Gênesis O livro das Origens Estudo 03 “A queda do homem” Texto bíblico Gênesis 3.1-24 Texto áureo Gênesis 3.8-9 “E ouvindo a voz do Senhor, que passeava no jardim à tardinha, esconderam-se o homem e sua mulher... Mas chamou o Senhor Deus ao homem, e perguntou-lhe: Onde estás?.” Introdução I Eis-nos diante de um texto que tem servido para muitas críticas e até mesmo "piadas" irreverentes a respeito da origem divina ou da veracidade lógica da Bíblia Sagrada. Para esses, antepor a pessoa de Satanás, que só mais tarde viria a ser identificado (Gn 3.14,15 e Jó 1.6-12), transfigurada como uma serpente ou cobra, diante da mulher, beira ao ridículo. Para outros, todo o texto seria uma alegoria, uma espécie de história de ficção para dar idéia de algo que o seu autor pretende evidenciar como real. Tanto a serpente como o fruto, são símbolos da presença do mal no mundo, (Satanás), e da presença da atração do pecado sobre o o homem (o fruto) Por que não crer então que pela vontade de Deus , serpente e fruto significariam a luta do bem contra o mal? Introdução. II Em toda a narrativa que se segue, especialmente nesses três primeiros versículos de hoje, devem ficar claros para nós dois princípios básicos de nossa crença na inerrância bíblica: - O primeiro, nossa fé na Palavra de Deus. É difícil acreditar-se pelos olhos da racionalidade humana num mar que se abre, numa mula que fala, numa virgem que dá à luz um filho ou num ser que anda sobre o mar... No entanto, nós cremos nisto e em muito mais, pois assim Deus, a quem tudo é possível, o revelou. Introdução III O segundo, a realidade desafiadora que o Senhor previa para a sua criatura por excelência. O homem sem autonomia, mero robô, "fechado" dentro de um jardim, condenado assim à obediência irrestrita, pois mecânica e natural, não era a "imagem e semelhança" que o Senhor para ele definira, ser absolutamente presciente que é. A existência do diabo, chamado de serpente em Gênesis, retratado em Jó como um anjo decaído, enfrentado frente a frente por Cristo no episódio da tentação e condenado à morte eterna no Apocalipse, era a realidade do bem contra o mal, do certo contra o errado a que o Senhor destinara a sua criatura por excelência. A saída do Éden simboliza o início da luta do homem entre o bem e o mal. Gênesis 3.1-3 – A sedução do pecado O que ele desejava não era um autômato pronto a responder ao seu aperto do botão, mas um ser pensante e racional, que, diante das artimanhas do mal, soubesse sempre optar pelo bem, podendo pela obediência desviar-se das sutilezas e enganos do inimigo. Aí, sim, teria valor a vida que lhe deu. 1 Ora, a serpente era mais astuta que todas as alimárias do campo que o SENHOR Deus tinha feito. E esta disse à mulher: É assim que Deus disse: Não comereis de toda a árvore do jardim? 2 E disse a mulher à serpente: Do fruto das árvores do jardim comeremos, 3 Mas do fruto da árvore que está no meio do jardim, disse Deus: Não comereis dele, nem nele tocareis para que não morrais. Gênesis 3.4-5 – A semente da inveja A sutileza maligna é cheia de perfídia e sedução. Este conhecer o bem e o mal, era desnecessário para o homem no estado de santidade perfeita em que vivia diante do Pai. Como não havia a presença do pecado com toda a sua carga de desconfiança, medo, malícia, inveja, não havia por que discernir o bem do mal, já que ali superabundava única e exclusivamente a bênção de Deus. 4 Então a serpente disse à mulher: Certamente não morrereis. 5 Porque Deus sabe que no dia em que dele comerdes se abrirão os vossos olhos, e sereis como Deus, sabendo o bem e o mal. Gênesis 3.6-7 – A proximidade com a tentação Um dos maiores cuidados que o crente deve ter em sua vida particular e mesmo profissional é não dar ocasião à tentação. Ela é insinuante e enganadora. Quando nos permitimos conviver próximos a ela, sem que o percebamos, cedo ou tarde ela nos derruba. Para o crente evitar o pecado em sua vida, a primeira coisa a fazer, urgente e essencial, é não dar oportunidade à presença da tentação em seu viver. Fazer mais ou menos o que Cristo fez quando Pedro travestiu-se de "tentador" diante dele: "Vade retro, Satanás". 6 E viu a mulher que aquela árvore era boa para se comer, e agradável aos olhos, e árvore desejável para dar entendimento; tomou do seu fruto, e comeu, e deu também a seu marido, e ele comeu com ela. 7 Então foram abertos os olhos de ambos, e conheceram que estavam nus; e coseram folhas de figueira, e fizeram para si aventais. Gênesis 3.8-10 – O Senhor em busca da sua criatura Sim, é significativo lembrarmos isto. O homem caiu, desviou-se do propósito de Deus; poderia por isso mesmo ser relegado ao esquecimento e ao castigo por seu Criador. No entanto, não foi isto que aconteceu. Mesmo podendo considerar-se ofendido em sua soberania, pela desobediência humana, o Senhor Deus desceu de sua magnitude e veio ao encontro de Adão e Eva, ainda que fracassados e humilhados pelo peso do erro. 8 E ouviram a voz do SENHOR Deus, que passeava no jardim pela viração do dia; e esconderam-se Adão e sua mulher da presença do SENHOR Deus, entre as árvores do jardim. 9 E chamou o SENHOR Deus a Adão, e disse-lhe: Onde estás? 10 E ele disse: Ouvi a tua voz soar no jardim, e temi, porque estava nu, e escondi-me. Gênesis 3.11-13 – A consciência do pecado Quando pergunta a Adão e depois a Eva sobre o que fizeram, é aquele tipo de pergunta que muitas vezes, como pais e professores, fazemos aos nossos filhos e alunos. Perguntas com respostas já conhecidas e ocultas apenas por uma finalidade didática de tornar a lição consequente mais clara e impactante para o faltoso. São perguntas feitas com o objetivo de levar o destinatário delas a refletir mais profundamente sobre o mal cometido ou sobre a falha incorrida. . 11 E Deus disse: Quem te mostrou que estavas nu? Comeste tu da árvore de que te ordenei que não comesses? 12 Então disse Adão: A mulher que me deste por companheira, ela me deu da árvore, e comi. 13 E disse o SENHOR Deus à mulher: Por que fizeste isto? E disse a mulher: A serpente me enganou, e eu comi. Gênesis 3.14-19 – As consequências do pecado O texto de nossa leitura hoje é riquíssimo para termos a devida idéia do que o pecado pode causar ao ser humano. A degradação que vai acontecer a Adão e Eva, que cairão do grau de comunhão perfeita com Deus no paraíso para a condição de vivência diante do bem e do mal num mundo com a presença do pecado, é tremenda. Não podemos sequer imaginá-la, tal a distância que separa as duas condições de vida: a primeira, um jardim na presença de Deus... a segunda, um mundo com a presença do pecado. 14 Então o SENHOR Deus disse à serpente: Porquanto fizeste isto, maldita serás mais que toda a fera, e mais que todos os animais do campo; sobre o teu ventre andarás, e pó comerás todos os dias da tua vida. 15 E porei inimizade entre ti e a mulher, e entre a tua semente e a sua semente; esta te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar. 16 E à mulher disse: Multiplicarei grandemente a tua dor, e a tua conceição; com dor darás à luz filhos; e o teu desejo será para o teu marido, e ele te dominará. 17 E a Adão disse: Porquanto deste ouvidos à voz de tua mulher, e comeste da árvore de que te ordenei, dizendo: Não comerás dela, maldita é a terra por causa de ti; com dor comerás dela todos os dias da tua vida. 18 Espinhos, e cardos também, te produzirá; e comerás a erva do campo. 19 No suor do teu rosto comerás o teu pão, até que te tornes à terra; porque dela foste tomado; porquanto és pó e em pó te tornarás. Gênesis 3.20-24 – O plano de Deus revelado Este texto da Palavra de Deus é de fundamental importância para a revelação bíblica. Nesses seis versículos se encerra toda a doutrina da soteriologia. Verifiquem que nele está contida toda a história da humanidade e do plano redentor do Senhor: a condenação de Satanás... a presença salvífica de seu Filho, Jesus... a concepção em dor e a dependência da mulher ao homem... a luta em meio aos dissabores normais da vida para o homem. 20 E chamou Adão o nome de sua mulher Eva; porquanto era a mãe de todos os viventes. 21 E fez o SENHOR Deus a Adão e à sua mulher túnicas de peles, e os vestiu. 22 Então disse o SENHOR Deus: Eis que o homem é como um de nós, sabendo o bem e o mal; ora, para que não estenda a sua mão, e tome também da árvore da vida, e coma e viva eternamente, 23 O SENHOR Deus, pois, o lançou fora do jardim do Éden, para lavrar a terra de que fora tomado. 24 E havendo lançado fora o homem, pôs querubins ao oriente do jardim do Éden, e uma espada inflamada que andava ao redor, para guardar o caminho da árvore da vida. Conclusão - O sentimento de culpa X A paz de Cristo Esta vai ser a consequência de toda a situação criada com a entrada do pecado no mundo. Daquele momento em diante o homem passou a viver diante do sentimento de culpa pela consciência que tem da presença do pecado em maior ou menor escala em seu viver. O único caminho para sua libertação deste roteiro de opressão e dor, é encontrar-se com o Filho de Deus, para o resgate de sua paz interior pela salvação que ele trouxe ao mundo com a sua morte na cruz