Curso de Enfermagem
Artigo de Revisão
O CUIDADOR CUIDA, QUEM CUIDA DO CUIDADOR?
THE CARE CAREGIVER: WHO CARES FOR THE CAREGIVER?
Flavia de Oliveira Fenandes1, Sonia Guedes de Oliveira1, Luciana Ramalho Farias2
1 Acadêmica do Curso de Enfermagem
2Professora mestre do curso de enfermagem das Faculdades Promove de Brasília
Resumo
Introdução: A prática de cuidar é uma tarefa estressante que exige disposição e organização, determinando a prática assistencial de
qualidade cuidado é uma ciência, sendo que nos hospitais e unidades de saúde ele é desempenhado por profissionais de saúde,
especialmente, pelos profissionais de enfermagem Sabe-se que, por mais difícil que pareça ser o processo de educação em saúde, a
enfermagem deve propor ao cuidador a interatividade nesse processo do cuidado. Objetivo: demonstrar a necessidade de se
direcionar um olhar para o cuidador, do ponto de vista clínico e profissional, incluindo condições salariais, segurança do trabalho e
respeito à profissão, no intuito e proporcionar uma melhora na qualidade de vida deste profissional de saúde, para melhorar a
qualidade do exercício da sua profissão. Justificativa: Precisa-se preocupar com o cuidador que dar lugar a necessidade de sentir-se
amparados por alguém. E essa é uma necessidade evidente do profissional que cuida, pois quem cuida também necessita de
cuidados. Materiais e métodos: O presente estudo foi realizado por meio de um levantamento bibliográfico retrospectivo, do período
de 2005 a 2013, no banco de dados da Biblioteca Virtual em Saúde, essa pesquisa foi desenvolvida em 05 etapas, de acordo com o
Núcleo Interdisciplinar de pesquisa das faculdades Promove. Revisão Bibliográfica: A educação em saúde surge, como caminho para
promoção à saúde dos cuidadores, espera-se que a partir disso, possa evoluir para a visão holística, que considera o ser como um
todo e, nesse todo, o cuidador terá seu espaço por estar inserido nesse contesto de cuidado. Conclusão: No entanto torna-se
fundamental que os futuros profissionais de saúde, principalmente enfermeiros conheçam as dificuldades encontradas nesse meio,
uma vez que se faz necessária a condução de novos estudos para ampliar o conhecimento sobre a temática, e a identificação de
outras possíveis formas de educação e planejamento voltadas para esse profissional que atua no processo do cuidar.
Palavras-chave: Enfermagem; cuidadores; qualidade de vida.
Abstract
Introduction:The practice of care is a stressful job that requires disposal and organization, determining the healthcare quality practice
Care is a science, and in hospitals and health facilities it is played by health professionals, especially by nurses It is known that,
however difficult it may seem to be the health education process, nursing should propose to the caregiver interactivity that the care
process. Objective: To demonstrate the need to direct a look at the caregiver, clinical and professional standpoint, including wage
conditions, work safety and respect for the profession in order and provide an improved quality of life of health professional, improve the
quality of the exercise of their profession. Justification: Need to worry about the caregiver that result in the need to feel supported by
someone. And that is a clear need for professional care because you care also needs care when it becomes necessary. Methods: This
study was conducted through a retrospective literature review, the 2005-2013 period in the Virtual Library Database Health, this study
was conducted in 05 steps according to the Interdisciplinary Center d research It promotes the colleges. Results and discussion:
Health education emerges as a way to promote the health of caregivers, for disease prevention, it is expected that from this, can evolve
to the holistic view that considers the being as a whole and in that Overall, the caregiver will have their space to be inserted in this care
dispute Conclusion: However it is essential that future health professionals, especially nurses know the difficulties encountered in that
environment, since it is necessary to conduct further studies to increase knowledge on the subject, and the identification of other
possible forms of education and planning aimed at this professional who works in the care process.
Keywords: nursing; caregivers; quality of life.
Contato: [email protected]; [email protected]
1
Introdução


A prática de cuidar é uma tarefa
estressante que exige disposição e organização,
determinando a prática assistencial de qualidade.
O desenvolvimento físico, mental e social do ser
humano exige cuidados durante a infância, na
fase adulta e na velhice, quando surge a
dependência para realizar suas atividades diárias
(OLIVEIRA JÚNIOR JO; 2009).
A palavra cuidador é definida como “que ou
quem doa se, toma conta; aquele que mostra
zeloso, atencioso para com a outra pessoa”. Sem
dúvida, o glossário está certo em seu significado,
pois o cuidador vai além dessa definição, ele está
ligado ao conforto, à segurança e a expansão do
convívio social da pessoa cuidada (WALDOW;
2008).
O cuidador é definido como informal ou
profissional, sabe - se que o cuidador informal,
pode ser membro da família ou amigo próximo,
sem formação na área de saúde, que passa a ser
o responsável pela elaboração das ações de
cuidado. O cuidador profissional é a pessoa com
formação específica na área da saúde, que
realiza ações voltadas no domicílio, com vinculo
formal ou alguma remuneração (SILVEIRA;
2006).
O cuidado é uma ciência, sendo que nos
hospitais e unidades de saúde ele é
desempenhado por profissionais de saúde,
especialmente,
pelos
profissionais
de
enfermagem. Porém, sabe-se que o mesmo
também é exercido, histórica e culturalmente, por
pessoas sem formação profissional, tanto no
âmbito
familiar/comunitário
quanto
nas
Instituições de Saúde. A função do cuidador é
acompanhar e auxiliar a pessoa a se cuidar,
fazendo pela pessoa somente as atividades que
ela não consiga fazer sozinha. A função do
enfermeiro está relacionada à capacitação dos
cuidadores, pois, a enfermagem que irá treinar
educar, supervisionar, auxiliar quanto ao
processo saúde-doença (SOUZA et al,2007).
As pessoas que cuidam, sejam elas
profissionais ou familiares, acabam por sofrer um
grande desgaste emocional, porém passam a ter
a ideia de que cuidam também de si mesmas.
Mas cuidar e ser cuidado envolve relação de
gente com gente, tornando essa tarefa
estressante pelo desgaste que é submetido
(OLIVEIRA JUNIO, 2009).
Entre os principais fatores estressantes
para o cuidador, podem ser citados:

Os cuidados sucessivos, intensos, a
dedicação frequente;

A falta de conhecimento para a execução
das atividades; a sobrecarga de trabalho;
A complexidade para conciliar as
demandas da situação de cuidado aos
recursos
disponíveis,
incluindo
o
financeiro, a perda das atividades sociais
e profissionais;
O afastamento das praticas de lazer.
(BARDIN, 2009).
O
papel
da
enfermagem
engloba
assistência qualificada e sistematizada voltada
para os cuidados individuais e coletivos de
prevenção e manutenção da vida da população
desenvolvendo processos educativos para a
saúde. Tendo em vista que o enfermeiro deve
compreender sobre a atual situação em que se
encontra cuidador no contexto social, econômico
e cultural. Sabe-se que, por mais difícil que
pareça ser o processo de educação em saúde, a
enfermagem deve propor ao cuidador a
interatividade nesse processo do cuidado. Nesse
sentido, precisa-se preocupar com o cuidador que
dar lugar a necessidade de sentir-se amparados
por alguém. E essa é uma necessidade evidente
do profissional que cuida, pois quem cuida
também necessita de cuidados, quando este se
fizer necessário. (MINISTERIO DA SAÚDE,
2008).
Diante deste contexto, o presente trabalho
tem como objetivo demonstrar a necessidade de
se direcionar um olhar para o cuidador, do ponto
de vista clínico e profissional, incluindo condições
salariais, segurança do trabalho e respeito à
profissão, no intuito e proporcionar uma melhora
na qualidade de vida deste profissional de saúde,
para melhorar a qualidade do exercício da sua
profissão.
Materiais e Métodos
A metodologia do presente estudo foi
realizada por meio de um levantamento
bibliográfico retrospectivo, do período de 2005 a
2013, no banco de dados da Biblioteca Virtual em
Saúde, utilizando artigos relacionados ao cuidado
oferecido ao cuidador, essa pesquisa foi
desenvolvida em 05 etapas, descritas a seguir:
a) 1ª. Etapa: foram selecionados e
revisados artigos encontrados em bancos de
dados como LILACS, SCIELO, BIREME e da
Biblioteca Virtual em Saúde.
b) 2ª. Etapa: Utilizados os critérios de
inclusão/exclusão escolha das publicações que
continham os descritores: cuidadores, qualidade
de vida e enfermagem, todos em português
publicadas no período entre os anos 2005 2013
que abordaram a temática como um todo.
Além disso, foram observados os critérios
éticos, por se tratar de uma revisão da literatura.
2
Também foi considerada a importância da
preservação da idéia do autor, seguindo critérios
e normas da Associação Brasileira de Normas
Técnicas (ABNT). Os critérios de exclusão foram
os artigos que não abordavam o tema e que não
foram publicados no período definido.
c) 3ª. Etapa: Na Terceira etapa, após a
pré-seleção de 29 artigos, 17 foram utilizados na
realização deste estudo, os quais compreendiam
o contexto da busca. A partir de então, foram
realizadas a leitura e análise que foram
apresentadas nos resultados e discussões a
seguir.
d) 4ª. Etapa: Após leitura e análise dos
artigos, foram elaborados os resultados e
discussão a respeito da temática o cuidados
cuida: quem cuida do cuidador? Bem com a
atuação da equipe de enfermagem em todo o
processo.
O presente estudo foi desenvolvido no
período de novembro de 2014 a junho de 2015 e
seguiu as normas do NIP (Núcleo Interdisciplinar
de Pesquisa) Icesp/Promove2015 e normas da
ABNT 2006.
Revisão Bibliográfica
O Cuidado na Era Moderna
Como o aparecimento das doenças
infectocontagiosas e a necessidade de melhorar
as condições de higiene como forma de garantir a
qualidade no cuidado oferecido, é nesse cenário
que a Enfermagem passa a atuar, quando
Florence Nightingale foi convidada pelo Ministro
da Guerra da Inglaterra para trabalhar junto aos
soldados feridos em combate na Guerra da
Criméia, com suas técnicas de trabalho, foi visto
um resultado satisfatório (CAVALCANTI, 2007).
As técnicas utilizadas visavam o ambiente
do cliente para regular o nível adequado de
ruídos, nutrição, higiene, iluminação, conforto,
socialização e esperança. Nightingale não via a
enfermagem como limitada à administração de
medicamentos e tratamentos, mas em vez disso,
orientava para fornecer ar fresco, luz,
aquecimento, higiene, silencio e nutrição
adequada, proporcionando melhor condições e
segurança aos pacientes ( MACHADO,2007).
Obtendo resultados benéficos para
melhorar as condições de saúde dos pacientes a
teoria descritiva de Nightingale forneceu aos
enfermeiros uma maneira de pensar sobre o
ambiente dos clientes e dos seus próprios,
fornecendo orientação quanto a agir e cuidar em
benefício do cliente (GOMES et al., 2007).
Historia do processo do cuidar
No período pré-histórico, as atividades
desenvolvidas eram a caça e a proteção do
grupo, enquanto a mulher ficava responsável por
garantir a manutenção da sobrevivência da
espécie preparando o alimento, cuidando das
crianças e dos idosos. Nesta época o processo
do cuidar era estritamente empírico (ANDRADE,
2009).
Com o passar dos tempos, as práticas de
cuidado passaram a ser mágico-sacerdotais onde
abordavam a relação mística entre as práticas
religiosas e as práticas de cuidados primitivos em
local que era destinado ao abrigo dos pobres e
doentes que não tinham condições de tratamento
domiciliar, procurando as instituições para
receber o cuidado ou o ultimo sacramento antes
de morrer. O atendimento era Freqüentemente
prestado por religiosas e leigas, que buscavam
sua própria salvação (WALDOW VR; 2006).
Após o surgimento da filosofia e o
progresso da ciência, a prática do cuidado passou
a ser voltada ao conhecimento da natureza, a
experiência e ao raciocínio lógico. O avanço da
Medicina veio beneficiar a evolução, crescente
nos hospitais, porém não melhorou as condições
de higiene. Nessa época houve a predominância
de doenças infectocontagiosas e à falta de
pessoas preparadas para cuidar dos doentes
(SILVEIRA; 2006).
Assim, o cuidado surge não mais como
uma atividade empírica, desligando - se do saber
especificado, como uma ocupação empregatícia
que busca atender a necessidade de mão de obra
nos
hospitais
e
cuidados
domiciliares,
estabelecendo como uma prática social,
organizada e específica (SOUZA, 2007).
Os cuidadores nos dias atuais
Nos dias atuais observamos que a rotina
de trabalho dos cuidadores associada às jornadas
exaustivas, sobrecarga de tarefas e condições
precárias, seja de recursos humanos ou
materiais, além da convivência com a dor e o
sofrimento do outro, acarreta desgaste físico e
mental ao (ANDRADE, 2009).
A sobrecarga dos cuidadores pode ser
classificada em duas modalidades: subjetiva e a
objetiva. A subjetiva está relacionada ao estresse
físico e mental, e a objetiva são as dificuldades do
ato de cuidar, pois o doente apresenta um grau
de incapacidade e dependência, determinando o
tipo de assistência necessária, contribuindo para
a sobrecarga do cuidador (BRITO 2009).
Para SILVEIRA, 2006, a saúde física e
mental do cuidador é bastante afetada. É comum
a apresentação de distúrbios do sono, do apetite
(perda de peso ou aumento da ingestão de
alimentos) e do humor. São também comumente
3
observados quadros de encefalalgia, fadiga e
somatizações, assim como perturbações na
atividade sexual. A sobrecarga mental do
cuidador é excessiva, podendo levar o
adoecimento do mesmo, devido viver diariamente
angústias, medo, descrença, instabilidade,
complicação da doença e a morte do paciente,
que podem ser vivenciados com sofrimento por
parte do profissional.
A educação em saúde surge, como
caminho para promoção à saúde dos cuidadores,
para a prevenção de doenças, a partir disso,
possa evoluir para a visão holística, que
considera o ser como um todo e, nesse todo, o
cuidador terá seu espaço por estar inserido nesse
contesto de cuidado (SOUZA, 2007).
Tipos de cuidador
O cuidador pode ser classificado
como cuidador formal e o cuidador informal. O
cuidador formal e aquele contratado para exercer
as ações de cuidado, estabelecendo-se nesse
caso um vínculo empregatício, apresentando
conhecimento
teórico
para
assegurar
a
assistência necessária para o doente, e
o cuidador informal, são os membros da família
do paciente ou amigos, vizinhos, membros da
igreja, entre outros, que passaram a assumir as
ações do cuidado (SILVEIRA, 2006).
Além desses dois há também o cuidador
principal que na maioria dos casos a função de
cuidar é prestada, por poucos ou apenas um
único membro, este é aquele que proporciona a
maior parte dos cuidados e apoio ao indivíduo
doente, pertencendo geralmente ao seu núcleo
ou sistema familiar. a família influencia o
comportamento de saúde de seus membros e o
estado de saúde de cada indivíduo, também
influencia o funcionamento da família (SARAIVA
et al.; 2007).
O domicílio é um importante espaço onde
o indivíduo doente pode manter a estabilidade da
doença. Desta forma, a família assume grande
responsabilidade na prestação de saúde, na
medida em que arca com os cuidados exigidos
pelo tratamento da enfermidade crônica,
prevenindo possíveis seqüelas (PADILHA, 2006).
Em nossa cultura é tradição que o
cuidador seja do sexo feminino, e em muitos
casos esse cuidador é também uma pessoa frágil,
já idosa ou com a saúde debilitada (SARAIVA et
al. ;2007).
Vários são os motivos envolvidos na
escolha do cuidador principal, dentre elas
podemos citar; as dívidas de reciprocidade,
transmissões geracionais, mitos e regras para o
surgimento da figura do cuidador, assim como
elementos, socioculturais (BRITO 2009).
O cuidado faz parte da vida do ser
humano como resposta ao atendimento às suas
necessidades. Para realizar o cuidado, o
enfermeiro, como membro integrante da equipe
multidisciplinar,
utiliza
um
conjunto
de
conhecimentos que possibilita a busca de
resolutividade às respostas dos fenômenos de
saúde. (WALDOW VR; 2006).
O processo do cuidar pressupõe que o
profissional e a equipe de enfermagem possam
interferir no processo de definição das praticas de
assistência. O cuidado está embasado na
vontade do indivíduo para a ação. Como arte, a
Enfermagem é uma forma de expressão cultural,
de comunicação que expressa sentimentos. Ao
realizar o cuidar e ao se relacionar com o outro,
dispõe-se a conhecer e a vivenciar os
sentimentos (SOUZA (2007).
O profissional precisa ser visível perante
a equipe de enfermagem, de saúde e da
sociedade, como coadjuvante do processo de
cuidar desses pacientes. Deve também buscar no
seu caminhar profissional, seja na prática, no
ensino ou na pesquisa, todos os dias, um saber,
um fazer, com conhecimento, compreensão,
empatia,
envolvimento,
proximidade,
solidariedade e dignidade, em todas as
dimensões do ser humano, como um agente
inovador, moderador e transformador do processo
de cuidar, propiciando ao paciente um saber a fim
de uma mudança no estilo de vida (ALFAROLEFEVRE, 2005).
Para os participantes, esse ser é projetado
por Deus, uma obra “divina”, a mais bem
projetada e elaborada pelo criador do universo.
Essa criatura é formada pelo corpo físico,
psicológico, pelas emoções e pela alma,
diferenciada pelo sexo, idade e cultura. Diante
disso, quando o enfermeiro cuida desse ser
humano, deve fazê-lo com amor, carinho e
respeito, uma vez que são semelhantes
(BALDUINO,2009).
Atuação da Equipe de Enfermagem no
processo do cuidar
Para o enfermeiro, o cuidar é entendido
como aplicação de conhecimentos científicos no
cotidiano associados à habilidade de utilizar a
emoção e a sensibilidade como bases da
comunicação para executar cuidados de
enfermagem, respeitando o paciente como um
ser humano (CAVALCANTI ACD, 2007).
É possível observar que o cuidar
humanizado
torna-se
indispensável
ao
enfermeiro, que deve ir além do estudo de caso e
tratar o paciente não como um mero objeto do
processo de cuidar, visto que, como profissional,
precisa transcender o cuidado propriamente dito,
apresentar a capacidade de compreensão de
quem é esse paciente, o que o levou ter a
doença. A implementação das ações do cuidado
no dia-a-dia do enfermeiro implica, também,
4
perceber o paciente como um ser total, respeitar
seus valores, crenças, sentimentos, emoções, e
não apenas considerar o aspecto biológico.
(HORTA WA, 2005)
O significado atribuído ao Processo de
Enfermagem e o modo como ele é aplicado à
prática profissional são dinâmicos, modificandose ao longo do tempo e de acordo com os
diferentes cenários da prática assistencial. Assim,
podem ser identificadas gerações distintas do
Processo de Enfermagem, cada uma delas
influenciada pelo estágio do conhecimento e
pelas
forças
atuantes
que
lhe
são
contemporâneos. (WALDOW VR. 2006).
Diante disso, o profissional precisa ser
visível perante a equipe de enfermagem, de
saúde e da sociedade, como coadjuvante do
processo de cuidar desses pacientes. Deve
também buscar no seu caminhar profissional, seja
na prática, no ensino ou na pesquisa, todos os
dias, “um saber, um fazer e um ser enfermagem”,
com conhecimento, compreensão, empatia,
envolvimento, proximidade, solidariedade e
dignidade, em todas as dimensões do ser
humano, como um agente inovador, moderador e
transformador do processo de cuidar, propiciando
ao paciente empoderamento a fim de mudança
no estilo de vida.
Considerações Finais
Assumir o papel de cuidador não é uma
tarefa fácil, pois além de lidar constantemente
com diversos tipos de sentimentos, o cuidador
também tem que lidar com obrigações e assimilar
novas atividades em sua rotina diária.
O presente estudo nos mostra que os
cuidadores apresentam sobrecargas, devido às
más condições de trabalho, má remuneração, o
cansaço físico e mental. Esses fatores podem
ser vistos como a maior incidência, pois, além
do cuidado prestado a pessoa cuidada, tem que
dividir seu tempo com a casa, filhos e outras
atividades corriqueiras do dia a dia, além do
desgaste do emocional pela vivência constante
com o sofrimento e a dor alheia.
É importante considerar que as
necessidades de saúde dos cuidadores requerer
uma atenção específica que pode evitar altos
custos para o Sistema de Saúde e,
principalmente, proporcionar melhores condições
de saúde a essas pessoas.
Torna-se fundamental que os futuros
profissionais
de
saúde,
principalmente
enfermeiros
conheçam
as
dificuldades
encontradas nesse meio e que seja prioridade o
desenvolvimento de estratégias de educação em
saúde, pois é preciso que o cuidado tenha o
entendimento integral a respeito de saúde e de
qualidade de vida, valorizando seu bem estar,
estimulando a autoconfiança, praticando a
solidariedade e desenvolvendo atitudes e práticas
de cidadania, expandindo o conhecimento
científico para cooperar na construção de um
pensamento mais crítico.
Dessa forma faz-se necessária a
condução de novos estudos para ampliar o
conhecimento sobre a temática, e a identificação
de outras possíveis formas de educação e
planejamento voltadas para esse profissional que
atua no processo do cuidar.
Agradecimentos
A Jesus Cristo, amigo sempre presente,
sem o qual nada teríamos feito. Agradecemos a
Deus e a nossas famílias pelo apoio para a
condução desse trabalho. Aos amigos, que
sempre incentivaram nossos sonhos e estiveram
sempre ao nosso lado. Aos colegas de classe
pela amizade e companheirismo que recebemos.
A professora Luciana Ramalho de
Farias, pelo suporte e apoio que nos
proporcionou para que pudéssemos superar as
dificuldades para elaboração desse trabalho, a
coordenadora do curso Judith Aparecida Trevisan
pelo apoio e dedicação com os alunos, a
Faculdade Promove de Brasília, seu corpo
docente, direção e administração pelo incentivo,
apoio e conhecimento proporcionado.
E a todos os demais que direta ou
indiretamente
nos
ajudaram
transmitido
tranqüilidade e segurança durante nossa
formação acadêmica, receba nosso muito
obrigado.
5
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