Valeria Freudt; Luciano Crocco; Charles John Szulcsewski;
Conceição Aparecida Pereira Barbosa
eGesta, v. 4, n. 2, abr.-jun./2008, p. 103-126
RELACIONAMENTO EM MERCADOS BToB
COMO FONTE DE VANTAGEM COMPETITIVA
Valeria Freudt
Luciano Crocco
Charles John Szulcsewski
Conceição Aparecida Pereira Barbosa
Resumo
Em um contexto de concorrência cada vez mais intensa é fundamental que
as empresas busquem fontes de diferenciação que lhes tragam vantagens
competitivas. No ambiente BtoB, formado por empresas que adquirem
produtos e serviços utilizados muitas vezes para a produção de produtos e
serviços que serão vendidos a outros clientes, esforços no sentido de
estabelecer relacionamentos e gerar uma relação de lealdade vêm se
mostrando essenciais para reter clientes e atingir objetivos de lucratividade
no longo prazo. A intensificação do relacionamento no setor BtoB baseiase em laços de confiança que provocam a troca de informações
estratégicas necessárias ao desenvolvimento de ofertas customizadas e que
sejam efetivas ao negócio das empresas clientes. A aproximação com seus
clientes e o pleno entendimento de suas necessidades são importantes para
as empresas BtoB gerarem valor agregado as suas soluções. Os esforços
de relacionamento devem, no entanto ser dedicados a clientes lucrativos.
Por isso, é importante selecionar os clientes com maior potencial de
retorno e de exercer o papel de formadores de opinião. O presente trabalho
objetiva abordar a evolução do tema relacionamento, as ações tomadas no
sentido da construção de um relacionamento, benefícios destes esforços e
fatores críticos de sucesso para esta prática.
Palavras-chave
Marketing, Relacionamento e BtoB
Abstract
In a context of increasing competitiveness, it is a key issue that companies
seek sources of differentiation which allow them to obtain competitive
advantage in the market place. In the BtoB market, formed by companies
which acquire products and services for the production of other products
and services that will be sold to their customers, efforts in order to
establish relationships and generate relationship of loyalty to retain
customers and reach long-term profitability objectives. The intensification
of the relationship in the BtoB sector is based on trust that triggers the
exchange of strategical information which will enable the development of
customized offers that should be effective to BtoB clients. Understanding
eGesta - Revista Eletrônica de Gestão de Negócios - ISSN 1809-0079
Mestrado em Gestão de Negócios - Universidade Católica de Santos
Facultade de Ciencias Económicas e Empresariais - Universidade de Santiago de Compostela
103
Valeria Freudt; Luciano Crocco; Charles John Szulcsewski;
Conceição Aparecida Pereira Barbosa
eGesta, v. 4, n. 2, abr.-jun./2008, p. 103-126
needs and getting close to key customers are important actions to allow
BtoB companies add value to its solutions. The relationship efforts should,
however be dedicated to customers with superior profitability potential.
Therefore, an important perspective for the financial return of relationship
efforts is the identification and choice of the appropriate customers. The
current work aims to present the evolution of the relationship team, the
actions taken in order to develop relationship, benefits of these efforts and
critical success factors for this practice.
Keywords
Marketing, Relationship and BtoB
eGesta - Revista Eletrônica de Gestão de Negócios - ISSN 1809-0079
Mestrado em Gestão de Negócios - Universidade Católica de Santos
Facultade de Ciencias Económicas e Empresariais - Universidade de Santiago de Compostela
104
Valeria Freudt; Luciano Crocco; Charles John Szulcsewski;
Conceição Aparecida Pereira Barbosa
eGesta, v. 4, n. 2, abr.-jun./2008, p. 103-126
RELACIONAMENTO EM MERCADOS BToB
COMO FONTE DE VANTAGEM COMPETITIVA
Valeria Freudt
Luciano Crocco
Charles John Szulcsewski
Conceição Aparecida Pereira Barbosa
1 Introdução
O relacionamento com clientes vem se tornando uma eficaz fonte de diferenciação e de
retorno financeiro para as empresas BtoB. O estreitamento das relações empresa-cliente
desenvolve, ao longo do tempo, vínculos difíceis de serem superados, ao criar custos de troca
(switching costs) relevantes. Estes laços proporcionam aos clientes a segurança necessária para a
tomada de decisão de compra e manutenção desta relação no médio e longo prazo. Além do laço
de confiança e do receio de trocar de fornecedor, as empresas clientes podem a exercer papel
fundamental como formadores de opinião ao endossarem a satisfação com os serviços e/ou
produtos ofertados.
De acordo com Hutt e Speh (2002, pp.74-80) há três situações de compra para uma
organização: 1) compra nova, 2) recompra modificada e 3) recompra direta. Na primeira, será
dedicado mais tempo para avaliação das alternativas antes da escolha. A segunda consiste numa
situação em que os compradores acreditam que podem existir benefícios significativos
decorrentes da reavaliação das alternativas disponíveis. A terceira compra considerada uma
compra rotineira e, ao contrário da compra nova e da modificada, não demanda tantas
eGesta - Revista Eletrônica de Gestão de Negócios - ISSN 1809-0079
Mestrado em Gestão de Negócios - Universidade Católica de Santos
Facultade de Ciencias Económicas e Empresariais - Universidade de Santiago de Compostela
105
Valeria Freudt; Luciano Crocco; Charles John Szulcsewski;
Conceição Aparecida Pereira Barbosa
eGesta, v. 4, n. 2, abr.-jun./2008, p. 103-126
informações. Nas três condições de compra uma empresa que possua relacionamentos estreitos
com seus clientes poderá se beneficiar sendo ou não fornecedora da organização compradora.
Caso ainda não seja fornecedora desta nova compradora, havendo em sua carteira de empresas
atendidas, organizações formadoras de opinião, ela se beneficiará. Se estas empresas referências
forem instituições para as quais dedica esforços de desenvolvimento de um relacionamento
próximo, o benefício será ainda será maior.
2 Metodologia
O presente trabalho foi desenvolvido a partir de levantamento de dados secundários em
livros e artigos. Também utiliza dados apresentados em palestra proferida em 8/5/2008 no curso
de Marketing Empresarial, EAD 5907 da FEA/USP.
3 Histórico
A questão relacional, restrita ao aspecto da existência de uma relação, foi tratada pela
primeira vez na literatura do gerenciamento, na década de 60, por Levine e White (1961). Nos
anos seguintes, o tema foi se expandindo para o marketing de serviços e para a área de canais de
marketing (Anderson e Narus, 1984).
O conceito marketing de relacionamento propriamente dito surgiu com Berry (1983)
quando apontou a relevância das pessoas envolvidas na prestação de serviços serem treinadas e
eGesta - Revista Eletrônica de Gestão de Negócios - ISSN 1809-0079
Mestrado em Gestão de Negócios - Universidade Católica de Santos
Facultade de Ciencias Económicas e Empresariais - Universidade de Santiago de Compostela
106
Valeria Freudt; Luciano Crocco; Charles John Szulcsewski;
Conceição Aparecida Pereira Barbosa
eGesta, v. 4, n. 2, abr.-jun./2008, p. 103-126
motivadas a construir e manter relacionamentos. O autor definiu marketing de relacionamento
como a atração, manutenção e, em organizações multiserviços, o aumento de relacionamento com
clientes.
Na década seguinte, McKenna (1993) introduziu a perspectiva de que o marketing de
relacionamento deveria considerar todo o espectro de relacionamentos que possam influenciar na
satisfação dos clientes, ou seja, relacionamentos com fornecedores (de bens e serviços), laterais
(concorrência, ONGs e governo), internos (unidades de negócios, áreas funcionais e empregados)
e com compradores (intermediários e consumidores finais).
Esta abordagem permitiu às
empresas avaliar seus negócios e identificar oportunidades e riscos ao relacionamento em
diferentes pontos da cadeia produtiva.
Segundo Evans e Laskin (1994) para atingir os objetivos de marketing de relacionamento, é
necessário:
1)
2)
3)
4)
Compreender as necessidades dos clientes;
Tratar os clientes como parceiros;
Assegurar que os empregados satisfaçam as necessidades dos consumidores;
Prover os consumidores com a melhor qualidade possível relativa às suas necessidades
individuais.
Berry (op. cit.) adiciona que o marketing de relacionamento repousa na atração, retenção e
fortificação dos relacionamentos com seus clientes. Para Zeithmal e Bitner (2003) o principal
objetivo é a manutenção de uma base de clientes comprometidos que sejam rentáveis para a
organização. Além da dimensão de lucro, um benefício associado aos clientes comprometidos é a
divulgação boca-a-boca sobre a empresa.
eGesta - Revista Eletrônica de Gestão de Negócios - ISSN 1809-0079
Mestrado em Gestão de Negócios - Universidade Católica de Santos
Facultade de Ciencias Económicas e Empresariais - Universidade de Santiago de Compostela
107
Valeria Freudt; Luciano Crocco; Charles John Szulcsewski;
Conceição Aparecida Pereira Barbosa
eGesta, v. 4, n. 2, abr.-jun./2008, p. 103-126
O marketing de serviços, do qual originou o marketing de relacionamento, contribuiu também
para incorporar a dimensão de qualidade e satisfação do ponto de vista do cliente. Segundo
Zeithmal e Bitner (op.cit) a qualidade em serviços reflete a percepção do cliente sobre dimensões
específicas de serviços: confiabilidade, responsividade, segurança, empatia e tangibilidade. Os
autores definem que serviços englobam ações, processos e atuações, portanto, passíveis de
customização através das pessoas envolvidas nas atividades entre as empresas. Conforme pode
ser observado na figura 1, a satisfação do cliente é influenciada tanto por fatores sob o controle
das empresas fornecedoras (percepções de qualidade de serviços, qualidade do produto e preço),
quanto por fatores fora de controle (percepções de fatores situacionais e fatores pessoais).
Por ser passível de customização e adequação aos requisitos específicos do comprador,
serviços incluindo o aspecto da interação direta entre clientes e profissionais da empresa
fornecedores e produtos e serviços tornaram-se fonte de diferenciação para as empresas
(Lovelock, 1983).
eGesta - Revista Eletrônica de Gestão de Negócios - ISSN 1809-0079
Mestrado em Gestão de Negócios - Universidade Católica de Santos
Facultade de Ciencias Económicas e Empresariais - Universidade de Santiago de Compostela
108
Valeria Freudt; Luciano Crocco; Charles John Szulcsewski;
Conceição Aparecida Pereira Barbosa
eGesta, v. 4, n. 2, abr.-jun./2008, p. 103-126
Pela perspectiva acadêmica, o campo de pesquisa sobre relacionamento tem sido amplo. Há
diversos artigos que abordam o estado de relacionamento entre as empresas, focam em temas tão
diversos como as relações entre compradores e fornecedores no mercado BtoB (Ulaga 2001),
teoria das relações sociais (Anderson e Narus 1984), relações contratuais (Lusch e Brown 1996),
relações de poder e dependência (Frazier 1983); (Hunt, Ray e Wood 1985) e (Stern e Reeve
1980), a interação social como essencial ao processo de relacionamento BtoB Granovetter (1985)
e a base de recursos da empresa (Hogan e Armstrong 2001); (Jap 1999), (Srivastava et al. 1999,
1998). Um quadro conceitual e a integração modelos de relacionamentos de vendedor-fornecedor
foi desenvolvido por (Dwyer, Schurr, e Oh 1987) e (Wilson 1995). Cannon e Perreault (1999)
também pesquisaram uma ampla variedade de conceitos relevantes de relacionamento.
eGesta - Revista Eletrônica de Gestão de Negócios - ISSN 1809-0079
Mestrado em Gestão de Negócios - Universidade Católica de Santos
Facultade de Ciencias Económicas e Empresariais - Universidade de Santiago de Compostela
109
Valeria Freudt; Luciano Crocco; Charles John Szulcsewski;
Conceição Aparecida Pereira Barbosa
eGesta, v. 4, n. 2, abr.-jun./2008, p. 103-126
As formas de trocas no mercado de business-to-business são freqüentemente pesquisadas
sob a perspectiva dos custos econômicos do valor embutido nas transações. Esta abordagem
pressupõe que os tomadores de decisão avaliam racionalmente as alternativas e trocas estruturais
e escolhem aquela que minimiza os custos da transação. No entanto, não se deve ignorar a
importância que além do aspecto de qualidade para a satisfação do cliente, outra esfera
importante no marketing de relacionamento é a percepção de valor atribuída pelo cliente.
Segundo Treacy e Wiersema (1996), o valor percebido pelo cliente advém de três benefícios,
indicados na figura 2.
O valor relativo ao benefício econômico repousa em excelência
operacional e na busca de um preço favorável. O valor funcional é atingido a partir de questões
inerentes ao produto. O valor associado aos benefícios psicológicos é atingido através da
intimidade com o cliente. Em meio à oferta cada vez maior de alternativas de produtos e serviços,
a dimensão psicológica de valor baseada em confiança e relacionamento torna-se uma fonte de
diferenciação.
eGesta - Revista Eletrônica de Gestão de Negócios - ISSN 1809-0079
Mestrado em Gestão de Negócios - Universidade Católica de Santos
Facultade de Ciencias Económicas e Empresariais - Universidade de Santiago de Compostela
110
Valeria Freudt; Luciano Crocco; Charles John Szulcsewski;
Conceição Aparecida Pereira Barbosa
eGesta, v. 4, n. 2, abr.-jun./2008, p. 103-126
De acordo com (Anderson 1995, p. 349), “criação de valor e compartilhamento de valor
podem ser consideradas com a raison d’être do relacionamento cliente fornecedor”. Apesar disso,
surpreende que valor não possua uma posição destacada nos modelos de relacionamentos de
marketing estabelecidos (Morgan e Hunt 1994); (Iacobucci e Hibbard 1999). Isso talvez possa ser
explicado pelo fato da pesquisa empírica sobre o valor do relacionamento ainda se encontrar num
nível rudimentar (Anderson 1995); (Sinha e DeSarbo 1998) e (Hogan 2001). Integrar valor como
uma variável chave no relacionamento empresarial requer uma ampla compreensão do construto
e de suas dimensões. Até o presente momento nenhuma conceitualização de valor de
relacionamento surgiu na literatura de marketing (Walter, Ritter e Gemuenden 2001).
Mais recentemente, Ulaga e Eggert (2006) propuseram cinco dimensões de valor relativas
ao relacionamento entre as organizações:
1. Benefícios do Produto – a busca contínua por produtos que irão fazer parte do processo
produtivo do comprador está na essência do relacionamento;
2. Benefícios de Serviços – na maioria dos mercados as empresas buscam mais do que
simplesmente um produto, buscam soluções que acompanham os produtos;
3. Benefícios de Know-how – em muitos setores as empresas buscam ainda mais do que
simplesmente produtos e serviços, estimulando seus fornecedores a perseguir a melhoria
contínua de seus produtos e obtendo uma vantagem competitiva que lhes permita superar
seus principais concorrentes;
4. Beneficio de time-to-market – a produção em massa cedeu lugar para a produção enxuta
nas últimas décadas. Atualmente velocidade e time-to-market se tornaram fundamental
na estratégia de como as empresas desenham e gerenciam a sua cadeia de suprimentos;
5. Benefícios Sociais – as ações econômicas da nossa sociedade têm como base as relações
sociais entre os indivíduos ou grupos de pessoas.
Na contrapartida dos benefícios obtidos pelas empresas foram destacadas duas dimensões
de sacrifício no relacionamento entre as organizações:
eGesta - Revista Eletrônica de Gestão de Negócios - ISSN 1809-0079
Mestrado em Gestão de Negócios - Universidade Católica de Santos
Facultade de Ciencias Económicas e Empresariais - Universidade de Santiago de Compostela
111
Valeria Freudt; Luciano Crocco; Charles John Szulcsewski;
Conceição Aparecida Pereira Barbosa
eGesta, v. 4, n. 2, abr.-jun./2008, p. 103-126
1. Preço – grande parte da literatura menciona o preço como o sacrifício a ser feito pela
manutenção do relacionamento com o fornecedor;
2. Custos de Processo – a busca não somente pela contínua redução dos custos, mas
principalmente pela melhoria dos processos (qualidade e tempo de produção, dentre
outros) ocorre habitualmente entre empresas que possuem amplo relacionamento.
As freqüentes alterações no ambiente competitivo geram mudanças nas necessidades dos
clientes corporativos. O acompanhamento adequado destas alterações é essencial para a garantia
de um relacionamento duradouro com esses clientes. Por isso, o marketing de relacionamento
inclui não apenas ações baseadas na manutenção de mailing de clientes atuais e prospects, deve
haver a capacitação profissional voltada para a fidelização de clientes e atualização de dados para
identificar características e necessidades dos clientes atendidos, fontes de geração de valor.
A força de vendas é fundamental para a identificação de fontes de diferenciação e de
oportunidades para criar valor para os clientes. No universo BtoB este grupo é formado
geralmente por Gerentes de Contas Especiais ou Key Account Managers. Estes profissionais são
responsáveis pelo atendimento aos clientes-chave, bem como pelo levantamento de informações
sobre a empresa, entendimento das suas necessidades, tradução destas demandas em soluções
sendo, portanto fundamentais aos relacionamentos com estes clientes.
Os desafios de ouvir e entender os clientes são parcialmente atendidos pela relação
estabelecida entre os gerentes de contas e seus clientes. Segundo Woodruff (1997) devido às
alterações contínuas nas necessidades dos clientes, as empresas devem registrar dados sobre os
mesmos. Há diferentes fontes e naturezas de dados, mas conforme pode ser observado na figura 3
o papel da força de vendas para o levantamento de informações é fundamental.
eGesta - Revista Eletrônica de Gestão de Negócios - ISSN 1809-0079
Mestrado em Gestão de Negócios - Universidade Católica de Santos
Facultade de Ciencias Económicas e Empresariais - Universidade de Santiago de Compostela
112
Valeria Freudt; Luciano Crocco; Charles John Szulcsewski;
Conceição Aparecida Pereira Barbosa
eGesta, v. 4, n. 2, abr.-jun./2008, p. 103-126
Esse papel da força de vendas está fundamentado no estabelecimento de uma relação de
confiança com seus clientes. Confiança e comprometimento foram identificados como
constructos centrais no marketing de relacionamento por diversos autores: Anderson e Weitz
(1992); Doney e Cannon (1997); Moorman, Deshpande e Zaltman (1993), Morgan e Hunt
(1994). Estes últimos (Morga e Hunt, op. cit p.23) definem confiança como uma situação na qual
uma parte acredita na integridade da outra parte. A confiança, base de relacionamentos oferece
benefícios não apenas econômicos, mas também representa um elo entre as pessoas traduzido na
expectativa de que essa confiança será honrada (Wicks 1999) e resulta na fidelização dos clientes
através de uma relação de longo prazo, em detrimento das práticas de transações visando apenas
os ganhos de curto prazo. A confiança também permite maior rapidez na tomada de decisões, o
que gera mais inovação e evita esforços improdutivos (Gopal 2003).
eGesta - Revista Eletrônica de Gestão de Negócios - ISSN 1809-0079
Mestrado em Gestão de Negócios - Universidade Católica de Santos
Facultade de Ciencias Económicas e Empresariais - Universidade de Santiago de Compostela
113
Valeria Freudt; Luciano Crocco; Charles John Szulcsewski;
Conceição Aparecida Pereira Barbosa
eGesta, v. 4, n. 2, abr.-jun./2008, p. 103-126
A relação de confiança não deve estar restrita aos fornecedores e seus clientes. Deve-se
estender por toda a cadeia. “Se os fornecedores não têm confiança entre si, o cliente será
penalizado” (Gopal op.cit.). Portanto, num contexto cada vez mais competitivo, a arena de
concorrência não é estabelecida apenas entre as empresas, mas sim entre redes: assim aquelas
organizações que construírem as redes mais eficientes obterão maior sucesso. Para que isso
ocorra, as organizações recorrem ao sistema de parceria entre si, com níveis de cooperação e de
troca de informação antes inimagináveis (Anderson e Narus 1990); (Morgan e Hunt 1994) e
(Sheth e Parvatiyar 2002).
Outra fonte de geração de confiança entre as empresas ofertantes e seus clientes é a marca.
Segundo Aaker (1998) a construção de uma marca forte provoca no consumidor uma sensação de
confiança, como um mapa que orienta o consumidor BtoC e BtoB a como escolher entre as
diversas opções.
Para exemplificar a importância da marca consideremos o caso da Dupont, empresa que
desenvolveu o elastano e, apesar do direito à patente deste produto, desenvolveu a marca
exclusiva “Lycra”. Apos o término do direito à patente do produto, a Dupont enfrentou forte
concorrência baseada em preço de fabricantes chineses. No entanto, os consumidores finais do
produto, atendidos pelas empresas que compravam a Lycra da Dupont aprenderam ao longo dos
anos a valorizar a etiqueta do fabricante e o selo de procedência Lycra, indicativo que o produto
era o original da Dupont.
Por outro lado, a Dupont, apesar de adotar um preço substancialmente superior ao elastano
chinês, ensinou os compradores da Lycra a atribuírem valor ao seu produto. A apreciação dos
eGesta - Revista Eletrônica de Gestão de Negócios - ISSN 1809-0079
Mestrado em Gestão de Negócios - Universidade Católica de Santos
Facultade de Ciencias Económicas e Empresariais - Universidade de Santiago de Compostela
114
Valeria Freudt; Luciano Crocco; Charles John Szulcsewski;
Conceição Aparecida Pereira Barbosa
eGesta, v. 4, n. 2, abr.-jun./2008, p. 103-126
consumidores pelos apelos subjacentes do elastano – direcionam a decisão de compras. Este é um
exemplo de como marcas com um valor forte estabelecem um vínculo de confiança com seus
clientes e conseguem se entranhar profundamente nos corações e mentes dos consumidores.
4 Fatores Críticos de Sucesso para o relacionamento BtoB
Além da relevância de segmentar seus clientes, identificar os com maior potencial de lucro
e se empenhar em estabelecer relacionamentos com os mesmos, as empresas devem saber que
não se estabelece uma relação de proximidade com os clientes de um dia para o outro. Segundo
Grönroos (1994) há quatro estágios de relacionamento, descritos na figura 4.
No extremo esquerdo, o foco é na transação e na busca de benefícios associados a preços
competitivos. De acordo com o autor, na medida em que a relação evolui do foco de “orientação
para a transação” para “marketing de relacionamento”, as partes envolvidas passam a desenvolver
eGesta - Revista Eletrônica de Gestão de Negócios - ISSN 1809-0079
Mestrado em Gestão de Negócios - Universidade Católica de Santos
Facultade de Ciencias Económicas e Empresariais - Universidade de Santiago de Compostela
115
Valeria Freudt; Luciano Crocco; Charles John Szulcsewski;
Conceição Aparecida Pereira Barbosa
eGesta, v. 4, n. 2, abr.-jun./2008, p. 103-126
laços de amizade e maior interação pessoal. Ao longo desta evolução começa a haver criação de
vantagem competitiva para o fornecedor e de geração de valor para seus clientes.
Day (2000) contribuiu a esta visão de evolução do relacionamento ao incorporar a idéia de
que há três estágios de trocas ao longo do estreitamento das relações entre fornecedores e seus
clientes. No primeiro nível, há a troca transacional, na etapa seguinte passa a haver trocas de
valor agregado. Nesta etapa as empresas passam não mais a atrair clientes, mas a dedicar esforços
para mantê-los através do adequado entendimento das necessidades e de como estas evoluem.
Neste estágio as empresas começam a investir mais esforços para adaptarem-se às modificações.
No último estágio, ocorrem as trocas colaborativas, nas quais segundo Anderson e Narus (1999) a
empresa ofertante e o cliente estabelecem fortes e intensos laços sociais, econômicos, de serviços
e técnicos de longo prazo que permitem benefícios mútuos. Ao longo desta evolução ocorre uma
maior aproximação e aprofundamento da conexão social e da assunção de compromissos
baseados na expectativa de benefícios no logo prazo.
Conforme mencionado anteriormente, nem todos os clientes devem ser foco dos esforços
de relacionamento. A efetividade do marketing de relacionamento está relacionada a clientes que
tragam retorno para empresa, os mais lucrativos. Para tanto, é necessária uma seleção dos clientes
que devem ser agraciados com os benefícios do estreitamento e esforços de um relacionamento.
Rogers (2000) indica haver quatro tipos de clientes:
1)
2)
3)
4)
clientes mais valiosos, ou os 20% que trazem 80% do faturamento;
Potencialmente valiosos, que se podem conquistar facilmente;
A maioria;
“BZ” ou below zero, que custam mais do que são capazes de trazer de retorno para a
empresa
eGesta - Revista Eletrônica de Gestão de Negócios - ISSN 1809-0079
Mestrado em Gestão de Negócios - Universidade Católica de Santos
Facultade de Ciencias Económicas e Empresariais - Universidade de Santiago de Compostela
116
Valeria Freudt; Luciano Crocco; Charles John Szulcsewski;
Conceição Aparecida Pereira Barbosa
eGesta, v. 4, n. 2, abr.-jun./2008, p. 103-126
Peppers e Rogers (2001) ressaltam a importância de diferenciar os clientes em duas
dimensões de valor. O valor que os clientes desejam auferir das empresas e quanto de valor os
clientes são capazes de gerar para as empresas. Após esta análise as empresas devem desenvolver
ações a fim de ir ao encontro das necessidades esperadas pelos clientes que de fato podem trazer
retorno para as empresas. Desta forma, os esforços de marketing de relacionamento serão de fato
efetivos e lucrativos.
Outra esfera essencial ao sucesso do relacionamento entre duas empresas é o alinhamento de
toda a organização e não apenas da área comercial, responsável pelo atendimento da cliente. No
caso de empresas BtoB, a explicação é pertinente ao fato do processo de decisão organizacional
ser mais complexo, envolver altos riscos devido aos elevados volumes e valores envolvidos e
demorado por envolver diferentes pessoas na decisão de compra.
A figura 5 - Processo de Decisão de Compra BtoC e BtoB - permite observar que na decisão
BtoB há uma etapa que a distingue do processo percorrido no mercado BtoC: a de atribuição das
responsabilidades pela decisão (Solomon, 2002).
eGesta - Revista Eletrônica de Gestão de Negócios - ISSN 1809-0079
Mestrado em Gestão de Negócios - Universidade Católica de Santos
Facultade de Ciencias Económicas e Empresariais - Universidade de Santiago de Compostela
117
Valeria Freudt; Luciano Crocco; Charles John Szulcsewski;
Conceição Aparecida Pereira Barbosa
eGesta, v. 4, n. 2, abr.-jun./2008, p. 103-126
Neste ponto, diferentes áreas são envolvidas na discussão e influenciarão a decisão final de
contratação de serviços ou compra de produtos pela empresa cliente. Estas áreas podem ser
compras, vendas, operações, TI, marketing, engenharia, recursos humanos, ou outras,
dependendo da natureza e da finalidade do que é comprado.
Cada área envolvida exerce um papel no processo de decisão de compra que pode ser de
usuário, controlador (do fluxo e das informações), influenciador, comprador e tomador de decisão
(Hutt e Speh, op.cit). A identificação do tomador de decisão é a mais difícil, pois mesmo em
casos em que haja uma área de compras, pode não ser esta a área quem decida a compra.
Os distintos agentes que participam do processo de compra possuem preferências em
termos dos atributos valorizados. Por isso, faz-se necessário identificar os critérios perseguidos
para desenvolvimento de produtos e serviços, comunicação dos mesmos e ações de
relacionamento adequadas.
eGesta - Revista Eletrônica de Gestão de Negócios - ISSN 1809-0079
Mestrado em Gestão de Negócios - Universidade Católica de Santos
Facultade de Ciencias Económicas e Empresariais - Universidade de Santiago de Compostela
118
Valeria Freudt; Luciano Crocco; Charles John Szulcsewski;
Conceição Aparecida Pereira Barbosa
eGesta, v. 4, n. 2, abr.-jun./2008, p. 103-126
Vale destacar que nem todas as áreas de uma empresa conseguem desenvolver
relacionamentos duradouros com suas contrapartes. Por exemplo, a área de compras busca a
negociação mais vantajosa para atender ao principal benefício buscado: preço baixo.
Apesar da importância dos Gerentes de Contas Especiais, o foco na relação entre pessoas e
no vínculo de confiança pode, em alguns casos, ser um problema para o relacionamento entre as
empresas. Por exemplo, se um Gerente de Contas Especiais for contratado por uma concorrente,
ele pode levar um cliente ou até mesmo toda sua carteira de clientes para seu novo empregador.
A fim de minimizar este risco, as empresas podem adotar algumas práticas1 como a rotação
de gerentes de conta, ou o uso de sistemas nos quais sejam registradas informações sobre os
clientes estratégicos, como satisfação com soluções, solicitações, dados sobre profissionaischaves nas empresas atendidas e demais dados que permitam o registro e a análise de
características destes clientes.
A comunicação é outro fator crítico de sucesso ao relacionamento. Segundo Peppers e
Rogers (op. cit p.9), esta é o ”tecido conectivo de um relacionamento; logo, uma empresa BtoB
tem de transmitir, com habilidade e eficácia, a mensagem educativa sobre seu produto por toda a
cadeia de demanda, atingindo usuários finais, os formadores de opinião, os responsáveis pela
tomada de decisões e os distribuidores”. O nível de comunicação influencia a possibilidade de
conflito, quanto maior e eficiente a comunicação, menores as possibilidades de conflitos.
Deve-se considerar a importância da mensuração dos resultados dos esforços de
relacionamento. Afinal, se o objetivo é garantir o retorno junto aos clientes com maior potencial
1
Fonte: Sr. Gilvan Silva, diretor de contas da Empresa de Correios, em palestra proferida em 8/5/2008 no curso de
Marketing Empresarial, EAD 5907 da FEA/USP.
eGesta - Revista Eletrônica de Gestão de Negócios - ISSN 1809-0079
Mestrado em Gestão de Negócios - Universidade Católica de Santos
Facultade de Ciencias Económicas e Empresariais - Universidade de Santiago de Compostela
119
Valeria Freudt; Luciano Crocco; Charles John Szulcsewski;
Conceição Aparecida Pereira Barbosa
eGesta, v. 4, n. 2, abr.-jun./2008, p. 103-126
de lucratividade, as empresas devem adotar métricas que lhes permitam avaliar se os resultados
estão sendo atingidos, bem como o custo associados a estas ações. Farris, Bendle, Pfeifer e
Reibstien (2006, p.173) propõem métricas de eficácia da força de vendas baseadas em critérios
como contatos, telefonemas, identificação de contas especiais, contas ativas, despesas e poder de
compra do território atendido. Os autores destacam a pertinência de medir além do tradicional
market share, a participação da empresa e suas soluções nos corações e mentes dos clientes
(op.cit. pp.26-30) e propõem incorporar métricas como participação e aceitação da marca,
lealdade, compreendida como a indicação de fluxo de receita futura das empresas, disposição
para recomendação da empresas pelos seus clientes e a satisfação com as soluções, produtos e
serviços por parte do público-alvo. Apesar da complexidade associada à efetiva combinação de
todas estas medidas, as empresas deveriam dedicar esforços a fim de desenvolver ferramentas
adequadas à avaliação dos esforços no relacionamento com clientes-chaves.
5 Considerações Finais
Existe uma ampla base teórica sobre o relacionamento entre empresas BtoB que apontam a
importância de estabelecer relações duradouras entre as partes envolvidas neste segmento.
Algumas evidências que suportam sua relevância estão relacionadas às características estruturais
do processo de decisão de compra organizacional e à importância dos fornecedores de soluções
BtoB para o desenvolvimento de produtos ou serviços pelos seus clientes.
eGesta - Revista Eletrônica de Gestão de Negócios - ISSN 1809-0079
Mestrado em Gestão de Negócios - Universidade Católica de Santos
Facultade de Ciencias Económicas e Empresariais - Universidade de Santiago de Compostela
120
Valeria Freudt; Luciano Crocco; Charles John Szulcsewski;
Conceição Aparecida Pereira Barbosa
eGesta, v. 4, n. 2, abr.-jun./2008, p. 103-126
A fim de permitir um melhor entendimento sobre o tema, o presente trabalho discorreu
sobre a evolução do relacionamento e como a implementação de estratégias de relacionamento no
segmento BtoB pode beneficiar as partes envolvidas criando valor para as soluções, produtos ou
serviços gerados pelos clientes BtoB.
Foram ressaltados também alguns aspectos essenciais ao sucesso de programas de
relacionamento tais como a identificação e seleção dos clientes-chaves aos quais deverão ser
dedicados esforços, a importância do envolvimento de toda a rede, bem como da mensuração dos
esforços destinados ao aprofundamento do relacionamento.
6 Referências
AAKER, D. A. Marcas: Brand Equity: gerenciando o valor da marca. 2ª. ed São Paulo: Negócio,
1998.
ANDERSON, E.; BARTON, W. “The Use of Pledges to Build and Sustain Commitment in
Distribution Channels. ” Journal of Marketing Research, 29, February 1992, p.18-34.
ANDERSON, J. C; NARUS, J. A. “Partnering as a Focused Market Strategy”. Californian
Management review 33, 1999 Primavera,
______. “A model of the distributor’s perspective of distributors-manufacturer working
relationship”. Journal of Marketing, 48, outono 1984, p.62-74.
______. “Relationships in Business Markets: Exchange Episodes, Value Creation, and their
Empirical Assessment”. Journal of the Academy of Marketing Science 23 (4), 1995 p.346-350.
_______. “A Model of the Distributor’s Perspective of Distributor-Manufacturer Working
Relationships”. Journal of Marketing 48, Fall, 1984 p. 62-74.
eGesta - Revista Eletrônica de Gestão de Negócios - ISSN 1809-0079
Mestrado em Gestão de Negócios - Universidade Católica de Santos
Facultade de Ciencias Económicas e Empresariais - Universidade de Santiago de Compostela
121
Valeria Freudt; Luciano Crocco; Charles John Szulcsewski;
Conceição Aparecida Pereira Barbosa
eGesta, v. 4, n. 2, abr.-jun./2008, p. 103-126
BERRY, L. “Relationship Marketing, an emerging Perspective on services marketing”, ed.
Leonard BERRY, L et all. American Marketing Association, 1983, Chicago, pp. 25-28.
CANNON, J. P.; PERREAULT W. D. Jr. “Buyer-Seller Relationships in Business Markets”.
Journal of Marketing Research 36 November, 1999 p: 439-460.
CROCCO et al. “Fundamentos de Marketing”. São Paulo: Saraiva 2006.
DAY, G. S. ” Managing Market relationships”. Journal of the Academy of Marketing Science 28,
Winter 2000, pp.24-30.
DONEY, Patricia M.; Cannon J. P. “An Examination of the Nature of Trust in Buyer-Seller
Relationships”. Journal of Marketing 61 April 1997 p. 35-51.
DWYER, F. R.; SCHURR P. H.; OH S. “Developing Buyer-Seller Relationships”. Journal of
Marketing 51 April, 1987 p. 11-27.
EVANS, J. R.; LASKIN, R.L. “The relationship marketing process: a conceptualization and
application”. Industrial Marketing Management. Dec. 1994, Vol.23, p.439-52.
FARRI, P. W.; BENDLE, N. T.; PJEIFER, P. E.; REIBSTEIN, D. J. Métricas de Marketing:
mais de 50 métricas que todo executivo deve dominar. Porto Alegre: Bookman, 2007.
FRAZIER, G. L. “Interorganizational Exchange Behavior in Marketing Channels: A Broadened
Perspective”. Journal of Marketing 47 Fall 1983 p. 68-78.
GOPAL, C. “Forjar Relacionamentos: o desafio da cadeia de suprimentos. Harvard Business
Review. Santiago. Impact Media, Vol. 81. Jul/2003, p.55.
GRANOVETTER, M. (1985), “Economic Action and Social Structure: The Problem of
Embeddedness.” American Journal of Sociology 91 (3) 1985 p. 481-510.
eGesta - Revista Eletrônica de Gestão de Negócios - ISSN 1809-0079
Mestrado em Gestão de Negócios - Universidade Católica de Santos
Facultade de Ciencias Económicas e Empresariais - Universidade de Santiago de Compostela
122
Valeria Freudt; Luciano Crocco; Charles John Szulcsewski;
Conceição Aparecida Pereira Barbosa
eGesta, v. 4, n. 2, abr.-jun./2008, p. 103-126
GRÖNROOS, C. “From marketing mix to relationship marketing: towards a paradigm shift in
marketing”. Management Decision; 1994, Vol. 32, Issue 2, p.4.
______. “Relationship marketing: the strategic and tactical implications”. Management Decision,
May 1996, Vol. 34, No.5, p.5.
HOGAN, J. E. (2001), “Expected Relationship Value: A Construct, a Methodology for
Measurement, and a Modeling Technique” Industrial Marketing Management 30 (4) 2001 p.
339-351.
______; ARMSTRONG, G. “Toward a Resource-Based Theory of Business Exchange
Relationships: The Role of Relational Asset Value,” Journal of Business-to-Business Marketing
Vol. 8 (4) 2001 p. 3-26.
HUNT, S. D.; RAY, N. M.; WOOD, V. R. “Behavioral Dimensions of Channels of Distribution:
Review and Synthesis.” Journal of the Academy of Marketing Science 13 Summer, 1985 p.1-24.
HUTT, M. D.; SPEH, T. W. “BtoB – Gestão de Marketing em Mercados Industriais e
Organizacionais” Rio Grande do Sul: Editora ArtMed, 7ª. edição, 2002.
IACOBUCCI, D.; HIBBARD J. D. “Toward an Encompassing Theory of Business Marketing
Relationships (BMRS) and Interpersonal Commercial Relationships (ICRS): An Empirical
Generalization,” Journal of Interactive Marketing Vol. 13 (3) Summer, 1999 p.13-33.
JAP, S. D. “Pie-Expansion Efforts: Collaboration Processes in Buyer-Supplier Relationships.
”Journal of Marketing Research 36 November, 1999 p. 461-475.
KOTLER, P.; KELLER, K. L. ADMINISTRAÇÃO DE MARKETING. São Paulo: Pearson
Education do Brasil, 12ª edição, 2006.
LEVINE, S.; WHITE P. “Exchange as a Conceptual Framework for the Study of
Interorganizational Relationships”. Administrative Science Quarterly, Vol. 5, No. 4 Mar., 1961
pp. 583-601
eGesta - Revista Eletrônica de Gestão de Negócios - ISSN 1809-0079
Mestrado em Gestão de Negócios - Universidade Católica de Santos
Facultade de Ciencias Económicas e Empresariais - Universidade de Santiago de Compostela
123
Valeria Freudt; Luciano Crocco; Charles John Szulcsewski;
Conceição Aparecida Pereira Barbosa
eGesta, v. 4, n. 2, abr.-jun./2008, p. 103-126
LOVELOCK, C.H. “Classifying services to gain strategic marketing insights “Journal of
marketing Management, 47, Summer, 1983, pp. 9-20.
Mckenna, R. Marketing “de Relacionamento: estratégias bem sucedidas para a era do cliente”.
Rio de Janeiro: Campus, 1993.
MOORMAN, C.; DESHPANDE R.; ZALTMAN G. “Factors Affecting Trust in Market
Research Relationships” Journal of Marketing 57 January, 1993 p.81-101.
MORGAN, R. M.; HUNT, S. D. ”The Commitment-Trust Theory of Relationship Marketing”.
Journal of Marketing, v. 58, July, 1994, p. 23.
______. “The commitment-trust theory of relationship marketing". Journal of Marketing 58 (3),
1994 p.20-38.
O’LOGHLIN, D. ; SZMIGIN, I. “Customer relationships policy and the nature of loyalty in Irish
retail financial services”. Journal of marketing management, 22, Summer, 2006, pp. 267-293.
PEPPERS, D.; ROGERS, M. “Marketing, um-a-um: Marketing Individualizado na Era do
Cliente”. Rio de Janeiro: Campus, 1999.
______. One to one BTOB. Rio de Janeiro:Campus, 2001.
______. HSM Management novembro –dezembro 2000 p.59
SHETH, J. N.; PARVATIYAR A. “Evolving Relationship Marketing into a Discipline. ”Journal
of Relationship Marketing (1), 2002 p. 3-16.
SINHA, I.; DeSARBO W. S. “An Integrated Approach Toward the Spatial Modelling of
Perceived Customer Value” Journal of Marketing Research 35 May, 1998 p. 236-249.
SOLOMON, M. R. “O Comportamento do consumidor: comprando, possuindo e sendo. 5 ª ed,
Porto Alegre: Bookman, 2002.
eGesta - Revista Eletrônica de Gestão de Negócios - ISSN 1809-0079
Mestrado em Gestão de Negócios - Universidade Católica de Santos
Facultade de Ciencias Económicas e Empresariais - Universidade de Santiago de Compostela
124
Valeria Freudt; Luciano Crocco; Charles John Szulcsewski;
Conceição Aparecida Pereira Barbosa
eGesta, v. 4, n. 2, abr.-jun./2008, p. 103-126
SRIVASTAVA, R. K.; TASADDUQ A. S.; LIAM F. “Marketing, Business Processes, and
Shareholder Value: An Organizationally Embedded View of Marketing Activities and the
Discipline of Marketing,” Journal of Marketing 63 (Special Issue), 1999 p.168-179.
______. “Market Based Assets and Shareholder Value: A Framework for Analysis,” Journal of
Marketing 62 January, 1998 p. 2-18.
STERN, L. W.; TORGER R. “Distribution Channels as Political Economies: A Framework for
Comparative Analysis.” Journal of Marketing 47, 1997 p. 55-67.
TREACY, M.; WIERSEMA, F. “How market leader keep their edge”. Fortune. 6 Feb. 1996
pp.88-93.
ULAGA, W. “Customer Value in Business Markets: An Agenda for Inquiry”. Industrial
Marketing Management 30 (4), 2001 p. 1-7.
______; EGGERT, A. “Value-Based Differentiation in Business Relationships: Gaining and
Sustaining Key Supplier Status”. Journal of Marketing; Jan 2006, Vol. 70 Issue 1, p119-136.
ACHIM, W,; RITTER, T.; GEMUENDEN H. G. “Value Creation in Buyer-Seller Relationships:
Theoretical Considerations and Empirical Results from a Supplier’s Perspective” Industrial
Marketing Management, Vol.30 (4), 2001 p.365-377.
WICKS, A.C.; BERMAN, S.L.; JONES, T.M. “The structure of optimal trust: moral and
strategic implications”, Academy of Management Review, Vol. 24 No. 1, 199 p.99-116.
WILSON, D. T. “An Integrated Model of Buyer-Seller Relationships”. Journal of the Academy
of Marketing Science 23 (4), 1995 p. 335-345.
WOODRUFF, R. B. “Customer Value: the next source for competitive advantage”. Journal of
Academy of Marketing Science, Spring 1997, Vol. 25, No. 2.
eGesta - Revista Eletrônica de Gestão de Negócios - ISSN 1809-0079
Mestrado em Gestão de Negócios - Universidade Católica de Santos
Facultade de Ciencias Económicas e Empresariais - Universidade de Santiago de Compostela
125
Valeria Freudt; Luciano Crocco; Charles John Szulcsewski;
Conceição Aparecida Pereira Barbosa
eGesta, v. 4, n. 2, abr.-jun./2008, p. 103-126
ZEITHMAL. V. A.; BITNER, M. J. “Marketing de serviços com foco no cliente”. 2ª edição.
Porto Alegre: Bookman, 2003.
Os autores:
Valeria Freudt
Mestre pelo COPPEAD/UFRJ
Professora do IBMEC/São Paulo
Luciano Crocco
Doutorando da FEA/USP
Professor da PUC/SP
Charles John Szulcsewski
Doutorando da FEA/USP
Professor da ESPM
Conceição Aparecida Pereira Barbosa
Doutoranda UPM
Professora da UPM
eGesta - Revista Eletrônica de Gestão de Negócios - ISSN 1809-0079
Mestrado em Gestão de Negócios - Universidade Católica de Santos
Facultade de Ciencias Económicas e Empresariais - Universidade de Santiago de Compostela
126
Download

relacionamento em mercados btob como fonte de vantagem