DR CASE STUDY HISTÓRIA DE FAMÍLIA Com 50 anos de história, o Grupo Casais vai na terceira geração dentro da mesma família. A relação na empresa é regulamentada através de um protocolo entre membros. Por Inês Queiroz natural, na Casais resolverem-se estratégias de negócios, problemas de trabalho, questões do dia-a-dia entre pais e filhos, entre tios e sobrinhos ou entre primos. É natural ouvir-se: ‘Já falei com o seu primo sobre este assunto’ ou ‘a minha mãe e os meus tios não concordam com este plano.’ O ambiente não é menos profissional ou menos exigente, é apenas... mais familiar”. O trecho, retirado do livro “Mestria”, lançado para assinalar os 50 anos de existência do Grupo Casais, concentra a essência do que é o ‘modus operandi’ de uma grande empresa de cariz familiar. Longe vão os tempos em que a Empreiteiros Casais iniciava actividade, fruto do empenho de José Gonçalves da Silva, o ‘Mestre Casais’ como era conhecido na região de Braga onde, desde a década de 30, consolidava a fama de “meticuloso no trabalho e homem de palavra.” A alcunha viria a ser herdada pelo filho, António Fernandes da Silva, responsável pela fundação da empresa, propriamente dita, 60 PME Líder CASE STUDY “É em Maio de 1958, e por grande parte de um percurso que faz hoje do Grupo Casais, uma das maiores empresas de construção e obras públicas do país. Herança familiar por via popular, o nome Casais também já vem de longe, dos tempos de uma trisavó de António Fernandes da Silva, memória dos tempos em que os monges Beneditinos do Mosteiro de São Martinho de Tibães, que arrendavam as terras em redor deste (‘casales’) aos agricultores locais. São também estas pequenas histórias que ajudam a fazer da Casais aquilo que é hoje. Em três gerações e sem nunca perder a sua génese familiar, a empresa expandiu o ‘core-business’ para áreas tão vastas como engenharia e imobiliário, turismo, comércio e serviços, indústria, ambiente, investimentos e participações e estendeu-se a novos mercados, como a Espanha, Alemanha, Bélgica, Marrocos, Angola, China ou Rússia. Um protocolo familiar Manter a empresa na família é um objectivo fundamental que integra os estatutos da mesma. O protocolo familiar As grandes datas da Casais 1958 Constituição, por escritura da Empreiteiros Casais de António Fernandes da Silva e Irmãos, Lda. 1991 Passa a chamar-se Empreiteiros Casais de António da Silva Fernandes, S.A 1994 Início da internacionalização: construção do Charlotten Center, em Halle, na Alemanha. O núcleo duro da administração da Casais. José da Silva Fernandes, ao centro, sentado, é o CEO. 1999 A Empreiteiros Casais integra o ASSOC, Obras Públicas, ACE, que reúne as maiores empresas da região Minho. 1999-2000 Atribuição do estatuto de PME Excelência Contrução pelo IAPMEI. 2000 Ano de oficialização do Grupo Casais – Casaisinvest. 2006 Casais atinge o top10 das maiores empresas do sector em Portugal. CASE STUDY PME Líder 61 da Casais foi assinado em Setembro de 2004 por onze membros das três gerações da Casais, entre os quais António Fernandes da Silva. O acordo, elaborado pela SEG/Unilco – Family Business Consulting, uma empresa especializada em serviços deste tipo, veio regulamentar a relação entre família e empresa, impondo regras sobre assuntos relativos a contratações, despedimentos, distribuição de remunerações suplementares, preparação dos mais novos para assumirem o futuro da empresa, etc. Entre os pontos mais importantes a assinalar, este protocolo exige que o plano de sucessão, dentro da empresa, se inicie quando líder estabelecido atingir a idade de 55 anos. Um processo que está actualmente em curso, já que o actual presidente do grupo, José da Silva Fernandes, assumiu o cargo com 59 anos de idade. Outra questão importante regulamentada pelo protocolo familiar da Casais prende-se com a venda de participações accionistas, estipulando o mesmo que estas sejam vendidas em primeiro lugar à família, depois à empresa e só em último recurso externamente. O