PROJETOS DE PESQUISA – METAFÍSICA E CONHECIMENTO EM 2014 Nº PROFESSOR COORDENADOR 1. Alberto Marcos Onate 2. César Augusto Battisti TÍTULO DO PROJETO DESCRIÇÃO Sobre o transcendental: o O diálogo filosófico entre Husserl e Heidegger é pautado debate entre Husserl e por encontros e desencontros, cujo marco decisivo é a Heidegger publicação de Ser e tempo. Sabe-se, através da divulgação dos cursos ministrados pelo segundo, que o afastamento entre ambos os pensadores vinha sendo 2007 - ATUAL preparado há anos, mas é a partir da leitura husserliana da obra principal de Heidegger que se consolida a ruptura. Assume-se, no âmbito do presente projeto, que o núcleo deste debate, entendido como Auseinandersetzung, explicação recíproca, concerne ao estatuto do âmbito transcendental, delineado a partir das noções de eu puro e de ser-o-aí . Dum lado, um plano autônomo supérstite ao procedimento de redução fenomenológica do mundo; doutro lado, um ser-no-mundo que opera transcendentalmente sem recorrer aos parênteses. Pretende-se, no desenrolar da pesquisa, não apenas resgatar e discutir as posições em conflito, mas, sobretudo, explorar suas implicações filosóficas e aquilatar se e em qual medida elas são conciliáveis. A questão do sujeito na O projeto tem como objetivo principal discutir o tema do filosofia cartesiana sujeito na filosofia cartesiana e, ao mesmo tempo, 2009 - ATUAL relacioná-lo às principais figuras da subjetividade na modernidade, bem como ao tema da subjacência de origem grega. Em síntese, ele pretende compreender o tema do sujeito a partir das noções de subjacência e de subjetividade e, assim, compreender a noção de sujeito tanto como sujeito suporte e substrato quanto como sujeito subjetivo. EQUIPE Até 28/04/2014 Marcos Antonio de Souza Brito (mestrando) Anderssieli Irion Boschetti (Mest) Devair Gonçalves Sanchez (Mest) Roni Lenon da Silva (Mest) Geder Paulo Friedrich Cominetti (mestrando) Cristiane Picinini (graduanda) Marilda Pereiras dos Santos (graduando) Rodrigo Wenceslau (Mest) João Antônio Ferrer Guimarães (externo) 3. 4. 5. Marisa Carneiro de Tradução crítica do Discours Este projeto volta-se para a tradução do Discurso do Oliveira Franco de la méthode & Essais, de método e dos Ensaios de René Descartes. A importância Donatelli René Descartes desta proposta situa-se na inclusão da tradução dos Ensaios, uma vez que inexistem no Brasil traduções 2011- ATUAL desses textos que acompanham o Discurso, com a finalidade de restituir a unidade à obra, tal como foi concebida pelo autor. O trabalho será acompanhado de um aparato crítico com base em estudos mais recentes e no trabalho que vem sendo desenvolvido pelo Centro de Estudos sobre Descartes da Universidade de Salento, que teve como resultado a versão para o italiano das obras referidas nesta proposta. Ao lado dessa edição italiana, será considerada a edição francesa do Discurso com os Ensaios, organizada pela equipe dirigida por Jean-Maire Beysssade e Denis Kambouchner. Além das notas que acompanharão os textos de Descartes, cada uma das partes que compõem os Ensaios será precedida de um estudo elaborado por uma equipe de professores pesquisadores que vêm se dedicando a estudos ligados a aspectos da ciência no século XVII, envolvendo direta ou indiretamente Descartes. Érico Andrade Tradução da obra Descartes Trata-se da tradução desta obra clássica da historiografia Marques de Oliveira selon l´ordre des raisons de cartesiana, publicada em francês em 1953 e ainda sem Martial Gueroult tradução portuguesa, sob a coordenação de Érico Andrade Marques de Oliveira e de Marisa Carneiro de 2014 - ATUAL Oliveira Franco Donatelli e com a cooperação de vários especialistas de Descartes. Faz parte do projeto o meu pós-doutorado (UFRGS 2014-15) cujo título é Método, ordem e causalidade em Descartes. Claudinei Aparecido Merleau-Ponty e a Ontologia O projeto em curso circunscreve, a partir da obra de de Freitas da Silva da Carne: Perfis e Alianças Maurice Merleau-Ponty, o raio de abrangência do tema da “carnalidade” figurado na tradição fenomenológicoontológica contemporânea em estreitas alianças teóricas César Augusto Battisti Érico Andrade Marques de Oliveira Pablo Rubén Mariconda Guilherme Rodrigues Neto Paulo Tadeu da Silva Eduardo Salles de Oliveira Barra (Todos participantes externos) César Augusto Battisti Marisa Carneiro de Oliveira Franco Donatelli Alexandre Guimarães Tadeu de Soares (Todos participantes externos) Litiara Kohl Dors (mestranda) José André de Azevedo (externo) Patrícia Schneider (externo) Tiago Soares dos Santos (externo) 2008 - ATUAL 6. com outras tendências ou correntes de pensamento situadas, especialmente, no campo da Psicologia e da Estética (literatura, pintura, cinema, teatro). Afinal, que estatuto tal problemática aufere nesse contexto interpretativo mais amplo? Merleau-Ponty advoga uma tese capital: a de que a noção de carne se enuncia como um decisivo estado de questão que o pensamento no século XX permanentemente “restaura” e “aprofunda”. Essa restauração agencia, em novas bases hermenêuticas, outra destinação do argumento transcendental na contramão do paradigma clássico sujeito-objeto. A superação desse modelo teórico, flagrantemente solipsista, se efetiva em prol de uma noção de subjetividade mais ampla ou integrada e, nessa extensão, radicalmente carnal sem nenhuma concessão a qualquer pressuposto naturalista ou teísta. Levando em conta tal perspectiva, o que a noção de carne também aprofunda é a relação de princípio com o mundo e com o outro, deflagrada ontologicamente, numa experiência mais global acerca do corpo e do tempo. É essa reconceituação da subjetividade que uma ontologia da carne dá audiência, de modo que a ideia de carnalidade passa a figurar, no cenário do debate contemporâneo, o campo transcendental por excelência, ou seja, o meio formador do sujeito e do objeto, a dimensão de uma experiência indivisível entre eu e outrem, o entendimento e a sensibilidade. Claudinei Aparecido Filosofia: seus sentidos e O presente Projeto vinculado ao PET [Programa de de Freitas da Silva sua importância Educação Tutorial] do Colegiado de Filosofia da UNIOESTE e subsidiado pelo MEC/FNDE (a partir de seu planejamento proposto para o Triênio 2013-2016) visa 2013 - ATUAL explorar as inúmeras perspectivas vislumbradas pela Filosofia desde o seu surgimento. A abrangência do tema Hubert Milanês Pessoa (Mest) Thayla Magally Guevehr (Mest) Fabiane Libardi (Graduanda) Martín Grassi (externo) Nadimir Silveira de Quadros (externo) Thamy Claude Ayouch (externo) Angela Maria da Silva (Graduanda) Josieli Aparecida Opalchuka (Graduando) Cristiane Picinini (Graduanda) Fabiane Libardi (Graduanda) Felipe Ricardo Deuter Becker (Graduando) Mauricio Smiderle (Graduando) 7. 8. permite uma abordagem pelos vários ramos da Filosofia que vão desde a metafísica, passando pela ética, filosofia política, estética, epistemologia, lógica até culminar na filosofia da linguagem. Nessa retrospectiva, trata-se, ainda, de contextualizar a importância estratégica da Filosofia junto à cultura geral em que pese a sua integração de cunho multidisciplinar. A nova concepção do Programa se articula a partir de três eixos indissociáveis de ações: 1) Pesquisa: realização anual de um ciclo de palestras acerca de um tema específico, ministrado por professores convidados, além de seminários coordenados pelos bolsistas referentes aos textos indicados pelos palestrantes; 2) Ensino: engajamento em oficinas temáticas voltadas aos professores da rede pública municipal de Toledo numa parceria entre a UNIOESTE com a Secretaria de Educação da cidade e 3) Extensão: colaboração no Projeto WEBRádio Kula, além da organização, participação e apresentação de trabalhos em eventos internos e externos. Carlos Diogenes METAFÍSICA NA A história da filosofia contemporânea revela-nos que o Cortez Tourinho FILOSOFIA século XX foi marcado, tanto na filosofia continental, CONTEMPORÂNEA quanto na filosofia analítica, pela afirmação do fim da metafísica. Ao mesmo tempo em que tais vertentes realizam este anúncio, deparamo-nos, nas origens da 2014 - ATUAL filosofia contemporânea, com importantes autores cujas obras primariam pela preservação da ontologia, redefinindo-a sob novas bases. O contraste entre as filosofias que anunciam o fim da metafísica e aquelas que, de uma maneira ou de outra, tentarão salvaguardá-la, é o escopo geral da proposta de pesquisa aqui em pauta. Luciano Carlos Utteich A Subjetividade em Fichte: Investigar a artifício da supressão do conceito da natureza supressão da Natureza e no texto da Doutrina da Ciência de 1794; - Investigar a Katyana Martins Weyh (graduanda) Charles Eriberto Wengrat Pichler (graduando) Henrique Zanelato (graduando) Elizandra Bruno Sosa (graduanda) Jéssica de Almeida Frigério (graduanda) Nilson Rodrigo da Silva (graduanda) Claudinei Aparecido de Freitas da Silva Roberto Saraiva Kahlmeyer Martens José André de Azevedo (externo) Lígia Maria Silva Flores (externo) Zander Lessa Gueiros (externo) Maglaine Priscila Zoz (mestranda) Dennis Donato Piasechi (Mest) elevação moral nos escritos conservação de pressupostos kantianos (coisa-em-si) no Cezar Luiz Hillesheim Filho (graduando) doutrinários fichtianos interior da proposta fichtiana de sustentação do Sistema Felipe Ricardo Deuter Becker (graduando) da Filosofia transcendental a partir de um único princípio 2009 - ATUAL incondicionado. – Examinar a carência demonstrativa dos princípios constitutivos da doutrina da ciência constituída como a Doutrina completa de 1794. 9. 10. Luciano Carlos Utteich Do Idealismo Subjetivo ao Idealismo Objetivo: investigação sobre as aporias das abordagens não-ortodoxas de leitura na passagem do modelo filosófico de Fichte ao modelo heg 2008 - ATUAL Marcelo Amaral Aspectos miméticos e Penna-Forte intencionais da noção de representação 2010 - ATUAL Investigar a leitura crítica à abordagem hegeliana do texto Dennis Donato Piasecki (mestrando) fichtiano da Doutrina da Ciência de 1794 a partir das Maglaine Priscila Zoz (mestranda) obras de Reinhard Lauth e de Aléxis Philonenko. Investigar a abordagem pré-fichtiana de Kant (dos primeiros pós-kantianos, Reinhold, Maimon, Schulze e Jacobi). - Examinar as leituras mais contemporâneas acerca da transição efetuada pela sistematização da Filosofia transcendental a partir do texto fichtiano. O objetivo da pesquisa é o de examinar criticamente parte Cristian Carlos Kuhn (mest) da literatura corrente em filosofia da ciência na qual é Danilo Fernando Miner de Oliveira (externo) possível constatar um interesse aprofundado pela noção de representação. Em especial, serão destacados dois grandes grupos de noções, dispersas nessa literatura, que ocupam um espaço privilegiado na atual discussão em torno da noção de representação. Por um lado, a pesquisa examinará a utilização de noções correlatas que são supostas arcar com uma componente mimética da relação representacional (como as de semelhança, similaridade, isomorfismo ou isomorfismo parcial). Por outro, examinará a utilização de noções correlatas que são supostas arcar com uma componente intencional da relação representacional (como as de intenção, estipulação, atribuição). Em ambos os casos, busca-se, sobretudo, identificar vetores históricos relevantes para a discussão. 11. Remi Schorn O problema da Legitimação INTRODUÇÃO: As condições para o racionalismo crítico do Conhecimento foram motivados por Hume e formulados por Kant. Elas consistem no desafio da demarcação entre 2009 - ATUAL conhecimentos científicos e não científicos e na sustentação dos resultados da ciência sem auxílio da indução. Popper herdou de Kant um problema cuja resposta configurou uma nova teoria. Em meio à uma grande batalha teórica em que os neo-hegelianos defenderam a manutenção do corpo filosófico fechado e imóvel, como representação da teoria de toda a existência, perfeita e perpétua, e de outro lado os representantes da reacção à essa postura, a demonizar qualquer projecto de busca da totalidade, os racionalistas criticos pensaram a filosofia enquanto projecto constitutivo da razão. Estes encontraram interlocução com as ciências. A questão que nos orienta é: em um tal universo de disputa, Popper estabeleceu sua contrapartida ao problema do conhecimento científico de Kant ou apenas inferiu consequências cuja formulação teórica já estava configurada? MÉTODO: Abordaremos a situaçãoproblema de Popper que denota um conjunto de princípios, tais como, princípio de transferência, epistemologia evolucionária e teoria dos três mundos, responsáveis por denunciar a ilusão de Kant por considerar a ciência episteme e o conhecimento verdadeiro. RESULTADOS: Nosso estudo demonstra que Kant exagera na atribuição de autoridade à cosmologia de Newton. A ruptura com a concepção de que o conhecimento empírico é livre de problemas implicou uma alternativa concepção falibilista e a deficiência se transformou em qualidade na formulação popperiana. Em síntese ele concebeu que justamente por haver erro na apreensão da realidade é que podemos apreendê-la. Alexandre Klock Ernzen (mestrando) Antônio Carlos Persegueiro (mestrando) Bruno Fernandes de Oliveira (mestrando) Jaziel Cleiton Rautenberg (mestrando) José Provetti Júnior (mestrando) Vitor Leite Primo Diogo (mestrado) 12. Wilson Frezzatti Jr. Antonio Nietzsche e a Biologia 13. Max Rogério Vicentini (prof. Colaborador) Este projeto tem como objetivo geral investigar as relações que Nietzsche estabelece entre sua filosofia e as teorias e noções biológicas, focando principalmente os conceitos nietzschianos de vontade de potência e desenvolvimento da cultura. O projeto está inserido na 2009 – ATUAL Linha de Pesquisa "Metafísica e Conhecimento" do Mestrado em Filosofia da Unioeste e no Grupo de Pesquisa "Filosofia, Ciência e Natureza na Alemanha do século XIX" da Unioeste. O pensamento diagramático A compreensão dos processos de obtenção do em Charles Sanders Peirce conhecimento e a constituição do método adequado à elaboração de teorias foram temas constantes na extensa 2012/2014 - ATUAL produção de Charles S. Peirce. De maneira original, Peirce acrescenta à classificação dos tipos de raciocínios, tradicionalmente divididos em dedutivos e indutivos, a abdução como instância de criação de novas hipóteses. O processo de constituição de teorias, como descrito por Peirce, pode ser denominado de hipotético-dedutivo. Diante de um problema, que se apresenta como uma surpresa para o cientista, a abdução sugere uma hipótese que, se verdadeira, poderia resolver o problema e dissolver a surpresa. A hipótese é apresentada como um diagrama cujas relações podem ser deduzidas e cujas consequências podem ser testadas indutivamente. Neste trabalho, procuramos mostrar de que maneira a dedução desempenha um papel fundamental nesse esquema e como pode lançar luz sobre o processo de criação de teorias. São discutidas três características do pensamento diagramático: a) captura do pensamento vago em uma forma fixa a fim de que se aumente o autocontrole do pensamento; b) redução da complexidade e c) superação da dicotomia existente entre as concepções aprioristas e indutivistas no que concerne à possibilidade do Célia Benvenho Machado (externo) Douglas Meneghatti (mestrando) Neomar Sandro Mignoni (mestrando) Estevão Bocalon (graduando) Maurício Smiderle (graduando) Jackson Daniel Adami (Mest) Anderssieli Irion Boscheti (Mest) Roni Lenon da Silva (Mest) 14. Max Rogério Vicentini (prof. Colaborador) conhecimento. Heterogeneidade Este projeto é dedicado à investigação das relações organizada ou variedade existentes entre os elementos de necessidade e liberdade racionalizada: a prática e a na descrição do modo de efetivação da ciência oferecido finalidade da ciência por Peirce. Consiste, dessa maneira, na apresentação e segundo Peirce discussão das características que Peirce atribui ao processo de investigação científica e dos seus objetivos, 2014 - ATUAL modos de realização, escopo e alcance, bem como possibilidades de realização. Procuraremos apurar como o pensamento científico se constitui, opera e o que dele podemos esperar como resultado. A primeira parte do projeto consiste em caracterizar as teorias científicas com as quais Peirce dialogava, indicar possíveis influências das mesmas sobre o seu pensamento, particularmente no que está relacionado com a sua postulação de um universo em evolução, cuja matriz ontológica é indeterminista. Esta caracterização nos permitirá, na sequência, contrastar seu pensamento com aquele dos defensores do mecanicismo determinista, posição hegemônica na ciência de seu tempo. Por fim, pretendemos, dada a caracterização peirceana de conhecimento científico, compreender em que consiste o desenvolvimento da ciência e a evolução do universo naquilo que o filósofo denominou de heterogeneidade organizada ou variedade racionalizada.