investimento na área de literatura e filosofia, o que não
quer dizer que Cult não tenha aberto espaço para outras especialidades culturais.
Na primeira fase do periódico, esta abertura deu-se muitas vezes no próprio domínio
da literatura – caso dos dossiês sobre Ficção Científica Brasileira (CULT 6), Futebol e
literatura (CULT 11), Literatura de testemunho (CULT 23) ou Literatura e gastronomia
(CULT 29) –, mas também esteve presente no diálogo estabelecido entre a linguagem escrita
e outros códigos criativos e reflexivos – como no dossiê sobre a Bienal Antropofágica (CULT
15), na matéria de capa sobre Jim Morrison (CULT 48) e nas entrevistas com a roteirista de
cinema Suso Cecchi d’Amico (CULT 19) e com os artistas plásticos Rosângela Rennó (CULT
6), Vik Muniz (CULT 16) e Cildo Meireles (CULT 31).
Na segunda fase, com a mudança de nome da revista, essa mescla de assuntos culturais
ficou ainda mais evidente. Para citar alguns exemplos: na área de cinema, o dossiê sobre
Glauber Rocha (CULT 67) e a matéria de capa sobre o filme Carandiru (CULT 68); na área
musical, o dossiê sobre os Beatles (CULT 65) e a reportagem sobre blues (CULT 71); na área
teatral, o perfil de Plínio Marcos (CULT 27) e a matéria sobre Paulo Autran (CULT 61); na área
de fotografia, o dossiê sobre Antonioni (CULT 93); na área de antropologia, a reportagem sobre
Claude Lévi-Strauss; na área de sociologia, a matéria sobre Pierre Bourdieu (CULT 76); na área
da pintura, o artigo de Harold Rosenberg (CULT 84); na área da comunicação, a matéria sobre
jornalismo literário (CULT 93); na área de moda, o dossiê sobre a linguagem das roupas (CULT
82), e assim por diante, numa lista que seria bastante extensa.
A palavra que melhor define a abordagem de Cult é, portanto, pluralidade. A
concepção de cultura empregada, mesmo que associada à idéia de cultivo e enobrecimento do
espírito por meio das artes e das letras, é a mais abrangente possível. Assuntos como política,
109
educação, economia, comportamento e futebol apareceram em perfeita sintonia com as
chamadas “sete artes”.
Trata-se de uma concepção de cultura arraigada ao que Renato Ortiz (1995) define
como “moderna tradição brasileira”, ou seja, a consolidação de um mercado de bens
simbólicos que começou a se estabelecer desde o final da década de 60.
Grosso modo, ao escrever acerca da problemática da cultura no Brasil, Ortiz verifica
os rumos tomados pelos projetos modernistas de construção da identidade nacional, busca
avaliar o alargamento semântico que o conceito de cultura sofreu e, ainda, até que ponto é
possível se ter em mente a idéia de nacionalidade.
Descrevendo a mudança das taxas de consumo cultural no país ao longo do século
XX, o sociólogo aponta para a consolidação de um mercado de bens simbólicos que, mesmo
precário, já se configura como cultural e, concomitantemente, estabelece câmbios nessa
cultura. Assim, ele mostra que “as contradições entre uma cultura artística e outra de mercado
não se manifestam de forma antagônica”, pois “a literatura se difunde e se legitima através da
imprensa” (ORTIZ, 1995, p.29).
Essa ampliação da noção de cultura é, portanto, o que permite a convivência entre
gêneros distintos. Nas páginas de Cult, foi possível identificar a utilização tanto de gêneros
jornalísticos (editoriais, resenhas, ensaios, notas, entrevistas, reportagens, fotografias etc)
quanto literários (poesia, romance, ficção, conto etc).
Da mesma forma, percebeu-se um distanciamento daquela atitude predominante nas
produções culturais de anos anteriores, que se faziam sobretudo em torno de “movimentos” 62,
como foi o caso do modernismo, da bossa nova, do cinema novo, do tropicalismo, do
concretismo e tantos outros.
Cult manteve uma postura diferente das revistas literárias propriamente ditas, ou seja,
não se apresentou como um veículo de exteriorização de princípios poéticos e estéticos de
determinado grupo, nem de divulgação de determinado tipo de produção literária. A
multiplicidade predominou em sua composição, isto é, a revista estabeleceu-se como um meio
capaz de abrigar variadas produções artísticas, formando um quebra-cabeça de referências 63.
É o que reforçou um de seus editoriais:
62
Como apontado no capítulo sobre revistas culturais, uma das funções exercidas pelas revistas literárias no início do
século XX estava relacionada à divulgação dos trabalhos de artistas reunidos em torno de um valor estético comum.
63
É interessante pensar este resultado como indício da emergência de transformações na cena cultural
contemporânea. A pluralidade, fragmentação, o fim das vanguardas trazem consigo um esfacelamento de valores
e de conceitos, lido por alguns críticos como indícios de uma era pós-moderna.
110
[...] E se as seções “Criação” e “Gaveta de Guardados” são espaços de
visibilidade para a produção literária que surgiram graças a sugestões
ou mesmo cobranças dos leitores, eis mais uma prova de que é a
pluralidade – e não credos estéticos excludentes – que talvez um dia
possibilite fazer da literatura um bem compartilhado por uma grande
comunidade de leitores, modificando empiricamente suas vidas como
nenhuma vanguarda jamais conseguiu fazer (PINTO, Manuel da Costa.
“Ao leitor”. In: CULT. São Paulo: n.24, p.2, jul.1999).
Além disso, apesar de ser identificada como uma produção da “alta cultura” e de haver
preponderância do cânone na revista, ela não deixou de abrir espaços para novos temas.
Ensaios eruditos como os de Dostoiévski (CULT 2), Clarice Lispector (CULT 5), Hilda
Hilst (CULT 12), Machado de Assis (CULT 24), João Cabral de Melo Neto (CULT 29), Manuel
Bandeira e Mário de Andrade (CULT 33), Kafka (CULT 36), Graciliano Ramos (CULT 42),
Proust (CULT 52), Wittgenstein (CULT 60), Baudelaire (CULT 73) e García Márquez (CULT
87) conviveram com análises sobre futebol (CULT 11 e 85), poesia marginal (CULT 51),
literatura de cordel (CULT 54), Lenine (CULT 57), telejornalismo (CULT 62), James Bond
(CULT 63), Paulo Coelho (CULT 70), Jô Soares (CULT 81) e Harry Potter (CULT 92).
Houve, assim, a inclusão tanto de áreas da tradição popular, quanto de assuntos de
grande apelo popular, sempre por meio de um tratamento diferenciado e reflexivo. A respeito
dessa “hibridização” 64 de universos culturais distintos, são válidas as considerações de Luyten
(2003, p.3), que mostra como a partir de exigências próprias da indústria cultural (os fatores
exigüidade do tempo e necessidade de boa recepção, por exemplo) pode-se perceber o grato
uso que a mídia faz de elementos oriundos de outros extratos culturais e comunicativos, isto é,
a utilização de elementos da cultura erudita e popular pelos meios de comunicação de massa.
1.2. Cânone e novos autores
Um dado interessante se refere aos autores e obras que as matérias da revista
exploraram. Observou-se uma preferência por trabalhar com autores ou já consagrados, ou
que detém algum tipo de reconhecimento.
As seções mais importantes da Cult são “Entrevista” e “Dossiê”. Além de possuírem
um número maior de páginas em relação a outras seções da revista, elas geralmente recebem
64
A noção de hibridização, proposta por Canclini (1996, p.2), surge como “uma palavra mais versátil para dar
conta das mesclas ‘clássicas’ como os entrelaçamentos entre o tradicional e o moderno, e entre o culto, o popular
e o massivo”, uma vez que “uma característica de nosso século, que complica a busca de um conceito mais
includente, é que todas essas classes de fusão multicultural se entremesclam e potencializam entre si”. Trata-se
de um recurso explicativo, através do qual se tem procurado analisar as manifestações que brotam do cruzamento
entre culturas, ou em suas margens – interações que significam também contradições e conflitos.
111
destaque na capa e no sumário. Pelos entrevistados e pelos temas dos dossiês, constatou-se
uma tendência maior em afirmar e sacralizar o cânone literário e cultural do que em romper
com suas regras.
A seção de entrevistas cedeu lugar a personalidades culturais que já desfrutam de certo
reconhecimento dentro de sua respectiva área de atuação. Foram os casos de: Décio de
Almeida Prado, Boris Schnaiderman, Nadine Gordimer, Bárbara Heliodora, Nelson Ascher,
Dias Gomes, Hilda Hilst, Ricardo Piglia, Manoel de Barros, Augusto de Campos, Lygia
Fagundes Telles, Régis Bonvicino, José Arthur Giannotti, Marilena Chauí, Fernando
Henrique Cardoso, Hermano Viana, Hector Babenco, Ruy Castro e muitos outros intelectuais
que apareceram na seção.
Da mesma forma, o “Dossiê” confirmou a tendência de afirmação dos nomes
“piramidais”, pois a maioria dos escritores e intelectuais tratados nesta seção também já são
consagrados pela crítica, como padre Antônio Vieira, Dostoiévski, Clarice Lispector, Cruz e
Souza, Emilio Villa, Antonio Candido, Albert Camus, Stéphane Mallarmé, Fernando Pessoa,
Machado de Assis, Eça de Queirós, Oscar Wilde, Franz Kafka, Bertolt Brecht, Graciliano
Ramos, Alcântara Machado, Monteiro Lobato, Érico Veríssimo, James Joyce etc.
Outro espaço de destaque da estrutura de Cult é a sua capa (ver anexo 1). Um
termômetro bastante eficaz para medir a importância dada a determinados temas.
As capas sempre trazem uma imagem (que na maioria das vezes são fotos, mas
também houve casos de caricaturas, reprodução de obras e ilustrações) relacionada ao tema
cultural ou a um escritor consagrado. Elas funcionam como uma espécie de “chamariz”, o que
talvez justifique, nas 93 capas analisadas, a predominância de imagens de escritores
consagrados.
Dentre as matérias de capa que se destacaram, notou-se a presença de personalidades,
principalmente nacionais, mas também estrangeiras, da literatura, história e arte: Che
Guevara, Ferreira Gullar, Nelson Rodrigues, João Cabral de Melo Neto, Luís Fernando
Veríssimo, Arnaldo Antunes, Theodor Adorno, Baudelaire, Clarice Lispector, João Ubaldo
Ribeiro, José Saramago, Fernando Pessoa, Umberto Eco, Machado de Assis, Carlos
Drummond de Andrade, Ignácio de Loyola Brandão, Gilberto Freyre, Manuel Bandeira,
Guimarães Rosa, Jim Morrison, Caetano Veloso, Jorge Amado, Cecília Meireles, Chico
Buarque e muitos outros.
Entretanto, não se pode deixar de considerar os dois lados da questão. Como se viu,
Cult destaca os “velhos valores”; por outro lado, a publicação não descarta a nova geração de
escritores, sendo esta uma preocupação constante da revista, expressa em vários de seus
112
editoriais. A seguir, três passagens que comprovam a intenção de Cult em ampliar a reflexão
para além dos cânones tradicionais:
[...] Na maioria das vezes (e das edições), isso significa dar espaço a autores
consagrados ou tentar descobrir, em autores novos, aqueles elementos de
permanência que nos permitem incluí-los nesse cânone sempre provisório
com o qual lidamos cotidianamente. Entre clássicos como Dostoiévski,
Fernando Pessoa ou Mallarmé, nomes obrigatórios das letras
contemporâneas como José Saramago, Haroldo de Campos ou Ricardo
Piglia, e “revelações” como João Inácio Padilha ou Nelson de Oliveira,
pode-se dizer que a revista tem conseguido apresentar em suas páginas um
grande número de autores que integram e integrarão nosso repertório
fundamental de leituras (PINTO, Manuel da Costa. “Ao leitor”. In: CULT.
São Paulo: n.23, p.2, jun.1999).
Ao longo desses mais de trinta números de CULT, temos procurado mesclar
harmoniosamente esses dois ingredientes. Além de dedicarmos dossiês a
autores por assim dizer “canônicos” (Machado de Assis, Dostoiévski,
Mallarmé, Fernando Pessoa, James Joyce, Gilberto Freyre, Drummond, João
Cabral de Melo Neto), tentamos também trazer para as páginas da revista
alguns nomes e temas que ampliem a “biblioteca” pessoal de nossos leitores.
Foi o caso dos dossiês sobre dois poetas contemporâneos – o italiano Emilio
Villa (CULT 9) e o catalão João Brossa (CULT 19) – e do dossiê sobre
“Literatura de Testemunho” (CULT 23). E é também o caso, na presente
edição, do dossiê sobre o escritor argentino Roberto Arlt, que, no Brasil, foi
injustamente obscurecido pelo prestígio de talentos literários como Jorge
Luis Borges, Julio Cortázar, Adolfo Bioy Casares, Manuel Puig e Ernesto
Sábato – mas que certamente é um dos grandes nomes da grande tradição
literária argentina (PINTO, Manuel da Costa. “Ao leitor”. In: CULT. São
Paulo: n.33, p.2, abr.2000).
[...] é importante notar a importância que publicações literárias como a
CULT assumiram nos últimos anos. Reunindo críticos e jornalistas que na
maior parte do tempo divulgam e analisam autores consagrados seja pela
tradição literária, seja pelo próprio meio editorial, a CULT nunca deixou de
oferecer espaço para autores inéditos (como demonstra o “Radar CULT”)
(PINTO, Manuel da Costa. “Ao leitor”. In: CULT. São Paulo: n.39, p.2,
out.2000).
Além dos eventuais dossiês e capas, as seções que mais abriram espaço para a
divulgação de novos autores foram “Criação” e “Gaveta” (reunidos posteriormente no
caderno “Radar Cult”), onde foram publicados textos literários inéditos de autores pouco
reconhecidos, simplesmente desconhecidos ou estreantes na área de ficção e poesia.
Dezenas e mais dezenas de nomes circularam pelas páginas de Cult no período
analisado, numa média de cinqüenta colaborações ao ano, sendo um despropósito, portanto,
listar aqui alguns nomes que em nada representariam a variedade de perfis e estilos dos
autores que tiveram seus textos publicados pela revista.
113
Mais oportuno talvez seja dizer que poetas, ensaístas, ficcionistas, contistas de
diversas cidades dos vários estados do país (Pará, Pernambuco, Paraíba, Minas Gerais, Bahia,
Brasília, Goiás, Tocantins, São Paulo, Rio de Janeiro, Curitiba, Santa Catarina, Rio Grande do
Sul etc.) e de diferentes áreas profissionais (estudantes, médicos, jornalistas, engenheiros,
artistas, psicólogos, advogados, historiadores, professores, publicitários, funcionários públicos
e muitos outros) encontraram neste espaço um lugar para partilhar suas produções.
Deste modo, mesmo assumindo uma posição de conservação da tradição, ou seja,
“consagrando os consagrados”, Cult não descuidou da produção recente e remanescente,
estando também aberta às novas perspectivas.
Coerentemente com o princípio da divulgação de novos autores e com o objetivo de
formar e ampliar o público, a revista promoveu e apoiou vários eventos e concursos literários.
Avaliando esses resultados a partir das idéias defendidas por Pierre Bourdieu (2002) a
respeito das estratégias de produção de sentido das instâncias de consagração cultural, é
possível afirmar que, na derrubada de fronteiras geográficas, temporais, disciplinares e
hierárquicas, a mixórdia de nomes consagrados e desconhecidos fez com que a revista
funcionasse como instância legitimadora de um posicionamento teórico, operando na garantia
de determinado capital simbólico e visando a inserção de alguns nomes na esfera do campo
intelectual ao lado de autores que já desfrutam de reconhecimento.
1.3. O sentido da “notícia” em Cult
Como vimos num capítulo anterior, a cobertura cultural da imprensa apresenta
particularidades que a distingue das demais especialidades do jornalismo. A definição de
“notícia” empregada pelas editorias de cultura, conforme discutido, extrapola a idéia de
atualidade, passando a trabalhar com as informações a partir da noção de contemporaneidade.
É exatamente esse sentido de “notícia” – que guarda uma complexidade que vai além
do mero acúmulo de informações – que pôde ser verificado em Cult.
Logo abaixo, a transcrição integral de uma interessante discussão sobre a questão da
pauta no jornalismo cultural, apresentada num dos editoriais da revista:
O excesso de assunto pode ser tão incômodo para uma revista quanto sua
escassez. No mês passado, tivemos por coincidência duas das mais
importantes efemérides deste ano: os centenários de morte do filósofo
alemão Friedrich Nietzsche e do escritor português Eça de Queirós. Uma
114
revista como a CULT não poderia deixar de destacar nenhum dos dois fatos.
Ao mesmo tempo, seria uma pena dedicar a apenas um deles o dossiê (parte
mais substanciosa da revista), destinando ao outro uma seção menos
completa. Optamos por fazer um dossiê sobre Nietzsche na edição de agosto,
deixando para o presente número o dossiê sobre Eça de Queirós. No entanto,
quando a CULT 37 começou a circular em bancas e livrarias, vários leitores
escreveram e telefonaram para a redação da revista, reclamando do fato de
termos privilegiado um autor alemão em detrimento de um dos maiores
nomes das letras lusófonas, um filósofo em detrimento de um escritor (o que
seria condenável em se tratando de uma revista de literatura). Deixando de
lado o nacionalismo lingüístico um pouco obsoleto dessas críticas e a recusa
de ver em Nietzsche um dos epicentros da modernidade literária, o que me
parece mais grave nesse caso é que boa parte do público tem uma
expectativa em relação à imprensa cultural que vai claramente contra sua
especificidade. A idéia de que uma notícia só tem valor se tiver sido dada em
cima do acontecimento (e, de preferência, antes de outros veículos de
comunicação) faz parte da essência do jornalismo e talvez seja válida para os
noticiários político, econômico ou esportivo – em que os fatos, na maior
parte das vezes, são rapidamente suplantados por novos acontecimentos e
notícias. Entretanto, seria no mínimo absurdo acreditar que a resenha de um
livro perderá seu “prazo de validade” se for publicada três ou quatro meses
depois que a obra tiver sido lançada, ou que uma determinada publicação
perderá sua consistência se a discussão da obra de um autor, motivada por
seu aniversário de morte, for editada no mês imediatamente posterior ao da
efeméride – como ocorre neste número da CULT. Obviamente, os leitores
que se mostraram contrariados estavam manifestando um desejo legítimo de
ver na revista um dos maiores nomes da literatura portuguesa. Mas o fato é
que, habituados com a transformação dos fatos culturais, sociais e políticos
em mercadoria perecível pela indústria jornalística, eles davam como certo
que, passado o mês do centenário de Eça, a CULT não poderia mais tocar no
assunto. Entretanto, se há algo que a literatura nos ensina, para além do
prazer estético, é justamente que as palavras servem para evitar que nos
transformemos em mercadorias, objetos, coisas (PINTO, Manuel da Costa.
“Ao leitor”. In: CULT. São Paulo: n.38, p.2, set.2000, grifos meus).
Neste texto, além da confirmação de que o jornalismo praticado por Cult não se prende
à temporalidade dos fatos, encontramos também uma pista sobre os critérios utilizados pela
publicação na seleção de suas pautas.
As matérias da revista abordaram, algumas vezes, uma tradição literária (literatura
argentina, literatura portuguesa, literatura norte-americana, literatura japonesa) ou um tema
específico (ficção científica brasileira, literatura e futebol, literatura e loucura, literatura e
erotismo, literatura de testemunho, literatura e gastronomia, moda, cinema, música); em
outros momentos, renderam tributos à centralidade da obra de alguns escritores (Machado de
Assis, Guimarães Rosa, Graciliano Ramos, García Márquez, José Saramago). De modo
menos freqüente, concederam espaço para entrevistas (Marilena Chauí, Caetano Veloso) e, na
maioria das vezes, tematizaram a trajetória de um escritor ou personalidade por ocasião de
efemérides como datas de nascimento e morte (o tricentenário do falecimento do padre
115
Antônio Vieira, os trinta anos da morte de Jim Morrison, os vinte de Clarice Lispector e
Nelson Rodrigues, os oitenta de Lima Barreto, os cem anos da morte de Cruz e Souza, Oscar
Wilde e Friedrich Nietzsche, os cento e vinte anos do nascimento de Monteiro Lobato, o
aniversário de Caetano Veloso, os oitenta anos de Antonio Candido, o centenário de
nascimento de José Lins do Rego etc.).
As datas também apareceram a partir de temas como: os 50 anos do Grupo 47
(literatura alemã do pós-guerra), os oitenta anos da Revolução Russa e da Semana de 22, os
cem anos do fim da guerra de Canudos.
Trata-se de um mecanismo, empregado por grande parte dos cadernos culturais,
baseado no caráter “comemorativo” (conforme definição de Süssekind 65); algo que se pode
chamar de uma “cultura da memória”, cujo objetivo é repor em circulação objetos culturais
que acabam assumindo a condição de “passados presentes”.
A crença por trás desse fenômeno baseia-se na convicção de que determinadas
produções, por sua qualidade, ultrapassam os limites da época em que foram geradas,
atingindo uma perenidade que as torna universais e, conseqüentemente, sempre atuais. Para
citar um exemplo desse caráter atemporal explorado e/ou consagrado pela revista, vale
destacar a matéria “Breve Encontro” do jornalista Robert H. Sherard (uma entrevista com
Jules Verne), originalmente veiculada no periódico norte-americano T.P.’s Weekly em 9 de
outubro de 1903 e republicado mais de cem anos depois no dossiê de Cult (março de 2005).
Seja como for, se por um lado o esforço da revista de priorizar a qualidade da
informação veiculada sem se prender a questões factuais pode ser visto de maneira positiva,
por outro ela corre o risco de ser entendida como uma publicação “alienada de sua época”,
isto é, voltada apenas para temas passados e produções culturais já consagradas pelo seu
tempo de permanência. Não foi isso, entretanto, o que ocorreu no caso de Cult.
A análise do conteúdo do periódico permitiu encontrar textos que também trataram de
eventos recentes, fornecendo um panorama das preocupações de seu próprio momento
histórico. Neste rol de temas atuais, podemos citar: “Caminhos do Islã” (CULT 53), dossiê
sobre a cultura islâmica que coincidiu com os atentados de 11 de setembro ao World Trade
Center e ao Pentágono; “Aonde vai a língua portuguesa?” (CULT 58), reportagem que discutiu
a situação e o futuro do nosso idioma; “Telejornalismo: a informação em pedaços” (CULT 62),
reportagem sobre a segmentação e o tratamento da notícia nos telejornais; “Cristianismo e
modernidade” (CULT 64), edição especial que abordou os paradigmas do cristianismo, o
65
SÜSSEKIND, Flora. “Escalas e ventríloquos” Folha de S. Paulo, 23 jul. 2000. Mais!, p. 6.
116
indiferentismo e a irreligiosidade das novas gerações; “Teoria da independência” (CULT 80),
entrevista na qual o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso avaliou o papel do intelectual na
sociedade; “O que pensam os Estados Unidos” (CULT 83), série de artigos sobre a filosofia
política norte-americana, publicado num período de intensa mobilização bélica e sucessivas
crises políticas; “Marilena Chauí e os segredos de Estado” (CULT 85), entrevista na qual a
filósofa analisou a situação e os conflitos nacionais durante o governo Lula.
Como se pode ver, os debates contemporâneos não escaparam às páginas da revista, o
que a legitima ainda mais como um produto jornalístico, característico de seu tempo. Produto
este que não se limitou à mera descrição dos fatos, mas que, antes, vasculhou a “razão de ser”,
as idéias que estavam escondidas por trás desses acontecimentos.
1.4. Erudição, didatismo e informação
Uma crítica freqüente imposta à cobertura cultural é a falta de qualidade de seus
textos. Piza (2003, p.56), por exemplo, distingue-os em dois grupos: de um lado, as matérias
dos cadernos diários, cada vez mais superficiais; de outro, os veículos “presos ao esquema
de resenhas encomendadas a professores universitários, que não raro pecam pela escrita
burocrática e lenta, com excesso de jargões e falta de clareza”. Este, no entanto, não foi o
caso de Cult.
A afirmação de Piza merece uma atenção especial. Afinal, a dicotomia que ele
identifica não é recente, mas levanta uma questão maior, que vem sendo discutida há pelo
menos algumas décadas: a antiga disputa entre acadêmicos e jornalistas pelo tradicional
espaço crítico-cultural da imprensa 66.
Simplificadamente, neste embate, iniciado nas décadas de 40 e 50, confrontam-se
aqueles que sustentam a tese de que a crítica deve ser exercida por pessoas com formação
universitária, especialistas no assunto, e aqueles que defendem o autodidatismo, apostando
na prática diária da profissão como a melhor forma de aprendizado e tecendo críticas à
linguagem e à lógica do texto acadêmico.
Sobre este debate, é interessante registrar um dos editoriais de Cult, onde Manuel da
Costa Pinto, antigo editor da revista, expõe sua opinião sobre o assunto:
66
Sobre a questão, ver Süssekind (1993).
117
No final do ano passado, participei de um debate sobre jornalismo cultural
na PUC de São Paulo. [...] Lá pelas tantas, a discussão se acirrou em torno
de uma velha obsessão das redações: a oposição entre acadêmicos e
jornalistas, entre o hermetismo da reflexão universitária e a clareza da
linguagem jornalística (um ponto de vista dos jornalistas, obviamente), ou
entre a profundidade do scholar e a superficialidade de redatores e repórteres
obrigados a produzir vários artigos semanais (um ponto de vista acadêmico).
[...] Pois bem, acho que essa dicotomia acadêmicos x jornalistas é obsoleta e
repousa basicamente sobre uma espécie de nostalgia do intelectual humanista,
de saber enciclopédico, do erudito independente de instituições ou empresas.
[...] Não se trata de cair no erro simétrico, de ignorar algumas vacuidades
produzidas pela linha de montagem de teses em que se transformou a
universidade. Entretanto, há algo de significativo no fato de que hoje o
pensamento acadêmico seja predominante na mídia cultural, de que os
editores tenham que recorrer a professores e pós-graduandos para resenhar
livros e escrever ensaios. Isso não significa uma ‘superioridade’ dos rigores
da academia sobre o livre pensar. A complexidade da produção acadêmica é
uma conseqüência da própria produção artística e do cenário cultural pósmodernos. Basta observar movimentos das últimas décadas como o nouveau
roman ou a arte conceitual para entender que sua exegese por críticos como
Roland Barthes ou Germano Celant (respectivamente) deverá acompanhar
em complexidade do objeto sobre o qual meditam. A fragmentação dos
discursos e as múltiplas referências cifradas de cada artista contemporâneo
‘pedem’ uma leitura crítica que explore essa complexidade, essa
profundidade muitas vezes hermética.
[...] É claro que, quando conseguimos unir a erudição (imprescindível na
crítica) a uma escrita envolvente, ao mesmo tempo elegante, irônica e
profunda, estamos diante de um ideal de ensaísmo que raros autores – sejam
jornalistas, sejam acadêmicos – conseguem atingir.
[...] Levanto essas questões em parte porque, sendo ao mesmo tempo jornalista
e pós-graduando na USP, sempre me incomodou essa tola dicotomia [...]
(PINTO, Manuel da Costa. “Ao leitor”. In: CULT. São Paulo: n.9, p.2, abr.1998).
A partir desta declaração, é possível entender a proposta editorial que estava por trás
da revista. O segredo da fórmula seria, portanto, atingir um padrão de equilíbrio entre
erudição e tom jornalístico, receita que pareceu ser perseguida pelos editores, colunistas e
colaboradores da publicação.
Para tentar solucionar este problema, na busca de uma produção distante tanto da
aridez acadêmica quanto da frivolidade jornalística, algumas estratégias foram adotadas. Na
estrutura geral da revista, detectou-se uma gradação entre seções de caráter informativo,
didático e seções de perfil mais reflexivo e crítico.
Das seções que estiveram mais ligadas a uma tendência jornalística, todas com a idéia
de “prestação de serviço ao leitor”, destacaram-se: “Notas” ou “Agenda”, “Evento”,
“Instantâneos”, “Estante Cult” e “Fonotipia” (mais tarde “Seleção Cult/Livros” e “Seleção
Cult/CDs”), sem falar das matérias especiais sobre bienais de livros ou exposições de arte.
118
Daquelas que apresentaram uma vocação mais didática, encontraram-se: “Biografia”,
“Na ponta da língua” 67 (de Pasquale Cipro Neto) e “Memória em revista” 68 (de Cláudio
Giordano). Essas seções formaram um tipo de guia ou roteiro para aqueles que pretendiam
mergulhar no mundo da literatura e da cultura.
Nesta mesma linha, identificou-se a série “Fortuna Crítica”, assinada por Ivan Teixeira,
um conjunto de artigos que traçou ao longo de seis edições (CULT 12 a 17) um histórico das
principais correntes da crítica literária: a retórica de Aristóteles e Quintiliano, o formalismo
russo, o new criticism, o estruturalismo, o desconstrucionismo e o new historicism.
Já o lado mais voltado para as reflexões críticas e analíticas contou com seções como:
“Turismo Literário” 69, “Biblioteca Imaginária” (de João Alexandre Barbosa), “Filosofia” (de
Luís César Oliva), “Ética e Política” (de Renato Janine Ribeiro e Roberto Romano),
“Cinema” (de Alexandre Agabiti Fernandez) e “Dossiê”; além dessas, a série de textos
denominada “Joyceanas”, escrita por Renato Pompeu do número 5 ao 10, que discorreu sobre
a tradução da obra Finnegans wake, de James Joyce.
Nestes espaços, onde foram encontrados ensaios com propriedade teórica que
abordavam temas culturais, sociais, políticos, filosóficos e éticos, caracterizados pela aridez
de seu conteúdo, a solução encontrada para facilitar o acompanhamento dos textos foram as
notas paratextuais, que apareceram complementando algumas matérias. Tais notas geralmente
surgiram sob a forma de explicações sobre um livro resenhado, uma cronologia sobre a vida
de um escritor, uma listagem de obras sobre algum tema ou determinado autor. Esses dados
anexados em alguns momentos serviram de apoio para a leitura de um leitor mais desavisado
sobre os assuntos culturais e outras vezes funcionaram como índices para futuras pesquisas.
A análise dos colaboradores de Cult (ver anexo 4) também confirmou essa tendência
dualista da revista. Na lista dos dez autores mais freqüentes – a saber: Heitor Ferraz
(colaborou em 21 edições), Reynaldo Damazio (17), Cláudia Cavalcanti (17), Fabio
67
Uma das características da seção era exemplificar regras gramaticais e sintáticas a partir da música popular
brasileira e de obras literárias clássicas.
68
Nesta seção, encontravam-se reproduzidos os fac-símiles de capas, crônicas, poesias, correspondências
trocadas entre escritores e anúncios publicados em periódicos brasileiros antigos como Ilustração Brasileira,
Fon-Fon, Frou-Frou, Atlântico, Vamos Ler, Sombra, Panorama, A Luva, O Malho, Phoenix, Esfera, Revista da
Semana, Automóvel Club, Bric à Brac, e outras.
69
“Turismo Literário” consistia num ensaio sobre uma cidade ou lugar vinculado à vida e obra de algum escritor
consagrado ou a determinado movimento cultural. Alguns de seus temas foram: o cenário kafkiano de Praga; a
Lisboa de Fernando Pessoa e José Saramago; a Paris da geração beat; a Londres de Dickens; a Amsterdã que
inspirou Albert Camus; as tavernas e moinhos da terra de Dom Quixote; o hotel Algoquin, reduto de intelectuais
americanos nos anos 20; Shandy Hall, a casa medieval do irlandês Laurence Sterne; a Brasília utópica de Clarice
Lispector e Mário Pedrosa; Isla Negra, refúgio do poeta chileno Pablo Neruda; a Buenos Aires de Piglia, Borges,
Cortázar, Sábato e Arlt; a região da Provença, berço do trovadorismo francês; os cafés de Viena de Freud, Stefan
Zweig e Wittgenstein; a Moscou de Walter Benjamin; a Florença de Leonardo Da Vinci e Maquiavel; a Turim
de Ítalo Calvino; a paisagem cabralina de Pernambuco e Recife; um itinerário poético da Paulicéia.
119
Weintraub (15), Marcelo Rollemberg (14), Carlos Adriano (12), José Guilherme R. Ferreira
(11), Aurora F. Bernardini (11), Carlos Eduardo Ortolan Miranda (10) e Cristóvão Tezza (10)
–, apareceram tanto jornalistas quanto acadêmicos. Num universo de 428 colaboradores,
figuraram profissionais associados ao jornalismo e à editoração, e também professores, pósgraduandos, pesquisadores, escritores, tradutores e críticos ligados à academia.
1.5. Criatividade das pautas
Além da qualidade dos textos, uma outra crítica atribuída à prática do jornalismo
cultural é a homogeneidade de suas pautas. Com o reaproveitamento cada vez mais freqüente
de materiais produzidos pelas assessorias de imprensa, principalmente no caso dos jornais
diários, tornou-se muito comum encontrar matérias semelhantes em veículos diferentes.
Na revista Cult, entretanto, vários exemplos de matérias interessantes e inusitadas,
fruto de pautas criativas e bem-apuradas, foram encontrados.
Foi o caso do ensaio produzido pelo crítico J. Guinsburg (CULT 5), que refez o
percurso da língua ídiche no Brasil. Ou ainda do dossiê sobre o Oulipo 70 (CULT 52), grupo
francês criado por Raymond Queneau nos anos 60, com a proposta radical de promover um
cruzamento entre a invenção literária e a linguagem matemática por meio da elaboração de
complexas normas, que foram categoricamente apresentadas e discutidas por diferentes
colaboradores de Cult.
Sem falar nos inúmeros ensaios publicados pela seção “Turismo Literário” que,
cruzando temas aparentemente distintos como Turismo e Literatura, apresentaram de maneira
original uma série de cenários que inspiraram escritores, intelectuais e revolucionários.
Outro exemplo de abordagem inteligente foi a matéria “Alexandria digital” (CULT
93), que traçou uma metáfora a partir da divulgação de um projeto da empresa norteamericana Google Inc. de digitalizar o conteúdo de 15 milhões de livros pertencentes a cinco
grandes bibliotecas dos Estados Unidos e da Inglaterra (Stanford, Michigan, Harvard, New
York Public Library e Oxford’s Bodleian Library) com o intuito de dispor esse material para
consultas pela Internet. Uma reportagem que poderia ter se limitado à apresentação superficial
da notícia, mas que optou por um tratamento crítico e provocativo: “Imagine combinar o
poder dessa ferramenta de busca com todo o conhecimento que repousa inerte, dentro dos
70
O nome “Oulipo” é uma abreviação em francês da expressão “Ateliê de Literatura Potencial”.
120
livros? Seria algo como a Biblioteca de Babel, imaginada por Borges, em versão digital” 71.
Trata-se de uma frase que aparenta certa euforia com a idéia, mas que apenas serve de
pretexto para a discussão de uma série de questões como, por exemplo, as leis de direitos
autorais e o imperialismo cultural.
1.6. O lugar da crítica
Um terceiro argumento utilizado pelos autores que defendem que o jornalismo cultural
passa por um período de crise é o de que as atuais publicações não podem mais ser
consideradas o cenário da crítica, um local de discussão e polêmica.
No caso da literatura, pesquisadores como Travancas (2001, p.129) defendem que,
com o desenvolvimento e profissionalização do mercado editorial, o número de títulos
lançados em cada país passou a ser infinitamente superior à possibilidade dos cadernos de
divulgá-los, seja em notas, entrevistas ou resenhas. O fato de não haver possibilidade de
comentar tudo o que é publicado faz com que cada vez mais esses veículos se tornem um
espaço apenas para a crítica positiva.
Fábio Lucas concorda com esta tendência, mas enxerga razões distintas para o problema:
A crítica universitária cinge-se de preferência às obras já consagradas,
pertencentes ao corpus mais ou menos oficializado. Manifesta-se nas teses e
revistas especializadas. Guarda mais o aspecto de ensaio do que de crítica,
pois, ante as exigências do cânone acadêmico, incide mais sobre obras
reverenciadas pela tradição e, em vista disso, observa antes um teor
apologético do que avaliação de cunho negativo (LUCAS, 2001, p.84-85).
A justificativa, portanto, estaria associada mais à lógica do universo no qual essa
prática está inserida do que à quantidade de produtos postos em cena. Lucas (2001, p.79)
aponta dois motivos para este predomínio da crítica positiva. Primeiro: o intérprete não irá
empreender esforços analíticos para uma obra que julgue sem validade. Segundo, a
interpretação requer um grau de empatia com o texto, de tal modo que já o introduz na esfera
do aplauso.
Realmente, pela análise dos textos de Cult, a conclusão a que se chegou é a de que o
tom apreciativo na avaliação de obras é predominante. Mesmo assim, houve situações em que
isso não ocorreu. Em alguns desses casos a revista, inclusive, abriu espaço para os autores
71
CESANA, Natalia. “Alexandria digital” In: Cult, n. 93, jul. 2005. Tecnologia/cultura, p.17-19.
121
criticados se defenderem. Um bom exemplo é o debate que envolveu o jornalista Luís
Antônio Giron e o escritor Rodrigo Lacerda, e que perdurou por três edições.
Giron teve seu livro “Ensaio de ponto” resenhado por Lacerda na edição 21. Abaixo,
uma amostra do teor da matéria:
[...] Não é, portanto, uma linguagem pessoal, individual, elaborada no
convívio diário com o ofício. É um modelo que existe, que já está à
disposição para os eventuais interessados. Talvez não seja um acaso o fato
de a já citada aliança – história, ficção e humor – ser tão usada por escritores
estreantes, como é o caso de Giron, e como foi o meu. Ela funciona como
substituto prêt-à-porter para um estilo próprio que ainda não existe [...]
(LACERDA, Rodrigo. “Romance”. In: CULT. São Paulo: n.21, p.18-20,
abr.1999).
No número seguinte, foi publicada a réplica do jornalista:
A resenha “Ascenção (sic) e queda do teatro rebolado”, publicada na CULT
de abril, em torno de meu romance Ensaio de ponto (Editora 34), obriga-me
a fazer alguns esclarecimentos sobre como a obra foi mal interpretada pelo
resenhista em comparação à maneira pela qual ela foi escrita. [...] O
resenhista, sabe-se lá por que impulso inconsciente, resolveu enxovalhar
Ensaio de Ponto, enxovalhando-se a si próprio. [...] Ao tentar dar conselhos
de escritor experiente, incorre em erros reles, como grafar “ascensão” com
cedilha. Isso invalidaria qualquer afirmação do suposto Conselheiro Acácio
das Belas Letras [...] (GIRON, Luís Antônio. “Réplica”. In: CULT. São Paulo:
n.22, p.26-28, mai.1999).
E, na edição 23, foi encerrada a polêmica, sendo anunciadas, ao mesmo tempo, a
tréplica de Rodrigo Lacerda e a resposta de Luís Antônio Giron.
Na resenha sobre o livro Ensaio de Ponto, de Luís Antônio Giron, fui duro
nas críticas, mas não fiz ataques gratuitos. Além de apontar defeitos,
descrevi imparcialmente a estrutura da obra [...] e sugeri que o importante
não é ter o primeiro livro bom, mas caprichar no segundo, ou craniar o
terceiro, arriscar no quarto etc., infinitamente, se a natureza permitisse. [...]
Ao contrário do que diz Giron, não sou um ressentido pela falta de
reconhecimento. Recuso-me, porém, a dizer que prêmios ganhei ou os
elogios VIPs que recebi. Autoridade alheia agora? (LACERDA, Rodrigo.
“Polêmica”. In: CULT. São Paulo: n.23, p.26, jun.1999).
Esta polêmica ficou mais longa e sobretudo mais chata que os romances que
Rodrigo Lacerda legou até agora ao mundo. Sou obrigado a responder à tréplica
de Lacerda, que se vale do gênero para se auto-exaltar – caso clássico do autor
second rate que necessita de polêmica para se manter publicado, sobretudo no
instante em que lança seu terceiro pecadilho literário. Sabedor do fato, porém,
mordo mais uma vez a isca porque sigo aquele ditado do interior: dou um boi
para não entrar numa briga, mas, quando estou nela, dou uma boiada para não
122
sair... para desespero dos leitores da CULT [...] (GIRON, Luís Antônio.
“Polêmica”. In: CULT. São Paulo: n.23, p.27, jun.1999).
Este e outros exemplos de polêmicas que ganharam vida nas páginas de Cult poderiam
ser citados para questionar a afirmação inicial de que os veículos culturais já não são mais um
espaço crítico dentro do jornalismo.
Inúmeras discussões também foram travadas na seção “Do Leitor” como reação a
eventuais matérias publicadas. Uma das principais polêmicas surgiu em torno da novela
Acaju, de Marcelo Mirisola, repercutindo em diversos números da revista, motivando,
inclusive, editoriais. Logo abaixo, alguns momentos do debate:
Escrevo para parabenizar a CULT, não apenas pelo excelente nível dos
textos críticos que publica, mas também e principalmente pela seção “Radar
CULT”. [...] Por fim, é impossível de deixar de destacar a novela Acaju (A
gênese do ferro quente), de Marcelo Mirisola. O autor, como já tinha feito
nos seus dois livros, mostra como a classe média, com seus vidrinhos de bala
na mesa da sala, viagens à praia e meu benzinho, é detestável.
Ricardo Lísias, por e-mail (CULT 43)
Sou leitora assídua de CULT. Tenho desde a segunda edição. Elogios mil.
Mas, infelizmente, de vez em quando os senhores publicam “coisas” que,
sinceramente, não são fáceis de entender! Estou impressionada com o amplo
espaço dado pelo encarte “Radar CULT” a essa “novela” Acaju, do pseudoescritor Marcelo Mirisola. Gente! O que é isso? [...] A idéia de folhetim é
muito bem-vinda, mas sejamos sensatos amigos... Com “isso”? Onde foi
parar o gosto literário dos senhores? Na lata de lixo, de onde resgataram esse
“traste escatológico”?! [...] “Isso”, amigos, é a pornografia mais banal e sem
originalidade de que já se ouviu falar. [...] Sejamos mais criteriosos,
senhores! Em nome da verdadeira arte erótico-pornográfica!
Maria Augusta Reis, por e-mail (CULT 43)
Sou plenamente a favor de inovações estético-literárias, mas isso não quer
dizer que tudo o que seja novo e que fuja a padrões estéticos
preestabelecidos tenha “valor” literário. Aqui abrimos uma discussão: o que
é “valor literário”? Eu “particularmente” não gostei do que li até agora da
novela de Mirisola, mas em um momento literário pós-moderno é
extremamente difícil para o leitor mensurar a qualidade artística de uma obra
contemporânea. [...] Por tudo isso parabenizo a CULT pela coragem e
iniciativa, e o tempo dirá se vocês acertaram ou não. E se erraram, pelo
menos tiveram a audácia de tentar [...].
Nelson Ricardo, por e-mail (CULT 45)
[...] Se o leitor prestar atenção, o texto de Acaju é, justamente, o típico
“beletrismo de vanguarda” que “reduz a literatura a um diálogo entre autores
(correspondências, citações etc.)”. Há uma agravante, porém: o autor esbarra
em sua própria indigência criativa que pode ser resumida na frase de sua
lavra novelesca: “Tô comendo bosta e lambendo os beiços”.
Roberto Numeriano, Recife –PE (CULT 47)
123
Nos últimos meses, recebemos várias cartas comentando a publicação, na
forma de folhetim, da novela Acaju [...]. A polêmica (que pode ser
acompanhada na seção “Do Leitor” desde a CULT 43 até a presente
edição) basicamente diz respeito à legitimidade da escrita de Mirisola para
representar nossa degradada realidade urbana e o universo simbólico de
uma sociedade imbecilizante. Para alguns leitores (entre os quais me
incluo), Mirisola consegue mimetizar essa miséria simbólica sem perder as
ironias do humor; para outros, essa linguagem é demasiado aderente à
realidade, não possuindo as mediações que fazem a verdadeira literatura e
redundando em pornografia e desejo de épater le bourgeois. [...] O que
interessa aqui é dizer que, embora a transgressão não seja um valor em si
mesmo, estamos carentes de uma literatura que nos ofereça instrumentos
de perfuração [...] (PINTO, Manuel da Costa. “Ao leitor”. In: CULT. São
Paulo: n.48, p.2, jul.2001).
O teor crítico esteve igualmente presente em matérias-denúncia, que freqüentemente
debateram questões relativas ao meio editorial e cultural – como as reportagens
“Resultados do prêmio Nestlé revelam caráter comercial do concurso” (CULT 1) e “Feira
das vaidades” (CULT 83) sobre a Festa Literária Internacional de Parati (Flip) – e em
diversos editoriais de Cult como no exemplo a seguir.
A CULT participa neste mês de um evento que revela alguns dos impasses
atuais do mercado editorial brasileiro e, de forma mais geral, de instituições
e empresas que procuram conciliar o trabalho cultural com sobrevivência
econômica: a Primavera dos Livros, uma feira que reunirá mais de 50
editoras. [...] Algumas editoras pequenas que apostam convictamente num
tipo de literatura que não é um “produto”, que não atende aos protótipos do
objeto feito apenas para vender, acabaram naturalmente se reunindo para
criar o seu próprio modelo de “feira do livro”. [...] Nesse sentido,
gostaríamos de deixar claro aqui que reiteramos integralmente a idéia de
fundo da Primavera dos Livros de que é possível ter uma atuação cultural
que seja orientada ao mesmo tempo por convicções intelectuais e por
necessidades econômicas – sem que isso desemboque necessariamente no
irrealismo comercial (caminho seguro para o fracasso objetivo) ou na
aceitação de um mecanicismo que naturaliza as “leis” do mercado (caminho
certo para inverter a ordem das determinações da realidade e nos destituir
como sujeitos de nossas próprias ações). Nesse sentido, a Primavera dos
Livros é uma forma de resistência à ditadura de um realismo econômico que
de forma alguma deve ser visto como fatalidade – e, não por acaso, o nome
do evento evoca de modo simpático uma outra primavera e uma outra
resistência (PINTO, Manuel da Costa. “Ao leitor”. In: CULT. São Paulo:
n.51, p.2, out.2001).
124
2. Cult: jornalismo de referência
Vimos que, historicamente, a formação de uma classe intelectual sempre esteve
associada à sistematização do saber e, por este motivo, o sistema educacional desempenhou
um papel determinante neste processo, funcionando muitas vezes como instrumento de
distinção sócio-cultural e de elaboração dos intelectuais de diversos graus.
Da mesma forma, observamos que foi apenas com o desenvolvimento dos meios de
comunicação de massa que se deram as condições estruturais necessárias para a
profissionalização do trabalho intelectual. A imprensa se constituiu como portadora
legítima de uma intelectualidade que vislumbrou no jornalismo a conquista de um espaço
que teria a competência de ampliar seu público e o reconhecimento coletivo de sua
atividade.
Partindo destes dois pontos, a intenção é verificar se a revista Cult pode ser
caracterizada como um desses ambientes de amparo e divulgação da produção intelectual. Ao
mesmo tempo, descobrir se seu conteúdo reflete os valores defendidos por algum grupo
específico, isto é, se é possível detectar na publicação algum tipo de influência ideológica
predominante.
2.1. Jornalismo autoral
Uma avaliação das categorias jornalísticas utilizadas leva à constatação de que os
gêneros opinativos 72 (editoriais, ensaios, resenhas, colunas, cartas) prevaleceram na
composição geral da revista.
Ao mesmo tempo, a leitura e a análise desse conjunto mais denso de matérias revelou
alguns indícios que merecem destaque: frases repletas de interpretações e metáforas, uso
abundante de adjetivos e expressões opinativas, linguagem especializada, utilização de
expressões acadêmicas, referência a cânones, citação de autores (característica do trabalho
acadêmico), menção a correntes artísticas e culturais etc.
De maneira geral, os textos abordaram temáticas profundas que discutiram valores e
extravasaram a simples descrição dos assuntos, incluindo elementos que transpareceram as
opiniões do próprio autor, revelando também aspectos provenientes de sua bagagem
intelectual.
72
A classificação de gêneros tomou como base a proposta de José Marques de Melo (1992).
125
A somatória desses aspectos, aliada ao fato de que as matérias foram sempre
assinadas, permite-nos afirmar que Cult trabalha a partir da idéia de um jornalismo autoral,
isto é, os textos analisados configuram-se como criações de um determinado autor que, por
sua vez, possui uma estrutura e estilo próprios. Em poucas palavras, diríamos que o estilo do
autor é inerente ao texto.
Em grande parte do material analisado, o detalhamento e a quantidade de informações
oferecidas atestaram o profundo conhecimento dos assuntos tratados pelos autores das
matérias. Desta forma, as opiniões encontradas ao longo do texto assumiram, na maioria das
vezes, um “argumento de autoridade”. Isto é, a pessoa que as lê sabe que são julgamentos
feitos por alguém apto a fazê-los.
2.2. Perfil acadêmico da revista
Como já explicitado, dentre as funções de Cult não se encontrou a de divulgar
propostas homogêneas de determinado grupo estético. Não houve intenção em divulgar
apenas uma única corrente crítica ou teórica. Entretanto, os textos publicados estiveram
relacionados a linhas teóricas hegemônicas 73 na intelectualidade ocidental, difundidas por
pesquisadores vinculados a universidades.
A partir da análise dos autores explorados pela revista, deparamo-nos com referências
constantes a Dostoiévski, Walter Benjamin, Marx, Paul Valéry, Borges, James Joyce, Adorno,
Heidegger, Foucault, Camus, Maquiavel, Baudelaire, Kafka, Nietzsche, Wittgenstein, Proust,
Kant, Sartre, Derrida etc. Neste panthéon, encontramos intelectuais que questionaram a
história, a verdade, o romance, a língua, o ser, o tempo, o poder, como sistemas totalizantes.
Seus escritos proporcionaram a emergência de uma nova ordem (ou da própria desordem) do
discurso e seus questionamentos foram emblemáticos em algum momento da história para
ilustrar a derrubada de fronteiras.
Outro dado que chamou atenção foi a freqüente circulação de textos baseados em
idéias marxistas e em publicações com espírito contestatório, identificadas com a produção
73
Para Raymond Williams (apud RIBEIRO, 2004, p.26), em toda sociedade, em qualquer tempo histórico
particular, há um “sistema central de práticas, significados e valores” que é efetivo, dominante, organizado e
vivido. Trata-se, portanto, de uma formulação mais flexível, algo que não exclui e não se reduz à noção de classe
dominante. Ao descrever a dinâmica de uma hegemonia cultural, Raymond Williams afirma que é preciso
entendê-la fundamentalmente como um processo, e não como um sistema ou estrutura estáticos; como algo
processual e intencional, que exerce pressões e estabelece limites. O conceito de hegemonia não pode ser
confundido com a idéia de totalidade; por mais que seja dominante, “jamais o é de um modo total ou exclusivo”.
126
underground e a literatura de vanguarda. Posturas relacionadas com a contracultura, que
visavam a inadequação e/ou crítica perante visões estáticas de mundo.
Neste sentido, vale ainda lembrar que, apesar de ser criada como uma revista de cunho
literário, a primeira capa de Cult não apresentou um ícone da literatura, mas sim um líder
revolucionário: Che Guevara.
Desta forma, pode-se dizer que a publicação se constituiu a partir de uma produção
cultural militante, de esquerda, relacionada a movimentos que se utilizaram da arte e da crítica
como instrumentos de manifesto.
Para compreensão desse fato, algumas observações precisam ser feitas: primeiro, há
uma tradição por parte dos intelectuais em serem atraídos pela ideologia dos sistemas
políticos revolucionários; segundo, atualmente a maior parcela da intelectualidade está
concentrada na universidade.
Assim, é compreensível que uma publicação cultural – feita com a colaboração de
intelectuais ligados à academia – tenha traduzido o universo de preocupações, propostas e
concepções daqueles que dela participaram, transformando-se num lugar de referencialidade
simbólica.
Grande parte dos dossiês foi resultado de pesquisas que professores e alunos
desenvolveram em suas respectivas áreas de atuação. Sobretudo neste espaço, encontraram-se
contribuições de nomes expressivos da intelectualidade brasileira.
O corpo de colaboradores (ver anexo 4) constituiu-se a partir de áreas de atuação, de
influências e de legitimação bastante definidos, com predominância de grupos ideológica e
institucionalmente nítidos, em grande parte representados, profissionalmente, por professores,
escritores e jornalistas; e, na esfera acadêmica, por instituições públicas, com avassaladora
presença de nomes ligados à Universidade de São Paulo (ver anexo 5).
A revista contou com a colaboração de profissionais concentrados na área de
humanidades (Letras, Jornalismo, Filosofia, Artes, Sociologia, Antropologia, Psicologia,
História, Teologia, Educação etc.), geralmente pós-graduados ou, no mínimo, graduados
especializados. Dos 428 autores identificados (no período de oito anos), 52% possuíam
alguma titulação (mestrado, doutorado, pós-doutorado) e 53 % tiveram ao menos um livro
publicado pelas mais diversas editoras do país e do exterior.
O que se percebeu, portanto, não só nos tipos de textos que prevaleceram (ensaios e
resenhas), mas também na escolha dos assuntos e autores do periódico, foi o tom
predominantemente acadêmico de Cult, que pode ser confirmado pelo próprio perfil de seus
colunistas (ver anexo 6).
127
Essa constatação, aliada ao fato da revista privilegiar produções mais elaboradas e
autores reconhecidos, a direciona, enquanto objeto cultural, ao consumo de um público
específico, permitindo sua classificação no que Bourdieu considera “campo cultural
erudito”.
Aqui, vale a pena retomar alguns aspectos apresentados pelo sociólogo na definição
desse campo específico e que se enquadram perfeitamente no perfil de Cult: público restrito
próprio; agentes especializados; instâncias de consagração particulares; criação de uma
tradição de conhecimento própria; delimitação de uma área de jurisdição formal e estética
exclusiva; afirmação, por oposição ao crescimento de um mercado de bens culturais
industrializados, de uma irredutibilidade de suas práticas e obras à condição de mera
mercadoria; singularização da condição de intelectual e artista na sociedade, baseada na
“ideologia” da “arte pela arte” ou da criação desinteressada e “inata”.
128
CONCLUSÕES
Poucos duvidam de que os vários meios de comunicação tenham desempenhado e
continuarão desempenhando um papel crucial na formação de um sentido de responsabilidade
pelo nosso destino coletivo.
Há, no entanto, neste início de século, uma perspectiva negativa em relação a esse
panorama. Muitos teóricos já apontaram que em nossa época o central parece ser o fluxo, o
movimento – seja de capitais, produtos, pessoas e imagens. Privilegia-se a circulação ao
conteúdo. Uma visão apocalíptica da cultura e da comunicação acompanha tais críticas.
Marcondes Filho (1993, p.110), por exemplo, acredita que “a vida das sociedades
[...] na entrada do século XXI é marcada por um ritmo cada vez mais veloz nas relações
sociais”.
Como conseqüência surge a precedência do volátil, do descartável, da troca
rápida de várias coisas, desde objetos até relacionamentos sociais, passando
por empregos, atividades das mais diversas, viagens, posse de bens móveis
ou imóveis, tudo se torna mais rapidamente cambiável (MARCONDES
FILHO, 1993, p.110).
De acordo com o autor, o jornalismo sofre influência dessa realidade. Num ambiente
cada vez mais “fragmentado, difuso e indeterminado”, a mídia “restringe-se a poucas palavras
que passam a ser trabalhadas amplamente em todas as editorias e em todos os cadernos”. As
notícias longas devem ser suprimidas e as matérias não devem ter mais do que três parágrafos
(MARCONDES FILHO, 1993, p.112).
Como justificar, então, a existência de Cult nesse universo?
Como vimos, a revista dedica-se à análise de uma ampla diversidade de temas, dando
lugar à multiplicidade interpretativa de assuntos. Suas matérias caracterizam-se pela extensão
e profundidade do tratamento. Por ser uma publicação mensal, livre das imposições que o
ritmo acelerado impõe a um jornal diário, seus textos não se prendem à factualidade da
notícia, são menos efêmeros e servem de fonte de pesquisa e referência.
Assim, Cult não se enquadra nesse conceito de “jornalismo fin-de-siècle”,
comprovando que, mesmo em meio a uma cobertura cultural cada dia mais padronizada,
uma única definição não basta para traduzir o rico universo das instituições de
comunicação.
129
O tempo de permanência do periódico no mercado editorial, por si só, já seria uma
vitória e uma prova de que publicações culturais podem manter a qualidade de seu trabalho
sem sucumbir às exigências dos processos de industrialização.
Por outro lado, um argumento que poderia contestar o êxito de Cult é o de que a
revista é dirigida aos pares, a um público restrito, o que limitaria sensivelmente o alcance de
sua produção.
Não há dúvida de que se trata de uma publicação acadêmica, isto é, seus organizadores
e colaboradores são, em sua maioria, ligados à academia e sua “seleta audiência” também é de
extração nitidamente universitária.
Isso não chega a ser uma novidade. Historicamente, o gênero destinou-se a grupos
específicos. Conforme destaca Sirinelli, as revistas são antes de tudo um lugar de fermentação
de idéias e de relação afetiva de microcosmos intelectuais:
As revistas conferem uma estrutura ao campo intelectual por meio de
forças antagônicas de adesão – pelas amizades que as subtendem, as
fidelidades que arrebanham e influência que exercem – e de exclusão –
pelas posições tomadas, os debates suscitados, e as cisões advindas
(SIRINELLI, 1996, p.249).
Entretanto, a questão do público não está circunscrito às revistas. Trata-se de um
problema maior, nacional, de acesso à cultura.
O INAF (Indicador Nacional de Analfabetismo Funcional) indica que, entre
os brasileiros que têm de quatro a sete anos de estudo, só a metade atinge o
nível básico de domínio da língua necessário para a leitura de um texto de
jornal. Nada menos do que um terço dos que estudaram de um a três anos
continuam analfabetos absolutos. Pela pesquisa, 30% dos alfabetizados lêem
apenas frases soltas, como as dos outdoors. E outros 37% conseguem apenas
ler textos curtos. Só 25% dos alfabetizados no Brasil teriam pleno domínio
da língua. Ou seja, apenas um em cada quatro brasileiros é leitor potencial de
literatura ou jornal. Os outros 75% da população estariam excluídos do
mundo letrado (COSTA, 2005, p.339) 74.
Deste modo, não é apenas o público das revistas culturais (ou o público de Cult) que
é restrito, mas sim o universo de consumidores de cultura no Brasil. Segundo Mandaji
(2003, p.57), este universo representaria aproximadamente 5% da população se contarmos
74
Esses números, publicados pela autora no livro Pena de aluguel, foram extraídos de uma reportagem do Jornal
do Brasil (“Só 25% têm domínio pleno da leitura”, 9/9/2003, p.A7) que se baseou em informações do relatório
(2003) do Instituto Paulo Montenegro. A consulta ao último levantamento do instituto (2005) revela que os
dados se mantiveram. Fonte: www.ipm.org.br. Acesso em: 10 de fevereiro de 2006.
130
os economicamente ativos, e com somente 2% se levarmos em consideração a população
total.
Na opinião da pesquisadora, o consumo da produção cultural no país é estratificado e
segmentado porque passa, em primeiro lugar, por um processo de seleção econômica e
social.
[...] os estratos sociais que possuem maior poder aquisitivo terão um acesso
mais irrestrito a uma quantidade maior de produtos, enquanto os grupos com
menor poder econômico ficarão condicionados a um produto que é muitas
vezes rejeitado por aqueles que possuem mais recursos econômicos
(MANDAJI, 2003, p.63).
Para Cacá Diegues, a questão da cultura no Brasil não é, e provavelmente nunca
será, um problema de produção. É basicamente uma dificuldade de circulação dos produtos
culturais.
O que falta no país em termos de cultura é o que falta de um modo geral no
país: redistribuição da riqueza. É surpreendente que, em todas as regiões, em
cada lugar que se vai, encontra-se produtores de cultura absolutamente
anônimos, conhecidos talvez apenas nas suas ruas, que estão produzindo
cultura de certa qualidade e que não circula (DIEGUES apud MANDAJI,
2003, p.90).
Neste ponto, chegamos ao seguinte: a relação entre o indivíduo e a participação na
cultura de sua sociedade não é feita de forma aleatória, mas principalmente pela sua posição
no quadro social e pela instrução anteriormente recebida para ocupá-la.
Em termos gerais, pode-se dizer que a definição do campo intelectual se traduz no
“fortalecimento de suas próprias instâncias de seleção e consagração”. É no âmbito de
mercados como o sistema de ensino, a indústria cultural, o setor artístico etc., que sucede a
legitimação das diferenças sociais, ou seja, neles se constitui o valor desigual das formas
disponíveis de capital – títulos e diplomas, postos e cargos, padrões de gosto – de que se
apropriam os diversos grupos e classes segundo as posições que lhes cabem na estrutura
social.
Nesse processo, a questão do consumo, enquanto símbolo de status, caminha paralela
à construção de identidades e de diferenças que, paulatinamente, passam também a definir-se
pelo poder de aquisição. Segundo Canclini (2001, p.83), “o consumo é um processo em que
os desejos se transformam em demandas e atos socialmente regulados”.
131
Institui-se, assim, um complexo sistema de trocas simbólicas onde o produto cultural
(neste caso, a revista), ao mesmo tempo em que confere um certo status a seus consumidores,
recebe deles uma legitimação, ou seja, torna-se o resultado de um “ato mágico que nada seria
[...] sem o universo dos celebrantes e crentes que lhe dão sentido e valor por referência a uma
determinada tradição” (BOURDIEU, 2002, p.28).
Retornando à questão da audiência, acredita-se que não seja objetivo da publicação
restringir seu público, pelo contrário, Cult funciona como um canal de expressão de um grupo
de intelectuais que busca um público externo a suas próprias áreas de atuação. De qualquer
forma, é também preocupação do veículo manter a qualidade, e até mesmo a complexidade,
de seu conteúdo, o que acaba inevitavelmente “selecionando” seus leitores.
Em outras palavras, se por um lado não é intenção da revista afugentar o leitor
desprevenido, mas de boa vontade, que consegue preencher as lacunas de sua formação
cultural em seções mais didáticas; por outro, o periódico não apela para o “vale tudo” tendo
em vista sua inserção mercadológica, isto é, não é pretensão da publicação vulgarizar o nível
de sua produção para obter uma maior penetração no mercado. A lógica é simples: não se
deve “baixar” a qualidade, mas “elevar” a condição dos cidadãos para que eles possam
consumir produtos mais sofisticados. Como dito anteriormente, há uma proposta iluminista
por trás da linha editorial de Cult, que se baseia no princípio de que não há vida intelectual
sem um mínimo de esforço e disciplina.
Mais uma vez a noção de cultura é vinculada a estudo, educação, escolaridade. São
esses os elementos que determinam o prestígio, a legitimidade e a posição dos agentes na
estrutura do campo cultural. São estratégias coletivas adotadas (conscientemente ou não)
pelos intelectuais que participam desse universo para fazer valer seus interesses e sua
contribuição enquanto categoria social específica.
Atualmente, vive-se sob o poder dos meios de comunicação de massa e os intelectuais,
assim como outras categorias, têm consciência da importância da divulgação de suas obras
nestes espaços. Na era da sociedade da informação, a influência da mídia passa a ser
determinante na produção, seleção e divulgação de bens simbólicos.
Tratando-se do imbricamento entre a cultura erudita e os meios de comunicação de
massa, Bosi (1992, p.317) relembra que pensadores como Adorno e Umberto Eco
aprofundaram o tema da “institucionalização das vanguardas”. Ou seja, “a crítica que se
transforma em mercadoria, que vira moda, e é diluída pelo abuso verbal, integrando-se afinal
na boa consciência dos bem pensantes, perdendo, enfim, o seu alvo modificador do status
quo”.
132
A cultura de massa, a indústria de objetos simbólicos em série, vale-se da cultura
erudita, lança mão dela, para transformar em moda e consumo não poucas de suas
representações. É o fenômeno do kitsch, estudado por Abraham Moles, que consiste em
divulgar junto aos consumidores das classes alta e média, palavras, gostos, melodias, enfim,
bens culturais produzidos inicialmente pela chamada cultura superior.
Para Bosi, a neutralização de todas as possíveis dissidências em um amplo e flexível
processo modernizante parece ser um recurso quase fisiológico das sociedades neocapitalistas
que às vezes punem, aleatoriamente, algumas expressões ou atitudes mais inconvenientes, isto
é, mais capazes de despertar ou aguçar a consciência das contradições.
Segundo ele, a universidade, por sua vez, é chamada a colaborar para – com as
devidas adaptações ou concessões a um presumível gosto médio – fornecer imagens,
palavras e idéias para fascículos de grande venda ou para jornais e revistas de classe média
ou alta. A indústria cultural, principalmente nas suas faixas de consumo mais exigentes,
virou divulgadora, diluidora ou exploradora do trabalho universitário crítico e criador.
Algumas figuras universitárias, antes circunscritas à vida acadêmica e à produção para
reduzidíssimo público, viraram, em pouco tempo, personagens do consumismo cultural
(BOSI, 1992, p.317).
Não concordamos, entretanto, com esta visão do autor. O fato de os intelectuais
estarem cada vez mais envolvidos com os sistemas midiáticos e institucionais não impede que
suas produções assumam um caráter questionador. Para Nussbaumer (1997, p.78):
As formas de demonstrar que o poder simbólico dos artistas pode resistir às
concessões exigidas pelo mercado podem ser diferentes de acordo com cada
momento ou movimento cultural. Na contemporaneidade, alguns artistas já
consagrados começam a investir de forma mais evidente no marketing, sem
que essa atitude os coloque na posição de ‘integrados’ mas, ao contrário,
permita a produção e divulgação de uma obra que pode ser, inclusive,
ironicamente anti status quo.
Deste modo, já não é mais possível pensar o erudito de maneira isolada, é preciso
enxergá-lo em sua imbricação conflitiva com a indústria cultural, procurando descobrir os
papéis que o massivo assume na produção e reprodução da hegemonia, e no que estes papéis
se diferenciam do que os círculos intelectuais realizam, como ocorre a luta pela hegemonia na
época da cultura de massa e como se pode defender os interesses eruditos não mais contra a
cultura massiva, mas dentro dela.
133
Com base em Habermas (1984), acreditamos que o surgimento de uma imprensa
vinculada aos movimentos artísticos e intelectuais é revelador da supremacia do que
essencialmente caracteriza sua natureza e finalidade, qual seja, ser um lugar de
referencialidade simbólica para os indivíduos e para a sociedade. É bastante significativo o
fato de os movimentos culturais de uma época recorrerem à imprensa como forma apropriada
à sua expressão. O recurso a ela como instrumento concreto destinado à promoção de suas
idéias e criações decorre da compatibilidade de sua estrutura institucional com a natureza e
finalidade desses movimentos.
Do ponto de vista da instituição jornalística, as idéias e práticas criadas por esses
movimentos culturais emergentes também são compatíveis com a especificidade da prática
jornalística. Suas temáticas concernem à construção de um novo conjunto de normas, valores,
comportamentos e regras de sociabilidade, baseado em critérios correlatos aos princípios e
procedimentos próprios das sociedades modernas.
A emergência de uma imprensa de crítica literária e intelectual corresponde à
expansão
do
universo
de
referencialidades
simbólicas
criadas
no
processo
de
desenvolvimento dessas sociedades. É coerente com a natureza institucional da imprensa
expressar a expansão dessa referencialidade cotidianamente atualizada pelo exercício público
da crítica, nos confrontos entre correntes, grupos e indivíduos.
A imprensa não poderia manter-se à margem desse processo dinâmico de autoreflexividade da sociedade e dos indivíduos, sob pena de alienar-se da sua própria condição
institucional socialmente reconhecida, pois “la información es un servicio a la sociedad, un
presupuesto para al democracia y algo perfectamente implicado en el ambiente social
circundante” (BENITO, 1968, p.34).
Com a imprensa de crítica de arte e intelectual criada na esfera desses procedimentos
emancipatórios, o exercício da crítica torna-se um atributo do seu discurso, ou, mais
propriamente dito, a imprensa assimila essa nova forma de tratamento ou expressão dos fatos
da natureza, da sociedade e da condição humana, por um lado, admitindo novos tipos de
escritura (filosófica, científica etc.) e, por outro, desenvolvendo, a partir desses tipos, novos
gêneros informativos próprios (jornalismo opinativo e interpretativo, crônicas etc.).
Com a criação desses novos gêneros, ocorre uma mudança qualitativa, de forma e
conteúdo, no conceito de informação, cuja diversidade explica a origem do deslocamento da
posição central da notícia para a condição de um gênero particular, e não necessariamente o
mais apropriado à construção do discurso jornalístico como um todo.
134
Importa, sobretudo, destacar o fato de que, a partir da convivência com discursos
produzidos pelos movimentos culturais, artísticos e intelectuais, a imprensa vai,
posteriormente, depreender das estruturas discursivas desses diferentes movimentos
elementos que sejam capazes de remeter aos respectivos campos de conhecimento nos quais
eles foram elaborados, sujeitando-os, entretanto, aos princípios e regras discursivas do próprio
campo jornalístico.
O jornalismo cultural não se fundirá com a escritura intelectual e artística, mas irá
compartilhar os tipos de racionalidade respectivos a elas. Paralelo à pluralização dos tipos de
publicação intelectual e artística, com maior e menor grau de sofisticação e de interesse
lucrativo, pluralizam-se também os tipos de imprensa, num diálogo permanente com a
dinâmica e crescente complexidade dessas esferas públicas culturais.
135
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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ABRAMO, Cláudio. A regra do jogo: o jornalismo e a ética do marceneiro. São Paulo:
Companhia das Letras, 1993. 277 p.
ABREU, Alzira Alves de (org.). A imprensa em transição. Rio de Janeiro: Fundação Getúlio
Vargas, 1996.
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143
ANEXOS
144
ANEXO 1
145
146
147
148
149
ANEXO 2
Seção “A Cult mostra quem são os leitores que, como você, debatem e pensam a
cultura”
Sérgio Cardoso – professor de Filosofia Política na FFLCH-USP (CULT 74)
“CULT é uma revista valiosa. Em geral, nossas revistas de cultura procuram apenas ampliar e
sofisticar um pouco o que fazem os “cadernos B” dos grandes jornais, que são pautados pela
indústria cultural (editoras, gravadoras, show bizz etc.). Já CULT toma a cultura no seu
sentido mais legítimo, no seu teor universalista, e mesmo universitário, produzindo
informação qualificada e crítica sem, no entanto, intoxicar-se com os dialetos acadêmicos. A
revista tem feito, aliás, uma boa ponte com a academia – com o que ganham o bom jornalismo
cultural e também a universidade.
Eu gosto muito dos dossiês da revista. Guardo vários. O último número, além do oportuno
dossiê Baudelaire, nos brinda com matérias como a resenha de José Luiz Fiorin e a entrevista
de José Miguel Wisnik. Acho tudo isso muito interessante! Esta revista ainda vai acabar se
chamando Coolt.”
Jair Oliveira – músico e compositor (CULT 75)
“Eu leio a CULT porque é uma revista acessível para todos. Os temas abordados interessam
aos mais variados tipos de pessoas e são fáceis de entender. Tem a seção Radar que considero
muito importante, pois, além de dar importância e oportunidade aos novos autores, ela
contribui para a difusão da literatura no Brasil. Sou leitor porque a considero uma importante
publicação multicultural e também fundamental para o indivíduo que quer estar antenado com
o que aconteceu, acontece e acontecerá no mundo cultural.”
Washington Olivetto – publicitário (CULT 76)
“Normalmente eu faço leitura dinâmica, mas a CULT eu leio devagarzinho.”
Chico César – músico (CULT 77)
“A longevidade da CULT tem sido uma prova de que é possível permanecer, num mundo em
que as novidades passam cada vez mais rápido. A CULT, ainda bem, não é mais novidade.
Felizmente, serviu de exemplo para outras publicações do gênero no Brasil. Não está sozinha,
mas foi a pioneira e firmou-se com a proposta de encontrar e apontar o fenômeno artístico,
independentemente da confusão que se criou entre arte e entretenimento. É por isso que,
sempre que posso, leio a CULT.”
Tata Amaral – cineasta (CULT 78)
“A CULT tem muitas matérias legais, os dossiês são bem interessantes. Gosto deles e da idéia
de reunir textos conflitantes ou complementares sobre um mesmo assunto. Além disso, as
pautas são muito bem escolhidas. A revista me acompanhou todos esses dias: ora leio um
artigo, ora outro, e assim vai...”
Graziella Moretto – atriz (CULT 79)
“Ler a CULT, além de desobstruir os encanamentos do cérebro, dá a maior moral. Meus
colegas de Terça Insana vão morrer de inveja ao ver minha cara de inteligente!”
150
Rui Ohtake – arquiteto (CULT 80)
“Leio a revista CULT porque traz uma panorama cultural rico e variado, um gênero de
veículo, infelizmente, raro em nosso país. Seus artigos, sempre assinados por importantes
pensadores, são interessantes para o aprimoramento de pessoas que precisam deste tipo de
alimento para criar e produzir.”
Carlos Nascimento – editor-chefe e âncora do Jornal da Band (CULT 81)
“CULT é um respiro editorial num momento em que só se vêem revistas de fofocas,
frivolidades e sexo de mau gosto. Não deve ser fácil manter uma publicação assim no Brasil e
tudo o que desejo é que prossigam. As pessoas podem não saber, mas precisam de uma leitura
assim.”
Marina Saleme – artista plástica (CULT 82)
“CULT tem a forma, o tom, o tamanho e os autores certos. É séria, densa e pontual, além de
ser uma revista muito gostosa.”
Alice Braga – atriz (CULT 83)
“Leio CULT porque nesse mundo com excesso de informações, de overdose de verdades e
mentiras que circulam pela Internet, a revista filtra para mim o que há de melhor na área de
cultura e me inspira para novas leituras.”
Antonio Carlos Secchin – poeta, ensaísta e membro da Academia Brasileira de Letras
(CULT 84)
“Leio a CULT porque é uma revista aberta para a memória e a invenção. Entrevistas e dossiês
bem elaborados fornecem muita matéria para discussão com meus alunos na Faculdade de
Letras da Universidade Federal do Rio de Janeiro.”
Letícia Malard – crítica literária, professora da UFMG (CULT 85)
“Leio e amo a CULT porque é uma publicação completa, Medalha de Ouro nas mais diversas
modalidades culturais.”
Rodrigo Matheus – artista plástico (CULT 86)
“A CULT apresenta ao leitor temas pertinentes abordados por grandes autores de nossa cena
cultural.”
Júlio Medaglia – maestro (CULT 87)
“Assuntos oportunos. Abordagens competentes. Leitura agradável. Quer mais?”
Cristiano Mascaro – fotógrafo (CULT 88)
“Fotografia, música, literatura, artes plásticas, teatro, cinema, filosofia, não necessariamente
nesta ordem. Tudo isto é CULT.”
Guto Lacaz – artista plástico (CULT 89)
“Queria ilustrar na CULT, pois, como dizia a Alice no país das maravilhas: de que serve um
livro se não possui figuras?”
151
Matheus Nachtergaele – ator (CULT 90)
“Se é verdade que a cultura (mais ainda que a educação) é o caminho para a liberdade, CULT
é um passe para o vôo livre...”
Luciana Mello – cantora (CULT 91)
“A revista CULT é um incentivo. Não deixa morrer a história e muito menos a cultura.”
Zé Celso – diretor e dramaturgo (CULT 92)
“A cultura é o cultivo de todo movimento erótico da natureza. Cultura é o poder.”
Sérgio Bianchi – cineasta (CULT 93)
“A cultura é o complexo dos padrões de comparação das crenças, das instituições, das
manifestações artísticas, intelectuais etc. transmitido coletivamente pela sociedade e pela
revista CULT.”
152
ANEXO 3
Quadro de anunciantes de Cult
EDIÇÃO
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
-
ANUNCIANTE
Governo do Estado de S.Paulo
Companhia das Letras
Banking Bandeirantes
Novartis
Livraria Cultura
Banking Bandeirantes
Novartis
Las Américas Editora
Livraria Cultura
Banking Bandeirantes
Novartis
Las Américas Editora
Livraria Cultura
Banking Bandeirantes
Mônica Filgueiras Galeria de Arte
AACD
Novartis
Petrobrás
Mônica Filgueiras Galeria de Arte
Novartis
Petrobrás
Whitehall
Livraria Cultura
Petrobrás
Livraria Cultura
Janssen- Cilag
Só Frio
Apple
Livraria Cultura
SOS Mata Atlântica
GM
Apple
Livraria Cultura
Estadão
GM
Apple
Livraria Cultura
Cesp
Embratel
Estadão
Apple
Livraria Cultura
Estadão
Farmalab
Apple
Livraria Cultura
Estadão
Farmalab
Banco do Brasil
Livraria Cultura
Estadão
Lage Magy
Apple
Petrobrás
Livraria Cultura
Unibanco
Apple
Petrobrás
Livraria Cultura
-
LOCALIZAÇÃO
Segunda pág.
Penúltima página
Contracapa
Segunda pág.
Penúltima pág.
Contracapa
Segunda pág.
Pág. 5
Penúltima pág.
Contracapa
Segunda pág.
Pág. 5
Penúltima pág.
Contracapa
Segunda pág.
Pág. 9
Penúltima pág.
Contracapa
Segunda pág.
Penúltima pág.
Contracapa
Segunda pág.
Penúltima pág.
Contracapa
Segunda pág.
Pág.32 e 33
Penúltima pág.
Contracapa
Segunda pág.
Pág. 46
Penúltima pág.
Contracapa
Segunda pág.
Págs. 32 e 33
Penúltima pág.
Contracapa
Segunda pág.
Pág. 13
Págs. 32 e 33
Págs. 42 e 43
Penúltima pág.
Segunda pág.
Págs. 32 e 33
Penúltima pág.
Contracapa
Segunda pág.
Págs. 32 e 33
Penúltima pág.
Contracapa
Segunda pág.
Págs. 24 e 25
Págs. 32 e 33
Penúltima pág.
Contracapa
Segunda pág.
Págs. 32 e 33
Penúltima pág.
Contracapa
Segunda pág.
-
TAMANHO
Pág. inteira
Pág. inteira
Pág. inteira
Pág. inteira
Pág. inteira
Pág. inteira
Pág. inteira
¼ pág.
Pág. inteira
Pág. inteira
Página inteira
¼ pág.
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IFEMA
Estadão
Apple
Chivas
Livraria Cultura
Apple
IFEMA
Chivas
Livraria Cultura
Petrobrás
Chivas
Livraria Cultura
IFEMA
Petrobrás
Chivas
Livraria Cultura
Petrobrás
Chivas
Livraria Cultura
Greenpeace
Center Norte
Petrobrás
Chivas
Livraria Cultura
Petrobrás
Chivas
Livraria Cultura
Petrobrás
Chivas
Livraria Cultura
Petrobrás
Chivas
Livraria Cultura
Banco BBA
ZAZ
Finn
Mackenzie
AACD
Petrobrás
Chivas
Livraria Cultura
Ventura
Teleton
Banco BBA
Mackenzie
ZAZ
Itaú Cultural
Finn
Mandic.com
Petrobrás
Chivas
Livraria Cultura
Mackenzie
Mandic.com
ZAZ
Projeto Tom da Mata
Itaú Cultural
Petrobrás
Chivas
Livraria Cultura
Furnas
Petrobrás
Livraria Cultura
Furnas
Petrobrás
Livraria Cultura
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Pág. 20
Págs. 32 e 33
Penúltima pág.
Contracapa
Segunda pág.
Pág. 36
Penúltima pág.
Contracapa
Segunda pág.
Penúltima pág.
Contracapa
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Pág. 28
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Contracapa
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Págs. 34
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Contracapa
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Penúltima pág.
Contracapa
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Págs. 14 e 15
Págs. 36 e 37
Pág. 51
Pág. 52
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Contracapa
Segunda pág.
Pág. 15
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Págs. 26 e 27
Pág. 33
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Penúltima pág.
Contracapa
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Pág. 23
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Furnas
Petrobrás
Livraria Cultura
Furnas
Apple
Livraria Cultura
Furnas
Apple
Livraria Cultura
Ventura
Furnas
Apple
Livraria Cultura
Furnas
Apple
Furnas
Apple
Expo Livro
Furnas
Apple
Transparência Brasil
I Salão do Livro
Feira Livro de Brasília
IV Feira do Livro da Bahia
Apple
Editora Hedra
Furnas
Apple
Revista de Cinema
Editora Hedra
Editora Esfera
Apple
Revista de Cinema
Capitu.com
Apple
Revista de Cinema
Capitu.com
Apple
Revista de Cinema
Capitu.com
Apple
Revista de Cinema
Capitu.com
Petrobrás
Revista de Cinema
Grupo Promofair
Capitu.com
MAM
Revista de Cinema
Capitu.com
MAM
Minerthal
B. do Brasil
Senac
MAM
Petrobrás
Ed. Esfera
MAM
Revista de Cinema
Ventura
MAM
Capitu.com
Universidade São Marcos
II Feira do Livro de Minas Gerais
MAM
Caesar Park
-
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Seg. página
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Penúltima pág.
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-
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61
-
V Feira Pan-Amazônica do Livro
Movimento o Brasil é Mais
Caesar Park
Capitu.com
MAM
Min. da Cultura
Ventura
Black Ice
Petrobrás
B. do Brasil
Anedota Búlgara Revista
Pinacoteca
Feira do Livro da Bahia
Locadora 2001
Credicard
UOL
MAM
MAM
UOL
Ventura
Capitu.com
Capitu.com
Ventura
MAM
Capitu.com
Furnas
Ventura
MAM
Capitu.com
Furnas
Ventura
MAM
Mitsubishi
KPMG
Senac SP
Universidade São Marcos
São Pedro Spa
MAM
Furnas
Senac SP
Roche
Mitsubishi
KPMG
Senac SP
Senac SP
São Pedro Spa
MAM
Roche
Fnac
Universidade São Marcos
Ramblas do Brasil
MAM
Roche
Livraria Cultura
LPM Pocket
Banco BBA
Fenac
Idec
Saraiva
Roche
Gov. Estado SP
Rádio Eldorado
Fnac
B. do Brasil
Osesp
Livraria Cultura
MAM
-
Segunda pág.
Penúltima pág.
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Penúltima pág.
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Penúltima pág.
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Segunda e 3
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Penúltima pág.
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Segunda e 3
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Duas duplas
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Duas duplas
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Duas duplas
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Roche
Rádio Eldorado
LPM Pocket
Universidade São Marcos
Greenpeace
AOL
Osesp
Livraria Cultura
Saraiva
Roche
MAM
Osesp
Greenpeace
Fnac
Universidade São Marco
Saraiva
Capitu.com
Sec. da Cultura
Capitu.com
Fnac
MAM
Saraiva
Veuve Clicquot
Capitu.com
Saraiva
McDonald’s
Fnac
Osesp
MAM
Fapesp
Editora 34
Editora Record
Ventura
Gov. Estado SP
MAM
Guerreiros de Xi’an Ibirapuera
Fapesp
Ventura
Osesp
Fome Zero
Editora 34
Rádio Eldorado
Fapesp
Ed. Record
Osesp
Rádio Eldorado
MAM
Editora 34
Fapesp
Fnac
Ed. Record
Ventura
Paulus Editora
Casa Cor
Osesp
Fome Zero
Estação USP
Editora Record
Fapesp
Osesp
Casa das Caldeiras
Fnac
Ventura
PucCamp
Min. Da Saúde
Greenpeace
MAM
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Ventura
Fnac
Osesp
Ed. 34
Editora Record
Paulus Editora
Min. Da Saúde
Museu Brasileiro de Escultura
Marilisa Rahtsam
Fisesp
Ventura
Fnac
Paulus Editora
Record Editora
MAM
Osesp
MUBE
MAB FAAP
Senac Rio
Min. Da Saúde
Paulus Editora
Ed. Record
TV Cultura
Zouk Editora
Fnac
MUBE
CPFL
Min. Cultura
ANER
Zouk Editora
Chandon
Ed. Record
Min. Cultura
CPFL
Petrobrás
MAM
Ed. Record
MUBE
Zouk Editora
Osesp
Senac Rio
Rádio Eldorado
Senac Rio
Editora Record
Rádio Eldorado
MAM
Rádio Eldorado
Senac Rio
Uol
Aliança Francesa
Editora Record
Rádio Eldorado
Picasso na Oca
Senac Rio
Osesp
Aliança Francesa
Editora Record
MAM
Uol
Rádio Eldorado
Senac Rio
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Paulus Editora
Ed. Record
Aliança Francesa
Uol
Fórum Cultural Mundial
-
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Rádio Eldorado
Osesp
MAM
Editora Record
Fapesp
MUBE
Senac Rio
CPFL
Uol
Osesp
Senac Rio
Aliança Francesa
Editora Record
Itaú Cultural
Santos Cultural
Senac Rio
Osesp
Editora Record
Aliança Francesa
MAM
ANER
CPFL
Uol
Rádio Nacional
W11 Editores
Ed. Record
Aliança Francesa
Revista Viver
Casa Cor
Senac Rio
CPFL
Guaraná Antártica
Libre
Senac Rio
Aliança Francesa
Editora Record
Rádio Eldorado
Rádio Eldorado
Osesp
Rádio Eldorado
Viver
Uol
CPFL
Portugal Telecom
Senac Rio
MAM
Uol
Osesp
Ed. Record
Portugal Telecom
Trama
Oca
CPFL
Uol
Osesp
Aliança Francesa
Editora Record
Trama
Senac Rio
Petrobrás
MAM
Editora Record
Aliança Francesa
CPFL
MAM
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Aliança Francesa
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Banco do Brasil
MAM
Editora Record
Aliança Francesa
Scientific American
Banco do Brasil
Ed. Vera Cruz
MAM
Osesp
Editora Record
Rádio Eldorado
CPFL
Ed. Vera Cruz
Paulus Editora
Editora Record
Trama
Osesp
CPFL
CPFL
Editora Record
Editora Paulus
Rádio Eldorado
Itaú Cultural
-
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Penúltima pág.
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* Papel couché integrante da montagem da capa – Segunda página, Penúltima página e contracapa
160
ANEXO 4
Quadro de colaboradores
nº x
Profissão
Título
Publicação/
Editora
Instituição
Área
Outros
27
1
professor
doutor
Litoral Edições,
Relógio d'Água
Universidade
de Nova Lisboa
Literatura
diretor da revista
portuguesa
Colóquio-Letras
Ademir Assunção
23, 24, 33,
37, 40, 41
6
jornalista,
escritor
Adma Muhana
1, 10, 72
3
professora
Adolfo Montejo
Navas
19, 28, 36,
40, 41, 42,
46, 51, 66
9
jornalista,
crítico e
tradutor
Adrián Cangi
45
1
crítico literário
Colaboradores
Edição
Abel Barros
Baptista
doutora
Iluminuras, Ateliê
Editorial
Ed.Unesp/Funda
ção Cultural do
Estado da Bahia,
Ed.
Unesp/Fapesp,
Edusp/Fapesp
Árdora (Madri),
Ateliê Editorial,
Ed. DVD
(Barcelona), Ed.
Hiperión (Madri)
Diversas
Jornalismo
Unicamp
Literatura
Letras
Literatura
USP,
Universidad
Autónoma de
México e
Iberoamericana
Adrián Gurza
Lavalle
20
1
professor
Adriana Lisboa
87
1
escritora
doutor
Topbooks
UFC, UFRJ
Literatura
doutor
Globo
USP, Folha de
S. Paulo
Literatura,
Jornalismo
editor-adjunto do
caderno Mais!
colaborador da
revista Número
doutorando
Rocco
Sociologia
Letras
Adriano Espínola
41, 49
2
poeta,
professor
Adriano Schwartz
17, 27, 90
3
jornalista
Afonso Luz
88
1
crítico de arte
Artes
Plásticas
Alberto Azcárate
28
1
roteirista e
escritor
argentino
Letras
Alcides Villaça
62
1
professor
Alcino Leite Neto
74
1
doutor
USP
jornalista
Folha de S.
Paulo
Jornalismo
Universidade
de Yale,
Berkeley
College (EUA)
Editoração
Aldo Tagliaferri
9
1
editor italiano
Aldo Villani
21, 35, 44,
45, 50, 56,
69
7
jornalista
Diversas
41
1
pesquisador
mestrando
Alessandra El Far
Alessandra
Simões
79
1
professora
doutora
60
1
jornalista
1
estudante
americano
Columbia
University
(Nova York)
jornalista
Universidade
de Paris III
(Sorbonne
Nouvelle)
Alexandre Agabiti
Fernandez
56
82
1
editor de
domingo da
Folha e da
revista eletrônica
Trópico
Jornalismo
Aleixo S. Guedes
Alex Cussen
Literatura
FGV
USP
Literatura
USP
Antropologia
Jornalismo
doutor
nasceu em 1976,
filho de pais
chilenos, e
cresceu na
Califórnia
Cinema
161
Alexandre de
Oliveira Carrasco
35
1
pesquisador
Alexandre Pavan
55
1
jornalista
45
1
professora
doutora
USP
Literatura
33
1
pesquisadora
doutoranda
USP
Literatura
48
1
professora
doutora
UFSC
Literatura
90
1
Pesquisadora
mestre
Unesp
Literatura
15, 43
2
professora
pós-graduação
doutora
USP
ArteEducação
93
1
professora
doutora
USP
Sociologia
24, 43
2
pesquisadora
doutoranda
USP
Literatura
Ana Cecilia
Olmos
Ana Helena
Souza
Ana Luiza
Andrade
Ana Luiza
Sanchez
Cerqueira
Ana Mae Barbosa
Ana Paula
Cavalcanti
Simioni
Ana Paula
Pacheco
Ana Paula Soares
doutorando
28
1
jornalista
34, 44
2
professor
doutor
Andrea Lombardi
9, 23
2
professor
doutor
Hucitec,
Unoesc/Chapecó
Perspectiva,
Cortez, C/Arte
História
Jornalismo,
Música
Ed. Invenção
André Duarte
Andrea Saad
Hossne
USP
colunista de
música da
revista Educação
Jornalismo
63
1
professora
doutora
Angel Bojadsen
Antonio Arnoni
Prado
Antonio Carlos
Olivieri
28
1
escritor
25, 58
2
professor
19
1
jornalista e
escritor
Antonio Dimas
24, 32
2
professor
doutor
Antônio Henrique
C. Martins
75
1
professor
doutor
Antonio Maura
46
1
escritor, crítico
e tradutor
doutor
Antonio Risério
1
1
poeta,
antropólogo
Antônio Sérgio
Bueno
70
1
professor
aposentado
Armindo Trevisan
27
1
escritor e
ensaísta
doutor
doutor
Paz e Terra
Ateliê Editorial
Diversas
Companhia das
Letras
UFPR
Filosofia
USP
Literatura
USP
Literatura
integrante da
comissão
editorial da
revista Rodapé
(Nankin)
Letras
Unicamp
Literatura
Jornalismo
Diversas
USP
Universidade
Federal de Juiz
de Fora,
Pontifícia
Universidade
Lateranense de
Roma
Universidade
de Madri
Fundação Casa
de Jorge Amado,
Perspectiva
doutor
Ed. UFMG
Literatura
Teologia
Literatura
Antropologia,
Letras
UFMG
Uniprom
Literatura
Letras
Artur Matuck
52
1
escritor, artista
plástico,
professor
Aurora F.
Bernardini
2, 9, 13,
20, 24, 31,
46, 49, 59,
79, 89
11
professora
doutora
Benedito Nunes
26
1
professor
doutor
Benjamin Ivry
56
1
escritor
Absolute Press,
Welcome Rain,
Phaidon
Letras
Bernardo
Carvalho
28
1
escritor
Diversas
Letras
USP
Comunicação
Edusp
USP
Literatura
Diversas
UFPA
Filosofia
membro do
Laboratório do
Manuscrito
Literário
(FFLCH-USP)
lecionou em
Universidades da
França e EUA
162
Bernardo
Vorobow
49
1
curador de
cinema e
programador
cultural
Berta Waldman
53
1
professora
Cinema
doutora
Boris
Schnaiderman
20, 59
2
professor,
tradutor e
ensaísta
Bruno Fischli
39
1
diretor do
GoetheInstituto São
Paulo
Bruno Garcez
25
1
jornalista
Bruno Zeni
31, 36, 38,
43, 47, 50,
54
7
jornalista,
escritor
Camila Viegas
2, 5, 32
3
jornalista,
bacharel em
artes plásticas
Camilo Fernández
46
Valdehorras
1
professor,
escritor, poeta,
dramaturgo e
ensaísta
Carlito Azevedo
26, 33
2
poeta
Carlos Adriano
12, 17, 21,
25, 31, 33,
38, 40, 42,
43, 44, 49
12
cineasta e
pesquisador
de cinema
mestre
Carlos Alberto
Dória
92
1
sociólogo,
escritor
doutorando
Carlos Eduardo
Ortolan Miranda
62, 63, 66,
69, 71, 72,
74, 85, 88,
91
10
pesquisador
mestrando
doutor
mestrando
Perspectiva,
Livraria Duas
Cidades,
Companhia das
Letras
Ateliê Editorial
doutor
USP
Literatura
USP
Literatura
russa
Folha de S.
Paulo, Agora
São Paulo
Jornalismo
USP
Jornalismo,
Literatura
trabalhou no
Mais!
O Estado de S.
Paulo
Jornalismo,
Artes
plásticas
repórter do
Caderno2
Universidade
de Barcelona
Filologia
Imago, Lynx,
Sette Letras
Os federais da
cultura (2003)
Letras
USP
Cinema
Unicamp
Sociologia
USP
Filosofia
Massao Ohno,
Nankin Editorial,
Almedina
(Coimbra),
Companhia das
Letras, Palas
Atena
Mandarim
Carlos Felipe
Moisés
52
1
poeta, crítico
literário,
tradutor
Carlos Hee
66
1
escritor
mestre
USP, Unicid
Filosofia
doutora
PUC-Campinas
Teologia
Diversas
USP
Literatura
Literatura,
Jornalismo
Literatura
Letras
Cauê Alves
84, 87
2
professor,
crítico de arte
e curador
Ceci Baptista
Mariani
64
1
Teóloga,
professora
Cecília de Lara
47
1
professora
Cesar Garcia
Lima
62
1
jornalista e
escritor
mestrando
Nankin
UFRJ
Charles Bernstein
17
1
poeta e
professor
doutor
Sun & Moon
Press
Charles Cosac
82
1
editor,
empresário
mestre
Universidade
de Nova york
Universidade
de Essex
(Inglaterra)
Cilaine Alves
Cunha
45, 61
2
professora
doutora
Claude-Gilbert
Dubois
36
1
professor
emérito
pós-doutor
Edusp
criador do curso
de língua e
literatura russa
da USP
pesquisadora do
IEB-USP
Literatura
História
USP
Literatura
Universidade
Michel de
Montaigne
História
fundador da Ed.
Cosac & Naify
fundador e
diretor honorário
do Centro
163
(Bordeaux 3)
Claudia Amigo
Pino
52
1
pesquisadora
Claudia
Cavalcanti
3, 6, 7, 9,
13, 19, 23,
25, 28, 29,
32, 37, 38,
39, 47, 50,
51
17
tradutora e
crítica literária
Claudia Monteiro
de Castro
52
1
jornalista
Cláudia Nina
6, 8, 10,
31, 40
5
jornalista
26
1
poeta
39
1
pesquisadora
doutora
Claudio Antunes
Boucinha
71
1
professor
mestre
Cláudio Garon
78
1
diplomata
Cláudio Renato
58
1
jornalista
Claudio Willer
11, 49, 50,
51, 54, 76
6
poeta,
ensaísta e
tradutor
Clayton Melo
Cleusa Rios P.
Passos
61
1
jornalista
43
1
professora
Cody Carr
83
1
filósofo
Contador Borges
17, 28, 30,
50
4
poeta,
ensaísta,
tradutor
Cristiano Santiago
43, 47, 48
Ramos
3
jornalista
Cristóvão Tezza
2, 10, 20,
21, 25, 45,
54, 55, 59,
68
10
professor e
escritor
Daniel Augusto
67
1
Cineasta
Daniel Piza
60, 77, 93
3
jornalista
Daniel Sampaio
Augusto
92
1
diretor de
cinema
Daniela Elyseu
Rhinow
41
1
Darci Kusano
80
1
Claudia RoquettePinto
Claudia Valladão
de Mattos
doutoranda
Estação
Liberdade, Ática
Montaigne de
Bordeaux
USP
Literatura
Universidade
de Leipzig
Literatura
membro do
Laboratório do
Manuscrito
Literário
(FFLCH-USP)
Jornalismo
Universidade
de Utrecht
doutoranda
Salamandra,
Sette Letras
Perspectiva
Literatura
Letras
Universidade
de Berlim
UERGS
TV Globo
Editora
Lamparina,
Massao Ohno,
Iluminuras
História da
Arte
diretor do
Arquivo Público
Municipal de
Bagé (RS)
oficial-degabinete no
Relações
Cerimonial da
Internacionais Presidência da
República
(Brasília)
trabalhou na
Tribuna da
Imprensa, O
Jornalismo
Globo, O Estado
de S. Paulo e
Gazeta Mercantil
História
Letras
Jornalismo
doutora
Hucitec/Fapesp
USP
Literatura
Oklahoma
Filosofia
State University
Iluminuras
Letras
Jornalismo
doutorando
Rocco, Record
USP, UFPR
Lingüística
Cinema
dirigiu a série de
documentários
Mapas Urbanos
O Estado de S.
Paulo
Jornalismo
editor-executivo
e colunista
mestrando
USP
Literatura
dirigiu a série de
documentários
Mapas Urbanos
pesquisadora
mestranda
USP
Letras, Artes
Cênicas
professora
pós-doutor
USP
Teatro
Contexto
Perspectiva,
Brasiliense
164
Davi Arigucci Jr.
22
1
David Castillo
46
1
Demétrio Magnoli
Diana Araújo
Pereira
33
ensaísta e
professor
doutor
1
poeta,
narrador e
crítico
geógrafo
doutor
66
1
pesquisadora
mestre
41, 45, 51,
54, 69
5
jornalista,
escritor e
roteirista
43, 48
2
jornalista
72
1
estudante
doutoranda
47, 50, 51,
55
4
antropólogo,
professor
doutor
Dom Mauro de
Souza Fernandes
75
1
professor,
monge
beneditino
mestre
Domingos
Zamagna
64
1
jornalista e
professor
Diógenes Moura
Diogo Monteiro
Dirce Waltrick do
Amarante
Djalma
Cavalcante
Donizete Galvão
22, 26
2
poeta
Douglas Diegues
47
1
jornalista
E. M. de Melo e
Castro
4, 25
2
professor,
escritor e
ensaísta
português
Eduardo Maretti
12, 47, 50,
57
4
jornalista e
escritor
Eduardo Rinesi
74
1
professor
Companhia das
Letras, Livraria
Duas Cidades
USP
Anagrama
Diversas
Editora
Fundação Casa
de Jorge Amado
Literatura
Literatura
USP
Geografia
UFRJ
Literatura
Pinacoteca do
Estado de SP
Jornalismo
vencedor do
Prêmio Carles
Riba
é curador de
fotografia da
Pinacoteca
Jornalismo
Diversas
UFSC
Letras
Universidade
de Roma
Antropologia
PUC-Campinas
Teologia
UNIFAI
Filosofia
T. A. Queiroz,
Água Viva, Arte
Pau-Brasil,
Nankin Editorial
doutor
Tertúlia, Musa
Letras
Folha do Povo
(MS)
Jornalismo
USP
Literatura
introdutor da
poesia concreta
em Portugal
Jornalismo
doutor
Colihue (Buenos
Aires)
Eduardo
Simantob
78, 90, 93
3
jornalista
Eduardo Subirats
61
1
filósofo
espanhol,
professor
Studio Nobel
Edwin Torres
56
1
poeta novaiorquino
Subpress, RoofBooks
Elaine Bittencourt
59
1
jornalista
USP,
Universidade
de Buenos
Aires,
Universidades
Nacionais de
General
Sarmiento e da
Patagônia
Filosofia
Jornalismo
New York
University
Filosofia
Letras
Jornalismo
Imago,
Iluminuras/Fapes
p, Educ
New Directions,
Marsilio
Eliane Robert
Moraes
30, 50, 81
3
crítica literária
e professora
Eliot Weinberger
8
1
ensaísta e
tradutor
Elisa Andrade
Buzzo
86
1
jornalista,
escritora
Eloá Heise
3
1
professora
Emmanuel Tugny
32, 34, 35,
40, 41, 42
6
romancista
francês
La Part
Commune
Letras
Eric Nepomuceno
69
1
escritor
Diversas
Letras
Ernani Chaves
37
1
professor
doutora
PUC-SP
Letras
7 Letras
doutora
doutor
Literatura
Jornalismo
USP
UFPA
Literatura
Filosofia
correspondente
na Suíça da
revista Primeira
Leitura
165
Eudinyr Fraga
Eugênio Bucci
Evaldo Schleder
41
28
54
1
professor
doutor
Perspectiva, Art
& Tec, Ateliê
Editorial
USP
Teatro
1
jornalista e
crítico de TV
1
poeta,
jornalista,
redator de
publicidade e
cronista
Correio de
Notícias, O
Estado do
Jornalismo
Paraná, Gazeta
do Povo,
Pasquim etc.
professor
Literatura
Letras
Boitempo
Editora Abril
doutor
Editora UFF,
Zahar, 7 Letras
Universidade
Federal de Juiz
de Fora
doutoranda
Diversas
Universidade
de Mainz
Jornalismo
Evando
Nascimento
51, 83
2
Fabiana Macchi
42
1
Fabiano Calixto
47, 32
2
Fabiano Curi
84, 88
2
Fábio Coltro
86
1
Pesquisadora
Fabio Herrmann
77
1
médico,
psicanalista
Ed. Graal, Ed.
Artmed
Psicanálise
Fábio Lucas
1, 7, 23,
29
4
crítico literário
Ed. UFMG,
Ícone, Ática
Letras
Fabio Weintraub
10, 24, 26,
27, 32, 33,
34, 38, 39,
42, 46, 50,
52, 53, 62
15
editor, poeta
Nankin/Funalfa,
Arte Pau-Brasil,
Massao Ohno
Editoração,
Letras
1
jornalista
1
escritor
Fernanda
91
Dannemann
Fernando Bonassi 32
tradutora,
professora
poeta e
ensaísta
jornalista e
professor
Fernando Jorge
1
1
escritor e
jornalista
Fernando
Marques
41, 43, 50,
69, 75, 79
6
jornalista,
professor
Edições
Alpharrabio
Jornalismo
mestrando
Cefil
UEL (Londrina)
Bioética
membro da
Academia
Paulista de
Letras
Jornalismo
doutorando
Diversas
Geração
Editorial, T. A.
Queiroz
Varanda,
Perspectiva
Letras
Jornalismo
UniCEUB, UNB
Jornalismo,
Literatura
Jornalismo
correspondente
da Lapiz (revista
de arte
espanhola)
Literatura
editor da Ática
78
1
jornalista
Fernando Paixão
11,22
2
poeta, escritor
Ferreira Gullar
26, 37
2
poeta
Filipe
Albuquerque
91
1
jornalista
Jornalismo
Finisia Fideli
6
1
escritora
Literatura
Flávia Fontes
58
1
jornalista
especialista
2
jornalista,
poeta,
tradutora e
editora
mestranda
56, 77
presidente da
Comissão do
Colóquio
internacional
Jacques Derrida
2004
Letras
Fernando Oliva
Flávia Rocha
diretor de
redação da
revista Quatro
Rodas,
secretário
editorial da
editora
Brasiliense,
Iluminuras, Ática
Civilização
Brasileira, José
Olympio
Ed. Ática
Letras
Jornalismo
Rattapallax
Press
Columbia
University
(Nova York)
Jornalismo,
Literatura,
Editoração
colaboradora da
extinta revista
Escrita
participa de um
grupo de estudos
em dança
editora de poesia
da revista norteamericana
Rattapallax
(distribuída no
Brasil pela
166
Editora 34)
Flávio Aguiar
78
1
professor
Flávio Loureiro
Chaves
86
1
professor
Flavio Moura
75, 88
2
jornalista e
professor
Francisco
Alambert
61
1
professor
Francisco Alvim
26
1
poeta
doutor
Diversas
USP
Literatura
Ed. UFRGS
USP
Letras
Faculdades de
Campinas
Jornalismo
USP, UNESP
História
doutor
Gráfica Olímpica
Editora, Livraria
Duas Cidades
Letras
UFRJ
Literatura
é co-autor do
projeto literomusical
Malabaristas do
Sinal Vermelho
(Sony Music)
Revista USP
Jornalismo
editor da revista
USP
Filosofia
Francisco Bosco
73
1
escritor, letrista
doutorando
e ensaísta
Francisco Costa
6, 12, 23,
30, 43
5
jornalista
Francisco Maciel
87
1
escritor
Franklin Leopoldo
e Silva
34, 64, 79,
87, 91
5
professor
Frédéric Pagès
26
1
jornalista e
escritor
Frederico
Barbosa
26,29,42,5
6
4
poeta,
professor
Iluminuras,
Perspectiva
George Steiner
2
1
ensaísta
francês
Diversas
Geraldo Galvão
Ferraz
71,9
2
jornalista,
crítico literário
25
1
professor
doutor
37
1
professor
doutor
40
1
escritor
5,11,14,28
,30
5
pesquisador
doutorando
USP
Literatura
54,66
2
professor
doutor
UFC, PUC-SP
Comunicação
Giovanna Bartucci
77,80,86,8
9,92
5
Psicanalista e
ensaísta
doutora
Instituto Sedes
Sapientiae
Psicanálise
Graziela Beting
86,87,89
3
jornalista
Jornalismo
Graziela R. S.
Costa Pinto
5,7
2
psicóloga
Psicologia
Gerd Bornheim
Gerhard
Schweppenhäuse
r
Gilberto de Mello
Kujawski
Gilberto
Figueiredo
Martins
Gilmar de
Carvalho
Francisco Alves
vencedor do
prêmio Jabuti da
Câmara
Brasileira do
Livro de 2000
coordenador do
programa de pós
da Universidade
de Caxias do
Sul, professor da
Universidade
Federal do Rio
Grande do Sul e
da Universidade
Federal de Santa
Maria
editor da revista
Novos Estudos
(Cebrap)
Estação
Liberdade
doutor
Loyola, Moderna
Jornalismo
Colégio Logos,
Anglo
Vestibulares
Letras
Letras
Jornalismo
Diversas
UFRJ, UERJ
Universidade
de Weimar
(Alemanha)
Filosofia
Filosofia
Letras
Imago, Planeta
membro do
Departamento de
Psicanálise do
instituto
formação em
psicanálise
lacaniana
167
Consejo
Nacional de
Investigaciones
Científicas da
Argentina
(CONICET)
antropólogo e
pesquisador
Antropologia
Gustavo Sorá
48
1
Haroldo Ceravolo
Sereza
81,93
2
Haroldo de
Campos
31
1
Heitor Ferraz
1,2,3,4,7,8
,9,10,11,1
6,21,25,26
,33,36,42,
53,62,69,7
0,73
21
jornalista,
poeta e editor
mestre
Ateliê Editorial, 7
Letras
USP
Jornalismo,
Literatura,
Editoração
Heloisa Buarque
de Hollanda
68
1
Ensaísta,
crítica literária
e professora
doutora
Ed. Aeroplano
UFRJ
Literatura
Heloisa Godoy
15
1
estudante de
Jornalismo
UFMS
Jornalismo
Helton Adverse
74
1
professor
UFMG,
Unicentro
Newton Paiva
Filosofia
jornalista e
crítico literário
poeta,
ensaísta e
tradutor
Jornalismo,
Literatura
Diversas
doutorando
Letras
membro do
Centro de
Estudos em
Filosofia
Americana
(Cefa)
Heraldo
Aparecido Silva
83
1
Pesquisador
Herberto Helder
27
1
poeta
português
Hermenegildo
José Bastos
42
1
professor
doutor
EdUnB, 7 Letras
UNB
Literatura
Horácio Costa
17,42
2
poeta,
professor
tradutor e
crítico literário
doutor
Diversas
Universidad
Nacional
Autónoma de
México
Literatura
Brasiliense,
Altamira,
especialista
Paradiso, Atuel,
Colihue
Universidade
de Buenos
Aires,
Universidade
Rosario
Jornalismo,
Literatura,
Filosofia
editor da revista
cultural El ojo
mocho
USP
Jornalismo,
Literatura
vencedor do
Prêmio Nestlé
(1988)
USP
Antropologia
USP
Letras
doutorando
UFSCar
Diversas
Horacio González
33,45
2
professor,
jornalista,
ensaísta
Hugo Almeida
48,52
2
escritor e
jornalista
doutorando
Ilana Seltzer
Goldstein
50,76
2
pesquisadora
mestre
Irlemar Chiampi
10
1
professora
doutora
Ismail Xavier
41
1
ensaísta e
professor
doutor
Ivan Marques
28,30,39,4
5,52,62
6
jornalista
doutorando
Ivan Teixeira
4,8,11,12,
13,14,15,1
6,30
9
professor
Ivana Bentes
67
1
professora
Ivo Barroso
39
1
poeta, tradutor,
ensaísta
Ed. Lê
Editora Senac,
Editora Escolas
Associadas
Diversas
Brasiliense,
Imago
Filosofia
Letras
USP
Cinema
USP
Literatura
doutor
Martins Fontes,
Edusp, Ateliê
Editorial
USP
Literatura
doutora
Companhia das
Letras
UFRJ
Comunicação
Topbooks
Letras
especialista em
Nelson
Rodrigues,
publicou em
outras revistas
culturais
co-autor do
material didático
do curso Anglo
Vestibulares
(SP)
168
1
professor
doutor
Cultrix
USP, FGV-SP
Lingüística,
Comunicação
doutor
Perspectiva,
Ateliê Editorial
USP
Teatro
Izidoro Blikstein
22
J. Guinsburg
5,7,13,14,
16,26,32,4
2,80
9
J. L. Mora
Fuentes
12
1
Jacques
Leenhardt
24,45
2
filósofo,
sociólogo
doutor
Perspectiva
École des
Hautes Études
em Sciences
Sociales
Filosofia,
Sociologia
diretor de
estudos da
instituição citada
Jaime Ginzburg
85
1
professor,
pesquisador
CNPq
doutor
Diversas
USP
Literatura
coordenador do
projeto Literatura
e autoritarismo
(CNPq)
professor,
escritor,
ensaísta,
editor, crítico
literário
escritor e
jornalista
Jornalismo,
Literatura
Quiron, Moderna
Jair Stangler
81,89
2
jornalista
Jornalismo
Jairo Lavia
77,82
2
jornalista
Jornalismo
Janaina Rocha
80,81,82
3
jornalista
Jayme Alberto
Pinto Jr.
4,8,10,11,
17,56
6
geofísico,
tradutor,
estudante
Jeanne Marie
Gagnebin
23,72,92
3
professora
doutora
Jean-Paul
Rebaud
74
1
adido cultural
mestre
Jean-Pierre
Verheggen
32
1
escritor
Jefferson Teixeira
80
1
tradutor
doutor
Jeremias Moranu
6
1
crítico literário
especialista
Jerusa Pires
Ferreira
20
1
professora
Jo Takahashi
80
1
diretor de
projetos
culturais da
Fundação
Japão
Joaci Pereira
Furtado
10,35
3
pesquisador
Joana
Monteleone
85
1
historiadora e
jornalista
Fundação
Perseu Abramo,
Senac
PUC-SP,
Unicamp
Universidade
de Sorbonne,
Consulado
Geral da
França em São
Paulo
Filosofia,
Literatura
Objetiva
Letras
Letras
Universidade
de Tokyo
Letras
Ficção
científica
doutora
USP, PUC-SP
Comunicação
fundou e dirige o
Núcleo de
Poéticas da
Oralidade na
PUC-SP
doutorando
Companhia das
Letras, Hucitec
USP
Filosofia,
História
vencedor prêmio
Jabuti (1998)
História,
Jornalismo
2,9,10,11,
70
5
João Bandeira
19
1
poeta e
compositor
81
1
professor
doutor
34
1
pesquisador
mestrando
1
jornalista,
pesquisador e
crítico de
cinema
93
Letras
Hucitec,
Perspectiva,
Fundação Casa
de Jorge Amado
João Alexandre
Barbosa
João Carlos
Rodrigues
USP
Diversas
crítico,
ensaísta e
professor
João Camillo
Penna
João Carlos de
Carvalho
Perspectiva,
Imago
Jornalismo
doutor
Perspectiva,
Duas Cidades,
Iluminuras,
Publifolha, Ateliê
Editorial
USP
Ateliê Editorial
Editora Unicamp,
Paz e Terra
Bolsa Vitae de
Literatura
Literatura
Letras
UFRJ
Literatura
USP
Literatura
Jornalismo
dirigiu os vídeos
Punk molotov e
Cantoras do
rádio; produziu
os CDs de
Johnny Alf
169
33,43,66,7
9
4
jornalista e
fotógrafo
44,60,91
3
filósofo
71
1
jornalista
1
1
professor
Joca Reiners
Terron
20,41,87
3
designer
gráfico e poeta
Joel Birman
77
1
psicanalista e
professor
doutor
UFRJ, UERJ
Psicanálise
John Robert
Schmitz
90
1
professor
doutor
Unicamp
Lingüística
Jon Kortazar
46
1
professor
doutor
Universidade
do País Basco
Literatura
Jorge Felix
61
1
jornalista, autor
de peças
teatrais
TV Globo
Jornalismo
repórter de
política e
economia
Jorge Henrique
Bastos
27
1
poeta,
jornalista
Fenda Edições
(Lisboa)
Jornalismo
colaborador do
semanário
Expresso
Jorge Schwartz
8,25,55
3
professor
Edusp/Iluminuras USP
Literatura
José Alexandrino
de S. Filho
34
1
professor,
pesquisador
Capes
João Correia Filho
João da Penha
João Marcos
Coelho
João Roberto
Faria
José Ángel
Silleruelo
46
1
poeta,
romancista,
crítico literário
e tradutor
José Arrabal
50
1
jornalista e
escritor
José Carlos
Avellar
67
1
crítico de
cinema
José Geraldo
Couto
1
1
jornalista e
crítico literário
José Guilherme
R. Ferreira
1,2,4,6,7,1
4,19,22,27
,29,32
11
jornalista
José Luis da Silva
53
1
livreiro
José Luiz Fiorin
73
1
professor
Jornalismo,
Fotografia
há seis anos
desenvolve
trabalhos com
fotografia e
literatura acerca
da obra de
Guimarães Rosa
Brasiliense, Ática
Filosofia
Jornalismo
doutor
livredocente
Perspectiva/Edus
USP
p
Livros do Mal,
Planeta, Edições
Ciência do
Acidente
Diversas
UFPB
Diversas
Literatura
brasileira
Literatura,
Artes
Gráficas
Literatura
Literatura
Jornalismo
Ed. Cátedra
(Madri)
Cinema
Jornalismo,
Literatura
doutor
Diversas
Jornal da Tarde Jornalismo
Ática
USP
Lingüística
José Paulo Lanyi
27
1
jornalista e
escritor
Josimar Melo
29
1
jornalista
Juliana
Monachesi
88
1
jornalista e
curadora
independente
44,48
2
escritor
Ateliê Editorial
Letras
16,23,26
3
poeta e
ensaísta
Sette Letras,
Imago
Letras
65
1
maestro,
compositor e
arranjador
Jurandir Renovato 1
1
jornalista
Juvenal Savian
3
professor
Juliano Garcia
Pessanha
Júlio Castañon
Guimarães
Júlio Medaglia
75,78,85
editor-assistente
de Geral
Jornalismo,
Letras
Ed. DBA
mestranda
Folha de S.
Paulo
Jornalismo
PUC-SP
Comunicação
crítico de
gastronomia
Música
doutorando
Revista USP
Jornalismo
USP
Filosofia
editor-assistente
da revista
170
Filho
K. David Jackson
24
1
professor,
tradutor
doutor
Laura J.
Hosiasson
14
1
professora
doutora
PUC-SP
Literatura
Lauri Emilio Wirth
64
1
teólogo,
professor
doutor
UMESP
Teologia
Leda Tenório da
Motta
20
1
professora
doutora
PUC-SP
Comunicação
Leiko Gotoda
80
1
tradutora
Diversas
Letras
Leila V. B.
Gouvêa
51,62
2
pesquisadora,
jornalista e
tradutora
Iluminuras
Jornalismo,
Letras
Len Berg
2,4,5,7,15,
16,26,31,4
2
9
jornalista e
crítico de arte
Leodegário A. de
A. Filho
51
1
professor
emérito
Leonor Amarante
3
1
jornalista
Lia Zatz
92
1
escritora de
literatura
infantil e juvenil
Liam Callanan
56
1
professor
Ligia Chiappini
46
1
professora
Linda Lê
32
1
escritora
Luana Villac
46,51
2
jornalista
Lúcia Maria
Teixeira Furlani
91
1
psicóloga
Lucia Santaella
29
1
Luciana Artacho
Penna
2,6,10
Lucrecia Zappi
Frankfurt/Vervuer Universidade
t
de Yale
Iluminuras,
Imago
Literatura
é sobrinha do
escritor Tanizaki
Jornalismo
doutor
Diversas
UERJ, UFRJ
Filologia
Memorial da
América Latina
Jornalismo
presidente da
Academia
Brasileira de
Filologia
diretora de
publicações do
Memorial da
América Latina
Letras
doutor
Georgetown
University
(Washington EUA)
doutora
USP,
Universidade
Livre de Berlim
Diversas
Letras
Literatura
ganhadora do
Prêmio Casa de
las Américas
(1983)
Letras
Jornalismo
doutora
Unisanta,
Unisanta/Cortez
PUC-SP
Psicologia
professora
pósdoutora
Brasiliense,
Iluminuras
PUC-SP
Comunicação
3
pesquisadora
doutoranda
USP
Filosofia,
Literatura
82
1
jornalista
Folha de S.
Paulo
Jornalismo
Luís Antônio C.
Romano
84
1
professor
Unicamp
Literatura
Luís Antônio
Giron
55
1
jornalista e
escritor
Luis Dolhnikoff
77
1
escritor
Olavobrás
Luis Gusmán
33
1
romancista
argentino
Iluminuras
doutor
Mercado de
Letras/ Fapesp
Editora 34,
Editora do
Brasil/Edusp
Jornalismo
USP
Medicina,
Letras
Letras
Diretorapresidente da
UniSanta
(Santos)
professora titular
e coordenadora
dos cursos de
doutorado e pósdoutorado em
comunicação e
semiótica da
PUC-SP,
membro de
diversas
entidades sobre
o tema
171
Luis Krausz
15
1
jornalista
Luisa MellidFranco
27
1
jornalista
Luiz Antônio Ryff
83
1
jornalista
Universidade
da Pensilvânia
(EUA),
Universidade
de Zurique
(Suíça)
mestre
Letras
Jornalismo
em preparação
Jornalismo
Luiz Bolognesi
19
1
jornalista e
cineasta
Luiz Costa Lima
58
1
ensaísta,
professor e
crítico
doutor
Rocco, Editora
34
UERJ, PUC-RJ
Literatura
Luiz Damon S.
Moutinho
91
1
professor
doutor
Brasiliense
UFPR
Filosofia
Jornalismo
Luiz Felipe Pondé
64,75
2
professor,
filósofo
doutor
Luiz Nazário
64,66
2
professor
doutor
Luiz Paulo
Rouanet
59
1
professor
doutor
Madalena Vaz
Pinto
18
1
pesquisadora
PUC-RJ
Literatura
Universidade
de São
Petersburgo,
Universidade
de Helsinki
(Finlândia)
Letras
vive em
Montpellier
(França)
USP
Letras
língua e literatura
árabe
pesquisadora
mestre
Mamede Mustafa
Jarouche
25,53,75,8
9
4
professor,
tradutor
doutor
Marcello
Rollemberg
5,7,9,13,1
5,19,30,37
,38,40,42,
44,50,57
14
jornalista e
escritor
Marcelo Backes
90,93
2
professor,
tradutor e
ensaísta
2
Marcelo Jacques
de Moraes
73
1
professor
Teologia,
Comunicação
mestre
1
27,28
PUC-SP, Faap
Cinema
77
Marcelo Coelho
Edusp, Ed.34
professorpesquisador
convidado da
Universidade de
Marburg
(Alemanha)
UFMG
USP, PUCCampinas,
Universidade
São Marcos e
UNIFAI
Maija Mikkola
professor,
jornalista,
escritor
editora da revista
portuguesa
Camões
Martins Fontes,
Hedra, Globo,
Ateliê Editorial
Ateliê editorial,
Record
Filosofia
Jornalismo
doutor
Boitempo, 2003
Universidade
de Freiburg
(Alemanha)
Literatura
mestre
Iluminuras,
Imago, Revan
USP, Cásper
Líbero, Folha
de S. Paulo
Jornalismo,
Sociologia,
Letras
doutor
UFRJ
Literatura
Estação
Liberdade,
Editora 34
Marcelo Mirisola
40,41,42,4
3,44
6
escritor
Marcelo Pen
30
1
tradutor
mestrando
Marcia Camargos
53,55, 57
3
jornalista
doutoranda
Ed. Senac
editor-assistente
da Unimarco
Editora
membro do
conselho
editorial da Foha
de S. Paulo
pesquisador do
CNPq
Letras
USP
Literatura
USP
Jornalismo,
História
Marcio Mariguela
28
1
professor
doutorando
Unimep, Papirus
Unicamp,
Unimep
Filosofia
Márcio
Seligmann-Silva
11,29,47,7
2
5
professor,
pesquisador
CNPq
doutor
Iluminuras,
Publifolha,
AnnaBlume,
Escuta
Unicamp, PUCSP,
Universidade
Livre de Berlim
Literatura
colaborador da
Folha de S.
Paulo
membro da
Escola
Lacaniana de
Psicanálise de
Campinas
172
Marcos Cesana
12,14,24,2
7,32,36,38
,48
8
jornalista,
roteirista e
dramaturgo
Marcos Faerman
11
1
jornalista
Jornalismo,
Teatro
Jornalismo
Marcos Siscar
73
1
professor
doutor
Marcos Soares
68
1
professor
doutor
L'Harmattan,
Iluminuras,
Cosac & Naify
Unesp (São
José do Rio
Preto)
USP
Literatura
Literatura
Marcus Vinicius
da Cunha
83
1
professor e
pesquisador
Maria Andrea
Muncini
19,21,29,3
5,44,45,50
,56,68
9
jornalista
35
1
professora
doutora
UFMG
Literatura
88
1
professora
doutora
UFSC
Letras
34
1
professora
Annablume
USP
Literatura
Loyola
PUC-RJ,
Universidade
Gregoriana de
Roma
Teologia
Maria Antonieta
Pereira
Maria Aparecida
Barbosa
Maria Cecília de
M. Pinto
Maria Clara L.
Bingemer
Maria Cristina
Elias
Maria da Graça
M. Abreu
Maria do Rosario
A. Toschi
Maria Eugenia
Boaventura
Maria Helena
Martins
64
1
professora
doutor
Vozes
USP
Filosofia
pesquisador do
Centro de
Estudos em
Filosofia
Americana Cefa)
Jornalismo
doutora
Jornalismo,
Direito
35
1
jornalista
92
1
educadora
9,50,56
3
professora,
tradutora
Edusp
USP
Letras
professora
Ática, ExLibris/Unicamp,
Edusp, Globo,
Companhia das
Letras
Unicamp
Literatura
vencedora do
Prêmio Jabuti
em 1996
consultora do
Itaú Cultural,
criou e dirige o
centro de
estudos de
literatura e
psicanálise Cyro
martins e
coordena o
projeto
Fronteiras
Culturais (BrasilUruguaiArgentina)
76
49
Maria Paula
33
Gurgel Ribeiro
Maria Teresa Dias 48
Mariarosaria
14
Fabris
1
USP
integrante do
Conselho
Editorial da
revista O Onze
de Agosto
especialista
doutora
Educação
1
consultora
cultural
doutora
Contexto
USP
Literatura
1
tradutora
mestranda
Iluminuras
USP
Literatura
1
professora
doutoranda
USP
Literatura
1
professora
doutora
USP
Letras
PUC-SP,
Universität
Münster
Filosofia
Mario Ariel
González Porta
79
1
professor
Mário Chamie
35
1
escritor
Mário Hélio
63
1
escritor,
jornalista
Mario Manga
65
1
músico
Mario Vargas
18
1
escritor
Edusp
doutor
Diversas
Letras
Continente
Multicultural
Jornalismo
Música
Seix Barral, Ed.
Letras
editor da revista
Continente
Multicultural
(Recife)
fundador dos
grupos Premê e
Música Ligeira
173
Llosa
peruano
Giordano
Marisa Balthasar
Soares
Mariza Werneck
Martha Mamede
Batalha
48
1
pesquisadora
mestranda
USP
Literatura
82,89
2
professora
doutora
PUC-SP
Antropologia
11,14,45
3
jornalista
mestre
PUC-RJ
Literatura
Martín Kohan
45
1
professor,
romancista,
ensaísta e
contista
Sudamericana,
Simurg
USP
Literatura
Maurício Arruda
Mendonça
5
1
poeta,
dramaturgo e
tradutor
Sette Letras,
Iluminuras
Mauro Rosso
65
1
jornalista,
consultor
editorial e
professor
Máximo Augusto
C. Masson
88
1
professor
Menalton Braff
87
1
escritor
doutor
Letras
Universidade
Gama Filho
(RJ)
Jornalismo,
Literatura
UFRJ
Sociologia,
Educação
Planeta, Ed.S.M.
Letras
Michael Wrigley
60
1
professor
doutor
em preparação
Unicamp,
Universidade
da Califórnia
Michel Sleiman
53,89
2
professor
doutor
Diversas
USP
Michelle Strzoda
92
1
jornalista
doutorando
Edipucrs, Edicon,
USP
Palas Athena
Miguel Attie Filho
53
1
professor
74,78
2
professor
Milton Hatoum
26,28
2
professor,
escritor
Miriam
Chnaiderman
77
1
psicanalista,
ensaísta,
doutora
documentarista
Moacyr Novaes
64
1
professor
89
1
Letras
língua e literatura
árabe
Jornalismo
Miguel Chaia
Moacyr Scliar
Filosofia
PUC-SP
Ciências
Sociais
Companhia das
Letras
Universidade
Federal do
Amazonas
Letras
Brasiliense,
Escuta
USP, Instituto
Sedes
Sapientiae
Psicanálise
USP
Filosofia
doutor
doutor
Companhia das
Letras (autor de
mais de 30
obras)
escritor
Mônica Canejo
79
1
fotojornalista
Mônica Cristina
Corrêa
Nádia Battella
Gotlib
1,2,8,16,1
8,76
6
pesquisadora
doutoranda
51
1
professora
doutora
Nair Keiko Suzuki
80
1
jornalista
Narciso Lobo
86
1
jornalista e
professor
Filosofia
Editora Valer
membro do
Departamento de
Psicanálise do
instituto
Letras
Fotografia
Ática, Ed. Senac
coordenador do
Núcleo de
Estudos em Arte,
Mídia e Política
da pósgraduação em
Ciências Sociais
da PUC-SP;
editor da São
Paulo em
Perspectiva da
Fundação Seade
USP
Literatura
USP
Literatura
Gazeta
Mercantil
Jornalismo
Universidade
Federal do
Amazonas
Jornalismo
realiza trabalhos
com cultura
popular e
literatura
brasileira
editora-chefe
adjunta do jornal
Gazeta Mercantil
professor do
programa de
pós-graduação
em Sociedade e
Cultura na
174
Amazônia
Nelson Ascher
22,26,28
3
escritor, poeta
Editora 34
Companhia das
Letras, Edições
Ciência do
Acidente,
Relume Dumará
Nelson de Oliveira 13,14,36
3
escritor
Neusa Barbosa
8,10,17
3
jornalista e
crítica de
cinema
Neuza Paranhos
34
1
jornalista,
escritora
Editora Com-Arte
Loyola, Ed.
UFMG, Discurso
Editorial, Jorge
Zahar
Letras
Letras
Jornalismo,
Cinema
doutor
Jornalismo
Newton Bignotto
74
1
professor
Nilson Moulin
Louzada
39
1
tradutor,
escritor de
livros infantojuvenis
Educação
Ninho Moraes
76,8
2
jornalista e
cineasta
Jornalismo,
Cinema
Noemi Jaffe
19
1
professora
Oscar Cesarotto
45
1
psicanalista
Oswaldo Giacoia
Junior
37,88
2
professor
Oswaldo Martins
78
1
jornalista
Pablo Daniel
Andrada
74
1
jornalista,
escritor e
professor
USP
Jornalismo
UFF, Université
de Paris VIII
Literatura
Patrícia de Cia
92
1
jornalista,
tradutora
mestranda
Paula Glenadel
73
1
professora
pósdoutora
Paulo Betancur
83,86,89
3
escritor e
crítico literário
Paulo Bezerra
40
1
tradutor
Paulo Franchetti
38
1
professor
65
1
poeta, tradutor
e professor
Filosofia
Literatura
doutor
Paulo Henriques
Britto
Unicamp
Universidad de
la República
(Montevidéu)
crítico literário
e professor
professor
Psicanálise
UFF, Isat de
São Gonçalo
(RJ)
1
2
Literatura
doutorando
47
83,86
Iluminuras
Jorge Zahar, Ed.
Unicamp e
PubliFolha
Filosofia
Jornalismo
Pablo Rocca
Paulo Ghiraldelli
Jr.
USP, Colégio
Equipe
mestranda
livredocente
UFMG
ganhadora do
prêmio Nascente
(USP)
doutor
Diversas
sim/ não cita
Letras
Artes e Ofícios
Letras
Cosac & Naify
Edusp, Ateliê
Editorial
Letras
Unicamp
responsável pelo
programa de
documentação
em Literaturas
uruguaia e latinoamericana
Literatura
doutor
Manole, Vozes,
DPA
USP, PUC-SP
Filosofia
doutor
Civilização
Brasileira, Claro
Enigma,
Companhia das
Letras
PUC-RJ
Letras
dirige o Centro
de Estudos em
Filosofia
Americana
(Cefa) e é
coordenador da
Pós-graduação
da Faculdade de
Filosofia,
Ciências e Letras
de Ibitinga (Faibi)
175
Paulo Migliacci
63,65
2
tradutor
Letras
UFMG,
Universidade
de Edimburgo
Filosofia
UFPR, UFRJ
Filosofia
USP
Filosofia
Paulo Roberto
Margutti Pinto
60
1
professor
doutor
Pedro Costa
Rego
79
1
professor
doutor
Pedro Pimenta
79
1
tradutor
pósdoutorando
32
1
poeta e
professor
pós-doutor
PUC-SP
Comunicação
27,35
2
pesquisadora
mestranda
USP
Literatura
Philadelpho
Menezes
Priscila
Figueiredo
Rafael Cardoso
14
1
Rafaela Pires
84,88
2
Azougue
Editorial
sobrinho-neto
de Lúcio
Cardoso e
titular de sua
obra
jornalista
Raúl Antelo
17
1
ensaísta,
professor
Ravel Giordano
Paz
63
1
pesquisador
Régis Bonvicino
3,7,12,17,
22,26,43,4
4
8
poeta
33
1
jornalista
3
Renata
Albuquerque
Renata Dias
Edições Loyola
Letras
Jornalismo
doutor
doutorando
Diversas
UFSC
Literatura
Unicamp, USP
Literatura
Iluminuras,
Editora 34
Jornalismo
1
pesquisadora
Renato Pompeu
7
jornalista e
escritor
livros publicados
na Internet
Jornalismo,
Letras
Renzo Mora
44
1
publicitário
Lemos Editorial
Publicidade
Reynaldo
Damazio
2,5,6,14,1
8,24,36,37
,39,40,41,
43,46,48,5
0,51,53
17
jornalista
Reynaldo
Jiménez
45
1
poeta
Ricardo Amaral
Rego
68
1
médico e
psicoterapeuta
Ricardo Araújo
48
1
professor
71
1
jornalista
Ricardo Calil
76,85,87,9
0,93
5
jornalista
Ricardo Câmara
15
1
estudante de
Jornalismo
Ricardo Iannace
18
1
pesquisador
Ricardo Oliveros
82
1
curador e
produtor de
projetos
culturais
Ricardo Piglia
33
1
escritor
argentino
Ricardo Sabbag
62
1
jornalista
presidente da
Associação
brasileira de
literatura
comparada
Letras
4,5,6,7,8,9
,10
Ricardo
Bonalume Neto
bolsista Fapesp
mestranda
USP
Memorial da
América Latina
Diversas
mestre
Jornalismo
editor de
publicações do
Memorial e do
site Weblivros!
Letras
Instituto
Brasileiro de
Psicologia
Biodinâmica
UNB
Brasiliense,
Expressão e
Cultura
Literatura
Folha de S.
Paulo
Medicina,
Psicoterapia
Literatura
Jornalismo
repórter
Jornalismo
editor do portal
Ibest
UFMS
Jornalismo
USP
Literatura
Itaú Cultural
Artes
Plásticas
Iluminuras,
Companhia das
Letras
diretor do
instituto
coordena o
Grupo de Arte e
Moda da Galeria
Vermelho
Letras
Gazeta do
Povo
Jornalismo
co-editor do
Spam Zine
176
Rinaldo Gama
45,46,47,4
8,49,51,52
,53
8
professor,
jornalista
Roberto Causo
36
1
escritor
6,71,90
3
escritor
75,86
2
professor
doutor
88
1
professor
doutor
34,37
2
professor
doutor
Roberto de Sousa
Causo
Roberto
Hofmeister Pich
Roberto Romano
Roberto Ventura
sim/ não cita
PUC-SP,
Instituto
Moreira Salles
Editorial
Caminho, Grupo
Editorial Cone
Sul
Editora UFMG,
Devir, Ática
Perspectiva
Moderna,
Companhia das
Letras,
PubliFolha
Jornalismo
Letras
Letras
PUC-RS
Filosofia
Unicamp
Filosofia
USP
Literatura
Roberto Zular
52
1
Rodolfo Dantas
32
1
Rodrigo Faour
72
1
Rodrigo Garcia
Lopes
3,35,44,54
,84
5
jornalista,
poeta, escritor
e tradutor
Rodrigo Lacerda
3,4,6,8,21,
68
6
escritor e
tradutor
Rodrigo Naves
22
1
crítico de artes
plásticas
Rodrigues
47
1
ilustrador
Rolf Kuntz
85
1
jornalista e
professor
doutor
USP
Filosofia
Ronan Prigent
28
1
romancista,
adido de
cooperação
universitária
doutor
Consulado
Geral da
França em São
Paulo
Letras,
Diplomacia
Roney
Cytrynowicz
23
1
historiador
doutor
USP
História
Rosa Cohen
90
1
crítica de artes
plásticas,
cinema e
multimeios
doutora
USP
Comunicação
Rosa Gabriela de
Castro
5,19,26
3
artista plástica
mestranda
USP
79
1
jornalista
70
1
estudante
mestre
Unicamp
Literatura
16
1
pesquisadora
mestre
USP
Literatura
Rosa T. N. Paim
Rosana
Tokimatsu
Rosie Mehoudar
Ruy Affonso
70
1
pesquisador
doutorando
poeta,
professor
jornalista,
crítico e
pesquisador
musical
ator, diretor e
autor de teatro
doutor
USP
Literatura
mestrando
USP, Unip
Letras, Direito
sim/ não cita
doutor
Lamparina,
Iluminuras, 7
Letras
editor-executivo
dos Cadernos de
Literatura
Brasileira do
Instituto Moreira
Salles, colabora
com o programa
Metrópolis (TV
Cultura) e com o
suplemento
Mais!
membro do
Laboratório do
Manuscrito
Literário
(FFLCH-USP)
Jornalismo
Arizona State
University,
UFSC
Ateliê Editorial,
Nova Fronteira,
Cosac & Naify
Ática,
Companhia das
Letras
Jornalismo,
Letras
editor da revista
Coyote
Letras
Artes
plásticas
Desenho
Edusp, Scritta
Massao Ohno
assina sob o
pseudônimo de
Emmanuel
Tugny
Artes
Plásticas,
Filosofia
Jornalismo
Teatro
um dos
fundadores do
TBC (Teatro
Brasileiro de
Comédia) em
1948
177
Safa Abou Chahla
53
Jubran
1
professora
Salim Miguel
8
1
jornalista e
escritor
Salma Tannus
Muchail
81
1
professora
Samuel Leon
12,45,55
3
Sandra Nitrini
48
Saúl Sosnowski
Saulo Lemos
doutora
Vozes
USP
Jornalismo,
Literatura
Diversas
doutora
PUC-SP
1
escritor e
editor
professora
doutora
Hucitec, Edusp
39
1
professor
doutor
Diversas
66
1
jornalista
mestrando
Letras
língua e literatura
árabe
militante literário,
participa de
diversos grupos
em Santa
Catarina
Filosofia
Editoração
USP
Universidade
de Maryland
(EUA)
UFC
doutor
USP
Literatura
Letras
Jornalismo,
Literatura
Sergio Adorno
81
1
professor
Sociologia
Sergio Amaral
Silva
51,67,70,7
1,85
5
jornalista,
economista e
escritor
Sérgio Mauro
4,11,20,29
,40
5
professor
pós-doutor
Sérgio Medeiros
17,31,72,7
3
4
professor,
poeta, tradutor
e crítico
doutor
Sergio Villas Boas 37,85
2
jornalista,
escritor e
professor
Sidney Molina
70
1
professor
doutorando
USP, PUC-SP
Filosofia
Sílvia Maria
Azevedo
60
1
professora
doutora
UNESP de
Assis
Literatura
Silviano Santiago
78
1
escritor, poeta
e crítico
Simone Rossinetti
Rufinoni
8,34,50
3
professora
Jornalismo,
Literatura
Diversas
coordenador do
Núcleo de
Estudos da
Violência
vencedor do
prêmio Vladimir
Herzog de
Anistia e Direitos
Jumanos na
categoria
Literatura em
2002
Unesp
(Araraquara),
Literatura
Universidade
de Siena (Itália)
Iluminuras,
Perspectiva
UFSC
Summus, Rocco
Jornalismo
Rocco
doutoranda
32,35
2
cientista social
mestrando
Susana Kampff
Lages
24,36,39,5
6,72
5
professora,
pesquisadora
pósdoutoranda
Susana Scramim
36,38
2
professora
Suzana de Castro
Amaral
92
1
professora
Tanja Dückers
51
1
escritora alemã
Diversas
Tarso M. de Melo
26
2
escritor
Teixeira Coelho
3
1
professor
doutor
Alpharrabio
Iluminuras,
Geração
Editorial, Ateliê
Teresa de
Almeida
14,22
2
pesquisadora
doutora
Literatura
USP
Antropologia
Unicamp, USP
Letras
doutora
UFSC, USP
Literatura
doutora
UFRJ
Filosofia da
Educação
Universidade
Livre de Berlim
Literatura
Edusp,
Ateliê/Fapesp
editor do
textovivo.com.br,
vencedor do
Prêmio Jabuti
(1998)
membro do
quarteto de
violões
Quaternaglia
Letras
USP
Stélio Marras
Literatura
Letras
USP
Comunicação
USP,
Mackenzie
Letras
membro do
corpo editorial da
revista Sextafeira
vencedora do
prêmio Jabuti
co-editora de
Babel - revista
de poesia,
tradução e crítica
178
Teresa Montero
84
1
professora
Tereza de Arruda
39
1
curadora e
crítica de arte
Tessa Moura
Lacerda
65
1
Pesquisadora
Ubiratan Brasil
73
1
jornalista
Valêncio Xavier
38,47
2
escritor,
jornalista
Valéria De Marco
53
1
professora
doutora
Rocco
PUC-RJ
Literatura
História da
Arte
doutoranda
USP
Filosofia
O Estado de S.
Paulo
Jornalismo
repórter do
Caderno2
Letras,
Jornalismo
diretor de curtas
Companhia das
Letras, Ciências
do Ambiente
doutora
USP
Literatura
Centro Cultural
Jornalismo
Banco do Brasil
Valéria Lamego
51
1
jornalista
Record
Vera Albers
12
1
escritora
Perspectiva,
Editora 34
53
1
estudante
mestrando
79
1
professor
doutor
Vitor Angelo
76,82
2
jornalista e
cineasta
Jornalismo,
Cinema
Viviane Gueller
27
1
Jornalismo
Vladimir
Sacchetta
57
1
jornalista
jornalista,
produtor
cultural
Waldecy Tenório
64
1
professor
doutor
Walter Zingerevitz
25,65,81,8
4,89
5
professor
doutor
Wladimir Pomar
78
1
jornalista e
escritor
Yudith
Rosenbaum
12
1
psicóloga
Zahidé Lupinacci
Muzart
8
1
professora e
crítica literária
Zeljko Loparic
44
1
professor
Vicente de Arruda
Sampaio
Vinícius de
Figueiredo
Letras
Filosofia
Lido Editora
UFPR
Ed. Senca
Ateliê Editorial
Jornalismo
PUC-SP
Filosofia,
Literatura
SorbonneParisIV
Filosofia
Editora Unesp,
Xamã e Alfa
Omega
doutora
doutor
Filosofia
Jornalismo
Edusp/Imago
USP
Psicologia,
Literatura
Ed. UFSC
UFSC
Literatura
Papirus, Educ,
Unicamp, PUCSP
Filosofia,
Psicologia
editora da revista
Veredas, do
Centro Cultural
Banco do Brasil
179
ANEXO 5
Quadro de instituições (colaboradores)
Anglo Vestibulares
1
PUC-RJ
PUC-RS
Arizona State
University
1
Cásper Líbero
1
Revista USP
Centro Cultural Banco
do Brasil
1
Sorbonne-ParisIV
Colégio Equipe
Colégio Logos
1
1
Columbia University
(Nova York)
2
1
Consulado Geral da
França em São Paulo
2
École des Hautes
Études em Sciences
Sociales
Ed. Ática
Editora Abril
Faap
FGV-SP
TV Globo
UEL (Londrina)
UERGS
UERJ
UFC
Consejo Nacional de
Investigaciones
Científicas da
Argentina (CONICET)
Continente Multicultural
PUC-SP
UFF
UFMG
UFMS
1
1
UFPA
UFPB
UFPR
UFRJ
UFSC
1
1
1
1
Folha de S. Paulo/
Agora S. Paulo
7
Folha do Povo (MS)
Gazeta Mercantil
1
2
1
Georgetown University
(Washington - EUA)
1
Instituto Brasileiro de
Psicologia Biodinâmica
1
Instituto Moreira Salles
1
Instituto Sedes
Sapientiae
2
Isat de São Gonçalo
(RJ)
1
Itaú Cultural
Mackenzie
1
1
Memorial da América
Latina
2
New York University
UFSCar
UMESP
UNB
Unesp
Unicamp
6
1
21
2
1
2
1
1
4
3
2
6
2
2
1
5
14
8
1
1
3
5
17
Universidade de
Helsinki (Finlândia)
1
Universidade de
Leipzig
1
Universidade de Madri
Universidade de Mainz
1
1
Universidade de
Maryland (EUA)
1
Universidade de Nova
Lisboa
1
Universidade de Nova
york
1
Sorbonne
Universidade de Roma
3
1
Universidade de São
Petersburgo
1
Universidade de Siena
(Itália)
1
Universidade de Tokyo
1
Universidade de
Utrecht
1
Universidade de
Weimar (Alemanha)
1
Universidade de Yale
2
Universidade de
Zurique (Suíça)
1
Universidade do País
Basco
1
Universidade Federal
de Juiz de Fora
2
Universidade Federal
do Amazonas
2
Universidade Gama
Filho (RJ)
1
Unicentro Newton
Paiva
1
UniCEUB
Unip
1
1
2
1
1
Universidad Autónoma
de México
2
1
Universidad de la
República
(Montevidéu)
Universidade
Gregoriana de Roma
1
Universidade Livre de
Berlim
4
Universidad
Iberoamericana
1
1
Universidade da
Califórnia
Universidade Michel de
Montaigne (Bordeaux
3)
1
1
1
Universidade da
Pensilvânia (EUA)
Universidade Nacional
da Patagônia
1
1
4
Universidade de
Barcelona
Universidade Nacional
de General Sarmiento
1
Universidade Rosario
1
Oklahoma State
University
1
Universidade de
Buenos Aires
2
Universidade São
Marcos
1
Pinacoteca do Estado
de SP
1
Universidade de
Edimburgo
1
Pontifícia Universidade
Lateranense de Roma
1
Universidade de Essex
(Inglaterra)
1
PUC-Campinas
3
Universidade de
Freiburg (Alemanha)
1
Gazeta do Povo
O Estado de S. Paulo/
Jornal da Tarde
Unicid
UNIFAI
Unimep
Universität Münster
USP
1
114
180
ANEXO 6
Perfil dos colunistas
Alexandre Agabiti Fernandez – jornalista, doutor em Cinema pela Universidade de Paris III –
Sorbonne Nouvelle.
Cláudio Giordano – bibliógrafo, editor e tradutor, concebeu e dirige a Oficina do Livro Rubens
Borba de Moraes.
Cláudio Willer – poeta, autor de Anotações para um apocalipse (Massao Ohno), Jardins da
provocação (Massao Ohno/ Roswitha Kempf) e Volta (Iluminuras); é ensaísta e tradutor, tendo
organizado e traduzido Leautréamont – obra completa (Iluminuras).
João Alexandre Barbosa – crítico literário, ensaísta e professor de teoria literária e literatura
comparada da USP, é autor de As ilusões da modernidade (Perspectiva), A imitação da forma e
Opus 60 (ambos pela Duas Cidades), A leitura do intervalo (Iluminuras), Folha explica João
Cabral de Melo Neto (Publifolha), A biblioteca imaginária, Entre livros e Alguma crítica (Ateliê
Editorial). Foi presidente da Edusp, diretor da FFLCH e pró-reitor da USP.
Luís César Oliva – doutor em filosofia pela USP, pesquisador do Grupo de Estudos
Espinosanos, publicou artigos nas revistas Kriterion, da UFMG, e Cadernos de História e
Filosofia da Ciência, da Unicamp.
Pasquale Cipro Neto – professor do Sistema Anglo de Ensino, idealizador e apresentador do
programa Nossa língua portuguesa, da TV Cultura, autor da coluna Ao pé da letra, do Diário do
Grande ABC e de O Globo, consultor e colunista da Folha de S. Paulo.
Renato Janine Ribeiro – professor titular de Ética e Filosofia Política na USP, autor, dentre
outros livros, de A sociedade contra o social (Companhia das Letras), Ao leitor sem medo
(esgotado) e A universidade e a vida atual (Campus).
Roberto Romano – professor titular de Ética e Filosofia Política da Unicamp, autor de vários
livros, como O caldeirão de Medeia (Perspectiva), Moral e ciência: a monstruosidade no século
XVIII (Senac) e Silêncio e ruído: a sátira em Denis Diderot (Ed. Unicamp).
181
ANEXO 7
Mapeamento de Cult
Edição
Notas
Evento
Entrevista
Diálogo
Literário
1
Xxx
Colóquio discute papel do poeta
Blaise Cendrars no modernismo
brasileiro
Décio de Almeida Prado fala de sua
experiência no jornalismo cultural
2
Xxx
Seminário resgata experiência
do poeta italiano Ungaretti no
Brasil
O crítico Boris Schnaiderman
comenta seu livro sobre a
cultura russa atual
O romancista Cristóvão Tezza
analisa a trajetória de Sérgio
Sant'Anna
xxx
Antropologia
O poeta Heitor Ferraz analisa livro
de poesia brasileira lançado nos
EUA
Trechos inéditos em português da
"autobiografia" de Norberto Bobbio
Fábio Lucas escreve sobre os
xxx
primeiros leitores de Kafka no Brasil
O cenário kafkiano de praga
Uma viagem pela Lisboa de
Fernando Pessoa e José
Saramago
Biografias de Che Guevara afirmam Ensaio de George Steiner
permanência do ícone revolucionário disseca o "guia literário da
bíblia"
Pasquale Cipro Neto satiriza a mania Uma conjugação verbal que
brasileira de "macaquear"
provoca muita confusão
americanos
O editor Cláudio Giordano resgata
Cláudio Giordano evoca a
preciosidades do passado editorial
beleza sutil da figura feminina
nos anúncios antigos
Resultados do prêmio Nestlé
xxx
revelam caráter comercial do
concurso
ABL faz Cem Anos sem ter
xxx
conseguido resistir aos apelos do
poder
Tricentenário de Vieira evoca gênio Biografia de Dostoiévski renova
barroco perseguido pela inquisição
leituras do mestre russo
xxx
Livro de Davi Arrigucci Jr.
Interpreta Manuel Bandeira e
Murilo Mendes ensaios de
Lezamma Lima propõem
decodificação literária do
mundo
xxx
Documenta de Kassel explora
reflexos da política sobre a arte
livros trazem ensaios de
Clement Greenberg, maior
crítico americano
xxx
Rio de Janeiro recebe mais
importante acontecimento
editorial do ano
xxx
xxx
Poesia
xxx
Internacional
Ensaio
Turismo
Literário
Capa
Na ponta da
língua
Memória em
revista
Crítica
História
Dossiê
Poéticas
Arte
Bienal do livro
xxx
3
Xxx
O filósofo Gilles Lipovetsky vem ao
Brasil para discutir pós-modernidade
Jabor lança coletânea de suas
crônicas e fala sobre o poder da
palavra
Rodrigo Lacerda resenha os dois
novos livros de Rubem Fonseca
Xxx
O poeta Rodrigo Garcia Lopes
escreve sobre William Burroughs
Leonor Amarante faz um passeio
pela Paris da geração beat
O escritor Ferreira Gullar dá
depoimento ao poeta Heitor Ferraz
O professor Pasquale aborda
problemas de conjugação verbal
Cláudio Giordano relembra anúncios
antigos que "escondiam" o produto
Xxx
Xxx
Há 50 anos surgia o grupo 47, marco
da literatura alemã do pós-guerra
Xxx
Xxx
Xxx
Teixeira Coelho analisa livro do
pensador Gilbert Durand
Régis Bonvicino traduz poemas
inéditos do norte-americano Charles
Bernstein
182
Edição
Notas
Evento
Entrevista
Diálogo
Literário
Internacional
Ensaio
Turismo
literário
4
xxx
Os oitenta anos da revolução russa
são tema de encontro internacional
O poeta e compositor Arnaldo
Antunes fala de seu novo livro de
poemas
O poeta Melo e Castro comenta
livro sobre o barroco da ensaísta
portuguesa Ana Hatherly
O melhor da literatura e do
ensaísmo brasileiro chega aos
Estados Unidos
xxx
5
xxx
xxx
6
xxx
xxx
Nadine Gordimer, prêmio
nobel de 91, fala de literatura e
política
Maurício Arruda Mendonça
desvenda a antropofagia de
Ademir Assunção
xxx
Rosângela Rennó fala sobre livro que
registra sua obra fotográfica
J.Guinsburg refaz o percurso
da língua ídiche no Brasil
Um passeio pela Londres de
Dickens
xxx
xxx
Novo romance de João Ubaldo Ribeiro
é uma fantasia geográfica
História do novo mundo é narrativa
romanesca da descoberta da América
Um panorama da ficção científica
produzida por escritores brasileiros
xxx
xxx
Capa
Conheça uppsala, cidade da Suécia
que encantou o filósofo Michel
Foucault
xxx
História
xxx
Xxx
Dossiê
Aos Cem anos do fim de Canudos,
a CULT traz a história das guerras
na literatura brasileira
Arte
Bienal de Veneza de 97 é marcada
por impasse estético e político
Internet
Ficção
Renato Pompeu navega por um site
que disseca a obra de James Joyce
"Brás, bexiga e barra funda" traz a
São Paulo de Alcântara Machado
xxx
Vinte anos depois de sua
morte, Clarice Lispector
permanece como a maior
escritora brasileira
Livros de Tunga e Leonilson
marcam estréia da editora
Cosac & Naify
Xxx
Biografia
xxx
Poesia
xxx
Joyceanas 1
xxx
Fotografia
xxx
Turismo
xxx
Renato Pompeu inicia série
sobre a tradução de "finnegans
wake"
Livro traz o trabalho da
retratista Madalena Schwartz
Xxx
Joyceanas 2
xxx
Xxx
Romance
xxx
Xxx
Memória em
Revista
Conheça o romance “a carne de
Jesus”, excomungado em 1910 na
Bahia
O professor Pasquale explica o que
é o pretérito “mais-1ue-perfeito”
Publicações celebram espírito
natalino
A Amsterdã labiríntica que inspirou o
escritor Albert Camus
Renato Pompeu continua sua série sobre
a tradução de finnegans wake
Recepção de Cidade de Deus, de Paulo
Lins, expõe contradições da crítica
O Corvo, de Poe, em tradução feita no
início do século por Emílio de Menezes
O professor Pasquale continua
explicando o emprego do
pretérito “mais-1ue-perfeito”
O professor Pasquale critica
preconceitos mascarados pelo rigor
gramatical
Modernismo
Na ponta da
Língua
xxx
xxx
xxx
Xxx
xxx
Lançamentos marcam novo
boom da literatura latinoamericana
Livro mostra que a política
marcou vida da pensadora
Hannah Arendt
Xxx
xxx
Sai no Brasil a autobiografia do
dramaturgo alemão Heiner Müller
Conheça a obra de quatro novos
talentos da poesia brasileira
xxx
xxx
183
Edição
Notas
Evento
7
Xxx
Xxx
Entrevista
Duda Machado comenta seu novo
livro, Margens de uma Onda
Poesia
Fábio Lucas analisa Magma, único
livro de poemas de Guimarães Rosa
Régis Bonvicino traduz poemas do
norte-americano Michael Palmer
O livro de arte é um devaneio pela
história da pintura e da escultura
Bienal de Johannesburgo reflete
contradições da globalização
Um passeio pelas tavernas e
moinhos da mancha, a terra de Dom
Quixote
Centenário de Brecht propicia
revisão de seu legado estético
Arte
Turismo
Literário
Capa
Memória em
revista
Joyceanas 3
Na ponta da
língua
Biografia
Dossiê
Joyceanas 4
Do Leitor
Biblioteca
imaginária
Romance
Joyceanas 5
Homenagem
Edição
Notas
Evento
Entrevista
Revistas dos anos 20 exploravam
licenciosidade e excessos do
carnaval
Renato Pompeu mostra a “dupla
fundação de Dublim” nas páginas
do Finnegans Wake, de James
Joyce
O professor Pasquale discute a
expressão “como sói acontecer”
8
Xxx
Brasil é o convidado de honra
do salão do livro de Paris
A crítica de teatro Bárbara
Heliodora comenta seu novo
livro, Falando de Shakespeare
xxx
9
Xxx
xxx
O Brasil começa a conhecer a
obra do pintor argentino Xul
Solar
xxx
O ensaísta Eliot Weinberger
viaja pelo paraíso gelado da
Islândia
Michael Tournier fala sobre
seus livros, que recriam mitos
literários
O ilustrador Belmonte, que
emprestou sua arte às revistas
dos anos 20
Xxx
Conheça o hotel algonquin, reduto de
intelectuais americanos nos anos 20
Nelson Ascher fala de seu livro Poesia
Alheia e dos prazeres da tradução
Sai no Brasil coletânea do poeta norteamericano Robert Creeley
A Bienal do livro de São Paulo se
consolida como uma feira de consumo
Anuário brasileiro de literatura de 37
reflete vida literária dos anos 30
xxx
O professor Pasquale explica o Xxx
emprego da expressão “vale a
pena”
A vida intelectual e afetiva do crítico xxx
xxx
Edmund Wilson
Proximidade entre loucura e
Há cem anos morria Cruz e
A obra múltipla de Emilio Villa, um dos
imaginação marca a criação poética Sousa, o poeta simbolista
maiores poetas italianos do século
e a reflexão filosófica da
negro que foi um precursor do
modernidade
modernismo brasileiro
Xxx
Renato Pompeu leva o leitor à xxx
taverna inventada por Joyce no
Finnegans Wake
Xxx
Nova seção dá espaço a cartas Excepcionalmente, a sessão na ponta da
e e-mails dos leitores da CULT língua, do prof. Pasquale Cipro Neto,
não será publicada nesta edição
Xxx
xxx
O crítico João Alexandre Barbosa
estréia sua coluna falando de Kafka
xxx
xxx
Cristóvão Tezza lança o romance breve
espaço entre a cor e sombra
xxx
xxx
As vozes do trovão nas muitas línguas
do Finnegans Wake
Xxx
Xxx
Oscar Wilde é a mais recente moda
literária na Inglaterra
Stephen Fry vive escritor Irlandês no
filme Wilde, de Brian Gilbert
10
Xxx
“Veículo da poesia” reúne revistas
internacionais de criação poética
O escritor Bernardo Carvalho lança
o romance Teatro, seu quarto livro
11
Xxx
xxx
12
Xxx
xxx
O dramaturgo Dias Gomes fala
sobre sua autobiografia
A escritora Hilda Hilst fala de seu
novo livro, que reúne crônicas de
184
Turismo
Literário
Shandy Hall, a casa medieval do
escritor irlandês Laurence Sterne
Biblioteca
imaginária
João Alexandre Barbosa fala da
crise da crítica literária no fim do
século
Fermat’s enigma conta a epopéia do xxx
teorema que desafiou matemáticos
Fotos inéditas de escritores
xxx
brasileiros no acervo do jornal
última hora
Ilustrações do artista Belmonte
Uma crônica do escritor
Monteiro Lobato sobre o
futebol
Sai no Brasil livro que conta a vida xxx
do crítico russo Mikhail Bakhtin
Último artigo da série analisa a
xxx
importância de Finnegan’s Wake
Pasquale Cipro Neto comenta
As confusões no uso da palavra
estrutura de uma composição de
“onde”
Chico Buarque
A poesia em prosa de Marcelo
Há cem anos nascia García
Rollemberg
Lorca
Debate sobre o barroco provoca
Futebol na prosa, na poesia e na
divergências entre os críticos
crônica esportiva brasileira
Ciência
Capa
Memória em
revista
Biografia
Joyceanas 6
Na ponta da
língua
Poesia
Dossiê
A Brasília utópica de Clarice
Lispector e do crítico Mário
Pedrosa
João Alexandre Barbosa analisa
a “raridade” da poesia atual
Testemunho
Xxx
Prosa
Xxx
Literatura
italiana
Xxx
Ensaio
Xxx
Revistas
Xxx
“Fragmentos” traz depoimentos
sobre infância em campo de
concentração
O poeta Fernando Paixão
analisa duas novelas de Mário
de Sá-carneiro
Os duzentos anos de
nascimento do poeta Giacomo
Leopardi
Um panorama das diferentes
correntes da crítica literária
Xxx
Resenha
Xxx
Xxx
Fotografia
Xxx
Xxx
Policial
Xxx
Xxx
Cinema
Xxx
Xxx
Leituras CULT
Xxx
Xxx
Homenagem
Xxx
Xxx
Criação
Xxx
Xxx
Fortuna crítica
Xxx
Xxx
jornal
Conheça Islã Negra, refúgio do poeta
chileno Pablo Neruda
João Alexandre Barbosa desvenda
nexos insuspeitados entre Marx e o
Dadaísmo
Crônica de 1922 mostra que a
“cartolagem” no futebol vem de longe
Pasquale Carpo Neto critica o “rococó
lingüístico”
Rente, de João Bandeira, revisita o
concretismo
Uma homenagem aos 80 anos de
Antonio Candido, maior crítico
literário brasileiro
xxx
xxx
xxx
xxx
A lista dos periódicos que
participaram do evento “O Veículo da
Poesia”
Mora Fuentes comenta as crônicas de
Hilda Hilst
Fotógrafa Argentina Sara Facio
registra escritores do boom latinoamericano
A pulp fiction brasileira, de Pagu a
Tony Bellotto
Régis Bonvicino Faz releitura poética
de O Bandido da Luz Vermelha,
lançado há 30 anos
As melhores novidades do mercado
editorial
Há 50 anos morria o escritor Monteiro
Lobato
Nova seção traz Parque Dom Pedro,
conto de Vera Albers
Ivan Teixeira inicia série sobre a
crítica literária
185
Edição
Notas
Entrevista
Biblioteca
imaginária
Na ponta da
língua
Turismo
literário
Capa/
Entrevista
Capa/ Ensaio
Leituras CULT
Memória em
revista
13
Xxx
O escritor Teixeira Coelho fala de
As fúrias da mente, seu novo
romance
João Alexandre Barbosa reflete
sobre a obra do escritor Ítalo
Calvino
O professor Pasquale flagra um ato
falho premonitório de Dunga, o
capitão da seleção
A São Petersburgo do poeta Josif
Bródski
Haroldo de Campos fala sobre
Crisantempo, livro e CD lançados
pela Perspectiva
O crítico J. Guinsburg disseca a
relação de Haroldo de Campos com
o teatro
Confira os destaques entre os
lançamentos do mercado editorial
Do leitor
Uma crônica de Gustavo Barroso
publicada em 1931 no livro
Mulheres de Paris
No segundo ensaio da série, o
crítico Ivan Teixeira analisa o
formalismo russo
Livros de viagem resgata os relatos
sobre o Brasil do século XIX
Seis poemas do escritor Ruy
Proença
Sai no Brasil a obra completa de
Lautréamont
Nelson de Oliveira escreve sobre o
escritor Campos de Carvalho, morto
este ano
Biografia e livro de ensaios
literários renova leitura da obra de
Albert Camus
O recado dos leitores de CULT
Capa/ Resenha
xxx
Literatura
Argentina
Fortuna Crítica
3
xxx
Poesia Italiana
xxx
Contos
xxx
Crítica
Xxx
Fortuna Crítica
2
História
Criação
Literatura
Francesa
Homenagem
Dossiê
xxx
14
Xxx
xxx
15
Xxx
Manoel de Barros relança Arranjos
para Assobio e fala de sua obra poética
Capítulo de Dom Casmurro
revela diferentes concepções da
poesia em Machado de Assis
Palavras corriqueiras têm
significados originais
totalmente inesperados
A Buenos Aires fantástica de
Piglia, Borges, Cortazar,
Ernesto Sábato e Roberto Arlt
O escritor Ricardo Piglia fala
de Dinheiro queimado, seu
romance mais recente
Livros do escritor argentino são
percorridos pela idéia de utopia
João Alexandre Barbosa revisita a
trajetória do intelectual mexicano
Alfonso Reyes
Expressão como “vou estar enviando”
viram praga lingüística
Os destaques entre os
lançamentos do mercado
editorial
A polêmica questão dos direitos
autorais é discutida em crônica
de 1922
xxx
Os destaques entre os lançamentos de
livros
xxx
xxx
Um conto em estilo Noir de
Sergio Vilas Boas
xxx
Seis poemas de Donizete Galvão
xxx
xxx
Diário de Viagem de Kafka é um
roteiro por cidades européias
xxx
xxx
Conheça alguns dos fantasmas que
assombram as crianças desde os anos
20
xxx
xxx
Os 30 anos da morte do escritor xxx
Lúcio Cardoso
Cartas, fax e e-mails dos
leitores da CULT
Novo romance de Piglia
transforma assalto a banco em
parábola da redenção
Una Magia Modesta reúne os
novos contos de Bioy Casares
Terceiro ensaio da série discute
o New Criticism de Eliot e
Empson
Antologia bilíngüe apresenta o
poeta Cesare Ruffato ao
público brasileiro
Afogado, do dominicano Junot
Díaz, registra dramas de
comunidades que vivem à sobra
dos EUA
xxx
Cartas, fax e e-mails dos leitores da
CULT
xxx
xxx
xxx
xxx
xxx
Em Espelho crítico reúne ensaios de
Robert Alter sobre Cervantes, Stendhal
186
Ensaio
Xxx
Xxx
Fortuna Crítica
4
Poesia
Xxx
Xxx
Xxx
Xxx
Capa/ Dossiê
Xxx
Xxx
Edição
Notas
Entrevista
16
Xxx
Vik Muniz fala de seus ilusionismo
da representação
Biblioteca
imaginária
Lista das melhores obras em língua
inglesa abre debate sobre o cânone
do século
As inquietantes e polêmicas flexões
do infinitivo verbal
Na ponta da
língua
Crítica
Nos 50 anos de Israel, J. Guinsburg
analisa a literatura hebraica
contemporânea
Criação
Conto de Lizete Mercadante
Machado
Ensaio
A segunda parte do texto de João
Alexandre Barbosa sobre
Conhecimento Proibido, do crítico
Roger Shattuck
Leituras CULT Os destaques entre os lançamentos de
livros
Memória em
Excertos de O Brasil Continua...,
revista
livro de Álvaro Moreira publicado
em 1933
Fortuna Crítica Quinto ensaio da série discute o
5
desconstrutivismo
Turismo
A região da Provença, berço do
literário
trovadorismo francês
Capa/ Dossiê
Cem anos sem Stéphane Mallarmé,
homenageado por Manuel Bandeira
em texto de 1942
Do Leitor
Cartas, fax e e-mails dos leitores da
CULT
Capa/
Xxx
Entrevista
Capa/ Ensaio
Xxx
Capa/ Resenha Xxx
Cinema
xxx
e Nabokov
A primeira parte do texto de João
Alexandre Barbosa sobre
Conhecimento Proibido do crítico
Roger Shattuck
Quarto ensaio da série discute o
estruturalismo
Matéria e Paisagem reúne a obra
recente do poeta Júlio Castañon
Guimarães
Tudo sobre a Bienal de São Paulo, que
começa este mês no Parque do
Ibirapuera
17
Xxx
O poeta e ensaísta Augusto de
Campos fala sobre seu novo
livro, Música de Invenção
João Alexandre Barbosa analisa
o Diário de um Escritor, de
Dostoievski
O professor Pasquale mostra o
emprego indiscriminado do
termo “você”
Xxx
18
Xxx
Yves Bonnefoy, cuja obra completa
acaba de ser editada no Brasil, fala
sobre sua poesia
A história de um encontro marcado
pela paixão pelas palavras
Seis poemas de Antonio Moura
Xxx
Conto de Ronaldo Bressane se inspira
em música de Lupiscínio Rodrigues
O escritor peruano Mario Vargas Llosa
escreve sobre o romance de cavalaria
Tirant lo Blanc
Os destaques entre os
lançamentos de livros
Um conto de Natal de 1910
publicado na revista Fon-Fon
Os destaques entre os lançamentos do
mercado editorial
O apelo insólito de um poeta nas
páginas de um livro de 1924
Expressões redundantes que
impregnam a linguagem coloquial
Ensaio sobre o New Historicism
encerra a série
Xxx
Xxx
Cartas, fax e e-mails dos
leitores da CULT
Uma conversa de José
Saramago, primeiro Nobel da
literatura portuguesa, com o
poeta Horácio Costa
Em texto inédito no Brasil,
Saramago contesta distinção
entre autor e narrador
O jornalista Adriano Schwartz
analisa José Saramago – O
Período Formativo, de Horácio
Costa
Amor & Cia. Leva para as telas
obra póstumas de Eça de
Cartas, fax e e-mails dos leitores da
CULT
187
Queiroz
Obra de Roldan-Roldan oscila
entre o sagrado e o erótico
Saiba o que são os Estudos
Culturais, principal tendência
da crítica contemporânea
Poesia
Xxx
Dossiê
Xxx
Contos
Xxx
Xxx
Arte
Xxx
Xxx
Edição
Notas
Entrevista
19
Xxx
Um depoimento da roteirista Suso
Cecchi d’Amico, a “romancista” do
cinema italiano
Biblioteca
imaginária
O ensaísta João Alexandre Barbosa
discute as relações da cultura com o
mercado e a sociedade de massa
Nomes das empresas “Telefônica”
e “Petrobrás” violam ortografia e
provocam reação de fervor cívico
Na ponta da
língua
Turismo
literário
Leituras
CULT
Memória em
revista
Poesia
Berlim sobrevive às guerras do
século nas obras de Fontane,
Döblin e Günter Grass
Os destaques entre os lançamentos
do mercado editorial
Conheça a revista luso-brasileira
Atlântico, editada no Brasil dos
anos 40
Inéditos e dispersos traz as obras
do período de formação da
escritora Ana Cristina César
Criação
Oitos poemas de José Guilherme
Rodrigues Ferreira
Arte
Biografia e livro com reprodução
inédita de quadro da pintora Tarsila
do Amaral homenageiam dama
modernista
Livros do jornalista Eduardo Bueno
trazem visão anti-ufanista das
viagens de descobrimento do Brasil
Resumo de Ana traz duas histórias
escritas pelo contista e ensaísta
Modesto Carone, tradutor de Kafka
no Brasil
CULT homenageia o escritor
catalão Joan Brossa, maior nome da
poesia visual, morto recentemente
em Barcelona
Cartas, fax e e-mails dos leitores
CULT
Xxx
História
Ficção
Dossiê
Do Leitor
Capa
Críticos e escritores comentam a
biografia, a reedição da obra e a
fotobiografia do poeta português
Fernando Pessoa
Leia resenhas dos livros que estão
renovando o gênero no Brasil
Revista do MAM é novo espaço para
as artes plásticas contemporâneas
20
Xxx
Valêncio Xavier, o autor de O
mez da grippe, fala de seu novo
livro, Meu 7º dia – Uma
novella-rébus
O ensaísta João Alexandre
Barbosa analisa os Cahiers do
poeta francês Paul Valéry
Prefixos que indicam negação –
como "des-", "a-" e "an-" –
provocam confusões na
linguagem cotidiana
Uma viagem ao México em
companhia do escritor gaúcho
Érico Veríssimo
21
Xxx
O filósofo italiano Antonio Negri fala de
sua experiência na prisão
Um caso curioso de “censura de
capa” na editora de Monteiro
Lobato
Um ensaio de Leda Tenório da
Motta sobre Francis Ponge e
traduções inéditas do poeta
francês nascido há cem anos
Leia os minicontos que
compõem o Fabulário de
Cláudio Daniel
Xxx
Conheça a revista Vamos Ler!, editada
no Rio de Janeiro nos anos 30
João Alexandre Barbosa escreve sobre
as leituras do Dom Quixote, de Miguel
de Cervantes
O professor Pasquale explora o
pantanoso “território crasístico”
Um passeio pelos cafés de Viena com
Freud, Stefan Zweig e Wittgenstein
Cláudio Willer analisa a antologia Esses
poetas, de Heloisa Buarque de Hollanda
Poemas de Barrocidade, do escritor
Amador Ribeiro Neto da Paraíba
Xxx
Xxx
Depoimentos e livros de
intelectuais russos mostram as
tendências da cultura russa
contemporânea
Cartas, fax e e-mails dos
leitores CULT
Lançamentos de Umberto Eco
no Brasil, nos EUA e na Itália
reafirmam seu papel de maior
pensador contemporâneo
Tudo sobre o I Salão Internacional do
Livro de São Paulo e a IX Bienal
Internacional do Livro do Rio de Janeiro
Cartas, fax e e-mails dos leitores CULT
188
Romance
Xxx
Xxx
Cristóvão Tezza comenta o novo livro
do romancista e Jornalista Bernardo
Ajzenberg
Rodrigo Lacerda resenha o romance de
estréia de Luís Antônio Giron
Edição
Notas
Entrevista
22
Xxx
Aos 80 anos, a poeta Dora Ferreira
da Silva fala de sua trajetória
literária
João Alexandre Barbosa analisa a
recepção crítica do Dom Quixote
no Brasil
O professor Pasquale discute erro
cometido pela CULT
23
Xxx
xxx
24
Xxx
Pedro Bial fala da experiência de levar
Guimarães Rosa para as telas de cinema
O cosmopolitismo de José
Veríssimo, o formador do
cânone literário brasileiro
Diferenças entre regências de
verbos em Brasil e Portugal
João Alexandre Barbosa escreve sobre
os cem anos de Dom Casmurro
Um panorama da vida e da obra do
escritor Julien Green, morto ano
passado
O poeta Régis Bonvicino escreve
sobre a Poesia completa de Raul
Bopp
Sete histórias sobre o
desbravamento do oeste do Estado
de São Paulo
Luís Antônio Giron responde às
críticas de Rodrigo Lacerda a seu
romance
Seção de inéditos estréia na CULT
com poemas de Nelson Ascher
xxx
A expressão “está na hora da onça beber
água” traz diferença entre linguagens
oral e formal
xxx
xxx
xxx
Onze poema de Antonio
Geraldo Figueiredo Ferreira
xxx
xxx
xxx
Biblioteca
imaginária
Na ponta da
língua
Ensaio
Literatura
Brasileira
Criação
Réplica
Gaveta de
Guardados
Turismo
literário
Memória em
revista
Fotografia
Leituras
CULT
Dossiê
Do leitor
Capa/
Entrevista
Capa/ Ensaio
Literatura
Italiana
Polêmica
Seção de inéditos traz seis
poemas do escritor e editor
Fernando Paixão
A luz mediterrânea da villa San
O Portugal provinciano e
Michelle, na Ilha de Capri
autêntico do romancista Eça de
Queiroz
Imagens de escritores brasileiros na Revista Panorama veiculava
revista Sombra editada nos anos 40 doutrinas do movimento
e 50
integralista nos anos 30
Leia poema de Haroldo de Campos xxx
sobre o trabalho do fotógrafo
Bruno Giovannetti
Os destaques entre os mais recentes xxx
lançamentos do mercado editorial
CULT homenageia o poeta José
Literatura de testemunho
Paulo Paes, morto no ano passado, redimensiona relação entre
com entrevista inédita e
literatura e realidade a partir de
depoimentos de Davi Arrigucci Jr., relatos dos sobreviventes de
Izidoro Blikstein, Fernando Paixão campos de concentração
e Rodrigo Naves
Cartas, fax e e-mails dos leitores
Cartas, fax e e-mails dos
CULT
leitores CULT
Xxx
Um depoimento de Lygia
Fagundes Telles sobre sua obra
e seus engajamentos literários
Xxx
O crítico Fábio Lucas escreve
sobre a ficção de Lygia
Fagundes Telles
xxx
Contos de Casamentos bem
arranjados são Aleph literário
de Carlos Emilio Gadda
Xxx
Tréplica de Rodrigo Lacerda e
Um conto inédito do poeta e tradutor
Paulo Henriques Britto
A Moscou do Flâneur Walter Benjamin
A sociedade baiana dos anos 20 nas
páginas da revista A Luva, de Salvador
xxx
CULT destaca alguns dos melhores
lançamentos do mercado editorial
xxx
Cartas, fax e e-mails dos leitores CULT
xxx
xxx
xxx
xxx
189
resposta de Luís Antônio Giron
encerram polêmica sobre
Ensaio de ponto
Centro Cultural Murilo Mendes xxx
expõe acervo pessoal do poeta
Xxx
CULT publica primeiro ensaio do ciclo
de conferências do Itaú Cultural
Memória
xxx
Rumos da
Leitura e
Crítica
Poesia 1
Xxx
Xxx
Xxx
Poesia 2
Xxx
Xxx
Poesia 3
Xxx
Xxx
Filosofia
Xxx
Xxx
Edição
Notas
Entrevista
25
Xxx
O poeta Régis Bonvicino fala de
Céu-eclipse, livro que será lançado
neste mês
O filósofo Gerd Bornheim discute o
contexto histórico e estético do
surgimento da crítica
Os novos livros de ensaios dos
críticos João Alexandre Barbosa e
Fábio Lucas
Uma antologia de alguns dos
melhores poemas recebidos pela
CULT durante o primeiro ano da
seção “Criação”
CULT destaca os melhores
lançamentos do mercado editorial
Nove poemas inéditos do escritor
português E.M. de Melo e Castro
26
Xxx
O poeta Horácio Costa fala de
Quadragésimo, seu novo livro
de poemas
O filósofo Benedito Nunes faz
um panorama da crítica literária
no Brasil
xxx
Rumos
Literatura e
Crítica
Teoria
Literária
Criação
Leituras
Gaveta de
Guardados
Turismo
Literário
Na Ponta da
Língua
Memória em
Revista
Dossiê
Biblioteca
Imaginária
Do Leitor
Poesia &
Ensaio
Os itinerários do escritor alemão
Thomas Mann
Conheça um uso incomum, porém
muito literário, do verbo “esquecer”
Uma reportagem sobre Rachel de
Queiroz nas páginas da revista
Coração, de 1949
Lançamento das Obras completas
marca centenário de nascimento do
escritor argentino Jorge Luis
Borges
Leituras ininterruptas de Dom
Quixote marcaram as ficções
borgianas
Cartas, fax e e-mails dos leitores
CULT
Xxx
Entre Livros
Xxx
Teatro
Xxx
Leia o conto Segredos de dona
Nena, de Ana Paula Pacheco
Conheça os novos lançamentos da
coleção “Janela do Caos”
As inquietações poéticas de Ronald
Polito e Jorge Henrique Bastos
O sarcasmo e o humor negro de
Eletroencefalodrama, de Joca Reiners
Terron
Walter Benjamin é tema de ensaio de
Pierre Missac e Márcio Seligmann-Silva
27
Xxx
O crítico português Eduardo Lourenço
fala sobre Mitologia da saudade, seu
novo livro de ensaios
Marcelo Coelho discute as relações
entre jornalismo e crítica
O livro Altas literaturas, de Leyla
Perrone-Moisés, analisa a obra de
“autores-críticos”
Leia os Primeiros poemas do Fausto,
de Caetano Waldrigues Galindo
Os melhores lançamentos do
mercado editorial
Oito poemas da compositora,
atriz, diretora teatral e poeta
Beatriz Azevedo
xxx
xxx
As questões lingüísticas da
poesia de Drummond
Almanaques eram alimento para
leitura nos anos 20
O professor Pasquale Cipro Neto
discute frases estruturalmente ambíguas
Um poema de Cecília Meireles
publicado na revista Portugal em 1923
Dez poetas escrevem sobre a
onipresença de Drummond na
literatura brasileira
Um panorama da prosa e da poesia
contemporâneas em Portugal
xxx
xxx
Cartas, fax e e-mails dos leitores
CULT
Milton Hatoum comenta
Quadragésimo e Tarso M. de
Melo analisa Mar abierto, livro
de ensaios de Horácio Costa
Coluna de João Alexandre
Barbosa entra em nova fase
J. Guinsburg escreve sobre a
Cartas, fax e e-mails dos leitores CULT
Um conto inédito da filósofa Jeanne
Marie Gagnebin
xxx
xxx
João Alexandre Barbosa comenta o
novo livro do crítico Victor Brombert
xxx
190
Música
Xxx
Arte
Xxx
Memória
Xxx
Poesia
Xxx
Capa
Xxx
concepção do humorismo em
Luigi Pirandello
Anna Maria Kieffer mapeia
história da música brasileira
Cosac & Naify lança no Brasil a
série Arte Moderna: Práticas e
debates
A brutalidade do fato reúne
nove entrevistas com Francis
Bacon
Há cem anos nascia o escritor
francês Jacques Audiberti
Nelson Ascher comenta os
lançamentos do selo Sebastião
Grifo
Xxx
Romance
Xxx
Xxx
Turismo
Xxx
Xxx
Edição
Notas
Entrevista
Rumos da
Literatura e
Crítica
Prêmio Nobel
Leituras Cult
Gaveta de
Guardados
Entre Livros
Vive la France!
Evento
Turismo
Literário
Na Ponta da
Língua
Homenagem
Criação
Memória em
Revista
Capa/Dossiê
28
Xxx
Ernesto Sábato fala sobre sua
pequena mas densa obra e de sua
atividade política
Eugênio Bucci discute as
implicações éticas da crítica
televisiva
O escritor alemão Günter Grass leva
a mais importante premiação de
literatura
Os melhores lançamentos de livros
do mercado editorial
Conto inédito do escritor e tradutor
Ivo Barroso
João Alexandre Barbosa lê
Mitologia da saudade de Eduardo
Lourenço
Escritores falam de sua relação
pessoal com a literatura francesa
Porto Alegre sedia a Feira do Livro
e a Bienal de Artes do Mercosul
A Turim de Ítalo Calvino e dos
“cavaleiros da távola oval”
O professor Pasquale Cipro Neto
discute ambigüidades recônditas
Um ano de morte de Orides Fontela,
poeta do silêncio e da indagação do
ser
“O beijo da locomotiva”, conto de
Roberto de Sousa Causo
Edição de novembro de 1933 da
revista O Malho
A obra fundadora da psicanálise faz
cem anos e reafirma a importância
xxx
xxx
xxx
Cristal traz uma antologia do poeta
Paul Celan
Um perfil do dramaturgo Plínio Marcos
e de O truque dos espelhos, seu novo
livro de contos
Trama policial de Crime de Estado
envolve o mundo da diplomacia
A Florença de Leonardo Da Vinci e de
Maquiavel
29
Xxx
O escritor siciliano Andréa
Camilleri fala de sua obra
romanesca
Ensaio da semioticista Lucia
Santaella encerra série do Itaú
Cultural
xxx
30
Xxx
Ignácio de Loyola Brandão fala de seu
retorno à ficção
xxx
Os melhores lançamentos do mercado
editorial
Um conto inédito de Marcelo Mirisola
Poema de Frederico Barbosa
descreve a contagem da virada
do século
xxx
João Alexandre Barbosa analisa O
Ateneu, de Raul Pompéia
xxx
xxx
A paisagem cabralina de
Pernambuco e Recife
O professor Pasquale aborda a
dimensão lingüística da poesia
de João Cabral
xxx
No aniversário de São Paulo, um
itinerário poético da Paulicéia
O professor Pasquale navega pela
origem das palavras
O poema Walk – Don’t Walk,
de Rafael Rocha Daud
Lembranças de São Paulo
resgata história através de
cartões-postais
xxx
Conto de Marcelo Moutinho retrata as
melancolias da vida circense
Os desenhos de Renato Palmeira para
a revista Phoenix, de 1925
191
Do Leitor
de Freud para o século XX
Cartas, fax e e-mails dos leitores de
CULT
Xxx
Capa/ Entre
Livros
Xxx
Literatura
Alemã
Dossiê
Xxx
Xxx
Capa/ Resenha
Xxx
Cartas, fax e e-mails dos
leitores de CULT
Livro de Ivan Teixeira analisa
influência de Pombal na poesia
do século XVIII
João Alexandre Barbosa analisa
a “poesia crítica” de João
Cabral
Sai em livro o périplo de
Goethe pela Itália
Livros sobre cultura e
gastronomia são encontro entre
saber e sabor
Xxx
Poesia
Xxx
Xxx
Literatura
Italiana
Lingüística
Xxx
Xxx
Xxx
Xxx
História
Xxx
Xxx
Edição
Notas
Entrevista
31
Xxx
Fernando Bonassi fala de seu novo
romance, O céu e o fundo do mar
33
xxx
Sebastião Uchoa Leite fala sobre A
espreita, seu novo livro de poemas
Entre Livros
João Alexandre Barbosa celebra a
memória do poeta Jorge Wanderley
Poesia
Livros e CDs que trazem poesia
sonora e visual ganham espaço no
mercado
Olho-de-corvo desvenda a poética
abissal do escritor Yi Sán
A surpreendente multiplicidade dos
substantivos abstratos
32
Xxx
O escritor Mário Chamie fala
sobre o movimento da poesiapráxis
João Alexandre Barbosa analisa
pensamento literário de
Gilberto Freyre
O poeta norte-americano
Douglas Messerli lança livro
em São Paulo
Xxxx
Falta clareza ao “Acordo
Ortográfico da Língua
Portuguesa”
Revista Vitrina, dos anos 40, era
Revista Summula, dos anos 30,
idílio inocente num mundo em
traz depoimentos “pacifistas”
convulsão
de Hitler
Oito poemas inéditos do escritor
Dois contos inéditos do crítico
paulista Fabio Weintraub
literário e editor J. Guinsburg
Uma entrevista com Cildo Meireles, Xxxx
cuja obra terá retrospectiva em
exposição e livro
Os peixes reúne poemas em série de Leia o conto “Sete vezes o sol”,
Manoel Ricardo de Lima
de Marcos Cesana
A prosa radical do Finnegans wake O cenário de Gilberto Freyre,
de Joyce começa a ser publicada no autor de Casa-grande &
Brasil
Senzala
A cidade de Dublin é personagem
Desenho de Cícero Dias
recorrente de James Joyce
transporta leitor ao mundo de
Gilberto Freyre
Cartas, fax e e-mails dos leitores de Cartas, fax e e-mails dos
CULT
leitores de CULT
Xxx
A designer Emilie Chamie
lança livro com retrospectiva de
sua obra
O professor Pasquale continua sua
análise do “Acordo Ortográfico”
Literatura &
História
Literatura
coreana
Na Ponta da
Língua
Memória em
revista
Gaveta de
guardados
Arte
Criação
Dossiê
Turismo
literário
Do leitor
Design
Cartas, fax e e-mails dos leitores de
CULT
Ivan Teixeira contesta resenha de seu
livro por Fábio Lucas
Uma história das lúbricas relações
entre erotismo, pornografia e literatura
Loyola lança o volume de contos O
homem que odiava a segunda-feira
Donizete Galvão lança Ruminações,
seu quinto livro de poemas
Mulher de Porto Pim registra a
experiência de Tabucchi nos Açores
O nome de Deus, de Gershom
Scholem, traz decifrações cabalísticas
A vida mítica de Anita Garibaldi
João Alexandre Barbosa analisa a
evolução poética de Sebastião Uchoa
Leite
xxx
xxx
Um retrato de Cacilda Becker na São
Paulo Magazine de 1955
Leia onze poemas inéditos do escritor
Ademir Assunção
xxx
Conheça a produção do designer e
artista plástico Jorge Padilha
Brasil descobre a obra do escritor
argentino Roberto Arlt
Ensaio fotográfico segue as trilhas de
Grande Sertão: Veredas
Cartas, fax e e-mails dos leitores de
CULT
xxx
192
Contos
Xxx
Evento
Xxx
Réplica
Xxx
Redescoberta do Xxx
Brasil
Capa
Xxx
(os sobreviventes) reúne contos
do jornalista Luiz Ruffato
Semana da Francofonia
defenda pluralidade lingüística
e cultural
Philadelpho Menezes responde
às críticas a seu trabalho
Xxx
Xxx
Bienal do Livro
Xxx
Xxx
Homenagem
Xxx
Xxx
Edição
Notas
Entrevista
34
Xxx
Roberto Piva fala sobre sua
trajetória poética
Nova edição de Paranóia permite
reavaliar a obra de Roberto Piva
João Alexandre Barbosa comenta o
Livro do centenário, de 1900
35
Xxx
A ensaísta Argentina Beatriz
Sarlo fala sobre arte e literatura
Xxx
Entrevista/
Resenha
Entre Livros
Música
A canção no tempo recapitula
oitenta anos de MPB
Ficção &
Livros de Juliano Garcia Pessanha
Filosofia
são encontro singular de poesia e
reflexão
Redescoberta do Roberto Ventura escreve sobre a
Brasil
obra do pensador Manoel Bomfim
João Alexandre Barbosa
comenta impacto de Ernest
Renan no Brasil
xxx
Do Leitor
Ensaio
36
Xxx
Milton Hatoum fala do processo de
criação de Dois irmãos
Novo romance de Hatoum narra busca
da memória familiar
João Alexandre Barbosa comenta a
trajetória do editor Cláudio Giordano
xxx
O ensaísta Claude-Gilbert Dubois
discute o imaginário da França
Antártica
Polêmica sobre a segunda pessoa
mostra radicalismo teórico e
preguiça pedagógica
Um conto do escritor Valêncio
Xavier com fotos de Milla Jung
Nadja é uma viagem pela Paris
surrealista de André Breton
Poetas eslovenos percorrem cidades xxx
brasileiras
Revista dos anos 50 era “órgão
Conheça a revista Rio, editada
oficial do Clube de Lady do Brasil” nos anos 40 por Roberto
Marinho
Um conto inédito da jornalista
Oito poemas de Priscila
Neuza Paranhos
Figueiredo
Os vinte anos da morte do filósofo Filosofia e política na visão de
Jean-Paul Sartre
Marilena Chauí, maior
pensadora brasileira
Cartas, fax e e-mails dos leitores de Cartas, fax e e-mails dos
CULT
leitores de CULT
Xxx
Livro de Dominic Strinati
discute a cultura de massa
Dossiê
Ensaio abre série que investiga a
identidade cultural brasileira
Correspondência entre Mário de
Andrade e Manuel Bandeira recupera
itinerário de uma amizade poética
As indicações dos melhores
lançamentos da Bienal de São Paulo
Eventos em Viena homenageiam o
escritor irlandês Samuel Beckett
João Alexandre Barbosa
comenta as polêmicas entre
Sílvio Romero e José
Veríssimo
xxx
Na Ponta da
Língua
Criação
xxx
xxx
Torre de Montaigne desvenda
intimidade do autor dos Ensaios
Nova série lança olhar estrangeiro
sobre a “Paulicéia desvairada”
Memória em
Revista
xxx
xxx
Turismo
Literário
Folhetim/
F(oeil)leton
Gaveta de
Guardados
Literatura
Francesa
Evento
xxx
Emmanuel Tugny escreve
segundo texto da série sobre
São Paulo
O professor Pasquale analisa a
canção Sampa de Caetano
Veloso
Quatro poemas inéditos de
Rodrigo Garcia Lopes
xxx
Madri de Ramón Gómez de la Serna é
Babilônia espanhola
xxx
Valor periférico dos verbos pode ser
álibi de políticos corruptos
xxx
xxx
xxx
Um poema de Drummond para Esfera,
revista carioca dos anos 40
xxx
A nova tradução e as releituras
ficcionais da América de Kafka
Cartas, fax e e-mails dos leitores de
CULT
xxx
193
Polêmica
Xxx
Biografia CULT Xxx
Mário Chamie responde a
cartas publicadas na CULT 34
Livros de João de Minnas e
Benjamin Costallat trazem
belle époque carioca
A lenda do pianista do mar,
filme de Tornatore, leva livro
de Alessandro Baricco às telas
Xxx
Literatura
Brasileira
xxx
Cinema
Xxx
CULT Movies
Xxx
Xxx
Radar CULT
Xxx
Xxx
Edição
Entrevista
37
Sebastião Nunes relança História
do Brasil e fala do sarcasmo visual
e verbal de sua obra
Memória em
Paralelos tinha Antonio Candido e
Revista
Décio de Almeida Prado como
colaboradores
Redescoberta do Os sertões, de Euclides da Cunha,
Brasil
transita entre literatura, história e
ciência
Na Ponta da
O uso criativo do subjuntivo por
Língua
Machado de Assis
Turismo
Literário
Radar CULT
Rio de Assis resgata a cidade
perdida do autor de Esaú e Jacó
Seção de criação literária traz texto
em prosa inédito do poeta Ferreira
Gullar
CULT Movies
Em o Leopardo, Visconti recria o
olhar aristocrático de Lampedusa
Dossiê CULT
Há cem anos morria Friedrich
Nietzsche, filósofo alemão que
demoliu a metafísica
Do Leitor
Cartas, fax e e-mails dos leitores de
CULT
Biografia CULT Xxx
Entre Livros
Xxx
Capa
Xxx
Arte
Xxx
Literatura
Italiana
Xxx
Edição
Entrevista
40
Armando Freitas Filho fala de Fio
terra, seu novo livro de poemas
História
O que eu vi, o que nós veremos traz
memórias de Santos Dumont
xxx
xxx
xxx
Há cem anos nascia o poeta francês
Jacques Prévert
Seção sobre cinema e literatura enfoca
Apocalipse Now
Nova seção mapeia os itinerários da
literatura brasileira contemporânea
38
O poeta Décio Pignatari fala de
Errâncias, sua obra de
“memorialismo semiótico”
Conheça Stradivarius, revista de
1953 dedicada à música
39
O chulo e o chic em depoimento do
poeta Glauco Mattoso
Darcy Ribeiro formulou utopia
a partir da miscigenação racial
Lisboa discute 500 anos de encontros e
desencontros entre Brasil e Portugal
Poema de Vinicius de Moraes
consagrou mudança de valor da
expressão “posto que”
Os diferentes usos de locuções verbais
como “tem havido”
Caderno de criação literária traz
poemas inéditos de Waly
Salomão
Xxx
CULT começa a publicar em capítulos
novela de Marcelo Mirisola
Crônica de Agostinho de Campos fala
da chegada do foot-ball em Portugal
Uma homenagem ao centenário
de morte de Eça de Queirós
Antologia poética, exposição e ciclo
de cinema trazem expressionismo
alemão a São Paulo
Cartas, fax e e-mails dos leitores Cartas, fax e e-mails dos leitores de
de CULT
CULT
Vida do escritor Ernest
Hemingway foi marcada por
guerras e aventuras
João Alexandre Barbosa discute Poesia e pensamento na Máquina do
a prosa ensaística de André
mundo de Haroldo de Campos
Gide
Xxx
Publicação de Octaedro e da Obra
crítica permitem reavaliar obra de
Cortazar
Xxx
Panorâmica de Alex Flemming mostra
uso plástico da palavra
Xxx
Annalisa Cima fala sobre o Diário
póstumo de Eugênio Montale
41
Um depoimento de Eduardo
Galeano, autor de As veias
abertas da América Latina
O sociólogo Carlos Eugênio
Marcondes de Moura expõe
nossa mestiçagem ancestral
42
O poeta Francisco Alvim fala de
Elefante, seu sétimo livro
Xxx
194
Memória em
Revista
Homenagem
Na Ponta da
Língua
Revista Nacional era “mensário de
intercâmbio cultural” dos anos 30
Artes gráficas perdem o talento da
designer Emilie Chamie
A “uniformidade de tratamento” em
Os passistas, de Caetano Veloso
Califórnia é a terra prometida das
letras norte-americanas
Contos de Angu de sangue trazem
universo estilhaçado de Marcelino
Freire
Radar CULT
Seção de criação literária traz
poemas inéditos de Júlio Castañon
Guimarães
Redescoberta do Os relatos das expedições italianas
Brasil
ao Brasil pré-cabralino
Revista da Semana traz crônica
de João do Rio
xxx
Uma coluna da revista Automóvel
Clube assinada por Ferreira Gullar
Xxx
Os substantivos concretos e
abstratos em música de
Gilberto Gil
xxx
A música substantiva de Tom Jobim
em “Águas de março”
Turismo
Literário
Entre Livros
xxx
CULT Movies
“poesia CULT” traz três
inéditos de Zulmira Ribeiro
Tavares
Último ensaio da série aborda a
duplicidade da obra de
Gregório de Mattos
xxx
Dossiê
Caderno de
Viagem
Do Leitor
Entrevista/
Resenha
Ran é releitura do Rei Lear de
Shakespeare por Akira Kurosawa
Há cem anos morria Oscar Wilde, o
dândi das letras
Xxx
Xxx
Xxx
Há 20 anos morria Nelson
Rodrigues, um divisor de águas
no teatro brasileiro
Nova seção traz interpretação
visual de conto de Paul Bowles
Cartas, fax e e-mails dos
leitores de CULT
Xxx
Londres de Shakespeare era rive
gauche elisabetana
Xxx
Seis propostas de Horácio Costa para
a poesia do próximo milênio
Xxx
Xxx
A atualidade da obra de Graciliano
Ramos
Xxx
Cartas, fax e e-mails dos leitores de
CULT
Elefante atualiza a lição modernista,
denunciando o absurdo da vida
moderna
Conheça a comissão julgadora do
concurso promovido pela CULT
A poesia experimental do austríaco
Ernst Jandl, morto no ano passado
Série Cahiers d’Artiste traz diário
íntimo de Rubens Gerchman
Redescoberta da Xxx
Literatura
Biografia
Xxx
Xxx
Arte
Xxx
Xxx
Edição
Entrevista
43
O romancista pernambucano Gilvan
Lemos fala de sua trajetória literária
45
Veríssimo fala da grandeza que há na
fugacidade da crônica
Caderno de
Viagem
Arte
Um passeio visual pelo poema
Altazor, de Vicente Huidobro
Brasil 1920-1950: da Antropofagia
a Brasília leva identidade póscolonial à Espanha
O uso da partícula “se” na voz
passiva a partir de poema de Cecília
Meireles
O Teatro Terrível revela a obra
dramatúrgica de Elias Canetti
Um poema de Ademir Assunção
publicado na última edição da
revista Bric à Brac
Oito poemas inéditos do escritor e
tradutor Régis Bonvicino
44
O filósofo italiano Gianni
Vattimo fala de seu
“pensamento fraco”
xxx
xxx
xxx
A partícula “se” no poema
“Catar feijão”, de João Cabral
de Melo Neto
Xxx
Os enganos no uso literal do advérbio
“literalmente”
Carta inédita de Oswaldo
Aranha ao General Góes
Monteiro
Um poema do norte-americano
Michael Palmer sobre São
Paulo
Heidegger, o filósofo que
resumiu os dilaceramentos do
século XX
Cartas, fax e e-mails dos
xxx
Na Ponta da
Língua
Teatro
Memória em
Revista
Radar CULT
Dossiê
Do Leitor
Releituras destacam história, psique
e metalinguagem em Guimarães
Rosa
Cartas, fax e e-mails dos leitores de
Xxx
xxx
xxx
Um conto inédito do escritor
Cristóvão Tezza
A literatura argentina das últimas duas
décadas
Cartas, fax e e-mails dos leitores de
195
CULT
Biografia CULT Xxx
História
Xxx
CULT Movies
Xxx
Evento
Xxx
Entrevista/
Resenha
Fotografia
Xxx
leitores de CULT
A poeta norte-americana Laura
Riding e suas investidas
antipoéticas
Villa Kyrial: tradição e
renovação na belle époque de
São Paulo
Relíquia macabra é
transposição para as telas do
clássico noir O falcão maltês
Semana da Francofonia reúnes
vozes de três continentes
Xxx
Xxx
Xxx
Turismo
Literário
Fronteiras
Culturais
Xxx
Xxx
Xxx
Xxx
Literatura
Brasileira
Poesia
Xxx
Xxx
Xxx
Xxx
Redescoberta da Xxx
Literatura
Xxx
Edição
Entrevista
46
Eduardo Subirats fala de seu novo
livro, A penúltima visão do paraíso
Redescoberta da Conheça os ganhadores do prêmio
Literatura
promovido pela CULT
Brasileira
Capa
O centenário de nascimento do poeta
mineiro Murilo Mendes
Fronteiras
Segundo ensaio da série discute
Culturais
multiculturalismo e identidade
nacional
Bienal do Livro Os principais lançamentos da X
Bienal Internacional do Rio de
Janeiro
Na Ponta da
A contaminação lingüística na música
Língua
“Dinamarca” de Gil e Milton
Nascimento
Radar CULT
Quatro poemas inéditos de Carlos
Ávila
Memória em
Revista
Europa em
Obras
Dossiê
Uma carta de Murilo Mendes ao
poeta e crítico Wilson Rocha
Encontro discute a constituição do
imaginário europeu na literatura
Literatura espanhola é atração da
Bienal do Rio
Do Leitor
Cartas, fax e e-mails dos leitores de
CULT
Xxx
Entre Livros
CULT
xxx
xxx
xxx
xxx
Novo romance de Veríssimo é uma
armadilha no labirinto de Borges
O álbum de Afonso documenta a São
Paulo do início do século XX
Uma visita à Belluno do escritor
italiano Dino Buzzati
Jacques Leenhardt inicia série de
ensaios discutindo a unidade
simbólica dos pampas
Reedição de O agressor traz a escrita
alucinatória de Rosário Fusco
Nova Aguilar lança a Obra completa
do romântico Álvares de Azevedo
CULT promove cerimônia de entrega
de prêmio literário
47
O jornalista José Castello fala
de Fantasma, seu primeiro
romance
Xxx
48
Raimundo Carrero analisa a crise
cristã e os dilemas existenciais em sua
obra
xxx
Xxx
A fragilização das fronteiras
por meio da poesia gauchesca
Há trinta anos morria o compositor e
poeta norte-americano Jim Morrison
O silêncio sobre as traduções que
transitam entre Brasil e Argentina
Xxx
xxx
Professor Pasquale discute o
uso do verbo “haver”
Os diferentes usos do pronome “si”
em Brasil e Portugal
Um conto inédito de João
Gilberto Noll
O escritor Juliano Garcia Pessanha
discorre sobre a “Província da
escritura”
Monteiro Lobato escreve para
Francisco Solano Carneiro da Cunha
xxx
Duas cartas de Alcântara
Machado a Plínio Barreto
xxx
O centenário do escritor
António de Alcântara
Machado
Cartas, fax e e-mails dos
leitores de CULT
O prefácio de João Alexandre
Barbosa para Prosa, livro de
poemas de Eduardo Sterzi
A cosmogonia experimental de
Osman Lins
Cartas, fax e e-mails dos leitores de
CULT
João Alexandre Barbosa fala da obra
ensaística do escritor Aldous Huxley
196
Biografia CULT Xxx
Entrevista/
Resenha
xxx
Thomas Mann – Uma
biografia traça um perfil
histórico do romancista alemão
Há cem anos nascia o escritor
regionalista José Lins do Rego
Pensando o ritual, novo livro
do pensador italiano Mario
Perniola
xxx
Ficção e
História
Xxx
Xxx
Literatura
Brasileira
Filosofia
Edição
Entrevista
Ensaio
Memória em
Revista
CULT Movies
Xxx
Xxx
49
Celso F. Favaretto lança novas luzes
sobre a obra de Caetano Veloso
Cláudio Willer reflete sobre a crise
da crítica literária contemporânea
As colaborações de Drummond e
Paulo Rónai para a revista Sul
América
O cinema falado, filme experimental
de Caetano Veloso
Fronteiras
Culturais
Na Ponta da
Língua
Radar CULT
Rio Grande do Sul, um território
entre periferia e fronteira
As várias línguas da canção
“Língua”, de Caetano Veloso
Um conto inédito de Sérgio
Sant’Anna
Dossiê
Em entrevista exclusiva à CULT,
Caetano Veloso fala sobre cultura e
literatura
Cartas, fax e e-mails dos leitores de
CULT
Xxx
Do Leitor
Capa
Entrevista/
Resenha
Literatura
Brasileira
Evento
Xxx
Xxx
Xxx
Literatura
Alemã
Xxx
Primavera dos
Livros
Xxx
Edição
Entrevista
52
Um depoimento do poeta francês
Michel Deguy
Ensaio de Carlos Felipe Moisés
disseca obra poética de Marcel
Proust
Um passeio pela “Paris ideal” de
Literatura
Francesa
Turismo
xxx
xxx
xxx
Com Sombra severa Carrero fecha
trilogia de reflexão sobre a condição
humana
No coração do mar, de Nataniel
Philbrick, redireciona as atenções para
o clássico Moby Dick
50
A vanguarda poética do italiano
Edoardo Sanguineti
xxx
51
O poeta Waly Salomão fala de sua
escrita metabolizadora
xxx
Mais duas cartas de Monteiro
Lobato a Francisco Solano
Carneiro da Cunha
Memórias póstumas, de André
Klotzel, revisita o defunto Brás
Cubas
Xxx
A revista mensal O Mundo Literário,
que circulou na década de 1920
Concordância verbal revela a
posição sustentada pelo falante
Um poema inédito de Arnaldo
Antunes e Josely Vianna
Baptista
Megaexposição resgata debate
sobre vanguarda surrealista
Professor Pasquale fala sobre a origem
da palavra “retaliação”
Um nome – Ensaio para sinônimos,
novela inédita de Diógenes Moura
xxx
xxx
Centenário de Cecília Meireles resgata
tradição do lirismo absoluto na poesia
brasileira
Cartas, fax e e-mails dos leitores Cartas, fax e e-mails dos leitores de
de CULT
CULT
Homenagem a Jorge Amado
xxx
traz ensaios sobre sua vida e
obra
Xxx
O mel do melhor traz panorama da
obra nômade de Waly Salomão
Xxx
A literatura marginal de João Antônio
e Fernando Bonassi
Xxx
Instituto Goethe promove encontro de
revistas literárias de Brasil e Alemanha
Xxx
Leia um conto da alemã Tanja Dückers
que participará do evento no Instituto
Goethe
Xxx
Feira no Rio de Janeiro reúne 56
editoras exclusivamente dedicadas à
literatura
53
Sublunar traz antologia do
poeta Carlito Azevedo
xxx
54
Depoimentos do cordelista cearense
Patativa do Assaré
xxx
xxx
xxx
197
Literário
Na Ponta da
Língua
Radar CULT
CULT Movies
Memória em
Revista
Dossiê
Do Leitor
Em busca do tempo perdido
Professor Pasquale inicia série
sobre novos dicionários da língua
portuguesa
A experiência da recordação em
Poeira, nova coletânea do poeta
Fernando Paixão
Lavoura arcaica traz universo de
Radiam Nascer para o cinema
Cláudio Giordano resgata figura do
poeta Martins Fontes
Conheça a história do Oulipo,
grupo que reuniu os escritores
Queneau, Perec e Calvino
Cartas, fax e e-mails dos leitores
de CULT
Xxx
Professor Pasquale continua
série sobre dicionários
O professor Pasquale Cipro Neto discute
as ambigüidades da linguagem
O apocalipse segundo Nelson
de Oliveira
Edição especial sobre os ganhadores do
Prêmio Redescoberta da Literatura
Brasileira
xxx
Xxx
Um artigo sobre livro de
Cecília Meireles publicado em
1923
Literatura expressa diversidade
do Islã
Trechos do livro Domingo dos séculos,
de Rubens Borba de Moraes
Cartas, fax e e-mails dos leitores de
CULT
xxx
História e
Linguagem
Xxx
Ensaio
Xxx
Entrevista/
Ensaio
Entre Livros
Xxx
Cartas, fax e e-mails dos
leitores de CULT
Ataques aos EUA são reação à
mobilização total do mercado
Catástrofe e representação
discute testemunho de eventos
traumáticos
A caverna, de Saramago,
antecipou atentados terroristas
Xxx
Xxx
Xxx
Literatura
Brasileira
Xxx
Xxx
Edição
Entrevista
55
Paulo César Pinheiro fala de sua
obra situada entre a música e a
poesia
A trajetória singular do editor e
crítico Roberto Alvim Corrêa
Professor Pasquale escreve sobre o
labirinto sintático do Hino Nacional
Uma conversa de Haroldo de
Campos com o poeta argentino Juan
Gelman
Um conto inédito do escritor André
Sant’Anna
Os 80 anos da Semana de 22 e a
edição das obra incompleta de
Oswald de Andrade
Um texto de Luiz Annibal Falcão
sobre a Semana de 22 escrito em
1935
Cartas, fax e e-mails dos leitores de
CULT
Xxx
56
As memórias de Fernanda
Pivano, tradutora italiana da
Geração Beat
Obra de Graciliano Ramos
explora limites da representação
As diferenças da língua falada
em Brasil e Portugal
xxx
Filosofia
Entre Livros
Na Ponta da
Língua
Diálogo
Literário
Radar CULT
Dossiê
Memória em
Revista
Do Leitor
Tradição e contemporaneidade na poesia
popular de cordel
xxx
xxx
A oralidade nos repentes do poeta
violeiro
Uma homenagem ao ensaísta gaúcho
Augusto Meyer, nascido há 100 anos
Biografia e coletânea de ensaios
rememoram o poeta Paulo Leminski
57
João Ubaldo Ribeiro fala de seu novo
romance
João Alexandre Barbosa homenageia
editores
Pasquale comenta o “mais-queperfeito”
xxx
Sete exercícios poéticos de
Novos talentos em verso e prosa
Manoel Ricardo Lima
Um panorama da literatura norte- xxx
americana contemporânea
Uma carta inédita do poeta Jorge
de Lima
xxx
Cartas, fax e e-mails dos leitores de
CULT
xxx
Literatura
Italiana
Ensaio
Xxx
Agenda CULT
Música
Xxx
Xxx
Cartas, fax e e-mails dos leitores
de CULT
Sai no Brasil primeiro romance
de Fernanda Pivano
O pensador Mauro Maldonato
disseca a identidade pósmoderna
Xxx
Xxx
Bienal
Xxx
Xxx
xxx
Eventos, cursos e sugestões de leitura
Lenine assume a proa do barco da
MPB
Os destaques do maior evento editorial
198
Dossiê CULT
Xxx
Edição
Agenda CULT
58
Eventos, cursos e sugestões de
leitura
Nova seção registra a cena cultural
Instantâneos
Entrevista
Na Ponta da
Língua
Entre Livros
Estante CULT
Fonotipia
O cineasta Nelson Pereira dos
Santos
As “contaminações” lingüísticas
Drummond foi “poeta do
conhecimento”
Marcelo Mirisola estréia no
romance
As filigranas musicais de Chopin
Radar CULT
Um espaço para a poesia e a prosa
contemporâneas
Filosofia CULT Bacon e as origens da modernidade
Capa
Crepúsculo dos gramáticos é
sintoma de crise da língua
Dança
História e tradição na escola do
Teatro Municipal
Dossiê CULT
O centenário de Sérgio Buarque de
Holanda
Do Leitor
Cartas, fax e e-mails dos leitores de
CULT
Fotografia
Xxx
Xxx
59
60
Eventos, cursos e sugestões de
Eventos, cursos e sugestões de leitura
leitura
Imagens da cena cultural e
Imagens da cena cultural e artística
artística
Os 80 anos de Arcângelo Ianelli Ferreira Gullar relança ensaios sobre
arte
Pasquale continua análise das
Pasquale continua análise das
“contaminações”
“contaminações”
Um romance que persegue as
Drummond e o conhecimento pela
trilhas de Dostoiévski
poesia
A ficção do espólio de Kafka
Duas antologias de poesia brasileira
CD traz nova interpretação de
Camargo Guarnieri
xxx
Situações
críticas
Filosofia
Xxx
Radar
Xxx
Arte
Xxx
Xxx
Do Prelo
Xxx
Xxx
Ensaio
Xxx
Xxx
Edição
Agenda CULT
61
Eventos, cursos e sugestões de
leitura
Arte e publicidade segundo
Washington Olivetto
Imagens da cena cultural e artística
Entrevista
Instantâneos
Teatro
Política
Cultural
Entre Livros
Capa
Situações
Críticas
Chico César e o medo da globalização
xxx
Narrativas do cárcere renovam
literatura brasileira
xxx
A biografia e as novas traduções
de Dostoiévski
Cartas, fax e e-mails dos leitores
de CULT
A crônica em imagens de Paulo
Garcez
Nova seção discute questões
contemporâneas
O problema da causalidade em
Aristóteles
Inéditos de prosa e poesia
Xxx
do Brasil
Os 120 anos de nascimento de
Monteiro Lobato
Lógica e ética no pensamento de
Wittgenstein
Cartas, fax e e-mails dos leitores de
CULT
As convergências de Machado e Rosa
Espinosa e a causalidade em xeque
Quatro poemas inéditos de Waly
Salomão
O templo e a mitologia pessoal de
Francisco Brennand
Trechos do novo romance de Ignácio
de Loyola Brandão
Alguma criticar reúne textos de João
Alexandre Barbosa
62
63
Eventos, cursos e sugestões de
Eventos, cursos e sugestões de leitura
leitura
A ironia cáustica de Jamil Snege Crise e transição democrática por
Clóvis Rossi
Primavera dos Livros chega a
Eventos na Biblioteca Nacional e na
São Paulo
Casa das Rosas
Os 80 anos de Paulo Autran
xxx
xxx
Leis de incentivo são entraves para a xxx
xxx
cena cultural
João Alexandre conclui ensaio sobre xxx
xxx
Drummond
Pensadores brasileiros falam sobre a xxx
50 anos da polêmica entre Camus e
atualidade de Karl Marx
Sartre
Ataques terroristas e realidade
A fantasmagoria onipresente da xxx
global
TV
199
Fonotipia
Radar
Filosofia
Na Ponta da
Língua
Dossiê
Francisco Alves e a elegância dos
bambas
Poemas inéditos de Luis de
Dolhnikoff
Finalidade e ignorância em Espinosa
Estante CULT
A importância da vírgula no
discurso
Antonio Candido lança livros e dá
depoimento exclusivo
Cartas, e e-mails dos leitores da
CULT
Xxx
Televisão
Xxx
Contraponto
Xxx
Cinema
Xxx
Do Leitor
Edição
A Hipótese de
Deus
Entrevista/
Notker Wolf
Trajetórias de
Agostinho
A Loucura da Fé
xxx
xxx
A “peleja” metafísica de Luís
Augusto Cassas
Noção de progresso e
modernidade
O futuro do passado no
português
O centenário de nascimento de
Drummond
Cartas, e e-mails dos leitores da
CULT
Livro disseca a estetização do
corpo
Vertigem e fragmentação da
informação
A diversidade da música
instrumental brasileira
Xxx
Poemas em prosa de Contador Borges
A noção de progresso no século XVII
Pasquale discute combinações
pronominais
Os 80 anos da morte de Lima Barreto
Cartas, e e-mails dos leitores da CULT
Adoniran Barbosa: samba e Sampa
Discípulos homenageiam Miles Davis
007: ícone da guerra fria sobrevive à
globalização
64
O caráter crítico da religião
65
xxx
66
xxx
A convergência entre fé e razão
xxx
xxx
O primeiro grande filósofo cristão
xxx
xxx
A tradição mística de Eckhart e S.
João da Cruz
O transcendente e o absoluto
xxx
xxx
xxx
xxx
A fé racional de Santo Tomás de
Aquino
O paradoxo humano segundo
Martinho Lutero
Crise de paradigmas e religião
xxx
xxx
xxx
xxx
xxx
xxx
Ensaio de Franklin Leopoldo e
Silva
Ética, religião e globalização
xxx
xxx
xxx
xxx
Entrevista/ D.
Estevão de Souza
O Cativeiro
Libertador
Sobre Fé e
Liberdade
Entrevista / Paulo
Roberto Garcia
O Mediador e a
Solidão
Depoimento/ Frei
Carlos Josaphat
Filosofia e
Mística em
Simone Weil
O Adeus
Interminável
O Sagrado no
Cinema
Agenda CULT
O legado da pensadora francesa
xxx
xxx
Representações literárias do
imaginário cristão
Imagens e narrativas da
transcendência
Xxx
xxx
xxx
xxx
xxx
Eventos, cursos e sugestões de leitura
Entrevista
Xxx
Sertões
Xxx
Filosofia
Xxx
Cinema
Xxx
Eventos, cursos e sugestões de
leitura
O filósofo francês JeanFrançois Mattéi
Cem anos do clássico de
Euclides da Cunha
Liberdade e independência em
Leibniz
Obras-primas do terror em
DVD
O pensamento de Gaston
Bachelard
Situações Críticas Xxx
Com o poeta peruano Antonio
Cisneros
xxx
Pascal e a questão da diversão
xxx
xxx
200
Contraponto
Xxx
Radar
Xxx
Na Ponta da
Língua
Dossiê
Do Leitor
Xxx
Estante CULT
Fotografia
Semana 22
Xxx
Xxx
Xxx
Edição
Agenda CULT
Xxx
Xxx
Biscoitos finos do gramofone agora
em CD
Inéditos de Marcelo Tápia e de Carlos
Eduardo de Magalhães
O “cujo” na berlinda
Beatles, o eterno paradigma pop
Cartas e e-mails dos leitores da
CULT
Xxx
Xxx
Xxx
A literatura gay: variações e ícones
Cartas e e-mails dos leitores da CULT
Os fantasmas de Ernesto Sábato
Ruas literárias de João Correia Filho
Dois livros revisitam eclosão do
modernismo
68
Eventos, cursos e sugestões de
leitura
A música livre de Hermeto
Pascoal
Hector Babenco: o cineasta da
palavra
Xxx
69
Eventos, cursos e sugestões de leitura
A crise permanente do gênero
romanesco
xxx
Livros recuperam história do cinema
industrial paulista
xxx
Um conto inédito do escritor Luiz
Ruffato
A ficção, a poesia e o teatro de Chico
Buarque
Cartas e e-mails dos leitores da CULT
Ética & Política Xxx
A poesia do indizível de
Fernando Pessoa
Xxx
Berkeley em Bellagio, novo
romance de Noll
Xxx
Dois contos inéditos de João
Gilberto Noll
O realismo mágico de William
Faulkner
Cartas e e-mails dos leitores da
CULT
O cotidiano da prisão: do livro
ao filme
Uma amizade epistolar
Mark Twain, o arauto do
antiimperialismo
Xxx
Bienal do Rio
Xxx
Xxx
Música
Xxx
Xxx
Fotografia
Xxx
Xxx
Contraponto
Entrevista
Na Ponta da
Língua
Situações
Críticas
Capa
Estante CULT
Filosofia
Radar
Dossiê
Do Leitor
Carandiru
67
Eventos, cursos e sugestões de
leitura
Frevo de Jackson do Pandeiro é
revisitado
Tom Zé: do sertão para o mundo
Charlie Haden analisa sonho
americano
Um conto inédito de Neuza
Paranhos
O paralelismo sintático
Três verbos problemáticos
Recuperando a Angústia de
Graciliano Ramos
Hitler, a fisionomia do genocídio
A selvagem jornada de Hunter
Thompson
A razão do método de Descartes
Adaptação em verso da peça
Woyzeck
Livros e DVDs invadem a terra em
transe de Glauber Rocha
Cartas e e-mails dos leitores da
CULT
Xxx
Carlos & Mário Xxx
Inéditos
Xxx
Edição
Agenda CULT
Entrevista
Contraponto
Ética & Política
Situações
Críticas
Capa
70
Eventos, cursos e sugestões de
leitura
A prosa ácida de Marcelo Mirisola
O novo CD do pianista Cláudio
Dauelsberg
Roberto Romano estréia em nova
seção
Dois momentos marcantes dos
festivais de MPB
Uma anatomia do fenômeno Paulo
O canto econômico da mineira
Ceumar
O filósofo italiano Antonio Negri
comenta Império
A construção de “Construção”
xxx
xxx
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Renato Janine Ribeiro inaugura nova
seção
Os destaques do maior evento
editorial do ano
O filme de João Moreira Salles sobre
Nelson Freire
A biografia em imagens do etnólogo
Pierre Verger
71
xxx
72
Xxx
A escritora Ana Maria
Machado
Exclusiva com Roberto Schwarz
xxx
Renato Janine Ribeiro analisa
o discurso de Lula
Deus como método e a teologia
do vazio
Blues: um século de paixão,
Roberto Romano analisa a função
política do riso
xxx
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201
Coelho
dor e poesia
Um conto inédito de Airton Paschoa Dois contos de João
Carrascoza
Cinema
Obra-prima de Buñuel sai em DVD A indigestão insolente de A
comilança
Estante CULT
Um clássico de Adelbert Von
Xxx
Chamisso
Dossiê
O centenário do memorialista Pedro O centenário do escritor inglês
Nava
George Orwell
Do Leitor
Cartas e e-mails dos leitores da
Cartas e e-mails dos leitores da
CULT
CULT
Turismo Cultural Xxx
São Luís do Maranhão
Serviço
Xxx
Cursos e eventos
Seleção
CULT/Agenda
Crítica Literária Xxx
Xxx
Radar
Música Erudita
Seleção CULT
CDs/ Brasil e
Mundo
Cinema
Xxx
Xxx
Xxx
Xxx
Xxx
Xxx
Edição
73
Seleção CULT/ Mostra Internacional de cinema em
Agenda
destaque
Entrevista
O novo livro de Ruy Castro
Memória
O concretismo perde Haroldo de
Campos
Ética & Política Renato Janine Ribeiro analisa
declínio dos elos sociais
Crítica Literária O romance histórico de Roa Bastos
e o crítico russo Bakhtin
Música Erudita
Música
Brasileira
Seleção CULT
CDs/ Brasil e
Mundo
Cinema
Vinicius de
Moraes
Lector in
Fabula
Flip
Dossiê
xxx
O centenário de nascimento do
filósofo Theodor Adorno
Cartas e e-mails dos leitores da CULT
xxx
xxx
Destaques para a Pinacoteca e o
MAM
A tradução de Finnegans wake e as
Cartas do Brasil de Vieira
Bach e Webem
Elizeth Cardoso em 4 CDs reeditados
Ingmar Bergman sonda o sentido da
vida
74
xxx
75
xxx
John Gledson propõe outro
modelo para a história da
literatura nacional
Xxx
O artista Carlos Eduardo Uchoa
apresenta a religião da arte
Por que parte da população
deseja a pena de morte?
Gabriel García Márquez
esconde mais do que revela em
sua autobiografia
Rachel de Queiroz marca o fim de um
momento brasileiro
Renato Janine Ribeiro explica a
necessidade da boa educação
Sérgio Sant’Anna promove o
pensamento vertical
O compositor Charles-Valentin
Alkan
Entrevista com José Miguel Wisnik
Baden Powell, choro e Johnny Cash
A fábula satírica de Vittorio de Sica
O sistema de produção de
filmes determina a nova estética
O poeta da paixão
Nova seção discute questões de
teoria literária
Depois da festa, ficam as perguntas
A permanência da poética de
Baudelaire
Radar
Textos de Nelson Moraes e Lauro
Marques
Do Leitor
Cartas e e-mails dos leitores da
CULT
Xxx
Agenda
Fragmentos de Jorge Pieiro e Sérgio
Medeiros
xxx
A crítica pode ser também um
exercício de criação
O resgate de José Veríssimo
Maquiavel pensa a política, o
Estado e o futuro das
organizações sociais
A prosa de Ernesto Araújo e a
poesia de José Edmilson
Rodrigues
Cartas e e-mails dos leitores da
CULT
A companhia de dança Momix
retorna ao Brasil e o CCBB
A liberdade, a vontade e o Bem em
Santo Agostinho
Leia crônicas, inéditas em livro, de
Nelson Rodrigues
Cartas e e-mails dos leitores da CULT
Terça Insana volta ao teatro e Belle
&Sebastian lançam DVD
202
Novos latinos
Xxx
Seleção cult/
Livros
Xxx
Première
Xxx
Claude Lévistrauss
Xxx
Seleção CULT/
Música
Xxx
Cocteau
Xxx
Jorge de Lima
Xxx
Mercado
Xxx
Quadro a
Quadro
Poesia e
Cinema
O Profeta
Tricolor
Pensamento
árabe
Xxx
recebe a arte africana
O escritor mexicano Ignácio
Padilla apresenta a renovada
literatura hispânica
Manuel Bandeira e o romance
policial russo estão entre os
novos lançamentos
Salam Pax conta em seu diário
como foi a invasão do Iraque
As Mitológicas, sobre os índios
da América, são editadas em
português
A bossa nova é mais uma vez a
tendência da música para
exportação
Exposições, livros e palestras
lembram o dandismo do poeta
francês
Cinco décadas após sua morte,
o poeta permanece no
purgatório
A Liga Brasileira de Editoras
luta pelo direito de ser diferente
Xxx
Xxx
Xxx
Xxx
Xxx
Xxx
Xxx
Edição
Agenda
76
Lamartine Babo, Picasso e
imagens de São Paulo estão entre
os destaques
O produtor Luiz Carlos Barreto
explica por que o cinema brasileiro
já tem uma indústria
O que a produção nacional oferece
para este novo ano
O choro, a paixão e a angústia do
melodrama por Ismail Xavier
Entrevista
Estréias 2004
Cinema
Première
Seleção
CULT/ livros
Os subterrâneos da ação
revolucionária em Fiodor
Dostoiévski
O escritor Guimarães Rosa envia
uma longa carta de amor a suas
netas
O sociólogo Pierre Bourdieu
pretendeu mudar a maneira como
vemos a arte
A crise palestina e o mito do
Estado estão entre os lançamentos
Visão do
caribe
Modos de
narrar
Fidel Castro e Che Guevara se
reencontram em filme e biografias
Ricardo Piglia imagina ser mundo
uma nação de livros
Ooó do vovô
Crítica
J.G. Ballard e Iberê Camargo estão
entre os lançamentos
A visão de Raymond Aron sobre a
obra de Karl Marx
O samba desfruta de mais um
momento de infidelidade com o rock
Marcel Proust reencontra nos
quadrinhos o tempo perdido
A poeta Sylvia Plath chega ao cinema
com a face de Gwyneth Paltrow
Nelson Rodrigues e os 60 anos de uma
revolução
A herança de Edward Said e a
polêmica dos intelectuais
77
São Paulo é tema para
fotografia, e, em exposição, o
carnaval
O psicanalista Renato Mezan
explica a utilidade da auto-ajuda
O historiador Boris Fausto fala de sua
experiência com ditadura militar
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Xxx
O gosto amargo do neo-realismo
na produção italiana do pósguerra
Djuna Barnes chega com amor
lésbico e modernismo
As oscilações de Dr. Jekyll e a fúria de
Mr. Hide em duas versões
xxx
78
Vik Muniz ganha exposição em São
Paulo e Curitiba recebe um Cabaret
Flaubert caminha em direção ao
sagrado em As tentações de Santo
Antão
xxx
Xxx
O historiador Jacques Le Goff revela o
mundo intelectual da Idade Média
Vinicius de Moraes tem seu
Orfeu desvendado e Lacan
chega com mais escritos
xxx
George Steiner luta contra a barbárie e
Adriana Lisboa oferece um beijo de
colombina
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203
Seleção
O destino do rap brasileiro e a
CULT/ Música volta do Living Colour
Afro
O escritor Ahmadou Kourouma
apresenta sua visão da crise
africana
Ética &
Roberto Romano diz quem vigia
Política
quem na sociedade moderna
Dossiê
Um passeio pela vanguarda de São
Paulo nos 450 anos da cidade
Radar
O cineasta Rogério Sganzerla
redescobre Oswald de Andrade
O peso do heavy metal e a
leveza de Al Green
xxx
Oral
Renato Janine Ribeiro fala da
parte maldita da democracia
A psicanálise mostra a face para
o novo século
Mário Gerson e Homero Gomes
de Farias Jr. se apresentam aos
leitores
Cartas, e e-mails enviados à CULT Cartas, e e-mails enviados à
CULT
Xxx
Karl Bissinger recupera as
imagens de um glorioso passado
literário
Xxx
A vanguarda de Augusto de
Campos e o lirismo de Armando
Freitas Filho
Xxx
A literatura russa vive seu
grande momento entre leitores
brasileiros
Xxx
A música instrumental brasileira
espera por seus novos talentos
Xxx
Manuais de disciplina para
crianças podem ajudar a formas
os pais?
Xxx
Edward Said motiva ainda a
batalha intelectual
Xxx
Xxx
Escola Brasil
Xxx
Xxx
O Viajante
Xxx
Xxx
Oficina
Literária
Xxx
Xxx
Do Leitor
Fotografia
Verso
Depois do
Baile
Prêmio Visa
Educação
Polêmica
Edição
Agenda
Entrevista
Première
Evento
Teatro
Literatura de
combate
Seleção
cult/Livros
Crítica
79
A vida Paulo Leminski chega aos
palcos e Salvador Dali viaja pelo
mundo
O antropólogo Hermano Vianna
explica por que a TV é solução
para o Brasil
A alma de Aristóteles é pela
primeira vez revelada em
português
Os principais lançamentos para a
18ª Bienal do Livro de São Paulo
Décio Pignatari redescobre
Machado de Assis para o palco
Editoras oferecem o lado mais
revolucionário dos livros
Ignacio Padilla encontra um
fantasma e a arte toma Fernando
Lucchesi
Os caminhos do samba são
investigados pro Tárik de Souza
A embolada de Jackson do Pandeiro e
o jazz de Norah Jones
xxx
Roberto Romano mostra a origem do
antiamericanismo
1964 e a herança de um período em
verde-oliva
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Cartas, e e-mails enviados à CULT
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xxx
Um pouco da história da dramaturgia
nacional contada por seus autores
O artista José Resende explica por que
não existem livros de arte
O leitor é apresentado ao universo
fantástico de Robert Walser
O poeta Cláudio Willer revela a nova
produção nacional
80
A arte de Maria Bonomi e as
culturas judaicas e mexicana são
o destaque
O sociólogo Fernando Henrique
Cardoso explica a prática na
teoria
Pierre Bourdieu deixa como
legado uma lição sobre si
mesmo
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81
Nelson Leiner zomba da arte, e Marília
Pêra encontra mademoiselle Chanel
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Os versos para Aplo e os desvios
do mundo com Sebastião Uchoa
Leite
O erotismo é a razão do corpo e
do espírito em Georges Bataille
A vida de Adorno e um guia da
literatura nacional estão entre os
lançamentos
xxx
O crítico Silviano Santiago fala da crise
do romance nacional
Como uma ficção pode determinar a
realidade no pensamento de Edward
Said
xxx
204
Seleção
cult/música
Oficina
literária
Do leitor
Blues, soul e a recuperação da
bossa-nova estão entre os
lançamentos
Guimarães Rosa renasce como
canção
O jogo perfeito pelo olhar do
cineasta Jean Renoir
Renato Janine Ribeiro define os
papéis da direita e da esquerda
O melhor uso da Razão no
pensamento da Immanuel Kant
O debate intelectual se encerra
Os livros chegam ao metrô de São
Paulo
O poeta Cláudio Willer revela a
nova produção nacional
Cartas, e e-mails enviados à CULT
Modernismo
Xxx
Ensaio
Xxx
Novela
mexicana
Debate
Xxx
Xxx
O poeta Cláudio Willer revela a
nova produção nacional
Cartas, e e-mails enviados à
CULT
O diálogo revolucionário de Le
Corbusier e Oscar Niemeyer
com o espaço
Euclides da Cunha é um autor
que procura ainda uma
explicação
Carlos Bolado explica o boom
da produção latina
Xxx
Centenário
Xxx
Xxx
O artista do
excesso
Filosofia
Xxx
Xxx
Xxx
Xxx
Rural
Cinema
Etica &
política
Dossiê
Polêmica
Apelo popular
Edição
Agenda
Entrevista
Première
Poesia
Espanha
Memória
Seleção
cult/livros
Produção
nacional
Seleção
cult/música
Ética & política
Dossiê
82
Gaudí procura sua forma e o
cinema francês ganha mostra em
São Paulo
A obra de Penderecki, o
compositor que fala com Deus
Antes do cinema, Bernardo
Bertolucci vivia ao lado da poesia
Roberto Piva tem sua obra
reeditada e exige o paganismo
A vanguarda de Enrique VilaMatas e o passado de Javier Cercas
O teatro e o cinema têm sua
memória retomada em livros
A democracia pro Hannah Arendt
e a arte no Brasil do século 20
A música eletrônica tem ainda
um futuro?
Os anos 80 insistem em continuar ao
lado do ouvinte
Xxx
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Orson Welles faz sua grandiosa
meditação sobre a decadência
Roberto Romano aponta a
questão da herança comunista
A literatura japonesa se
aproxima do leitor brasileiro
Xxx
Xxx
Luis Buñuel e um toque de surrealismo
O poeta Cláudio Willer revela a nova
produção nacional
Cartas, e e-mails enviados à CULT
83
Cláudio Willer retoma o
caminho da poesia e lança novo
livro
Carlos Augusto Lacerda
procura explicar a crise dos
livros
Por que a Igreja Católica deve
mais explicações à história
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Renato Janine Ribeiro mostra por que
falamos mal do poder
O pensamento da palavra e do poder em
Michel Foucault
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São Paulo recebe o Fórum Cultural
Mundial e debate a política da criação
O périplo de Ulisses, de James Joyce,
faz cem anos
Jô Soares prepara novas ações com a
literatura e a arte
As efemérides de um homem que
pensou a Ciência
84
Crime e castigo no teatro e as imagens
do gravurista Gilvan Samico
Rosângela Rennó mantém sua conversa
com a fotografia e a etermodade
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Paulo Leminski mostra com Catatau
por que era um Kamiquase
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Xxx
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O cinema de Humberto Mauro
e a gaivota de Tchekhov
Che Guevara divide o papel
revolucionário com os novos autores
dos EUA
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O documentário pode ser a nova
Xxx
esperança do cinema brasileiro?
Tango como terapia contra a falta O mito romântico de Nick
de sofisticação no som para dançar Drake e a segunda chance da
MPB
Roberto Romano pergunta: quem
Renato Janine Ribeiro assiste
manda no Estado?
ao teatro da política
O saber e o sabor do homem com Os Estados Unidos e o
The Libertines e Interpol, algo para se
ouvir e falar
Roberto Romano mostra que os Hulks
não são tão incríveis assim
A aproximação e a distância amorosa
205
Do Leitor
suas roupas
O poeta Cláudio Willer revela a
nova produção nacional
Cartas, e e-mails enviados à CULT
Flip
Xxx
Crítica
Xxx
Filosofia
francesa
Made in USA
Xxx
Evento
Xxx
pragmatismo de sua filosofia
O poeta Cláudio Willer revela a
nova produção nacional
Cartas, e e-mails enviados à
CULT
A Festa de Parati é um
problema ou uma solução para
o leitor?
Dyonélio Machado convive
ainda com os ratos da crítica
nacional
Derrida e Ranciêre. Os Jacques
falam ao público brasileiro
Harold Bloom faz de
Shakespeare uma arma
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Perfil
Xxx
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Filosofia
Xxx
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Debate
Xxx
Xxx
Edição
Agenda
85
As imagens surrealistas e os novos
fotógrafos compõem a cena
Oficina literária
Entrevista
Première
Crítica
Seleção
cult/livros
Filofut
Esporte e guerra
Seleção
cult/música
Momento
delirante
Ética & política
Dossiê
Oficina literária
Do Leitor
Made in USA
Boêmia
xxx
86
As imagens surrealistas e os
novos fotógrafos compõem a
cena
A filósofa Marilena Chauí quer ver O filósofo Peter Singer e a
a realidade contada ao eleitor
crueldade contra os animais
Hunter S. Thompson acredita ser o Joseph Conrad e os heróis
jornalismo uma forma violenta da perdidos em um mar de
ficção
romantismo
O húngaro Sándor Márai
As imagens de Abbas Kiarostami
aproxima-se um pouco mais dos
analisadas em dois lançamentos
leitores
Os viajantes continuam nas
Roland Barthes e a cultura pop
galáxias e Philip Roth combate nos inglesa estão entre os
EUA
lançamentos
Um filósofo francês escolhe o
Xxx
futebol como a melhor metáfora
A presença brasileira no Haiti e o
Xxx
jogo da morte do nazismo
Bjork realiza o sonho de ser uma
A alternativa oferecida pelo
diva
Jumbo Elektro e a voz de
Vanessa da Mata
André Breton, Oswald de Andrade Xxx
e Rimbaud nas comemorações
Renato Janine Ribeiro defende a
Roberto Romano mostra
língua portuguesa
descontentamento com os bem
pensantes
O destino nacional está na
A obra de Erico Veríssimo na
realização do projeto democrático? proximidade de seu centenário
O poeta Cláudio Willer revela a
O poeta Cláudio Willer revela a
produção contemporânea
nova produção nacional
Cartas e e-mails enviados à CULT Cartas e e-mails enviados à
CULT
Xxx
O norte-americano Donald
Davidson tem sua obra completa
editada
Xxx
O cotidiano de Picasso, Cocteau
na trajetória de oito autores
O poeta Cláudio Willer revela a nova
produção nacional
Cartas, e e-mails enviados à CULT
xxx
Harold Rosenberg mostra qual o ângulo
para se olhar pinturas
xxx
xxx
Na Primavera dos Livros a chance de
encontrar o inusitado
Quanto pode um filósofo brasileiro
como Paulo Arantes?
Bento Prado Jr. desafia os limites da
razão em seu volume de ensaios
No primeiro encontro CULT/ Trópico,
um passeio pela cultura
87
A arte gráfica polonesa e a herança
deixada por Henri Cartier-Breson
O filósofo José Arthur Giannotti
diante das novas faces da política
O mundo desaparecido com o mito do
imperador Alexandre
Com três histórias, Gustave Flaubert
reaparece em toda sua maestria
A poesia brasileira e a revolta nas
grandes cidades estão entre os
lançamentos
xxx
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Um trio da música brasileira e o
retorno ao rock de Elvis Costello
xxx
Renato Janine Ribeiro se volta para a
luta de todos contra todos
Gabriel García Márquez na visão dos
jovens autores brasileiros
O poeta Cláudio Willer revela a nova
produção nacional
Cartas e e-mails enviados à CULT
Xxx
Xxx
206
História
Xxx
Poesia
Xxx
Persona
Xxx
e os artistas que fizeram o século
20
Coleção oferece textos
fundamentais sobre os europeus
no Oriente
O Brasil prepara-se para
conhecer os versos de Philip
Larkin
Xxx
Evento
Xxx
Xxx
Fenômeno
Xxx
Xxx
Filosofia
Xxx
Xxx
Edição
Notas
Entrevista
88
O universo de Farnese de
Andrade e o teatro com Beatriz
Segall
A apresentadora Soninha e as
armadilhas do discurso público
Première
Quanto pode haver de verdade na
paranóia de Noam Chomsky?
Pop
Do Leitor
A cultura popular e a história
subterrânea do século 20
A atraente e espantosa obra de
Louis-Ferdinand Céline
O romance da vida de Napoleão e
Hélio Pellegrino estão entre os
lançamentos
O escritor E.T.A. Hoffmann e a
musicalidade do romantismo
alemão
As editoras espanholas caçam os
best-sellers nacionais
Espaço artístico é entregue ao
público brasileiro
Uma recente geração de criadores
libaneses se mostra ao mundo
Novos agentes da cena musical e
a criação de uma MCB
O encontro da razão e da idéia da
fé na filosofia
O poeta Cláudio Willer revela a
jovem produção nacional
Cartas e e-mails enviados à CULT
Agenda
Xxx
Memória
Xxx
Hispânico
Xxx
Macrocosmos
Xxx
Crítica
Seleção
cult/livros
Ensaio
Mercado
Evento
Arte
Seleção
cult/música
Dossiê
Oficina literária
Xxx
Xxx
Pode Kenneth Tynan ser um exemplo
para a crítica no jornalismo?
Os melhores livro nacionais
publicados em 2003 pelo júri e pelo
público
Um best-seller brasileiro escondido
em meio ao preconceito
A herança deixada por Derrida e a
influência do pensamento francês
89
Xxx
90
Xxx
Francisco Foot Hardman fala do
trem-fantasma que assombra o
Brasil
O Novo Romance atualizado
pelo escritor e cineasta JeanPhilippe Toussaint
Xxx
Slavoj Zizek defenda ser Lênin uma
saída para o impasse da história
A violência silenciosa do
japonês Yasunari Kawabata
A nova poesia brasileira,
Rimbaud e Beckett estão entre
os lançametos
xxx
A vida e o tempo veloz de Marcel
Duchamp
A nova ficção brasileira e o policial
norte-americano no velho estilo
Dom Quixote merece mais do que uma
burocrática efeméride
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A maior banda de fevereiro e a
reciclagem do rock
Os segredos e as revelações das
Mil e uma noites
O poeta Cláudio Willer revela a
nova produção nacional
Cartas e e-mails enviados à
CULT
Michelangelo Antonioni e Chico
Buarque no mês do Carnaval
As lembranças do século 20 nos
EUA por Marjorie Perloff
O mexicano Juan Rulfo
promove um diálogo com os
desesperançados
O crítico italiano Cláudio
Magris fala da cultura da Europa
O que há de novo, moderno e
legendário
O centenário de Jules Verne e seu
mundo de maravilhas
O poeta Cláudio Willer revela a nova
produção nacional
Cartas e e-mails enviados à CULT
A arte do beijo e a cultura judaica dão
o tom em março
207
Clínica
Xxx
Ética & política
Xxx
Lançamento
Xxx
EUA
Xxx
do meio
Seria a histeria um sintoma do
homem do século 21?
Renato Janine Ribeiro e a
sombra das ideologias
Chega ao leitor a primeira
tradução do árabe do mito do
Oriente
Xxx
Palco
A fera
Xxx
Xxx
Xxx
Xxx
Cena
internacional
Memória
Xxx
Xxx
Xxx
Xxx
Edições
Notas
91
O cineasta Lars Von Trier prepara
um retorno ao mundo de Dogville
Entrevista
O autor Agnaldo Silva fala sobre a
crise da sexualidade nacional
Première
Um breve manual da crítica
cinematográfica chega às livrarias
92
O mais novo filme de Pedro
Almodóvar e a reaparição do
Kraftwerk
A vida de Adorno contada por
meio de suas aventuras
intelectuais
A mais nova literatura dos EUA
faz a luz
Mercado
As editoras mostram os músculos
do marketing para a mídia
nacional
O mundo em dissolução do escritor
irvine Welsh
Pagu, um dos mitos do feminismo
nacional, prepara um retorno
A tragédia de Marina Tsvetaeva e
as personalidades de São Paulo
A batalha econômica e cultural
chega aos vinhedos do planeta
Pode uma jovem imigrante ser a
última esperança da música pop?
Renato Janine Ribeiro pensa estar
a esquerda nos braços da direita
Revolta
Musa
Seleção
cult/livros
Cinema
Seleção
cult/música
Ética & política
Dossiê
Oficina literária
Do leitor
Ano zero
Perfil
Ensaio
Ciências
Humanas
Fato e ficção
Roberto Romano mostra por que o
Ocidente é vencedor
A memória sexual de Philip Roth
manda lembranças
O choque do teatro em Regurgitofagia
O esquecimento de José Cândido de
Carvalho
O francês Jean-Philippe Toussaint fala
do minimalismo literário
O fim da corrida de Hunter S.
Thompson contra os conservadores
93
O cineasta Stanley Kubrick e a arte
em Veneza promovem um espetáculo
O jornalista Jon Lee Anderson fala da
experiência da Guerra no Iraque
O norte-americano Philip Roth
imagina um governo fascista na
América
O desejo de pensar o Brasil
como um idílio romântico
Xxx
Xxx
Peter Burke e a memória de uma O retorno de um clássico húngaro e a
vida feliz em Cuba
rebeldia como marketing
Xxx
xxx
Quando a idolatria do Pop
encontra o fanatismo do cinema
Roberto Romano fala da
necessidade da sátira como
estratégia política
O reino de Harry Potter, o mago
das vendas de livros
A nova produção nacional
Jean-Paul Sartre e o mito do
intelectual engajado
O poeta Cláudio Willer revela a
nova produção nacional
Cartas e e-mails enviados à CULT Cartas e e-mails enviados à
CULT
Xxx
Enquanto o mundo comemora o
fim da guerra, Frankfurt
enfrenta o desastre
Xxx
Roberto Freire fala de seu exílio
voluntário
Xxx
De que maneira olhar e respeitar
a arte contemporânea?
Xxx
A filosofia é um espaço de ruas,
viadutos e avenidas
Xxx
Xxx
A nova cena francesa e a dissolução
da energia musical do Metallica
Renato Janine Ribeiro mostra como
as pessoas se tornam mercadorias
O cinema de Michelangelo Antonioni
ressurge para o cinéfilo brasileiro
A nova produção literária nacional
Cartas e e-mails enviados à CULT
xxx
xxx
O mundo preciso e trágico do alemão
W. G. Sebald
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Editoras mostram ao leitor brasileiro
as possibilidades do jornalismo
208
Tecnologia/
cultura
O tempo
reencontrado
História cultural
Literatura
brasileira
Xxx
Xxx
Xxx
Xxx
Xxx
Xxx
Xxx
Xxx
Estaria o grupo Google reconstruindo
a Biblioteca de Alexandria?
Marcel Proust e sua literatura
construída por meio de cartas
O romantismo como criador da
identidade nacional
Um toque de sofisticação de Silviano
Santiago
Download

ana lúcia nishida tsutsui revista cult