INSTITUTO DE CIENCIAS DA SAUDE FUNORTE/SOEBRAS Avaliação da eficácia dos adesivos autocondicionantes na Ortodontia Andréa Maria dos Santos Sampaio Monografia apresentada ao programa de especialização em Ortodontia e Ortopedia facial da ANEO-FUNORTE/SOEBRAS NUCLEO BELEM, como parte dos requisitos para obtenção ao titulo de Especialista. Belém – PA 2010 INSTITUTO DE CIENCIAS DA SAUDE FUNORTE/SOEBRAS Avaliação da eficácia dos adesivos autocondicionantes na Ortodontia Andréa Maria dos Santos Sampaio Monografia apresentada ao programa de especialização em Ortodontia e Ortopedia facial da ANEO-FUNORTE/SOEBRAS NUCLEO BELEM, como parte dos requisitos para obtenção ao titulo de Especialista. Orientador: Prof. Dr. Rogério Schmith Armando Belém – PA 2010 Sampaio, Andréa Maria dos Santos Avaliação da eficácia de adesivos autocondicionantes na ortodontia / Andréa Maria dos Santos Sampaio.- Belém (PA), 2010. 34f.:il. Monografia (Especialista em Ortodontia) – Instituto de Ciências da Saude, 2010 CDD 617.672 Dedico este trabalho Aos meus queridos pais, Antonio e Marly,responsáveis pela minha formação pessoal e profissional. Ao meu marido Giulliano e filhos, Enzo e André, pelo carinho e compreensão. A eles, pessoas que mais amo e admiro, minha eterna gratidão e certeza de que sempre farei o possível para retribuir o que fizeram e fazem por mim. Aos meus irmãos, Antonio Junior e Victor, pelo apoio, exemplo e amizade ilimitada que nos une. iii AGRADECIMENTOS `A Aneo, na pessoa do coordenador geral do curso de pós-graduação em Ortodontia, prof. Dr. Rogério Armando. Ao prof. Dr. Rogério Armando, pela serenidade, disposição e competência com que me orientou no presente trabalho. Aos professores Rogério Armando, Gelson Armando, Eduardo Teruel e Akel Neto. `A funcionária Daniele Souza da Aneo pelo apoio de secretaria. iv SAMPAIO, ANDREA MARIA DOS SANTOS SAMPAIO. Avaliação da eficácia de adesivos autocondicionantes na Ortodontia. Instituto de Ciências da Saúde, FUNORTE/SOEBRAS. RESUMO Os primeiros adesivos dentinarios caracterizavam-se pela aplicação separada do primer e do bond. Adesivos autocondicionantes combinam o primer e o bond na tentativa de simplificar etapas na técnica adesiva. O presente trabalho tem como objetivo apresentar uma revisão de literatura sobre a adesão de braquetes em esmalte empregando sistema adesivo autocondicionante. Embora alguns dentistas ainda suscitem duvidas a respeito da adesividade do sistema autocondicionante. Palavras-chave: Adesivo autocondicionante, esmalte, braquetes. V SAMPAIO, ANDREA MARIA DOS SANTOS SAMPAIO. Evaluate the capacity of brackets adhesion in enamel using self-etching primers system. Instituto de Ciências da Saúde, FUNORTE/SOEBRAS. ABSTRACT Early dentin adhesive consisted of separate application of primer and bond to demineralizated enamel. One-bottle adhesives combine primer and bonding system to simplify clinical steps. The aim of this work is to present a literature review about the employment of self-etching primers in a enamel to bond brackets. However, some dentists are not confident on the adhesivenes of this product. This work intended to evaluate the capacity of brackets adhesion in enamel using self-etching primers system. Keywords: Self-etching primers. Enamel. Brackets. vi 4 SUMARIO RESUMO v ABSTRACT vi 1 1. INTRODUÇÃO............................................................................................... 01 2 2. REVISTA DE LITERATURA......................................................................... 04 3. PROPOSIÇÃO............................................................................................... 15 4. DISCUSSÃO.................................................................................................. 17 5. CONCLUSÃO................................................................................................ 20 REFERÊNCIAS.................................................................................................. 22 vii 5 2 REVISTA DE LITERATURA Em 1955, Buonocore5 apud Carvalho, 200411 revolucionou a Odontologia por meio de pesquisas sobre condicionamento ácido do esmalte. As superfícies vestibulares do esmalte de incisivos foram submetidas a substâncias ácidas, objetivando melhorar a união entre a resina acrílica e a estrutura dentária. Nas superfícies de esmalte, foram utilizados os ácidos fosfomolibdato oxálico a 50% e fosfórico a 85%, objetivando remover sua superfície externa, produzindo uma superfície mais reativa além de uma maior área de contato da resina com o esmalte. O autor observou que o tratamento com ácido fosfórico apresentou os melhores resultados. Reynolds (1979)24 apud Vieira et al. (2002)22 estudou a resistência adesiva em braquetes aderidos a superfície dental. Neste experimento, utilizou-se molares humanos recem extraidos. Posteriormente, fez-se o teste de cisalhamento e concluiu que os valores ideais para uma boa união seriam de 5,9 MPa a 7,1 MPa . Silverstone et al. (1979) 27 apud Sampaio (2006) 25 avaliaram, in vitro, a influencia da contaminação da superfície dentária por fluidos orais pós-condicionamento ácido. Para isto, utilizaram 30 pré-molares humanos e os dividiram aleatoriamente em 3 grupos iguais. No G1 (grupo controle), foi feito condicionamento com ácido fosfórico a 37% como recomenda o fabricante. No G2, pós-condicionamento houve contaminação com saliva por 2 segundos. No G3, pós-condicionamento houve contaminação com saliva por 10 segundos. Verificaram em MEV que todas as superfícies contaminadas, independente do tempo de exposição e de serem lavados ou não com jatos de água e ar, apresentaram uma película tenaz sobre o esmalte em comparação com ao grupo controle. Relatam também uma diminuição de ate 50% na força de adesão das resinas aplicadas sobre esmaltes contaminados por saliva em comparação aos não contaminados. Concluíram que caso haja contaminação com fluidos orais póscondicionamento, deve-se repetir o condicionamento ácido como recomenda o fabricante. 6 Watanabe et al. (1994) 31 avaliaram a eficiência dos primeiros sistemas adesivos autocondicionantes contendo o monômero ácido Fenil P. Esta substancia foi incorporada ao sistema Clearfil Liner Bond II (Kuraray) demonstrando uma adesão eficaz. Carstensen (1995)10 comparou o condicionamento em esmalte para fixação de braquetes com concentração diferentes de ácido fosfórico (1,2%; 5% e 37%) durante 30 segundos. Esse autor fixou os braquetes com resina composta autopolimerizavel Concise (3M), dividi-os em 3 grupos respectivamente e os submeteu ao teste do cisalhamento. Os resultados foram: O primeiro grupo (ácido fosfórico 1,2%), a media foi de 15,28 MPa; Para o segundo (ácido fosfórico 5%), 16,49 Mpa; Para o terceiro grupo (ácido fosfórico 37%), 28,30MPa. Bishara et al.(1998) 2 estudaram a adesividade de dois sistemas adesivos utilizados na colagem de braquetes em molares recém-extraidos. Para este trabalho, dividiram em três grupos iguais. No G1, utilizaram o sistema Transbond XT (3M); No G2, utilizaram o primer autocondicionante Clearfil Liner Bond II (Kuraray) com o adesivo Transbond XT; No G3, utilizaram o acido poliacrilico com o cimento ionomero de vidro Fuji Bond LC (GC America). Após teste de cisalhamento, obtiveram os resultados: No G3, encontraram valores médios de 6,5 Mpa; No G2, de 2,8 Mpa; No G1, 10,4 Mpa. Lopes et.al. (2001) 17 verificaram a forca de união ao esmalte e o tempo gasto para a colagem de brackets ortodônticos utilizando sistemas adesivos autocondicionantes. Quarenta pré-molares hígidos foram montados em resina e aleatoriamente divididos em 4 grupos iguais (n=10). No grupo NRC + NT , o esmalte foi tratado com o adesivos autocondicionate Non Rinse Conditioner + Prime & Bond NT(dentsply). No grupo SE Bond, o esmalte foi tratado com o adesivo autocondicionate ClearFil SE Bonde (SE Bond) (Kuraray). No grupo E&P 3.0, o esmalte foi tratado com o adesivo autocondicionate Etch & Prime 3.0 (Degussa). No grupo Concise (grupo controle), o esmalte foi tratado com acido fosfórico a 35% durante 15 segundos seguido do sistema adesivo Concise (3M). Em todos os grupos, foi usada para a colagem dos brackets, a resina autopolimerizavel Concise. Os procedimentos adesivos foram cronometrados. Depois de 24 horas em água a 37oC, foi testado a forca de união em uma maquina de teste Instron a 5 mm/ minuto. Os dados obtidos foram analisados com teste 7 estatístico one-way ANOVA e Newman-Keuls. Resultados: o grupo SE Bond e o Concise apresentaram similar forca de união e tempo para o procedimento. O grupo NRC + NT mostrou os menores valores de forca de união e o maior tempo gasto para o procedimento. E o grupo E&P 3.0 apresentou o menor tempo durante o procedimento de colagem. Portanto, o sistema SE Bond exibiu resultado semelhantes ao sistema convencional. E também, os adesivos autocondicionantes não tiveram menor tempo clinico, estatisticamente. SAMPAIO e PACHECO (2001)26 avaliaram, in vitro, a influencia do tempo de aplicação do acido fluorídrico comparado ao jateamento com oxido de alumínio no condicionamento da porcelana para colagem de acessórios ortodônticos com o compósito Concise Ortodôntico. Para isto, foram utilizados 50 placas de porcelana divididas em cinco grupos equivalentes e cada grupo fora exposto a tempos diferentes de ácidos fluorídrico a 4%. O grupo I foi exposto a um minuto ; o grupo II, a dois minutos; o grupo III, a três minutos; e o grupo IV, a quatro minutos. O grupo V fora exposto a cinco minutos de jateamento de óxidos de alumínio. Sobre a região do preparo foram colados botões ortodônticos fixados a um adaptador para maquina de ensaio que permitiu a realização do ensaio da tração . A media de resistência da união à tração dos grupos foi : 7,25MPa, 6,74MPa, 7,34MPa, 8,74MPa e 5,98MPa, respectivamente , não apresentando diferença estaticamente significante entre as medias a nível de significância de 1% nos cincos grupos. Por outro lado, quanto ao aspecto morfológico da superfície observada em microscópio eletrônico de varredura, o grupo exposto a quatro minutos ao HF apresentou uma alteração na superfície da cerâmica com aspecto alveolar em maio quantidade e mais profundo do que o grupo co exposição de um minuto ao HF. O grupo V apresentou um aspecto poroso de forma homogenia pela remoção da parte da superfície da porcelana devido ao jateamento com óxido de alumínio. VIEIRA et.al (2002)30 realizaram uma revisão dos materiais e das técnicas mais recentes para colagens de acessórios ortodônticos, trazendo ao ortodontista condições de realização de colagens eficientes em superfície artificiais como amalgama, ouro e porcelana. No amalgama, compararam os tratamentos superficiais (ponta diamantada e jateamento) associados a sistemas adesivos auto e fotopolimerizaveis. Concluíram que é possível realizar colagens ortodônticas eficientes em restaurações de amalgama utilizando o Microetcher durante 3 segundos (o abrasivo elimina contaminantes da camada metálica e cria uma 8 superfície retentiva com milhares de poros microscópicos) associado a um sistema adesivo+ resina intermediaria utilizados para colagens em superfícies artificiais, como Reliance Metal Primer (4-META). 2. é possível realizar colagens ortodônticas eficientes em superfície de porcelana (associação de condicionamento por um minuto com jateamento por cinco segundos); 3. ha necessidade de mais estudos para que possa obter colagem em ouro clinicamente aceitável; 4. o preparo de superfície metálica ou de porcelana pelo jateamento apresenta características retentivas superiores realizadas com ponta diamantada; 5. o material que apresentou maior resistência à tração (Mpa) para colagens em restaurações de amalgama foi o Superbond C&B (Metabond C&B); 6. a resina Concise com aplicação intermediaria de ALL-Bond 2 Primers A+B também foi efetiva para colagem em restauração de amalgama; 7. independentemente do preparo da superfície de porcelana, o silano aumentou a resistência de colagem; 8. o acido hidrofluoridrico seria mais efetivo do que o jateamento para a aspiração da superfície da porcelana , porem apresenta riscos quanto a sua utilização devido ao seu grande potencia corrosivo; 9. a utilização do acido hidrofluridrico e a remoção do glaze aumentaram o índice de fraturas da superfície da porcelana. VIEIRA et. al (2002) 29 fizeram uma revisão de literatura sobre colagem de acessórios ortodônticos ao esmalte dentário, em situações em que não e possível à manutenção de um campo de trabalho livre de umidade e sugeriram um protocolo para esta situação. Verificou-se que a resina, associada a sistemas adesivos hidrofílicos e, ainda, o material de eleição entre os ortodontistas para a rotina de colagem do consultório. Borsatto et al. (2002) 5 avaliaram a resistência ao cisalhamento da resina composta ao esmalte, utilizando três diferentes tratamentos de superfície. Foram utilizados quinze terceiros molares, divididos aleatoriamente em três grupos. No Grupo 1, a superfície do esmalte foi condicionada com ácido fosfórico à 37% durante quinze segundos. No Grupo 2, a superfície foi tratada com jato de óxido de alumínio. No Grupo 3, foi utilizada a associação do jato de óxido de alumínio e ácido fosfórico. O sistema adesivo foi aplicado e uma matriz foi colocada e preenchida com resina composta Z100 e fotopolimerizada. A resistência ao cisalhamento foi avaliada com a Máquina de Ensaios Universal. Os maiores valores de resistência ao jato de óxido de alumínio e condicionamento ácido. Os dados obtidos foram submetidos à análise de variância e teste de Turkey, no qual observou-se que não houve diferença estatisticamente 9 significante na resistência ao cisalhamento entre os Grupos 1 e 3 e ambos os grupos apresentaram diferença estatisticamente significante com o Grupo 2. A abrasão com óxido de alumínio não substitui o condicionamento ácido, e é necessário a associação destes métodos para obter uma adequada adesão ao substrato. Grando et al. (2002)14 fizeram uma revisao de literatura sobre a colagem de acessorios ortodonticos ao esmalte dentario, utilizando resina composta e cimento ionomero de vidro. Concluíram que a resina fotopolimerizavel oferece ao profissional uma grande margem de tempo de trabalho durante a colagem dos brackets; o cimento ionomero de vidro exibiu menor resistência ao cisalhamento em relação à resina composta. Campista et. al (2003)8 compararam a resistência ao cisalhamento de três sistemas adesivos dentários, o Consise Ortodôntico, o Transbond XT e o Transbond Plus Self-(Etching Primer 93M Unitek Dental Products), na colagem na face vestibular de pré-molares humanos e verificar a relação dos materiais utilizados para colagem quanto ao índice de Adesivo Remanescente (ARI). As medidas e desvios-padrão do teste de resistência ao cisalhamento foram: Grupo A (Concise Ortodôntico): 20,35 (9,97) MPA; Grupo B (Transbond XT) : 22, 12 (9,89) MPA e Grupo C (Transbond Plus Self-Etching Primer) : 27,07 (5,50) MPA. Não foi encontrada diferença estatisticamente significativa na resistência de colagem entre os grupos avaliados (p<0,05), embora numericamente o Transbond Plus Self-Etching Primer apresentasse media mais elevada e menor desvio-padrão, mostrando valores mais homogêneos. LOPES et. al.(2003)18 compararam a resistência de união de brackets ortodônticos em esmalte tratado dois sistemas condicionadores: em novo sistema adesivo autocondicionante (transbond XT Self-etching Primer, 3M Unitek), seguindo as recomendações do fabricante, ou com acido fosfórico a 35% (3M), durantes 15 segundos (controle). Nos dois grupos a resina fotopolimerizavel (moreli). Depois de 24 horas em água, os corpos de prova foram submetidos a ensaios de cisalhamento em maquinas de ensaio Instron 4444 (5mm/mim). Na analise microscópica, seis amostras de esmalte polido foram tratados com os agentes condicionadores (n=3), lavadas com água corrente, secas com jato de ar, (metalizadas e observadas em MEV Philiph XL 30). Os dados de resistência de união foram analisados com 10 teste t. O padrão de esmalte com sistema autocondicionante testado (Transbind SEP) foi similar ao do acido fosfórico a 35% (3M) usado como controle. A alta capacidade de desmineralizacao do sistema autocondicionante testado (Trasnbond SEP, 3M Unitek) propicia adequada resistência de união similar à colagem de bracketes ortodônticos, apresentando resistência de união similar ao do condicionador acido fosfórico a 35%. NETO et. al. (2003) 21 verificou a resistência ao cisalhamento do Fuji Ortho LC (GC Co.), em relação a uma resina composta controle (Concise - 3M). Foram utilizados 40 prémolares humanos, com a face vestibular hígida, selecionados aleatoriamente em 4 grupos de 10 (Grupo A – Fuji Ortho LC sem condicionamento acido do esmalte; Grupo B – Fuji Ortho LC com condicionamento; Grupo C – Concise como indicado pelo fabricante e Grupo D – Concise sem utilização do sistema adesivo). Corpos de prova foram obtidos, a partir da inclusão dos dentes em gesso pedra. Os ensaios foram realizados numa maquina universal de ensaio de tração (EMIC, modelo DL 30.000), a uma velocidade de 1mm/min, no SENAI-SE. Os resultados foram obtidos em Kgf/cm2 e, estatisticamente, avaliados pelo teste “t” de Student (p<0.05). As resistências obtidas foram : A (37.837 +_ 8.648), B (63.965 +_ 16.244), C(59.594+_10.491) e D (62.478+_24.900). Os grupos B,C, D foram semelhantes entre si, do ponto de vista estatístico, enquanto que apresentaram uma superioridade, quando comparados ao grupo A, considerando os resultados, pode-se indicar o uso de Fuji Ortho LC com o condicionamento acido do esmalte, como método de eleição na colagem de braquetes, em especial, naqueles pacientes com alto índice de carie. GIANNINI et.al (2003)15 compararam a resistência ao cisalhamento dos adesivos convencionais e de frasco único. Foram utilizados os sistemas adesivos Scotchbond MP Plus (SB) e ALL Bond 2 (AB), e os adesivos de frasco único One Step (OP) e Prime & Bond 2.0 (PB). As superfícies dentinarias foram obtidas de pré-molares humanos extraídos. As media de resistência ao cisalhamento, em MPa, foram:SB-22,99 + 9,39; AB – 22,26 + 7,23; OS – 21,62 +6,04 e PB – 23,43 +9,05. A ANOVA indicou nenhuma diferença significativa na resistência de união entre os adesivos (p > 0,05).Os resultados sugerem que sistemas adesivos convencionais de frasco único apresentam similares medias de resistência ao cisalhamento. 11 Bishara et al. (2003)4 compararam a adesividade de um sistema adesivo autocondicionante Clearfil Liner Bond II (Kuraray) em procedimentos convencionais ortodônticos em terceiros molares inferiores humanos e os submeteu ao teste do cisalhamento. Obtiveram-se resultados superiores a 17 Mpa. Nascimento et al. (2003)20 pesquisaram a resistência ao cisalhamento do sistema adesivo Single Bond (3M/Espe) em esmalte contaminado por saliva. Neste trabalho, foram utilizados vinte e quatro terceiros molares hígidos extraídos, divididos em quatro grupos. No Grupo 1 (Grupo controle), fez-se o condicionamento ácido por quinze segundos, lavado por mais quinze segundos e seco com papel absorvente. No Grupo 2, o esmalte foi contaminado com 0,2 ml de saliva por vinte segundos, sendo lavado por quinze segundos, seco por cinco segundos com jato de ar, aplicado o referido adesivo por dez segundos e fotoativado por vinte segundos. No Grupo 3, o esmalte foi contaminado com 0,2 ml de saliva por vinte segundos, aplicou-se um leve jato de ar por cinco segundos, foi aplicado o referido adesivo por dez segundos e fotoativado por vinte segundos. No Grupo 4 (fez-se o condicionamento ácido como no grupo 1 -, o esmalte foi contaminado com 0,2 ml de saliva por vinte segundos, sendo lavado por quinze segundos, seco por cinco segundos, recondicionada com ácido fosfórico por quinze segundos, sendo repetido o mesmo procedimento, a partir deste passo, como no Grupo 1. Vinte e quatro horas após terem sido armazenados em água destilada, os corpos-deprova foram submetidos ao teste do cisalhamento. Os resultados demonstraram uma resistência de união menor quando o esmalte foi contaminado com saliva e apenas seco com jato de ar. Porém, os valores de resistência de união obtidos com o esmalte contaminado com saliva como no Grupo 3 (lavado) e 4 (lavado, seco e recondicionado) não demonstraram diferença estaticamente significante com o Grupo controle. Constataram que a adesão não foi influenciada negativamente quando o adesivo Single Bond foi empregado em esmalte contaminado por saliva após o condicionamento ácido, exceto no Grupo 2, no qual a saliva foi apenas seca com jato de ar. Kono et al. (2003)16 compararam sistemas adesivos convencionais com autocondicionantes em superfície de esmalte bovino. O sistema autocondicionante Clearfil SE Bond (Kuraray) apresentou resistência adesiva acima de 12 Mpa. 12 Tavares et. al (2004)28 avaliaram a resistência ao cisalhamento de brackets colados em superfície de resina composta. Para a obtenção das amostras foram elaborados 30 discos de resina composta fotopolimerizavel (Durafill) inseridos em tubos de pvc preenchidos por resina acrílica quimicamente ativada. O grupo I (controle) não recebeu nenhum condicionamento na superfície de resina composta. No grupo II a superfície de resina composta foi tratada com Jato de Oxido de Alumínio (Bio-art) com partículas de 50 micrometros. No grupo III a superfície de resina composta recebeu ranhuras realizados com broca diamantada (KG Sorensen) em alta rotação. Foram colocados braquetes metálicos Mini Dyna-Lock (Unitek, 3M), apos a preparação das superfícies, com compósito ativado quimicamente (Concise Ortodôntico, 3M) seguindo as instruções do fabricante. Os corpos de prova foram armazenados em água a 37 C por 24 horas, e me seguida levados a uma maquina de ensaio Instron com velocidade de 0,5 mm/ minuto. Os resultados foram submetidos a Analise de Variância e ao Teste de Tukey. A media de resistência ao cisalhamento foi 2,3 Mpa para o grupo I; 5,7 para o grupo II e 3,0 para o grupo III. Caputo et.al (2004)9 avaliaram um potencializador de adesão associado a dois adesivos colados em esmalte seco e contaminado com saliva artificial. Oitenta dentes, pré-molares humanos receberam braquetes metálicos Edgewise Ultraminitrim (Dentaurum) fixados em esmalte de acordo com as instruções dos fabricantes. Sendo: Grupo I- Light BondTMesmalte seco, II-Ligh BondTM- esmalte contaminado, III- Transbond-XTTM- esmalte seco,IV-LightBondTM com Enhance LCTM- esmalte contaminado ,V- Light BondTM com Enhance LCTM- esmalte seco, VI- Transbons- XTTM em esmalte contaminado, VIItransbond- XTTM com Enhace LC- esmalte seco, VIII-Transbond-XTTM com Enhance LCTM- esmalte contaminado. As amostras foram armazenados a 370C por 24 horas e submetidas s ciclagem térmica 500 ciclos de 50 e 550 por minuto. O teste de cisalhamento foi realizado na maquina INSTRON, modelo 4411 com velocidade de 0,5 mm/minuto. O resultado apos analise de variância (ANOVA) e ao teste de Tukey, em significância de 5%, mostrou que os grupos I – 8.91 MPa, V – 8.76 MPa e III – 8.73 MPa apresentaram as maiores medias sendo semelhante entre si e superiores ao grupo IV – 7,71 MPa que foi superior aos grupos VII – 6.35 MPa e VIII – 6.95 MPa, que foram semelhantes entre si e superires ao grupo II – 5.20 MPa que foi superio ao grupo VI – 5.20 MPa Concluiu-se que in vitro o 13 Enhance LCTM foi eficiente em aumentar a adesão dos adesivos em esmalte contaminado por saliva pós- condicionante acido. Lopes et al. (2004) 19 compararam a força de união ao esmalte de adesivos dentinários autocondicionantes e convencionais de dois passos. Sessenta incisivos bovinos tiveram suas raízes removidas e foram divididos em seis grupos: GAD (Adper Prompt); GOS (Optibond Solo Plus); GAS (AdheSE); GTY (Tyrian SPE); GSE (Clearfil SE Primer); GSB (adesivo Single Bond), todos utilizados como recomendam os fabricantes. A resina híbrida Filtek P-60 foi condensada em 2/3 de um molde gelatinoso. Assim, foi utilizado o sistema adesivo e uma segunda camada da mesma resina foi inserida até completar o molde gelatinoso. Os espécimes foram termociclados por trinta segundos e a seguir, realizado o teste de tração. Pela análise estatística, fôra observado haver diferenças estatísticas entre os grupos, apenas o GSE apresentou valores similares ao GSB, seguido do GAD e GAS; GTY e GOP. Concluiu-se que o Clearfil SE Bond foi o único autocondicionante que obteve valores de resistência de união similares ao adesivo convencional de dois passos. Pithon e Ruellas (2005) 23 avaliaram a resistência ao cisalhamento e o índice de remanescente adesivo (IRA) de braquetes metálicos sobre dentes decíduos bovinos.Vinte e quatro incisivos inferiores bovinos foram divididos em dois grupos iguais: no grupo controle, os braquetes colados sobre superfície condicionada e seca de dentes permanentes bovinos, e outro no qual utilizou-se dente decíduo bovinos em superfície igualmente preparado. A amostra foi submetida ao teste de cisalhamento e a avaliação do IRA. Os resultados mostraram haver diferenças estáticas significantes, nos dois itens avaliados, contra indicando colagem de braquetes em dentes decíduos bovino. Alem das falhas decorrentes da técnica propriamente dita, existem fatores referentes à superfície do esmalte. Dentre esses fatores, estariam a presença do esmalte aprismatico. Oliveira et al. (2005) 22 pesquisaram a resistência adesiva de braquetes em esmalte utilizando adesivos autoicondicionantes. Para isto, foram utilizados vinte incisivos bovinos, os quais foram divididos em dois grupos iguais. Os corpos de prova do primeiro grupo foram submetidos ao condicionamento acido empregando o adesivo Scotchbond Multipurpose (3M). Os do segundo grupo, utilizaram o adesivo autocondicionante Clearfil SE Bond (Kuraray). 14 Em seguida, pequenos incrementos de resina composta Filtek 250 (3M) foram colocados sobre o corpo de prova e fotopolimerizados por 40 segundos. Foram submetidos ao teste do cisalhamento, ocorrendo 100% das fraturas na interface resina e superfície do braquete. Obtiveram-se resultados para o grupo 1 de 12,20 Mpa; Para o segundo, 13,09 Mpa. Concluíram que o adesivo autocondicionante Clearfil SE Bond produziu uma efetiva adesão quando comparado com o convencional Scotchbond Multipurpose. 5. CONCLUSÃO Com base na revista de literatura pode-se concluir: 1. A maioria dos autores concluíram que os sistemas adesivos autocondicionantes podem ser utilizados na técnica ortodôntica; 2. Em casos de contaminação com a umidade, deve-se repetir o condicionamento; 3. O autocondicionante com maior resistência a pressão foi o Clearfill SE (Kuraray).