ESTUDOS SOBRE ANTONIO GONÇALVES DIAS Sérgio Moreira dos Santos: www.informacaoutil.com.br ESTUDOS SOBRE “ANTONIO GONÇALVES DIAS” O presente estudo teve por objetivo auxiliar o estudante numa compreensão das principais características deste grande escritor, e ainda, ajudá-lo a ter um melhor desempenho nas provas em que a obra do Antonio Gonçalves Dias também for objeto da avaliação. Vejamos abaixo informações relevantes. 1823 – em 10 de agosto, nasce, no Sítio Boa Vista, em terras de Jatobá, a 14 léguas da vila de Caxias (Maranhão). Filho do comerciante João Manuel Gonçalves Dias e de Vicência Ferreira. 1864 – em 3 de novembro ocorreu naufrágio nas costas do Maranhão (quando chegava de Portugal) e morte de Antônio Gonçalves Dias que estava na embarcação. Ele viveu 41 anos. Como Antônio Gonçalves Dias fazia suas poesias? Responde o próprio : “Gosto de afastar os olhos de sobre a nossa arena política para ler em minha alma, reduzindo à linguagem harmoniosa e cadente (canto) o pensamento que me vem de improviso, e as idéias que em mim desperta a vista de uma paisagem ou do oceano – o aspecto enfim da natureza. Casar assim o pensamento com o sentimento, a idéia com a paixão, colorir tudo isto com a imaginação, fundir tudo isto com o sentimento da religião e da natureza, eis a poesia - a Poesia grande e santa – a Poesia como eu a compreendo sem a poder definir, como eu a sinto sem a poder traduzir” Constantes nas obras de Gonçalves Dias; relacionado com: 1. Religião: céu, Jeová, Deus, véu, ... 2. Natureza: descrição da situação da natureza (Oceano terrível, mar imenso de vagas, procelas), onda, raios, trovão, noite, negro, ondular, .... 3. Suas próprias tristezas, infortúnio amoroso: são, olhos, bravos, meu canto ouvi!, meigo, meigos, preto, pretos, negro, negros,... Características das obras de Antônio Gonçalves Dias: I. Rima II. Ritmo (canto) III. Repetição de palavras ou expressões no início dos versículos. A respeito do Ritmo ver abaixo excertos da “Canção do Exílio”, “Seus olhos”, “Juca Pirama”, “Olhos Verdes”, “Marabá”. Exemplo: CANÇÃO DO EXÍLIO Minha terra tem palmeira, Onde canta o Sabiá; As aves, que aqui gorjeiam, Não gorjeiam como lá. Nosso céu tem mais estrelas, Nossas várzeas têm mais flores, Nossos bosques têm mais vida, Nossa vida mais amores. .......... JUCA PIRAMA No meio das tabas de amenos verdores, Cercadas de troncos – cobertos de flores, Alteiam-se os tetos d’altiva nação; São muitos seus filhos, nos ânimos fortes, Temíveis na guerra, que em densas coortes Assombram das matas a imensa extensão pág. 2 ESTUDOS SOBRE ANTONIO GONÇALVES DIAS Sérgio Moreira dos Santos: www.informacaoutil.com.br São rudos, severos, sedentos de glória, Já prélios incitam, já cantam vitória, Já meigos atendem à voz do cantor: São todos Timbiras, guerreiros valentes! Seu nome lá voa na boca das gente, Condão de prodígios, de glória e terror! OLHOS VERDES São uns olhos verdes, verdes, Uns olhos de verde-mar, Quando o tempo vai bonança; Uns olhos cor de esperança Uns olhos por que morri; Que ai de mi! Nem já sei qual fiquei sendo Depois que os vi! São verdes da cor do prado, Exprimem qualquer paixão, Tão facilmente se inflamam, Tão meigamente derramam Fogo e luz do coração; Mas ai de mi! Nem já sei qual fiquei sendo Depois que os vi! MARABÁ Eu vivo sozinha; ninguém me procura! Acaso feitura Não sou de Tupá? Se algum dentre os homens de mim não se esconde “Tu és”, me responde, “Tu és Marabá!” Meus olhos são garços, são cor das safiras, Tem luz das estrelas, têm meigo brilhor, Imitam as nuvens de um céu anilado, As cores imitam das vagas do mar! Se algum dos guerreiros não foge a meus passos: “Teus olhos são garços”, Responde anojado, “mas és Marabá: “Quero antes uns olhos bem pretos, luzente, “Uns olhos fulgentes, “Bem pretos, retintos, não cor d’anajá! Fim do presente estudo. Você pode enviar seus comentários no “site” www.informacaoutil.com.br; grato! Araçatuba/SP; 05 de fevereiro de 1995. Sérgio Moreira dos Santos. pág. 2