E STA D O D E M I N A S
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Q U A R T A - F E I R A ,
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D E
J A N E I R O
D E
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CULTURA
❚ PERFORMANCE
Para acordar o
A bailarina
norteamericana
Katie Duck
mistura
dança, música,
internet e
neurociência
JAIR AMARAL/EM/D.A PRESS
CAROLINA BRAGA
Katie Duck desenvolve pesquisas na Holanda, onde mora, e já trabalhou com o italiano Dario Fo
Foi em um tempo não muito
distante em que improvisação em
dança não tinha exatamente esse
nome que a bailarina e coreógrafa
mineira Dudude Herrmann conheceu a norte-americana radicada na Holanda Katie Duck. “A improvisação era uma linguagem
que eu trabalhava, mas não tinha
coragem de falar. Quando ela veio
no Festival de Inverno de Ouro
Preto, em 1996, acho que isso provocou uma ampliação de entendimento para várias pessoas que estavam ali”, comenta Dudude.
Quase 18 anos depois do primeiro encontro, Katie Duck está
de volta para uma experiência
ainda mais estreita com a coreógrafa brasileira. Até sexta-feira, ela
ministra workshop no ateliê mantido no Casa Branca, distrito de
Brumadinho. Para a americana
com alma punk, o encontro com
os brasileiros é mais uma oportunidade de trocar experiências e
CORPO
alertar sobre a importância da
percepção do corpo que dança.
“Estimular a percepção é a coisa mais importante do workshop.
Preciso de pessoas acordadas”, diz
Katie. Depois de experimentar o
teatro comercial americano e a
dança moderna, em 1976 Duck
mudou-se para a Holanda. Na Europa, associou-se a figuras como o
dramaturgo italiano Dario Fo e
deu continuidade à carreira, sempre pautada pela busca do novo.
Atualmente, a pesquisa de Katie Duck em improvisação está intimamente ligada à música, ao
uso da internet e ao estudo das
neurociências. “A internet nos
mostra que tudo é ao vivo”, comenta a bailarina. Sendo assim,
característica que também é fundamental na rede, a interatividade, ganha protagonismo nas criações que Duck leva para o palco.
“O tempo e o espaço são percebidos de forma diferente na internet, porque, basicamente, é uma
forma de comunicação”, acredita.
“É como se você entregasse
um controle remoto para cada
um do público. Assim, você permite que eles também mudem
você. A estrutura que você trabalha pode até ser aberta, mas pode
mudar, tomar outras decisões de
acordo com o desejo da plateia”,
diz. Em 2002, em parceria com
outros artistas de Amsterdã, Katie publica vídeos caseiros no
YouTube. O objetivo é sempre
provocar novos criadores a cons-
truir presença na rede como parte do processo criativo.
Outra vertente muito forte na
pesquisa de Katie é associação da
improvisação e da música. Ao
longo da carreira, trabalhou com
músicos que comungavam da
paixão pela performance em
tempo real. Em 2002, criou em
parceria com o instrumentista
Alfredo Genovesi o projeto Magpie, voltado para a reflexão desta
vertente artística. Atualmente,
Katie mantém um curso de verão em improvisação, com frequência anual, em Amsterdã.
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O próximo encontro prático
previsto para o ateliê de
Dudude Herrmann é com a
paulistana Cristiane Paoli
Quito. A pesquisa dela gira em
torno da arte do palhaço, mas
principalmente as interseções
entre as linguagens de teatro,
dança, circo, teatro de
bonecos e música. O
workshop está previsto para
março. “Meu desejo é
compartilhamento, troca,
colaboração”, diz Dudude
sobre a proposta do espaço,
mantido no Casa Branca.
MARIA TEREZA CORREIA/EM/D.A PRESS
ARTES CÊNICAS
Comemoração
com vizinhos
Nodiaemquesecomemora10
anosdeexistênciadoespaço,afesta no Teatro Kleber Junqueira será
com e para o público da região do
BairroCalafate.Hoje,às19h,osvizinhos podem chegar porque tem
apresentação de Marcelino pão e
vinho com entrada franca. “O que
manteve o teatro durante esses 10
anos foi a fidelidade do público
quenosassiste”,comentaodiretor
deproduçãoÉderPaulo.Então,não
teria como a celebração ser com
uma plateia diferente.
O espaço, inaugurado em 2004
com a “cara e a coragem” do ator e
diretor Kleber Junqueira, tem 500
lugares. Desde que abriu, o local
tem alcançado números impressionantes, como o público de 500
mil espectadores em uma década
de atividades. Parte desse feito se
deve a uma bem-sucedida parceria com escolas das redes particular e pública de ensino no projeto
Teatro para todos. “Recebemos
escolas de 20 cidades da região
metropolitana. As pessoas se mo-
bilizam, saem de suas casas. Tudo
é muito comovente”, diz Kleber.
Remontada em outubro do
ano passado, a peça Marcelino pão
e vinho tem no elenco Samuel
Melo,JoséLima,RaimundoFarinelli, Ronildo Arimatéia, Kadu Barcelos e Felipe Martins, além do próprio Kleber Junqueira. Como são
frequentes nos trabalhos do diretor, os cenários são grandiosos. A
trama gira em torno da história de
um menino abandonado na porta
de um mosteiro. “Para este espetáculo construímos uma réplica de
seis metros de um mosteiro franciscano do início do século 20. São
doisandareseascenasocorremsimultaneamente”, conta Éder. Outro detalhe interessante da montagem é que também chove em
cena por quase sete minutos.
Antes de se transformar em
uma sala de espetáculos, o endereço da Rua Platina, 1.827 era ocupadoporumcinema.Marcelinopãoe
vinho, o filme espanhol dirigido
por José María Sánchez Silva, obra
queinspiraapeça,esteveemcartaz
porlá.“Muitosvizinhos,quedepois
se casaram e constituíram família,
assistiram ao filme no Cine São José”, diz Éder. “É muito legal receber
as avós levando os netos ao teatro.
Tivemos situações de três, quatro
gerações indo juntas”, diz Kleber.
Dentro dos planos de expansão do Teatro Kleber Junqueira está a criação de uma escola de teatro voltada não apenas para a
atuação, mas também para a formação de mão de obra técnica. A
ideia é colocá-la para funcionar
ainda este ano, mas o início da
operação vai depender de patrocínio. De acordo com Kleber, tam-
Kleber Junqueira
convida o público
para celebrar uma
década do teatro
que leva seu nome
bémestáprevistaumareformado
espaço para ampliar o palco. Com
isso, as criações da companhia residente poderão conviver com outras produções da cidade. (CB)
MARCELINO
PÃO E VINHO
Hoje, às 19h. Teatro Kleber
Junqueira, Rua Platina, 1.827,
Calafate, (31) 3332-9460.
Entrada franca.
PATROCINADO POR:
APRESENTA:
Campanha de Popularização 2014!
COMÉDIA DI BUTECO
de 03 a 26/01
Quinta a sábado, 21h
Domingo, 19h
CHAPEUZINHO VERMELHO
de 03 a 26/01
Sexta a domingo, 16h
Ingressos à venda nos postos SINPARC, bilheteria do Teatro Alterosa e no ingressorapido.com.br
Sujeito à taxa de conveniência
Avenida Assis Chateaubriand,
499 - Floresta
3237 6611
www.uai.com.br/teatroalterosa
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OS SEM VERGONHAS
de 06/01 a 26/02
Segunda a quarta, 21h
PATROCÍNIO:
REALIZAÇÃO:
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