Avaliação de tecnologias visando ao reuso de efluentes Nº 20 •Fevereiro• 2005 Caro leitor, Neste número apresentamos a unidade-piloto da KURITA que está sendo utilizada para avaliação de efluentes como água de reposição do sistema de refrigeração. Para evitar problemas futuros no reuso de efluentes, e definir o grau de tratamento necessário, será avaliada a influência de diferentes concentrações de cloretos, sólidos suspensos e carga orgânica presentes nos efluentes dos diferentes níveis de tratamento. Estes efluentes serão submetidos a diferentes tecnologias de tratamento de água, e serão definidos as dosagens dos produtos químicos e custos. Este projeto é coordenado por Mara Machado, da gerência de Biotecnologia e Tratamentos Ambientais: [email protected], Tel: 21-3865-4932. Equipe CENPES/PDEDS/BTA Vânia Santiago (coordenação) Priscilla Florido, Eduardo Sabóia, Rodrigo Suhett, Ana Paula Torres, Mara Machado e Adriana Valente. Fernando Rocha e Hudson Torquato (contratados) REGAP Eloisia Coelho, Cláudia Zanette, Mauro Souza Abast-Ref/AER Tsutomo Iwane, Fátima Ferreira Engenharia Heleno Almeida, Eduardo Ferreira, Montserrat Carbonell SMS corporativo Antônio Peres Operação: Fabiana, Ângelo, Fabrício Kátia, Fabiane (contratados) Clientes participantes: REVAP: Kayano, Celso Scofield REPLAN: Tadeu Furlan, Bentaci LUBNOR: Romino Ayres Unidade-piloto de avaliação do reuso de efluente no sistema de refrigeração A unidade-piloto de simulação das condições do sistema de refrigeração da unidade de coque da REGAP foi desenvolvida em parceria entre a Petrobras e a Kurita e tem como objetivo simular as condições que influenciam nos processos de corrosão e incrustação, tais como: metalurgia envolvida, velocidade crítica da água, temperatura máxima de parede e característica físicoquímicas do efluente. Os principais parâmetros simulados e controlados são: temperatura e velocidade do fluido, e optou-se pelo uso de cupons de aço carbono. Como premissas básicas na simulação considerou-se o ciclo de concentração igual a 5, utilizado no sistema de refrigeração da REGAP, selecionou-se a temperatura crítica de 550C e a velocidade de 0,3 m/s. Para águas de reposição com características mais críticas, tais como cloretos acima de 120 mg/L, sólidos acima de 5 mg/L, será aplicado o Programa KURIROYAL, e para águas de melhor qualidade (cloretos inferior a 100 mg/L) será avaliado o Programa PPA Plus. Como controle foram estabelecidos os mesmos indicadores de desempenho exigidos pela REGAP. A unidade-piloto consiste basicamente de três seções principais: sistema de dosagem e mistura de produtos químicos, tanque com aquecimento e looping de monitoramento de corrosão e incrustação (figura 1). ³ Figura 1 - Fluxograma da unidade-piloto da Kurita 1 Efluentes Hídricos: Resultados em P&D • Nº 20 • Fevereiro • 2005 O sistema de dosagem e mistura de produtos químicos apresenta duas bombas peristálticas com capacidade máxima de 500l/h, cada, para a composição de cargas de efluentes para a unidade-piloto. Estas bombas têm a finalidade de controlar, por exemplo, a concentração de cloretos na água de alimentação. Cada bomba peristáltica poderá receber águas com salinidade diferentes e as descargas de ambas são direcionadas para o tanque de mistura e dosagem de produtos químicos. Neste tanque de 60 litros são adicionados os produtos químicos específicos para controle de corrosão e incrustação. Do tanque, o efluente é bombeado para o tanque de aquecimento passando pelo clorador e o sensor de corrosão da zona fria. O clorador de pastilha SANY-CLOR 2000, utilizado na unidade-piloto, foi especificado para operar em tubulações pressurizadas até 3,5 Kgf/cm2 utilizando pastilhas de hipoclorito de cálcio. O clorador é composto de uma câmara de erosão onde, o efluente com vazão controlada, entra em contato com a pastilha. A dissolução ocorre de forma homogênea, garantindo a cloração contínua e a concentração de cloro desejada. A sonda de corrosão da unidade-piloto da Kurita apresenta dois eletrodos removíveis de aço carbono da Cosasco O transmissor AquamateTM da Cosasco utiliza a técnica de medição da taxa de corrosão pela medida da resistência a polarização. O transmissor aplica pequenos potenciais entre os eletrodos e mede a corrente resultante. Portanto, se for aplicado um pequeno potencial entre os eletrodos metálicos e for obtida uma alta corrente (baixa resistência a polarização) o resultado será alta taxa de corrosão, o contrário (baixa corrente e alta resistência a polarização) corresponde a baixas taxas de corrosão. O transmissor efetua a medição em tempo real e apresenta resposta rápida as mudanças das condições corrosivas do sistema, fornecendo a medição da taxa de corrosão em milímetros por ano (mpy), além da leitura do desequilíbrio elétrico associada a corrosão por pitting (imbalance current), condutividade e temperatura da água. O tanque de aquecimento da unidade-piloto foi instalado a 3,5 metros de altura, e possui uma resistência para controle da temperatura de saída de 550C +/- 2. Para o controle temperatura foram instalados dois sensores em duas alturas, sendo um de segurança do outro. Antes do tanque de aquecimento foi instalado um filtro “Y” para retirada de sólidos. O setpoint de temperatura é ajustado por meio de um reostato. O tanque possui controle de nível, por meio de bóia que desliga o painel elétrico nos casos de nível baixo. A água aquecida é direcionada para o looping de monitoramento por gravidade. A vazão do looping é controlada por indicador de fluxo (FI) em 300 l/h. A determinação da taxa de incrustação é obtida pela análise de depósito em um tubo de inox 316 instalado em um cilindro de policarbonato. A determinação da quantidade de material depositado é efetua por diferença de peso antes e após o teste. No “looping” estão instalados três cupons de corrosão de aço carbono com dimensões definidas. Estes cupons são retirados a cada dez dias, sendo o último retirado após trinta dias de teste. Este procedimento visa ações emergenciais, nos casos de descontrole operacional e modificações na composição dos produtos químicos para cada condição analisada. Após os sensores de corrosão está instalado outro sensor de corrosão Cosasco para a medição da taxa de corrosão em tempo real da zona quente. A unidade-piloto poderá operar tanto em ciclo aberto ou ciclo fechado, ou seja, o efluente pode ser descartado ou direcionado para tanque de carga da própria unidade. As análises de monitoramento, efetuadas em laboratório são: amônia, TOC/IC, cloretos, turbidez, sulfetos, óleos e graxas, alumínio total, pH, alcalinidade, dureza, cloreto, sílica, ferro total, condutividade, fósforo, cloro, sulfato e contagem microbiana. Os cupons de corrosão e o monitor de incrustação são fotografados semanalmente e, na retirada. Figura 2: Detalhes do looping, monitor de incrustação, cupom e sonda de corrosão. 2