Cuidados paliativos
“Objetivo último da medicina: curar às
vezes, aliviar freqüentemente e confortar
sempre“
Adágio Francês do século XVI
INTRODUÇÃO

Envelhecimento populacional como
fenômeno mundial

Novas condições clínicas

Mudanças na sociedade

Mudanças na organização familiar
INTRODUÇÃO

Predomínio de doenças crônicodegenerativas

De evolução lenta, causando muito
sofrimento ao paciente e à família

Levam ao comprometimento funcional
causando dependência
INTRODUÇÃO

Nos idosos a morte pode ser lenta, com
muito sofrimento físico, mental, social,
emocional e espiritual

Presença de comorbidades em idosos

Manifestação atípica das doenças

Fenômeno do “iceberg”

Múltipla etiologia dos problemas em idosos
INTRODUÇÃO

Novas “formas de morrer”( “medicalização”
da morte)

Reconhecer o processo de morrer é tão
importante quanto dar um diagnóstico

Assegurar uma morte digna (cuidados de
higiene e conforto, controle de sintomas e
alívio da dor)
INTRODUÇÃO



Medicina
paliativa
—
especialidade
reconhecida na Inglaterra em 1987.
Tem em Cicely Saunders seu grande
expoente.
Visão holística do ser humano. Cuidado
integral frente às suas necessidades físicas,
psíquicas, sociais e espirituais.
"O sofrimento somente é intolerável
quando ninguém cuida“
(Cicely Saunders)
IMPORTÂNCIA

No adoecimento, mesmo em sua fase
terminal, a qualidade de vida dos pacientes
pode ser mantida em níveis satisfatórios,
utilizando-se adequadamente as técnicas
da paliação – CUIDADOS PALIATIVOS.
CONCEITOS BÁSICOS

A medicina paliativa é a especialidade médica
que objetiva proporcionar a melhor qualidade
de vida possível àqueles pacientes com
doença muito avançada, sem qualquer
possibilidade de cura ou reversão de sua
condição de saúde.
CONCEITO DA OMS

A medicina paliativa é o estudo e o controle de
pacientes com doença ativa, progressiva e
avançada, para quem o prognóstico é limitado
e a assistência é voltada para a qualidade de
vida (alívio da angústia e do sofrimento).
CONCEITO DA OMS

A OMS considera como paliativos aqueles
cuidados totais ativos

Fundamental: o controle da dor e de outros
sintomas

Controle de problemas psicológicos, sociais e
espirituais
MEDICINA PALIATIVA

Utiliza técnicas que aumentam o conforto e
que contribuem na qualidade de vida

O objetivo não é de mudar o curso natural da
doença

O
objetivo
é
abordar
complicações
conseqüentes, intercorrências e de qualquer
sintoma que cause sofrimento
MEDICINA PALIATIVA

Os cuidados paliativos não interferem no curso
natural da doença (curativo)

Suas ações não visam apressar ou retardar a
morte

Não
tem
caráter
curativo,
mas
fundamentalmente de dar conforto ao paciente
Modelo Curativo X Paliativo
 Curativo : Intervenções utilizadas de acordo com o grau
de contribuição para a recuperação do paciente;
 Paliativo : critérios de escolha das intervenções está
associado com a supressão de sintomas indesejáveis, o
aumento do status funcional e na melhora emocional,
psicológico e espiritual.
 Paradigma da cura e do cuidado: deixa de ser cura
(cure) ou cuidado (care) exclusivamente; o olhar passa a
integrar os cuidados com ênfase paliativos ou curativas.
As ênfases vão se alterando na medida que há ou não
evolução do paciente.
PRINCIPAL OBJETIVO

O controle adequado dos sintomas que
surgem durante a evolução de qualquer
doença, mesmo que incurável, avançada,
terminal

Sintomas que causem qualquer tipo de
sofrimento irão influenciar a qualidade de
vida e a dignidade da morte
ABORDAGEM AO PACIENTE







É de ampla dimensão
Inicia-se no diagnóstico da patologia
Multidisciplinar
Interdisciplinar
Avaliações periódicas/freqüentes
Priorizar sintomas que causem sofrimento
Prescrição atualizada, coerente e criteriosa
CUIDADOS PALIATIVOS

Aliviam dor e outros sintomas angustiantes

Afirmam a vida

Consideram a morte um processo natural

Não buscam acelerar ou retardar a morte

Integram os aspectos psicológicos
espirituais da atenção ao paciente
e
CUIDADOS PALIATIVOS

Oferecem sistema de apoio para os
pacientes viverem ativamente até a morte

Se
valem
de
uma
abordagem
multiprofissional para atender pacientes e
familiares, inclusive no luto se necessário

Aumentam a qualidade de vida

Podem influenciar positivamente o curso da
doença
PALIAÇÃO





Tem como foco a pessoa, e não a doença ou
órgão
É indicada para qualquer paciente com
doença que ameaça a vida
Indicada para o idoso com fragilidade,
declínio funcional e falência orgânica
Deve ser ampliada além da Oncologia
Pode ser oferecida em hospitais, asilos e
domicílios
PALIAÇÃO




Não se deve retardar seu início
A intervenção deve ser rápida, intensiva,
dinâmica e resolutiva
Via subcutânea se via oral não for possível
Técnica simples, segura, eficaz, indolor, com
baixo risco de complicações, altamente
eficaz
CUIDADOS PALIATIVOS
Quando trabalhamos em saúde, devemos
entender que não vamos tirar a condição de
mortal dos indivíduos, ocasionalmente
teremos a vida destes em nossas mãos e a
maneira como cuidamos deles indicará
quanto de dignidade daremos a eles. Estar
atentos a estes detalhes nos mantém mais
humanos e dignos independente do
resultado do tratamento.
EQUIPE DA PALIAÇÃO

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

Deve ser bem treinada, capacitada
Deve ter capacidade de compreender o
doente e a família
Deve ter empatia e bom humor
Deve se basear nas necessidades do doente
e familiares e não no prognóstico da doença
SINTOMAS MAIS PREVALENTES

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


Fadiga, emagrecimento
Dor de forte intensidade
Dispnéia, tosse
Náuseas, vômitos, disfagia, constipação,
diarréia, anorexia
Confusão mental, depressão, ansiedade
Agitação, insônia, tristeza
FARMACOLOGIA







Analgésicos não-opióides e opióides
Antinflamatórios esteróides e não esteróides
Antieméticos
Ántipsicóticos
Antibióticos
Protetores de mucosa gástrica
Laxativos
PROPRIEDADES DOENTE TERMINAL




Tem intenso catabolismo
Perda de massa muscular
Tem resposta individual ao tratamento
Idoso
TRATAMENTO DA DOR

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

Individualizado
Via mais fisiológica (oral, retal, SC), EV
Evitar a via IM
Administrar analgesia regular e não de
demanda
TRATAMENTO DE OUTROS
SINTOMAS


Dispnéia: causa muita angústia, pode ser
aliviada com opiáceos (morfina), O2,
ventilador, abrir janelas
Anorexia: respeitar o desejo do paciente,
tranqüilizar a família, fracionar a dieta,
preparar alimentos com cheiro e aspecto
apetitoso, uso de baixas doses de
corticóides e AD tricíclicos
TRATAMENTO DE OUTROS
SINTOMAS


Desconforto geral: gelo na boca, higiene
bucal
Náuseas:
buscar
e
tratar
causas:
constipação
crônica,
lentificação
do
esvaziamento gástrico, obstrução intestinal,
efeito colateral de opióide e outros fármacos,
gastrite, úlcera, etc
TRATAMENTO DE OUTROS
SINTOMAS

Constipação intestinal: muito comum,
multifatorial, deve ser sempre abordada

Confusão mental: frequente e angustiante
para paciente e familiares, multifatorial,
abordar a causa, usar medidas nãofarmacológicas e, quando necessário,
farmacológicas.
TRATAMENTO DE OUTROS
SINTOMAS


Depressão: há benefício em se abordar,
metilfenidato pode ser boa opção
Ansiedade, insônia e agitação: buscar
possíveis causas. Usar drogas. Pode-se
tentar as técnicas de relaxamento e
meditação.
COMUNICAÇÃO COM O PACIENTE



Dizer a verdade sempre, mas reconhecer a
esperança e negação por parte do paciente
e familiares
O profissional DEVE dar as más notícias,
mas deve saber fazê-lo
Dar as notícias com sensibilidade, em um
ambiente de apoio, no ritmo do paciente,
sempre com abertura para novas perguntas
COMUNICAÇÃO COM O PACIENTE

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



Deve-se ter tempo para abordagem sem
interrupções
A privacidade é fundamental
Separar a mensagem do mensageiro
Ambiente físico agradável
Postura do profissional
Escuta do paciente
MORTE
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


Processo natural e inevitável
Formas distintas: depende da cultura, do
meio, da assistência recebida
Importante manter sua dignidade, sem
intervir no que é fisiológico
A paliação deve incluir plano de cuidados
individualizado, contemplando objetivos do
paciente e limites impostos pela doença
MORTE
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

Sensação de medo é aliviada pela atuação
da equipe de paliação
Medos: de dor, de morrer só, de sufocação,
de perda de controle, de perder a dignidade,
de incomodar familiares
Estimular a resolução de conflitos legais,
sociais, financeiros e familiares
Suporte psicológico
RECONHECIMENTO DA MORTE
IMINENTE
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

Mudança no sensório, presença recente de
confusão mental, fadiga intensa, recusa
alimentar, não aceitação de via oral
Flutuação dos sinais vitais
Respiração
ruidosa
(congestão
dos
brônquios ou relaxamento do palato)=
abordar com ipratrópio
Montaigne

“Seja quando for que a vossa vida se acabe,
fica inteira. A utilidade da vida não está no
prazo, mas no uso.Tal houve que durou
muito e viveu pouco...”
DIGNIDADE
“ Não é uma questão de morrer cedo ou
tarde, mas de morrer bem ou mal. Morrer
bem significa escapar vivo do risco de
morrer doente.”
Sêneca, 4 aC
BIBLIOGRAFIA
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
Tratado de Geriatria e Gerontologia –
segunda edição
A Velhice – Simone de Beauvoir
Memória e sociedade – Eglea Bosi
Ensaios - Montaigne
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Cuidados paliativos