AVALIAÇÃO EXTERNA DAS ESCOLAS
Relatório
Escola Secundária
Alves Martins
VISEU
5 e 6 dez.
2011
Área Territorial de Inspeção
do Centro
1 – I NTRODUÇÃO
A Lei n.º 31/2002, de 20 de dezembro, aprovou o sistema de avaliação dos estabelecimentos de educação
pré-escolar e dos ensinos básico e secundário, definindo orientações gerais para a autoavaliação e para a
avaliação externa. Neste âmbito, foi desenvolvido, desde 2006, um programa nacional de avaliação dos
jardins de infância e das escolas básicas e secundárias públicas, tendo-se cumprido o primeiro ciclo de
avaliação em junho de 2011.
A então Inspeção-Geral da Educação foi
incumbida de dar continuidade ao programa de
avaliação externa das escolas, na sequência da
proposta de modelo para um novo ciclo de
avaliação externa, apresentada pelo Grupo de
Trabalho (Despacho n.º 4150/2011, de 4 de
março). Assim, apoiando-se no modelo construído
e na experimentação realizada em doze escolas e
agrupamentos de escolas, a Inspeção-Geral da
Educação e Ciência (IGEC) está a desenvolver
esta atividade consignada como sua competência
no Decreto Regulamentar n.º 15/2012, de 27 de
janeiro.
ES C A LA D E AV AL I AÇ Ã O
Ní v e i s d e c l a s s i f i c a ç ã o d o s t r ê s d o m í n i o s
EXCELENTE – A ação da escola tem produzido um impacto
consistente e muito acima dos valores esperados na melhoria
das aprendizagens e dos resultados dos alunos e nos
respetivos percursos escolares. Os pontos fortes predominam
na totalidade dos campos em análise, em resultado de
práticas organizacionais consolidadas, generalizadas e
eficazes. A escola distingue-se pelas práticas exemplares em
campos relevantes.
MUITO BOM – A ação da escola tem produzido um impacto
consistente e acima dos valores esperados na melhoria das
aprendizagens e dos resultados dos alunos e nos respetivos
percursos escolares. Os pontos fortes predominam na
totalidade dos campos em análise, em resultado de práticas
organizacionais generalizadas e eficazes.
O presente relatório expressa os resultados da
avaliação externa da Escola Secundária Alves
Martins – Viseu, realizada pela equipa de
avaliação, na sequência da visita efetuada entre
5 e 6 de dezembro de 2011. As conclusões
decorrem
da
análise
dos
documentos
fundamentais da Escola, em especial da sua
autoavaliação, dos indicadores de sucesso
académico dos alunos, das respostas aos
questionários de satisfação da comunidade e da
realização de entrevistas.
BOM – A ação da escola tem produzido um impacto em linha
com o valor esperado na melhoria das aprendizagens e dos
resultados dos alunos e nos respetivos percursos escolares. A
escola apresenta uma maioria de pontos fortes nos campos
em análise, em resultado de práticas organizacionais
eficazes.
SUFICIENTE – A ação da escola tem produzido um impacto
aquém dos valores esperados na melhoria das aprendizagens
e dos resultados dos alunos e nos respetivos percursos
escolares. As ações de aperfeiçoamento são pouco
consistentes ao longo do tempo e envolvem áreas limitadas
da escola.
Espera-se que o processo de avaliação externa
fomente e consolide a autoavaliação e resulte
numa oportunidade de melhoria para a Escola,
constituindo este documento um instrumento de
reflexão e de debate. De facto, ao identificar
pontos fortes e áreas de melhoria, este relatório
oferece elementos para a construção ou o
aperfeiçoamento de planos de ação para a
melhoria e de desenvolvimento de cada escola,
em articulação com a administração educativa e
com a comunidade em que se insere.
INSUFICIENTE – A ação da escola tem produzido um impacto
muito aquém dos valores esperados na melhoria das
aprendizagens e dos resultados dos alunos e nos respetivos
percursos escolares. Os pontos fracos sobrepõem-se aos
pontos fortes na generalidade dos campos em análise. A
escola não revela uma prática coerente, positiva e coesa.
A equipa regista a atitude de empenhamento e de mobilização da Escola, bem como a colaboração
demonstrada pelas pessoas com quem interagiu na preparação e no decurso da avaliação.
O relatório da Escola apresentado no âmbito da
Avaliação Externa das Escolas 2011-2012 está disponível na página da IGEC.
Escola Secundária Alves Martins – VISEU
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2 – CARACTERIZAÇÃO DA ESCOLA
A Escola Secundária Alves Martins fica situada no centro da cidade de Viseu. Funciona num edifício
inaugurado em 1948, tendo sido objeto de uma profunda requalificação e modernização, no âmbito da
intervenção da Parque Escolar, E.P.E., entre 2009 e 2011, reunindo, atualmente, as condições essenciais
ao desenvolvimento da ação educativa e ao bem-estar dos seus utentes. Trata-se de uma escola com uma
matriz de ensino secundário, sendo que apenas desde 2007-2008 se iniciou a lecionação do 3.º ciclo do
ensino básico.
No presente ano letivo (2011-2012), a população escolar totaliza 1638 alunos e 76 turmas, assim
organizada: 153 alunos do 3.º ciclo do ensino básico (seis turmas); 1453 do ensino secundário dos cursos
científico-humanísticos (quatro cursos e 68 turmas); 32 formandos dos cursos de educação e formação de
adultos (duas turmas). Conta, ainda, com um Centro Novas Oportunidades com vários adultos a
frequentarem formações modulares e cerca de 150 em processo de certificação de competências para os
ensinos básico e secundário. Os alunos oriundos de outras nacionalidades são cerca de 6,5%, com
especial destaque para os 44 alunos da Suíça, 14 do Brasil, 12 de França e 10 da Ucrânia. No âmbito da
Ação Social Escolar, 86,9% dos alunos do ensino básico e 83,3% do ensino secundário não usufruem de
apoio. Relativamente às tecnologias de informação e comunicação, 91,5% dos alunos possuem
computador em casa com ligação à Internet. O corpo docente é constituído por 190 professores, sendo
que 78,9% pertencem aos quadros, valor que desceu pelo facto de nos últimos dois anos se terem
aposentado mais de meia centena de docentes. A sua experiência profissional é significativa, pois mais
de 56,8% lecionam há 20 ou mais anos. O pessoal não docente é formado por 60 elementos, dos quais
21,6% têm 20 ou mais anos de serviço. A Escola dispõe ainda de uma psicóloga a tempo inteiro. A
formação académica de nível superior é detida por 55,1% dos pais dos alunos do ensino básico e por
32,0% dos do secundário. A percentagem de pais que exercem atividades ao nível de quadros superiores
é de 34,4%.
Relativamente ao ano letivo de 2010-2011, ano para o qual há referentes nacionais calculados, os
valores das variáveis de contexto da Escola, designadamente o número de alunos que não beneficia de
apoio social escolar e a percentagem de pais com profissões e habilitações elevadas, situam-se
claramente acima da mediana nacional.
3- A VALIAÇÃO POR DOMÍNIO
Considerando os campos de análise dos três domínios do quadro de referência da avaliação externa e
tendo por base as entrevistas e a análise documental e estatística realizada, a equipa de avaliação
formula as seguintes apreciações:
3.1 – R ESULTADOS
R ESULTADOS ACADÉMICOS
A Escola, utilizando o indicador de valor esperado relativamente ao ano letivo de 2009-2010, apresenta
uma taxa de conclusão dos alunos dos 9.º e 12.º anos que se situa dentro desse valor. O mesmo acontece
com os resultados obtidos nos exames nacionais de Língua Portuguesa e de Matemática do 9.º ano. A
classificação final da disciplina de Português no 12.º ano está além do valor esperado e a de Matemática
A situa-se dentro do valor esperado. Porém, é de notar que os resultados internos e externos ao nível do
9.º ano se posicionam acima do percentil 75. Isto é, mais de 75% das escolas situam-se aquém dos
resultados obtidos por este estabelecimento de ensino. Em relação ao 12.º ano, a taxa de conclusão está
acima do percentil 75, tal como a classificação final da disciplina de Matemática A. Já a classificação
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final da disciplina de Português está acima do percentil 95. Assim, é notório que o desempenho escolar
dos alunos é bastante elevado.
Em relação a outros exames realizados no ensino secundário, os resultados são diversos. A tendência
nas disciplinas de História A, Biologia e Geologia e ainda Física e Química A, no triénio de 2008-2009 a
2010-2011, é no sentido de se posicionarem acima da média nacional. A situação verificada na disciplina
de Desenho A é distinta. Assim, no mesmo período temporal tem havido uma tendência de descida e
sempre com resultados aquém da média nacional e com uma diferença notável entre a classificação
interna e a externa. No ano letivo de 2010-2011, por exemplo, nesta disciplina, os resultados no exame
foram inferiores em mais de cinco valores relativamente à classificação interna. Não são avançadas
razões consistentes para explicar esta situação.
A qualidade do sucesso no ano letivo transato (2010-2011) foi muito significativa. Um terço dos alunos
terminou o ensino secundário com a média final de 17 ou mais valores e 20,0% dos alunos terminou o 9.º
ano com elevadas percentagens de níveis 4 e 5. Também é significativo que um quarto dos alunos, no
ano letivo de 2009-2010, no exame de Matemática A do 12.º ano, tenha obtido uma classificação superior
a 16 valores.
No último triénio (2008-2009 a 2010-2011) as taxas de aprovação/conclusão nos ensinos básico e
secundário têm-se mantido elevadas, não havendo oscilações significativas. Por exemplo, em 2010-2011
a taxa observada nos 7.º e 9.º anos foi total. Em relação ao curso profissional de Design finalizado no ano
letivo transato, apresentou uma taxa de conclusão de 75,0%.
Os resultados obtidos na luta contra o abandono escolar são muito relevantes, visto que não há
abandono nos ensinos básico e secundário. As anulações de matrícula que se verificaram no ano letivo
de 2010-2011 não se traduzem em abandonos, mas apenas numa mudança dos alunos para outros
sistemas de formação.
R ESULTADOS SOCIAIS
Os alunos são envolvidos de forma efetiva, nomeadamente através da Associação de Estudantes, na
participação da vida da Escola, sendo-lhes atribuídas várias responsabilidades em concreto,
designadamente, em ações que constam no plano anual de atividades. A sua representação nos órgãos
de gestão e administração é precedida de uma forte participação cívica nos processos eletivos, com
campanhas a envolver um número significativo de alunos.
O diretor promove a participação dos alunos, reunindo mais do que uma vez em cada período letivo com
os delegados de turma, de quem recolhe sugestões para potenciar um melhor funcionamento do
estabelecimento de ensino. Os alunos e os pais são convocados para as reuniões dos conselhos de turma,
sendo-lhes solicitada uma participação ativa, conforme se verificou relativamente às reuniões havidas a
meio do primeiro período. Os alunos demonstram conhecer os documentos estruturantes da Escola, bem
como todos os procedimentos de avaliação.
As regras de funcionamento da Escola são bem conhecidas pelos alunos e o seu comportamento é
correto, sendo que os oito processos disciplinares havidos no ano letivo transato correspondem a
situações e discentes devidamente identificados e acompanhados pelas diferentes estruturas educativas.
Porém, é de realçar que os professores e os trabalhadores não docentes, através das suas respostas aos
questionários de satisfação, revelam que há ainda alguns aspetos a melhorar na forma como são
tratadas as situações de indisciplina.
As atividades de solidariedade e de inclusão têm grande impacto nas vivências dos membros de toda a
comunidade educativa. São várias as ações desenvolvidas por todos, ainda que muitas delas partam de
iniciativas de alunos, tendo como destinatários algumas famílias locais, mas também alunos com
dificuldades várias. Destacam-se, entre muitas, os projetos Viseu cuida dos seus? Apoio a instituições de
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solidariedade do concelho de Viseu, Dar sangue é dar vida e ainda ESAM solidária, conforme consta nos
planos anuais de atividades da Escola.
O impacto das aprendizagens realizadas pelos alunos no seu percurso de vida está patente nas
inúmeras referências que pessoas e instituições fazem em órgãos de comunicação social e nos encontros
patrocinados pela Escola, como foi o caso das atividades relativas ao bicentenário do nascimento do
patrono que se realizaram em 2008.
R ECONHECIMENTO DA COMUNIDADE
Os resultados dos questionários lançados pela Inspeção-Geral da Educação junto dos alunos, dos pais e
dos trabalhadores da Escola denotam um alto reconhecimento acerca do serviço que presta.
Os pais consideram que a Escola desenvolve um bom trabalho. Os índices de concordância ou
concordância total mais elevados são em relação à qualidade das instalações, ao papel da Escola no
incentivo ao trabalho dos alunos para assim poderem almejar melhores resultados, ao bom ensino
praticado na Escola e também ao gosto que têm pelos seus filhos frequentarem este estabelecimento de
ensino. Apenas em três itens mostram alguma reserva, assinalando a opção não concordo nem discordo
com percentagens acima dos 20,0%. As questões de menor aprovação são relativas à resolução dos casos
de indisciplina dos alunos, às avaliações escolares e incentivo que a direção dá aos pais para
participarem na vida da Escola.
Os trabalhadores docentes apresentam, nas suas respostas ao questionário de satisfação, níveis de
concordância ou concordância total elevados, havendo, todavia, alguns itens com menor adesão ou grau
de satisfação, nomeadamente no que se refere à circulação da informação, à valorização dos contributos
pessoais para o desenvolvimento da Escola, à resolução das questões de indisciplina e à limpeza da
Escola.
Os trabalhadores não docentes discordam ou discordam totalmente, com valores superiores a 20,0%, em
sete itens do questionário, designadamente nas questões da circulação da informação, da valorização
dos contributos pessoais para o desenvolvimento da Escola, na resolução das questões de indisciplina,
da limpeza da Escola, do funcionamento dos serviços administrativos e do próprio ambiente de trabalho.
Por outro lado, demonstram elevados níveis de satisfação em quatro questões, nomeadamente no gosto
em trabalhar na escola, na consideração da escola aberta ao exterior, na qualidade dos equipamentos e
da prestação do serviço da cantina e do bufete.
Os alunos demonstram níveis de concordância ou de concordância total superiores a 85,0% das
respostas em cinco itens do questionário, nomeadamente em relação à exigência do ensino, à avaliação,
ao gosto de frequentar o estabelecimento de ensino e fazer aí amizades e ainda em relação às questões
da disciplina. Porém não denotam satisfação no que se refere à limpeza da Escola, à utilização da
biblioteca para a realização dos trabalhos, à não utilização do computador em sala de aula e à
participação em clubes.
É de assinalar o reconhecimento que as famílias têm da Escola, patente no facto de haver uma procura
para a frequência do estabelecimento, que ultrapassa em muito a possibilidade de oferta. Para moderar
esta situação foram definidos critérios muito precisos para o preenchimento das vagas existentes
As opiniões dos parceiros são muito positivas relativamente ao desempenho da Escola. As autarquias
locais e as demais entidades consideram que a Escola é uma referência na região pelo rigor do ensino e
também pelas possibilidades de novas aprendizagens proporcionadas aos seus alunos através dos
projetos de inovação educacional.
Os sucessos dos alunos, académicos e outros, são alvo de reconhecimento público através de uma sessão
aberta à comunidade com a atribuição dos prémios de mérito, nas vertentes dos resultados académicos,
das ações socialmente meritórias e ainda do elevado desempenho cultural e/ou científico que contribua
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para a projeção da Escola. A divulgação dos prémios é feita através da comunicação social, da página da
Escola na Internet e do jornal escolar Entre Nós.
A Escola tem vindo a organizar ações que têm impacto na comunidade envolvente, merecendo especial
referência o encontro de antigos alunos, palestras de antigos alunos e hoje pessoas com um certo relevo
social e ainda algumas atividades artísticas.
A ação da escola tem produzido um impacto consistente e acima dos valores esperados na melhoria das
aprendizagens e dos resultados dos alunos e nos respetivos percursos escolares. Os pontos fortes
predominam na totalidade dos campos em análise, em resultado de práticas organizacionais
generalizadas e eficazes, pelo que a classificação deste domínio é de MUITO BOM.
3.2 – P RESTAÇÃO DO SERVIÇO EDUCATIVO
P LANEAMENTO E ARTICULAÇÃO
O projeto curricular de Escola, baseado na missão expressa no projeto educativo, estabelece princípios
que se concretizam no que chamam finalidades por departamento e grupo de recrutamento, onde são
traçadas orientações que visam a adaptação do currículo nacional ao contexto escolar, bem como as
metodologias a adotar em cada disciplina e os respetivos dispositivos de avaliação.
A Escola promove a articulação horizontal do currículo, fomentando o trabalho cooperativo entre os
professores dos departamentos e grupos de recrutamento. Para cada ano de escolaridade e por disciplina
foi criada a figura do coordenador de ano, que favorece a articulação ao nível das diferentes
componentes do currículo. Os professores do mesmo ano e disciplina reúnem semanalmente e assumem
um trabalho cooperativo em torno da planificação de longo e médio prazo e da produção de materiais
pedagógicos. Os departamentos curriculares reúnem ordinariamente duas vezes por período em
plenário, garantindo uma sequencialidade e articulação vertical. Os grupos de trabalho incidem
efetivamente a articulação em torno da identificação de conteúdos comuns ou afins entre diferentes
disciplinas, e do desenvolvimento de atividades do plano anual ou de projetos nacionais e locais.
O percurso escolar dos alunos é analisado e alguns grupos de recrutamento fazem o levantamento do
seu sucesso à disciplina com vista à prevenção e encaminhamento dos alunos. Estes dados são,
posteriormente, trabalhados em articulação com os diretores de turma, na construção dos projetos
curriculares de turma (básico e secundário) e no encaminhamento dos alunos com necessidades
educativas especiais.
A Escola desenvolve práticas de monitorização do cumprimento do currículo. Os departamentos e
grupos de recrutamento refletem sobre o cumprimento dos programas, os resultados obtidos e a
aplicação de medidas de reforço. Por sua vez, os conselhos de turma incidem a sua análise nos projetos
curriculares de turma e na prossecução dos seus objetivos.
A planificação de projetos de âmbito tecnológico, científico e cultural é ajustada aos objetivos dos
documentos estruturantes e das diversas disciplinas.
P RÁTICAS DE ENSINO
As práticas de ensino têm em conta a sua adequação às capacidades e aos ritmos dos alunos. Por
exemplo, fora da sala de aula são organizados, já há vários anos, apoios abertos e apoios fechados. Isto é,
existem apoios prestados na biblioteca, podendo aí acorrer todo e qualquer aluno que tenha dúvidas ou
pretenda aprofundar determinada matéria. Os apoios fechados destinam-se a um grupo específico que é
o dos alunos com necessidades educativas especiais. Também a hora Reforço turma tem vindo a
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proporcionar a possibilidade dos alunos esclarecerem dúvidas e receberem orientações para os seus
trabalhos individuais. Estas horas são asseguradas pelos professores das respetivas turmas e incidem
nas disciplinas bienais estruturantes do secundário e ainda Matemática, Português e Inglês. Os alunos
que demonstram especial capacidade por uma determinada área ou assunto são motivados pelos
docentes, estruturas e direção para concretizarem esses interesses, sendo devidamente orientados e
apoiados.
É conferida uma atenção específica à dimensão artística, não só pela oferta do curso de Artes Visuais, no
ensino secundário, criando uma dinâmica que se sente no quotidiano da Escola, mas também pelo
envolvimento ativo dos alunos. Foi criado o GIC - Grupo de Iniciativas Culturais que promove a
produção editorial de alunos, docentes e não docentes, porque é uma dimensão importante da Escola,
dando visibilidade social e cultural. São ainda exemplo as atividades: somos artes, passa cultura – somos
artes; IDEAlobratories, integrado no projeto Coménius. Estas atividades e projetos concorrem para a
valorização das aprendizagens junto da comunidade local, potenciando a educação e a formação integral
do aluno. A participação em concursos nacionais e internacionais, com a obtenção de prémios de relevo
nas áreas artísticas e a participação nas Olimpíadas Internacionais e Iberoamericanas de Química e nas
Iberoamericanas de Física, onde obtiveram medalhas de bronze, certificam as aprendizagens dos alunos.
As metodologias ativas e de carácter experimental são desenvolvidas regularmente e de forma
transversal no processo de ensino e aprendizagem, com recurso à utilização das tecnologias da
informação e da comunicação, nomeadamente através da plataforma Moodle, da utilização de Blogs,
quadros interativos e projetos laboratoriais. O CREAP@CASA, que serve para apoio aos alunos via
Internet, é uma plataforma virtual para colocação de dúvidas, disponibilização de materiais, reforço dos
conteúdos e aprofundamento e melhoria para os alunos com dificuldades. Sendo uma Escola com 34
turmas de Ciências e Tecnologias, as atividades laboratoriais e experimentais são um dos aspetos de
maior relevância e imagem de marca da organização.
A inclusão de alunos com problemas psicossociais, socioeconómicos e com necessidades educativas
especiais tem sido alvo de soluções delineadas pelos diretores de turma, em articulação com o serviço de
psicologia e orientação, os professores da educação especial e a direção da Escola. Para os dois alunos
com necessidades educativas especiais que têm currículo específico individual foram celebrados
protocolos com instituições locais onde realizam atividades centradas nos contextos de vida.
Existe coerência entre o planeamento da atividade letiva de cada docente com as orientações emanadas
pelo departamento e pelo conselho de turma. As estruturas intermédias monitorizam o planeamento
individual, devido a práticas de produção de materiais didáticos e instrumentos de avaliação aferidos,
que refletem a aplicação dos critérios de avaliação. Os projetos curriculares de turma são avaliados
trimestralmente. A integração de novos docentes é sempre acompanhada pelo coordenador do grupo de
recrutamento, com preocupação tutorial.
M ONITORIZAÇÃO E AVALIAÇÃO DO ENSINO E DAS APRENDIZAGENS
Na avaliação dos alunos são utilizadas modalidades e instrumentos diversificados, havendo práticas
colaborativas na construção de instrumentos de avaliação, de testes e de matrizes de correção. Com base
nos critérios gerais de avaliação e nas ponderações estabelecidas para os diferentes domínios, inscritos
no projeto curricular de Escola, cada grupo de recrutamento define os critérios específicos da sua
disciplina.
A avaliação dos alunos afirma-se como um elemento integrante e regulador da prática educativa e tem
permitido uma recolha sistemática de informação, possibilitando a adequação dos processos e das
práticas pedagógicas, bem como das respostas educativas. Das diferentes modalidades de avaliação
predomina a formativa, com recurso frequente à auto e heteroavaliação. Ao nível da cada disciplina há a
prática da preparação em conjunto da “unidade zero” (primeira unidade didática, integradora das novas
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matérias que vão ser lecionadas), incorporando a avaliação diagnóstica o que permite antecipar apoios a
alunos e carrear informação pertinente para os projetos curriculares de turma.
Os conselhos de turma realizam a avaliação da eficácia dos programas educativos individuais e, no final
de cada ano letivo, o conselho pedagógico promove a aprovação dos relatórios circunstanciados. A
classificação internacional de funcionalidade (CIF), utilizada após a referenciação e necessária avaliação
especializada, que dita a inclusão do aluno nas medidas preconizadas pela educação especial, não é
considerada como referente para medir o impacto dos programas educativos individuais na melhoria das
capacidades dos alunos. Os apoios educativos são disponibilizados desde o início do ano letivo para todos
os alunos e são alvo de um relatório trimestral.
As estruturas de orientação educativa e supervisão pedagógica refletem sobre a aplicação dos critérios
de avaliação ao analisar os resultados dos alunos por ano, turma e disciplina, comparando-os com as
taxas nacionais.
A Escola tem vindo a desenvolver uma ação consistente na luta contra o abandono escolar, envolvendo
para isso o trabalho apurado dos órgãos de gestão e também as diferentes estruturas intermédias, o que
levou a que não haja situações de abandono.
A Escola apresenta uma predominância de pontos fortes na totalidade dos campos em análise, em
resultado de práticas organizacionais generalizadas e eficazes, pelo que a classificação deste domínio é
de MUITO BOM.
3.3 – L IDERANÇA E GESTÃO
L IDERANÇA
A Escola, através dos seus documentos estruturantes, aponta de forma incipiente o caminho que
pretende percorrer. Centra a sua ação em três áreas chave, indicando objetivos operacionais para cada
uma delas. Porém, não concretiza de forma estratégica a sua consecução, pois não se encontram
definidas metas e indicadores de medida relativamente aos objetivos propostos.
A liderança da Escola é reconhecida pela comunidade educativa, que a identifica na pessoa do diretor e
da sua equipa de trabalho. Apesar dos índices de resposta discordantes dos professores, no questionário
de satisfação, em relação à valorização dada ao seu contributo pessoal para o funcionamento da Escola,
é facto que se verifica uma importância atribuída às estruturas intermédias. Os coordenadores de
departamentos, os responsáveis de ano, os diretores de turma e respetivos coordenadores têm uma
missão perfeitamente definida e uma ação concreta que realizam num verdadeiro espírito de
subsidiariedade com a direção.
O carácter distintivo da Escola é percebido na comunidade de uma forma consistente como um
estabelecimento de ensino onde impera o rigor e o valor do trabalho. Quem procura este estabelecimento
de ensino procura bons resultados e sabe que pode contar com o envolvimento e a motivação das pessoas
que trabalham na Escola. Existe um sentido de pertença e de identificação com a Escola muito grande.
São levados a cabo projetos de inovação pedagógica que acrescentam qualidade ao currículo aplicado e
outros que melhoram os processos de ensino e da aprendizagem. Algumas destas atividades tiveram
reconhecimento externo, sendo merecedoras de prémios pelo seu desempenho – prémio do júri na
Bibliofilmes, categoria biblioteca escolar; menção honrosa na categoria filme escolar no GrandeC;
segundo prémio no Eksperimenta, integrado no projeto Coménius e ainda o segundo lugar no concurso
de Curtas da Escola Superior de Educação de Viseu. O projeto Apoios educativos para a melhoria das
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aprendizagens obteve o primeiro lugar na categoria Quadro de Excelência dos Prémios de
Reconhecimento à Educação, em 2009, na 17.ª Conferência SInASE. Estes prémios são indiciadores de
um trabalho sistemático que traz soluções inovadoras, com impacto na melhoria das aprendizagens dos
alunos.
Os níveis de participação dos alunos nos clubes e projetos não assumem índices muito elevados,
conforme se constata pelas respostas dadas no questionário de satisfação, situação que se justifica pelo
facto de a população escolar ser maioritariamente do ensino secundário. Estes alunos tendem a
valorizar mais as aprendizagens que fazem individualmente nas tardes que não têm aulas. Contudo, são
proporcionadas várias atividades consubstanciadas, por exemplo, nos clubes de astronomia e bioterra,
bem como projetos de educação para a saúde, pense indústria, desporto escolar, parlamento jovem, entre
outros.
A implementação e a execução dos projetos da Escola são concretizadas porque há uma forte
mobilização dos profissionais e também pela aceitação que estas atividades têm no meio envolvente.
G ESTÃO
O ciclo anual de gestão é programado com grande rigor, envolvendo de forma decisiva a direção e as
estruturas de coordenação educativa e orientação pedagógica que informam convenientemente os pais e
alunos acerca do funcionamento da Escola. Os tempos destinados às aprendizagens são planeados de
forma a garantir momentos para o estudo individual, mas também momentos comuns dos professores
para o trabalho colaborativo e ainda as horas de reforço nas turmas.
A constituição de turmas é realizada segundo parâmetros indutores de equidade e de justiça que estão
consubstanciados em critérios aprovados pelos órgãos da Escola. Os horários contemplam momentos de
apoio, reforço e desenvolvimento das aprendizagens a que todos os alunos podem recorrer. A frequência
dos alunos é bastante elevada, contribuindo para isso todo o empenho dos diretores de turma junto dos
discentes e das famílias no esclarecimento e na explicitação das virtudes destas medidas.
A afetação dos recursos humanos é realizada de acordo com critérios previamente definidos e também
tendo em consideração o conhecimento que os responsáveis têm dos seus trabalhadores. Por exemplo,
em determinadas áreas funcionais dos assistentes operacionais foram colocadas pessoas com formação
especializada. Os critérios são claros e a sua aplicação é feita de acordo com princípios de equidade. O
processo de escolha dos responsáveis das estruturas intermédias teve em conta a opinião dos pares,
sendo esta situação reveladora da mobilização e empenho dos profissionais.
A gestão dos recursos humanos articula-se com a formação contínua dos profissionais. Porém, o plano
anual de atividades não contempla um modelo estruturado de formação, apenas elenca algumas ações
avulsas em determinados departamentos curriculares para docentes e alunos. Os trabalhadores
docentes e não docentes procuram a sua formação contínua junto do Centro de Formação a que a Escola
pertence e também junto de outras entidades formadoras.
A biblioteca tem vindo a desempenhar um papel fundamental no apoio ao desenvolvimento do currículo,
apesar das mudanças recentes que se operaram ao nível da coordenação da mesma, por aposentação da
anterior bibliotecária. A sua utilização é concebida como espaço onde são desenvolvidas atividades das
disciplinas e também como recurso material, que é utilizado em cada sala de aula. O funcionamento
deste equipamento é devidamente monitorizado segundo um dispositivo de autoavaliação próprio que
revela um alto nível de satisfação junto dos utentes, pelo serviço que presta.
Existe um acompanhamento de proximidade dos vários setores e áreas de atividade da Escola por parte
dos seus responsáveis diretos. O processo de avaliação de desempenho contribui para um melhor
conhecimento das facilidades e dificuldades de cada trabalhador na sua área de intervenção.
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A circulação da informação é um aspeto que alguns docentes e não docentes consideram não possuir a
eficácia desejada, de acordo com as respostas dadas nos questionários de satisfação. Porém, é certo que
a Escola desenvolve um processo amplo e diversificado de comunicar internamente, usando, para além
dos placards nos lugares de estilo, as tecnologias de informação e comunicação. A comunicação
eletrónica ajuda a agilizar processos, por exemplo, convocatórias de reuniões e entrega de documentos
para análise nas diversas reuniões. A visibilidade das atividades é promovida através do jornal Entre
Nós. A página da Escola na Internet possibilita informação adequada a todos, havendo possibilidade de
aceder a conteúdos personalizados através de um código de acesso. O site da Escola é um meio
privilegiado de informação conforme o comprova a elevada afluência.
A UTOAVALIAÇÃO E MELHORIA
A Escola não dispõe de um dispositivo de autoavaliação institucional. Tem práticas de regulação
setoriais, designadamente ao nível dos resultados escolares dos alunos, da monitorização das atividades
constantes no plano anual e também do funcionamento das estruturas. Estes processos autoavaliativos
não geraram planos de melhoria com a identificação precisa dos aspetos a aperfeiçoar, dos objetivos e
metas a atingir e dos responsáveis pela sua implementação e monitorização.
Não é notório, que desde a primeira avaliação externa tenha havido um incremento nos processos de
regulação interna, dando resposta aos pontos fracos então identificados. No momento presente existe
uma equipa responsável pela implementação de um dispositivo de autoavaliação mais abrangente, mas
o cronograma aprovado apenas prevê os primeiros resultados no final do presente ano letivo.
A Escola apresenta uma maioria de pontos fortes nos campos em análise, em resultado de práticas
organizacionais eficazes, pelo que a classificação deste domínio é de BOM.
4 – P ONTOS FORTES E ÁREAS DE MELHORIA
A equipa de avaliação realça os seguintes pontos fortes no desempenho da Escola:

Forte capacidade de atração da Escola, evidenciada no reconhecimento, pela comunidade
educativa, dos bons resultados obtidos pelos alunos e das práticas desenvolvidas;

Processos de monitorização e de prevenção de situações de abandono ou desistência;

Participação cívica dos alunos, patente na sua adesão às atividades da Escola;

Trabalho articulado dos docentes com impacto nas práticas de planeamento, execução e
avaliação das aprendizagens;

Utilização regular de metodologias ativas e experimentais de ensino e iniciativas na dimensão
artística promotoras da valorização das aprendizagens e da formação integral dos alunos;

Inovação pedagógica, que se traduz na implementação de variados projetos que enriquecem o
currículo dos alunos;

Mobilização dos recursos humanos para a missão e os objetivos da Escola.
A equipa de avaliação entende que as áreas onde a Escola deve incidir prioritariamente os seus esforços
para a melhoria são as seguintes:
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
Melhoria dos resultados escolares, designadamente em relação ao exame nacional do ensino
secundário na disciplina de Desenho A, com aproximação entre os valores obtidos nas
classificações internas e externas;

Avaliação da eficácia dos programas educativos individuais dos alunos com necessidades
educativas especiais por referência à classificação internacional de funcionalidade, para que
deste modo se passe a aferir o impacto das medidas na melhoria das incapacidades antes
referenciadas;

Definição rigorosa do percurso de desenvolvimento organizacional da Escola, através da
enunciação mais precisa dos objetivos e das metas que se pretendem atingir;

Autoavaliação institucional como uma dimensão do desenvolvimento organizacional,
contemplando a implementação de planos de melhoria devidamente estruturados e com
responsáveis pela sua execução e monitorização.
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