PARADIGMAS
ANTROPOLÓGICOS
PROPOSTA DE TRABALHO
a) A QUESTÃO ANTROPOLÓGICA
A origem da pergunta pelo homem

Antropologia na perspectiva filosófica

O ser humano na hipermodernidade
b) PARADIGMAS ANTROPOLÓGICOS

Antropologia mítico-trágica- entre Apolo e Dionísio

Antropologia essencialista - racionalista e dualista - Orfismo-pitagorismo- Platão

Antropologia essencialista-racionalista-monista- Hilemorfismo aristotélico

Antropologia estóica e hedonista – Estoicismo e Epicuro

Antropologia dionisíaca – Nietzsche

Antropologia materialista – Feuerbach – Marx

Antropologia existencial relacional – Kierkegaard, Jaspers, K. Barth, Heidegger
c) TEMAS ANTROPOLÓGICOS

A Morte

O Amor

O mal

a) A QUESTÃO ANTROPOLÓGICA - Pressupostos
• A ORIGEM DA PERGUNTA PELO HOMEM
• “CONHEÇA-TE A TI MESMO”
• O ENIGMA: Decifra-me ou devoro-te
A PERGUNTA PELO HOMEM(IMMANUEL KANT)
O que posso saber? (teoria do conhecimento)
O que posso esperar? (religião – teologia)
O que devo fazer? (ética e política)
Quem é o homem? (antropologia)
ANTROPOLOGIA
FILOSÓFICA
ANTROPOLOGIA
FÍSICA
Estuda o homem na sua
dimensão físico-geográfica
CULTURAL
Dimensão da ação criativa
FILOSÓFICA
Estuda o homem na
sua constitiução
essencial-Totalidade
(Corpo, psíquico-mente, espírito)
(quem é, qual o sentido)
Arqueologia
Etnografia Etnologia
Social
Arqueologia: Estuda as culturas extintas e as culturas atuais na sua fase pré-letrada
valendo-se de testemunhos culturais não escritos: cerâmica, arte plástica, desenhos e
pinturas, ferramentas....
Etnografia: estuda descritivamente uma determinada cultura.
Etnologia: Faz estudo comparativo entre as culturas.
Social: Estuda as estruturas das relações sociais (econômicas, políticas, jurídicas,
simbólica, ritual, rural, urbana etc,...)
CIÊNCIAS HUMANAS:(Sociologia, Psicologia, Economia, História, Geografia, Medicina)
ANTROPOLOGIA TEOLÓGICA: O ser humano na relação com o transcendente
O SER HUMANO NA PERSPECTIVA DA TOTALIDADE
O SER HUMANO NA HIPERMODERNIDADE- Aproximação fenomenológica
Pré-moderno
Moderno
Economia Economia
urbana-indústria
agrária
(escravidão) (trabalho livre-
salário).
Autoridade da
Estrutura
hierarquizada, Razão- ciênciavoltada para o técnica.
ProgressopassadoFuturo-Revolução.
tradição.
Escatologia
realizada- história
Cultura
racional...
dependente Autonomiado religioso, emancipação e
centrada na liberdade razão da
heteronomia
Igualdade formal
autoridade,
(instituições - leis e
Forte
burocracia).
coesão social Estado racional –
e ausência do democracia.
Capitalismo x
“indivíduo”
socialismo.
autônomo.
Antropocentrismo
Teocêntrica
-secularização
Deusa razão –
Fé
sem vassalagem
Luzes –Prometeu
Pós-moderno ou Hipermoderno
 Conceito ambíguo. Fala-se em condição pós-moderna (Lyotard) e
hipermodernidade (Lipovetsky) ou modernidade como processo inacabado
(Habermas). O que é evidente é uma nova sensibilidade.
 O que seria próprio dessa nova sensibilidade?
Segundo Lypovetsky (Um tempo do excesso do próprio moderno, do pós
ao hiper: Hiperpresente, hiperconsumo, hipercorpo, hipermercado,
hiperliberdade, hiperterrorismo, hiperaceleração, civilização narcísica, da
era do vazio, do individualismo, do efêmero e da moda, do crepúsculo do
dever e da militância. Tempos da sedução e da beleza, do lúdico, do
emocional, do luxo e das marcas. Por outro lado uma obsessão com futuroincerto, com a saúde, com um bom emprego, com uma sociedade dos
direitos humanos, da democracia... etc...).
 Segundo Lyotard (fim das metanarrativas explicativas – marxismoidealismo –cientificismo. Tempo do fragmentário, fim da metafísica do Um,
tempo do pluralismo-diversidade, império da técnica e da exigência da
eficiência que se legitima por si só).
 Segundo os marxistas (liberalismo em forma avançada, individualismo
consumista próximo da barbárie – exploração-exclusão, um único valor
sólido= o dinheiro- lucro).
 Zygmunt Bauman: modernidade líquida: amor líquido (Ficar), valores
líquidos, sociedade líquida, medo líquido (tudo o que é sólido desmancha
no ar)... uma realidade ambígua, multiforme, sem solidez, fluída...nova
vivência do espaço e tempo...
 Michel Maffesoli: tempo das tribos, fim das ideologias, fim do
político, desencanto com o futuro, fim da idéia de sacrifício em nome
do presente...JOVEM= Fim da rebeldia, engajamento- participação – o
novo sonho é o CONSUMO MATERIAL...
 Elementos comuns:
TENDÊNCIAS DA HIPERMODERNIDADE
Crepúsculo das instituições (religião tradicional, família, Estado), sociedade pós-disciplinar.
Desencanto com a política –crise da representação
Império do consumo e desejo infinito – a transcendência como sinônimo de “o novo produto”...
Cultura do efêmero- imediato - império da lógica do descartável – Ser= poder consumir
Habitat : Shopping Centers. Substituição do engajamento pela festa, pela praça de alimentação
Império do estético – culto ao corpo – beleza como promessa de felicidade
Relativismo? – perspectivismo – ética utilitarista - moral à la carte – levar vantagem em tudo...
Coquetel moral, coquetel religioso etc...
Sísifo...autódromo...Internet
Do “penso, logo sou” para o “sinto, logo sou”.
Da valorização do passado (pré-moderno) e do futuro (moderno), para o presente, Carpe diem
(colha o dia)...Incertezas do futuro – riscos
Retorno do religioso reprimido, mas à margem das grandes tradições – pluralismo religioso –
Biodiversidade – fundamentalismo
Pequenas utopias (novos sujeitos), felicidade pessoal (JOVENS- profissão, estudo, casa,
carro)....voluntariado- solidariedade.
Sensibilidade feminina, feminismo, eco-logia....ética da responsabilidade, sustentabilidade....
BIBLIOGRAFIA
BAUMAN, Zygmunt. Amor líquido. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2001.
BAUMAN, Zygmunt. Modernidade e ambivalência. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1999.
BAUMAN, Zygmunt. A modernidade líquida. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2001.
HARVEY, David. A condição pós-moderna. São Paulo: Loyola, 1993.
JAMESON, Fredric. Pós-modernismo - A lógica cultural do capitalismo tardio. São
Paulo: Ática, 2002.
LIPOVETSKY, Gilles. O império do efêmero: a moda e seu destino nas sociedades
modernas. São Paulo : Companhia das Letras, 2005.
LIPOVETSKY, Gilles. A sociedade da decepção. Barueri : Manole, 2007
LIPOVETSKY, Gilles. A felicidade paradoxal : ensaio sobre a sociedade de
hiperconsumo. São Paulo : Companhia das Letras, 2007.
LIPOVETSKY, Gilles. A sociedade pós-moralista: o crepúsculo do dever e a ética
indolor dos novos tempos democráticos. Barueri : Manole, 2005.
LIPOVETSKY, Gilles. Os tempos hipermodernos. São Paulo: Barcarolla, 2005.
SANTOS, Jair Ferreira dos. O que é pós-modernismo. Coleção Primeiros Passos,
Brasília: Brasiliense, 1992.
LYOTARD, Jean-François. A condição pós-moderna. Rio de Janeiro:José
Olympio, 2002.
PARADIGMAS ANTROPOLÓGICOS- Abordagem histórica sistemática
CONCEPÇÃO DE HOMEM NA PERSPECTIVA MÍTICA GREGA
TRES LINHAS EXPLICATIVAS DOMINANTES
Em termos gerais poderíamos caracterizar a explicação mítica do homem através de três linhas
dominantes que irão influenciar a nossa tradição cultural ocidental:
LINHA TEOLÓGICA OU RELIGIOSA:
DEUSES –poderosos, imortais, bem- aventurados.
SEPARAÇÃO-OPOSIÇÃO ENTRE
HUMANOS – frágeis – carentes, mortais, infelizes.
Essa condição provoca a Hybris (orgulho, desafio, provocação, insolência, excesso) por parte
dos homens, recaindo sobre eles a Moira, o destino implacável dos deuses. O desfecho é quase
sempre trágico. Há uma ordem no mundo e se alguém desordenar será castigado para que a ordem se
restabeleça. Ex: Mito de Prometeu e Pandora (Adão e Eva), Mito de Sísifo, Mito de Édipo.
Sabedoria = nada em excesso, moderação, conheça-te a ti mesmo.
LINHA COSMOLÓGICA: O mundo é um cosmos ordenado e por isso belo. O belo e a ordem causam
admiração. Admiração que é justamente a atitude básica do filosofar segundo Platão e Aristóteles. E
com ela um estilo de vida que o homem grego reivindicará como sendo próprio: a vida teorética.
HOMOLOGIA: Ordem do universo --- ordem jurídica e política
NECESSIDADE X LIBERDADE.
APOLÍNEO – Luz, medida, harmonia – arte da individuação, equilíbrio,
razão ordenadora, ciência= CABEÇA
LINHA ANTROPOLÓGICA
DIONISÍACO – Sombra, desmedida, excesso, embriaguez, dança,
desordem, festa – música = CORAÇÃO
DUALISMO ÓRFICO-PITAGÓRICO E PLATÔNICO
 ORFISMO – Religião dos mistérios (Séc. VII – VI a. C). Orfeu - Eurídice
CRENÇA:
a) No homem há uma alma imortal, diferentemente da concepção de Homero, mas sujeita a um
círculo penoso de sucessivas encarnações – metempsicose - transmigração das almas de um
corpo a outro.
b) Prescrevia uma forma ascética de vida, ou vida órfica, a qual, junto com ritos iniciáticos
secretos, deveria garantir não apenas o desprendimento do tal círculo penoso mas também uma
comunhão com deus (es).
c) Advertia sobre uma punição pós-morte por certas transgressões cometidas durante a vida (Não
é possível que os bons e maus tenham o mesmo destino...)
d) A “salvação” é facultada para os que freqüentam os ritos e a ética vegetariana - RELIGIÃO
 PITAGORISMO – FILOSOFIA-CIÊNCIA-CRENÇA
 Sociedade secreta
Tudo é número – matematização do mundo
Defende a teoria da imortalidade e transmigração da alma
Conhecer é o caminho para a purificação – Gnose - CIÊNCIA
 SÓCRATES - O inventor filosófico da PSIQUE (ALMA, DAIMON, Voz da
consciência). A nobreza no homem é sua vida interior. Conheça-te a ti mesmo – vida
virtuosa= conhecimento e prática do bem – alma imortal - FILOSOFIA
 PLATÃO – O Sistematizador
PLATÃO (428 a. C – 347 a. C)
ANTROPOLOGIA METAFÍSICA-DUALISTA PLATÔNICA
RELAÇÃO DE OPOSIÇÃO-EXCLUSAO
IDÉIAS-ESSÊNCIA ► M. INTELIGÍVEL ►IMUTÁVEL ► ETERNO ►VERD. SER ► CIÊNCIA ► ALMA
Coisas individuais ► M. Empírico ►Transformação► Efêmero ► Aparência ► Opinião ► Corpo
PLATONISMO NA RELIGIÃO CRISTÃ
DEUS ►ALMA
► ORAÇÃO ► TEORIA► IGREJA ► CÉU ► V. RELIGIOSA
Homem ►Corpo ► Ação
► Prática ►
Mundo ► Terra ► Vida Profana
RELAÇÃO DE REVERSÃO
HOMEM ► CORPO ► AÇÃO ► PRÁTICA ► MUNDO ►TERRA ► VIDA PROFANA
DEUS ► ALMA ► ORAÇÃO ► Teoria ► Igreja ► Céu ► Vida Religiosa
RELAÇÃO DE JUSTAPOSIÇÃO
Alma
Oração
Corpo
Ação
RELAÇÃO DE
INTEGRAÇÃO
As duas são essenciais, mas não circulam, são estanques. Permanece o
traço divisor.
ALMA - CORPO
CORPO COMO ANTÍTESE DA ALMA
- Nada mais do que a separação da alma e do corpo, não é? Estar morto consiste nisso: apartado
da alma e separado dela, o corpo isolado em si mesmo; a alma, por usa vez, apartada do corpo e
separada dela, isolada em si mesma. A morte é apenas isso?
- Sim, consiste justamente nisso.
- Examinemos agora, meu caro se te é possível compartilhar deste modo de ver, pois nisso reside,
com efeito, uma condição do progresso de nossos conhecimentos sobre o presente objeto de
estudo. Crês que seja próprio do filósofo dedicar-se avidamente aos pretensos prazeres tais como
o de comer e de beber?
- Tão pouco quanto possível, Sócrates – Respondeu Símias.
- E aos prazeres do amor?
- Também não!
- E quando aos demais cuidados do corpo, pensas que possam ter valor para tal homem? Julga,
por exemplo, ele se interessará em possuir vestimentas ou uma sandália de boa qualidade, ou que
não se importará com essas coisas se a força maior duma necessidade não o obrigar a utilizá-las?
- Acho que não lhe dará importância, se for verdadeiramente filósofo.
- De forma que, na tua opinião – prosseguiu Sócrates -, as preocupações de tal homem não se
dirigem, de modo geral, para o que diz respeito ao corpo, mas, ao contrário, à medida que lhe é
possível, elas se afastam do corpo, e é para a alma que estão voltadas?
- Sim, sem dúvida.(Fédon, 64 C – 65 D).
O CORPO COMO “TÚMULO”- “CÁRCERE DA ALMA”
“Alguns chamam o corpo túmulo da alma, como se ela aí se encontrasse
sepultada na vida presente. Todavia, parece-me que esse nome foi
atribuído sobretudo pelos seguidores de Orfeu, dado que para eles a alma
paga a pena das culpas que deve expiar, e tem esse invólucro, imagem de
uma prisão, para que se salve. Este, portanto, como sugere o próprio
nome, é “custódio” da alma, enquanto ela não tiver pago o seu débito”
(Crátilo, 400 C).
Eu não ficaria admirado se Eurípedes afirmasse a verdade quando disse:
“Quem pode saber se viver não é morrer e morrer não é viver?” Também
nós, na realidade, talvez estejamos mortos. De fato, já ouvi também
homens sábios dizerem que nós, agora, estamos mortos e que o corpo é o
túmulo para nós” (Górgias, 492 E).
Críton, devemos um galo a Esculápio; não te esqueças de pagar essa
dívida (Fédon, 118 A).
ARISTÓTELES (384 a.C - 322 a.C)
ANTROPOLOGIA ARISTOTÉLICA -HILEMORFISMO
A ANTROPOLOGIA MONISTA – Física e Metafísica
Aristóteles não é dualista. Não há duas substâncias separadas e independentes. Crítico de Platão.
HILEMORFISMO:Teoria, primeiro elaborada por Aristóteles, segundo a qual todos os seres corpóreos são compostos de
matéria e forma. ALMA COMO FORMA DO CORPO.
MATÉRIA – potencialidade de ser – do que o ser é feito
O ser se diz de várias
formas
FORMA – o que faz o ser ser o que é - Essência
SUBSTÂNCIA
Deus?
Qual a posição do homem na
estrutura hierárquica da natureza?
ANIMAL
Nos seres vivos a forma
equivale a ALMA
VEGETAL
MINERAL
Não tem alma – é
matéria pura, sem
forma
HOMEM
Alma vegetativa-nutritiva
Função: alimentação e
reprodução
Alma sensitiva
Alimentação
reprodução
sensibilidade
Auto-movimento
Pensamento que
se pensa a si
próprio
Alma racional
Alimentação, reprodução
sensibilidade - auto-movimento
Razão-pensamento
Capacidade de contemplação
TELOS da Natureza
O HOMEM É UM ANIMAL RACIONAL
Zoon logikón
ÉTICA E POLÍTICA: “A VIRTUDE ESTÁ NO MEIO”
Zoon Politikón
ANTROPOLOGIA ESTÓICA
Zenão de Cício (336-264 a. C), Cícero (106 a. C – 43 a.C), Sêneca (4 a. C – 65 d . C) – Marco Aurélio (121 -180 d. C)
CONTEXTO: filosofia pós-Pólis e Pós-especulativa – eminentemente prática em vista da vida
Feliz. Centrada na ética.
►Metafísica do LOGOS – No início há o LOGOS- O KOSMOS (universo ordenado) é a
manifestação do LOGOS.
►Natureza racional – O que é real é racional e o racional é real. Nada é por acaso – Destino
expresso nas leis da natureza e humanas. A alma no homem participa do LOGOS DIVINO.
O QUE É A VIDA BOA E FELIZ?
►CONFORMAR-SE AO DESTINO – Não querer mudar o que é e como é. A liberdade
consiste em querer o que deve ser. Os maiores dissabores na vida são colhidos por querer
mudar o que não pode ser mudado. Resignação altiva sem se abater....
►Imperturbabilidade da alma (ataraxia). Indiferente às vicissitudes da vida.
►Suportar serenamente tanto as glórias quanto os sofrimentos.
►A felicidade consiste em dirigir a vida pela razão evitando as paixões (raiva, ódio, inveja, rancor,
ressentimento, vingança, ter-poder-prazer) que só trazem pertubações. Moral ascética. Controle
racional para manter a imperturbabilidade da alma.
“Dai-me força para mudar o que pode ser mudado, e paciência para aceitar o que deve ser
aceito é uma oração estóica”.
►LICENÇA PARA O SUICÍDIO
EPICURO (341 a.C. - 270 a.C.)
EPICURO:
► Filósofo grego do período helenístico. Filósofo do Jardim. Defende uma filosofia essencialmente prática com
um único objetivo: a felicidade. A felicidade é possível ser alcançada na interioridade da alma. Para isso
Epicuro defendia a idéia de que a filosofia deveria ser eminentemente terapêutica (remédio-cura). Seu poder
terapêutico deveria curar dos males (O SOFRIMENTO- DOR) para liberar a vida para o maior dos bens = O
PRAZER (Hedoné).
TETRAPHARMACON PARA A VIDA FELIZ: Medicina da alma. Não se trata de auto-ajuda, mas de filosofia.
1- Não temer os deuses. Os deuses existem, mas a idéia que se tem dos deuses se baseia em
opiniões falsas.
a) Crê-se que os deuses causam benefícios aos bons e malefícios aos maus. Nada mais falso.
Eles vivem no Olimpo junto aos seus semelhantes e não se importam com os humanos e suas
vicissitudes. Os deuses não julgam, não condenam ou absolvem e por isso não devem se
temidos. Devem ser imitados.
b) Acredita-se que podemos atingir os deuses com preces, louvores, súplicas, oferendas
etc...Inútil. Eles não são atingíveis e não se preocupam com os sofrimentos humanos. Os
deuses só se interessam com a vida deles. Não há de se preocupar com os de “outra raça”.
PARADOXO DE EPICURO:
“Deus, ou quer impedir os males e não pode, ou pode e não quer, ou não quer nem pode,
ou quer e pode. Se quer e não pode, é impotente: o que é impossível em Deus. Se pode
e não quer, é invejoso: o que, do mesmo modo é contrário a Deus. Se nem quer nem
pode, é invejoso e impotente: portanto, nem sequer é Deus. Se pode e quer, o que é a
única coisa compatível com Deus, donde provém então a existência dos males? Por que
razão é que não os impede?”
O MISTÉRIO DO MAL:
Soluções propostas para o dilema de EPICURO:
Santo Agostinho (354 – 430): homem culpado.
Leibniz (1646 – 1716): Teodicéia- “melhor dos mundos possíveis”.
Voltaire(1694-1778): cuide do teu jardim
Hannah Arendt (1906-1975): Banalidade do mal
Jó: para além da teologia da retribuição, abertura ao mistério.
Jesus Cristo: Paixão e compaixão- ressurreição.
2- Não há razões para se preocupar com a MORTE. Pensar na morte aflige a alma e
por isso o sábio a desdenha. E por que a morte não nos deve preocupar?
• A morte não é um mal, ela não é nada. Ausência das sensações.
• É tolo quem diz ter medo da morte. “Quando estamos vivos, a morte não está
presente; quando a morte está presente, nós é que não estamos”. Enquanto nós
somos ela não é e quando ela é, já não somos.
3- A dor-sofrimento é suportável. E o que fazer quando somos atingidos por algum mal
físico? Se é leve é suportável, se é agudo passa logo e se é agudíssimo nos leva a
morte imediata, que é o fim da dor. Psicologicamente suporta-se a dor na lembrança
de uma alegria ausente e na esperança futura.
4- A felicidade é facilmente obtida: O primeiros três elementos são como que negativo.
O positivo é a vida feliz na vivência do prazer e na ausência da dor – sofrimento.
Como?
O PRAZER É O SUMO BEM
VIDA FELIZ ATRAVÉS DE UM HEDONISMO SOFISTICADO. O FIM ÚLTIMO É O PRAZER. DISCRIMINAÇÃO DOS PRAZERES.
EXISTEM VÁRIOS TIPOS DE PRAZER
NATURAIS E NECESSÁRIOS
Ligados à conservação
NATURAIS E NÃO NECESSÁRIOS
Prazeres supérfluos
Devem ser Buscados
- Comer e beber com refino
por eliminarem a dor
-Comer quando se tem fome
-Beber quando se tem sede
- Abrigar-se no luxo, etc
-Repousar quando com sono, etc.
- Vestir-se sofisticadamente
NEM NATURAIS NEM NECESSÁRIOS
Prazeres vãos da glória, honra,
riquezes, poder, etc.
Os do primeiro grupo estão ligados à eliminação da dor-sofrimento. Os do segundo
grupo não têm LIMITES, pois não subtrai a dor do corpo, mas estão em função do
prazer pelo prazer. Os do terceiro grupo, além de não eliminarem a dor, causam
perturbação da alma. Por isso a felicidade requer pouca coisa, o supérfluo atrai o
supérfluo. “A quem não basta pouco, nada basta”, diz Epicuro.
“Quando então dizemos que o fim último é o prazer, não nos referimos aos prazeres
dos intemperantes ou aos que consistem no gozo dos sentidos, como acreditam certas
pessoas que ignoram o nosso pensamento, ou não concordam com ele, ou o
interpretam erroneamente, mas ao prazer que é ausência de sofrimentos físicos e de
perturbações da alma”. Se o prazer momentâneo causar um sofrimento maior que o
prazer, então é sábio negar o prazer. Assim como um desprazer momentâneo causar
NIETZSCHE (1844 – 1900)
ANTROPOLOGIA DIONISÍACA - NIETZSCHE
Filosofia a golpes de martelo
Desconstrução:
Crítica à metafísica – uma ilusão que chegou ao fim
• Ódio ao corpo
Crítica à moral – moral nobre x moral de escravo
• Niilismo
Crítica ao cristianismo: ”O Evangelho morreu na cruz.“
• Vida decadente
Paulo o ressentido
Reconstrução:
SUPER-HOMEM – Além do homem
MORTE DE DEUS – Niilismo ativo
ETERNO RETORNO - AMOR FATI – sem fundamento e sem escatologia –
ultrapassagem do niilismo
ANTROPOLOGIA DIONISÍACA DE NIETZSCHE
DEUS ESTÁ MORTO!
O homem louco. – Não ouviram falar daquele homem louco que em plena manhã acendeu uma lanterna e
correu ao mercado, e pôs-se a gritar incessantemente: ‘Procuro Deus! Procuro Deus!’? – E como lá se
encontrassem muitos daqueles que não criam em Deus, ele despertou com isso uma grande gargalhada.
Então ele está perdido? perguntou um deles. Ele se perdeu como uma criança? disse um outro. Está se
escondendo? Ele tem medo de nós? Embarcou num navio? Emigrou? – gritavam e riam uns para os
outros. O homem louco se lançou para o meio deles e trespassou-os com o olhar. ‘Para onde foi Deus?’,
gritou ele, ‘já lhe direi! Nós o matamos – vocês e eu. Somos todos os seus assassinos! Mas como fizemos
isso? Como conseguimos beber inteiramente o mar? Quem nos deu a esponja para apagar o horizonte?
Que fizemos nós para desatar a terra do seu sol? Para onde se move ela agora? Para onde nos movemos
nós? Para longe de todos os sóis? Não caímos continuamente? Para trás, para os lados, para frente, em
todas as direções? Existe ainda um ‘em cima’ e um ‘embaixo’? Não vagamos como que através de um
nada infinito? Não sentimos na pele o sopro do vácuo? Não se tornou ele mais frio? Não anoitece
eternamente? Não temos que acender lanternas de manhã? Não ouvimos o barulho dos coveiros a
enterrar Deus? Não sentimos o cheiro da putrefação divina? – também os deuses apodrecem! Deus está
morto! Deus continua morto! E nós o matamos! Como nos consolar, a nós, assassinos entre assassinos? O
mais forte e mais sagrado que o mundo até então possuíra sangrou inteiro sob nossos punhais – quem nos
limpará este sangue? Com que água poderíamos nos lavar? Que ritos expiatórios, que jogos sagrados
teremos de inventar? A grandeza desse ato não é demasiado grande para nós? Não deveríamos nós
mesmos nos tornar deuses, para ao menos parecer dignos dele? Nunca houve um ato maior – e quem vier
depois de nós pertencerá, por causa desse ato, a uma história mais elevada que toda a história até então!’
Nesse momento silenciou o homem louco, e novamente olhou para seus ouvintes: também eles ficaram
em silêncio, olhando espantados para ele. ‘Eu venho cedo demais’, disse então, ‘não é ainda meu tempo.
Esse acontecimento enorme está a caminho, ainda anda: não chegou ainda aos ouvidos dos homens. O
corisco e o trovão precisam de tempo, a luz das estrelas precisa de tempo, os atos, mesmo depois de
feitos, precisam de tempo para serem vistos e ouvidos. Esse ato ainda lhes é de mais distante que a mais
longínqua constelação – e no entanto eles o cometeram!’ – Conta-se também que no mesmo dia o homem
louco irrompeu em várias igrejas, e em cada uma entoou o seu Requiem aeternam deo. Levado para fora
e interrogado, limitava-se a responder: ‘O que são ainda essas igrejas, se não os mausoléus e túmulos de
Deus?’ (NIETZSCHE, Gaia Ciência, 25).
ANTROPOLOGIA DIONISÍACA- NIETZSCHE
O ETERNO RETORNO – AMOR FATI
E se um dia, ou uma noite, um demônio lhe aparecesse furtivamente em
sua mais desolada solidão e dissesse: “Esta vida, como você a está
vivendo e já viveu, você terá de viver mais uma vez e incontestáveis
vezes; e nada haverá de novo nela, mas cada dor e cada prazer e cada
suspiro e pensamento, e tudo o que é inefavelmente grande e pequeno em
sua vida, terão de lhe suceder novamente, tudo na mesma seqüência e
ordem – e assim também essa aranha e esse luar entre as árvores, e
também esse instante e eu mesmo. A perene ampulheta do existir será
sempre virada novamente – e você com ela, partícula de poeira!”. – Você
não se prostraria e rangeria os dentes e amaldiçoaria o demônio que
assim falou? Ou você já experimentou um instante imenso, no qual lhe
responderia: “Você é um deus e jamais ouvi coisa tão divina!”. Se esse
pensamento tomasse conta de você, tal como você é, ele o transformaria
e o esmagara talvez; a questão em tudo e em cada coisa, “Você quer isso
mais uma vez e por incontestáveis vezes?”, pesaria sobre seus atos como
o maior dos pesos! Ou o quanto você teria de estar bem consigo mesmo e
com a vida, para não desejar nada além desta última, eterna confirmação
e chancela? (Gaia Ciência, 341).
KARL MARX (1818 – 1883)
KARL MARX (1818-1883)
Introdução: Filosofia, história e política
Influências:
Concepção de História- História= palco do desenvolvimento do Espírito
HEGEL
Concepção de Dialética: movimento, contradição...
Crítica à Religião – Consciência invertida – O homem cria Deus
FEUERBACH
Materialismo – “somos o que comemos”. O pensamento vem do ser.
Dois conceitos fundamentais
a) Alienação – “estar fora de si” – estranhamento – um conceito não político, mas econômico.
b) Infra-estrutura e Superestrutura (Materialismo histórico e dialético)
A) ALIENAÇÃO
1- Alienação Religiosa
Crítica filosófica-antropológica da religião – O homem faz a religião-Deus e não o contrário.
Crítica Política da religião – “ópio do povo”.
2- Alienação Econômica
a) alienação do produtor em relação ao produto do trabalho
b) alienação no processo mesmo da produção – divisão do trabalho
c) alienação da espécie- com os “outros”.
d) Fetichismo da mercadoria
B) INFRA- ESTRUTURA E SUPERESTRUTURA (Materialismo Histórico e dialético)
ESTADO
AS LEIS - DIREITO
DETERMINISMO-Reflexo
MORAL
RELIGIÃO
EDUCAÇÃO - ESCOLA
ARTE, CULTURA, RELIGIÃO - FILOSOFIA
DIALÉTICA
CONDICIONAMENTO PRÁXIS
SUPERESTRUTURA IDEOLÓGICA = Consciência
-------------------------------------------------------------------------
INFRA-ESTRUTURA MATERIAL = Base econômica
M
A
T
Forças Produtivas
Relações de produção
E
R
I
A
L
I
S
M
O
Meios de Produção
(Terra, fábrica, energia,
meios de transporte etc)
Força do trabalho
( Trabalho humano)
Proletário
Burguesia
Não-proprietário Proprietário
MODO DE PRODUÇÃO
Escravocrata
Feudalista
Capitalista
Socialista
Reprodução da vida material.
Homem é um ser natural –
necessidades naturais: fome,
frio, satisfação na relação
social. Indivíduo - sociedade
PREFÁCIO A CRÍTICA DA ECONOMIA POLÍTICA DE 1859
A conclusão geral a que cheguei e que, uma vez adquirida, serviu de fio condutor aos meus
estudos, pode formular-se resumidamente assim:
Na produção social da sua existência, os homens estabelecem relações determinadas,
necessárias, independentes da sua vontade, relações de produção, que correspondem a um
determinado grau de desenvolvimento das suas forças produtivas materiais. O conjunto
destas relações de produção constitui a estrutura econômica da sociedade, a base concreta
sobre a qual se eleva uma superestrutura jurídica e política e a qual correspondem
determinadas formas de consciência social. O modo de produção da vida material
condiciona o desenvolvimento da vida social, política e intelectual em geral. Não é a
consciência dos homens que determina o seu ser; é o seu ser social que, inversamente,
determina a sua consciência. Em certo estádio de desenvolvimento, as forças produtivas
materiais da sociedade entram em contradição com as relações de produção existentes ou,
o que é a sua expressão jurídica, com as relações de propriedade no seio das quais se
tinham movido até então. Estas relações transformam-se de formas de desenvolvimento
das forças produtivas em seus entraves. Abre-se então uma época de revolução social.
Com a transformação da base econômica, toda a imensa superestrutura se transforma com
maior ou menor rapidez. ...Assim como não se julga um indivíduo pelo que ele pensa de si
próprio, também não se pode julgar uma tal época de revolução pela consciência que ela
tem de si própria, é preciso, pelo contrário, explicar esta consciência pelas contradições da
vida material, pelo conflito entre as forças produtivas sociais e as relações de produção.
Uma formação social nunca declina antes que se tenha desenvolvido todas as forças
produtivas que ela é suficientemente ampla para conter e nunca surgem novas relações de
produção superiores antes de as suas condições materiais de existência se terem gerado
no próprio seio da velha sociedade. É por isso que a humanidade nunca se propõe senão
tarefas que pode levar a cabo, já que, se virmos bem as coisas, chegaremos sempre à
conclusão de que a própria tarefa só surge se as condições materiais da sua resolução já
ANTROPOLOGIA MARXISTA
O homem é homem faber, homem que trabalha, produz, transforma a natureza. O que
essencializa o homem é o seu trabalho social. Ultrapassar o ciclo da natureza, pelo trabalho, mais
do que o pensar, é que essencializa o homem.
 No capitalismo o trabalho é alienado, “exploração do homem pelo homem”. O problema está no
sistema, o homem é bom, mas o sistema é degradante, explorador, selvagem etc...O sistema de
propriedade é a causa do mal....
O socialismo é o fim da exploração do homem pelo homem e a instauração da humanização –
desalienação – é o reino da liberdade pois o reino das necessidades satisfeitas
Antropologia da Práxis sócio-histórica – os filósofos explicaram o mundo de várias formas, cabe
transformá-lo.
Antropologia ingênua, romântica, idealista, mesmo que materialista....
HOBBES E FREUD
THOMAS HOBBES (1588- 1679)
FREUD (1856 – 1939)
THOMAS HOBBES
O HOMEM É MOVIMENTO
VOLUNTÁRIO
VITAL
DESEJO
AVERSÃO
AMAR
ODIAR
BEM
MAL
PRAZER
DESPRAZER
VIDA
MORTE
PODER
“O HOMEM É O LOBO DO PRÓPRIO HOMEM”
FREUD
EROS E THANATOS
“Os comunistas acreditam ter descoberto o caminho para nos livrar de nossos males.
Segundo eles, o homem é inteiramente bom e bem disposto para com seu próximo,
mas a instituição da propriedade privada corrompeu-lhe a natureza. A propriedade da
riqueza privada confere poder ao indivíduo e, com ele, a tentação de maltratar o
próximo, ao passo que o homem excluído da posse está fadado a se rebelar
hostilmente contra seu opressor.
Se a propriedade privada fosse abolida, possuída em comum toda a riqueza e permitida
a todos a partilha de sua fruição, a má vontade e a hostilidade desapareceriam entre os
homens. Como as necessidades de todos seriam satisfeitas, ninguém teria razão
alguma para encarar outrem como inimigo; todos, de boa vontade, empreenderiam o
trabalho que se fizesse necessário. Não estou interessado em nenhuma crítica
econômica do sistema comunista; não posso investigar se a abolição da propriedade
privada é conveniente ou vantajosa. Mas sou capaz de reconhecer que as premissas
antropológica – psicológicas em que o sistema se baseia são uma ilusão
insustentável...a agressividade já se apresenta no quarto das crianças [...] e se estende
a todas as formas das relações humanas....” (FREUD, O mal estar na civilização, p.
70).
ANTROPOLOGIA EXISTENCIAL
RELACIONAL
1- Contexto histórico-filosófico – séc XIX- XX. Cientificismo- Marxismo- hegelianismo –
Otimismo- esperança x desespero
2- Traços comuns ou característicos:
a) Situação existencial do pensador – vivência existencial
b) Uma nova concepção da existência – a existência precede a essência
c) Uma filosofia da subjetividade – intersubjetividade – comunicação
d) Crítica a cultura das massas – contra o “espírito de manada” - vida autêntica
e) Temas comuns: escolha, possibilidade, liberdade, projeto, angústia, finitude,
autenticidade, morte, sentido da vida, desespero e fé....
f)
Distinções fundamentais nos representantes- Ateus e cristãos
g) Representantes principais
KIERKEGAARD (1813 – 1855)
Sören Kierkegaard (1813-1855)
O pensamentoa) As críticas
1) O anti-hegelianismo – O sistema é inautêntico – a existência não cabe no conceito
2) Contra a massificação – a multidão é a inverdade -o indivíduo absoluto
3) contra o cristianismo oficial – o cristianismo não é religião, mas fé-adesão subjetiva.
b)Três categorias básicas:
A existência – possibilidade de ser X essência
A subjetividade – a verdade é a subjetividade – “uma verdade para a qual vale a pena
viver e morrer”.
O Indivíduo diante de Deus – “como ser tornar cristão”
c) Os três estágios no caminho da vida – em busca da apropriação de si
ESTÉTICO
•Caçador de emoçõesimpério dos sentidos
•Intensidade do prazer do
Instante –Fruição
ÉTICO
RELIGIOSO
Primado do dever racional
Primado do dever da fé
A moral como regulador da vida
Suspensão do ético
•Busca da diversidade - Infiel
Alia-se ao geral renunciando ser
exceção –submetido ao geral
•O bom é o que é agradável
Seguidor de regras
•Foge do futuro – vive o
momento presente
Bem
comportado,
modelos edificantes
segue
•Tem aversão ao
compromisso e a promessa
Escravo da conduta
comprometido e fiel
séria,
•Afasta-se da monotonia e a
repetição e ao que exige
fidelidade – a fidelidade
escraviza
Procura estar de acordo com o
DEVER e isso o justifica
•Ávido pela novidade,
recusa-se ao engajamento
Quando faz o mal advém o
sentimento de culpa – má
consciência
•Ama mais o desejo do que
o objeto do desejo. Importa a
conquista e não o
conquistado....
Relação entre dois absolutos –Indivíduo e
Deus – Relação sem exterioridade
Reconhecimento do eu como pecador e sem
justificação
É O CASO ABRAÂO: TEMOR E TREMOR
No limite da ética Abraão é criminoso
É o estágio da continuidade –
estabilidade.
Eleição e repetição
Do ponto de vista da fé ele é o PAI da Fé.
KANT: nunca se deve mentir, nunca se deve
matar, nunca se deve usar o outro como
meio – só é justificado aquilo que pode ser
universalizado
ABRAÃO só pode ser entendido para além
do ético. Fora da fé, Abraão é um fanático ou
assassino potencial.
A ética não é um absoluto, acima dela está o
estágio da FÉ –RELIGIOSO.
O PROFETA – SÃO FRANCISCO
O PROTÓTICO = DOM
JUAN - AMANTE
PROTÓTIPO – O MARIDO –
TRABALHADOR
RESPONSÁVEL – HERÓI AGAMENON
Entre Deus e o homem há uma relação
intraduzível em linguagem racional. A fé é um
abismo, é um salto, o salto da fé. O secreto,
a vocação pessoal.....sacrifício daquilo que
consideramos o mais precioso – é tudo ou
nada...
DESESPERO
ARREPENDIMENTO
ANGÚSTIA - FÉ
MARTIIN HEIDEGGER (1889-1976)
SER E TEMPO
ANALÍTICA EXISTENCIAL- ONTOLOGIA FUNDAMENTAL
Método fenomenológico – “voltar às coisas mesmas” – Deixar o ser, ser –
Como acessar ao SER? Do “o que é” , para qual o sentido do SER.
A REALIDADE HUMANA – Ser-aí – Da-sein
1- Ser-no mundo
2- Ser com os outros
3- Ser para a morte
4- A temporalidade
5- O CUIDADO
“Certo dia, ao atravessar um rio, Cuidado viu um pedaço de barro.
Logo teve uma idéia inspirada. Tomou um pouco do barro e começou a
dar-lhe forma. Enquanto contemplava o que havia feito, apareceu
Júpiter. Cuidado pediu-lhe que soprasse espírito nele. O que Júpiter
fez de bom grado.
Quando, porém, Cuidado quis dar um nome à criatura que havia
moldado Júpiter o proibiu. Exigiu que fosse imposto o seu nome.
Enquanto Júpiter e o Cuidado discutiam, surgiu, de repente, a Terra.
Quis também ela conferir o seu nome à criatura, pois fora feita de barro,
material do corpo da Terra. Originou-se então uma discussão
generalizada. De comum acordo pediram a Saturno que funcionasse
como árbitro. Este tomou a seguinte decisão que pareceu justa: - Você,
Júpiter, deu-lhe o espírito; receberá, pois, de volta este espírito por
ocasião da morte dessa criatura. - Você, Terra, deu-lhe o corpo;
receberá, portanto, também de volta o seu corpo quando essa criatura
morrer.
- Mas como você, Cuidado, foi quem, por primeiro, moldou a criatura,
ficará sob seus cuidados enquanto ela viver. E uma vez que entre
vocês há acalorada discussão acerca do nome, decido eu: esta criatura
será chamada Homem, isto é, feita de húmus, que significa terra fértil”.
JASPERS (1883 -1969)
SARTRE (1905 – 1980)
SIMONE DE BEAUVOIR (1908-1986)
GABREL MARCEL (1889/1973)
MERLEAU PONTY (1908- 1961)
TEMAS ANTROPOLÓGICOS
1- AMOR
2- MORTE
EROS = desejo de posse exclusiva. Platão, Schopenhauer,
Freud. Desejo do outro para mim...carência, falta - completude
AMOR
FILIA = amor de amizade -comunidade compartilhada reciprocidade – Interesse -Aristóteles
ÁGAPE = Amor cáritas – Gratuidade, desinteressado, não exige
reciprocidade e por isso o amor maior é aos inimigos e aos
mortos. Amor ao próximo – não por falta, mas por excesso.
DEVER DE AMAR O PRÓXIMO – Contradição? Revelação...
FREUD
“Um amor que não discrimina me parece privado de uma parte de seu próprio
valor, por fazer uma injustiça a seu objeto, e, em segundo lugar, nem todos os
homens são dignos de amor” (2002, p. 57).
SÓCRATES – Filosofia= preparar-se para morrer
Viver é morrer – morrer é viver
SCHOPENHAUER - Morre o indivíduo – espécie imortal
Imortalidade no todo do ser -natureza
MORTE
Dissolução do eu no todo
UNAMUNO – Não quero querer morrer
Ressurreição gloriosa
Imortalidade na especie
HEIDEGGER – Quando se nasce está-se em idade
suficiente para morrer – A morte –
angústia antecipada – vida autêntica
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