Panorama Tecnológico NMC 2014 Universidades Brasileiras Sumário Executivo ...................................................................................................................................................... 1 Horizonte de Tempo para Adoção: Um Ano ou Menos § § § § Sala de Aula Invertida ............................................................................................................................................ 5 Games e Gamificação ........................................................................................................................................... 6 Aplicativos Móveis .................................................................................................................................................. 7 Aprendizado Online ............................................................................................................................................... 8 Horizonte de Tempo para Adoção: Dois a Três Anos § Análise da Aprendizagem...................................................................................................... § § § 9 Aprendizado Móvel .............................................................................................................................................. 10 Conteúdo Aberto ................................................................................................................................................. 11 Laboratórios Remotos e Virtuais .................................................................................................................... 12 Horizonte de Tempo para Adoção: Quatro a Cinco Anos § § § § Realidade Aumentada ....................................................................................................................................... 13 Internet das Coisas ............................................................................................................................................... 14 Inteligência de Localização .............................................................................................................................. 15 Assistentes Virtuais ............................................................................................................................................... 16 Principais Tendências que Aceleram a Adoção de Tecnologia ........................................... 17 Desafios Significativos que Impedem a Adoção de Tecnologia ......................................... 19 Metodologia ................................................................................................................................................................... 21 Comitê de Especialistas Horizon Project Brasil 2014 ................................................................... 23 Uma análise regional do Horizon Project Uma análise regional do Horizon Project Panorama Tecnológico NMC 2014 Universidades Brasileiras Uma análise regional do Horizon Project uma colaboração entre New Media Consortium e Saraiva O Grupo Saraiva, companhia nacional de capital aberto com cerca de seis mil funcionários e que em 2014 celebra seu centenário, cria e distribui conteúdo, tecnologia e serviços por meio de seus Negócios Editoriais e Varejo. O Grupo é referência na produção de conteúdo para educação básica, ensino técnico e superior, em especial Direito, onde é líder de mercado. Suas soluções educacionais incorporam tecnologias inovadoras, tais como aprendizagem adaptativa, biblioteca digital por assinatura, plataformas gamificadas, fornecendo também conteúdo e metodologia para o ensino à distância. Possui um rico acervo em literatura, papelaria, música, filmes, games e softwares, telefonia, eletrônicos, periódicos, além de serviços de recarga de celular, venda de ingressos, cartão presente, cartões prépagos, seguros, assistência técnica, entrega garantida e entrega em domicílio. Para saber mais, visite www.saraiva.con.br © 2014, The New Media Consortium. Licença Creative Commons A permissão é concedida sob uma Licença de Atribuição Creative Commons 4.0 para reproduzir, copiar, distribuir, transmitir ou adaptar este relatório fornecido livremente. A atribuição deve ser fornecida como ilustrada na citação abaixo. Para ver uma cópia desta licença visite http://creativecommons.org/licenses/by/4.0/ ou envie uma carta para Creative Commons, 559 Nathan Abbott Way, Stanford, California 94305, USA. Citação Johnson, L.; Adams Becker, S.; Cummins, M.; e Estrada, V. (2014). 2014 NMC Technology Outlook for Brazilian Universities: A Horizon Project Regional Report. Austin, Texas: New Media Consortium. Imagem de Capa via BigStock Photography: bigstockphoto.com ISBN 978-0-9906415-3-7 Uma análise regional do Horizon Project Sumário Executivo Sumário Executivo O NMC 2014 – Panorama Tecnológico para as Universidades Brasileiras: uma análise regional do Horizon Project reflete um esforço de pesquisa colaborativa entre o New Media Consortium (NMC) e Saraiva para ajudar a informar os líderes da educação no Brasil sobre desenvolvimentos significativos em tecnologias de apoio ao ensino, aprendizagem e investigação criativa no Ensino Superior. Toda a investigação subjacente ao relatório faz uso de processos do NMC baseados em Delphi para levar os grupos de especialistas a um consenso, neste caso, em torno do impacto das tecnologias emergentes no ensino, aprendizagem e investigação criativa em instituições de Ensino Superior no Brasil nos próximos cinco anos. O mesmo processo está na base da conhecida série NMC Horizon Report, que é o produto mais visível de um esforço contínuo de investigação, iniciado há mais de 12 anos, para identificar e descrever sistematicamente as tecnologias emergentes que possam ter um grande impacto sobre a educação em todo o mundo. O NMC 2014 – Panorama Tecnológico para as Universidades Brasileiras foi produzido para explorar tecnologias emergentes e prever seu impacto potencial expressamente no contexto do ensino superior. No esforço que ocorreu no período de agosto a setembro de 2014, um comitê cuidadosamente selecionado de especialistas foi convidado a considerar centenas de artigos relevantes, notícias, publicações de blogs, pesquisas e exemplos de projetos como parte da preparação que, em última análise, identificou os temas tecnológicos emergentes mais notáveis, tendências e desafios para as universidades brasileiras ao longo dos próximos cinco anos. Conhecido como Comitê de Especialistas Horizon Project Brasil 2014, esse grupo de líderes do pensamento consiste em 41 indivíduos distintos, todos altamente considerado em suas áreas. Coletivamente, o comitê representa uma gama de perspectivas diversas em todo o setor da educação para o Ensino Superior brasileiro. O projeto foi conduzido sob uma filosofia de dados abertos e todos os projetos provisórios, pesquisa secundária, discussões e ranking de instrumentação podem ser vistos em brasil.wiki.nmc.org. A metodologia de pesquisa empregada na produção da análise é detalhada em uma seção especial encontrada no final deste relatório. Tabela 1: Comparação dos 12 Tópicos “Finalistas” em Três Pesquisas do NMC Horizon Project NMC 2013 – Panorama Tecnológico para as Universidades da América Latina Horizonte de Tempo para Adoção: Um Ano ou Menos BYOD Sala de Aula Invertida Ambientes Colaborativos Sala de Aula Invertida Games e Gamificação Aprendizado Online Análise da Aprendizagem Aplicativos Móveis Conteúdo Aberto MOOC Aprendizado Online Redes Sociais Horizonte de Tempo para Adoção: Dois a Três Anos Impressão 3D Análise da Aprendizagem Realidade Aumentada Games e Gamificação Aprendizado Móvel Análise da Aprendizagem Internet das Coisas Conteúdo Aberto Aprendizado Móvel Tecnologia Vestível Laboratórios Remotos e Virtuais Aprendizagem Personalizada Horizonte de Tempo para Adoção: Quatro a Cinco Anos Computação Afetiva Realidade Aumentada Impressão 3D Telas Flexíveis Internet das Coisas Internet das Coisas Quantified Self Inteligência de Localização Aprendizado de Máquina Assistentes Virtuais Assistentes Virtuais Laboratórios Remotos e Virtuais NMC Horizon Report: Edição Ensino Superior 2014 NMC 2014 – Panorama Tecnológico para as Universidades Brasileiras As 12 "tecnologias para acompanhar", apresentadas no corpo deste relatório refletem a opinião dos nossos especialistas sobre quais, das cerca de 60 tecnologias consideradas, serão mais importantes para as universidades brasileiras ao longo dos cinco anos, após a publicação do relatório. Como a Tabela 1 acima ilustra, as escolhas dos nossos especialistas se sobrepõem de forma interessante com as daqueles que contribuíram para o NMC Horizon Report: Edição Ensino Superior 2014, que olharam para a © 2014, NMC Uma análise regional do Horizon Project Page 1 Sumário Executivo adoção de tecnologia em universidades e faculdades a partir de uma perspectiva global; e 2013 NMC – Panorama Tecnológico para as Universidades da América Latina, que fornece uma perspectiva das tecnologias que impactam a região da América Latina. Todos os três comitês de especialistas destes projetos — um grupo de 131 especialistas reconhecidos — concordam que a aprendizagem online, de alguma forma, provavelmente, irá para o uso geral dentro do próximo ano — uma tendência que abrange a educação em grande parte do mundo. Universidades brasileiras ilustram essa tendência, pois são, frequentemente, parceiras de organizações como o Veduca e Coursera para fornecer mais oportunidades abertas de aprendizagem online para aumentar o acesso à educação de alta qualidade. Além disso, os comitês de especialistas brasileiros e latino-americanos demonstraram consenso em torno da análise da aprendizagem, tendo a penetração generalizada uma distância de dois a três anos. Muitas universidades no Brasil estão começando a pilotar ferramentas internas de análise da aprendizagem para monitorar o progresso do aprendizado do estudante e seus padrões de comportamento, tornando mais fácil de identificar onde eles precisam de ajuda extra. A próxima geração de análise da aprendizagem é a aprendizagem adaptativa, onde o ambiente responde ao comportamento dos indivíduos com a recomendação de artigos ou atividades – para um aluno que tem demonstrado a necessidade de mais tempo para compreender o material por exemplo. A Saraiva está desenvolvendo uma plataforma como essa para preparar os estudantes brasileiros para concursos públicos. Tabela 2: Primeiras Posições no Ranking de Tendências em Três Pesquisas do NMC Horizon Project NMC Horizon Report: Edição Ensino Superior 2014 NMC 2014 – Panorama Tecnológico para as Universidades Brasileiras NMC 2013 – Panorama Tecnológico para as Universidades da América Latina Integração de Modelos de Aprendizagem Híbrida Integração de Modelos de Aprendizagem Híbrida Crescente Onipresença das Redes Sociais Popularização da Avaliação e Aprendizagem Orientada a Dados O Formato Digital Está Se Tornando a Regra Integração de Modelos de Aprendizagem Híbrida Evolução d Aprendizado Online Reinvenção Maciça do Computador Pessoal Repensando o Papel dos Educadores Os mesmos dois comitês de especialistas percebem o aprendizado móvel estar no horizonte de médio prazo; no entanto, a pesquisa para este relatório indica que ainda há uma necessidade de melhorar a banda larga móvel, juntamente com as políticas nacionais e universitárias que incentivam o uso efetivo de smartphones e tablets no Ensino Superior brasileiro. Os preparativos para sediar a Copa do Mundo de 2014 fortaleceram a rede de telefonia celular, que tem sido uma precursora importante para o aprendizado móvel. O Ministério das Comunicações aprovou, recentemente, projetos no valor de 450 milhões de reais para entregar tecnologia LTE-450 aos municípios em 14 estados. No entanto, alguns educadores ainda veem os dispositivos móveis como distrações em sala de aula e não como ferramentas de aprendizagem valiosas. Embora existam várias outras sobreposições entre os comitês, há algumas diferenças entre a percepção de horizonte de tempo para adoção. Por exemplo, o comitê de especialistas do Horizon Project Brasil sente que os games e a gamificação se popularizarão no curto prazo; enquanto o comitê global do Horizon Project: Edição Ensino Superior 2014 acredita que ocorra de dois a três anos. Existem vários exemplos de universidades brasileiras, como a Universidade de Campinas, que já estão trabalhando com jogos educativos e aplicativos de jogos para ajudar os alunos a aprender sobre assuntos complexos – além de concursos conduzidos pelo governo que convidam residentes no Brasil a criar jogos. Essas habilidades de programação e design são cada vez mais valorizadas e estão sendo incorporadas em iniciativas nacionais e no currículo universitário. © 2014, NMC Uma análise regional do Horizon Project Page 2 Sumário Executivo A Internet das Coisas está presente na lista de tecnologias dos três comitês, embora seja importante ressaltar que o comitê global percebe a sua adoção generalizada anos antes. Universidades no Brasil estão começando a investigar as possíveis aplicações educacionais de objetos em rede. Várias empresas brasileiras estão sediando hackathons e financiando projetos que estimulem a conceituação e desenvolvimento de produtos relacionados à Internet das Coisas. Tabela 3: Primeiras Posições no Ranking de Desafios em Três Pesquisas do NMC Horizon Project NMC Horizon Report: Edição Ensino Superior 2014 NMC 2014 – Panorama Tecnológico para as Universidades Brasileiras NMC 2013 – Panorama Tecnológico para as Universidades da América Latina Aumentar o Acesso à Educação Competição de Novos Modelos de Educação Reduzir a Lacuna Tecnológica Entre Professores, Tutores e Estudantes Reduzir a Lacuna Tecnológica Entre Professores e Alunos Atraso em Métricas de Avaliação de Aprendizagem Adequadas Aumentar o Acesso à Educação Manter a Educação Relevante Baixa Fluência Digital do Corpo Docente Baixa Fluência Digital do Corpo Docente O conteúdo aberto, selecionado no horizonte de curto prazo pelo comitê da América Latina de 2013, está posicionado pelo comitê brasileiro no horizonte de médio prazo. Este movimento está se espalhando por todo o Brasil com iniciativas como o Open Knowledge Brazil e Recursos Educacionais Abertos; os quais refletem uma meta nacional para proporcionar mais oportunidades de aprendizagem, sem nenhum custo. Tanto o comitê brasileiro quanto o latino-americano concordam que os laboratórios remotos e virtuais estão mudando a forma como os alunos aprendem STEM (ciência, tecnologia, engenharia e matemática); mas o comitê brasileiro vê a tecnologia avançar mais cedo. As universidades estão alavancando tendências de aprendizagem híbrida e online, incluindo o modelo de sala de aula invertida, tornando mais fácil para os alunos executarem experimentos científicos quantas vezes quiserem, a partir de onde quer que estejam. Os laboratórios remotos estão expondo os alunos a equipamentos de ponta em universidades de todo o mundo. Há duas opções que distinguem os pontos de vista expressos pelo comitê de especialistas do Horizon Project Brasil 2014 dos de seus colegas: os aplicativos móveis e a inteligência de localização. Aplicativos móveis são vistos como ferramentas valiosas para as redes sociais, monitoramento de saúde, dentre outras; e as universidades brasileiras estão, cada vez mais, se tornando incubadoras para o desenvolvimento de aplicativos. Até mesmo os estudantes estão desenvolvendo aplicativos e ganhando habilidades vitais de informática ao longo do caminho. A adição de inteligência de localização leva esses aplicativos para o próximo nível, fornecendo informações e serviços úteis aos usuários com base em sua localização. As nuances das tecnologias e seus horizontes de adoção destacados neste relatório são específicos para as universidades no Brasil, mesmo que haja semelhanças com outros relatórios. Da mesma forma, as principais tendências (tabela 2 e páginas 17-18) e desafios significativos (tabela 3 e páginas 19-20) selecionados pelo comitê do Brasil de 2014, distintamente refletem os condutores e obstáculos atuais a serem observados pelas universidades brasileiras nos próximos cinco anos. As tendências e os desafios mais importantes, relatados nas listas, estão incluídos no sumário e são organizados por categorias baseadas em tempo e descritas nas seções correspondentes do presente relatório. De acordo com o comitê de especialistas do Horizon Project Brasil, a integração da aprendizagem híbrida é uma tendência crescente nas universidades. Hoje, é altamente incomum para uma instituição educacional não ter presença online. O uso de redes sociais – juntamente com o conteúdo aberto – prolifera-se através da Internet, tornando mais fácil para os professores e os alunos descobrirem recursos relevantes e oportunos e compartilhar os seus próprios. Esta tendência tem também © 2014, NMC Uma análise regional do Horizon Project Page 3 Sumário Executivo provocado novas abordagens de aprendizagem, tais como a Sala de Aula Invertida, em que grande parte das palestras e do conteúdo acadêmico é oferecida online para os alunos acessarem em casa – possibilitando mais tempo em classe para se dedicarem a atividades mais práticas e envolventes. Além disso, a reinvenção maciça do computador pessoal torna a tecnologia mais proeminente no ensino e aprendizagem do Ensino Superior no Brasil. Professores e alunos já não estão atados a computadores de mesa, mouses e teclados; os smartphones e tablets estão facilitando a descoberta, compartilhamento e criação de recursos educacionais dentro e fora do campus. eMarketer prevê que o Brasil terá uma taxa de penetração de smartphones de 36% no final de 2014, com um aumento de 10,9 milhões a mais de proprietários de smartphones. Os Comitês do Horizon Project, em geral, concordaram que tendências como essas são condutores claros de adoção da tecnologia; o comitê do Brasil, especialmente, percebeu tal vínculo. Ao mesmo tempo, estes comitês de especialistas também concordam que a adoção da tecnologia, muitas vezes, é prejudicada por desafios locais e sistêmicos – que se baseiam em realidades cotidianas que tornam difícil o seu aprendizado, e muito mais adotar novas ferramentas e abordagens. O comitê concordou que ampliar o acesso à educação é de extrema importância, visto que nem toda a população brasileira pode pagar para se matricular em instituições de Ensino Superior. A aprendizagem online e o conteúdo aberto são vistos como veículos para resolver este problema e ampliar oportunidades de aprendizagem para mais pessoas, embora nem todos no país ainda tenham suficiente acesso à Internet e o Wi-Fi nem sempre é livre. O comitê também acredita que reduzir a lacuna tecnológica entre professores e alunos é um desafio imperativo, mas difícil de resolver. Enquanto as gerações atuais e os novos alunos já estão familiarizados com dispositivos móveis, redes sociais e outras tecnologias – tendo crescido com eles –, muitos professores não têm as mesmas inclinações naturais. Além disso, o treinamento de tecnologia não é prevalente na formação de professores e instrutores em todo o Brasil. Há uma necessidade de programas onde professores continuamente podem aprender como utilizar as novas tecnologias e descobrir maneiras criativas para integrá-las em seu currículo. Manter a educação relevante é percebido pelo comitê do Brasil como um desafio complexo — um que é difícil de definir e ainda mais de resolver. Espaços de aprendizagem informais, sob a forma de MOOC e a Khan Academy, colocam em cheque a necessidade de universidades nos modelos tradicionais, ao passo que os alunos podem aprender novas habilidades em qualquer lugar. O valor do título está sendo questionado, especialmente, no caso dos cursos técnicos, que diminuem o tempo que o aluno passa na escola e o dinheiro que investe lá. Determinar maneiras de tornar a educação mais acessível e expor alunos a treinamentos do mundo real que eles não conseguem em nenhum outro lugar é a chave para atenuar esse problema. Estes pontos e comparações fornecem um contexto importante para o corpo principal do relatório que segue este resumo. Lá, as 12 tecnologias principais estão perfiladas, cada um em uma única página que descreve e define a tecnologia classificada como muito importante para as universidades brasileiras no próximo ano, de dois a três anos e de quatro a cinco anos. Cada página abre com uma definição cuidadosamente detalhada de cada tecnologia, descreve sua relevância educacional, aponta para vários exemplos de seu uso atual e termina com uma pequena lista de leituras adicionais para aqueles que desejam aprender mais. Após essas discussões, existem seções que detalham as principais tendências e desafios no ranking dos especialistas, que são classificados de modo a responderem o porquê de serem vistos como fatores altamente influentes na adoção ou proliferação de qualquer uma dessas tecnologias para os próximos cinco anos. Estas seções principais, e este relatório em geral, constituem uma referência e guia de planejamento de tecnologia para educadores, pesquisadores, administradores, formuladores de políticas e tecnólogos. É nossa esperança que esta pesquisa ajude a oferecer informações sobre as escolhas que as instituições estão fazendo com relação à tecnologia para melhorar, apoiar ou ampliar o ensino, a aprendizagem e a investigação criativa no Ensino Superior brasileiro. Profissionais da educação em todo o mundo se baseiam no NMC Horizon Project para os seus relatórios globais e regionais como referência de planejamento estratégico de tecnologias; e é para esse fim que apresentamos o NMC 2014 – Panorama Tecnológico para as Universidades Brasileiras. © 2014, NMC Uma análise regional do Horizon Project Page 4 Tecnologias para Acompanhar Tempo para Adoção: Um Ano ou Menos Sala de Aula Invertida A sala de aula invertida (flipped classroom) refere-se a um modelo de aprendizagem que reorganiza o tempo gasto dentro e fora da classe, transferindo o protagonismo da aprendizagem dos educadores para os alunos. No modelo de sala de aula invertida, o tempo valioso de classe é dedicado ao aprendizado mais ativo, com base em projetos onde os alunos trabalham juntos para resolver desafios locais ou globais — ou outras aplicações no mundo real — para ganhar uma compreensão mais profunda do assunto. Ao invés de o instrutor usar o tempo de aula para fornecer informações, o trabalho é feito por cada aluno depois da aula e pode assumir a forma de assistir a palestras, ouvir podcasts, folhear conteúdo de e-books ou colaborar com seus pares em comunidades online. Os estudantes acessam ferramentas e recursos online a qualquer hora que eles precisarem. A faculdade pode, então, dedicar mais tempo a interagir com cada indivíduo. Depois da aula, os alunos gerenciam o conteúdo que eles usam, o ritmo e estilo de aprendizagem e as formas com que demonstram seus conhecimentos; o instrutor se adapta a abordagens instrucionais e colaborativas para atender as necessidades de aprendizagem e percursos de aprendizagem pessoais. O objetivo é que os alunos aprendam mais autenticamente. O modelo de sala de aula invertida é parte de um movimento pedagógico maior que se sobrepõe com a aprendizagem híbrida, aprendizagem baseada na investigação, abordagens educacionais e outras ferramentas que se destinam a serem mais flexíveis, ativas e atraentes para os estudantes. Relevância para o Ensino, Aprendizagem ou Investigação Criativa § Os conceitos de sala de aula invertida, além de proporcionar aos alunos um conjunto mais diversificado de recursos de aprendizagem, apoiam a aprendizagem autodirigida. § Uma aprendizagem mais ativa é um componente importante da sala de aula invertida: palestras são vistas como discussões online que se desdobram em casa, enquanto os professores usam o tempo de aula para atividades práticas ou viagens fora do prédio. § O componente online da sala de aula invertida permite que os alunos reproduzam atividades de aprendizagem vitais, tais como assistir novamente a aulas em vídeo e executar experimentos virtuais sempre que necessário, a fim de compreender completamente o assunto. Sala de Aula Invertida na Prática § A Faculdade de Educação de Bom Despacho e a Universidade Federal de Itajubá fazem parte de um consórcio de 18 membros das instituições que investem em um modelo de sala de aula invertida, em que os alunos acessam o conteúdo em casa: go.nmc.org/minas. § Os alunos do Instituto Singularidades estudam o material do curso em casa e, em seguida, discutem o conteúdo com seus colegas e professores durante a aula: go.nmc.org/insing. § A Uniamérica, em Foz do Iguaçu, reestruturou sua abordagem pedagógica, disponibilizando o conteúdo a ser estudado antes da aula em uma plataforma de vídeo online: go.nmc.org/abole. Para Ler Mais Faculdades no Vale Importam Métodos de Ensino de Harvard go.nmc.org/vale (G1, 18 de março de 2014.) Nas salas de aula invertidas em universidades no Vale do Paraíba, os novos layouts da classe capacitam os alunos a serem mais eficazes, agrupados em círculos de discussão – em vez de fileiras. Instrutores das áreas de Ciências Humanas e Tecnologia estão, atualmente, experimentando com estes novos arranjos. Unidos Para Encontrar a Metodologia Ideal go.nmc.org/vidauni (Adriana Czelusniak, Gazeta de Povo, 21 de julho de 2014.) O post explora novas metodologias educacionais, como a sala de aula invertida, onde o ensino se torna mais dinâmico e interativo. Os estudantes se beneficiam ao aprender a trabalhar em grupo e procurar soluções para problemas urgentes. © 2014, NMC An NMC Horizon Project Regional Report Page 5 Tecnologias para Acompanhar Tempo para Adoção: Um Ano ou Menos Games e Gamificação A cultura em torno de jogos digitais está crescendo para abranger uma parte significativa da população do mundo, com a idade de um jogador mediano aumentando a cada ano. A indústria de games está produzindo um fluxo constante de jogos que continuam a expandir-se em sua natureza e impacto — eles podem ser artísticos, sociais e colaborativos, com muitos permitindo a um grande número de pessoas de todo o mundo participar simultaneamente. Um estudo de 2013 da Associação Americana de Psicologia destaca o impacto cognitivo, motivacional, emocional e social que j os games têm sobre o comportamento humano; este corpo significativo de investigação sublinha o potencial enorme de jogos digitais para ensinar novas formas de pensamento e comportamento. Estudos como estes estão incentivando a aceitação dos games no mundo do comércio, militar, educação, dentre outros. A gamificação — integração de elementos, mecânica e estruturas de game em situações e cenários não próprios deles para treinamento e propósitos motivacionais — foi acrescentado um outro nível de complexidade para as discussões que envolvem o potencial dos games para transformar o ensino e a aprendizagem. A gamificação de ambientes de aprendizagem está ganhando apoio entre os educadores que reconhecem que os games, efetivamente projetados, estimulam grandes ganhos de engajamento, produtividade, criatividade e aprendizagem autêntica. Relevância para o Ensino, Aprendizagem ou Investigação Criativa § A aprendizagem baseada em objetivos e descobertas é, muitas vezes, inerente a jogos educativos e experiências gamificadas, promovendo oportunidades para a colaboração e o desenvolvimento de habilidades de construção de equipes. § Os games educativos são usados para ensinar conceitos transversais que abordam diversos assuntos e, muitas vezes, são mais atraentes do que as abordagens tradicionais. § Simulações e role-playing games (RPGs) permitem que os alunos reencenem situações difíceis para tentar novas respostas ou construir soluções criativas. Games e Gamificação na Prática § A Dutch Waag Society e o Mobilefest projetaram um game para celular que ensina a cultura e a história do Brasil por meio de atividades baseadas em localização: go.nmc.org/jamify. § A Electronic Arts e o escritório da UNICEF no Brasil fizeram uma parceria para criar um concurso de desenvolvimento de games de "edutenimento" para estudantes universitários em São Paulo: go.nmc.org/gqmbk. § Pesquisadores da Universidade de Campinas, juntamente com a Universidade de Purdue, nos Estados Unidos, desenvolveram "3D Class", um aplicativo de aprendizado baseado em jogos de química e ciências da vida: go.nmc.org/szvgg. Para Ler Mais Gamificação e a Educação na América Latina go.nmc.org/laedu (Frederico de Azevedo Aranha, IDG Connect, 27 de agosto de 2014.) O autor descreve os fatores políticos e industriais que estão criando um clima favorável para a educação gamificada na América Latina. Gamificação Aplicada à Educação: Um Mapeamento Sistemático (PDF) go.nmc.org/sacomp (Simone de Sousa Borges et al., Symposium on Applied Computing, 2014.) Uma equipe de pesquisadores de universidades brasileiras realizou um estudo de mapeamento para entender a amplitude da pesquisa que foi realizada sobre a gamificação na educação. © 2014, NMC Uma análise regional do Horizon Project Page 6 Tecnologias para Acompanhar Tempo para Adoção: Um Ano ou Menos Aplicativos Móveis Há uma revolução que está ocorrendo no desenvolvimento de software que se assemelha às mudanças, nos últimos anos, nas indústrias de música, editoriais e de varejo. Smartphones, como o Galaxy, iPhone e Android, têm redefinido o que entendemos por computação móvel; e as pequenas extensões de software, muitas vezes simples e de baixo custo para esses dispositivos – apps – tornaramse um foco de desenvolvimento. Um aplicativo popular pode ver milhões de downloads em um curto espaço de tempo; e esse mercado potencial tem gerado uma grande onda de criatividade que é aparente nas extensas coleções disponíveis nas lojas de aplicativos. Estes fenômenos de varejo oferecem uma maneira fácil, rápida e totalmente nova para oferecer software que reduz os custos de distribuição e marketing de forma significativa. A App Store, da Apple, foi criada em julho de 2008; o Google seguiu o exemplo e lançou uma loja de aplicativos em outubro do mesmo ano. Statista informa que, até junho de 2014, 75 bilhões de aplicativos tinham sido baixados na loja da Apple e InformIT revelou que o Google Play ultrapassou 80 bilhões de downloads. No primeiro trimestre de 2014, o Brasil foi o segundo maior mercado de downloads de aplicativos na loja do Google Play, de acordo com App Annie. Aplicativos móveis são particularmente úteis para a aprendizagem, pois permitem que as pessoas aprendam e experimentem novos conceitos onde quer que estejam, muitas vezes, em vários dispositivos. Relevância para o Ensino, Aprendizagem ou Investigação Criativa § Avanços em softwares móveis oferecem ferramentas sofisticadas que processam números, criam imagens 3D e registram observações ambientais – o que torna a realização de experimentos científicos mais fácil para os alunos a partir de qualquer lugar. § À medida que as iniciativas de aprendizagem individualizada e BYOD são implementadas em mais universidades, administradores, instrutores e alunos estão usando aplicativos de produtividade, como o Evernote, Dropbox e Google Drive para organizar as informações e colaborar em projetos. § Os aplicativos móveis estão substituindo as planilhas, visto que há apps que oferecem exercícios interativos, jogos e atividades de todos os tipos em todas as disciplinas, incluindo as artes criativas. Aplicativos Móveis na Prática § O governo brasileiro lançou um concurso chamado INOVApps destinado a promover aplicações de desenvolvimento e de financiamento para games sérios que incidem sobre a saúde, educação, formulação de políticas abertas, dentre outras áreas: go.nmc.org/developers. § Quatro alunas de Ciência da Computação e Engenharia da Computação, do Instituto de Computação da Universidade Federal do Amazonas desenvolveram um aplicativo para dispositivos móveis com o objetivo de manter as mulheres em boa forma física durante a gravidez: go.nmc.org/fem § O museu Smithsonian criou um aplicativo iOS para uma exposição que caracteriza a arte colaborativa entre Henrique Oliveira, do Brasil, e Sandile Zulu, da África do Sul, convidando os usuários a experimentarem, virtualmente, com as técnicas dos artistas: go.nmc.org/dialo. Para Ler Mais 7 apps Para Lhe Ajudar em Seus Estudos. Antes, Durante e Depois go.nmc.org/list (MobiFeed, 24 de julho de 2014.) Esta lista é dividida em três diferentes estágios de aprendizagem para explicar como vários aplicativos podem beneficiar estudantes antes, durante e depois de seus estudos. Aplicativos Educacionais Livres para Mobile Learning go.nmc.org/apl (Rafaela da Silva Melo e Breno Gonçalves Bragatti Neves, Tecnologias na Educação, julho de 2014.) Os autores identificam aplicativos de ensino úteis para os educadores brasileiros do projeto F-Droid, criado por um grupo de desenvolvedores britânicos. © 2014, NMC Uma análise regional do Horizon Project Page 7 Tecnologias para Acompanhar Tempo para Adoção: Um Ano ou Menos Aprendizado Online O aprendizado online não é novo; a categoria engloba toda a aprendizagem que ocorre através de plataformas baseadas na web, seja formal ou informal. A aprendizagem pode ser estruturada como em cursos tradicionais ou totalmente no ritmo do aluno. O que tornou o tema atual é o foco recente, e sem precedentes, em proporcionar a aprendizagem através da Internet – que tem sido estimulada pelo enorme interesse em MOOCs (cursos online abertos massivos). O aprendizado online tem amadurecido. O modelo desse tipo de aprendizagem está, cada vez mais, voltado para as últimas pesquisas, desenvolvimentos promissores e novos modelos de negócios emergentes no ambiente de aprendizagem online. Em muitas instituições, o aprendizado online é uma área de experimentação nova – alguns diriam que ele está passando por uma mudança radical, com todas as dimensões do processo aberto para uma reconceituação. Nos campi no Brasil, praticamente todos os aspectos de como os alunos se conectam com as instituições e uns com os outros para aprendizado online está sendo reformulado, repensado e refeito. Há ainda a necessidade de métodos de aprendizagem online serem validados por pesquisa e solidificados com conectividade forte de Internet, a fim de serem implementados de forma tão ampla quanto possível em todo o país. Relevância para o Ensino, Aprendizagem ou Investigação Criativa § À medida que novas pedagogias enfatizam o aprendizado personalizado, há uma crescente demanda por oportunidades online centradas no aluno. Ambientes de aprendizado online, quando projetados de forma eficaz, têm o potencial de escala global. § O aprendizado online faz uso criativo de tecnologias educacionais e abordagens pedagógicas emergentes, incluindo aprendizagem híbrida, aulas em vídeo e badges. § Quando oferecidos online, um conjunto diversificado de recursos de aprendizagem é facilmente acessível para os estudantes e pode apoiar a aprendizagem autodirigida. Aprendizado Online na Prática § A Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul fez parceria com a plataforma MiríadaX, o primeiro MOOC no mundo de língua espanhola e portuguesa: go.nmc.org/pucrs. § Saraiva Prepara é uma plataforma de curso online focada na preparação de alunos para exames, concursos e carreiras públicas. Atualmente, a plataforma oferece cursos para a 1ª e 2ª fase da OAB: go.nmc.org/saraiva. § A Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, de Minas Gerais, fez uma parceria com o Veduca para oferecer cursos online pela Universidade Aberta e Integrada de Minas Gerais: go.nmc.org/veduca. Para Ler Mais Brasil: Pode o Ensino a Distância Tradicional Tornar-se Solo Fértil para a Propagação de MOOCs? go.nmc.org/hisdis (Swissnex Brazil, 21 de agosto de 2014.) A educação a distância no Brasil já existe desde 1904, visto que vários estados têm baixa densidade populacional. Esta publicação discute o recente crescimento exponencial no ensino a distância provocado pela ascensão de MOOCs. Brasileiros Colecionam Diplomas em MOOCs go.nmc.org/brdiplo (Vinicius de Oliveira, Porvir, 15 de agosto de 2014.) Os brasileiros estão migrando para MOOCs tanto pelo desenvolvimento profissional quanto pela obtenção de diplomas. Esta publicação discute sobre os servidores de aprendizagem online, Veduca e Coursera, e classifica a popularidade de seus cursos superiores no Brasil. Educação a Distância: Uma Desculpa A Menos Para Aqueles Que Querem Estudar go.nmc.org/ucbbr (Universidade Católica de Brasília, 5 de junho de 2014.) O diretor de cursos online da Universidade Católica de Brasília discute o surgimento do ensino a distância. Os alunos têm desfrutado dos benefícios, incluindo a flexibilidade de tempo e capacidade de estudar em qualquer lugar. © 2014, NMC Uma análise regional do Horizon Project Page 8 Tecnologias para Acompanhar Tempo para Adoção: Dois a Três Anos Análise da Aprendizagem A análise da aprendizagem (Learning Analytics) é uma aplicação educacional de web analytics, uma ciência comumente usada pelas empresas para analisar as atividades comerciais, identificar tendências de gastos e prever o comportamento do consumidor. A educação está embarcando em uma perseguição semelhante à ciência de dados com o objetivo de traçar o perfil do aluno, um processo de coleta e análise de grandes quantidades de detalhes sobre as interações individuais dos alunos em atividades de aprendizado online. O objetivo é construir melhores pedagogias, capacitar os alunos a terem um papel ativo na sua aprendizagem, como alvo as populações de alunos em risco e avaliar os fatores que afetam a realização e sucesso do aluno. Para alunos, educadores e pesquisadores, a análise da aprendizagem já está começando a fornecer informações cruciais para o progresso dos estudantes e interação com textos online, material didático e ambientes de aprendizagem utilizados para fornecer instrução. Relevância para o Ensino, Aprendizagem ou Investigação Criativa § Se utilizado de forma eficaz, a análise da aprendizagem dá os primeiros sinais superficiais que indicam a dificuldade de um estudante, permitindo que professores e escolas resolvem problemas rapidamente. § A ciência por trás da análise da aprendizagem em ambientes online pode ser usada para criar software adaptativo, que atende a curva de aprendizagem individual do aluno em tempo real. § Quando corretamente aplicada e interpretada, a análise da aprendizagem permite aos professores identificar com mais precisão as necessidades de aprendizagem dos alunos e adequar a instrução de forma relevante a eles. Análise da Aprendizagem na Prática § Guaxy é uma aplicação web de adaptação que está sendo usada em universidades de São Paulo. Ela coleta os dados que mostram o desempenho do aluno para que o sistema forneça material para orientar a aprendizagem quando os conceitos não são totalmente compreendidos: go.nmc.org/guaxy. § Pesquisadores do Instituto de Computação da Universidade Federal de Alagoas criaram um modelo preditivo que recomenda aulas em vídeo para os alunos de acordo com suas necessidades: go.nmc.org/edmpos. § Cientistas do Laboratório de Arquitetura e Redes de Computadores da Universidade de São Paulo listam seus objetivos de pesquisa para análise em tempo real de big data na presente proposta: go.nmc.org/larcsao. Para Ler Mais Aprendendo a se Adaptar: Um Caso para a Aceleração da Aprendizagem Adaptativa no Ensino Superior go.nmc.org/case (Adam Newman et al., Education Growth Advisors, 13 de março de 2013.) Um artigo financiado pela Fundação Bill e Melinda Gates ilustra a adoção atual de tecnologias de aprendizagem adaptativas no Ensino Superior, obstáculos relevantes e suas possíveis soluções. Apoiando e Promovendo a Análise de Pesquisa go.nmc.org/jalsiem (George Siemens, The Journal of Learning Analytics, 2014.) Neste artigo, Siemens fornece uma visão geral das principais atividades para o desenvolvimento do campo emergente da análise da aprendizagem, liderado pela Sociedade de Pesquisa da Análise da Aprendizagem. Compreendendo a Educação Através de Big Data go.nmc.org/underst (Lyndsay Grant, DML Central, 25 de Outubro de 2013.) Esta visão geral de big data descreve como os dados extraídos da atividade do estudante são aplicados para gerar um perfil do aluno, utilizado pelas instituições para adaptar o conteúdo aos pontos fortes e interesses dos alunos. © 2014, NMC Uma análise regional do Horizon Project Page 9 Tecnologias para Acompanhar Tempo para Adoção: Dois a Três Anos Aprendizado Móvel Estamos no meio de uma mudança completa nos dispositivos que usamos. As pessoas esperam cada vez mais estarem conectadas à Internet e à enorme gama de conhecimento que ela contém, onde quer que estejam, e a maioria deles usam u dispositivo móvel para fazer isso. De acordo com Budde Comm, residentes no Brasil são responsáveis por um terço de todos os usuários de celulares na América Latina e no Caribe, onde a penetração móvel está crescendo em torno de 7% ao ano. A evolução sem precedentes desses dispositivos e os aplicativos que rodam neles, abriu a porta para inúmeras utilizações para a educação. Instituições de ensino no Brasil estão adotando aplicativos em seus currículos e modificando sites, materiais educacionais, recursos e ferramentas para que eles estejam otimizados para dispositivos móveis. A importância para o ensino e aprendizagem é que estes dispositivos têm o potencial de facilitar quase qualquer experiência educacional, permitindo que os alunos organizem reuniões de vídeo virtuais com colegas de todo o mundo, usem software e ferramentas especializadas, e colaborem em documentos compartilhados ou projetos na nuvem, entre muitas outras coisas. Embora ainda existam muitos usos prováveis que ainda não foram realizados ao longo dos últimos anos, o aprendizado móvel mudou rapidamente de um conceito para uma realidade. Relevância para o Ensino, Aprendizagem ou Investigação Criativa § Como uma solução de aprendizagem individual, celulares apresentam uma alternativa econômica e flexível para laptops e desktops, devido aos "dispositivos de menor custo, maior portabilidade e acesso a aplicativos”. § Aplicativos móveis com características sociais embutidas permitem que os alunos compartilhem suas dúvidas ou constatações uns com os outros em tempo real. Aplicativos de produtividade como o Evernote e Dropbox tornam possível a troca de notas, tarefas e diversas mídias. § Os alunos podem aproveitar as câmeras, microfones e outros instrumentos inerentes a celulares para fazerem trabalho de campo ou criarem mídias ricas. Isto é especialmente conveniente para o trabalho feito fora da sala de aula, quando alunos gravam entrevistas, coletam dados para experimentos e muito mais. Aprendizado Móvel na Prática § Por causa de um Plano Nacional de Banda Larga, a cobertura da banda larga móvel no Brasil cresceu 400% em todo o país desde 2010, chegando a 3.406 cidades. Este tem sido um precursor essencial para o aprendizado móvel progredir em todo o país: go.nmc.org/mov. § Pesquisadores da Universidade Estadual de Campinas desenvolveram um modelo teórico para orientar a produção de microconteúdo educacional para uso em ambientes virtuais de aprendizagem: go.nmc.org/microbr. § A Universidade de São Paulo criou uma ferramenta de e-learning inteligente e adaptativa chamada AdaptMLearning para ambientes de aprendizado móvel: go.nmc.org/sist. Para Ler Mais Desafios da Mobilidade para Professores Universitários go.nmc.org/mobilid (Pavlos Dias, Porvir, 22 julho de 2014.) Os dispositivos móveis estão ajudando a facilitar lições onde os vídeos, podcasts, mapas de conceitos e debates em fóruns da web podem ser acessados e criados em qualquer lugar e a qualquer momento. O Futuro da Aprendizagem Móvel: Implicações para Planejadores e Gestores de Políticas (PDF) go.nmc.org/futmob (Brasília: UNESCO, 2014.) Esta publicação apresenta uma visão geral do status atual do aprendizado móvel, que descreve a evolução recente na educação formal e informal, na aprendizagem inovadora e tecnologia educacional. Ela também destaca os problemas que irão impactar o aprendizado móvel ao longo dos próximos 15 anos. © 2014, NMC Uma análise regional do Horizon Project Page 10 Tecnologias para Acompanhar Tempo para Adoção: Dois a Três Anos Conteúdo Aberto O movimento em direção ao conteúdo aberto e recursos educacionais abertos (REA) reflete uma crescente mudança na forma como os estudiosos de várias partes do mundo estão conceituando a educação para uma visão mais sobre o processo de aprendizagem do que para a informação veiculada. A informação está em toda parte; o desafio é fazer uso efetivo dela. O conteúdo aberto utiliza esquemas de licenciamento aberto, como os da Creative Commons, para incentivar não só a partilha da informação, mas a partilha de pedagogias e experiências também. Parte do apelo de conteúdo aberto é que ele é uma resposta aos custos crescentes de recursos tradicionalmente publicados e à falta de recursos educacionais em algumas regiões. Como conteúdos abertos e personalizáveis — e percepções sobre a forma de ensinar e aprender com ele — são cada vez mais disponibilizados gratuitamente pela Internet, as pessoas estão aprendendo não só sobre o material, mas também as habilidades relacionadas a encontrar, avaliar, interpretar e reaproveitar os recursos. Dados recentes do Edcetera indicam que os recursos educacionais abertos compõem três quartos do conteúdo na maioria dos MOOCs; conteúdo pago, tais como livros de texto, são inferiores a 10%. Estes dados refletem uma transformação notável na cultura em torno de conteúdo aberto que vai continuar a afetar o modo como pensamos sobre a produção de conteúdo, compartilhamento e aprendizado. Em seu relatório, Recursos Educacionais Abertos no Brasil, a UNESCO aponta para várias colaborações internacionais importantes, incluindo OpenCourseWare UNICAMP e o Banco Internacional de Objetos Educacionais, como catalisadores para o movimento do Brasil em direção a conteúdo aberto. Relevância para o Ensino, Aprendizagem ou Investigação Criativa § Em muitos casos, os materiais abertos podem ser facilmente atualizados e republicados para refletir os mais recentes conhecimentos e descobertas. § Muitas das principais instituições do Brasil são defensoras e usuárias de conteúdo aberto e têm criado uma grande variedade de materiais, disponíveis sob demanda para todos. § O uso de conteúdo aberto promove um conjunto de habilidades que são fundamentais para manter a continuidade em qualquer área de estudo – a capacidade de encontrar, avaliar e colocar novas informações para uso. Conteúdo Aberto na Prática § A Fundação Hewlett financiou recentemente um projeto liderado pelo Open Knowledge Brazil, que irá mapear e estudar iniciativas de REA em 24 países em toda a América Latina: go.nmc.org/openbr. § O projeto conhecido como Recursos Educacionais Abertos, fornece mídias e informações sobre REA e investimentos do governo que o promovem: go.nmc.org/broer. § Os professores em formação nas universidades brasileiras têm acesso a um recurso federal, Portal do Professor, que contém planos de aula e multimídia para o currículo que podem ser usados livremente e compartilhados: go.nmc.org/portal. Para Ler Mais O Valor Agregado dos Recursos Educacionais Abertos go.nmc.org/inamorato (Andreia Inamorato dos Santos, Revista Digital de Tecnologias Cognitivas, julho de 2013.) O autor argumenta que, embora a educação aberta esteja ganhando mais atenção em instituições de Ensino Superior no Brasil, há uma série de questões que ainda precisam ser abordadas, incluindo o retorno sobre o investimento para as contribuições sociais e intelectuais. A Complexidade da Educação Aberta: o caso do Brasil go.nmc.org/cmplxbr (Fabio Nascimbeni et al., MENON Network, 2014.) O especialista em educação aberta descreve a mudança para o uso de REA e práticas educativas abertas no Ensino Superior, enfatizando sua captação no Brasil. © 2014, NMC Uma análise regional do Horizon Project Page 11 Tecnologias para Acompanhar Tempo para Adoção: Dois a Três Anos Laboratórios Remotos e Virtuais Os laboratórios remotos e virtuais refletem um movimento entre as instituições de ensino para tornar os equipamentos e elementos de um laboratório físico de ciências mais facilmente disponíveis para os alunos a partir de qualquer localização através da web. Os laboratórios virtuais são aplicações web que emulam o funcionamento de laboratórios reais e permitem que os alunos pratiquem em um ambiente "seguro" antes de utilizar componentes físicos e reais. Os alunos podem acessar normalmente laboratórios virtuais 24 horas por dia, 7 dias por semana, a partir de onde quer que estejam e executar os mesmos experimentos várias vezes. Laboratórios remotos, por outro lado, proporcionam uma interface virtual para um laboratório físico e real. Instituições que não têm acesso a equipamentos de ponta de laboratórios executam experimentos e realizam o trabalho de laboratório online, acessando as ferramentas a partir de um local central. Os usuários são capazes de manipular o equipamento e assistir as atividades que ocorrem através de uma webcam em um computador ou dispositivo móvel. Isso proporciona aos alunos uma visão realista do comportamento do sistema e permite-lhes o acesso a ferramentas de laboratório profissionais em qualquer lugar, sempre que precisarem. Além disso, os laboratórios remotos aliviam alguns encargos financeiros para as instituições brasileiras, como elas podem renunciar a compra de equipamentos específicos e usar as ferramentas remotas que estão à sua disposição. Relevância para o Ensino, Aprendizagem ou Investigação Criativa § Porque laboratórios virtuais não envolvem equipamento real ou produtos químicos, os alunos se sentem mais confortáveis, cometendo erros e realizando experimentos executados em total segurança. § Instrutores reproduzem vídeos de experiências com os alunos que foram feitos online, identificam áreas para melhoria ou uma discussão mais aprofundada, e reconhecem os alunos que se destacaram. § Os laboratórios remotos e virtuais aumentam o acesso a ferramentas científicas, permitindo os alunos a utilizá-las através de redes sem fio ou celulares. Isso é particularmente útil para os programas de aprendizagem online ou híbridos. Laboratórios Remotos e Virtuais na Prática § No Universidade de Coimbra, o laboratório remoto e virtual oferece aplicações interativas que permitem aos usuários realizar experimentos, usando sistemas físicos que são controlados remotamente ou localmente: go.nmc.org/coi. § Em colaboração com a Escola de Educação Básica Maria Garcia Pessi, o Laboratório de Experimentação Remota da Universidade Federal de Santa Catarina está usando o Moodle para permitir aos usuários acessar as ferramentas remotas de seus dispositivos móveis: go.nmc.org/access. § O Open Science Laboratory hospeda investigações que alavancam os instrumentos na tela, experiências de acesso remoto e cenários virtuais usando dados reais: go.nmc.org/opensci. Para Ler Mais Educação Online: O Laboratório Virtual go.nmc.org/edon (M. Mitchell Waldrop, Nature, 17 de julho de 2013.) Aulas em vídeo online são boas no início da constatação de fatos, fórmulas e conceitos, mas devem incorporar formas para estudantes colocarem as ideias em prática. Este artigo descreve exemplos de como as universidades estão se beneficiando da incorporação de laboratórios remotos e virtuais e, até mesmo, estágios virtuais. Unindo Laboratórios Remotos e Aprendizado Móvel go.nmc.org/bringing (Dominik May et al., iJIM, maio de 2013.) Este artigo descreve como laboratórios remotos para a engenharia podem ser ligados a dispositivos móveis e e-portfolios para criar um ambiente de aprendizagem único, que documenta o processo de aprendizagem pessoal de cada aluno. © 2014, NMC Uma análise regional do Horizon Project Page 12 Tecnologias para Acompanhar Tempo para Adoção: Quatro a Cinco Anos Realidade Aumentada A realidade aumentada (RA), um recurso que já está disponível há décadas, mudou a partir do que era visto como uma engenhoca para uma ferramenta com enorme potencial. Os níveis de informações sobre o espaço 3D produzem uma nova experiência do mundo, por vezes referida como "realidade mista", e está alimentando a migração mais ampla da computação do desktop para o dispositivo móvel, trazendo consigo novas expectativas em relação ao acesso à informação e novas oportunidades para a aprendizagem. Enquanto os usos mais comuns de realidade aumentada até agora têm sido no setor de consumo (para marketing, engajamento social, diversão ou informações baseadas em localização), novos usos parecem surgir quase que diariamente à medida que as ferramentas para a criação de novas aplicações tornam-se ainda mais fáceis de usar. Uma característica fundamental da realidade aumentada é a sua capacidade para responder ao estímulo do usuário, o que confere um potencial significativo para a aprendizagem e avaliação; com isso, os alunos podem construir um novo entendimento baseado em interações com os objetos virtuais que trazem dados subjacentes à vida. Processos dinâmicos, conjuntos de dados extensos e objetos muito grandes ou muito pequenos para serem manipulados são trazidos para o espaço pessoal do aluno em uma forma fácil de entender e trabalhar com ele. Relevância para o Ensino, Aprendizagem ou Investigação Criativa § As construções de realidade aumentada fornecem experiências contextuais de aprendizagem in loco que promovem a exploração de dados do mundo real em ambientes virtuais e simulações. § Jogos que são baseados no mundo real e aumentados com dados de rede dão a educadores poderosas maneiras de mostrar as relações e conexões com a ciência da computação. § Estudantes que fazem o trabalho de campo acessam a aplicações de Realidade Aumentada para sobrepor mapas e informações sobre seu entorno, ou para entrar em observações de campo e dados que são automaticamente georreferenciados quando os registros são criados. Realidade Aumentada na Prática § Pesquisadores brasileiros criaram um método de exibição de dados volumétricos em um ambiente de realidade aumentada sem marcadores que vai ajudar cirurgiões ao operarem pacientes: go.nmc.org/anatobr. § Cientistas da VOXAR Labs, no Centro de Informática da Universidade Federal de Pernambuco, estão desenvolvendo aplicações interativas para a realidade aumentada do Google Glass: go.nmc.org/googar. § A Universidade de Exeter criou um aplicativo de realidade aumentada que transformou o campus em um laboratório vivo através da sobreposição de informações sobre a biodiversidade em áreas específicas: go.nmc.org/exet. Para Ler Mais Efeitos do Aprendizado Móvel com Realidade Aumentada Quando Comparados aos do Aprendizado com Livros sobre os Estudantes de Medicina: Estudo Piloto Controlado Aleatoriamente go.nmc.org/emot (Urs-Vito Albrecht et al, The Journal of Medical Internet Research, 20 de agosto de 2013.) Este estudo mostra como os alunos que estão aprendendo com o auxílio da experiência de realidade aumentada se envolvem mais emocionalmente durante o processo de aprendizagem em comparação com aqueles que utilizam apenas livros. Possibilidades de Uso da Realidade Aumentada em Matemática Visando uma Aprendizagem Significativa go.nmc.org/possib (Carlos Vitor de Alencar Carvalho e Bruno Morais Lemos, Creative Education, maio de 2014.) Os autores discutem como a visualização de objetos matemáticos, usando o software de realidade aumentada, pode permitir que os alunos entendam melhor conceitos e testem hipóteses. © 2014, NMC Uma análise regional do Horizon Project Page 13 Tecnologias para Acompanhar Tempo para Adoção: Quatro a Cinco Anos Internet das Coisas A Internet das Coisas (Internet of Things) é uma rede de objetos conectados que ligam o mundo físico com o mundo de informações através da web. O advento do TCP/IP v6, lançado em 2006, expandiu as capacidades da Internet, permitindo que objetos, sensores e dispositivos fossem localizáveis; e, portanto, fáceis de encontrar na Internet. Este espaço de endereço aumentado é particularmente útil para rastrear objetos que monitoram materiais ou equipamentos sensíveis, compras de ponto de venda, acompanhamento de passaporte, gestão de inventário, identificação e aplicações similares. Chips embutidos, sensores ou minúsculos processadores conectados a um objeto permitem que as informações úteis sobre o objeto, tais como custo, idade, temperatura, cor, pressão ou umidade sejam transmitidas pela Internet. Esta conexão simples suporta o gerenciamento remoto, monitoramento de status, acompanhamento e alertas se os objetos estão ligados e correm o risco de ser danificados ou estragados. Muitas ferramentas da web permitem que os objetos sejam anotados com descrições, fotografias e conexões com outros objetos e outras informações contextuais; com a Internet das coisas, o acesso a esses dados se torna tão fácil de usar como a web. Relevância para o Ensino, Aprendizagem ou Investigação Criativa § Instituições de ensino informais, como museus, já estão aproveitando a Internet das Coisas para acompanhar e monitorar as condições de artefatos antigos, como ossos de dinossauros. § A Internet das coisas pode ser particularmente útil no trabalho de campo, facilitando oportunidades para estudantes coletarem dados científicos através de dispositivos móveis e, instantaneamente, adicioná-los a grandes bases de dados. § A Internet das Coisas possibilita inovações, como o termostato Nest Learning, que permite que os proprietários controlem as condições dos espaços físicos através de seus smartphones, além da autoprogramação. Internet das Coisas na Prática § O Fórum de Competitividade em IoT coordenou um encontro que reuniu cientistas e líderes da indústria brasileira para discutir tópicos sobre a Internet das coisas, incluindo benchmarking, interoperabilidade, marketing e desenvolvimento: go.nmc.org/itowork. § A Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo — FAPESP — anunciou que destinará 200.000 dólares para financiar projetos brasileiros que se concentram no desenvolvimento de chips leves e seguros para a Internet das Coisas: go.nmc.org/fapesp. § SouJava e Oracle Technology Network organizaram uma hackathon de uma semana para os desenvolvedores, estudantes e gamers no Brasil para a criação de projetos de Internet Das Coisas, usando Raspberry Pi e Java: go.nmc.org/javahack. Para Ler Mais Brasil Foca em Inovações e na Internet de Tudo go.nmc.org/spotbr (Rob Lloyd, Cisco Blog, 3 de setembro de 2013.) O patrocinador executivo da Cisco para o Brasil lembra o lançamento do Centro de Inovação no Rio como o culminar de uma série de investimentos realizados para promover o desenvolvimento da Internet de Tudo, citando o impacto econômico que essas novas tecnologias provavelmente terão ao longo da próxima década. Trinta (e mais) Maneiras que a Internet das Coisas está Mudando o Mundo go.nmc.org/iotfuture (Daniel Castro, The Futurist, 19 de novembro de 2013.) O autor descreve como a Internet das Coisas está oferecendo soluções para os grandes desafios sociais, como a conservação de energia, a produtividade agrícola, de saúde acessível e meios de transporte eficientes. © 2014, NMC Uma análise regional do Horizon Project Page 14 Tecnologias para Acompanhar Tempo para Adoção: Quatro a Cinco Anos Inteligência de Localização A Inteligência de Localização refere-se ao mapeamento dos relacionamentos geográficos associados a dados. Recursos, incluindo GIS, trilateração, sistema de impressão digital Wi-Fi, e crowdsourcing de dados, são utilizados para fornecer a indivíduos e organizações informações sobre como as pessoas estão interagindo com várias aplicações e serviços baseados em sua localização. Smartphones e tablets são naturalmente condutores da proliferação dessa tecnologia por causa de seus sensores sensíveis à localização embutidos, sinais de Wi-Fi, giroscópios, magnetômetros, acelerômetros e outros recursos. Os principais nomes no mercado de tecnologia móvel e vestível, como Apple e Google, estão adquirindo rapidamente as mais recentes tecnologias de inteligência de localização. A Apple adquiriu recentemente Locationary, uma startup que utiliza crowdsourcing e mecânica do jogo para atualizar um banco de dados de informações de localização para as empresas. Além disso, adquiriu WiFiSLAM, uma empresa especializada em empregar sinais Wi-Fi, GPS e sensores para rastrear movimentos do usuário dentro de edifícios. WiFiSLAM usa reconhecimento de padrões e aprendizado de máquina para detectar as relações entre os dados coletados através de todos os sensores em um dispositivo para criar mapas internos confiáveis. Em última análise, a inteligência de localização está pronta para ajudar as pessoas a compreender melhor os seus ambientes e, até mesmo, contribuir com suas próprias medições, em um esforço para mapear o mundo inteiro, de todas as formas. Relevância para o Ensino, Aprendizagem ou Investigação Criativa § Eficaz para projetos dentro e fora do campus, os serviços baseados em localização permitem atividades envolventes, incluindo mapeamento coletivo, gincanas e coleta de dados científicos. § Para a aprendizagem informal, os serviços baseados em localização podem ajudar os clientes a encontrar, mais facilmente, exposições de museu e obras de arte específicas em um grande espaço da galeria; e, em alguns casos, fazer recomendações para visitar outros lugares do museu, com base em suas preferências. § Serviços baseados em localização que oferecem aplicativos móveis (como NRU e Wikitude) proporcionam às pessoas informações sobre locais históricos e culturais. Inteligência de Localização na Prática § Um acordo entre a Universidade Vila Velha e o Instituto de Pesquisa do Espírito Santo permite aos estudantes e professores o acesso às Bases Geoespaciais do Estado do Espírito Santo por meio da Universidade para pesquisa de inteligência de localização: go.nmc.org/gisbr. § Desenvolvido por um pesquisador da Unicamp, um software de localização para equipamento robótico está sendo adaptado para pacientes cadeirantes com traumas neurológicos: go.nmc.org/intelamp. § O evento MundoGEOXperience, em São Paulo, contou com a integração, a competição e o desenvolvimento de projetos inovadores, utilizando inteligência de localização: go.nmc.org/mundo. Para Ler Mais Smartphones e Recursos Locativos no Brasil: Reações de Usuários go.nmc.org/smarlo (Ribeirão Preto, Paidéia, janeiro de 2014) Este estudo explorou como os brasileiros estão usando os diversos recursos de seus smartphones segundo suas próprias contas. Com um interesse particular, salienta-se o modo como eles reagem à inteligência de localização. A Partida de Futebol do Mundo: Onde o Social, Móvel e Local Poderiam Realmente Brilhar go.nmc.org/socc (Lorena Hathaway, Pitney Bowes, 4 de junho de 2014.) Localização Inteligente é uma fonte extremamente poderosa de dados preditivos. Quando mergulhada em todas as plataformas GIS e, depois, aplicada a informações atuais de transmissão de dados móveis e sociais, as universidades podem explorar o que aconteceu e, em seguida, planejar o futuro. © 2014, NMC Uma análise regional do Horizon Project Page 15 Tecnologias para Acompanhar Tempo para Adoção: Quatro a Cinco Anos Assistentes Virtuais Ao passo que o reconhecimento de voz e tecnologias baseadas em gestos avançam – e, mais recentemente, convergem –, as pessoas estão se movendo rapidamente para longe da noção de interagir com os seus dispositivos através de um ponteiro e teclado. Os assistentes virtuais são uma extensão credível de um trabalho que está sendo feito com interfaces naturais; e os primeiros exemplares já estão no mercado. O conceito baseia-se na evolução das interfaces de todo o espectro de engenharia, ciência da computação e biometria. Siri, para o iPhone da Apple, e Jelly Bean, para Android, são exemplos recentes em aparelhos móveis e permitem aos usuários controlar todas as funções do telefone, participar de conversas reais com o assistente virtual, e muito mais. Uma nova classe de televisores inteligentes está entre os primeiros dispositivos a fazerem uso completo da ideia. Enquanto as versões rudimentares de assistentes virtuais já existam há algum tempo, elas ainda têm de atingir o nível de interatividade visto no clássico vídeo da Apple, Knowledge Navigator. Os assistentes virtuais desse porte e suas aplicações para a aprendizagem estão claramente mais distantes para as instituições de ensino superior brasileiras, bem como para as universidades de todo o mundo; mas o potencial da tecnologia para melhorar esta lista de modos informais de aprendizagem é convincente. Relevância para o Ensino, Aprendizagem ou Investigação Criativa § Acessível por meio de interfaces naturais, assistentes virtuais podem ser projetados, especificamente, para ajudar deficientes visuais e auditivos, além de alunos com outros tipos de necessidades especiais. § Com o tempo, os assistentes virtuais podem potencialmente funcionar como tradutores em tempo real, aumentando o alcance e a profundidade de colaboração entre instituições de todo o mundo. § Os assistentes virtuais acessam informações de contas de e-mail, calendários pessoais e LMS (Learning Management System) para ajudar alunos e professores a gerenciar melhor seu tempo e coordenar seu trabalho. Assistentes Virtuais na Prática § O grupo universitário Estácio fez parceria com Artificial Solutions para utilizar sua plataforma de interação de linguagem natural a fim de implementar planos para criar um assistente virtual online: go.nmc.org/estacio. § O MIT Media Lab planeja comercializar BlabDroid, um assistente virtual que se conecta a um smartphone para que ele possa comunicar informações relevantes para os usuários, incluindo o tempo, e postar em uma rede social baseada em comandos de voz: go.nmc.org/blab. § A Universidade de Lleida está desenvolvendo um assistente pessoal robótico que permitirá aos profissionais que trabalham em casa terem uma presença virtual e móvel em reuniões e encontros informais. Isto tem implicações para alunos a distância: go.nmc.org/lle. Para Ler Mais Bill Gates: Assistentes Virtuais Podem Salvar o Mundo go.nmc.org/billg (Tom Simonite, MIT Technology Review, 16 de julho de 2013.) Em uma recente conferência, Bill Gates descreveu como softwares inteligentes em breve alavancarão os dados do usuário para se adaptar e responder a esse mesmo usuário – o qual irá beneficiar a aprendizagem nas aulas virtuais e presenciais, bem como outros setores, como o mobile banking. Assistentes Virtuais Prometem Simplificar a Vida dos Usuários go.nmc.org/promet (Ana Clara Nogueira, Blog PSafe, 11 de junho de 2014.) Este artigo compara a função de vários assistentes virtuais atualmente no mercado com comando de voz: Google Now, Siri, e Cortona. Google Now é o primeiro a ter uma versão em Português. © 2014, NMC Uma análise regional do Horizon Project Page 16 Principais Tendências Principais Tendências que Aceleram a Adoção de Tecnologia As tecnologias apresentadas no NMC Horizon Project estão embutidas dentro de um contexto contemporâneo que reflete a realidade da época, tanto na esfera da educação como no mundo em geral. Para garantir essa perspectiva, cada membro do comitê de pesquisas, identifica e classifica as principais tendências que atualmente afetam o ensino, aprendizagem e investigação criativa no Ensino Superior brasileiro; e as usam como uma lente para o trabalho do comitê em prever a adoção de tecnologias emergentes. Estas nove tendências que o comitê de especialistas concorda, muito provavelmente, impulsionarem o planejamento de tecnologia e de tomada de decisão ao longo dos próximos cinco anos, são classificadas em três categorias relacionadas com a previsão de tempo para adoção – tendências rápidas, cujo impacto será percebido entre um ou dois anos, e duas categorias de tendências mais lentas cujo impacto será percebido dentro de três ou cinco anos (ou mais). Tendências Rápidas Conduzindo a adoção de tecnologia educacional em universidades brasileiras entre um ou dois anos Evolução do Aprendizado Online. Ao longo dos últimos anos, tem havido uma mudança na percepção do aprendizado online para o ponto em que é visto como uma alternativa viável para algumas formas de aprendizagem presencial. O valor das ofertas de aprendizado online agora é bem compreendido, com flexibilidade, facilidade de acesso, bem como integração de sofisticados recursos multimídia e tecnologias entre a lista de recursos principais. Os desenvolvimentos recentes nos modelos de negócio estão aumentando as apostas de inovação nesses ambientes digitais, que são amplamente considerados maduros para novas ideias, serviços e produtos. O progresso na análise da aprendizagem, aprendizagem adaptativa e uma combinação de ferramentas de ponta assíncronas e síncronas continuarão a avançar o estado do aprendizado online e mantê-lo atraente. Aumento da Adoção de Modelos de Aprendizagem Híbrida. Os estudantes já gastam muito do seu tempo livre na Internet, aprendendo e trocando novas informações. As instituições que adotam modelos de aprendizagem presencial, online e híbrida têm potencial para alavancar as habilidades online que os alunos já desenvolveram independente da academia. Ambientes de aprendizagem online podem proporcionar outras experiências se comparadas com campi físicos, incluindo oportunidades para uma maior colaboração enquanto equipam os alunos com mais habilidades digitais. Modelos híbridos permitem que os alunos viajem para o campus para algumas atividades e usem a rede para outras, aproveitando o melhor de ambos os ambientes. Repensando o Papel dos Educadores. Espera-se, cada vez mais, que os instrutores sejam adeptos de uma variedade de abordagens de base tecnológica e de outras para a oferta de conteúdo, suporte ao aluno e avaliação; que colaborem com outros professores, dentro e fora das escolas; usem rotineiramente estratégias digitais em seu trabalho com os alunos; e organizem o seu próprio trabalho, cumprindo com os requisitos de documentação e relatórios administrativos. A integração da tecnologia na vida cotidiana está fazendo com que muitos líderes educacionais repensem a forma como os indivíduos e as aulas são ministradas, enfatizando como instrutores e mentores promovem a aprendizagem independente e ativa. Tendência de Médio Alcance Conduzindo a adoção de tecnologia educacional em universidades brasileiras entre três a cinco anos A oferta digital é cada vez mais a norma. A oferta digital, um dia, será a norma, resultando em menos interação presencial. O movimento de open source tem gerado milhares de recursos educativos online e um número crescente de empreendedores e startups de educação, cujo papel principal é o de criar e distribuir conteúdo digital. Com a ascensão de serviços gratuitos, incluindo palestras TED, Wikipedia, a Khan Academy e muitos outros, o ensino superior continua a experimentar uma mudança de paradigma em que o aprendizado online representa a interseção da aprendizagem formal e informal. MOOCs, por exemplo, podem ser tomados como crédito ou, puramente, para uma nova aquisição de habilidades ou apenas por motivos de curiosidade. Cada © 2014, NMC An NMC Horizon Project Regional Report Page 17 Principais Tendências vez mais, o corpo docente no Brasil está interagindo com os alunos através de fóruns de discussão online e através da partilha de vídeo e gravações de áudio. Crescente Onipresença das Redes Sociais. As redes sociais estão mudando a maneira como as pessoas interagem, apresentam ideias e informações e avaliam a qualidade do conteúdo e contribuições. De acordo com Social Media Today, a audiência online total no Brasil foi de 46 milhões de pessoas, com um espantoso número de 97% delas ativas em redes sociais. No ano passado, o tempo gasto no Facebook por residente no Brasil aumentou em 208% ao mês. Educadores, alunos, ex-alunos e o público em geral, rotineiramente, usam as redes sociais para compartilhar notícias sobre os desenvolvimentos científicos e outros. O impacto dessas mudanças na comunicação científica e sobre a credibilidade da informação continua a ser vista, mas é claro que as redes sociais têm encontrado tração na educação brasileira. Mudança de Estudantes como Consumidores para Estudantes como Criadores. A mudança está ocorrendo no foco da prática pedagógica nas universidades ao passo que estudantes, em uma variedade de disciplinas, estão aprendendo, fazendo e criando, ao invés do simples consumo de conteúdo. A criatividade – como ilustrado pelo crescimento de vídeos gerados por usuários –, comunidades maker e os projetos de crowdfunding nos últimos dois anos são, cada vez mais, os meios para a aprendizagem ativa. Departamentos acadêmicos em áreas que não têm tido tradicionalmente laboratório ou componentes com foco mais prático estão mudando para incorporar experiências práticas de aprendizagem como parte integrante do currículo. Cursos e planos de graduação em instituições brasileiras para muitas disciplinas estão em processo de mudança para refletir a importância da criação de mídia, design e empreendedorismo. Tendências de Longo Alcance Conduzindo a adoção de tecnologia educacional em universidades brasileiras entre cinco anos ou mais Abordagens Ágeis para Mudar. Há um consenso crescente entre os muitos líderes do pensamento do Ensino Superior que a liderança institucional e os currículos poderiam se beneficiar de modelos ágeis de startups. Os educadores estão trabalhando para desenvolver novas abordagens e programas baseados nesses modelos que estimulam a mudança de cima para baixo e podem ser implementados através de uma ampla gama de configurações institucionais. O movimento Lean Startup utiliza a tecnologia como um catalisador para a promoção de uma cultura de inovação de uma maneira mais generalizada e rentável. Pilotos e outros programas experimentais em todo o Brasil estão sendo considerados para o ensino, melhorando a estrutura organizacional para alimentar de forma mais eficaz o empreendedorismo. Reinvenção Maciça do Computador Pessoal. O computador é menor, mais leve e mais conectado do que nunca, sem a necessidade de fios ou periféricos volumosos. Em muitos casos, smartphones e outros dispositivos móveis são suficientes para as necessidades básicas de computação, e apenas tarefas especializadas exigem um teclado, monitor grande e um mouse. Celulares são conectados a um ecossistema de aplicativos suportados pelas tecnologias de computação em nuvem que são baixadas e utilizadas de imediato, por centavos. À medida que o desempenho e as interfaces de dispositivos de computação pequenos melhoram, nossas ideias sobre quando – ou se – um computador tradicional é necessário também estão mudando. Novas Formas Multidisciplinares de Pesquisa. As humanidades digitais e abordagens computacionais de pesquisa em ciências sociais estão abrindo novas áreas pioneiras de pesquisa multidisciplinar, formas inovadoras de publicação e novos tipos de cursos e pedagogias. Os pesquisadores, juntamente com técnicos acadêmicos e desenvolvedores, estão desbravando novos caminhos com estruturas de dados, visualização, aplicações geoespaciais e usos inovadores de ferramentas de código aberto. Ao mesmo tempo, eles são pioneiros em novas formas de publicação acadêmica que combinam métodos tradicionais de impressão estática com ferramentas dinâmicas e interativas, o que permite a manipulação em tempo real de dados de pesquisa. © 2014, NMC Uma análise regional do Horizon Project Page 18 Desafios Significativos Desafios Significativos que Impedem a Adoção de Tecnologia Junto com as tendências discutidas na seção anterior, o comitê de especialistas lembrou uma série de importantes desafios enfrentados nas universidades brasileiras que estão impedindo a adoção de tecnologias emergentes. Como nem todos os desafios são do mesmo âmbito, as discussões aqui são classificadas em três categorias definidas pela natureza do desafio. O NMC Horizon Project define desafios solucionáveis como aqueles que entendemos e sabemos como resolver; desafios difíceis aqueles que são mais ou menos conhecidos, mas cujas soluções ainda não são evidentes; e desafios complexos, difíceis até mesmo para definir e, portanto, necessitam de dados e insights adicionais antes de as soluções serem, até mesmo, possíveis. Desafios Solucionáveis Aqueles que entendemos e sabemos como resolver Expansão do Acesso. O esforço global para aumentar o número de alunos que participam de cursos de graduação está colocando pressão em todo o sistema. A relação muito citada entre conquistar uma realização potencial e educacional mais o claro impacto de uma sociedade educada sobre o crescimento da classe média está pressionando os governos a incentivar cada vez mais estudantes para ingressar em universidades e faculdades. Em muitos países, no entanto, a população de alunos preparada para os cursos de graduação já está inscrita – ampliar o acesso significa estendê-lo para os alunos que podem não ter a formação acadêmica para ser bem sucedido sem o apoio adicional. Muitos nas universidades acham que essas instituições não têm tempo e recursos suficientes para ajudar este conjunto de alunos. Repensar o Papel do Ensino Técnico. Muitos empregos exigem especialização em domínios muito específicos e, muitas vezes, técnicos; levando muitas pessoas a pular o Ensino Superior e ir diretamente para a aprendizagem prática; ou se inscrever em programas de ensino técnico de um ou dois anos. Há uma necessidade de esse tipo de formação ser mais acessível e mais bem integrada aos ambientes universitários tradicionais. O ensino técnico, geralmente, envolve oportunidades de foco prático; eletricistas aspirantes, por exemplo, muitas vezes trabalham com dispositivos práticos e auxiliam eletricistas experientes em campo. Este tipo de experiência de imersão pode ser aplicado a muitas disciplinas no Ensino Superior. Enquanto MOOCs estão permitindo que as pessoas recebam formação sobre temas específicos, como programação de computador em seu próprio ritmo, onde quer que estejam, as experiências de ensino técnico ainda não são predominantemente online. Escalando Inovações de Ensino. Universidades brasileiras não são adeptas a transportar as inovações pedagógicas para o uso geral diário. A inovação nasce da liberdade para conectar ideias de novas maneiras. As escolas e universidades geralmente permitem que os alunos correlacionem ideias apenas em formas pré-estabelecidas – às vezes, estas formas levam a novas descobertas, mas o mais provável é que elas levem à aprendizagem mecânica. As atuais estruturas de promoção organizacionais raramente recompensam a inovação e melhorias no ensino e na aprendizagem. A aversão profunda à alteração limita a difusão de novas ideias e, também, muitas vezes, desestimula a experimentação. Desafios Difíceis Aqueles que entendemos, mas cujas soluções ainda não são evidentes Pensamento Complexo e Comunicação. Para ser bem sucedido no século XXI, é preciso ser capaz não só de pensar de forma complexa, mas também conseguir comunicar informações complexas de modo acessível e compreensível. Os jovens de hoje vivem em um mundo que está interligado de inúmeras formas e eles começam a se envolver com as redes sociais em uma idade muito precoce. As instituições têm a responsabilidade de informar os alunos sobre como entender as relações e tomar decisões nesse mundo interconectado. A web semântica, big data, as tecnologias de modelagem e outras inovações estão criando as condições experimentais que têm o potencial de formar alunos nos sistemas de pensamento complexos para criar experiências de aprendizagem significativas. © 2014, NMC Uma análise regional do Horizon Project Page 19 Desafios Significativos Criando Oportunidades de Aprendizagem Autêntica. A aprendizagem que incorpora experiências da vida real não está ocorrendo o suficiente e é desvalorizada quando isso ocorre. Este desafio é um passo importante para as escolas, pois pode afetar muito o engajamento dos alunos que estão buscando alguma conexão entre o mundo – como eles o conhecem fora da classe – e suas experiências na escola – que se destinam a prepará-los para esse mundo. A utilização de práticas de aprendizagem baseadas em projetos, que incorporam experiências reais de vida; a tecnologia e as ferramentas que já estão familiarizadas para os alunos; e a tutoria dos membros da comunidade são exemplos de abordagens que podem trazer o mundo real para a sala de aula. Práticas como essas no Brasil podem ajudar a manter os estudantes na universidade e prepará-los para a educação, carreiras e cidadania de uma forma que as práticas tradicionais não estão fazendo. Criando Oportunidades de Aprendizagem Autêntica. Nos últimos 20 anos, as tecnologias têm avançado muito rapidamente. Enquanto a última geração de alunos cresceu com dispositivos móveis, vestíveis e redes sociais, muitos professores não têm o mesmo nível de familiaridade. Apesar do consenso generalizado sobre a importância da educação para as mídias digitais, o treinamento nas habilidades e técnicas de apoio é raro na formação de professores e quase inexistentes na preparação de professores no Brasil. Como palestrantes e professores começam a perceber que eles estão limitando seus alunos por não ajudá-los a desenvolver e utilizar as competências de letramento digitais de mídia em todo o currículo, a falta de treinamento formal está sendo compensada por meio do desenvolvimento profissional ou de aprendizagem informal. Desafios Malévolo Aqueles que são complexos de definir e muito mais de solucionar Competição de Novos Modelos de Educação. Os novos modelos de educação estão trazendo uma concorrência sem precedentes para os modelos tradicionais. As instituições estão procurando maneiras de oferecer um serviço de alta qualidade e mais oportunidades de aprendizagem. Grandes cursos online abertos estão na vanguarda das discussões, permitindo aos alunos completar a sua educação e experiências em instituições de modelos tradicionais, com ofertas online cada vez mais ricas e, muitas vezes, gratuitas. Ao mesmo tempo, surgiram questões relacionadas com as baixas taxas de conclusão de alguns MOOCs. À medida que essas novas plataformas surgem, há uma crescente necessidade de se avaliar francamente os modelos e determinar a melhor forma de apoiar a colaboração, interação e avaliação em grande escala. Apenas aproveitar a nova tecnologia não é suficiente; os novos modelos devem usar essas ferramentas e serviços para envolver os alunos em um nível mais profundo. Mantendo a Educação Relevante Muitos especialistas temem que, se a educação não se adaptar aos tempos, outros modelos de aprendizagem (especialmente outros modelos de negócios) tomarão o seu lugar. Enquanto esta preocupação tem alguns méritos, é improvável que as escolas como as conhecemos desapareçam. Como a aprendizagem online e o conteúdo educacional livre tornam-se mais difundidos, os intervenientes institucionais devem abordar a questão do que a escola pode prover que outras abordagens não podem; e repensar o valor da educação a partir da perspectiva de um aluno. Relativa Ausência de Incentivos para o Ensino O ensino é muitas vezes classificado como inferior na pesquisa acadêmica. No mercado nacional de educação, o status de uma universidade é determinado em grande parte pela quantidade e qualidade da sua pesquisa. Há um sentido abrangente no mundo acadêmico que as credenciais de pesquisa são um ativo mais valioso do que talento e habilidade como um instrutor. Devido a este modo de pensar, os esforços para implementar pedagogias eficazes são escassos. Para equilibrar prioridades concorrentes, grandes universidades estão experimentando com a alternância de leves e pesados cargas de ensino durante o ano letivo, e a contratação de mais professores de meio período. © 2014, NMC Uma análise regional do Horizon Project Page 20 Metodologia Metodologia O processo usado para pesquisar e criar o NMC 2014 – Panorama Tecnológico para as Universidades Brasileiras: uma análise regional do Horizon Project é muito enraizado nos métodos utilizados em todo o NMC Horizon Project. Todas as publicações do NMC Horizon Project são produzidas através de um processo cuidadosamente construído e informado por pesquisa primária e secundária. Dezenas de tecnologias, tendências significativas e desafios críticos são examinados para uma possível inclusão no relatório em cada edição. Cada relatório se baseia na experiência considerável de um comitê de especialistas de renome internacional e que considera um amplo conjunto de importantes tecnologias emergentes, desafios e tendências para, depois, examinar cada um deles de modo detalhado, reduzindo o conjunto até que a listagem final das tecnologias, tendências e desafios seja selecionada. Grande parte do processo ocorre online, onde é capturado e colocado na Wiki NMC Horizon Project. Esta Wiki, que tem crescido em um recurso de centenas de páginas, pretende ser uma janela completamente transparente para o trabalho do projeto, e contém todo o registro da pesquisa para cada uma das várias edições. A seção da Wiki utilizada para o NMC 2014 – Panorama Tecnológico para as Universidades Brasileiras pode ser encontrada em brasil.wiki.nmc.org. Os procedimentos de seleção dos temas que estão neste relatório incluem um processo Delphi modificado e aperfeiçoado ao longo de anos de produção da série NMC Horizon Report, o qual começou com a montagem do comitê de especialistas. O comitê possui a intenção de representar uma grande variedade de origens e interesses, mas com cada membro trazendo uma experiência particularmente relevante. Até o momento, centenas de profissionais reconhecidos internacionalmente e líderes participaram do Comitê de Especialistas do NMC Horizon Project. Em um determinado ano, um terço dos especialistas é renovado, garantindo um fluxo de novas perspectivas. Uma vez que o comitê de especialistas para uma edição especial esteja constituído, seu trabalho começa com uma revisão sistemática da literatura — recortes de imprensa, relatórios, ensaios e outros materiais — que se refere à tecnologia emergente. Os membros do comitê são fornecidos com um extenso conjunto de materiais de apoio quando o projeto começa e, depois, são convidados a comentá-los, identificar aqueles que parecem especialmente valer a pena e adicionar ao conjunto. O grupo discute as aplicações existentes de tecnologia emergente e novos brainstorms. Um critério fundamental para a inclusão de um tema é a sua potencial relevância para o ensino, a aprendizagem ou a investigação criativa. Um conjunto cuidadosamente selecionado de feeds RSS, com dezenas de publicações relevantes, assegura que os recursos de apoio fiquem atualizados no decorrer do projeto. Eles são usados para informar o pensamento dos participantes durante todo o processo. Na sequência da revisão da literatura, o comitê de especialistas se envolve no foco central da pesquisa – as perguntas da pesquisa que estão no centro da NMC Horizon Project. Estas perguntas são projetadas para obter uma lista abrangente de tecnologias interessantes, desafios e tendências do comitê: 1. Quais dessas tecnologias principais serão mais importantes para as universidades brasileiras nos próximos cinco anos? 2. Quais tecnologias importantes estão faltando em nossa lista? Considere estas perguntas relacionadas: a. O que você lista entre as tecnologias estabelecidas – que algumas universidades e programas educacionais brasileiros estão usando hoje – que, sem dúvida, todas as instituições e programas devem estar amplamente usando para apoiar ou melhorar o ensino, a aprendizagem ou a investigação criativa? © 2014, NMC Uma análise regional do Horizon Project Page 21 Metodologia b. Quais são as tecnologias que têm uma base de usuários sólida no consumo, entretenimento ou outras indústrias que universidades e programas educacionais brasileiros podem ativamente procurar maneiras de aplicar? c. Quais são as principais tecnologias emergentes que você vê desenvolver a tal ponto que as universidades e os programas de ensino brasileiros devem começar a tomar conhecimento durante os próximos quatro a cinco anos? 3. Que tendências você espera ter um impacto significativo sobre as maneiras com que as universidades e os programas educacionais brasileiros se aproximam de nossas missões fundamentais do ensino, aprendizagem e investigação criativa? 4. O que você vê como os principais desafios relacionados ao ensino, aprendizagem e investigação criativa que as universidades e os programas educacionais brasileiros terão de enfrentar durante os próximos cinco anos? Uma das tarefas mais importantes do comitê de especialistas é responder a estas perguntas de forma tão sistemática e ampla quanto possível, de modo a garantir com que uma gama de tópicos relevantes seja considerada. Uma vez que este trabalho é feito, um processo que se move rapidamente em apenas alguns dias, o comitê de especialistas se desloca para um processo de construção de consenso único, com uma metodologia baseada em Delphi iterativo. As respostas às questões de pesquisa são, sistematicamente, classificadas e colocadas em horizontes de adoção por cada membro do conselho consultivo, usando um sistema multivoto que permite aos membros mensurar suas seleções. Cada membro é perguntado para também identificar o intervalo de tempo no qual a tecnologia vai começar a ser amplamente usada – definido pelo propósito do projeto como algo em torno de 20% de instituições que adotam a tecnologia no período discutido (este valor é baseado na pesquisa de Geoffrey A. Moore e referese à massa crítica de adoções necessárias para uma tecnologia ter a chance de entrar em amplo uso). Eles também classificam o grau e o alcance de cada desafio como solucionável, difícil ou complexo. Estes rankings são compilados em uma coleta de respostas e, inevitavelmente, as que possuem mais consenso ficam mais rapidamente aparentes. Para mais detalhes sobre a metodologia do projeto ou para rever a instrumentação, o ranking e os produtos intermediários por trás do relatório, visite a wiki do projeto, que pode ser encontrada em brasil.wiki.nmc.org. ——————— cd ——————— © 2014, NMC Uma análise regional do Horizon Project Page 22 Comitê de Especialistas Horizon Project Brasil 2014 Larry Johnson Investigador Corresponsável New Media Consortium Otello Bertolozzi Neto Investigador Corresponsável Saraiva Michele Cummins Gerente de Pesquisa New Media Consortium Cristiana Mattos Assumpção Assistente de Pesquisa Colégio Bandeirantes Fernando Almeida DOT - Secretaria de Educação Ednilson Guiotti Marista Paulo Resende Finep Adriano Azevedo Ser Educacional Gustavo Hoffmann UniCenter Martin Restrepo Editacuja Ines Barreto Ânima Orlando Junior Kroton Thiago Rivero Neurogames e UNIFESP Greg Bateman Hondana Vani Kenski Consultora Alberto Rogers Finep Gilda Helena Bernardino de Campos Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro Fredric M. Litto Presidente da ABED Nil Santana Abilene Christian University Carlos Longo Laureate Odete Sidericoudes Consultora Rogério Loureiro Ânima Paulo de Tarso Moraes Kroton João Mattar PUC-SP / Universidade Anhembi Morumbi Romero Tori Escola Politécnica da USP / Centro Universitário Senac Luciano Meira Universidade Federal de Pernambuco Frederico Vasconcelos JoyStreet Flávia Bravin Saraiva Rodrigo Capelato Semesp Alice Carraturi Damásio Educacional Fabiano Ceretta Unisul Pedro Cunha Ulbra Luci Ferraz de Mello Nucleo de Comunicação e Educação Universidade de São Paulo Alexandre Gracioso Escola Superior de Propaganda e Marketing – ESPM © 2014, NMC Thiago Nascimento Associação de Educação Financeira do Brasil Cesar Nunes Universidade de São Paulo Francisca Romana G. Paris Saraiva Samantha Adams Becker Diretora do Horizon Project New Media Consortium João Vianney Consultor Stavros P. Xanthopoylos Fundação Getulio Vargas – FGV Wanderley Carneiro Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado – FECAP Eduardo Peixoto C.E.S.A.R. Uma análise regional do Horizon Project Page 25 The New Media Consortium Sparking innovation, learning and creativity 1250 Capital of Texas Hwy South Building 3, Suite 400 Austin, TX 78746 tel 512 445-4200 fax 512 445-4205 web www.nmc.org ISBN 978-0-9906415-3-7