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Assim como também há muita gente que acredita que a terra é plana e que é o sol que gira à nossa volta e não o contrário ou que o homem nunca foi à Lua. Já Rabelais, médico, padre e escritor do século XV dizia que «a ignorância é a mãe de todas as misérias» e mais tarde um político americano do século XIX, Robert Ingersoll, afirmava que «a superstição é filha da igno- ENTO! NTE DO MOM A R U TA S E R O GRELHADOS Galinha, febras, chouriço, lulas, etc... PASTÉIS E RISSÓIS camarão, carne, chouriço, galinha... BOLO “Ma Poule Mouillée” E A GRANDE SURPRESA a «Poutine» à portuguesa! 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Saint-Laurent, Montréal 6825, rue Sherbrooke est, Montréal 7388, boul. Viau, Saint-Léonard 6 de fevereiro de 2014 EDITORIAL... Cont. da pág 1 rância e a mãe da miséria». Infelizmente não são só as pessoas pobres e incultas que vão atrás destas patranhas. Um caso bem recente é o de Steve Jobs, o fundador de Apple e um dos grandes pioneiros da informática, que, acreditando na virtude das mesinhas e nos milagres do pensamento mágico, acabou por morrer de um cancro no pâncreas, com apenas 56 anos de idade, tendo recusado até às vésperas da morte os tratamentos da medicina oficial. Há ignorância, há superstição e há fé. Mas há sobretudo muita gente crédula e outros tantos para tirarem proveito dessa credulidade. Quando as sociedades funcionam normalmente, quando há pouco desemprego, quando há menos ameaças de guerras ou conflitos, quando a maioria dos cidadãos se sente em segurança e em paz, os curandeiros fazem menos negócio. Mas quando surge uma crise, ei-los de volta ao assalto das páginas de pequenos anúncios, sobretudo nos pequenos jornais de província ou, no nosso caso, nos jornais étnicos. O que é deveras confrangedor é que, em troco de um pequeno espaço publicitário pago, os editores desses jornais não tenham a mais pequena relutância em induzir os seus leitores em erro, caucionando, com a idoneidade que devia ser atributo da letra impressa, as mais grotescas e enganadoras promessas feitas por gente que não busca senão enganar o próximo. Como se explica que haja gente que se deixe levar por promessas tão balofas como esta que vinha há dias publicada num jornal da nossa comunidade: «Posso-vos ajudar a resolver os vossos problemas. Trabalho, amor, afeição, fidelidade absoluta no casal, carta de condução, atrair clientes, sorte para encontrar trabalho, tratar impotência sexual, proteção familiar contra perigos, feitiços, álcool, curandeiro, sorte no jogo, etc.» Infelizmente, a verdade é que há quem caia no logro. Porque se não houvesse, os ditos curandeiros não arranjavam dinheiro para pagar os anúncios. Temos mesmo conhecimento dum compatriota que gastou milhares de dólares com um desses vendedores da banha da cobra, para vir a descobrir que tudo aquilo não passava duma burla. Tem sido um número sem conta as vezes que esses anunciantes nos têm batido à porta, prometendo pagar bem e depressa e a nossa resposta, amável mas firme tem sido sempre a mesma. Obrigado pela oferta mas os seus serviços não se enquadram dentro da linha ética do nosso jornal. Não queremos servir de exemplo para ninguém, mas gostávamos que nesta matéria os nossos colegas fugissem igualmente da tentação do anúncio bem pago, ainda que não seja pelo respeito devido aos seus leitores. L P Vítor Carvalho ADVOGADO Escritório Telef. e Fax. 244403805 2480, Alqueidão da Serra - PORTO DE MÓS Leiria - Estremadura (Portugal) L u s oP r e s s e Página 2 Quem não faz puto... • Por Osvaldo CABRAL H á exatamente dez anos que a RTP mandou elaborar um projeto de reestruturação do seu canal nos Açores. Uma década de sonhos que jaz perdida algures numa gaveta da sede na Marechal Gomes da Costa. Era uma re-estruturação de necessidade absoluta, devido à já degradação das infraestruturas e equipamentos do canal, englobada num plano para toda a empresa, denominado “Fénix II”. Antes, tinha sido aplicado o “Fénix I”, que re-estruturou todos os restantes canais do grupo, incluindo a transferência da 5 de Outubro para a Gomes da Costa. Foram investidos mais de 2 mil milhões de euros nestas fénixes renascidas, com novas instalações, novos estúdios e equipamentos de ponta, em Lisboa, Porto, Madeira, Delegações espalhadas pelo continente e ainda sobrou para “programas de cooperação” com os canais dos PALOP’s. O único canal que ficou a ver navios foi... a RTP-Açores. Quando o atual Presidente da RTP veio, no final da semana passada, numa entrevista ao “DN”, dizer que “há gente na RTP que não faz puto”, lembrei-me logo das administrações e ministros destes últimos dez anos. A reforçar a tese, o ministro Poiares Maduro veio esta semana anunciar que o aumento da CAV (Contribuição do Audiovisual, que os contribuintes pagam na fatura da eletricidade) é para re-estruturar os canais internacionais e lançar mais 4 canais temáticos! Ou seja, há canais do grupo público que já vão na segunda e terceira renovações, já se pensa em mais canais, e a RTP-Açores sempre a marcar passo. Esta gente devia ter vergonha. Vergonha porque prometeram uma nova televisão, em nome do serviço público para os Açores, pago por todos nós, e não cumpriram. Vergonha porque vamos todos – nós, açorianos – continuar a contribuir com o nosso dinheiro da CAV para re-estruturar outros canais em Lisboa. Vergonha porque delapidaram o património do canal regional, nomeadamente ao venderem um dos edifícios da sede regional, em Ponta Delgada, no valor de várias centenas de milhares de euros. O dinheiro “voou” para Lisboa, sem que fosse reinvestido um tostão nos Açores. Administradores, ministros, deputados, partidos, não se insurgiram contra este “negócio” nem se preocuparam, durante uma década, em poupar umas migalhas para a renovação de um canal, que só não se afunda mais por persistência dos seus profissionais. Administradores e políticos não fizeram puto! ••• FUNDOS – Os Açores vão receber, até 2020, cerca de 1,5 mil milhões de euros, no âmbito do novo Quadro Comunitário de Apoio (QREN). A verba vem incluída no envelope finan- ceiro destinado a Portugal, que ronda os 21 mil milhões. O Governo da República já estudou e anunciou como vão ser aplicados os novos fundos. Nomeou, inclusive, um Grupo de Trabalho, coordenado pelo Presidente da Associação Industrial Portuguesa, José Eduardo Carvalho, que escolheu os 30 projetos mais prioritários para o país. Integraram este grupo vários autarcas, gestores, empresário, operadores de transportes, engenheiros, professores universitários e outros especialistas em vários setores. O maior partido da oposição, através do seu líder, António José Seguro, também foi chamado a dar o seu contributo ao acordo de parceria sobre os fundos comunitários. Nos Açores, é estranho o silêncio à volta destes fundos. O Governo Regional também já devia estar a debater, com a sociedade civil, a aplicação do novo QREN, analisando as prioridades de investimento na nossa região. É bom que haja o cuidado de envolver toda a gente nesta discussão. Para que não aconteça que estes fundos estejam ao dispor de uma cabeça só, para satisfazer amigos de grupos económicos ou clientelas políticas. Houve grandes investimentos, como já se percebeu, que se revelaram um desastre para a economia regional. É preciso agora corrigir o tiro e investir na criação de riqueza e empregos, sob pena de continuarmos a ver os nossos níveis de desenvolvimento a passo de caracol. E isto faz-se com todos, envolvendo uma grande abertura, em vez de se tomarem decisões nos gabinetes fechados da política. L P Que mistério guarda o Morro da Cruz? • Por Lélia Pereira DA SILVA NUNES N os idos anos sessenta, costumava passar as férias de verão na casa da “tia” Volga. Na verdade, a “tia” era de direito prima e, de facto, muito mais que uma tia do coração. Foi ali no convívio dos primos e da turma da Herman Blumenau que ouvi falar, pela primeira vez, sobre a existência de um misterioso túnel ligando o Morro do Antão, a 450 metros acima do nível do mar, até a Igreja Nossa Senhora do Desterro e que teria sido construído por jesuítas como via de fuga, caso a Ilha fosse tomada de assalto por piratas ou, os padres, perseguidos pela mão de ferro do Marquês de Pombal. Até um baú carregado de pedras preciosas e joias de ouro da mais fina ourivesaria portuguesa dizia-se ter sido escondido no lendário túnel pelos jesuítas. Tudo é possível: o túnel e o tesouro escondido. Por muito tempo, esta história do fabulário ilhéu, parte do imaginário coletivo da nossa cidade me intrigou. No entanto, nunca encontrei uma pista que confirmasse a sua existência, a não ser o costumeiro “diz que diz” envolto em mistério, visões sobrenaturais, “pombocas” ou tochas que se apagavam e ventos uivantes em torno da sua embocadura abaixo da grande pedra, no alto do morro do Antão, assim chamado porque na encosta leste residira o açoriano Antão Lourenço Rebolo. Era também conhecido por Pau da Bandeira por ter servido de posto semafórico como meio de comunicação entre os navios e à Vila de Desterro. Lugar de grande beleza paisagística, vegetação exuberante, elo entre a Vila de Desterro e a freguesia da Santíssima Trindade de Trás dos Montes. Como bem descreve Virgílio Várzea em Santa Catarina, a Ilha (1900): “Por este valor portentoso abrindo para uma natureza de supremo encantos, o Morro do Pau da Bandeira deve atrair a curiosidade de todos que visitam o Desterro, como acontece com os que ali nascem e vivem...” A propósito da beleza da Ilha e seu destino, observou o arguto Paulo Joze Miguel de Brito em sua Memória Política sobre a Capi- tania de Santa Catharina (1839,39-40): “Se a Ilha de Santa Catarina se tivesse dado a atenção política que merece, e se tivessem aproveitado devidamente as vantagens que ela oferece (...), sem dúvida seria ela hoje o Paraíso do Brasil.” 31 de dezembro de 1900. Fim de tarde na Ilha. O dia se esvai na água cálida da baía enquanto o céu tingido de púrpura saúda a procissão de fiéis que parte da Igreja Matriz levando o cruzeiro de ferro para erguê-lo no alto do Morro do Antão num pedestal erguido pelo povo de Desterro. Uma iniciativa do Padre Francisco Xavier Topp para assinalar a passagem do século. A bênção aconteceu em 6 de janeiro de 1901, dia consagrado aos Santos Reis. A Ilha adentrou o Século XX sob o abraço da Cruz que, do cimo do Morro do Antão, agora Morro da Cruz, abençoava a antiga Desterro de ontem e abençoa a Florianópolis multicultural do Século XXI, esta linda moça faceira que, na inquieta jornada das gerações, como a mítica Penélope, tece a renda infinita do imaginário da Ilha com seus mistérios e lendas. L P 6 de fevereiro de 2014 Bilhete de Lisboa Lisboa em movimento • Por Filipa CARDOSO L isboa foi eleita no passado mês de agosto, na Turquia, pelo World Travel Awards, a melhor cidade europeia para estadas de curta duração. Nos últimos cinco anos este galardão foi entregue a Lisboa por três vezes, em 2009, em 2010, e em 2013. Tem havido um esforço contínuo para a melhoria dos produtos e serviços turísticos. Um desses serviços foi inaugurado a 31 de agosto do ano passado. Estou-me a referir ao elevador que da Rua dos Fanqueiros/Rua da Madalena nos permite chegar até ao Largo Adelino Amaro da Costa. Esta obra é da autoria do arquiteto João Pedro Falcão de Campos. A poucos passos encontramos o antigo Mercado do Chão do Loureiro, onde funciona um grande parque de estacionamento, um supermercado e, no último andar, um restaurante com uma enorme espla- L u s oP r e s s e nada onde se pode apreciar uma panorâmica e excelente vista sobre Lisboa. Neste edifício foi integrado, em 2011, um elevador panorâmico que nos leva até ao nível da rua da Costa do Castelo. Esta obra é da autoria do arquiteto Eduardo Pereira. Ambos os elevadores são gratuitos e funcionam das 9h às 21h. Muito perto da saída do elevador, entre a Sé e o Castelo de S. Jorge, na Rua das Merceeiras, foi inaugurado recentemente um hotel que estava com curiosidade de visitar, o “Memmo Alfama Hotel Lisboa”, membro do “Design Hotels”. Para lá chegar, fui caminhando pelas estreitas ruelas de Alfama, mas a escassos metros do hotel fui surpreendida por um pedaço de arte de rua do jovem artista português Vhils. Este artista foi convidado a fazer um trabalho especial numa das paredes exteriores. Desse trabalho resultou um rosto muito original de um ex-morador do bairro. Este pequeno hotel tem uma localização extraordinária, com uma vista de encantar sobre o rio Tejo, cumprindo a pretensão de, também, vender imagens inesquecíveis de Lisboa. Página 3 Todos os pequenos pormenores foram muito bem pensados e o resultado está a ser plenamente conseguido, que passa, segundo nos informaram, também, por promover os produtos nacionais de qualidade e com isso a identidade nacional. Segundo o arquiteto responsável, Samuel Torres de Carvalho, esta é a primeira grande intervenção contemporânea no centro da história de Alfama. Este hotel é o “irmão” mais novo de um outro que existe no Algarve, em Sagres, o “Memmo Baleeira Hotel”, inaugurado em 2007. Estes dois hotéis pertencem a Rodrigo Machaz, neto de Joaquim Machaz, um dos fundadores dos Hotéis Tivoli (1933), que em 1999 foram comprados pelo Grupo Espírito Santo. Rodrigo Machaz sempre esteve ligado a estabelecimentos hoteleiros ao longo da vida, designadamente por via da herança familiar, uma vez que a família sempre esteve ligada à hotelaria. Trabalhou, designadamente, no Four Seasons de Vancouver, num hotel em San Diego, e no Hotel Ritz, em Lisboa. Toda a experiência profissional que foi adquirindo no espaço hoteleiro é visível em ambos os hotéis “Memmo”, a que auguro grande sucesso. L P AUTOMOBILE MARIE-ANNE ENRG. Prop.: Martinho Ferraria Departamentos de Mecânica geral - Bate-chapa - Pintura Fornecemos gratuitamente um carro durante a reparação do seu automóvel BOM ANO 2014 PARA TODOS! Renovámos para melhor servir a nossa clientela! 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Aguiar Escrevem nesta edição: • Carlos de Jesus • Norberto Aguiar • Anália Narciso • Lélia Pereira da Silva Nunes • Fernando Pires • Onésimo Teotónio Almeida • Osvaldo Cabral • Filipa Cardoso • Inês Faro • Raquel Cunha Revisora de textos: Vitória Faria Societé canadienne des postes-Envois de publica-tions canadiennes-Numéro de convention 1058924 Dépôt légal Bibliothèque Nationale du Québec et Bibliothèque Nationale du Canada. Port de retour garanti. LusaQ Tv Produtor Executivo: • Norberto Aguiar Contatos: 514.835-7199 450.628-0125 Programação: • Segunda-feira: 22h00 às 23h00 • Sábado: 11h00 ao meio-dia Telenovela: segunda a sexta-feira, das 17h00 às 18h00. (Ver informações na página 16) L u s oP r e s s e Página 4 Dez anos sem Aldírio Simões... Histórias que o tempo não apaga • Por Lélia Pereira DA SILVA NUNES C ronista da alma da Ilha, de Florianópolis, do carnaval, da terra, do mar, dos valores mais típicos da nossa gente. Este era seu chão e daí gerava a sua escrita simples e alegre. Ousado, teve coragem de valorizar o ilhéu nativo - o “Manezinho” - a identidade renascida e abraçada de forma incontestável. Com Aldírio Simões e sua paixão pela Ilha nasceu um novo olhar - de respeito e reverência - ao Manezinho que ele soube como ninguém colocar no seu devido lugar e dando a real dimensão da dignidade. Mesmo passados 10 anos de sua partida, Florianópolis não o esquece. Junto da saudade da sua presença amiga ficou um legado inegável representado por sua importante produção literária para quem se aventurar a conhecer a alma do ilhéu. Uma herança que permanecerá viva no correr das gerações como parte da nossa história cultural. Histórias ou memórias que o tempo não apaga... Apresentei ao jornalista Osvaldo Cabral, na época Diretor-Geral da RTP-Açores, o projeto de gravar nos Açores o programa “Bar Fala Mané”. A ideia foi acolhida com entusiasmo e o projeto previsto para ser realizado em junho de 2004. Aldírio ficou feliz. Tudo acertado para divulgar a boa nova no programa “Bar Fala Mané”, na noite de sexta-feira, dia 23 de janeiro de 2004. No entanto, “o Bar” não abriu. Um dia antes, Aldírio Simões pregou-nos uma grande peça - simplesmente levantou âncora da vida e partiu... Falar do Aldírio é como mexer num balaio de siris. Puxa um e vêm todos... Assim, puxo outra história. O aniversário da Fundação Franklin Cascaes em 29 de julho de 2002. Entre os convidados, os escritores Onésimo Teotónio Almeida e Leonor Simas-Almeida, da Brown University, Providence (USA). Onésimo proferiu conferência na Academia Catarinense de Letras e, com a Leonor, participou das inúmeras atividades da programação de aniversário da Fundação. Aldírio Simões fez questão de entrevistá-lo no “Bar Fala Mané”, que seria gravado na Praia do Sonho. Na última parte do programa seria oferecido um farto almoço e, no cardápio, músculo assado na panela. A entrevista foi ótima. Tudo resultou bem e chegara o momento de servir o esperado “músculo na panela.” - Professora Lélia, traz o Onésimo, o escritor açoriano. Vamos encerrar agora, fala o Aldírio. - Onde está o Onésimo? Cadê o Onésimo? Procuramos por todos os lados e nada. Minutos foram passando... Saímos a procurá-lo nas redondezas. Ao pé dali, coisa de uns 200 metros, uma família almoçava. O aroma do churrasco e as gargalhadas tomavam conta do sítio. Entramos. No fundo do quintal uma grande mesa em torno da qual celebrava-se um aniversário. Entre eles, e muito à vontade, estava o Onésimo todo sorridente a contar histórias. Doze anos depois (e dez da morte do Aldírio) pergunto ao Onésimo o que guardara na memória sobre este breve convívio com o jornalista Aldírio Simões na sua visita Florianópolis. Escreve-me Onésimo T. Almeida: “Foi assim. O Aldírio no meio de nós explodindo de vida e humor, alegria, wit, convivialidade suprema, tudo numa boa que um visitante como eu, caído sem paraquedas em Florianópolis, tomava como sendo de outro mundo a confirmar que, para lá do Equador, se não era verdade não existir pecado, ao menos tristeza não se enxergava. Foi rápido o encontro, a conversa na TV ou na rádio (já nem me recordo), a folia no parque, numa festa que as fotografias não registaram o nome, pois não vêm com legendas e a memória não consegue reconstruí-las. Trouxe comigo esses momentos, esses rostos, essas faces de sorriso rasgado e, de repente, tão de repente como me surgiu esse monumento de comunicação que era o Aldírio Simões, chegou a notícia de ele ter abruptamente decidido que era bastante, qualquer razão estranha lhe ditara ser tempo de acabar a festa da vida. Tudo um mistério que não entendi como não entendera antes de onde vinha tanto humor nem tão contagiosa maneira de estar neste mundo.” L P Auten(tique)cidade • Por Onésimo Teotónio ALMEIDA E screve-me um açor-americano de Illinois (não se irritem comigo por causa desse “açor” em vez de “luso” antes de lerem o resto). Traduzo o e-mail cuja frase de abertura já vem, por sinal, em português (mais adiante virá a explicação): Olá! Como vai? Chamo-me Austin Carvalho e sou de New Brunswick, Illinois. [“Carvalho” foi invenção minha para despistar o leitor e preservar a privacidade do subscrevente. Idem para a geografia indicada]. Passemos agora à tradução do cerne do e-mail: Depois de visitar a Brown, fiquei deveras interessado nessa universidade [devagar, caro leitor, a ideia não é fazer autopublicidade!]. O meu entusiasmo levou-me de imediato a querer aprender mais nas áreas dos meus interesses mais específicos. Isso levou-me ao portal do Departamento de Estudos Portugueses e Brasileiros e depois ao seu CV. Foi impossível não notar que você é de S. Miguel. Que legal! [este Que legal! saiu-lhe assim mesmo em português, a demonstrar que o está aprendendo na versão brasileira, ou então com algum lusitano que vê muita telenovela daquele lado do mundo]. O meu avô também nasceu lá. Embora eu tenha o sobrenome dele, não cheguei a ter oportunidade de o conhecer porque faleceu antes de eu nascer. Por causa disso, tenho estado interessado em reavivar as minhas raízes portuguesas. Estou particularmente interessado em ouvir as suas opiniões sobre como é a vida nos Açores. Como é um dia normal por lá? Quais são algumas tradições e costumes especificamente açorianos? Em que diferem dos de Portugal continental? Que evolução sofreram ao longo dos anos? Este ano também comecei a aprender português. Estou a tentar melhorar o meu sotaque. Atualmente soa um pouco a espanhol, pois tenho estudado essa língua. O que me poderia fazê-lo parecer mais açoriano? E o que torna o dialeto açoriano diferente de outros dialetos portugueses? Desculpe-me todas estas perguntas, estou simplesmente fascinado com tudo isto. Sinceramente [também escrito assim, em português] Austin (que é a versão americanizada do nome do meu avô – Agostinho) P.S. Tenho dois cães-de-água, um deles tem o nome de Azor por causa das ilhas. Lá seguiram para o jovem recomendações bibliográficas (se não, no resto do mês não faria outra coisa além de responder-lhe às perguntas), mas ficou-me o bico-de-obra: como explicar-lhe a questão do sotaque? Que não há sotaque açoriano, ainda vá, posso informá-lo de que, quando se usa essa expressão, se refere geralmente o sotaque micaelense, o da minha querida ilha. O problema vai ser a escolha. Ensino-lhe o da Ribeira Grande, o da Bretanha, ou vou mesmo mais longe na saga da autenticidade e apresento-lhe o de Rabo de Peixe? Se calhar recomendo-lhe os dois: o de Lisboa e o de Rabo de Peixe. Ficará tetralingue (ou tataralingue, como Saramago preferia – pelo menos escrevia tataraneto). Na mente do leitor adivinho uma dúvida: Austin a tradução mais próxima de Agostinho? Claro! O ouvido dos pais do jovem eram afinados. Em micaelense, Ag’stim. Ah! As vantagens do bilinguismo! LP 6 de fevereiro de 2014 L u s oP r e s s e Página 5 José Cesário em Montreal «Missão é exemplo de mobilização» • Entrevista de Inês FARO G “ osto de me manter atualizado. Como tinha alguns eventos agendados em Toronto e uma visita planeada a Otava aproveitei para visitar também Montreal”, disse o secretário de Estado das Comunidades, José Cesário, a propósito do seu encontro com a comunidade portuguesa de Montreal na Missão de Santa Cruz nos dias 30 e 31 de janeiro. Uma visita para rever a nossa comunidade, onde também aproveitou para se encontrar com algumas instituições fundamentais para a relação entre o Governo de Portugal e a realidade local. Nas suas últimas visitas a Montreal, José Cesário fez questão de passar pela Missão de Santa Cruz. “Considero que a Missão de Santa Cruz é um centro fundamental da vida da nossa comunidade. Faço questão de vir aqui periodicamente porque sei que se fazem coisas muito interessantes”, disse, realçando que a Missão é um exemplo ao nível da mobilização de pessoas de todas as gerações da nossa comunidade. “Tenho procurado sempre encontrar-me com pessoas provenientes de várias áreas sociais e profissionais. Temos de estar conscientes de um facto – é humanamente impossível ir a todo o lado”, disse a propósito de quem o crítica por ainda não ter visitado algumas das associações da nossa comunidade. Nova emigração Um dos temas-chave durante esta sua visita ao Canadá foi a nova vaga de emigração para o Canadá. Embora não seja o destino preferido dos portugueses – França, Luxemburgo, Suíça, Angola e Brasil continuam a ser países mais procurados -, o Canadá tem acolhido uma recente vaga de emigração vinda de Portugal. “Temos plena consciência que entraram muitos portugueses no Canadá nos últimos anos. Também sabemos que muitos estão em situações ilegais e isso é uma preocupação”, disse. “Por outro lado, temos conhecimento que muitos desses novos emigrantes se conseguiram integrar na sociedade canadiana e prestam um serviço útil ao desenvolvimento deste país”, acrescentou. Canadá e Portugal A vaga mais recente de emigração foi um dos temas que também esteve na mesa no encontro de José Cesário com o ministro federal para o Multiculturalismo, Jason Kenney, em Otava. Para os portugueses que pensem emigrar, o Canadá quer apresentar-se como um destino de eleição. “Sabemos que há procura de quadros de setores especializados para este país”, disse José Cesário. “Há províncias que estão a recrutar. No próximo mês vamos receber em Portugal uma delegação de Manitoba para recrutar trabalhadores portugueses”, acrescentou. De acordo com José Cesário, as entidades federais prometem também facilitar a entrada de emigrantes qualificados vindos de Portugal, dando preferência a quem domine uma das línguas oficiais do país. Emigrar, uma solução? “Nós não incentivamos ninguém a emigrar, mas somos confrontados com a realidade atual: pessoas que são obrigadas a emigrar nalguns casos e noutros casos os que intencionalmente procuram alternativas”, disse o secretário de Estado das Comunidades. Para José Cesário, o papel do Governo é o de alertar para as condições desta nova emigração. “Se optarem por emigrar, o importante é que o façam em segurança”, disse. “É preciso que as pessoas conheçam as circunstâncias em que vão: se têm contrato de trabalho ou não; se sabem exatamente para onde vão; quais são os custos de vida no país; etc.”, alertou. lação à última revisão da lei que acaba com os Conselhos Regionais. “O Conselho é um órgão muito importante para encaminhar o governo relativamente às questões específicas de cada comunidade”, disse. “Infelizmente, deixou de ter como prioridade a representação das questões específicas que condicionam a vida dos portugueses em cada região”, declarou. “Consideramos que as comunidades não são todas iguais, por isso estamos a lutar para que todas as comunidades possam voltar a ter essa representação”, concluiu. Mensagem para a comunidade Por último, o Secretário de Estado das Comunidades quis deixar uma mensagem à comunidade portuguesa de Montreal. “Espero que a comunidade seja capaz de se unir em torno de projetos concretos e consiga mobilizar gente mais jovem para a vida comunitá- O secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, José Cesário, antes de passar por Montreal e Toronto, esteve em Otava, capital do Canadá, onde se encontrou com o ministro do Trabalho e do Multiculturalismo, Jason Kenney. ria”, disse. “É importante esta articulação entre mais velhos e mais novos de maneira a sermos capazes de promover cada vez melhor os interesses dos portugueses na sociedade de acolhimento, os produtos portugueses, os valores e a nossa história”, disse José Cesário. L P Telefone e fax: (514) 849-9966 Alain Côté O. D. Optométriste Exame da vista, óculos, lentes de contacto Clinique Optmétrique Luso 4242, boul. St-Laurent, bureau 204 Montréal (Qc) H2W 1Z3 IGREJA BAPTISTA PORTUGUESA Domingos às 15H00 – Pregação do Evangelho 6297 Ave. Monkland, (NDG) Montreal http://www.madisonbaptistmontreal.com/portugues.html Tel. 514 577-5150 – [email protected] Titulaire d'un permis du Québec viagens 0ROP*OAQUIM3ILVA 4057, boul St-Laurent, Montréal, QC H2W 1Y7 514-987-7666sVOYAGESCONFORT QCAIRACOM Verão 2014 em Portugal Já temos preços disponíveis para Lisboa, Porto e Ponta Delgada. Voos diretos! Mudanças no Consulado Uma novidade anunciada pelo secretário de Estado das Comunidades foi a mudança para breve no Consulado. “É possível que haja uma readaptação do espaço do Consulado. É uma área muito grande e está desaproveitada. É excessivo para aquilo que são as necessidades deste posto”, disse. No entanto, José Cesário deixou claro que esta alteração não afetará em nada os serviços que o Consulado-Geral de Portugal presta aos cidadãos portugueses de Montreal. Porque os nossos clientes merecem o melhor! Uma relação que dura há 20 anos e da qual nos sentimos orgulhosos. Conselho das comunidades José Cesário falou ainda da posição da Secretaria de Estado em re- Garantimos o mesmo preço que na internet Viagens para o sul Cuba, República Dominicana, México, entre outros destinos 6 de fevereiro de 2014 L u s oP r e s s e Página 6 O Livro Digital e a França da Cultura Com Preço Fixo! • Por Fernando PIRES D ecerto que não foi o livro numérico digital de Dany Laferrière que fez com que ele fosse eleito para a Academia Francesa, levando este escritor Haitiano ao “santuário” dos intelectuais da francofonia?! A natureza da hierarquia desta instituição francesa do saber, talvez não se enquadre, hoje, ainda, nas alianças da troca do saber comercial no mundo da sabedoria numérica digital do livro. Por isso é de tirar o chapéu aos negociadores da Aliança Comercial Europa-Canadá, sobretudo ao negociador Pierre-Marc Johnson, por ter deixado de fora nesta aliança, uma cláusula de exceção cultural para o Quebeque. Mas vamos ao assunto que aqui mais nos Dra. Carla Grilo, d.d.s. Dentista Clínica Dentária Christophe-Colomb Escritório 1095, rue Legendre est, Montréal (Québec) Tél.: (514) 385-Dent - Fax: (514) 385-4020 interessa, que é a edição do livro de papel em relação à edição do universo digital das novas tecnologias numéricas do livro prancheta editado pela americana multinacional AMAZON, onde este monstro do digital começa a deixar rastos que é de arrepiar os cabelos. Primeiramente, temos que identificar o estratagema, do modo como este elefante sem escrúpulos faz dinheiro com o comércio da rentabilidade, da sabedoria dos homens (Amazon é a décima nona multinacional mais rica do mundo, fundada apenas há 13 anos, que conta 52 milhões de clientes). Segundo o jornal “O Mundo Diplomático” são “cem mil pessoas, através do mundo, que se ativam numa azáfama no seio de oitenta e nove armazéns num espaço de uma superfície que acumula um total de sete milhões de metros quadrados”, tradução livre... Ou seja atualmente: Alemanha, Japão, Estados Unidos e França... A escolha da Alemanha na Europa não foi um puro acaso, o estratagema foi pensado como cabeça-de-ponte, num país onde o Banco Central alemão dita a sua maneira de gestão à outra Europa, no qual país não tem uma lei do salário mínimo! Por isso o Sr. Jeff Bezos, patrão da Amazon Web Services, viu aqui uma oportunidade para atingir o seu objetivo. Este senhor está disposto a vender tudo (mesmo a própria mãe). Aproveita assim o desemprego atual em Portugal, Espanha, Itália, e noutros países da Europa, cruelmente obriga trabalhadores em França a aceitar condições de trabalho sem aquecimento, nos seus arma- TENHA SOBRE A MESA UM BOM CAFÉ SILVEIRA! DISTRIBUÍDO POR PAOLO’S MACHINE EXPRESSO HORÁRIO: • De segunda a quarta-feira, das 9h00 às 18h00 • Quinta e sexta-feira, das 9h00 às 21h00 • Sábado, das 9h00 às 18h00 Paolo’s Machines Expresso 4603, boul. St-Laurent Montréal (Québec) Canadá H2T 1R2 Tél.: (514) 849-7763 Fax: (514) 849-5383 zéns, a trabalhar de luvas, de parkas e de barrete. (Não me venham agora dizer que Amazon-digital não tem nada a ver com a escravatura da tecnologia numérica moderna!) Onde mora a democracia direta que não distingue a qualidade da quantidade? Decerto que a quantidade dos serviços que Amazon produz tem como consequência produzir mais, em menos tempo, e em condições indignas de trabalho a que são submetidos os seus trabalhadores. Espaço de habitação restrito para oito homens sujeitos a aceitar temperaturas demasiado quentes, ou extremamente frias em locais de trabalho e de alojamento! Vamos agora aos livros pranchetas digitais e das suas “consequências” ao longo dos tempos com a rapidez e a impaciência da utilização das novas tecnologias, assim como a “brevidade utilizada, que vai ao encontro da especificação rigorosa em assuntos aprofundados da paciência de um leitor”. Este entre aspas, é aquilo que pude interpretar da explicação mencionada num artigo de opinião publicado no jornal “Público” e referido na conferência que Valter Hugo Mãe deu no Instituto Camões na Universidade de Montreal. Hugo Mãe, numa passagem do seu livro escreve o seguinte: “tu sabes hoje armazenamse informações que não serão jamais consultadas”. Será que a leitura efémera da rapidez de leitura numérica não será meio caminho andado para a desmaterialização da humanidade? Para que serve o desenvolvimento da tecnologia numérica senão para aliviar o homem das algemas da vida que o condicionam, encaminhando-os para a sua libertação? Fabien Deglise menciona como “paradoxo” o facto de não se avançar com o “desenvolvimento da tecnologia numérica e digital” sobre a presença científica da Astronomia, em vez do obscurantismo, esoterismo horoscópico e práticas do feiticismo (que se veem constantemente em jornais cá do nosso bairro). O jornalista Deglise dá como o exemplo o jornal “La Presse” que numa página numérica, ao lado, se encontra a leitura do horoscópio. Portanto, o conceito de Astrologia não é um conceito científico! Mas esta crítica vai mais longe quando cita o “Império Ficher-Price” como inventor de uma cadeira batizada “Apptivity Seat”, para um bebé com mais de 18 kg, cadeira essa ajustada ao nível da vista do bebé para ele poder ver o iPad. Imaginem! Não teria havido também precipitação na edição do livro numérico em substituição do papel? Nicolas Carr, um especialista americano das novas tecnologias, diz o seguinte: “No que diz respeito aos tabletes, quanto mais o número aumenta menos eles servem para ler livros”, acrescentando ao mesmo tempo que num futuro previsível, “o livro eletrónico poderia não ter existência que como apêndice do livro imprimido, como o livro audiovisual”. A França, talvez seja um exemplo na Europa, dado o avanço das novas tecnologias numéricas, mesmo em Paris as pequenas livrarias ainda não cederam todo o espaço à leitura da prancheta digital! Talvez por isso Jeff Bezo, patrão da Amazon, ainda não tenha conseguido o sucesso esperado, visto que é uma empresa deficitária de quem o fisco francês reclama quase 200 mil euros. No entanto é possível que daqui por cinco anos os franceses cedam a este monstro No Verão Canadiana ‘low cost’ Rouge voa a partir de Lisboa A transportadora aérea canadiana ‘low cost’ Rouge vai começar a operar voos diretos a partir de Lisboa no próximo verão, anunciou um responsável da ANA, entidade que gere os aeroportos portugueses. Num balanço sobre o tráfego nos cinco aeroportos geridos pela ANA durante o ano de 2013, o presidente da empresa, Jorge Ponce de Leão destacou o contributo das ‘low cost’ para o aumento do número de passageiros e salientou que, a par das britânicas Easyjet e da Ryanair, também o crescimento da franco-holandesa Transavia “começa a ser significativo”. “A redução da dependência da Easyjet e da Ryanair é um objetivo que devemos prosseguir para não estarmos dependentes da estratégia de uma companhia aérea”, afirmou Ponce de Leão em conferência de imprensa, acrescentando que a ANA “aposta na diversificação das ‘low cost’”. O tráfego nos aeroportos geridos pela ANA aumentou 5% no ano passado, atingindo 32 milhões de passageiros, metade dos quais passaram por Lisboa, cujo aeroporto é servido por 37 companhias aéreas. LP multinacional de fazer a entrega a domicílio em “taxi-drôme” dentro de alguns minutos! Obrigando assim ainda mais o cidadão a sedentarizar-se e a tornar-se legume? O texto numérico sabe hoje das nossas vidas porque estamos rodeados de um “Bigbrother” que pode saber hoje o que escrevemos, o que lemos, os males do corpo de que sofremos e por aí adiante. A potência da ferramenta da transmissão digital hoje, nesta cultura numérica, é imensa, mas também pode ser efémera. Citemos André Schiffrin, que fez carreira na edição nos Estados Unidos e que escreveu: “Em 1945 Nova Iorque tinha 300 livrarias, hoje são apenas 30” (Os oráculos modernos). Ref.: Jornal “O Mundo Diplomático” n° 716 – novembro 2013. Jornal “Le Devoir” – 13/16 dezembro 2013. Jornal “Público” (Opinião Digital) – 1 de dezembro 2013 (Valter Hugo Mãe “L’apocalypse des travailleurs”, Éditions Métailié – Paris 2013). Revista “Pour la Science’’ n° 433 – novembro 2013. L P 6 de fevereiro de 2014 • L u s oP r e s s e E praxar os políticos? Por Osvaldo CABRAL J á aqui abordei, por mais de uma vez, a hipocrisia que é a classe política manifestar-se “profundamente preocupada” com temas que dividem a sociedade e, depois, deixar ficar tudo na mesma. Na semana passada dei o exemplo da crescente abstenção eleitoral. Agora temos as praxes académicas. Pelo meio surgem, todos os dias, sinais da mais despudorada hipocrisia. Vejamos as mais recentes. A aprovação do referendo sobre a coadoção e adoção por uma minoria de deputados, ainda por cima com disciplina de voto, que certamente não será realizado, é uma atitude hipócrita para que tudo fique na mesma. Fazer uma grande festa com a redução do défice, quando é sabido que foi à custa das receitas do aumento dos impostos, penalizando os mais fracos, é pura hipocrisia política. Reduzir o défice assim, até a mais humilde Junta de Freguesia. Quando Passos Coelho define o perfil do candidato presidenciável, a apoiar pelo PSD, recusando um “cata-vento de opiniões erráticas”, e depois vem dizer que não se estava a referir a Marcelo Rebelo de Sousa, revela a mais requintada hipocrisia política. O PS e o PCP, ao acordarem a formação de uma comissão parlamentar de inquérito aos Estaleiros de Viana, deixando de fora, subtilmente, o mandato das administrações de José Sócrates, é outra forma hipócrita de fazer política. Vir dizer que os investimentos em ciência e tecnologia aumentaram com este governo, quando está à vista de todos a redução de bolsas individuais de doutoramento e pós-doutoramento, com cortes acima dos 40%, é mais uma hipocrisia. Criar um “grupo técnico” para estudar e propor uma “reformulação da Contribuição Extraordinária de Solidariedade”, é um eufemismo hipócrita, porque o verdadeiro significado da medida é escolher a fórmula constitucional para o corte defini- tivo das pensões. Até no setor da Justiça, quando umas almas penadas vêm propor escutas e buscas aos jornalistas, por causa do segredo de justiça, é outra forma de hipocrisia. Quer dizer, não se vai à fonte, vai-se ao mensageiro. Os exemplos desta prática política, em todos os quadrantes, são assustadoramente crescentes. Revelam o caráter pouco digno que se respira no país político. Voltando às praxes académicas, cuja discussão vai estar, novamente, na agenda política destes dias, deixem-me recordar mais esta hipocrisia da nossa classe política: em 2008 a Comissão de Educação e Ciência da Assembleia da República elaborou um grosso relatório sobre a violência nas praxes académicas, ouvindo várias personalidades do mundo do ensino, incluindo professores, reitores e alunos. Destacadas figuras defenderam o fim das praxes ou, em alternativa, a criação de legislação que orientasse o fenómeno, com castigo severo às praxes violentas. A dita Comissão, presidida, imaginese, por António José Seguro, gastou tempo e tinta no laborioso relatório. Sabem qual foi o resultado? Zero! Digam lá se não dá vontade de pegar nessa classe política e praxá-la na praça pública. ••• PICO – A ilha do Pico, pela sua extensão, tem sido uma das mais martirizadas pelo setor da saúde. Nenhum governante conseguiu, até hoje, encontrar uma fórmula racional e eficaz para resolver os graves problemas dos picoenses na saúde. Surge agora a ideia peregrina de concentrar tudo na Madalena, esvaziando as unidades das Lajes e de S. Roque. Tudo em nome da racionalização financeira. Mas há orçamento para os complementos dos funcionários públicos que já ganham 3 mil euros e margem de manobra para estabelecer horários de 35 horas... É outra forma de hipocrisia política. L P Dia 25 de Março! Primeira edição de um leilão silencioso Participe! O Centro de Ajuda à Família organiza a primeira edição de um leilão silencioso, terça-feira, dia 25 de março de 2014, a partir das 18h, no Restaurante Chez Le Portugais, 4128 St-Laurent em Montréal. As obras de arte de todos os géneros serão expostas e podem ser adquiridas no leilão silencioso. Estas obras foram oferecidas ao Centro por artistas provenientes de vários horizontes, por isso é uma ocasião excecional de encontrar obras de arte de qualidade para todos os gostos e orçamentos. E a tudo isto, acrescenta-se um encontro simpático e agradável, bem como prémios de presença. Esperamos por si! Para mais informações: http://www.centreaidefamille.ca/caf/index.php?id=15 L P 35 anos Página 7 6 de fevereiro de 2014 L u s oP r e s s e Página 8 Deputada luso-canadiana quer mais mulheres portuguesas na política T Teresa Armstrong disse que gostava de ver a comunidade portuguesa “mais envolvida” na política no Canadá, “especialmente as mulheres”. “Ficava mais agradada se houvesse mais portugueses na vida política canadiana, principalmente mais mulheres ativas”, referiu a lusocanadiana em declarações à agência Lusa. Teresa Armstrong é natural da Terceira (Açores) e é a primeira mulher de origem portuguesa a integrar o parlamento provincial do Ontário. “Tem de haver um maior interesse e motivação por parte da comunidade portuguesa para estarem mais ativos”, acrescentou a deputada de 48 anos. Teresa Armstrong passou muito do seu tempo livre em causas associativas, com destaque para o Luso Centre, integrando o elenco diretivo do Luso Centre, associação que ajuda os imigrantes na sua integração na sociedade canadiana, nomeadamente no inglês e também nos requerimentos de imigração. “Tentamos manter a cultura, ficar com as raízes do país, pois temos orgulho em sermos portugueses”, regozijou-se a deputada. Tendo a seu cargo a área da terceira idade, uma das dificuldades dos idosos é a integração quer pela língua quer pela cultura no Canadá, Teresa Armstrong envolve-se com diversas comunidades de London, nomeadamente com a “portuguesa, italiana, grega, coreana e chinesa “, na distribuição de livros nas respetivas línguas para que aquelas comunidades se possam “adaptar” mais facilmente. A lusodescendente imigrou com os seus pais para o Canadá com apenas seis anos de idade. Em Outubro de 2011 foi eleita deputada provincial pelo NDP, principal partido da oposição do governo liberal, pela área de London - Fanshawe. É crítica do seu partido pelas áreas da educação do ensino superior e também pela terceira idade. Além de Teresa Armstrong, existe também outro deputado de origem portuguesa no parlamento provincial, Charles Sousa (Partido Liberal), eleito por Mississauga Sul, atual ministro das Finanças do Ontário. “Estamos em partidos diferentes, mas quando é necessário falar, fazemo-lo, estamos abertos ao diálogo, pelo menos considero que da parte dele (Charles Sousa) também é assim. E no Dia de Portugal, ele faz questão de se lembrar de mim”, afirmou. O NDP em Junho de 2013 viabilizou o orçamento provincial, exigindo algumas Votre medidas ao governo liberal, em particular uma diminuição dos valores das taxas dos seguros automóvel. “Não pretendemos * * * eleições antecipadas, pois trará alguns gastos, e daí que sugerimos ideias, queremos Cabernet Sauvignon - Pinot Noir Merlot uma província meChardonnay - Sauvignon Blanc - Icewine - Port lhor, com a criação de Mais de 40 variedades, em brancos, tintos e rosés. mais empregos”, salientou também lan38 anos Import çando em perspetiva 1265 Boul. O’Brien Ville St-Laurent - H4L-3W1 -514-747-3533 a votação do orçaAberto de terça-feira a sábado. Encerrado ao domingo e segunda-feira. mento para este ano. ORONTO, Ontário - A deputada provincial luso-canadiana Your Merlot Vinho Vinho $3.00 $3.50 $4.00 La Place du Vin A maior loja de vinhos do Canadá - * ver pormenores na loja LP Para aproximar a Diáspora a Portugal Gulbenkian e COTEC relançam iniciativa Candidaturas até 31 de março de 2014 E stão abertas as candidaturas para uma nova edição do Concurso Ideias de Origem Portuguesa e do Prémio Empreendedorismo Inovador na Diáspora Portuguesa, que formam a iniciativa FAZ, promovida pela Fundação Calouste Gulbenkian e a COTEC Portugal com o objetivo de aproximar a diáspora portuguesa do seu país. Os interessados podem submeter candidaturas até 31 de março nos respetivos sítios: www.ideiasdeorigemportuguesa.org e www.cotec.pt/diaspora IDEIAS DE ORIGEM PORTUGUESA O objetivo deste Concurso é encontrar projetos de Empreendedorismo Social que façam a diferença nas áreas do Ambiente e Sustentabilidade, do Diálogo Intercultural, do Envelhecimento e da Inclusão Social. Para participar só é necessário constituir uma equipa que integre um português ou luso-descendente residente no estrangeiro e submeter um vídeo ilustrativo da ideia que propõe. Criado pela Fundação Calouste Gulbenkian em 2010 para usar a experiência, o talento e o dinamismo dos emigrantes portugueses em benefício do seu país de origem, o concurso Ideias de Origem Portuguesa registou grande adesão nas edições anteriores, com um total de 278 ideias provenientes de mais de 30 países dos 5 continentes. Na primeira edição, a ideia vencedora foi “Requalificação a Custo Zero” que se materializou no projeto Arrebita!Porto, atualmente a trabalhar na reabilitação de um edifício devoluto na Ribeira do Porto. Na segunda edição, foram premiados três projetos: Orquestra XXI, que reúne músicos portugueses espalhados pelas melhores orquestras do Mundo para tocar com regularidade em Portugal; Fruta Feia, projeto de combate ao desperdício alimentar, que criou uma cooperativa de consumo para distribuir fruta e legumes que não são vendidos apenas por razões estéticas; e o Rés do Chão, projeto que dinamiza os pisos térreos de edifícios desocupados, aproveitando esses espaços para promover indústrias criativas locais. PRÉMIO EMPREENDEDORISMO INOVADOR NA DIÁSPORA PORTUGUESA O objetivo deste Prémio é distinguir os portugueses que, pela sua ação empreendedora e inovadora, se notabilizaram fora de Portugal nas suas respetivas atividades empresariais, mas também a nível social ou cultural. Promovido pela COTEC Portugal desde 2007, e contando com o alto patrocínio do Presidente da República, este Prémio tem contribuído para fortalecer a ligação dos portugueses ao seu país de origem, mas também tem permitido reforçar a imagem e prestígio de Portugal no estrangeiro. Pretende-se ainda que tenha reflexos na internacionalização da economia e na atração de investimento, mas também na valorização da língua e da cultura nacionais. O Prémio Diáspora já deu a conhecer, ao longo destes sete anos, importantes personalidades que se afirmaram nos meios empresariais, sociais e políticos, em sociedades de acolhimento da mais elevada exigência, como Austrália, EUA ou França. Na última edição, Mapril Baptista foi o vencedor do Prémio e Teresa Lundahl foi distinguida com uma menção honrosa. Mapril Baptista emigrou para França aos 6 anos onde é atualmente proprietário da marca Les Dauphins, líder em venda de ambulâncias, com cerca de 98% de quota de mercado na Ile de France e 50% em todo o país. Teresa Lundahl vive na Suécia, onde fundou a Mateus Stock AB, uma empresa que combina design moderno com artesanato tradicional português, através da produção de peças de cerâmica exclusivas e produzidas à mão em Portugal. A última edição deste Prémio reuniu até agora o número recorde de candidaturas: 155. No último ano destacou-se a participação inédita de candidatos da Índia, Malásia, República Checa e Venezuela. Os países que têm uma forte participação das comunidades portuguesas neste Prémio são os EUA (30), França (23), e o Brasil (17). Os setores mais representados são o empresarial/financeiro, com 29% das candidaturas, seguido pelos setores da restauração/turismo, educação/investigação/ ciência, e indústrias criativas. Mais informações: www.faz.com.pt L P 6 de fevereiro de 2014 L u s oP r e s s e Página 9 Contribua para o REER ou CELI Poupe nos impostos As melhores taxas de juro no mercado REER - CELI Consulte um dos nossos conselheiros. 514-842-8077 45 Anos 6 de fevereiro de 2014 L u s oP r e s s e Página 10 Festival Montréal en Lumière Com pouca participação lusa • Por Norberto AGUIAR E Na festa de sexta-feira passada… Associação Portuguesa fez pela vida • Por Anália NARCISO D iz-se que a maior parte dos clubes e associações da comunidade têm dificuldades em recrutar dirigentes. Também se diz que essa maioria tem problemas financeiros graves. Pode ser. Mas é coisa que não podemos confirmar... Contudo, também sabemos que há quem se esforce para mudar o sentido das coisas nesse domínio. E esse esforço vem de dirigentes associativos como de pessoas do exterior das organizações. Está neste caso Carlos Ferreira, do Grupo Ferreira, que tem ajudado quem se lhe dirige, com particular incidência a Associação Portuguesa do Canadá, que ainda não há muito tempo beneficiou dum investimento de uma soma significativa, direcionada para melhoramentos estruturais. Na sexta-feira passada, nas suas instalações, foi levado a efeito um jantar, «entre amigos?», para angariar fundos para a Associação. E quem esteve por detrás da iniciativa? Claro, o Carlos Ferreira! Muito bem preparado, não tivesse a chancela do novo chefe do Ferreira Café, João Dias, o jantar de sexta-feira à noite foi muito participado, de caras conhecidas na comunidade mas também de outras gentes que quiseram colaborar com a Associação através do carisma do seu promotor, no caso o Carlos Ferreira (presente também o Chefe Marino Tavares). Um porto à chegada, a sopa da pedra, alheiras com grelos e coelho à caçadora ou bacalhau à Castelo Branco fizeram as delícias dos presentes. E que dizer do creme de castanha, sorvete de pera bêbada, sobretudo quando se tem um «fraco» pelas coisas doces? A lista de vinhos, disposta em cima da mesa, também era de topo. O preço era acessível – 45,00 $ – e tinha por missão primeira reverter os seus ganhos para a Associação Portuguesa do Canadá. Para além do jantar, a organização da festa também quis contar com músicos da Comunidade. Foi por isso que Jordelina Benfeito, Luís Duarte e António Moniz estiveram presentes. Cantaram e tocaram algumas das melodias mais importantes dos seus repertórios, nos casos da Jordelina Benfeito e do Luís Duarte, dois dos maiores valores musicais da comunidade, enquanto António Moniz dedilhou as cordas stá às portas o já tradicional e popular festival montrealense «Montréal en Lumière». O pontapé de saída é no dia 20 de fevereiro e prolonga-se até ao dia 2 de março. Muita música, com artistas vindos dos quatro cantos do planeta, mas sobretudo muita gastronomia, estarão fazendo furor nalguns dos principais restaurantes e salas da cidade. Neste 15° ano de realização, o Festival Montréal en Lumière conta com uma presença mínima de portugueses, que estará totalmente ausente no plano musical. São os restaurantes Portus Calle e Helena, da chefe Helena Loureiro, que em 2014 representam a nossa comunidade, quando se sabe que em anos anteriores a nossa representação já teve honras de «Comunidade em destaque». Assim sendo, em ambos os restaurantes «Portus Calle» e «Helena» participará, como chefe convidada, Margarida Cabaço, do restaurante português «São Rosas». Aliás, Margarida Cabaço já foi a convidada da chefe Helena Loureiro em 2013, o que é sinal do êxito que foi a sua presença no ano passado. Mas também soubemos que os restau- rantes Portus Calle e Helena contam apresentar durante o festival uma personalidade de prestígio, que se associará ao próprio «Montréal en Lumière». Ela virá, muito provavelmente, do meio jornalístico e tratarse-á de uma personalidade muito mediática e de grande prestígio. Ao que nos foi dado saber, as negociações estão em curso e vão bem encaminhadas. Por razões evidentes, o seu nome ainda não pode ser divulgado. Se os leitores estiverem interessados em tomar parte neste festival através destes dois restaurantes, aqui fica o respetivo contacto para informações mais pormenorizadas: (514) 849-2070. Entretanto, dentro do possível, o LusoPresse tentará cobrir este acontecimento, versão comunitária. ... E na Música Não há, que saibamos, nenhum artista de origem portuguesa no decorrer do festival, como também já aconteceu em edições anteriores. Mas há presença lusófona nas pessoas dos artistas brasileiros Dom La Nena e Piers Faccini. Eles vão atuar na sexta-feira, dia 21 de fevereiro, em espetáculo levado a efeito na sala do Club Soda, situado no boulevard St-Laurent, esquina com a rua Ste-Catherine. O espetáculo começa às 20h00. L P Em Santa Cruz Emanuel seduz no «Cantar às Estrelas» • Por Norberto AGUIAR A No dia em que Carlos Ferreira comemorou mais uma aniversário de nascimento, a Associação Portuguesa esteve cheia de amigos. Fotos LusoPresse. da sua guitarra, beneficiando do acompanhamento do Luís. E antes que fossem cantados os parabéns ao Carlos Ferreira por mais um aniversário, que nos parece estar a caminho do fim dos cinquenta, o homem forte do Grupo Ferreira ainda havia de pedir para que a Comunidade Portuguesa apoie a Associação Portuguesa pois que se não, «... o risco é que tudo se acabe...». Todos aplaudiram! A festa, transformada em pegada confraternização, terminou pela uma da madrugada. LP cave da Igreja Santa Cruz apresentou sábado passado um número impressionante de pessoas para assistir à festa de cariz açoriano «Cantar às Estrelas». Como atrativo suplementar, bem entendido, esteve presente o popular cantor nacional Emanuel, que esteve pela segunda vez em Montreal e que voltou, pelo que se viu na reação do público, a impressionar a plateia, toda ela rendida às canções e charme do artista. Tudo começou pelo jantar, por sinal servido mesmo assim com alguma celeridade, o que nem sempre acontece em festas deste tipo, para mais com muita gente, para aí umas 500 pessoas. Depois foi tempo para Joe Puga subir ao palco e demonstrar aos seus fiéis admiradores que já está totalmente recuperado, como ele próprio afirmou para quem o quis ouvir. E não só está recuperado como já se apresentou em excelente forma, arrebatando do público os aplausos correspondentes. Daí que não tenha admirado, no fim, que mesmo Emanuel o tenha felicitado pela sua excelente atuação. A parte final da noite do «Cantar às Estrelas» – sem cantar às Estrelas – foi toda preenchida com Emanuel no palco. Assim, de uma só vez. Esta atitude, pelos vistos, foi muito bem recebida pelos presentes, que se deleitaram com a interpretação das suas canções mais queridas e retiradas dos seus CDs «Dança da Paixão» e «Bomba», à venda no local. Antecipadamente teve lugar uma missa em honra de Nossa Senhora das Estrelas, com sermão do padre António Araújo. Em forma de rodapé diremos que foi a primeira vez que assistimos a esta festa realizada na comunidade. E o que nos apetece dizer é que foi uma festa conseguida, por mérito dos seus organizadores, a Família Silva. O único senão, em nossa opinião, terá sido a falta de um grupo de cantares tradicionais que pudesse, de alguma forma, dar a entender o verdadeiro sentido do que é o cantar das estrelas na ilha, com relevância para o que se faz na cidade de Ribeira Grande e seu concelho. LP 6 de fevereiro de 2014 L u s oP r e s s e VALHA-NOS A FRANÇA! • Por Fernando PIRES S erá que a existência do livro em papel tem os dias contados? Contudo, pelo caminho que vamos, existem poucos países que até agora tenham resistido e ousem tomar posição em defesa do livro amigo da “galáxia de Gutenberg” que dormiu connosco na cama durante os anos escolares e perdura desde 1468. Quem tem a coragem de criticar agora as edições digitais do monopólio mundial da Amazon pela publicação do manifesto Mein Kampf de Hitler que sobe para o topo de vendas como um best-seller? (jornal “O Público” 9-01-2014). E que será de nós se não houver por aí muitos big brothers como o George Orwell e Edward Snowden, que nos alertem e protejam de todos os tabletes do digital que se apoderaram deste comércio, e nos invadem os cinco sentidos, sem que nós possamos levantar cabelo? A tudo isto responde a França em defesa F ernanda Moreira Dias – A foto chegou ao LusoPresse pelas mãos de um pai vaidoso da filha que tem. E essa vontade de dar à estampa a cara de uma filha bonita só lhe fica bem. Foi por isso mesmo que, nesta redação, logo anuímos ao pedido que delicadamente nos foi feito pelo Senhor Manuel Dias, pai da Fernanda e homem bem conhecido na comunidade. «Sim, senhora, a foto vai ser publicada. E mais, vamos-lhe dar o relevo que se impõe», palavras de um dos responsáveis do jornal. A Fernanda Moreira Dias, para além de ser bonita, é uma mulher assumida. É casada, mãe de dois filhos (Alejandro Dias e Lucas Manuel Dias) e tem como profissão o ser desenhadora de moda. A foto é do conhecido fotógrafo Manuel Ribeiro. LP dos três mil livreiros franceses, cercados pela edição do digital numérico, monopólio da Amazon que está em vias de se acaparar do lucro mundial do mercado do livro, para já presente na América do Norte e na Europa. Antes de avançar mais sobre o assunto deixem-me dizer que já denunciei algures neste jornal, que a cultura da escrita sempre dominou a cultura oral dos povos onde esta era e esteve menos presente. Foi desde os tempos remotos que a cultura das oligarquias milenárias dominaram desde o aparecimento dos símbolos da escrita e a se implantar há quarto mil anos na Mesopotâmia. Vamos lá então ao assunto do comércio cultural numérico, do qual a Amazon se está a apoderar mas a que uma lei votada pelo senado francês põe um travão, salvando os três mil livreiros independentes franceses das garras do comércio da superfície da Amazon, que engole os mais pequenos. Nada garante, que a lei que impõe as condições à Amazon, ponha fim ao mercado; mas os 9 milhões de euros que o senado francês votou para combater a concorrência deste monopólio podem ser eficazes. A ver vamos. No entanto, a lei anti-Amazon não proíbe a venda do livro numérico. O lucro da Amazon não tem mãos a medir. Mesmo já os Michel Tremblay e as Marias Laberge estão a vender alguns dos seus livros através da edição numérica! Quem sabe se brevemente os “drones” da Amazon poderão distribuir os livros destas pessoas numa praia da Florida? De modo que me interrogo até que ponto a Aliança Comercial que o Canadá assinou com a França, mesmo com a cláusula especial do Quebeque que exclui a cultura desta aliança, pode impedir as garras do elefante da Amazon de atingirem “Les Belles-Soeurs” de Tremblay? Vantagens e desvantagens do numérico da tablete, do iPad, do smartphone, em relação à edição do livro em papel. É certo que qualquer um destes objetos é mais maleável que um livro de bolso. Mas até que ponto a quantidade e a qualidade do conteúdo pode ser absorvida? Esta questão é levantada numa revista científica sobre a memória da biologia que agora é pesquisa das neurociências. A pergunta põe-se da seguinte maneira: “Será que o numérico perturba a memória biológica? Até que ponto os diversos média numéricos em funções simultâneas de situações múltiplas, que exigem uma divisão de atenção, não terá uma influência sobre a memória biológica?” O argumento da vantagem é que o acesso da posição de diferentes janelas permite tarefas múltiplas; mas encaminha-nos para um tratamento automatizado “das informações não consciente que faz intervir estruturas diferentes das quais necessitam uma atenção focalizada”… Depois de alguns textos de um estudo científico universitário a conclusão é de que “a monotarefa é consciente focalizando a atenção, enquanto o estudo das multitarefas é superficial”. Ademais o serviço público da Amazon anda à deriva do benquerer do poder e do capital! Numa análise crítica de um livro, Bill Gates não hesita em afirmar que vê o livro como Cont. Pág. 14, VALHA-NOS... Página 11 ARLINDO VELOSA 7170, boul. Saint-Laurent Agente imobiliário «agréé» HONESTIDADE • EFICIÊNCIA • SERVIÇO ASSEGURADO Para vender ou avaliar a sua propriedade, chame-me! TELEM.: 770-6200 RESID.: 272-2431 ESCRI.: 272-2432 Ahuntsic – Condo, construção 2004, St-Léonrad – 3X2 5½, 3X4½, impecável em sector 4½, 2 quartos fechados, unidade de Villeray – 4X2 5½, 2X1½ impecáveis e completa- muito procurado. Tem lareira, cave acabada e esquina, luxuoso 5° andar, com gara- mente renovados. Um 4½ livre ao comprador. duas garagens. Um 5½ livre para o comprador. gem, piscina, ginásio e air climatizado. Tem aquecimento e electricidade pagos pelos inquilinos. 479 000$. A discutir. id d n Ve o id d n Ve 8080-8090, Boyer – Villeray – Sextuplex destacado, em esquina de rua, 2x5½, 3x3½, 1x2½; um 5½ com cave livre ao comprador. Tem garagem. Ve do i d n id d n Ve o Rosemont – Duplex renovado, 2x3½ (485$ + 420$) próximo de tudo, c/cozinha em melamine, balcão em granito, sala de banho com turbilhão, 8969-8971, Berri – Villeray – 315 000$. 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É ainda uma oficina de restauração e venda de máquinas de café, a particulares e clientes comerciais. Por ser tão particular, o LusoPresse quis saber mais. O resultado foi uma viagem pelo fascinante mundo da degustação do café, seu fabrico e história, assim como o empreendorismo deste jovem português, oriundo de Lisboa. O emigrante empreendedor Foi em 1986 que Paulo Simões visitou pela primeira vez Montreal. Vinha de férias, para visitar a irmã que cá estava e para “juntar uns tustos”; para isso trabalhou no restaurante Solmar. Voltou para Portugal, mas acabou por regressar definitivamente em 1989. “Vim pela oportunidade. Aqui há muito mais possibilidades de desenvolver uma ideia do que em Portugal”. Veio com o intuito de cá ficar só por um ano ou dois anos, e também porque tinha conhecido cá uma amiga da família, uma rapariga italiana, que acabou por ser sua namorada, e mais tarde se tornar sua esposa. O seu mundo sempre esteve ligado ao café. Em Portugal foi responsável por um café que a família possuía e trabalhou numa companhia de cafés. Por isso não foi difícil encontrar trabalho, e pelas mãos do sogro iniciou-se como ajudante num restaurante italiano. Foi lá, que por azos do destino conheceu um mecânico das máquinas Faema, e decidiu candidatar-se ao mesmo cargo, dando início a uma carreira que já vai para perto de 30 anos (24 aqui, 5 em Portugal). Trabalhou na Faema por cerca de um ano e meio mas, empreendedor como é, cedo decidiu trabalhar por conta própria, transformando a garagem de sua casa numa oficina de reparação e venda de máquinas de café. O negócio cresceu e o Paulo Simões foi angariando clientela. Em 1991, num jogo de cartas, a sorte de Paulo Simões iria mudar, foi uma brincadeira, mas conseguiu o aluguer de uma pequena loja, na rua de Bullion, esquina com Mont-Royal, Página 12 pela módica quantia de 250 $. Com os dados do seu negócio lançados, a loja abre portas em 1992, com a preciosa ajuda dos amigos Joaquim Carreira e Fauster. O estabelecimento oferece-lhe a oportunidade de ter um espaço físico para receber os clientes, e de abrir consequentemente um Café para a degustação dos seus produtos. De distribuidor a marca própria O negócio foi um sucesso, e rapidamente Paulo Simões associa-se à Delta como primeiro distribuidor de Montreal, uma vez que a empresa tinha já um importador em Edmonton. Aliou o negócio da restauração e venda de máquinas, com o café, mas quis “sempre importar a minha própria marca de café, dadas as dificuldades de importar directamente o café Delta”. Com as dificuldades impostas, decidiu em 1996 largar a Delta e associar-se directamente ao Café Silveira, o qual distribuiu até 2011, quando a crise atingiu esta empresa portuguesa. Mais uma vez, Paulo Simões não deixou perder a oportunidade, e juntamente com um membro da família Silveira, criou a sua própria marca, Paolo´s Cafés. Com torrefação especial, em Portugal, preparada para as águas de cá, de forma a maximizar o dito sabor português, que segundo Paulo “sabe a café”. De Paulo a Paolo´s É ainda durante os anos 90, na procura de um espaço maior para o seu crescente negócio, que Paulo Simões se muda para o atual Paolo´s Café, situado na Avenida Saint Laurent. O nome Paolo´s vem de um trocadilho, feito com o seu nome e o da sua filha, Di Paolo. Contudo, confessa que nunca quis ter um café, mas antes um local de degustação para suportar a oficina. Mas as pessoas gostaram do ambiente e a coisa foi crescendo, acabando por tornar-se num Café. Um café particular, confessa, sobretudo aqui na Comunidade portuguesa: “Não há álcool, não há futebol, não há televisão nem relógio”, sorri. Mas há bom gosto e uma decoração de qualidade que nos recria uma Lisboa remota, quase fantasiosa, uma decoração “fruto do meu gosto pessoal por coisas antigas” conclui. Tendo uma clientela variada, o Paolo´s Café é hoje um dos cafés portugueses (moído e em grão) mais vendidos no Quebeque. A sua oficina conta já com três mecânicos a tempo inteiro, ocupados na reparação e venda de todos os tipos de máquinas de cafés, particulares ou comerciais. Encontra aqui também cápsulas Bicafés, compatíveis com todas as máquinas, desde Nespresso, Delta Q e afins. Portugal é dono de um excelente café, considerado por muitos o melhor do mundo. Somos especialistas em torragem, fruto da relação com as ex-colónias, e sabemos misturá-los como ninguém. Pelas palavras de Paulo Simões, “os italianos têm a fama, nós temos o saber”. Aproveitem estes dias frios para passarem por lá e apreciarem o Paolo´s Café, um café que sabe a Portugal. L P Televisão Portuguesa de Montreal Visione todos os acontecimentos da Comunidade Horário • Quinta-feira, 20h00 • Sexta-feira, 01h00 (repetição) • Sábado, 09h00 • Domingo, 01h00 (repetição) 514.993.9047 www.montrealmagazine.tv [email protected] 6 de fevereiro de 2014 L u s oP r e s s e Página 13 6 de fevereiro de 2014 L u s oP r e s s e Página 14 VALHA-NOS... Cont. da pág. 11 “sensual” em relação ao “computador glacial”. Quero também de passagem mencionar o fator linguístico, mesmo se não implica uma inclusão direta. O inglês é o esperanto da língua mundial que hoje se impõe pelo código numérico. Numa conferência na UQAM (25/ 10/2013), o linguista Noam Chomsky, respondendo a uma pergunta sobre o desaparecimento das línguas respondeu assim: “É uma perca de quantidade de informação, e também uma tragédia humana, porque estamos a perder a nossa herança cultural”… Isto mesmo se a “galáxia de Gutenberg” continua a existir remando contra ventos e mares; dentro do “cyberspace” de Marshall McLuhan como o mundo real da pequena aldeia, que nos devia a ajudar a construir Edward Snowden, que nos alertem e protejam de todos os tabletes do digital que é o ideal da democracia cidadã. A realidade é outra, a realidade saltanos aos olhos, dado que os cidadãos vivem as ruas da amargura espionadas nas suas vidas privadas. O pensador livre está longe de dizer aquilo que sente na sua canção “Vejam bem que não há só gaivotas em terra quando um homem se põe a pensar”, como canta o Zeca Afonso. Ref.: Apologia do livro – Robert Darnton. Edição Gallimard 2010/2012. Paris. Google e o novo mundo, Bruno Racine. Edições-Perrin.Fr. Jornal “Le Devoir”, Michel Lapierre, 2011. Do Livro sensual ao computador Glacial. Bernard Poulet – O Fim dos jornais e o futuro da informação. Edição Gallimard 2009. FREGUESIAS DO CONCELHO DE LAGOA João Ponte apoia desenvolvimento O Presidente da Câmara Municipal de Lagoa reuniu com a Junta de Freguesia do Cabouco, acompanhado do seu executivo camarário, a convite do seu presidente César Pacheco. Para João Ponte, tratou-se de uma reunião importante, que ocorreu ainda no início de mandato, o que permite perspetivar o trabalho a desenvolver nos próximos 4 anos, consoante as necessidades da população da freguesia do Cabouco e tendo em conta os compromissos eleitorais. Durante a reunião, o autarca lagoense manifestou que é pretensão da autarquia continuar a apostar no desenvolvimento das freguesias do concelho, sabendo “a priori” que este será “um ano atípico em termos de investimento”, uma vez que agora terminou o quadro comunitário de apoio, existindo ainda alguma indecisão relativamente ao novo quadro, no que respeita ao início do mesmo e à natureza dos investimentos que serão comparticipados. O presidente da Câmara Municipal de Lagoa tomou conhecimento da carta de intenções do executivo da Junta para a freguesia do Cabouco, para os próximos 4 anos, onde são expostas algumas intervenções necessárias onde se destacam as acessibilidades. O presidente da Junta de Freguesia do Cabouco teve ainda a oportunidade de apresentar o seu plano de atividades para o presente No Restaurante Solmar João Ponte em reunião na Junta de Freguesia do Cabouco, com o seu presidente César Pacheco. À sua direita a vice-presidente da Câmara, Cristina Calisto. ano e manifestou a sua satisfação por receber o executivo camarário na sede da Junta de Freguesia, mostrando-se bastante agradado pela disponibilidade da autarquia em continuar a apoiar a Junta do Cabouco. Após a reunião, o presidente da Câmara teve a oportunidade de visitar vários locais da freguesia e verificar “in loco” algumas das intervenções necessárias. LP Deputado de Vimont… Com responsabilidades acrescidas O Partido Liberal do Quebeque e o seu chefe Pilippe Couillard acabam de anunciar a nomeação de Jean Rousselle, deputado de Vimont, como porta-voz da Oposição oficial em matéria de Desporto e lazer. Jean Rousselle conserva ao mesmo tempo a responsabilidade que já era sua no campo da habitação, que lhe fora atribuída em Setembro de 2012. Com estas responsabilidades, o deputado de Vimont terá o mandato de explorar o talento e visão do Partido Liberal com objetivo de apoiar as empresas e organismos que traba- lham nestes domínios, isto é, no desporto e na habitação. Jean Rousselle, segundo a missiva recebida na nossa redação, tem vários anos de experiência como voluntário no mundo desportivo. Ele foi treinador de hóquei no gelo para a Associação Desportiva de Monteuil de Laval, assim como treinador de basebol para a Associação Vimont-Auteuil. A sua implicação social e o seu engajamento comunitário valem-lhe 46 anos de bons serviços. A tudo isto, juntase-lhe uma rica experiência profissional a título de chefe de equipa pelos países doadores e responsável do Comité de Acolho e de Partida para a Organização das Nações Unidas, Haiti 2005/2006. Além disso, Jean Rousselle é recipiendário da Medalha do Jubileu de Diamante da Rainha Elizabeth II, atribuída em 2012 pela sua importante implicação social. Responsabilizando Jean Rousselle, o Partido Liberal do Quebeque aproveitará, quando se aproximam os próximos Jogos Olímpicos de Inverno 2014 em Sotchi, de um elemento precioso que promoverá os atletas quebequenses através do mundo. O deputado de Vimont passou a ser, graças à sua ética de trabalho, a sua atitude face à adversidade, a sua simplicidade e notoriedade um modelo importante no seio da sua equipa. LP São Valentim com cantor de luxo! L USOPRESSE – Há quem diga que é o Julio Iglesias português! Estamos a referirmo-nos a José Alberto Reis, cantor popular lusitano que estará em Montreal para animar com as suas canções a Festa de São Valentim do Solmar. Serão duas noites de festa. A primeira na terça-feira, dia 11 de fevereiro, a outra na sexta-feira, dia 14, dia muito especial para todos os namorados – diria, para todos os apaixonados! Para os dois dias, os chefes do Solmar estão preparando uma ementa consentânea com a data, que se prevê muito concorrida. De resto, informam-nos do Solmar que as reservas estão a decorrer a bom ritmo. Para reservas ou outras informações, aqui fica o contacto do restaurante Solmar: (514) 861-4562. LP Centro de Ajuda à Família Encontro da Amizade S exta-feira, dia 14 de fevereiro de 2014, o Centro de Ajuda à Família (CAF) vai organizar um encontro da amizade para todos! Teremos um filme sobre a importância da amizade e do amor nas nossas vidas, jogos e um sorteio com um prémio surpresa! Inscrições até dia 7 de fevereiro: 514-982-0804 [email protected] Onde: 2414 Avenue Mont Royal Est (Entre Chapleau e Franchère). Hora: às 14h. LP Vítor Carvalho ADVOGADO Escritório Telef. e Fax. 244403805 Jean Rousselle, deputado liberal de Vimont. 2480, Alqueidão da Serra - PORTO DE MÓS Leiria - Estremadura (Portugal) Publicidade: 514.835-7199 6 de fevereiro de 2014 L u s oP r e s s e Página 15 DESPORTO IMPACTO CONTINUA PREPARAÇÃO • Escolha... Por Norberto AGUIAR O Impacto de Montreal continua a sua preparação com vista à época que se avizinha. Os treinos têm decorrido a bom ritmo no ginásio/terreno do colégio Marie-Victorin, sob o comando do novo treinador americano, Frank Koplas. Com apenas quatro novos recrutas, sem falar nos atletas oriundos da Academia que se juntaram ao grupo, o Impacto espera poder analisar o seu plantel nesta fase preparatória de maneira a decidir, mais adiante no tempo, se precisa de mais jogadores; e que tipo de jogadores. Eric Miller, George Malki, Pete Caringi e Jordan Ongaro, este canadiano de Edmonton, são os jogadores recrutados nas fases da escolha anual entre todas as equipas, realizadas a meados de janeiro passado. São jovens, mas têm talento para lutar por um lugar ao sol, isto se a equipa técnica montrealense quiser dar tempo ao tempo. Ao invés, se não houver paciência, pode ser que o destino deles possa ser algures. Sem Nesta, jogador que dava prestígio ao grupo e que imponha responsabilidade, e sem Arnaud, seu ex-capitão, o Impacto terá de reforçar fileiras para que em novembro próximo possa estar disputando a fase eliminatória, de novo o grande objetivo do clube para 2014. Vale que Nelson Rivas, que em duas temporadas jogou pouco mais que meia dúzia de partidas, está de regresso... E diz-se que poderá recuperar a forma que fez dele um dos melhores jogadores do Inter Milão! Quando a nossa próxima edição estiver de volta, o Impacto estará na Florida, na segunda fase da sua preparação, onde por acaso participará no torneio de Orlando, com várias equipas. Trata-se do mesmo torneio que venceu em 2013. Estados Unidos vencem A Seleção dos Estados Unidos jogou a Se viajar para os Açores... À parte John Tavares, o outro lusodescendente da equipa de hóquei no gelo do Canadá que toma parte nos Jogos Olímpicos é Drew Dougthy. semana passada contra a Seleção da Coreia do Sul, formação também apurada para o Campeonato do Mundo de Futebol Brasil 2014. O jogo teve lugar em Los Angeles e o resultado foi uma vitória americana por 2-0. Pode dizerse que a vitória dos ianques foi justa e sem apelo, mesmo se os Estados Unidos apresentaram um leque de jogadores só proveniente da Major League Soccer. A exceção foi Diskerud, que por alinhar no Campeonato da Noruega, interrompido devido ao inverno rigoroso naquele país, pôde alinhar pela sua seleção. A razão da não participação de jogadores americanos a disputarem campeonatos na Europa teve a ver com o facto de esta não ser uma data FIFA, que antes do Mundial do Brasil só vai acontecer duas vezes, a primeira já no dia 5 de março. Com os 23 jogadores da MLS neste jogo e os mais de uma dúzia que podem ser recrutados na Europa, os Estados Unidos que, não se esqueçam, estão no grupo de Portugal, podem e devem fazer uma equipa poderosa, capaz de dar boa luta no Mundial. FPF festeja 100 anos A Federação Portuguesa de Futebol festeja 100 anos no dia 31 de março. E vai daí, decidiu convidar o presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, para presidir ao evento. Foi Fernando Gomes, presidente do organismo que dirige o futebol em Portugal, que em nome da sua direção, convidou o mais alto dignitário da nação para aquele efeito. Mas Fernando Gomes não se ficou por aí. Também convidou Cavaco Silva para estar presente na final da Taça de Portugal, no Jamor, a 18 de maio, e na final da Liga dos Campeões, no Estádio da Luz, no dia 24 de maio. Não satisfeito, Fernando Gomes ainda abordou o presidente da República para a possibilidade dele estar presente num dos jogos da Seleção Nacional no Campeonato do Mundo do Brasil. Jogos Olímpicos Os Jogos Olímpicos de Inverno começaram hoje em Sotchi, na Rússia. Na delegação do Canadá, país que acolhe uma comunidade portuguesa avaliada em 600 mil pessoas, estão dois luso-descendentes, os jogadores de hóquei no gelo John Tavares, do Islanders de Nova Iorque, e Drew Dougty, dos Kings de Los Angeles. Depois da participação de Meaghan Benfeito nos Jogos Olímpicos de Verão de Londres 2012, são agora mais dois dos «nossos» a estarem na Rússia para representar o Canadá e que, tal como Meaghan Benfeito, com bastas possibilidades de regressarem ao país que os viu nascer de medalha ao pescoço. Ambos são oriundos da província do Ontário. L P A Seleção dos Estados Unidos,contra a Coreia, fez um bom jogo e o seu capitão, Landon Donavan, teve papel preponderante ao preparar os dois golos de Wondo. Publicidade: 514.835-7199 Paulo Duarte SEDE: Largo de S. João, 18 9500-106 Ponta Delgada Tel.: 296 282 899 Fax: 296 282 064 Telem.: 962 810 646 Email: [email protected] www.rentacar-eurocor.com AÇORES L u s oP r e s s e 6 de fevereiro de 2014 LE JOURNAL DE LA LUSOPHONIE Página 16 Éditeur et rédacteur en chef : Norberto Aguiar Directeur : Carlos de Jesus ÜÜÜ°ÕëÀiÃÃi°VÊUÊÀ>JÕëÀiÃÃi°V O nnovo ovo pprograma rograma de de ttelevisão elevisão em em português! português! Início: nício: Segunda-feira, dia 16 de dezembro, pela primeira vez em vossas casas, com ICI International (no ar a partir do dia 11 de Dezembro) Canal 47 (sinal aberto) Canal 16 ou 616 em alta definição Canal 216 Fibe ou 1216 em alta definição Apresentadores: Carlos do Rio e Ludmila Aguiar Horários de difusão: segunda-feira das 22h00 às 23h00 e sábados das 11h00 ao meio-dia. Telenovela (Bem-vindos a Beirais): de segunda a sexta-feira, das 17h00 às 18h00. Repetição: de segunda a sexta-feira, das 06h00 às 07h00 e das 12h00 às 13h00. Informação : 450.628-0125 - 514.835-7199 - [email protected] o a Aguiar quaAngduiar, il m d u L e io R Carlos do ra entrevistar Norberto pa v. se preparam to tivo da LusaQ T produ r execu Patrocínio do Restaurante ndo LusaQ Tv, qudaois a d r o d ta en m s, co hia dos Carlos de Jesu rvir na compaundmila Aguiar te in ra a p ra a p L se pre Carlos do Rio e apresentadores, Onde prima a alta qualidade gastronómica! 1446, rue Peel – Montréal Telefone: 514.848-0988 Fax: 514.848-9375 [email protected] www.ferreiracafe.com