UFRRJ INSTITUTO DE ZOOTECNIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ZOOTECNIA DISSERTAÇÃO Desenvolvimento de Modelos Matemáticos para a Predição da Eficiência de Utilização da Energia Metabolizável para Manutenção e Ganho de Peso em Bovinos Douglas Sampaio Henrique 2002 UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO INSTITUTO DE ZOOTECNIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ZOOTECNIA DESENVOLVIMENTO DE MODELOS MATEMÁTICOS PARA A PREDIÇÃO DA EFICIÊNCIA DE UTILIZAÇÃO DA ENERGIA METABOLIZÁVEL PARA MANUTENÇÃO E GANHO DE PESO EM BOVINOS DOUGLAS SAMPAIO HENRIQUE Sob a Orientação do Professor Pedro Antônio Muniz Malafaia e Co-orientação dos Professores Ricardo Augusto Mendonça Vieira e Maurício Cordeiro Mancini Dissertação submetida como requisito parcial para a obtenção do grau de Magister Scientiae em Zootecnia, área de concentração em nutrição de ruminantes. Seropédica, RJ Julho de 2002 “Será que as leis clássicas da Física e da Química, como as leis da Termodinâmica, da Gravitação Universal, de Ação das Massas, nada têm a ver com nossos feudos? Até quando nossos discursos utilizarão a variabilidade biológica como escudo às críticas? Devemos aceitá-la como axioma, para não dizer dogma fundamental, ou um anátema, e, atribuir a ela, nossa incapacidade de propor a solução de um problema em determinado momento?” Ricardo Vieira. Aos meus pais Roberto Henrique (In memorian) e Leila Sampaio Henrique, pelo amor incomensurável com que se dedicaram à minha formação como ser humano. AGRADECIMENTOS À Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, ao Instituto de Zootecnia e ao Programa de Pós-Graduação em Zootecnia, pela oportunidade de realizar este curso de Mestrado, que além de contribuir para minha formação acadêmica, foi extremamente importante para meu amadurecimento profissional e pessoal. À Fazenda Barreiro, pela calorosa acolhida e suporte à realização deste trabalho. Ao meu Orientador, Prof. Dr. Pedro Antônio Muniz Malafaia, por estimular meu ingresso neste curso de pós-graduação e por ser, além de orientador, um exemplo de caráter. Ao meu Co-orientador, Prof. Dr. Ricardo Augusto Mendonça Vieira sem o qual este trabalho nunca teria sido realizado. Ao meu Co-orientador, Prof. Dr. Maurício Cordeiro Mancini, pelas imprescindíveis sugestões no desenvolvimento dos modelos matemáticos. À Aline, por estar sempre ao meu lado nos momentos difíceis e pelo auxílio na formatação gráfica desta dissertação. BIOGRAFIA Douglas Sampaio Henrique nasceu em Valença - RJ, aos 22 dias do mês de maio de 1977, filho de Roberto Henrique (In Memorian) e Leila Sampaio Henrique. Graduouse em Zootecnia, pela UFRRJ, em 2000, iniciando seus estudos no Curso de PósGraduação em Zootecnia em março de 2001 e, com este trabalho, conclui o Mestrado em Zootecnia. SUMÁRIO Página 1 . INTRODUÇÃO .......................................................................................................1 2 . MATERIAL E MÉTODOS .....................................................................................3 2.1 . Dados Experimentais ............................................................................................3 2.1.1 . Grupos zootécnicos utilizados ...............................................................3 2.2 . Modelagem ...........................................................................................................3 2.2.1 . Estimativas dos parâmetros ...................................................................4 2.2.2 . Eficiência energética ............................................................................4 2.3 . Validação dos Modelos ........................................................................................5 3 . RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................6 3.1 . Energia Líquida de Mantença ...............................................................................6 3.2 . Retenção de Energia .............................................................................................9 3.3 . Eficiência de Utilização da Energia Metabolizável ...........................................10 4 . CONCLUSÃO .......................................................................................................17 5 . REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................18 ANEXO ......................................................................................................................21 LISTA DE SÍMBOLOS CEM ELg [ELg] ELm [ELm] ELmp [ELmp] ELr [ELr] EM [EM] ER i I IC [IC] Im k P P’ PC PCj PCVZ r SQR (ω) SQR (Ω) n f α jejum β γ δ consumo de energia metabolizável (kcal kg-0,75 d-1) energia líquida de ganho (kcal kg-0,75 d-1) concentração em energia líquida de ganho (kcal kg-1) energia líquida de mantença (kcal kg-0,75 d-1) concentração em energia líquida de mantença (kcal kg-1) energia líquida total (kcal kg-0,75 d-1) concentração em energia líquida total (kcal kg-1) energia líquida de produção (kcal kg-0,75 d-1) concentração em energia líquida de produção (kcal kg-1) energia metabolizável (kcal kg-0,75 d-1) concentração em energia metabolizável (kcal kg-1) energia retida (kcal kg-0,75 d-1) índice relativo ao i-ésimo animal ingestão de matéria seca (kg kg-0,75 d-1) incremento calorífico (kcal kg-0,75 d-1) incremento calorífico por kg de alimento ingerido (kcal kg-1) ingestão alimentar suficiente para atender a mantença (kg kg-0,75 d-1) eficiência bruta de utilização da energia metabolizável para mantença e ganho de peso vetor de restrições aplicado sobre os elementos do vetor de parâmetros θ transposto do vetor P produção de calor (kcal kg-0,75 d-1) produção de calor em jejum (kcal kg-0,75 d-1) peso corporal vazio (kg) número de parâmetros do modelo linear soma de quadrados do resíduo obtida após ajuste do modelo linear soma de quadrados do resíduo obtidas após o ajuste do modelo quadrático ou cúbico número total de observações envolvidas no estudo número de parâmetros dos modelos de ordem superior a um intercepto do modelo exponencial equivalente à produção de calor em ∆G ∆H T∆S θ λ0 razão de conversão da energia metabolizável em calor intercepto do modelo linear coeficiente angular do modelo linear equivalente à eficiência líquida de utilização da energia metabolizável para ganho de peso variação na energia livre do sistema variação da entalpia do sistema variação da entropia do sistema vetor de parâmetros intercepto da regressão dos valores observados sobre os preditos λ1 coeficiente angular da regressão dos valores observados sobre os preditos RESUMO HENRIQUE, Douglas Sampaio. Desenvolvimento de modelos matemáticos para a predição da eficiência de utilização da energia metabolizável para manutenção e ganho de peso em bovinos. Seropédica: UFRRJ, 2002 33p. (Dissertação, Mestrado em Zootecnia, Nutrição de Ruminantes). Informações sobre o consumo de energia metabolizável (CEM), a energia retida (ER) e o peso corporal vazio (PCVZ) de 320 bovinos machos foram obtidas em trabalhos que empregaram o abate comparativo para estimar a ER e a produção de calor (PC) desses animais. A partir dessas informações estimou-se os parâmetros do modelo exponencial que exprime a relação entre a PC e o CEM e da função linear entre a ER e o CEM. O intercepto (α) do modelo para a PC em função do CEM equivale à produção de calor em jejum do animal e é considerado como a estimativa da exigência em energia líquida para mantença (ELm). O valor estimado para α foi de 71 kcal kg-0,75 d-1. A partir dos parâmetros estimados para os modelos exponencial e linear determinou-se a eficiência bruta de utilização da energia metabolizável para manutenção e ganho de peso (k) de cada animal em função do CEM. O limite de k quando CEM tende ao infinito é a eficiência líquida de utilização da energia metabolizável para ganho de peso (δ) e seu valor foi de 3,5 × 10-1. As eficiências k e δ foram utilizadas para estimar a exigência em energia líquida total (ELmp) do grupo de validação (127 animais diferentes dos utilizados na estimação dos parâmetros). A partir da regressão dos valores observados sobre os preditos para ELmp observou-se que a predição feita com base na eficiência bruta (k) foi satisfatória ao nível 0,95 de probabilidade, enquanto a predição feita com base na eficiência líquida (δ) subestimou os valores de ELmp. Palavras chave: Ruminantes, necessidades energéticas, nutrição. ABSTRACT HENRIQUE, Douglas Sampaio. Development of mathematical models to predict the efficiency of utilization of metabolizable energy for maintenance and body weight gain in cattle. Seropédica: UFRRJ, 2002 33p. (Dissertation, Master of Science in Animal Science, Ruminant Nutrition). Data about metabolizable energy intake (CEM), retained energy (ER) and empty body weight (PCVZ) of 320 cattle were obtained from theses based on comparative slaughter to estimate ER and heat production (PC) of those animals. These data were utilized to estimate the exponential and linear parameters which represent the relationship between PC and CEM and ER and CEM, respectively. The exponential model intercept (α) represents the animal’s fasting heat production this is the estimative of the net energy requirement for maintenance (ELm). The value estimated for α was 70 kcal kg-0,75 d-1. The gross efficiency of metabolizable energy utilization for maintenance and production (k) of each animal was determined using the estimated parameters. The angular coefficient (δ) of the linear model represents the net efficiency for body weight gain, and the estimated value of this parameter was 3.5 × 10-1. The k and δ efficiencies were them utilized to estimate the total net energy requirement (ELmp) of a validation group (127 animals not used in the parameter’s estimation). The regression analysis of the observed on the predicted values of ELmp showed that the prediction using the gross efficiency (k) was satisfactory at the 0.95 probability level, whilst the prediction using the net efficiency (δ) underestimates the values of ELmp. Key words: Ruminants, energy requirements, nutrition. 1. INTRODUÇÃO A transformação da energia alimentar em produtos de origem animal, como em qualquer outro sistema de transformação energética, não é isenta de perdas; existe uma eficiência com que a energia conservada nos alimentos é utilizada para os processos de manutenção e produção. Brody (1945) e Kleiber (1975) categorizaram dois tipos de eficiência energética nos sistemas de produção pecuária: a eficiência bruta ou total e a eficiência líquida ou parcial. A primeira é obtida dividindo-se a energia retida no produto pelo consumo total de energia e a segunda, por meio da razão entre a energia do produto e a energia total ingerida, subtraída da ingestão de energia utilizada para os processos de manutenção. Dentre as perdas observadas no processo de transformação energética, destacam-se a contribuição do calor de combustão dos resíduos parcialmente digeríveis e indigeríveis recuperados nas fezes, dos resíduos de excreção por via urinária e a contribuição do incremento calorífico devido ao trabalho de digestão, absorção e assimilação dos nutrientes (Baldwin, 1995). Do total da energia alimentar ingerida, descontadas as perdas já mencionadas, obtém-se a energia líquida, que efetivamente atenderá aos processos de manutenção e produção dos animais. A observação do fato de os animais apresentarem desempenhos diferentes por consumirem rações equivalentes em nutrientes digeríveis totais (NDT), levou ao desenvolvimento de sistemas baseados na energia líquida, que por sua vez, permitiram predizer estas diferenças no desempenho por descontarem as perdas energéticas devido ao incremento calorífico, que é diretamente proporcional ao teor de fibra da ração (Van Soest, 1994). Os sistemas europeus de avaliação de alimentos e determinação das exigências nutricionais para gado de leite e de corte partem da estimação, por calorimetria indireta, das exigências diárias em energia líquida para manutenção e produção, bem como de suas respectivas eficiências de utilização para obter a exigência diária total do animal em energia metabolizável. Entretanto, no desenvolvimento do sistema britânico, publicado pelo ARC em 1980, a técnica de abate comparativo foi utilizada para estimar a retenção energética de animais em crescimento (Garret & Johnson, 1983). No sistema norte americano para gado de corte (NRC, 1996) foram utilizadas informações geradas exclusivamente em experimentos de abate comparativo para determinação das exigências energéticas dos animais e a disponibilidade de energia líquida da ração. Neste sistema, a produção de calor (PC) é estimada pela diferença entre o consumo de energia metabolizável (CEM) e a energia retida no corpo do animal (ER). Segundo Baldwin (1995), a produção de calor pode ser subdividida no gasto energético devido ao metabolismo do jejum (PCj) e no incremento calorífico de manutenção e produção (IC). Os conteúdos em energia líquida nos alimentos foram definidos pelas seguintes equações, descritas no NRC (1996): [EL m ] = PC j , EL m = PC j (1) [EL r ] = ER , EL r = ER I − Im (2) Im 1 nas quais [ELm] e [ELr] correspondem às concentrações em energia líquida de mantença e de produção, expressas em kcal kg-1 de matéria seca; I m representa o consumo alimentar necessário ao atendimento das funções de manutenção (kg kg-0,75 d-1) e I equivale ao consumo voluntário de matéria seca (kg kg-0,75 d-1). Nesta representação, PCj e RE foram expressos em kcal kg-0,75 d-1 e, no presente trabalho, a mesma notação usada no AFRC (1993) foi empregada, ou seja, a variável entre colchetes denota concentração energética da ração (unidade energética por unidade de massa) e as variáveis sem colchetes denotam o total de energia exigida (unidade energética por unidade de tempo). No NRC (1996) essa distinção não é feita, ou seja, as exigências em energia dos animais são representadas com o mesmo símbolo usado para a concentração energética nos alimentos. A relação entre a energia metabolizável, a energia líquida de mantença, a retenção de energia e o incremento calorífico, expressos em kcal kg-0,75 d-1, foi descrita obedecendo à seguinte expressão (NRC, 1996): EM = EL m + EL r + IC (3) em que EM representa a exigência em energia metabolizável, expressa em kcal kg-0,75 d1 . Entretanto, como a mesma simbologia é utilizada pelo NRC para expressar exigência e concentração em energia, se consideradas as concentrações energéticas da ração (kcal kg-1), essa relação seria representada, usando a notação baseada na diferenciação por colchetes, da seguinte maneira: [EM] = [ELm ] + [ELr ] + [IC] (4) [EM ] = EM (5) [IC] = IC (6) sendo I I e as concentrações de energia líquida [ELm] e [ELr] demonstradas nas equações (1) e (2), ao substituir todos os termos da equação (4) verifica-se que: PC j Im + ER IC EM + ≠ I − Im I I (7) uma vez que, o mínimo múltiplo comum entre Im, I-Im e I não é igual a I. O objetivo do presente trabalho é apresentar uma alternativa de modelagem da eficiência de transformação da energia metabolizável da ração em energia líquida de mantença e produção, respeitando o caráter aditivo de seus componentes. 2 2. MATERIAL E MÉTODOS 2.1. Dados Experimentais Os dados utilizados no presente trabalho foram obtidos a partir dos resultados originais de pesquisas desenvolvidas na Universidade Federal de Viçosa (Salvador, 1980; Teixeira, 1984; Freitas, 1995; Paulino, 1996; Ferreira, 1997; Signoretti, 1998; Véras, 2000) e na Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, da Universidade de São Paulo (Tedeschi, 2001). Nestes trabalhos, foi empregada a técnica de abate comparativo para se estimar as exigências em energia líquida para manutenção e ganho de peso, com base no consumo de energia metabolizável e na retenção de energia de 320 animais. 2.1.1. Grupos zootécnicos utilizados Os grupos zootécnicos utilizados foram compostos por animais Nelore (n1=130), Gir (n2=12), 1/4 Fleckvieh× 5/16 Angus × 7/16 Nelore (n3=11), F1 Holandês × Nelore (n4=9), Guzerá (n5=10), F1 Holandês × Zebú (n6=42), 3/4 Holandês × Zebu (n7=10), Tabapuã (n8=11), 5/8 Holandês × Zebu (n9=9), F1 Nelore× Fleckvieh (n10=24) e Holandês (n11=46). Todos os animais eram machos, dos quais 66 eram castrados. A idade dos animais no início do experimento variou de 2 a 48 meses e os experimentos duraram, em média, 5 meses. 2.2. Modelagem A forma não linear do modelo que descreve a produção de calor em função do consumo de energia metabolizável foi reparametrizada a partir do modelo linear empregado por Lofgreen & Garret (1968), sendo definida pela seguinte equação: PC i = α × exp ( β × CEM i ) + e i (8) em que PCi e CEMi representam a produção de calor e o consumo de energia metabolizável do i-ésimo animal, ambos expressos em kcal kg-0,75 d-1; α é o parâmetro que permite estimar a produção de calor em jejum, equivalente à exigência em energia líquida de mantença (ELm, kcal kg-0,75 d-1); β (d kg0,75 kcal-1) é a razão de transformação da energia metabolizável em calor e o termo e i corresponde ao erro experimental. A validade da pressuposição de linearidade para a relação entre a retenção de energia e o consumo de energia metabolizável, amplamente discutida na literatura (Blaxter, 1966; Garret & Johnson, 1983; Baldwin, 1995), foi verificada por meio da seguinte estatística, adaptada de Searle (1971): F= [SQR (ω) − SQR (Ω)] ÷ (f − r ) SQR (Ω) ÷ (n − f ) (9) em que o quociente F segue a distribuição de Fisher-Snedecor, com (f − r ) e (n − f ) graus de liberdade para o numerador e o denominador, respectivamente; SQR (ω) representa a soma de quadrados do resíduo obtida após ajuste do modelo linear; SQR (Ω) representa a soma de quadrados do resíduo obtidas após o ajuste do modelo 3 quadrático ou cúbico; f equivale ao número de parâmetros dos modelos de ordem superior a um, ou seja, f = 3 ou 4; r representa o número de parâmetros do modelo linear, r = 2; e n representa o número total de observações envolvidas no estudo. O consumo de energia metabolizável de mantença (CEMm) foi estabelecido no ponto de equilíbrio energético, ou seja, quando ER = 0 e a produção de calor se igualou ao consumo de energia metabolizável. Para tanto, foi empregado um método iterativo em que valores crescentes de CEM, compreendidos entre o menor e o maior valores observados, foram substituídos na equação abaixo: ( PC = αˆ × exp βˆ × CEM ) (10) até que a razão PC/CEM fosse aproximadamente igual a 1,000. A estimativa de CEMm foi, então, empregada na composição da restrição paramétrica do seguinte modelo: ER i = γ + δ × CEM i + e i P ′θ = 0 em que ERi corresponde à retenção de energia representam, respectivamente, o intercepto e a valores de ERi sobre CEMi; e e i representa o restrições aplicado sobre os elementos do P′ = [1 CEM m ] . (11) no corpo do i-ésimo animal; γ e δ inclinação da reta de regressão dos erro experimental. P é um vetor de vetor de parâmetros θ, tal que 2.2.1. Estimativas dos parâmetros As estimativas dos parâmetros do modelo não linear descrito pela equação (8), foram obtidas empregando-se uma combinação dos algoritmos de Rosenbrock e Quasi-Newton do software Statistica (1999), versão 5.5. Os parâmetros do modelo linear representado pela equação (11) foram estimados com base nos procedimentos estatísticos descritos por Searle (1971). Após o ajuste dos modelos, foram excluídas as observações que apresentaram, para o módulo dos desvios padronizados, estimativas iguais ou superiores a três (Draper & Smith, 1966). Em seguida, os parâmetros dos modelos foram reajustados para o novo conjunto de observações. 2.2.2. Eficiência energética A eficiência bruta de utilização da energia metabolizável para manutenção e ganho de peso ( k i ) foi calculada individualmente para os animais pertencentes ao conjunto de informações de validação (ver seção 2.3), a partir da seguinte expressão: k̂ i = EL m + ER i αˆ γˆ = + + δˆ CEM i CEM i CEM i (12) em que α̂ , γ̂ e δ̂ , foram estimados a partir do ajuste das equações (8) e (11) ao conjunto de observações descrito na seção 2.1. 4 2.3. Validação dos Modelos A validação das predições das exigências em energia líquida para manutenção e ganho, estimadas a partir de suas respectivas eficiências, foi efetuada utilizando-se 127 informações extraídas de cinco dissertações de mestrado desenvolvidas na Universidade Federal de Viçosa (Teixeira, 1975; Lima, 1979; Margon, 1981; Piekarski, 1983; Galvão, 1991) e 62 informações (sendo cada informação a média de 6 a 8 animais) obtidas em trabalho realizado por Lofgreen & Garret (1968). Estas informações foram distintas daquelas usadas para estimação dos parâmetros das equações (8) e (11). As estimativas dos parâmetros das equações de regressão dos valores observados sobre os preditos foram testadas de acordo com as hipóteses H 0(a ) : λ 0 = 0 e H (0b ) : λ 1 = 1 , o que permitiu identificar se o modelo superestimou, subestimou ou antecipou com exatidão os valores observados para a energia líquida total. 5 3. RESULTADOS E DISCUSSÃO 3.1. Energia Líquida de Mantença O ajuste do modelo descrito pela equação (8) ao conjunto original de observações (ver seção 2.1) atingiu o critério de convergência estabelecido para a combinação dos algoritmos de Rosenbrock e Quasi-Newton com cinco iterações. A avaliação da dispersão dos resíduos padronizados em função do consumo de energia metabolizável permitiu a identificação de cinco pontos discrepantes (Figura 1a); após sua eliminação do conjunto original de dados, foi efetuado um novo ajuste e, com base na distribuição dos resíduos padronizados estimados, ficou evidente a melhor qualidade de ajuste do modelo ao novo conjunto de observações (Figura 1b). A estimativa pontual do parâmetro que representa a produção de calor em jejum foi inferior ao valor de 77 kcal kg-0,75 d-1 encontrado por Lofgreen & Garret (1968) para os animais da espécie Bos taurus (Tabela 1). Entretanto, ao comparar o intervalo de confiança da estimativa obtida neste trabalho (Tabela 1) com o intervalo de confiança da estimativa verificada por Lofgreen & Garret (72 a 82 kcal kg-0,75 d-1) observa-se que essa diferença não é significativa. Segundo o NRC (1996) animais da espécie Bos indicus e seus cruzamentos possuem menores exigências em energia líquida de mantença em função de seu menor potencial genético para produção e de sua maior adaptação às condições desfavoráveis do meio. Essa hipótese não pode ser confirmada ao se verificar os resultados obtidos neste estudo, uma vez que a grande maioria dos animais utilizados na estimativa dos parâmetros pertence à espécie Bos indicus ou aos seus cruzamentos. Tedeschi et al. (2002) também não encontraram diferença entre o resultado que obtiveram utilizando o Nelore (77,2 kcal kg-0,75 d-1) e o valor de 77 kcal kg-0,75 d-1 recomendado pelo NRC (1996). Tabela 1. Estimativas pontuais e dos intervalos de confiança obtidos após o ajuste do modelo que descreve a produção de calor em função do consumo de energia metabolizável Parâmetros Estimativas Intervalo de Confiança ao Nível 0,95 de Probabilidade Limite Inferior Limite Superior α* β** 71 4,0 × 10-3 68 3,8 × 10-3 74 4,2 × 10-3 β/ln10 1,7 × 10-3 1,7 × 10-3 1,8 × 10-3 * kcal kg -0,75 d –1; **d kg 0,75 kcal –1; para detalhes, ver a seção 2.2. 6 (a) 9 Resíduos padronizados 6 3 0 -3 -6 -9 0 100 200 300 400 500 400 500 CEM, kcal kg-0,75 d-1 (b) 9 Resíduos padronizados 6 3 0 -3 -6 -9 0 100 200 300 CEM, kcal kg-0,75 d-1 Figura 1 : Estimativas dos resíduos padronizados para a variável produção de calor, dispersa em função do consumo de energia metabolizável, antes (a) e após (b) a eliminação das observações discrepantes (ver seção 2.2.1). 7 Segundo Brody (1945) e Baldwin (1995), fatores como massa corporal, idade, sexo e estado fisiológico afetam as estimativas do parâmetro α e, de acordo com Kleiber (1975), o aumento da amplitude de variação dos pesos dos animais em estudo acarreta uma maior influência do fator peso sobre esta estimativa, tornando-o preponderante em relação aos demais. Portanto, uma explicação para a diferença entre a estimativa pontual para α obtida neste trabalho e as obtidas por Lofgreen e Garret (1968) e Tedeschi et al. (2002) pode ser baseada no fato de terem sido utilizadas informações em que a diferença de peso entre os animais foi maior (Tabela 2), enquanto Lofgreen e Garret (1968) usaram animais pesando entre 224 e 396 kg e Tedeschi et al. (2002), animais com pesos variando entre 173 e 399 kg, o que explicaria também a semelhança entre a estimativa obtida neste trabalho e a encontrada por Kleiber (70 kcal kg-0,75 d-1), ao estudar o efeito do peso sobre a taxa metabólica, em que a amplitude de variação para os pesos dos animais estudados variou de 0,02 a 600 kg O valor estimado para o parâmetro β dividido por Ln10 (Tabela 1) foi próximo à estimativa para o coeficiente angular (1,7 × 10-3) do modelo empregado por Lofgreen & Garret (1968). Tabela 2 . Intervalos verificados para as variáveis estudadas Variáveis Mínimo Observado Máximo Observado Número de observações CEM1 PC2 ER3 PCVZ4 77 63 0,37 102 396 312 133 486 315 315 315 315 1 Consumo de energia metabolizável (kcal kg-0,75 d-1); Produção de calor (kcal kg-0,75 d-1); 3 Energia retida (kcal kg -0,75 d –1); 4 Peso corporal vazio (kg). 2 A exigência em energia líquida de mantença foi considerada constante no modelo apresentado neste trabalho, assim como o é para os atuais sistemas de avaliação de alimentos e determinação das exigências nutricionais dos ruminantes. Entretanto, Milligan & Summers (1986) e Baldwin (1995) afirmaram que o incremento calorífico acima do nível de mantença não é devido apenas às perdas energéticas relativas aos processos produtivos, mas também, por causa do maior gasto de energia efetuado por atividades metabólicas relacionadas aos processos de manutenção, fazendo com que a ELm varie em função do plano nutricional e do nível de produção. A utilização plena desse conhecimento, contudo, ainda depende da modelagem desta variação e da determinação do grau de influência dos diversos fatores relacionados aos processos fisiológicos responsáveis pelas funções de manutenção do animal. A correção para a taxa metabólica equivalente a 0,75, proposta por Kleiber em 1932 (Brody, 1945; Kleiber, 1975), também utilizada neste trabalho, foi estimada a partir da análise de regressão do logaritmo da produção de calor em função do logaritmo da massa corporal de animais de várias espécies (do camundongo ao bovino). Thonney et al. (1976) concluíram que o valor 0,75 ajustou-se satisfatoriamente ao conjunto de dados usados por Kleiber (1975) e por Brody (1945), em que foi observada 8 uma grande amplitude de variação para o peso corporal dos animais. Entretanto, Blaxter (1966) afirma que o metabolismo dos bovinos varia, dentro da espécie, de acordo com a massa do animal elevada a outras potências diferentes de 0,75. Thonney et al. (1976) também encontraram outros valores para o referido expoente, quando avaliaram a variação da taxa metabólica dentro de várias espécies e em função do sexo dentro de cada espécie e recomendaram incluir o peso corporal como covariável no modelo estatístico, para se obter uma estimativa mais apropriada que o expoente comumente utilizado na correção da taxa metabólica. Contudo, Baldwin (1995) pondera que, ao se fixar o valor do expoente, toda a variação recai sobre o parâmetro α, o que facilita a comparação entre resultados de diferentes trabalhos e justifica a adoção da estimativa proposta por Kleiber (1975), para a correção do efeito da massa corporal no presente estudo. 3.2. Retenção de Energia A relação entre a energia retida e o consumo de energia metabolizável foi realizada por meio da estatística F, descrita na equação (9) da seção 2.2. Após o ajuste dos modelos irrestritos de primeiro, segundo e terceiro graus, de forma a verificar se o comportamento entre estas variáveis desviou-se significativamente da linearidade, foi possível observar que os efeitos quadrático ( F̂ =1,81; P=0,1794) e cúbico ( F̂ <1) não foram significativos, o que validou a adoção de um modelo linear para a descrição da relação funcional entre estas variáveis (equação 11). Uma vez determinado o valor de 109 kcal kg-0,75 d-1 para a CEMm, conforme o procedimento descrito na seção 2.2, foi efetuado o ajuste do modelo linear restrito (equação 11), para obtenção das estimativas dos parâmetros e de seus respectivos intervalos de confiança (Tabela 3). O comportamento linear da retenção energética em função do consumo de energia deveu-se à utilização de informações obtidas a partir de animais mantidos num nível nutricional acima do de mantença, o que foi observado originalmente nos trabalhos de Kellner (Brody, 1945; Blaxter, 1966; Kleiber, 1975; Garret & Johnson, 1983; Baldwin, 1995). Essa mesma função apresenta um comportamento curvilíneo, quando são abrangidos os níveis abaixo e acima do equilíbrio energético. Este comportamento pode ser representado por duas retas de inclinações distintas, que se cruzam no nível de consumo de energia metabolizável em que o balanço energético é nulo (CEMm). Após a verificação deste comportamento não linear, foi possível explicar a discrepância entre os resultados referentes à eficiência de utilização da energia metabolizável obtidos por Armsby, que trabalhou com animais mantidos em níveis abaixo da mantença e os de Kellner, que manteve os animais acima do nível de mantença (Blaxter, 1956; Garret & Johnson, 1983). Isto levou à determinação de duas eficiências líquidas de utilização da energia metabolizável, uma para produção, equivalente à inclinação da regressão linear entre a energia retida (medida acima do equilíbrio energético) e o CEM, e outra para mantença, que corresponde à inclinação da regressão linear entre a energia retida (medida abaixo do equilíbrio energético) e o CEM (Garret & Johnson, 1983). 9 Tabela 3 . Estimativas pontuais e dos intervalos de confiança obtidos após o ajuste do modelo que descreve a retenção de energia em função do consumo de energia metabolizável Parâmetros γ* δ** Estimativas -38 3,5 × 10-1 Intervalo de Confiança ao Nível 0,95 de Probabilidade Limite Inferior Limite Superior -40 3,3 × 10-1 -36 3,6 × 10-1 *kcal kg -0,75 d –1; **parâmetro adimensional que representa a eficiência máxima de utilização da energia metabolizável para ganho (ver seção 3.3). 3.3. Eficiência de Utilização da Energia Metabolizável A exigência em energia líquida para mantença e produção (ELmp) foi estimada a partir da eficiência bruta de utilização da energia metabolizável ( k̂ ), empregando-se o seguinte modelo: EL mp i = CEM i ×k̂ i (13) em que i denota o índice referente ao i-ésimo animal. A eficiência líquida de utilização da energia metabolizável para ganho de peso pôde ser estimada a partir da seguinte expressão: Lim k̂ = δˆ (14) CEM → ∞ este limite ( δ̂ ) corresponde à eficiência líquida de ganho de peso, equivalente ao coeficiente angular da regressão da ER em função do CEM. A relação entre a ELmp e o CEM, estabelecida com base na eficiência líquida de ganho, pode ser definida pela seguinte expressão: EL mp i = CEM m × α̂ + (CEM i − CEM m ) × δ̂ CEM i (15) em que CEMm equivale ao valor de 109 kcal kg-0,75 d-1, obtido conforme descrito na seção 2.2. A comparação entre as estimativas de ELmp conforme as equações (13) e (15), foi efetuada com base num estudo de validação, de acordo com o procedimento descrito na seção 2.3. 10 A partir da regressão dos valores observados sobre os preditos para ELmp e da análise de resíduos padronizados desta regressão, foi possível identificar que o modelo representado pela equação (13) antecipou com exatidão os valores para esta variável, tanto nas condições de clima tropical (Figura 2a e 2b) quanto nas de clima temperado (Figura 3a e 3b). Esta conclusão se deve ao fato de que 95% dos intervalos de confiança construídos para os parâmetros da regressão dos valores observados sobre os preditos incluem o valor zero para os interceptos e o valor um para os coeficientes angulares (Tabela 4), o que implica em não rejeitar a hipótese de que os valores observados sejam iguais aos valores preditos, ou seja, y = x para o nível 0,95 de probabilidade. Entretanto, a partir do mesmo critério estatístico, verificou-se que a equação (15) subestimou os valores de ELmp (Figura 4a, 4b e Tabela 4). 11 240 Y=X Y = λa0 + λa1 X 220 200 180 160 140 120 100 80 60 60 80 100 120 140 160 ELmp predita, kcal kg (b) 180 -0,75 d 200 220 240 -1 9 6 Resíduos padronizados ELmp observada, kcal kg -0,75 d -1 (a) 3 0 -3 -6 -9 50 100 150 -0,75 ELmp predita, kcal kg 200 -1 d Figura 2 : (a) Regressão da ELmp observada sobre a ELmp predita a partir do modelo (13) para o conjunto de dados descrito na seção 2.3; (b) estimativa dos resíduos padronizados dispersos em função da ELmp predita a partir do modelo (13) para o conjunto de dados descrito na seção 2.3. 12 ELmp observada, kcal kg -0,75 d-1 (a) 240 Y=X Y = λb0 + λb1 X 220 200 180 160 140 120 100 80 60 60 80 100 120 140 160 180 200 220 240 ELmp predita, kcal kg-0,75 d-1 (b) 9 Resíduos padronizados 6 3 0 -3 -6 -9 50 100 150 -0,75 ELmp predita, kcal kg 200 -1 d Figura 3 : (a) regressão da ELmp observada sobre a ELmp estimada a partir do modelo (13) para o conjunto de médias apresentadas por Lofgreen & Garret (1968); (b) estimativa dos resíduos padronizados dispersos em função da ELmp predita a partir do modelo (13) para o conjunto de médias apresentadas por Lofgreen & Garret (1968). 13 ELmp observada, kcal kg -0,75 d -1 (a) 240 Y=X Y = λc0 + λc1 X 220 200 180 160 140 120 100 80 60 60 80 100 120 140 160 180 -0,75 ELmp predita, kcal kg (b) 200 220 240 -1 d 9 Resíduos padronizados 6 3 0 -3 -6 -9 50 100 150 200 ELmp predita, kcal kg-0,5 d-1 Figura 4 : (a) Regressão da ELmp observada sobre a ELmp predita a partir do modelo (15) para o conjunto de dados descrito na seção 2.3; (b) estimativa dos resíduos padronizados dispersos em função da ELmp predita a partir do modelo (15) para o conjunto de dados descrito na seção 2.3. 14 Tabela 4. Estimativas pontuais e dos intervalos de confiança para os parâmetros da regressão da energia líquida total observada sobre a energia líquida total estimada, conforme os modelos de predição descritos pelas equações (13) e (15) Parâmetros Estimativas Intervalo de Confiança ao Nível 0,95 de Probabilidade Limite Inferior Limite Superior λa0 -3,59 -25,03 17,85 λ λ 0,93 0,75 1,10 -9,20 1,11 -23,14 0,98 4,74 1,24 -11,75 1,46 -35,77 1,17 12,28 1,75 a 1 b 0 λ λ b 1 c 0 λ c 1 a Parâmetros estimados com os estudos de validação do modelo (13) para o conjunto de dados descrito na seção 2.3; b parâmetros estimados com os estudos de validação do modelo (13) para o conjunto de médias apresentadas por Lofgreen & Garret (1968); c parâmetros estimados com o estudo de validação do modelo (15) a partir do conjunto de dados descrito na seção 2.3. Segundo a modelagem proposta no presente trabalho, os teores em energia líquida de mantença e de produção da ração, estimados com base na eficiência bruta de utilização da energia metabolizável, podem ser tratados de forma aditiva, da seguinte maneira: k= EL m ER + [EM]× I [EM]× I (16) pois, [EM ]× I = CEM (17) partindo do segundo membro da equação (13), dividindo-o pelo consumo de matéria seca (I) e substituindo k pelo segundo membro da equação (16), temos: ER EL m + ER EL mp EL m CEM × k = [EM ] × k = [EM ] × + = = I I I [EM ] × I [EM ] × I (18) Nutricionalmente, os termos da equação relacionada à segunda lei da termodinâmica podem ser assim descritos (Brody, 1945; Baldwin, 1995): ∆G = ∆H − T∆S (19) em que ∆G corresponde à quantidade de energia disponível no alimento para o atendimento das funções produtivas e dos processos de manutenção, [ELmp]; ∆H representa o valor energético do alimento disponível para a oxidação pelo organismo 15 animal, e equivale à concentração de energia metabolizável, [EM]; o componente T∆S equivale ao incremento calorífico devido ao trabalho de digestão, absorção e assimilação dos nutrientes ingeridos, [IC]. Portanto, EL mp I = EM IC − I I (20) substituindo ELmp pela combinação linear entre ELm e ER e, aplicando a notação que permite expressar a concentração energética do alimento, demonstra-se que: [EM ] = [EL m ] + [ER ] + [IC] (21) conforme a natureza aditiva estabelecida na primeira lei da termodinâmica. A equação (13) pode ser utilizada em modelos para determinação do valor nutritivo dos alimentos e das exigências nutricionais dos animais, com o objetivo de otimizar rações por meio de técnicas empregadas na pesquisa operacional. A obtenção de uma solução viável para tal sistema, caso exista, fornece como resultado o consumo de ração necessário ao atendimento das funções produtivas com base em desempenho pré-estabelecido. Esta característica é contrária à tendência atual relatada por Gill & Oldham (1993), em que o consumo de matéria seca deve ser pré-estabelecido, para que o desempenho seja estimado a partir da disponibilidade em nutrientes. 16 4 . CONCLUSÃO A predição da exigência dos bovinos em energia líquida total (ELmp), feita com base na eficiência bruta (k), foi considerada satisfatória ao nível 0,95 de probabilidade, tanto em condições de clima tropical como de clima temperado, enquanto a predição feita com base na eficiência líquida (δ) subestimou os valores de ELmp. As concentrações em energia líquida para mantença e ganho na ração, estimadas a partir da eficiência bruta, podem ser somadas ao incremento calorífico, de forma que o resultado equivale à concentração em energia metabolizável dessa mesma ração, de acordo com o princípio da conservação da energia estabelecido pela primeira lei da termodinâmica. 17 5 . REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AGRICULTURAL AND FOOD RESEARCH COUNCIL. Energy and protein requirements of ruminants. Oxon: CAB International, 1993. 159 p. BALDWIN, R. L. Modeling ruminant digestion and metabolism. London: Chapaman & Hall, 1995. 578 p. BLAXTER, K. L. 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Informações utilizadas para se estimar os parâmetros α, β, γ e δ TESE 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 Grupo zootécnico Nelore / Fleckvieh Nelore / Fleckvieh Nelore / Fleckvieh Nelore / Fleckvieh Nelore / Fleckvieh Nelore / Fleckvieh Nelore / Fleckvieh Nelore / Fleckvieh Nelore / Fleckvieh Nelore / Fleckvieh Nelore / Fleckvieh Nelore / Fleckvieh Nelore / Fleckvieh Nelore / Fleckvieh Nelore / Fleckvieh Nelore / Fleckvieh Nelore / Fleckvieh Nelore / Fleckvieh Nelore / Fleckvieh Nelore / Fleckvieh Nelore / Fleckvieh Nelore / Fleckvieh Nelore / Fleckvieh Nelore / Fleckvieh Nelore Nelore Nelore Nelore Nelore Nelore Nelore Nelore Nelore Nelore Bimestiço Bimestiço Bimestiço CEM kcal/d 19993 20897 21728 21403 21475 19017 22922 23789 22524 21728 23428 24765 20933 22668 20572 27441 25235 24765 26175 27405 29248 28055 27477 29140 8766 7892 7711 7950 15257 15892 16850 19010 19818 16883 7990 9531 9265 ER kcal/d 1908 1900 1718 1942 2071 2252 3041 2935 2481 3038 3709 4068 3202 3314 2719 4501 4628 4898 4433 5607 6461 5574 4323 5460 1304 931 455 1111 2802 2807 3487 3408 5546 4314 29 343 1680 PCVZ kg 361 362 371 374 359 359 366 359 378 365 360 375 365 388 363 378 363 369 377 374 376 393 384 382 353 314 296 343 373 400 413 426 466 410 332 335 392 21 Anexo I . Continuação TESE Grupo zootécnico 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 Bimestiço Bimestiço Bimestiço Bimestiço Bimestiço Bimestiço Bimestiço Bimestiço Holandês/Nelore Holandês/Nelore Holandês/Nelore Holandês/Nelore Holandês/Nelore Holandês/Nelore Holandês/Nelore Holandês/Nelore Holandês/Nelore Gir Gir Gir Guzerá Guzerá Nelore Nelore Nelore Tabapuã Tabapuã Tabapuã Gir Gir Gir Guzerá Guzerá Nelore Nelore Nelore Tabapuã CEM kcal/d 17720 20861 19461 24785 20250 25890 21498 20700 10249 22709 20355 20484 20040 19846 20968 22416 28905 10847 11639 10577 10250 10196 11551 10842 11041 10571 10822 11627 21860 22294 22887 26108 25835 23899 24006 24628 25038 ER kcal/d 2175 3047 4414 2729 4949 3755 4370 2815 923 3585 3544 3715 2583 3312 3204 4647 4721 2486 3961 2306 1841 2142 2243 1620 2328 3560 4620 3687 5794 6107 6859 7957 6681 6796 6265 3978 9782 PCVZ kg 441 442 433 423 484 456 478 444 402 428 432 445 444 486 479 462 484 369 332 305 301 304 327 309 307 307 320 340 347 352 366 356 363 373 374 363 371 22 Anexo I . Continuação TESE 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 Grupo zootécnico Tabapuã Tabapuã Gir Gir Gir Guzerá Guzerá Guzerá Nelore Nelore Tabapuã Tabapuã Gir Gir Gir Guzerá Guzerá Guzerá Tabapuã Tabapuã Tabapuã Hol. / Zebú Hol. / Zebú Hol. / Zebú Hol. / Zebú Hol. / Zebú Hol. / Zebú Hol. / Zebú Hol. / Zebú Hol. / Zebú Hol. / Zebú Hol. / Zebú Hol. / Zebú Hol. / Zebú Hol. / Zebú Hol. / Zebú Hol. / Zebú CEM kcal/d 25788 25007 27256 25512 25948 25656 28945 26563 28664 27140 26077 26373 27259 30990 25540 30347 27765 31149 26191 31025 31241 17246 17234 19020 13121 17382 12219 17555 11951 16867 13341 16752 15399 13156 12768 9601 11794 ER kcal/d 11060 8848 4472 5236 5544 4238 7366 11411 8120 6042 8080 11558 6942 6560 6369 7006 7240 7558 5652 7501 7609 3862 2819 3654 2767 5466 2014 3294 1359 2682 2402 4317 2429 2676 2849 1036 432 PCVZ kg 363 362 399 399 390 393 405 392 380 402 394 408 435 435 431 450 440 452 441 429 429 332 321 324 283 328 299 358 240 275 328 312 321 266 310 278 281 23 Anexo I . Continuação TESE 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 Grupo zootécnico Hol. / Zebú Hol. / Zebú Hol. / Zebú Hol. / Zebú Hol. / Zebú Hol. / Zebú Hol. / Zebú Hol. / Zebú Hol. / Zebú Hol. / Zebú Hol. / Zebú Hol. / Zebú Hol. / Zebú Hol. / Zebú Hol. / Zebú Hol. / Zebú Hol. / Zebú Hol. / Zebú Holandês PC Holandês PC Holandês PC Holandês PC Holandês PC Holandês PC Holandês PC Holandês PC Holandês PC Holandês PC Holandês PC Holandês PC Holandês PC Holandês PC Holandês PC Holandês PC Holandês PC Holandês PC Holandês PC CEM kcal/d 9571 10868 8758 10532 10548 12544 14688 10652 8452 10204 4898 6658 6489 13105 12615 11945 12787 11280 13821 10601 11846 11937 14458 11813 10857 10202 11185 10039 10062 10946 11492 12246 8086 10135 8839 10262 9474 ER kcal/d 2092 1142 857 1945 2355 2422 2448 2292 765 988 908 808 681 802 627 791 645 716 2991 2519 2271 2579 3069 2371 1690 1848 2391 1890 1584 2113 1650 2053 1775 1647 1037 1970 1580 PCVZ kg 272 294 300 286 319 312 316 268 279 312 253 241 302 281 304 244 298 278 126 112 120 123 121 122 109 109 118 108 113 118 114 123 112 121 102 113 112 24 Anexo I . Continuação TESE 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 Grupo zootécnico Holandês PC Holandês PC Holandês PC Holandês PC Holandês PC Holandês PC Holandês PC Holandês PC Holandês PC Holandês PC Holandês PC Holandês PC Holandês PC Holandês PC Holandês PC Holandês PC Holandês PC Nelore castrado Nelore castrado Nelore castrado Nelore castrado Nelore castrado Nelore castrado Nelore castrado Nelore castrado Nelore castrado Nelore castrado Nelore castrado Nelore castrado Nelore castrado Nelore castrado Nelore castrado Nelore castrado Nelore castrado Nelore castrado Nelore castrado Nelore castrado CEM kcal/d 10465 15876 12975 13761 15593 14644 14504 15484 14797 17821 14931 12790 14182 12368 12916 13340 12842 11128 11118 10535 9202 9720 14076 12444 13520 11480 13195 11571 12749 11070 15088 18336 18513 19005 17672 15580 19032 ER kcal/d 1669 3651 2588 2071 3082 2736 2520 3102 2608 2516 2407 1886 2188 1619 1762 2103 2083 1179 2843 2054 1826 2212 3503 2648 3446 2724 3170 2443 3612 2786 3826 4848 5748 6232 5560 5063 6733 PCVZ kg 120 178 164 166 171 173 167 176 174 182 174 168 168 157 164 163 172 342 335 315 275 287 353 307 344 280 314 282 312 271 299 384 361 352 344 301 350 25 Anexo I . Continuação TESE 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 Grupo zootécnico Nelore castrado Nelore castrado Nelore castrado Nelore castrado Nelore castrado Nelore castrado Nelore Nelore Nelore Nelore Nelore Nelore Nelore Nelore Nelore Nelore Nelore Nelore Nelore Nelore Nelore Nelore Nelore Nelore Nelore Nelore Nelore Nelore Nelore Nelore Nelore castrado Nelore castrado Nelore castrado Nelore castrado Nelore castrado Nelore castrado Nelore castrado CEM kcal/d 16530 15222 17672 17017 16744 15725 18696 17017 16872 17982 15975 17171 11809 10191 10948 11040 10472 10902 10950 13176 11388 13481 12430 14606 6960 7821 7722 7922 8024 7990 18018 14238 22624 12960 11139 13475 10374 ER kcal/d 6224 4169 6316 6622 5560 5220 4726 4404 3563 3567 3058 3623 2028 1023 1361 2092 1403 1484 1647 2060 2226 3007 2938 2971 538 1426 665 662 1106 840 7281 3914 7626 3424 1224 3237 2325 PCVZ kg 312 278 334 312 309 289 381 327 333 361 340 346 345 291 307 310 290 300 213 241 218 260 256 278 180 202 205 207 216 210 313 270 384 298 274 366 291 26 Anexo I . Continuação TESE 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 Grupo zootécnico Nelore castrado Nelore castrado Nelore castrado Nelore castrado Nelore castrado Nelore castrado Nelore Nelore Nelore Nelore Nelore Nelore Nelore Nelore Nelore Nelore Nelore Nelore Nelore Nelore Nelore Nelore Nelore Nelore Nelore Nelore Nelore Nelore Nelore Nelore Nelore castrado Nelore castrado Nelore castrado Nelore castrado Nelore castrado Nelore castrado Nelore castrado CEM kcal/d 16530 15222 17672 17017 16744 15725 18696 17017 16872 17982 15975 17171 11809 10191 10948 11040 10472 10902 10950 13176 11388 13481 12430 14606 6960 7821 7722 7922 8024 7990 18018 14238 22624 12960 11139 13475 10374 ER kcal/d 6224 4169 6316 6622 5560 5220 4726 4404 3563 3567 3058 3623 2028 1023 1361 2092 1403 1484 1647 2060 2226 3007 2938 2971 538 1426 665 662 1106 840 7281 3914 7626 3424 1224 3237 2325 PCVZ kg 312 278 334 312 309 289 381 327 333 361 340 346 345 291 307 310 290 300 213 241 218 260 256 278 180 202 205 207 216 210 313 270 384 298 274 366 291 27 Anexo I . Continuação TESE 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 7 7 7 7 7 7 7 7 7 7 7 7 7 7 7 7 7 Grupo zootécnico Nelore castrado Nelore castrado Nelore castrado Nelore castrado Nelore castrado Nelore castrado Nelore castrado Nelore castrado Nelore castrado Nelore castrado Nelore castrado Nelore castrado Nelore castrado Nelore castrado Nelore castrado Nelore castrado Nelore castrado Nelore castrado Nelore castrado Nelore castrado Nelore Nelore Nelore Nelore Nelore Holandês Holandês Holandês Holandês Holandês 1/2HZ 1/2HZ 1/2HZ 1/2HZ 1/2HZ 3/4HZ 3/4HZ CEM kcal/d 8784 11656 20340 16259 16724 13737 12798 10948 10824 9672 9102 16401 19836 19890 13328 14400 14101 10332 10290 11270 13451 14048 14814 11888 15442 12275 12176 11114 14216 15170 21069 13077 15643 12962 15015 15055 12099 ER kcal/d 541 1864 5191 3776 4232 3747 2271 1090 1182 1714 1295 2772 5555 4938 2043 2449 1832 1338 719 835 3677 5484 5043 4527 5139 2090 2315 1852 3492 2593 4181 2852 2268 3335 3645 3122 3202 PCVZ kg 260 365 368 319 302 326 298 268 335 285 259 347 371 401 326 352 358 303 312 341 270 275 285 246 293 223 222 209 246 257 301 219 247 218 240 247 213 28 Anexo I . Continuação TESE 7 7 7 7 7 7 7 7 7 7 7 7 7 7 7 7 7 7 7 7 7 7 7 7 7 7 7 7 7 7 8 8 8 8 8 8 8 Grupo zootécnico 3/4HZ 3/4HZ 3/4HZ 5/8HZ 5/8HZ 5/8HZ 5/8HZ 5/8HZ Nelore Nelore Nelore Nelore Nelore Holandês Holandês Holandês Holandês Holandês 1/2HZ 1/2HZ 1/2HZ 3/4HZ 3/4HZ 3/4HZ 3/4HZ 3/4HZ 5/8HZ 5/8HZ 5/8HZ 5/8HZ Nelore Nelore Nelore Nelore Nelore Nelore Nelore CEM kcal/d 16913 15982 11708 14742 13957 15604 14228 13724 7568 8283 7631 7794 7237 6428 8184 6131 6910 6143 6918 8302 5978 6274 5515 6073 6077 6992 6659 5880 5692 6197 16933 15737 17238 17202 15969 20318 18171 ER kcal/d 3153 3636 3189 2099 2392 3111 2531 3186 220 734 1247 1259 713 172 681 242 448 334 450 809 266 715 297 337 766 521 821 613 372 413 222 1006 742 1156 53 2297 2250 PCVZ kg 266 256 208 234 225 243 228 223 181 196 210 201 157 153 201 142 172 150 147 214 123 152 150 141 137 153 163 135 133 150 315 333 319 335 340 348 328 CEM= consumo de energia metabolizável, ER= energia retida e PCVZ= peso corporal vazio. Teses: 1) Ferreira, 1997; 2) Freitas, 1995; 3) Paulino, 1996; 4) Salvador, 1980; 5) Signoretti, 1998; 6) Tedeschi, 2001; 7) Teixeira, 1984; 8) Véras, 2000. 29 Anexo II . Informações utilizadas para a validação dos modelos TESE 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 2 Grupo zootécnico Nelore Marchigiana Nelore/Marchigiana Nelore/Marchigiana Nelore/Marchigiana Nelore/Marchigiana Nelore/Marchigiana Nelore/Marchigiana Nelore/Marchigiana Nelore/Marchigiana Nelore/Marchigiana Nelore/Marchigiana Nelore/Marchigiana Nelore/Marchigiana Nelore/Marchigiana Nelore/Limousine Nelore/Limousine Nelore/Limousine Nelore/Limousine Nelore/Limousine Nelore/Limousine Nelore/Limousine Nelore/Limousine Nelore/Limousine Nelore/Limousine Nelore Nelore Nelore Nelore Nelore Nelore Nelore Nelore Nelore Nelore Nelore Nelore 3/4 H-Z CEM kcal/d 13325 27447 19897 26866 26639 26134 23053 28836 24316 28709 29063 25200 24972 24265 24240 20958 28457 22574 24745 24695 23104 26134 25503 24846 23407 18837 24947 20049 22649 20301 20528 17448 21740 20958 15024 17271 13858 ER kcal/d 2064 5507 5008 7355 7137 5482 5834 6448 5672 5697 6117 6167 6837 6776 5853 6880 6791 5107 6315 7751 5567 6432 6326 5775 6020 5258 5588 5761 5483 4400 5316 5576 5743 5460 4186 4899 370 PCVZ kg 270 357 344 363 372 358 325 378 330 373 394 308 327 393 395 327 389 348 341 353 319 382 356 364 342 270 335 294 309 293 296 266 336 297 268 285 321 30 Anexo II . Continuação TESE 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 Grupo zootécnico 3/4 H-Z 3/4 H-Z 3/4 H-Z 3/4 H-Z 3/4 H-Z 3/4 H-Z 3/4 H-Z 3/4 H-Z 3/4 H-Z 3/4 H-Z 3/4 H-Z 3/4 H-Z 3/4 H-Z 3/4 H-Z 3/4 H-Z 3/4 H-Z 3/4 H-Z 3/4 H-Z 3/4 H-Z 3/4 H-Z 3/4 H-Z 3/4 H-Z 3/4 H-Z Zebu Zebu Zebu Zebu Zebu Zebu Zebu Zebu Zebu Zebu Zebu Zebu Zebu Zebu CEM kcal/d 15400 11349 12592 13674 7514 14302 13599 8700 11402 8519 20773 13701 11717 15148 6313 17343 15771 11009 15549 9161 14907 12034 11326 23208 23801 23564 18486 22211 19055 24300 16374 22923 20455 24669 24826 20379 21556 ER kcal/d 1073 422 973 1306 1073 1927 2164 1206 1657 703 2260 1561 603 1258 67 1391 1443 1176 1505 2127 1206 1757 2227 2421 2364 2307 1396 2734 1025 1652 1111 1965 1225 2706 1851 2136 1253 PCVZ kg 287 240 201 276 147 298 254 178 276 119 327 216 172 257 111 317 257 201 285 153 287 242 186 385 376 368 317 375 345 405 277 327 384 364 374 298 356 31 Anexo II . Continuação TESE 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 5 5 5 Grupo zootécnico Zebu Zebu Zebu Zebu Zebu Zebu Zebu Zebu Zebu Zebu Zebu Zebu Zebu Zebu Zebu Zebu Zebu Holandês/Zebu Holandês/Zebu Holandês/Zebu Holandês/Zebu Holandês/Zebu Holandês/Zebu Holandês/Zebu Holandês/Zebu Holandês/Zebu Holandês/Zebu Holandês/Zebu Holandês/Zebu Holandês/Zebu Holandês/Zebu Holandês/Zebu Holandês/Zebu Holandês/Zebu 1/2 H-Z 1/2 H-Z 1/2 H-Z CEM kcal/d 17370 19829 17763 19646 18783 17920 18806 20806 22835 19234 18120 21206 14690 16376 13550 13692 12506 16575 15691 14642 35973 14895 22162 21439 27296 29465 23681 33804 21945 14208 22813 11244 7520 8785 21740 11122 11459 ER kcal/d 997 826 1253 968 541 797 484 1196 2051 1595 484 1396 1054 712 541 57 655 1278 1386 3882 4487 1966 3605 2874 6302 5747 3781 529 1966 1790 2344 2168 1437 1260 5077 289 681 PCVZ Kg 331 333 319 343 350 331 350 362 376 313 323 377 304 300 324 350 282 358 250 184 413 348 290 270 403 348 347 332 249 226 362 237 214 192 301 292 329 32 Anexo II . Continuação TESE 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 Grupo zootécnico 1/2 H-Z 1/2 H-Z 1/2 H-Z 1/2 H-Z 1/2 H-Z 1/2 H-Z 1/2 H-Z 1/2 H-Z 1/2 H-Z 1/2 H-Z 1/2 H-Z 1/2 H-Z 1/2 H-Z 1/2 H-Z 1/2 H-Z 1/2 H-Z CEM kcal/d 11523 12389 10276 12973 12321 11989 12863 12132 13792 14480 14495 15264 13007 16484 16287 14987 ER kcal/d 61 482 49 1507 392 358 302 838 1229 1597 988 1187 837 1344 1283 1145 PCVZ Kg 318 359 306 317 337 318 360 296 308 320 323 352 296 319 323 341 Teses: 1) Galvão, 1991; 2) Lima, 1979; 3) Margon, 1981; 4) Piekarski, 1983; 5) Teixeira, 1975. 33