Pró-Reitoria de Graduação
Curso de Nutrição
Trabalho de Conclusão de Curso
PREVALÊNCIA DE ORTOREXIA NERVOSA EM
ESTUDANTES DE NUTRIÇÃO DA UNIVERSIDADE CATÓLICA
DE BRASÍLIA.
Autor: Bethânia Oliveira Pereira Nassau
Orientador: Profa. Msc. Caroline Olimpio Romeiro
Brasília – DF
2012
BETHÂNIA OLIVEIRA PEREIRA NASSAU
PREVALÊNCIA DE ORTOREXIA NERVOSA EM ESTUDANTES DE NUTRIÇÃO
DA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE BRASÍLIA
Artigo apresentado ao curso de graduação
em Nutrição da Universidade Católica de
Brasília,
como
requisito
parcial
para
obtenção do Título de Bacharel.
Orientador: Profa. Msc. Caroline Olimpio
Romeiro
Brasília
2012
Artigo de autoria de Bethânia Oliveira Pereira Nassau, intitulado
“PREVALÊNCIA DE ORTOREXIA NERVOSA EM ESTUDANTES DE NUTRIÇÃO
DA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE BRASÍLIA”, apresentado como requisito
parcial para obtenção do grau de Bacharel em Nutrição da Universidade Católica de
Brasília, em __/__/____, defendido e aprovado pela banca examinadora abaixo assinada:
_____________________________________________________
Profa. Msc. Caroline Olimpio Romeiro
Orientadora
(Nutrição –UCB)
______________________________________________________
Larissa Godoy - Membro da Banca Oral
(Nutrição –UCB)
_____________________________________________________
Andressa Marchi - Membro da Banca Escrita
(Nutrição –UCB)
Brasília
2012
AGRADECIMENTO
Agradeço a Deus, aos meus pais, minha irmã, minha avó e amigos que me deram força
e vontade para continuar, especialmente a Aurora, Rayslaine e João; e a minha orientadora
Caroline Romeiro.
“PREVALÊNCIA DE ORTOREXIA NERVOSA EM ESTUDANTES DE NUTRIÇÃO
DA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE BRASÍLIA”.
BETHÂNIA OLIVEIRA PEREIRA NASSAU
RESUMO:
Ortorexia nervosa é um comportamento onde há uma fixação exacerbada em
alimentar-se bem, ainda não reconhecida pela Organização Mundial da saúde como transtorno
alimentar, porém discute-se a hipótese devido as semelhantes características com os mesmos.
No atual trabalho objetivou-se verificar a prevalência de ortorexia nervosa entre os estudantes
do 1º ao 8º semestre do curso de nutrição da Universidade Católica de Brasília, verificar o
conhecimento dos próprios em relação a esse comportamento e relacionar a presença dos
traços de ortorexia entre o gênero e os semestres cursados entre eles. Participaram da pesquisa
124 estudantes que responderam a um questionário autoaplicável adaptado e traduzido do
ORTO-15. Foram encontrados traços de ortorexia em 27,4% dos alunos; o semestre com
maior prevalência de casos positivos foi o 2º, com 43,5% dos alunos; e 38,5% dos homens
possuem ortorexia contra 26,1% das mulheres. Concluiu-se que há traços de ortorexia nervosa
nos estudantes, e na maioria deles o risco de futuramente apresentar o comportamento caso
não haja mudança nos próprios hábitos alimentares.
Palavras-chave: comportamento alimentar, ortorexia nervosa, saúde, transtorno alimentar.
“PREVALENCE OF ORTHOREXIA NERVOSA IN NUTRITION STUDENTS OF
CATHOLIC UNIVERSITY OF BRASILIA”.
BETHÂNIA OLIVEIRA PEREIRA NASSAU
ABSTRACT:
Orthorexia nervosa is a behavior when a person has an exacerbated fixation on eating
well, not yet recognized by World Health Organization as an eating disorder, but this
hypothesis is discussed due to similar characteristics between them. The current study was
aimed to verify the prevalence of orthorexia nervosa among students from the 1ˢᵗ to the
8ᵗʰ semester of the Nutrition course at the Catholic University of Brasilia, to verify their own
knowledge in relation to this behavior and to relate the presence of orthorexia traces between
the gender and the concluded semesters by them.124 students who participated in the research
answered an adapted and translated self-administered ORTO-15 questionnaire. Traces of
orthorexia were founded in 27.4% of the students. The semester with a higher prevalence of
positive cases was the 2ⁿᵈ, with 43.5% of students, and 38.5% of men have orthorexia in
opposition of 26.1% of women. It was concluded that there are traces of orthorexia nervosa in
the students, and most of them have the risk of showing this behavior in the future, if their
own eating habits don’t change.
Key-Words: Eating behavior, Orthorexia nervosa, health, eating disorder.
INTRODUÇÃO:
A alimentação tem mudado o seu significado para o ser humano ao longo dos anos,
bem como tem orientado e demarcado cada etapa do processo civilizatório (COSTA ET AL.,
1981). A industrialização trouxe também mudanças de hábitos alimentares com consumo de
alimentos enlatados, congelados, pré-cozidos, prontos e fast-food. A chamada “comida
caseira” foi ficando cada vez mais rara. A maior presença da mulher no mercado de trabalho
parece ter diminuído a disponibilidade de tempo para o preparo das refeições e
consequentemente mudou hábitos e comportamentos alimentares. Antes do aparecimento do
fast-food, o ritual da refeição tinha outro significado. O horário para a alimentação é escasso e
o fast-food, assim como “comer fora” e o delivery, entraram na conjuntura de um novo tempo
urbano. Os antigos costumes alimentares também se misturam nesta realidade, formando um
todo mundial. De qualquer forma, alguns veem nesta forma de comer uma necessidade e
outros realização e lazer. (ORTIGOZA, 1997).
O fenômeno descrito recebeu o nome de transição nutricional (MONTEIRO et al.,
1995; POPKIN, 1993). Segundo (REISS, 1993; ROSO, 1993), o homem atual mudou seus
conceitos de beleza. Isso é notável, pela mídia, ao nosso redor, indivíduos que buscam o corpo
ideal, sendo este, um físico musculoso; parece que a magreza está permanecendo nas
passarelas. Neste caso destacamos dois comportamentos alimentares ainda não reconhecidos
como transtornos, mas como essa transição de padrão de beleza tende a aumentar, são eles a
Vigorexia e a Ortorexia, o segundo será abordado de forma mais minuciosa neste trabalho.
A ortorexia nervosa (ON) é um comportamento alimentar onde há uma preocupação
exacerbada em alimentar-se bem, privando-se de vários alimentos e hábitos corriqueiros da
sociedade moderna. Não há uma preocupação com a quantidade dos alimentos e sim com a
qualidade, onde o comportamento exacerbado pela busca da alimentação adequada deixa de
ser “saudável” e passa a ser patológico. Como o comportamento é novo, não há muitos
estudos e, no Brasil, inexistem instrumentos claros para pesquisas. Por esse motivo, não
foram realizados estudos sobre a prevalência desse comportamento na população brasileira até
o momento.
7
Ortorexia nervosa: características gerais
Nos transtornos da conduta alimentar, os mais conhecidos e prevalentes são a anorexia
e a bulimia nervosa, em que a pessoa está excessivamente preocupada com a quantidade de
alimento que ingere. Nesse cenário surge um novo, mas igualmente importante transtorno
alimentar, chamado Ortorexia Nervosa (ON), que faz com que o indivíduo tenha uma
preocupação exacerbada com sua saúde, prezando pela extrema qualidade dos alimentos que
irá consumir. Esse transtorno é uma enfermidade ou conduta incorreta na alimentação que
pode interferir, negativamente, na vida do doente que, na busca incansável pela saúde, pode
agir de forma descontrolada e insana (GONZÁLEZ et al., 2007).
Steven Bratman, médico americano, criou o termo Ortorexia Nervosa (ON), propôs o
quadro como um comportamento alimentar transtornado e descreveu-a como uma fixação por
alimentar-se bem, onde há uma exigência pelo alimento biologicamente puro, ou seja, livre de
herbicidas, pesticidas e quaisquer substancias artificiais.
O indivíduo possui o hábito de consumir somente alimentos saudáveis, buscando uma
melhora na qualidade de vida, alertando as pessoas ao seu redor dos malefícios que outros
alimentos causam. Há uma restrição exagerada não somente com os alimentos que fazem mal,
mas inclusive com alimentos considerados saudáveis, como por exemplo, folhosos, que
quando sua origem é desconhecida o alimento não deve ser ingerido. Bratman relata que em
certa época ingeria somente alimentos cultivados por ele, ficando geralmente sem alimentarse. Passou a não frequentar lugares públicos, restaurantes, encontros com os amigos e
familiares, privando-se de uma vida social. Com essa restrição alimentar, há
consequentemente uma restrição de vitaminas, carboidratos, proteínas e inclusive lipídios que
são essenciais para o ser humano.
Os indivíduos mais susceptíveis a apresentar o quadro de ON são estudantes de
nutrição, médicos, enfermeiros, ou seja, estudantes da área da saúde, bem como pessoas que
tem o hábito de fazer dietas. Outras características que podem apresentar são: ansiedade,
compulsão alimentar, necessidade de sentir-se puro, perfeccionismo, além de serem
obsessivos, entre outros. (MARTINS, M. C. T. et al.)
O objetivo do presente estudo foi verificar a prevalência de ortorexia nervosa entre os
estudantes do 1º ao 8º semestre de nutrição, bem como verificar o conhecimento desses
estudantes em relação a esse comportamento alimentar.
8
Ortorexia Nervosa e transtornos alimentares (TA)
O termo anorexia deriva do grego "an-", deficiência ou ausência de, e "orexis", apetite.
Também significando aversão à comida, enjôo do estômago ou inapetência. Cícero (106-43
aC.). Entretanto, o termo bulimia deriva de bou (grande quantidade de) ou boul (boi) e limos
(fome), designando fome raivosa ou fome tão grande a ponto de levar alguém a comer um boi
(STUNKARD, 1993).
A anorexia nervosa parece ter fatores múltiplos, como componentes biológicos,
socioculturais, psicológicos, familiares e individuais. (NUÑES et al.,) Os indivíduos que
apresentam anorexia também se recusam comer em companhia, são precisos em colocar os
alimentos nos pratos e demoram muito tempo para comer. (GARFINKEL et al., 1988). O que
pode ser visualizado em quem também possui o comportamento alimentar da ortorexia.
Assim como os TA, o comportamento alimentar requer uma equipe multidisciplinar,
onde contenham médicos, psicólogos e nutricionistas, em alguns casos se necessário são
utilizados medicamentos para um melhor tratamento. (BARTRINA, J.A.,2007).
Também conhecida como Dismorfia Muscular e Anorexia Nervosa Reversa, a
Vigorexia foi recentemente descrita como uma variação da desordem dismórfica corporal e
enquadra-se entre os transtornos dismórficos corporais (TDC) (CHUNG, 2001; MAYVILLE,
et al., 2002; HITZEROTH, et al., 2001). Do mesmo modo que a Ortorexia, a Vigorexia ainda
não foi reconhecida como doença, e este ainda é um quadro não validado nem presente nos
manuais diagnósticos em psiquiatria (CID-10 e DSM-IV) (ASSUNÇÃO, 2002; ZAMORA, et
al., 2005). Outro fator importante a citar é que a vigorexia é mais prevalente em homens,
diferentemente do que ocorre em TA e na ortorexia. (ALONSO, 2006; GRIEVE, 2007).
Os transtornos alimentares como a anorexia, bulimia e excesso de dietas, podem levar
a consequências em longo prazo na saúde física e mental e são hoje uma das doenças mais
comum em jovens (PAXTON, 1995).
Deve-se haver um cuidado maior quanto aos distúrbios e comportamentos alimentares,
especialmente com aqueles que já possuem e/ou possuíram, levando em consideração que um
transtorno pode ocasionar outro.
9
METODOLOGIA:
Neste trabalho foi realizado um estudo transversal, observacional e descritivo. A
amostra foi composta por estudantes do 1º ao 8º semestre da Universidade Católica de
Brasília, totalizando 124 estudantes. No período entre outubro e novembro de 2012,
totalizando 23 dias. A participação dos mesmos esteve condicionada á assinatura do termo de
consentimento livre e esclarecido. (apêndice 2).
Foi utilizado um questionário autoaplicável composto de 18 perguntas, que foram
traduzidas para o português e adaptadas do questionário ORTO-15 (anexo1), desenvolvido
por Donini e colaboradores (2004), publicado em língua inglesa, apesar de ter sido
desenvolvido e validado em italiano. Contém 15 questões de múltipla escolha que abordam
temas relacionados ao comportamento ortoréxico e que seguem com respostas de múltipla
escolha, como: sempre, frequentemente, às vezes e nunca. A interpretação e caracterização da
ortorexia são realizadas por 15 questões, divididas por áreas, clínica, emocional e racionalcognitiva, tendo cada questão uma pontuação que varia de 1 a 4. O teste considera que os
valores encontrados abaixo de 35 possuem alta especificidade (capacidade do teste de separar
indivíduos saudáveis, considerando apenas os verdadeiramente positivos como positivos),
logo são considerados com traços de ortorexia; valores abaixo de 45 possuem alta
sensibilidade (capacidade de separar apenas os indivíduos ortoréxicos e os falsos positivos),
que fora utilizado para indicar os indivíduos com risco nos questionários aplicados com os
alunos da Universidade Católica de Brasília.
Primeiramente foi realizado um teste piloto com 4 alunos, para que as perguntas
pudessem ser melhor adaptadas ao vocabulário local e específico dessa população de
estudantes. A partir desse teste piloto, o questionário final para a pesquisa foi elaborado
(apêndice1). Após o piloto, os questionários foram aplicados nos diferentes semestres e foi
feita a contagem de pontos. Houve a divisão em três categorias: semestre, faixa etária e sexo.
Foram realizadas 4 tabelas e com elas cinco gráficos (Excel 2007), o primeiro é possível
identificar o percentual de estudantes que apresentam ortorexia, risco e nenhum risco para o
comportamento (Figura1), o segundo gráfico expõe o percentual do total de estudantes com
ortorexia, risco e sem risco divididos por semestre (Figura 2), no terceiro pode ser visualizado
o percentual de estudantes que apenas ouviram falar na ortorexia (Figura 3), no quarto gráfico
se sabiam o que era a ortorexia (Figura 4) e no quinto se definiu a ortorexia da forma correta
(Figura 5).
10
RESULTADOS:
Os questionários aplicados aos estudantes do curso de nutrição da Universidade
Católica de Brasília totalizaram 124 alunos, dos quais 89,5% eram mulheres e 10,5% homens,
com uma média de idade da amostra de 23,8± 6,9. Foi possível verificar que 27,4%
apresentaram traços de ortorexia, 69,4% apresentaram risco para esse comportamento e 3,2%
não apresentaram risco algum de ortorexia no atual momento. A maioria dos estudantes
encontrados com traços ortoréxicos são do 2º semestre, com 43,5% do total; e o risco de 90%,
o maior encontrado, está presente no 3º e 8º semestres (Figura1). Quanto ao conhecimento
sobre a ortorexia os estudantes ainda têm muito que aprender, o comportamento é pouco
conhecido, apenas 28 já ouviram falar sobre o comportamento (Figura 3), e apenas 4
souberam defini-lo da forma correta (Figura 5).
Em um estudo feito na Turquia em 2007, com um grupo de médicos residentes entre
24,3 – 30,1 anos, mostrou que 45,5% pontuaram abaixo de 40 no ORTO-15, apresentando
traços de ortorexia ou um comportamento altamente sensível sobre seus hábitos alimentares.
Não foi encontrada diferença estatisticamente significante entre homens e mulheres (BAGCI
BOSI, T. A.; ÇAMUR, D.; GULER,C., 2007). Podemos perceber que, não somente nos
profissionais da nutrição, mas em médicos, há um elevado índice de diagnosticados.
Um segundo teste realizado em estudantes do curso de técnico em nutrição dietética
no Distrito Federal em 2012 mostrou que o maior percentual de estudantes nessa área também
é do sexo feminino. A idade dos alunos variou entre 16 e 56 anos, sendo semelhante com o
constatado no estudo, que variou de 17 a 50 anos. Aproximadamente 83% dos resultados no
ORTO-15 foram abaixo de 40. Em comparação no estudo foi encontrado 27,4% abaixo de 35
e 96,8% abaixo de 45 pontos. (PONTES,2012).
11
Figura1:
Teste de Ortorexia
Ortoréxicos
Risco
Sem risco
90%
90%
80%
70%
68%
69%
60%
52%
43%
40%
32%
25%
10% 10%
10%
2º
8%
5%
4%
1º semestre
23%
0%
3º
0%
4º
0%
5º
6º
10%
0%
7º
8º semeste
12
Figura 2:
Percentual de estudantes diagnosticados por
semestre
Ortorexia - 100%
Com Risco - 100%
Sem risco - 100%
29,41%
25%
25%
25%
26,47%
22,09%
16,28%
14,71%
13,95%
10,47%
11,76%
10,47%
8,82%
9,30%
6,98%
2,94%
2,94%
2,94%
0%
1ºsemestre
2º
3º
10,47%
0%
4º
0%
5º
6º
0%
7º
0%
8ºsemestre
13
Figura 3:
Já ouviu falar na Ortorexia?
Sim
91,30%
Não
Total: 28– Sim (22,58%)
96 – Não (77,42%)
85,71%
70%
76,92
90%
70%
30%
1º semestre
70%
8,70%
2º
30%
60%
14,29%
30%
23,08%
40%
10%
3º
4º
5º
6º
7º
8º semestre
14
Figura 4:
15
Figura 5:
16
CONCLUSÃO:
Foi possível verificar que a menor parte dos entrevistados apresentaram traços de
ortorexia nervosa, mas existiu elevada prevalência de estudantes com risco de desenvolver
esse comportamento, o que pode aumentar ou diminuir dependendo de diversos fatores como
o conhecimento adquirido durante o curso, além de fatores cognitivos que alteram o
comportamento. Nos semestres iniciais, com destaque para o 2º semestre, houve uma elevada
prevalência de risco para o desenvolvimento do comportamento, o que pode ser justificada
pela falta de conhecimento específico no inicio do curso, por esse motivo muitos mitos
relacionados à alimentação ainda fazem parte dos conceitos desses estudantes. Em
contrapartida, no final do curso onde o conhecimento adquirido é realmente significativo, há
uma compressão mais elevada e o risco diminui para 10%.
A discussão sobre ortorexia é tão importante quanto qualquer outro distúrbio
alimentar, como anorexia, vigorexia ou bulimia, uma vez que esse comportamento obsessivo
por alimentar-se cada vez melhor traz graves prejuízos aos indivíduos e seus familiares e
amigos. É necessário uma conscientização em toda a sociedade acerca do tema, em especial
aos profissionais da saúde, já que são os maiores prejudicados. É importante que o tema seja
abordado, para que o comportamento seja cada vez mais discutido e reconhecido, com o
estudo realizado os estudantes puderam ao menos conhecer o conceito de ortorexia e aqueles
mais curiosos poderão pesquisar já que sabem que o comportamento é existente.
17
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
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resident medical doctors in the faculty of medicine (Ankara, Turkey). Apetite. 2007; 49
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BRATMAN. Orthorexia nervosa: the health food eating disorder. New York: Broadway
Books; 2002.
BARTRINA, J.A. Ortorexia o La obsesión por La dieta saludable. Departamento de
Medicina Preventiva y Salud Pública. Universidad de Navarra. España. Organo Oficial de La
Sociedad Latinoamericana de Nutrición. Vol.57 Nº 4, 2007.
CAMARGO, T.P.P; COSTA, S.P.V; UZUNIAN, L.G; VIEBIG, R.F. Vigorexia: Revisão
dos aspectos atuais deste distúrbio de imagem corporal. Rev. bras. psicol.
esporte v.2 n.1 São Paulo jun. 2008
DONINI, L.M. et AL. Orthorexia nervosa: Validation of a diagnosis questionnarie. Eat
Weight Disord. 2005 Jun; 10(2): 28-32.
FERNANDES, A.E.R. Avaliação da imagem corporal, hábitos de vida e alimentares em
crianças e adolescentes de escolas públicas e particulares de Belo Horizonte. [manuscrito]
- 2007.
JORGE, S. R. F. VITALLE, M. S. S. Entendendo a anorexia nervosa: foco no cuidado à
saúde do adolescente. Arq Sanny Pesq Saúde 1(1): 57-71, 2008.
LOPES, M.R.; KIRSTEN, V.R. Comportamento de ortorexia nervosa em mulheres
jovens. Disciplinarum Scientia. Série: Ciências da Saúde, Santa Maria, v. 10, n. 1, p. 97-105,
2009.
MARTINS, M. C. T. ALVARENGA, M. S; VARGAS S. V. A; SATO, K. S. C, J;
SCAGLIUSI, F. B. Ortorexia nervosa: reflexões sobre um novo conceito. Rev.
Nutr. vol.24 no.2 Campinas Mar./Apr. 2011
NUÑES C, MOREIRA A, CARBAJAL A. Pautas para el tratamiento dietético de
pacientes com anorexia nervosa basados em la evaluación de su estado nutritivo. Rev
Clin Esp. 1995; 195(1): 226-33.
18
NUNES, M. A; APPOLINARIO, J. C; GALVÃO, A. L; COUTINHO, W. et al., Transtornos
alimentares e obesidade. 2ª ed. Porto Alegre: Artmed, 2006.
PHILIPPI, S. T; ALVARENGA, M. Transtornos Alimentares: Uma visão nutricional. 1ª
ed. São Paulo: Manole, 2004.
PONTES, J. B. Ortorexia em estudantes de nutrição: A hipercorreção incorporada ao
habitus profissional? Brasília, DF, p.1-73.2012.
19
Apêndice 1:
Questionário de TCC - Universidade Católica de Brasília
Ortorexia Nervosa
Nome:_________________________________________________________
Idade:___________
Sexo:_____________ Semestre:_________________
Você sabe o que é ortorexia nervosa?
Sim
Não
Caso tenha respondido sim à questão anterior, defina ortorexia:
_________________________________________________________
Já ouviu falar?
Sim
Não
Teste para o diagnóstico de
Sempre
Frequentemente
Às vezes
Nunca
Ortorexia
Ao comer, você fica atento (a)
nas calorias dos alimentos?
Quando vai a supermercados,
restaurantes ou lanchonetes, você
se sente confuso (a) na escolha
dos alimentos?
Nos últimos três meses, pensar
sobre alimentos preocupa você?
A preocupação com sua saúde
interfere nas suas escolhas
alimentares?
Para você, a qualidade
nutricional é mais importante do
que o sabor dos alimentos?
Você estaria disposto (a) a gastar
mais dinheiro para ter uma
alimentação mais saudável?
20
Você passa mais de três horas
por dia preocupado (a),
pensando sobre os alimentos que
consome?
Quando está seguindo um plano
alimentar você se permite violar
a dieta?
Seu humor afeta seu
comportamento alimentar?
Quando você se alimenta de
maneira saudável sua autoestima
aumenta?
Você deixa de comer fora de
casa, com amigos ou família, por
achar que isso compromete a
qualidade da sua alimentação?
Quando você come alimentos
saudáveis você se sente com a
aparência melhor?
Você considera que há poucos
alimentos saudáveis no mercado?
Você costuma fazer as refeições
sozinho (a)?
Ao consumir um alimento
(altamente calórico,
industrializado) não saudável,
sente-se culpado (a)?
21
Apêndice 2:
Termo de consentimento livre e esclarecido
___/___/___
Você está convidado (a) como voluntário (a) a participar da pesquisa intitulada
“Prevalência de Ortorexia Nervosa em estudantes de nutrição da Universidade Católica de
Brasília”, trabalho de conclusão de curso da aluna Bethânia Oliveira P. Nassau, estudante do
8º semestre de nutrição da Universidade Católica de Brasília. O propósito desta pesquisa é
verificar se há traços de comportamentos ortoréxicos em estudantes do curso de nutrição da
UCB.
Aqueles que fornecerem dados espontaneamente pós-esclarecimento terão suas
identidades preservadas mesmo após elaboração de relatório final deste estudo.
Este
termo
em
duas
vias
é
para
certificar
que
eu
___________________________________________________________________________
_______, residente à __________________________________________ concordo em
participar voluntariamente da pesquisa mencionada e sei que posso retirar meu consentimento
a qualquer momento, sem nenhum prejuízo. Estou ciente de que a pesquisa não implicará em
riscos físicos à minha pessoa nem à comunidade da qual faço parte.
Finalizando, sou sabedor de que terei todas as dúvidas respondidas a contento pelo
pesquisador responsável Profa. MSc. Caroline Romeiro, no telefone (61) 3356-9221 ou e-mail
[email protected].
__________________________________
Assinatura do Pesquisador
__________________________________
Assinatura do Voluntário
22
Anexo1:
23
Tabela 1 – Conhecimento sobre a ortorexia, sexo e idade dos estudantes.
Sabe o que e ortorexia?
Sabe o que significa?
Já ouviu falar sobre ortorexia?
Não
Total de
entrevistados
3
7
10
2
21
23
10
3
7
10
0
10
1
9
10
19
1
19
6
14
20
27
1
27
4
24
28
0
13
0
13
3
10
13
8º
2
8
2
8
6
4
10
TOTAL
5
119
4
120
28
96
124
Feminino
9
103
4
108
25
87
111
Masculino
TOTAL
0
12
0
12
3
9
13
9
115
4
120
28
96
124
17 - 20
1
44
1
44
6
29
45
21 - 25
4
50
3
51
14
40
54
Sim
Não
Sim
Não
Sim
1º
0
10
0
10
2º
0
23
0
23
3º
1
9
0
4º
0
10
5º
1
6º
1
7º
Semestre
Sexo
Idade
26- 30
0
10
0
10
1
9
10
31 - 35
0
3
0
3
1
2
3
36 - 40
0
6
0
6
2
4
6
41 - 45
0
3
0
3
0
3
3
46 – 50
TOTAL
0
3
0
3
1
2
3
5
119
4
120
25
89
124
24
Tabela 2 Ortoréxicos (ORTO-15 < 35)
Risco (35 < ORTO-15 < 45)
Sem risco (ORTO-15 ≥ 45)
Indivíduos
Indivíduos
Indivíduos
Proporção
Proporção
Proporção
Semestre
1º
1
10%
8
80%
1
10%
2º
10
43%
12
52%
1
4%
3º
1
10%
9
90%
0
0%
4º
4
40%
6
60%
0
0%
5º
5
25%
14
70%
1
5%
6º
9
32%
19
68%
0
0%
7º
3
23%
9
69%
1
8%
8º
TOTAL
1
10%
9
90%
0
0%
34
27,4%
86
69,4%
4
3,2%
25
Tabela 3 – Utilizada para pontuar os questionários (ORTO -15).
PONTUAÇÃO:
Questões
Sempre
Frequentemente
Ás vezes
Nunca
2, 5, 8, 9
4
3
2
1
3, 4, 6, 7, 10, 11,
1
2
3
4
2
4
3
1
12, 14, 15
1, 13
26
Tabela 4 -
Ortoréxicos (ORTO-15 <
35)
Indivíduos
Proporção
%
Risco (35 < ORTO-15 <
45)
Indivíduos
Proporção
%
Sem risco (ORTO-15 ≥
45)
Indivíduos
Proporção
%
Semestre
1º
1
10,00%
2,94%
8
80,0%
9,30%
1
10,0%
25,00%
2º
10
43,48%
29,41%
12
52,2%
13,95%
1
4,3%
25,00%
3º
1
10,00%
2,94%
9
90,0%
10,47%
0
0,0%
0,00%
4º
4
40,00%
11,76%
6
60,0%
6,98%
0
0,0%
0,00%
5º
5
25,00%
14,71%
14
70,0%
16,28%
1
5,0%
25,00%
6º
9
32,14%
26,47%
19
67,9%
22,09%
0
0,0%
0,00%
7º
3
23,08%
8,82%
9
69,2%
10,47%
1
7,7%
25,00%
8º
1
10,00%
2,94%
9
90,0%
10,47%
0
0,0%
0,00%
TOTAL
34
27,4%
100%
86
69,4%
100%
4
3,2%
100%
27
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Bethania Oliveira Pereira Nassau