ENSINO A DISTÂNCIA Educação Física Licenciatura em PRÁTICA EDUCATIVA: PROJETO INTEGRADO VI Alfredo César Antunes Débora Navaro Rocha Cortela Luis Marcelo de Lara pONTA gROSSA / pr 2012 CRÉDITOS Universidade Estadual de Ponta Grossa João Carlos Gomes Reitor Carlos Luciano Sant’ana Vargas Vice-Reitor NUTEAD - UEPG Coordenação Geral Leide Mara Schmidt Coordenação Pedagógica Cleide Aparecida Faria Rodrigues Conselho Consultivo Pró-Reitor de Graduação - Graciette Tozetto Goes Pró-Reitor de Pesquisa e Pós-Graduação - Benjamin de Melo Carvalho Pró-Reitor Extensão e Assuntos Culturais - Miguel Sanches Neto Colaboradores Financeiros Ariângelo Hauer Dias Luiz Antonio Martins Wosiack Colaboradores de Planejamento Carlos Roberto Ferreira Silviane Buss Tupich Colaboradores em Informática Carlos Alberto Volpi Carmen Silvia Simão Carneiro Colaboradores em EAD Dênia Falcão de Bittencourt Jucimara Roesler Colaboradores de Publicação Álvaro Franco da Fonseca - Ilustrador Anselmo Rodrigues de Andrade Júnior - Designer Gráfico/Ilustrador Ceslau Tomczyk Neto – Ilustrador Ana Caroline Machado – Diagramação Márcia Zan Vieira – Revisora Rosecler Pistum Pasqualini - Revisora Vera Marilha Florenzano – Revisora Colaboradores Operacionais Edson Luis Marchinski Maria Clareth Siqueira Todos os direitos reservados ao NUTEAD - Núcleo de Tecnologia e Educação Aberta e a Distância Universidade Estadual de Ponta Grossa, Ponta Grossa, Paraná, Brasil. Ficha catalográfica elaborada pelo Setor de Processos Técnicos BICEN/UEPG. UNIVERSIDADE ESTADUAL DE PONTA GROSSA Núcleo de Tecnologia e Educação Aberta e a Distância - NUTEAD Av. Gal. Carlos Cavalcanti, 4748 - CEP 84030-900 - Ponta Grossa - PR Tel.: (42) 3220 3163 www.nutead.uepg.br 2009 APRESENTAÇÃO INSTITUCIONAL A Universidade Estadual de Ponta Grossa é uma instituição de ensino superior estadual, democrática, pública e gratuita, que tem por missão responder aos desafios contemporâneos, articulando o global com o local, a qualidade científica e tecnológica com a qualidade social e cumprindo, assim, o seu compromisso com a produção e difusão do conhecimento, com a educação dos cidadãos e com o progresso da coletividade. No contexto do ensino superior brasileiro, a UEPG se destaca tanto nas atividades de ensino, como na pesquisa e na extensão Seus cursos de graduação presenciais primam pela qualidade, como comprovam os resultados do ENADE, exame nacional que avalia o desempenho dos acadêmicos e a situa entre as melhores instituições do país. A trajetória de sucesso, iniciada há mais de 40 anos, permitiu que a UEPG se aventurasse também na educação a distância, modalidade implantada na instituição no ano de 2000 e que, crescendo rapidamente, vem conquistando uma posição de destaque no cenário nacional. Atualmente, a UEPG é parceira do MEC/CAPES/FNED na execução do programas Pró-Licenciatura e do Sistema Universidade Aberta do Brasil e atua em 38 polos de apoio presencial, ofertando, diversos cursos de graduação, extensão e pós-graduação a distância nos estados do Paraná, Santa Cantarina e São Paulo. Desse modo, a UEPG se coloca numa posição de vanguarda, assumindo uma proposta educacional democratizante e qualitativamente diferenciada e se afirmando definitivamente no domínio e disseminação das tecnologias da informação e da comunicação. Os nossos cursos e programas a distância apresentam a mesma carga horária e o mesmo currículo dos cursos presenciais, mas se utilizam de metodologias, mídias e materiais próprios da EaD que, além de serem mais flexíveis e facilitarem o aprendizado, permitem constante interação entre alunos, tutores, professores e coordenação. Esperamos que você aproveite todos os recursos que oferecemos para promover a sua aprendizagem e que tenha muito sucesso no curso que está realizando. A Coordenação SUMÁRIO ■■ PALAVRAS DOS PROFESSORES 7 ■■ OBJETIVOS & ementa 9 LAZER E JOGO NA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR ■■ seção 1- Concepções do lazer: relações e possibilidades para 11 a Educação Física escolar 13 ■■ seção 2- O jogo como conteúdo da Educação Física 29 VOLEIBOL ■■ seção 1- Voleibol ■■ seção 2- Fundamentos do Voleibol ■■ seção 3- Iniciação ao Voleibol 47 49 55 FDESPORTIVA UNDAMENTOS DA GINÁSTICA RÍTMICA ESCOLAR ■■ seção 1- A Ginástica Rítmica e a Cultura Corporal do Movimento ■■ seção 2- Os movimentos, a Expressão Corporal, a Música e os 51 61 63 Aparelhos; A Ginástica Rítmica numa proposta interdisciplinar MEDIDAS E AVALIAÇÃO EM EDUCAÇÃO FÍSICA ■■ seção 1- A Educação Física e a Educação para a Saúde ■■ seção 2- Avaliação da Aptidão Física relacionada à Saúde ■■ PALAVRAS FINAIS 66 75 76 79 85 ■■ REFERÊNCIAS 87 ■■ NOTAS SOBRE OS AUTORES 91 PALAVRAS Dos professores Caro (a) acadêmico(a), Olá, primeiro gostaríamos de parabenizá-lo por ter chegado até esta etapa de seus estudos. Temos a grata satisfação de apresentar-lhe a disciplina “Prática Educativa: Projeto Integrado VI”. Esta disciplina tem a função de auxiliar os alunos na interação entre os conhecimentos adquiridos nas demais disciplinas e suas possibilidades de aplicação, ou seja, a interação entre teoria e prática. Tem por objetivo estudar os processos de desenvolvimento de atividades ligadas às práticas da cultura corporal nos diferentes níveis de ensino. Nesta disciplina, você terá a oportunidade de refletir sobre ideias e procedimentos relacionados ao lazer, jogo, cidadania, ginástica rítmica desportiva, medidas e avaliação, voleibol e educação física infantil. Todos esses conteúdos serão abordados a partir de seus principais conceitos e suas formas de aplicação no ambiente escolar. Os assuntos planejados neste livro, estão organizados em 4 (quatro) unidades. Em cada unidade você encontrará as ideias básicas de cada assunto, além da indicação de leituras complementares, sites e outras atividades que contribuirão para a compreensão do conteúdo. A primeira unidade abordará as questões do lazer e sua relação com a cidadania, o jogo, o lúdico e suas possibilidades de aplicação no ambiente escolar. Na unidade II, você terá a oportunidade de estudar os aspectos básicos, fundamentos e iniciação do Voleibol. A terceira unidade analisa questões da Ginástica Rítmica Desportiva Escolar abordando seus principais conceitos, metodologias e possibilidades de movimentos no contexto escolar. A quarta e última unidade enfoca o conhecimento sobre medidas e avaliação em Educação Física no ambiente escolar. Cremos que as ideias e atividades aqui apresentadas, segundo a compreensão de cada autor, são contribuições fundamentais para o seu processo de preparação e futura atuação profissional. Apesar de ser uma obra escrita de forma coletiva (três autores), cada unidade preserva as concepções, ideias, experiências e qualificações dos autores responsáveis pelo seu desenvolvimento. Esperamos que as reflexões presentes nesta obra auxiliem você a realizar outras reflexões e construir novos conhecimentos em um processo dialético, no qual uma ideia desperte outras ideias (contrárias ou complementares) e formem um novo conhecimento. Ao entregar a você esta obra, contamos com seu entusiasmo e dedicação para o estudo do seu conteúdo e realização das atividades e pesquisas propostas. Bom estudo! Atenciosamente, Alfredo César Antunes Débora Navarro Rocha Cortela Luis Marcelo de Lara OBJETIVOS & ementa Objetivo Geral ■■ Estudar os processos de desenvolvimento de atividades ligadas às práticas da cultura corporal nos diferentes níveis de ensino, inter-relacionando os conhecimentos adquiridos e suas possibilidades de aplicação. Objetivos ■■ Compreender as relações do lazer com o lúdico, o trabalho e o esporte e suas possibilidades de reflexão e desenvolvimento no ambiente escolar. ■■ Refletir sobre a contribuição da Ginástica Rítmica e do Voleibol na formação dos alunos através da utilização dos conteúdos da cultura corporal de movimento. ■■ Refletir sobre a importância da Educação Física Escolar como responsável pela propagação de conhecimentos e experiências no âmbito da atividade física e saúde. Ementa ■■ Estudos dos processos de desenvolvimento de atividades ligadas às práticas da cultura corporal relativos ao conhecimento sobre o corpo, às atividades rítmicas expressivas, à ginástica e aos esportes ao longo da história, através de estudos de caso, pesquisa bibliográficas e documentais. Questões ligadas ao desenvolvimento de atividades significativas em programas de Educação Física escolar na Educação Infantil, no Ensino Fundamental e no Ensino Médio. Física Escolar ALFREDO CÉSAR ANTUNES DÉBORA NAVARRO ROCHA CORTELA LUIS MARCELO DE LARA OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM Ao término desta unidade, você será capaz de: ■■ Compreender as relações do lazer com o lúdico, o trabalho e o esporte e suas possibilidades de reflexão e desenvolvimento no ambiente escolar. ■■ Considerar a educação para o lazer como um dos objetivos da Educação Física na escola a partir das diferentes perspectivas e sua importância para a cidadania. ■■ Compreender os processos de desenvolvimento e planejamento de atividades ligadas ao lúdico e ao jogo no contexto escolar. ■■ Analisar como o lazer e o lúdico são abordados nos Parâmetros Curriculares Nacionais e nas Diretrizes Curriculares Estaduais do Paraná. ROTEIRO DE ESTUDOS ■■ Seção 1: Concepções do lazer: relações e possibilidades para a Educação Física escolar ■■ Seção 2: O jogo como conteúdo da Educação Física UNIDADE I Lazer e Jogo na Educação Universidade Aberta do Brasil PARA INÍCIO DE CONVERSA Nesta unidade, você irá estudar as relações do lazer com a Educação Física escolar e como o jogo pode ser utilizado como conteúdo desta disciplina. A recreação e o lúdico também são dois elementos importantes para a compreensão do lazer e do jogo no ambiente escolar. É fundamental a compreensão das relações do lazer com o trabalho, com o esporte e também as possibilidades de ensino-aprendizagem deste conteúdo na Educação Física escolar. Os conhecimentos adquiridos nas diferentes disciplinas que você cursou serão fundamentais para a compreensão e desenvolvimento do lazer e do jogo no contexto da Educação Física escolar. Os conceitos estudados sobre lazer e cidadania auxiliarão no exercício de planejar, executar, controlar e avaliar programas e atividades relacionadas ao lazer e ao jogo nas aulas de Educação Física no ensino infantil, fundamental e médio. O lazer pode ser compreendido e desenvolvido com diferentes concepções. Nesta unidade, você terá a oportunidade de entender o lazer a partir de três perspectivas: lazer como mercadoria, como vivência lúdica e como controle das emoções. A opção por uma ou outra dependerá de sua postura e isso requer reflexão sobre o seu papel como futuro professor. Esta opção tem relação direta com o conceito de cidadania. O jogo é um dos conteúdos da Educação Física escolar e trabalhar com ele é valorizar um aspecto fundamental da nossa área. O jogo não deve ser visto apenas como uma atividade sem valor social ou apenas um passatempo, mas uma das formas da evolução humana e um fenômeno cultural. É urgente, para a Educação Física, abandonar a ideia de que recreação é apenas deixar os alunos decidirem o que vão fazer na aula, enquanto o professor se limita a oferecer algum material e controlar o tempo. Além disso, o jogo deve ser compreendido como um conteúdo fundamental da Educação Física em todos os níveis de ensino (infantil, fundamental e médio) e a educação para o lazer como um dos seus objetivos. Portanto, a finalidade é mostrar as possibilidades de interação entre os conceitos (teorias, ideias) aprendidos sobre lazer e jogo e procedimentos para a sua efetiva aplicação (prática) no contexto da escola e transferida 12 unidade 1 O nosso desejo é que você, aluno do curso de Educação Física, possa refletir sobre a sua futura atuação profissional a partir de diferentes conteúdos. seção 1 CONCEPÇÕES DO LAZER: POSSIBILIDADES PARA A EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR Prática Educativa: Projeto Integrado IV para a vida em sociedade fora do ambiente escolar. O ser humano, desde o seu surgimento, tinha seus momentos lúdicos. Em todas as épocas é possível verificar a diversão e a ludicidade nas atividades humanas. Como exemplo podemos citar: o homem préhistórico realizava danças místicas e lúdicas; os faraós do antigo Egito praticavam, entre outras atividades, o arco e flecha; Babilônios e Assírios comemoravam com jogos e competições; em Atenas, as crianças até os 7 anos dedicavam-se aos brinquedos, sendo a “esferística” (brinquedo jogado com bola) a predileta; em Roma, existe o registro de um jogo de pelota, além de outras atividades que eram realizadas nas termas, no circo (gladiadores), anfiteatro, estádio e outras instalações particulares como as palestras, campos e piscinas. Os Jogos Olímpicos da antiguidade, o principal evento esportivo, apresentavam uma característica de culto aos deuses (Zeus). Mesmo na Idade Média, com o corpo sendo visto como instrumento de pecado, existia a caça de feras, caça por meio de falcões, torneios e justas de cavaleiros nobres (RAMOS, 1982). 13 unidade 1 Universidade Aberta do Brasil Porém, o termo lazer surge com a sociedade industrial a partir da regulamentação do trabalho e da necessidade de recuperação das energias para uma nova jornada diária, ou seja, os trabalhadores passaram a ter o tempo do não-trabalho e a necessidade do lazer. Portanto, o lazer possui relação direta com o trabalho. As palavras “recreação” e “lazer” foram difundidas no Brasil com significados contraditórios. Na língua portuguesa o termo lazer foi produzido pelo vocábulo latino licere – lícito, permitido. A recreação foi proveniente dos termos latinos recreare – recriar, renovar, construir vida nova –, recreatio – recreio, divertimento – e recreatonem – entretenimento, divertimento, distração, descanso (PINTO, 2001). 14 unidade 1 Em Atenas como em Roma Antiga, até a consolidação do cristianismo, era a plena expressão de si mesmo nos planos físico, artístico e intelectual. As caçadas, os exercícios físicos, as artes, as letras, a filosofia, a especulação científica eram as únicas ocupações dignas de um homem livre e aceitas pelos seus pares. Como deveres, no máximo se admitiam as atividades militar e poética. Isso só era possível porque havia um exército de imigrantes, servos e escravos que fazia o ‘serviço sujo’ (CAMARGO, 1998, p.27). O lazer no ambiente educacional possui hoje um lugar de destaque como um dos objetivos a serem trabalhados pela disciplina de Educação Física. Deve ser desenvolvido na Educação Física escolar como instrumento didático-pedagógico do processo ensino-aprendizagem, visto que pode auxiliar tanto nos aspectos motores quanto cognitivos, afetivos, sociais e culturais. O conceito de lazer é apresentado por vários autores de acordo com sua concepção teórica e ideológica. Um dos conceitos é de Dumazedier (apud MARCELLINO, 1995): Por essa definição é possível perceber que a recreação é uma das possibilidades do lazer. A recreação se caracteriza por um momento ou circunstância que uma pessoa escolhe de forma espontânea e por meio da qual satisfaz suas vontades e anseios relacionados ao seu lazer. Para Prática Educativa: Projeto Integrado IV ...conjunto de ocupações às quais o indivíduo pode entregar-se de livre vontade, seja para repousar, seja para divertir-se, recrear-se e entreter-se ou ainda para desenvolver sua formação desinteressada, sua participação social voluntária, ou sua livre capacidade criadora, após livrar-se ou desembaraçar-se das obrigações profissionais, familiares e sociais. isso, deve ser realizada de forma espontânea, ter um fim em si mesma, estar ligada ao prazer, permitir a criatividade (CAVALLARI; ZACHARIAS, 1994). Waichman (2004), com base em vários autores, caracteriza a recreação como uma atividade (ou conjunto delas) que: • possui lugar em um tempo liberado de obrigações exteriores; • o sujeito elege (opta, decide); e • provoca-lhe prazer (diversão, entretenimento, alegria). ... tempo livre, recreação e lazer são termos que dizem respeito a fenômenos modernos, com raízes nos fatos que marcaram os últimos séculos da história da civilização ocidental...criado pela economia moderna para que os indivíduos pudessem se divertir ou fazer o que bem entendessem (CAMARGO, 1998, p, 27). Portanto, recrear-se é uma opção (atitude) pessoal, entre outras, para o uso do tempo livre. Assim, para a compreensão do lazer é fundamental a análise de dois aspectos. Os dois aspectos que caracterizam o conceito de lazer são: • ATITUDE: relação processada entre o sujeito e a atividade executada (lazer como estilo de vida). • TEMPO (livre ou disponível): tempo liberado do trabalho, das obrigações familiares, sociais e religiosas. 15 unidade 1 Universidade Aberta do Brasil 16 unidade 1 O lazer, como atitude, possui relação com o estilo de vida, portanto, qualquer atividade poderia ser considerada como lazer desde que apresentasse determinadas características como a escolha individual, prazer e satisfação. Porém, o componente de obrigação é acentuado em várias atividades, desde o trabalho às atividades sociais, religiosas, familiares, etc. Com relação ao tempo, na esfera do trabalho, o lazer situa-se no “tempo liberado”, ou seja, tempo não comprometido com as obrigações de trabalho e vida pessoal (MARCELLINO, 2006, p, 10). Prática Educativa: Projeto Integrado IV “A consideração do aspecto tempo na caracterização do lazer tem provocado uma série de mal-entendidos. Um deles diz respeito ao conceito ‘livre’ adicionado a esse tempo. Considerado do ponto de vista histórico, tempo algum pode ser entendido como livre de coações ou normas de conduta social. Talvez, fosse mais correto falar em tempo disponível” (MARCELLINO, 2006, p. 8-9). Como a disciplina Educação Física por meio de seus conteúdos como o jogo, esporte, a ginástica, lutas e dança está colaborando para que o aluno utilize suas horas de lazer? Como se pode perceber o que vale para o lazer é a atitude em relação à atividade executada e em que momento/tempo ela se desenvolve. Assim, uma determinada atividade pode ter característica de trabalho para uma pessoa e de lazer para outra. Uma modalidade esportiva é trabalho para um atleta ou técnico e lazer para o torcedor ou espectador, ou seja, possuem significados diferentes de acordo com o contexto analisado. 17 unidade 1 Universidade Aberta do Brasil Como visto anteriormente, os termos recreação e lazer possuem relações e mantêm interações. Segundo Pinto (2001): “Historicamente, as intervenções educativas para o lazer em nosso país têm sido articuladas com a recreação e seguem duas tendências, refletindo a polissemia destes dois termos” (p.55). De acordo com a autora, a primeira tendência apresenta o LAZER COMO MERCADORIA com as funções de descanso e divertimento. Nesta tendência, o lazer tem por objetivo o desenvolvimento social com características funcionalistas: • moralista: canalização das tensões e redução dos problemas sociais, atuando como válvula de escape e segurança da sociedade. • compensatório: manutenção do status quo e descanso voltado à 18 unidade 1 • utilitarista: instrumento de paz social e de mercadoria – entretenimento que demanda o consumo de atividades, bens e serviços. O funcionalismo é uma corrente teórica que entende a sociedade sendo formada por diversas partes interdependentes (instituições sociais). Essas partes exercem suas funções para a manutenção e sobrevivência do sistema dentro de uma normalidade, ou seja, FUNCIONAL. A normalidade alterada torna o sistema DISFUNCIONAL e deve ser reorganizado e eliminado os agressores. Faz uma analogia entre a sociedade e o organismo humano, ou seja, os órgãos humanos como as partes da sociedade mantêm relações com os demais para manter equilíbrio do organismo/sociedade. A sobrevivência do sistema depende do consenso e qualquer conflito deve ser evitado. Principal autor: Émile Durkheim. Prática Educativa: Projeto Integrado IV recuperação da força de trabalho. A recreação e o lazer, vistos como mercadoria, direcionam as pessoas para um consumo dirigido. A recreação orientada serve para “estruturar” racionalmente o lazer e possui o sentido de “tempo livre” ou “disponível”. O lazer é entendido como tempo livre não-sério, vazio. Para ser levado a sério, deveria ser ocupado com atividades recreativas orientadas. Também, para a organização da produção e do consumo de entretenimentos (PINTO, 2001): A possibilidade de escolha das atividades e o caráter ‘desinteressado’ de sua prática são características básicas do lazer. No entanto, o que se observa, muitas vezes, são práticas compulsivas, ditadas por modismos, ou denotadoras de status. Além disso é marcante a presença dos componentes de ‘produtividade’. Valoriza-se a performance, o produto e não o processo de vivência que lhe dá origem (MARCELLINO, 2006, p.14). A segunda tendência apresentada pela autora é o LAZER COMO VIVÊNCIA LÚDICA. O lazer é entendido como fenômeno social e componente da cultura historicamente situada, vivenciada em tempo e 19 unidade 1 Universidade Aberta do Brasil espaços disponíveis para a vivência lúdica. Lazer também é entendido como espaço educativo construído por meio de interações prazerosas centradas no sujeito. Assim, caracteriza-se pela curiosidade e capacidade crítica e criativa de transformar o desejado em algo possível. Poder de escolha e de decisão. O lazer como vivência lúdica é dever de todo cidadão no sentido da transformação sociocultural, garantia do direito de inclusão social no lazer aos sujeitos de todas as idades, gêneros, etnias, camadas sociais. Demanda, assim, uma educação conscientizadora da importância do lazer para a saúde, qualidade de vida, humanização das relações e conquista da cidadania (PINTO, 2001). Conforme visto no livro: “Prática educativa: Projeto integrado II” (OLIVEIRA JR; OLIVEIRA, 2010) “Podemos entender por cidadania todos os que fazem parte de uma comunidade, tendo assegurados os seus direitos e deveres como cidadãos pertencentes a uma cidade, estado e governo” (p. 51). No livro, você também viu que quando a Educação Física elege a cidadania como eixo fará com que o aluno entenda seus direitos sobre as atividades físicas e de lazer, entre outras. Em sua opinião, qual das tendências predomina atualmente em nossa sociedade? Converse com seus colegas de turma e discutam sobre a influência de cada tendência para a atuação profissional na Educação Física escolar? A Constituição Federal garante o direito ao lazer, portanto, é direito de todo cidadão. Qual das duas tendências permite uma melhor compreensão sobre o direito ao lazer? Neste momento, é possível perceber que o professor de Educação Física deve se posicionar em relação a qual tendência ou concepção de lazer pretende trabalhar com seus alunos. A primeira tendência mostra 20 unidade 1 cidadão. A segunda tendência exige uma postura mais crítica e reflexiva. Exige uma reflexão sobre o consumo consciente do lazer (atitude), do modo como será utilizado o tempo disponível. Este tempo pode ser utilizado com atividades que promovam uma melhor qualidade de vida, participação ativa e consciente como cidadão que possui direito ao lazer ou com atividades que prejudiquem a saúde ou um gasto de dinheiro com atividades ou mercadorias supérfluas que apenas motivam o consumo exagerado. Uma visão crítica do lazer (como vivência lúdica) permite ao Prática Educativa: Projeto Integrado IV uma postura conservadora e sem reflexão sobre seu papel social como aluno: • Perceber as dificuldades e obstáculos para a prática do lazer em nossa sociedade e reivindicar condições para a sua prática. • Utilizar as atividades aprendidas na Educação Física fora do ambiente escolar como práticas que promovam a saúde e qualidade de vida. • Interpretar e se posicionar sobre as informações transmitidas pela mídia e autoridades políticas sobre o lazer. • Praticar atividades de lazer que preservam o meio ambiente. • Praticar atividades de lazer que promovam ações sociais. Pense em outras possibilidades que uma visão crítica do lazer pode proporcionar ao aluno de Educação Física. As possibilidades de desenvolvimento do lazer são maiores para as classes privilegiadas, pela situação socioeconômica que permite a prática de diferentes atividades e por dispor de mais tempo livre. A prática do lazer é influenciada, sobretudo pelo Estado, na medida em que este pode implementar políticas públicas para o setor, além de oferecer espaços físicos necessários e adequados para a sua execução (OLEIAS, 2009). 21 unidade 1 Universidade Aberta do Brasil As nossas cidades estão preparadas para oferecer infraestrutura e profissionais para atuar com o lazer? É possível incentivar a prática do lazer em sua cidade? Como estimular os alunos para reivindicar espaços adequados para o lazer por meio da disciplina Educação Física? Discuta isso com colegas de outras cidades e compare com a que você reside. Existem outras possibilidades teóricas para analisar o lazer em A palavra trabalho nasceu do termo latino tripalium, que designava um instrumento de tortura (CAMARGO, 1998). Como a nossa sociedade percebe o trabalho? nossa sociedade. Uma delas diz respeito ao LAZER COMO CONTROLE DAS EMOÇÕES. Essa análise parte das ideias de Elias e Dunning que apresenta o caráter mimético do lazer. Por intermédio das atividades de lazer mimético estabelece-se na vida cotidiana da sociedade moderna o equilíbrio de tensões posto pela relação complementar entre a busca da excitação e o controle das emoções (ADÃO, 2000). Segundo o autor, nessa visão o lazer estabelece que no processo evolutivo de uma sociedade menos complexa para uma mais complexa, os impulsos individuais e coletivos passaram de uma esfera de ação concreta, presente na vida real (via guerras e violência cotidiana, explicitada nos hábitos e comportamentos), para uma esfera de ação mimética, de representação (do tipo faça o jogo não faça a guerra). 22 unidade 1 Prática Educativa: Projeto Integrado IV A visão do lazer como controle das emoções pode ser visto no artigo de ADÃO, K. S. Contribuições de Norbert Elias e Eric Dunning para a teoria do lazer. Revista Conexões n. 5, Dez. 2000. Este artigo teve por base o livro: ELIAS, N.; DUNNING, E. A Busca da Excitação. Lisboa: Difel, 1992. Pode ser acessado pelo endereço: www. unicamp.br/conexões. Apesar dessa possibilidade de ação mimética do lazer a qual direciona os impulsos individuais, como a violência, para uma representação lúdica, ainda acontecem muitas brigas nos estádios de futebol. Como essa visão do lazer pode auxiliar na diminuição da violência em nossos estádios? Como a Educação Física escolar pode contribuir para isso? Também, existe uma relação muito forte do lazer com o esporte. A lei 9615 de 1998 (Lei Pelé) reconhece o desporto em três manifestações: • Desporto educacional: praticado nos sistemas de ensino e em formas assistemáticas de educação, evitando-se a seletividade, a hipercompetitividade de seus praticantes, com a finalidade de alcançar o desenvolvimento integral do indivíduo e a sua formação para o exercício da cidadania e a prática do lazer; • Desporto de participação: de modo voluntário, compreendendo as modalidades desportivas praticadas com a finalidade de contribuir para a integração dos praticantes na plenitude da vida social, na promoção da saúde e educação e na preservação do meio ambiente; • Desporto de rendimento: praticado segundo normas gerais desta Lei e regras de prática desportiva, nacionais e internacionais, com a finalidade de obter resultados e integrar pessoas e comunidades do País e estas com as de outras nações. Pode ser praticado de modo profissional e não-profissional. De acordo com Bracht (2005) o processo de diferenciação do 23 unidade 1 Universidade Aberta do Brasil esporte moderno se caracteriza pelo: • esporte de alto rendimento ou espetáculo: - transformação do esporte em mercadoria; - veiculado aos meios de comunicação de massa; - vitória/derrota – maximização do rendimento – racionalização dos meios. • esporte enquanto atividade de lazer: - perspectiva do espectador (assistir jogos de futebol, por exemplo); - perspectiva do praticante (‘pelada’ no fim de semana, por exemplo); - saúde-prazer-sociabilidade. Na visão do autor, toda prática esportiva é educacional. Mesmo diferente de nossa concepção de educação, o esporte na instituição educacional (ESCOLA) pode vincular-se às duas perspectivas. Porém, na escola (ainda) existe um predomínio das características do esporte rendimento. O esporte enquanto atividade de lazer está relacionado com o mundo do não-trabalho, enquanto o esporte espetáculo se relaciona com o mundo do trabalho. 24 unidade 1 Prática Educativa: Projeto Integrado IV Qual das duas perspectivas do esporte está sendo mais incentivada nas aulas de Educação Física escolar? Qual o papel de cada uma na educação de nossas crianças e adolescentes? O Ministério do Esporte (www.esporte.gov.br) e o Paraná Esporte (www. paranaesporte.pr.gov.br) possuem programas que estimulam a prática do lazer pela população. Acesse os sites destes órgãos públicos, analise estes programas e veja quais as possibilidades de lazer para a população e como estas informações podem ser trabalhadas nas aulas de Educação Física escolar. • O lazer apresenta um outro elemento que é fundamental para a sua compreensão e desenvolvimento, o LÚDICO. O lúdico tem sua origem na palavra latina “LUDUS“ (lúdico) que quer dizer “JOGO”. De acordo com a sua origem, o termo lúdico se refere ao jogar, ao brincar, ao movimento espontâneo. Huizinga (2000) resume as características formais do jogo como uma atividade livre, não séria e exterior à vida habitual, desligada de interesse material e desenvolvida segundo certa ordem e regras. Para Huizinga a ligação lúdico/jogo é estabelecida de uma perspectiva social. 25 unidade 1 Universidade Aberta do Brasil ...a cultura surge sob a forma de jogo, que ela é, desde seus primeiros passos, como que “jogada”. Mesmo as atividades que visam à satisfação imediata das necessidades vitais, como por exemplo a caça, tendem a assumir nas sociedades primitivas uma forma lúdica. A vida social reveste-se de formas suprabiológicas, que lhe conferem uma dignidade superior sob a forma de jogo, e é através deste último que a sociedade exprime sua interpretação da vida e do mundo. Não queremos com isto dizer que o jogo se transforma em cultura, e sim que em suas fases mais primitivas a cultura possui um caráter lúdico, que ela se processa segundo as formas e no ambiente do jogo. Na dupla unidade do jogo e da cultura, é ao jogo que cabe a primazia (HUIZINGA, 2000, p, 37). O conteúdo jogos foi trabalhado nas aulas de Educação Física enquanto você era aluno do ensino fundamental e médio? Qual o conteúdo mais trabalhado nas aulas de Educação Física enquanto você era aluno? Outro autor importantíssimo para o estudo do jogo e do lúdico é Roger Caillois (1980). Este autor definiu as seguintes características para o jogo: • LIVRE: uma vez que, se o jogador fosse a ela obrigado, o jogo perderia de imediato a sua natureza de diversão atraente e alegre; • DELIMITADA: circunscrito a limites de espaço e tempo rigoroso e previamente estabelecidos; • INCERTA: pois o seu desenrolar não pode ser determinado, nem o resultado pode ser obtido previamente; • IMPRODUTIVA: porque não gera nem bens nem riqueza; • REGULAMENTADA: pois está sujeita a convenções que suspendem as leis normais e que instauram momentaneamente uma legislação nova, a única que conta; • FICTÍCIA: acompanhada de uma consciência específica de 26 unidade 1 normal (CAILLOIS, 1980). Em sua opinião, o jogo desenvolvido nas aulas de Educação Física apresenta estas características? Quais destas características estão mais presentes no jogo desenvolvido nas aulas de Educação Física escolar? Prática Educativa: Projeto Integrado IV uma realidade outra, ou de franca irrealidade em relação à vida Camargo (1980) citando Caillois, também fala de quatro categorias do lúdico (impulsos primários): • Aventura: descoberta, revelação de um mistério, curiosidade, novidade. • Competição: não apenas a disputa com o outro, mas consigo mesmo, superar seus próprios limites, ser melhor do que da última vez. • Vertigem: a grande motivação lúdica dos dias atuais, capacidade de se deixar levar, de perder o controle e correr riscos com segurança; parque de diversão, os jogos virtuais (videogames), esportes radicais. • Fantasia: o desejo de ser diferente, de ser outro, de estar em lugares diversos; literatura, arte, cinema, teatro, música. (poderíamos incluir também o esporte, a dança, lutas). Uma determinada atividade pode atender a diferentes impulsos. Os conteúdos da Educação Física como o esporte, a ginástica, a luta, a dança e o jogo podem motivar estes impulsos. Assim, a Educação Física, por meio de seus conteúdos, pode ser utilizada para refletir sobre o significado do lúdico em nossa vida. 27 unidade 1 Universidade Aberta do Brasil Atualmente, com o avanço da tecnologia surgiram alguns videogames que permitem o controle dos jogos com o movimento do próprio corpo, por meio de alguns acessórios (Xbox Kinect, Nintendo Wii, plataformas/tapetes de dança). Isso permite uma reflexão sobre a crítica de que os jogos eletrônicos impedem ou atrapalham a prática de atividades físicas pelas crianças e adolescentes, uma vez que esses aparelhos permitem a movimentação corporal. Como a Educação Física pode contribuir nesta discussão? Verifique a notícia: “Escolas americanas trocam educação física por videogame: Jogos simulam atividades aeróbicas e também queimam calorias”, disponível em http://www.midianews.com.br/?pg=noti cias&cat=13&idnot=11246. Qual sua opinião sobre isso? Discuta com seus colegas. Outra notícia semelhante: http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/cienciae-saude/2009/11/15/interna_ciencia_saude,154787/index.shtml. Veja também a notícia original, em inglês: http://www.dailymail.co.uk/sciencetech/article-1225478/ School-PE-lesson-turned-Wii-class.html Após a apresentação e reflexão de alguns aspectos essenciais para a compreensão do lazer e sua relação com o lúdico e com o jogo, o próximo passo é analisar e verificar as possibilidades de desenvolvimento do jogo na Educação Física escolar. 28 unidade 1 O JOGO COMO CONTEÚDO DA EDUCAÇÃO FÍSICA Além dos conteúdos tradicionais como o esporte, ginástica, luta e dança o JOGO faz parte da Educação Física no contexto escolar. Com o objetivo de superar a visão tradicional da Educação Física, pautada no paradigma da aptidão física e saúde, surgiram no Prática Educativa: Projeto Integrado IV seção 2 meio acadêmico da área, no final da década de 70, várias abordagens pedagógicas. Neste momento, serão enfatizadas algumas abordagens que fornecem ao jogo um lugar de destaque, ou seja, a construtivista, a desenvolvimentista, a psicomotricidade e a crítico-superadora. Porém, o jogo é um tema ainda pouco explorado pela Educação Física. A seguir, será apresentada a visão das abordagens citadas, com relação ao jogo na Educação Física escolar. Entre as principais abordagens apresentadas pelos diferentes autores estão: ABORDAGEM Desenvolvimentista Construtivista Crítico-Superadora Sistêmica Psicomotricidade Crítico-emancipatória Cultural Relacionada à saúde/saúde renovada Aulas abertas à experiência PRINCIPAIS AUTORES Tani, Go.; Manoel, E.J. Freire, J.B. Coletivo de autores Betti, M. Bouch, J.L. Kunz, E. Daólio, J. Guedes, D.P.; Nahas. Hildebrandt, R.; Laging, R. 29 unidade 1 Universidade Aberta do Brasil Para compreender as principais abordagens apresentadas nas últimas décadas na Educação Física, em todos os seus aspectos sugerimos as leituras abaixo: BRACHT, V. A constituição das teorias pedagógicas da educação física. Cadernos Cedes, ano XIX, nº 48, Agosto, 1999. DARIDO, S.C. Educação Física na escola: questões e reflexões. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2003. Autores como Freire (1989) em sua abordagem construtivista aponta o jogo e o lúdico como temática central da Educação Física. A abordagem construtivista propõe o respeito ao universo cultural do aluno, explorar as possibilidades educativas das suas atividades lúdicas e tarefas com graduação de complexidade e desafiadoras que estimulem a construção do conhecimento. Deve-se resgatar a cultura de jogos e brincadeiras. O conhecimento é construído por meio da resolução de problema, principalmente por meio do jogo. A aprendizagem deve acontecer em um ambiente lúdico e prazeroso. Como visto na seção anterior, o jogo é um dos elementos essenciais do lúdico e a Educação Física pode oferecer aos seus alunos da educação infantil ao ensino fundamental e médio uma educação para e pelo lazer por meio de seus diferentes conteúdos, entre eles, o jogo. De acordo com Freire e Scaglia (2003), temos como conteúdos privilegiados da Educação Física o exercício e o jogo. E, seria incoerente dizer que existem “formas puras de jogo” e “formas puras de exercício” sem que se interpenetrem. “Na cultura da Educação Física – ou da atividade física - são manifestações de jogo tradicionalmente aceitas o esporte, a luta, a brincadeira, a ginástica e a dança” (p. 148). Algumas brincadeiras populares tradicionais devem ser resgatadas e estimuladas na Educação Física infantil, como: amarelinha, pega-pega, esconde-esconde, pular corda, caça ao tesouro, entre outras. Brincadeiras de faz de conta utilizando materiais recicláveis/alternativos (pneus, latas, garrafas de plástico, caixas de papelão, caixinhas de leite, jornais, revistas, 30 unidade 1 podem e devem ser incentivadas. Quais jogos e brincadeiras você praticava na infância? Seria possível utilizálos como atividades a serem desenvolvidas nas aulas de Educação Física no ensino infantil, fundamental e médio? Pergunte para seus pais e avós quais jogos e brincadeiras eles praticavam na infância e analise a possibilidade de desenvolvê-los nas aulas de Educação Física? Prática Educativa: Projeto Integrado IV etc.) e escolhendo alguns temas como circo, floresta, trânsito, teatro, etc., A abordagem desenvolvimentista tem como principal objetivo a ‘aprendizagem do movimento’, ou seja, o desenvolvimento das habilidades motoras básicas de acordo com fases e padrões de movimento, conforme o nível de desenvolvimento motor apresentado pela criança. No que se refere ao jogo, ele é apresentado na abordagem desenvolvimentista como sendo importante para a integração das habilidades motoras básicas. HABILIDADES MOTORAS BÁSICAS LOCOMOÇÃO/DESLOCAMENTO: andar, correr, saltar, desviar, rolar, abaixar, levantar, contornar, subir, descer, etc. MANIPULAÇÃO: receber, passar, arremessar, rebater, lançar, chutar, apertar, afrouxar, tocar, etc. ESTABILIZAÇÃO: equilibrar-se, ficar em pé, ficar deitado, ficar agachado, imobilizar-se, apoiar-se, girar, rolar, realizar posições invertidas, etc. 31 unidade 1 Universidade Aberta do Brasil De acordo com Gallardo, Oliveira e Avarena (1998), com 4/5 anos de idade (educação infantil: pré-escola Jardim I) a criança está, aproximadamente, na ‘estágio elementar’ de educação dos movimentos fundamentais. Brincam com outras crianças por um tempo maior, colaboram mais e são responsáveis pelas suas atividades descobrindo novas formas de utilizar as habilidades motoras. Assim, jogos e brincadeiras criadas com as crianças colaboram para o desenvolvimento da cooperação, responsabilidade, respeito às diferenças, etc. Várias atividades em diferentes ambientes (sala de aula, pátio, hora do lanche) devem ser estimuladas e planejadas. Confeccionar roupas e acessórios (máscaras), criar histórias e dramatizar, diferentes tipos de músicas e interpretá-las, danças folclóricas, desenhar figuras humanas, colagem ou desenho de jogos e brincadeiras, explorar o ‘playground’, jogos com regras simples, jogos que estimulem habilidades motoras específicas (jogos de correr, saltar, arremessar, subir, descer) são exemplos de atividades que podem ser desenvolvidas na educação infantil. A faixa etária de 5/6 anos de idade (educação infantil: pré-escola Jardim II – Estágio maduro) se caracteriza pela fase de combinação de movimentos, a criança brinca com colegas da mesma idade e mais velhos, divide responsabilidades e cria regras de convivência, desenvolve funções de análise e síntese, noções de espaço, tempo, ritmo, cooperação, trabalho em grupos, etc. (GALLARDO, OLIVEIRA e AVARENA, 1998). Alguns exemplos de atividades: dramatizar histórias, danças folclóricas regionais, construção de instrumentos musicais, recortes, jogos com regras simples, estimular a criação de jogos, circuitos e atividades que combinem as habilidades motoras de locomoção, manipulação e estabilização. A seguir um quadro do desenvolvimento motor e relação com as fases de formação esportiva (baseado em GALLAHUE, 2002 e GRECO, 2000 elaborado por ANTUNES, 2005). 32 unidade 1 Desenvolvimento Motor Idades aproximadas / Estágios Fases da formação esportiva •Até 4 meses •Codificação Pré-escola de informação Contribuir na transição do movimento reflexo para o voluntário •Até 1 ano •Decodificação Pré-escola de informação 4-7 meses: estimular o engatinhar e o sentar independente. Início de movimento de manipulação, coordenação viso-motora e motora fina. 8 meses a 1 ano: estimular a ficar em pé com apoio •Até 2 anos •Pré-controle Pré-escola Maior controle movimentos de manipulação simples e andar Pré-escola Aquisição de habilidades motoras básicas de locomoção, manipulação e estabilização Pré-escola Diversificação e aquisição de novas habilidades motoras básicas de locomoção, manipulação e estabilização Básica Organizar e integrar habilidades motoras básicas Movimentos reflexos Movimentos rudimentares •2-3 anos •Inicial Movimentos fundamentais Objetivos •4-5 anos •Elementar •6-7 anos •Maduro Prática Educativa: Projeto Integrado IV Desenvolvimento motor humano e relação com as fases da formação esportiva (baseado em GALLAHUE, 2002 e GRECO, 2000 elaborado por ANTUNES, 2005) 33 unidade 1 Universidade Aberta do Brasil Habilidades culturalmente determinadas •7-10 anos •Geral ou transição Básica orientação •11-13 anos •Específico Direção Especialização •14 anos em Especialização diante Alto •Especializado rendimento Combinação e ampliação de habilidades motoras básicas Aperfeiçoamento das combinações das habilidades motoras Refinamento e especialização das combinações das habilidades motoras A psicomotricidade apresenta como área de base a psicologia do desenvolvimento e tem como objetivo a ‘aprendizagem pelo movimento’. A aprendizagem é um valioso instrumento para o desenvolvimento cognitivo, afetivo e psicomotor para o desenvolvimento integral da criança. Destaca-se o desenvolvimento da coordenação motora ampla e fina, lateralidade e direção, noção espaço-temporal, postura, equilíbrio, percepção do próprio corpo e esquema corporal. A abordagem psicomotora salienta a importância do jogo para o desenvolvimento da criança. O jogo é uma atividade própria da criança que não deve ser entendida como a miniatura de um adulto, mas com suas próprias características. É importante manter seu caráter espontâneo e infantil sem igualar com os jogos dos adultos (esporte e seus gestos técnicos inadequados para as crianças) (LE BOULCH, 1988). De acordo com Le Boulch (1988), até os 6 anos de idade deve existir um lugar de destaque para os jogos de imaginação e simbólicos pelo valor expressivo que apresentam. Porém, entre 7 e 8 anos, os jogos começam a ganhar aspectos de jogos competitivos, pois a criança manifesta interesse crescente pelos dados objetivos (objetos e os outros), confrontos e problemas reais, ou seja, o aspecto social desta fase caracteriza a forma competitiva dos jogos. Entre 7 e 11 anos surge a necessidade da regra construída coletivamente, uma organização coletiva, porém a competição continua a ser um jogo. Contudo, não deve ser inspirado no modelo dos adultos. 34 unidade 1 Prática Educativa: Projeto Integrado IV Desenvolvimento da prática e da consciência das regras (FERRAZ, 2002baseado em PIAGET, citado por ANTUNES, 2005). Le Boulch (1988) afirma que os “jogos com regras” adquirem a forma de “jogos de competição cooperativa” pela cooperação entre os membros da equipe. Esses jogos apresentam aspectos de: organização, cooperação, liderança, rivalidade, resolução de problemas. Assumindo uma grande importância na socialização. Os jogos coletivos têm muito valor da passagem da fase egocêntrica para a cooperação (a partir dos 7 anos, atingindo sua forma plena por volta dos 10-11 anos). Entretanto, o professor deve atuar mais como “mediador” do que como “instrutor”, ou seja, não deve querer impor a forma adulta de jogar. Entre 7-11 anos existe a tendência das crianças passarem de formação de equipes ocasionais para outras mais estáveis, de acordo com as afinidades. Isso deve ser respeitado, porém o adulto pode intervir para evitar desigualdades marcantes. O autor enfatiza alguns jogos com regras. Estes jogos apresentam o adversário como um novo elemento a ser considerado pelas crianças. • Jogo dos 10 passes: passar a bola entre os jogadores da mesma equipe sem ser tocada pela outra equipe. • Jogos de bola a gol: metas nas duas extremidades A e B. A defendida pela equipe I que ataca a B que é defendida pela equipe II que ataca A. • Futebol com 7 • Handebol com 7 • Basquete Esses jogos devem ser adaptados de acordo com as necessidades 35 unidade 1 Universidade Aberta do Brasil e compreensão das crianças: regras, participantes, duração, materiais, espaço, metas. Dois pontos são enfatizados pelo autor: • Respeito pelo adversário • Respeito pelos limites da quadra O conteúdo jogo também é apresentado com destaque na abordagem crítico-superadora. Tem por objetivo a transformação social com base no marxismo. Define a Educação Física como uma disciplina que trata de um tipo de conhecimento denominado de cultura corporal, que tem como temas: o jogo, a ginástica, o esporte e a capoeira. O ser humano se apropria da cultura corporal dispondo sua intencionalidade para o lúdico, o artístico, o agonístico, o estético ou outros, que são representações, ideias, conceitos produzidos pela consciência (COLETIVO DE AUTORES, 1992). A teoria marxista (Karl Marx) é uma tentativa de resposta aos graves problemas socio-econômicos resultantes da Revolução industrial, especialmente Inglaterra do séc. XIX. Para o marxismo os fatores econômicos são determinantes da estrutura social e a história é a história da luta de classes. A classe que dispõe dos meios de produção controla o modo de produção e a difusão intelectual e provoca uma falsa consciência da realidade (alienação). SAIBA MAIS sobre o marxismo na Educação Física: OLIVEIRA, V. M. (Org.) Consenso e Conflito da Educação Física Brasileira. Campinas. Papirus, 1995. 36 unidade 1 A abordagem crítico-superadora organiza o processo ensino- Prática Educativa: Projeto Integrado IV Quando a criança joga, ela opera com o significado das suas ações, o que a faz desenvolver sua vontade e, ao mesmo tempo, tornar-se consciente das suas escolhas e decisões. Por isso, o jogo apresenta-se como elemento básico para a mudança das necessidades e da consciência” (COLETIVO DE AUTORES, 1992, p. 45). aprendizagem por ciclos. Os conteúdos vão ampliando no pensamento do aluno de forma espiralada desde o momento da constatação de um ou vários dados da realidade, até interpretá-los, compreendê-los e explicá-los. 1. PRÉ-ESCOLA ATÉ A 3ª SÉRIE: organização da identidade dos dados da realidade. Prevalecem as referências sensoriais do aluno na sua relação com o conhecimento. (OBS: PERCEBA QUE ESTE CICLO REFERE-SE TAMBÉM À EDUCAÇÃO INFANTIL) 2. 4ª à 6ª SÉRIES: iniciação à sistematização do conhecimento. Confronta os dados da realidade com as representações do seu pensamento sobre eles (abstração). 3. 7ª à 8ª SÉRIES: ampliação da sistematização do conhecimento. Consciência da atividade teórica, ou seja, de que uma operação mental exige a reconstituição dessa mesma operação na sua imaginação para atingir a expressão discursiva (leitura teórica da realidade). 4. 1ª 2ª e 3ª SÉRIES DO ENSINO MÉDIO: aprofundamento da sistematização do conhecimento. Consegue refletir sobre o objeto. Começa a compreender e explicar que há propriedades comuns e regulares nos objetos. 37 unidade 1 Universidade Aberta do Brasil Com o atual sistema de nove anos do ensino fundamental é preciso pensar nos ciclos apresentados com sua devida adequação. A partir dessa organização, o jogo (e os demais conteúdos) pode ser planejado e desenvolvido na Educação Física, conforme os ciclos de sistematização do conhecimento. Como sugestão de planejamento e desenvolvimento do jogo nas aulas de Educação Física podemos utilizar os ciclos de sistematização do conhecimento da abordagem crítico-superadora. A seguir, como a abordagem apresenta estas possibilidades a partir de algumas tematizações de acordo com os ciclos: • 1º. CICLO: EDUCAÇÃO INFANTIL - Jogos de reconhecimento de si mesmo e das próprias possibilidades de ação. - Jogos de reconhecimento das propriedades externas e possibilidades de ação dos materiais/objetos. - Jogos de ação e comunicação. - Jogos que permitem as inter-relações com as outras matérias de ensino. - Jogos cujo conteúdo implique relações sociais: criança-família, criança-criança, criança-professor, criança-adulto. - Jogos cujo conteúdo implique a vida de trabalho do homem, da própria comunidade, das diversas regiões do país, de outros países. - Jogos cujo conteúdo implique o sentido da convivência com o coletivo, das suas regras e dos valores que estas envolvem. - Jogos cujo conteúdo implique auto-organização, autoavaliação e a avaliação coletiva das próprias atividades. - Jogos cujo conteúdo implique a elaboração de brinquedos, tanto para jogar em grupo como para jogar sozinho. 38 unidade 1 • Jogos de faz de conta com a construção de cenários pelas próprias crianças são possibilidades que podem ser trabalhadas neste ciclo: circo, floresta, escola, trânsito, etc. Vários materiais podem ser utilizados desde bolas, arcos, colchões, plintos, etc. • A partir de materiais reciclados como pneus, latas, caixas, papelão, etc., também é possível construir brinquedos e elaborar brincadeiras e jogos com as crianças. • Selecionar alguma habilidade motora como rebater, chutar, arremessar, saltar, etc., pode ser utilizada para estimular a criação de jogos pelos alunos. A criação de jogos pode ser estimulada por meio de desafios aos alunos como: Qual a melhor forma de chutar/arremessar/saltar? Qual a maior ou menor distância/tempo conseguido? • Selecione alguns jogos que você conhece da sua infância, adolescência e das disciplinas cursadas e classifique de acordo com as tematizações apresentadas acima. Alguns exemplos: amarelinha, esconde-esconde, pega-pega, escravos de jó, queimada, etc. Prática Educativa: Projeto Integrado IV Algumas possibilidades de acordo com as tematizações acima PARA A EDUCAÇÃO INFANTIL (1º.CICLO): Para mais informações de como organizar jogos e brincadeiras na Educação Física escolar consulte: FREIRE, João Batista. Educação de corpo inteiro: teoria e prática da Educação Física. São Paulo: Scipione, 1989. FREIRE, J.B.; SCAGLIA, A.J. Educação como prática corporal. São Paulo: Scipione, 2003. 39 unidade 1 Universidade Aberta do Brasil • 2º. CICLO: - Jogos cujo conteúdo implique jogar tecnicamente e empregar o pensamento tático. - Jogos cujo conteúdo implique o desenvolvimento da capacidade de organizar os próprios jogos e decidir suas regras, entendendoas e aceitando-as como exigência do coletivo. Para este ciclo é possível pensar na elaboração de um jogo com elementos de uma ou mais modalidades esportivas. Por exemplo, com o futebol e o voleibol surge a possibilidade do futevôlei. Outro jogo pouco explorado na Educação Física que une elementos de várias modalidades esportivas é o TCHOUKBALL, uma mistura de pelota basca, handebol e voleibol. Existem outras possibilidades, e isso pode ser trabalhado com os alunos nas aulas de Educação Física. Acesse os sites http://www.tekokatu.com.br/ - http://www.tchoukball.com.br/http://www.tchoukball.org/, possuem vídeos e informações sobre o TCHOUKBALL. 40 unidade 1 - Jogos cujo conteúdo implique a organização técnico-tática e o julgamento de valores na arbitragem dos mesmos. - Jogos cujo conteúdo implique a necessidade do treinamento e da avaliação individual e do grupo para jogar bem tanto técnica quanto taticamente. - Jogos cujo conteúdo implique a decisão de níveis de sucesso. • 4º. CICLO: - Jogos cujo conteúdo implique no conhecimento sistematizado Prática Educativa: Projeto Integrado IV • 3º. CICLO: e aprofundado de técnicas e táticas, bem como da arbitragem dos mesmos, - Jogos cujo conteúdo implique o conhecimento sistematizado e aprofundado sobre o desenvolvimento/treinamento da capacidade geral e específica de jogar. - Jogos cujo conteúdo propicie a prática organizada conjuntamente entre escola/comunidade. Para os ciclos acima (3º. e 4º.) é possível pensar, por exemplo, no jogo da queimada e dos dez passes (dentre tantos outros), pois trabalham com as questões técnicas e táticas de algumas modalidades esportivas como o vôlei, o handebol, etc. E, podem ser adaptados para serem jogados de outras maneiras: com os pés, diferentes espaços, tipos de bola, número de adversários e companheiros, o alvo, as regras, etc. Essas adaptações, respeitando os diferentes níveis e ciclos de conhecimento, estimulam o trabalho e a reflexão sobre técnicas, táticas, arbitragem, organização e treinamento. A partir da construção coletiva de jogos alternativos é possível organizar torneios, festivais e apresentações na escola e incentivar sua prática em outros locais da comunidade. 41 unidade 1 Universidade Aberta do Brasil Os Parâmetros Curriculares Nacionais da Educação Física (PCN’s) e as Diretrizes Curriculares Estaduais (DCE’s) do Paraná também apresentam possibilidades de trabalho com o jogo. Os PCN’s apontam que o lazer é um direito do cidadão e não deve ser privilégio de alguns. Assim, valorizar e reivindicar acesso ao lazer e outras práticas é um posicionamento que pode ser adquirido nas aulas de Educação Física (PCN, 1997). Os PCN’s também apresentam algumas possibilidades para os jogos e brincadeiras: • JOGOS PRÉ-DESPORTIVOS: queimada, pique-bandeira, guerra das bolas, jogos pré-desportivos do futebol (gol a gol, controle, chute em gol-rebatida, drible, bobinho, dois toques); • JOGOS POPULARES: bocha, malha, taco, boliche; • BRINCADEIRAS: amarelinha, pular corda, elástico, bambolê, bolinha de gude, pião, pipas, lenço-atrás, corre-cutia, escondeesconde, pega-pega, coelho sai-da-toca, duro ou mole, agachaagacha, mãe da rua, carrinhos de rolimã, cabo de guerra, etc. As DCE’s apresentam como elementos articuladores dos conteúdos estruturantes para a educação básica a cultura corporal e suas relações com o corpo, LUDICIDADE, saúde, mundo do trabalho, desportivização, técnica e tática, LAZER, diversidade e mídia. Com relação à ludicidade: • Possibilidade de reflexão e vivência das práticas corporais; • Não esteja limitada a uma perspectiva utilitarista; • O lúdico se apresenta como parte integrante do ser humano e se constitui nas interações sociais, sejam elas na infância, na idade adulta ou na velhice; 42 unidade 1 Dessa forma, os aspectos lúdicos representam uma ação espontânea, de fruição, que interfere sobre e na construção da autonomia, a qual é uma das finalidades da escolarização (DCE, 2008, p.55). Com relação ao lazer: • Refletir e discutir as diferentes formas de lazer em distintos grupos sociais, em suas vidas, na vida das famílias, das comunidades culturais, e a maneira como cada um deseja e consegue ocupar seu tempo disponível; • Educação para o lazer, procurando superar o conformismo, pela Prática Educativa: Projeto Integrado IV • Não seja vivida através de práticas violentas. criticidade e pela criatividade; • Apresentar o conceito de lazer e seus aspectos históricos para uma compreensão mais ampla do seu significado; • Pesquisas relacionadas ao dia a dia do aluno em que o professor propõe algumas indagações. Assim, trabalhar o lazer nas aulas de Educação Física pode possibilitar aos alunos, no tempo disponível, uma apropriação crítica e criativa de seu tempo, por meio da interiorização do conhecimento (DCE, 2008, p.55). Nesta unidade, você teve a oportunidade de estudar e refletir sobre as relações do lazer com o lúdico, o trabalho e o esporte e suas possibilidades de reflexão e desenvolvimento no ambiente escolar. Também verificou que a educação para o lazer pode ser um dos objetivos da Educação Física no ambiente escolar. A partir das diferentes perspectivas do lazer: como mercadoria, como vivência lúdica e como controle das emoções, é possível perceber sua importância para a cidadania. Dessa forma, é possível refletir com os alunos sobre seus direitos com relação ao lazer. Você também estudou como o jogo é tratado em várias abordagens pedagógicas da Educação Física escolar: ‘construtivista’, ‘psicomotricidade’, ‘desenvolvimentista’ e ‘crítico-superadora’. A primeira defende o resgate da cultura de jogos e brincadeiras, a segunda preconiza a aprendizagem pelo movimento por meio das capacidades psicomotoras, a terceira defende o ensino e aprendizagem das habilidades motoras (aprendizagem do movimento) e a última, entende o jogo 43 unidade 1 Universidade Aberta do Brasil como um tema da cultura corporal. Para o planejamento e desenvolvimento do jogo nas aulas de Educação Física foram sugeridas algumas tematizações de acordo com as concepções e propostas de cada abordagem. Por fim, foi analisado como o lazer e o lúdico são abordados nos Parâmetros Curriculares Nacionais e nas Diretrizes Curriculares Estaduais do Paraná. 1. Faça uma análise da compreensão de lazer e formas de aplicação dos jogos nos PCN’s. Os PCN’s do ensino fundamental e médio podem ser encontrados no site do Ministério da Educação (MEC): www.mec.gov.br na guia professores/diretores-publicações. 2. Elabore um plano de aula com o conteúdo ‘jogos e brincadeiras’. Utilize como referência as atividades propostas nas Diretrizes Curriculares do Estado (DCE) em “Anexo: conteúdos básicos da disciplina de Educação Física”. O plano deve conter: série/ano, tema, objetivos, metodologia e estratégias de ensino e forma de avaliação. DCE está disponível no site do “Dia a dia educação” na guia “Diretrizes curriculares”. Link:http://www. diaadiaeducacao.pr.gov.br/diaadia/diadia/modules/conteudo/conteudo. php?conteudo=98 3. Faça um cálculo do tempo gasto em suas atividades diárias como: trabalho, transporte, descanso, alimentação, higiene, atividades sociais e verifique qual o seu “tempo disponível” para o lazer. Esse tempo é suficiente? Como reestruturar as suas atividades para dispor de mais tempo para o lazer? Quais são as atitudes necessárias para isso? 4. Acesse o site do Ministério do Esporte www.esporte.gov.br e analise o programa “Torcida Legal”. O ‘Torcida Legal’ é um conjunto de iniciativas que pretende melhorar as condições de segurança e o conforto do público nos estádios de futebol brasileiros. Quais pontos você concorda e discorda? Justifique. 5. 5. Acesse o site da revista “Licere” disponível em http://www.anima.eefd. ufrj.br/licere/home.html, escolha um artigo e faça uma resenha. 44 unidade 1 UNIDADE II V oleibol Voleibol ALFREDO CÉSAR ANTUNES NAVARRO ROCHA ALFREDODÉBORA CÉSAR ANTUNES DÉBORA NAVARRO ROCHA LUISCORTELA MARCELO DE LARA LUIS MARCELO DE LARA OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM O acadêmico deverá ser capaz de: ■■serCompreender as relações que as interfaces da resiliência podem O acadêmico deverá capaz de: desenvolver em cada indivÍduo. ■■ Conhecer os aspectos fundamentais e regras básicas do voleibol. ■■ Entender o conceito de resiliência sua necessidade na educação ■■ Identificar as etapas da iniciação do voleibol para ser edesenvolvido na escola. escolar. ■■ Buscarbásicos através dos elementos da educação para a paz e da ■■ Conhecer os fundamentos do voleibol. educação integral uma perspectiva diferenciada e global da formação de um indivíduo. ■■ Relacionar cada aspecto teórico conceitual dessa unidade com uma maneira de intervir na prática das disciplinas. ROTEIRO DERESTUDOS OTEIRO DE ESTUDOS ■■ Seção 1: Voleibol ■■ Seção 1: Resiliência e suas interfaces ■■ Seção 2: Fundamentos do Voleibol ■■ Seção 2: Manifesto 2000: por uma cultura de paz e não-violência ■■ Seção 2: Iniciação ao Voleibol ■■ Seção 3: Elementos da educação integral Universidade Aberta do Brasil PARA INÍCIO DE CONVERSA Nesta disciplina você terá a possibilidade de conhecer um pouco da modalidade de voleibol, um esporte coletivo muito praticado nos colégios. Os conhecimentos adquiridos até então no curso de Licenciatura também lhe darão suporte para compreender os exercícios práticos da modalidade em estudo. Pretendemos que os alunos se fundamentem teoricamente da modalidade, para que facilite a integração entre a teoria e a prática do voleibol, este esporte que hoje é o segundo mais praticado em nosso país. Na seção 1, você terá uma ideia geral da modalidade, contendo regras básicas, histórico, e aspectos fundamentais da modalidade, algumas gírias e potenciais dessa modalidade tão importante para o desenvolvimento motor de crianças e adolescentes. Na seção 2, obteremos quais são os fundamentos da modalidade, com suas definições e variações de execução dos mesmos, com exemplificações dos erros mais comuns e maneiras de execução, ressaltando a fase preparatória e a fase final da execução de tal fundamento. Na seção 3, você conhecerá como desempenhar e ensinar tal modalidade na sua iniciação, auxiliando nas aulas de Educação Física no colégio, com seus métodos de ensino e ferramentas básicas para desempenhar o mesmo dentro da quadra de esporte. O objetivo é aliar a teoria com a prática numa perspectiva interdisciplinar, trazendo subsídios para a formação do aluno, assimilando tal modalidade para sua formação, despertando o gosto pela modalidade e, ao mesmo tempo, despertando para a atividade física. Bom estudo! 48 unidade 2 voleibol O voleibol foi criado em 1895 por Willian G. Morgan em Massachusets, Estados Unidos. Este esporte é praticado em uma quadra retangular dividida ao meio por uma rede, esta impede o contato corporal entre os adversários. A disputa é entre duas equipes compostas por seis jogadores, que podem ter no máximo seis reservas. Prática Educativa: Projeto Integrado IV seção 1 É um esporte com regras complexas, mas, ao mesmo tempo, se praticado na escola ou como uma forma de lazer, pode ter essas regras simplificadas, dependendo muito do objetivo. O fato de ser um esporte onde não há contato físico, torna-se um jogo com menos chances dos atletas terem algum tipo de lesão, não que isso liberte o atleta de todos os tipos de contusões. A proibição de se conduzir a bola ou reter a mesma, sem dúvida é uma das regras que mais dificultam o seu aprendizado na iniciação. Quando num jogo de voleibol a bola demora a cair em uma das quadras, tendo uma disputa intensa num mesmo ponto chamamos de: rally. Entre outros valores educativos que o voleibol pode proporcionar com seu aprendizado, podemos citar: • busca de uma meta; • coragem, atitude; • companheirismo, cooperação; • em alguns desperta o senso de liderança; • iniciativa própria, autopercepção; • disciplina; • sociabilização e solidariedade. O jogador pode, em algum momento do jogo, dar 2 toques na bola? E sua equipe pode dar 4 toques na bola em algum momento do jogo? 49 unidade 2 Universidade Aberta do Brasil O mesmo jogador só pode tocar duas vezes seguidas na bola, quando o primeiro toque tiver sido uma ação de bloqueio, uma equipe poderá dar quatro toques, quando o primeiro foi através de um bloqueio, a bola continua em jogo até que caia no solo, vá para fora ou uma equipe não devolva corretamente para a quadra adversária. No decorrer dos anos, as regras da modalidade também passaram por algumas modificações significativas, como por exemplo: alteração na forma de pontuação, liberação da defesa com qualquer parte do corpo, o aparecimento do líbero, aumento da zona de saque, proibição do bloqueio no saque, aumento no tempo de execução do saque. O aprendizado do jogo de voleibol colabora muito na formação de alunos em colégios, sendo comprovados os seus benefícios, tanto na ordem motora como em outras habilidades necessárias para o desenvolvimento da criança. Segundo Bizzocchi (2000): A idade ideal para se iniciar a prática do voleibol deve obedecer as individualidades e a maturação biológica de cada criança (dos 07 aos 10 anos). Primeiramente deve haver um trabalho de consciência corporal, através do desenvolvimento das pré-habilidades (padrões motores). Hoje, no Brasil, pelo fato do voleibol ocupar o segundo lugar na preferência nacional, ficando atrás apenas do futebol, faz com que os alunos procurem mais a prática da modalidade, sem falar na excelente opção nas aulas de educação física. Nesta modalidade, nas aulas de educação física, podem acontecer jogos entre meninos e meninas juntos, por não ter o contato físico. Sempre devemos ter em mente que o principal objetivo é conquistar o interesse e a afeição do praticante da modalidade. Esse seria mais um esboço do que seria o esporte, sendo mais enfatizado no livro de voleibol que você acadêmico terá na sua formação. 50 unidade 2 Ao reconhecer as estruturas de jogo, a aprendizagem será facilitada para o A criança deve aprender a jogar voleibol através de jogos adaptados, principalmente com relação à altura da rede, tamanho da quadra e peso da bola. (BORSARI, 2001). Prática Educativa: Projeto Integrado IV aluno. seção 2 FUNDAMENTOS DO VOLEIBOL Conhecer os fundamentos de cada modalidade é necessário para o aprendizado de qualquer esporte, trata-se de movimentos básicos das modalidades. Na iniciação ao voleibol, recomenda-se o ensino de forma lúdica, até mesmo para que a criança desenvolva o gosto pelo esporte. Sendo um dos esportes mais praticados no Brasil, perdendo em popularidade apenas para o futebol. O voleibol é um conteúdo usado nas aulas de Educação Física com muita aceitação dos alunos. Entre os fundamentos do voleibol, destacamos: saque, passe, levantamento,posição de expectativa, manchete, ataque, bloqueio e defesa. Moutinho (1995) explica que no voleibol os jogadores podem dar no máximo 3 toques na bola, o último aluno é responsável por efetuar o ponto. O voleibol caracteriza-se por uma aciclicidade técnica, atenção constante e fundamentos do jogo complexo. 51 unidade 2 Universidade Aberta do Brasil a) Não acontece contato físico. b) Participação coletiva porque o aluno só pode dar no máximo 2 toques na bola, sendo que não podem ser consecutivos. c) Regra de fácil aprendizado. Levantamento É o segundo contato da equipe com a bola, este levantamento pode ser realizado com o toque ou de manchete, tem como objetivo criar uma situação de ataque favorável e com menos marcadores possíveis. Quem joga nessa posição requer muita precisão na hora do movimento. Erros frequentes: 1- Falta de força para executar tal fundamento. 2- Cotovelos em posições incorretas. 3- Não ter coordenação de movimentos de braços e pernas. 4- Mãos mal posicionadas. 5- Não entrar debaixo da bola. Manchete Fundamento que é de suma importância, pois é o primeiro contato da equipe com a bola, responsável pela sequência das jogadas, ele acontece de baixo para cima, deixando as pernas flexionadas na hora do movimento, para facilitar no momento da execução. É considerado um fundamento de defesa, também muito usado pelo líbero e até por levantadores. Erros frequentes: 1- Tocar a bola com as mãos e não com o braço. 2- Ficar sem flexionar as pernas. 3- Flexionar o abdômen e não os joelhos. 4- Não coordenar os movimentos de braços com os de pernas. Posição de expectativa É a posição básica que o atleta de defesa espera o saque adversário, com as pernas semiflexionadas, com o movimento de manchete pronto para a execução. Fundamento do voleibol se bem executado, havendo a flexão de pernas ajuda muito no primeiro passe, sendo este primordial para o desenrolar da sequência da jogada. 52 unidade 2 1- Não flexionar as pernas Saque Também conhecido como serviço, é o fundamento que dá início ao jogo, podendo ser ele, por cima ou por baixo. Quando falamos de alto nível, o saque por baixo não é muito utilizado, mas com a iniciação é o mais utilizado, até mesmo pelo fator força, que no saque por baixo precisa de menos força e é mais fácil de ser ensinado. Prática Educativa: Projeto Integrado IV Erro Frequente Alguns tipos de saque: - jornada nas estrelas; - saque com efeito; - saque flutuante; - saque sem peso; - viagem ao fundo do mar; - saque oriental. Erros mais comuns: 1 – Jogar a bola para cima com insegurança para a execução do saque. 2 – Bater na bola com os braços flexionados. 3 – Não utilizar as pernas com o movimento correto. 4 – Falta de força. Qual saque deve ser ensinado primeiro? Deverei usar diferentes pesos de bola para ajudar na execução do saque? Bloqueio Outro fundamento básico é o bloqueio, quem faz o bloqueio são os jogadores da linha de frente da quadra, os jogadores das posições 2, 3 e 4, que tem o objetivo de impedir as ações de ataque da outra equipe, 53 unidade 2 Universidade Aberta do Brasil principalmente, as cortadas alheias. O bloqueio pode ser tanto defensivo que é aquele que visa apenas amortecer a bola para um possível contra-ataque e o bloqueio ofensivo que te como objetivo fazer com que a bola volte para o campo do adversário, tocando o solo, fazendo o ponto de bloqueio. O bloqueio é também classificado de acordo com o número de jogadores, podendo ser: simples, duplo ou triplo. Erros mais comuns: 1 – Tocar na rede na hora do salto. 2 – Flexionar o tronco no lugar dos joelhos. 3 – Não ter tempo de bola. 4 – Não ter explosão de membros inferiores. 5 – Não saltar no local preciso em levantamentos mais longos ou curtos. 6 – Posição incorreta das mãos. Ataque O ataque é no geral, o terceiro momento da equipe, depois dela ter recepcionado a bola e ter passado pelo levantamento, vem na sequência uma situação de ataque. Para executar o ataque, o atleta coordena sua passada para o salto com o objetivo de cortar essa bola o mais próximo da rede e com uma altura considerável para vencer o bloqueio. Esse ataque poderá ser executado com uma cortada, largada, explorando o bloqueio, na diagonal, paralela, bola curta ou longa. Defesa A defesa como em qualquer outro esporte é, sem dúvida, a base sólida de qualquer equipe, sem ela não temos ataque. Alguns movimentos são típicos da defesa, como: bloqueio, manchete, peixinho. No voleibol de hoje, existe o líbero, principal função entre os jogadores com relação à defesa, ele só trabalha na parte de trás da quadra, responsável quase sempre pela recepção correta do saque. 54 unidade 2 iniciação ao voleibol Para começarmos a falar de iniciação e aprendizagem da modalidade esportiva do voleibol, devemos levar em conta diversos fatores que influenciam na sua realização. O primeiro é o ambiente em que será desenvolvido, os objetivos que se pretende alcançar, os procedimentos que serão utilizados, os materiais que podemos utilizar, além do público Prática Educativa: Projeto Integrado IV seção 3 que iremos trabalhar, nesse caso, levaremos em conta a série/ano, faixa etária, nível de conhecimento da modalidade e repertório motor dos alunos que iremos trabalhar. Como vivemos em um país onde existe uma grande desigualdade social e cultural, nem todos os nossos alunos terão um repertório motor amplo e isso dificultará o trabalho para a iniciação esportiva, neste caso do voleibol. O que acarretará um trabalho maior e com mais dificuldades se encontrarmos alunos com um pobre repertório motor, porque na modalidade de voleibol envolve aspectos técnicos fundamentais de extrema complexidade com gestos que merecem uma maior atenção, além da alta complexidade da mecânica do jogo. Devemos propor atividades atrativas para conquistar o público através de atividades lúdicas, direcionadas para a modalidade em questão, para tornar a aprendizagem mais prazerosa e manter o público motivado. O objetivo é não cair na mesmice de exercícios cansativos, o que acarretará na diminuição de participantes. O jogo reduzido é uma estratégia adequada que reúne muitas destas características citadas nesta introdução. O voleibol, tanto nas aulas de educação física quanto na iniciação esportiva é um dos esportes mais procurados pelos alunos, haja vista que se tornou o segundo maior desporto coletivo internacional. 55 unidade 2 Universidade Aberta do Brasil “Os esportes coletivos devem ser ensinados de forma prazerosa, por que se pode aplicar uma metodologia que supere as metodologias existentes que ficam com a mera repetição dos gestos dos fundamentos dos esportes ou modalidades” (GRÉHAIGNE e GUILLON, 1992 apud DA COSTA; PAOLI; DA SILVA. 2008). Tratando-se da modalidade de voleibol para iniciação, antes de chegar ao jogo propriamente dito (jogo 6 contra 6.), passaremos pelo jogo de mini-vôlei onde se joga com um número reduzido do jogo normal por questão de aprendizagem e até mesmo para que todas as crianças participem efetivamente. Resume-se em um jogo para a iniciação e aprendizagem do voleibol. Dentre os mini-jogos, o mini-vôlei ou voleibol para crianças deriva do jogo de voleibol, onde as ações complexas se reduzem a situações de jogo simplificadas, como quantidade de jogadores, largura da quadra, altura da rede e material de jogo (GOTSCH, 1983). Pretende-se que as crianças praticantes do jogo de voleibol se divirtam, ao mesmo tempo em que aprendam pouco a pouco os fundamentos específicos para que no futuro, se desejarem, praticarem em seu momento de lazer como uma forma de atividade física ou, caso tenham talento tornem-se jogadores de voleibol. O objetivo do minivôlei é para que os participantes se divirtam, uma vez que aperfeiçoem suas habilidades motoras básicas, sua socialização e assimilem seus fundamentos específicos. Os requisitos de aprendizagem específicos para o mini-voleibol se adquirem mediante jogos de movimento e exercícios em forma de jogo, cuja estrutura e condições de jogo o principiante já conhece. Os jogos de movimentos e as formas de jogo são modificados sob pontos de vista didáticos, para introduzir o principiante à ação do jogo específico de voleibol (GOTSCH, 1983). Todas as crianças que queiram participar entre 6 a 12 anos podem praticar se não encontrar nenhuma restrição médica. O jogo de mini- vôlei pode ser praticado em qualquer superfície (quadra, campo, areia, etc.) que permita às crianças se movimentarem de acordo com a mecânica do jogo e das atividades para iniciação propostas pelo professor. Em qualquer época do ano pode jogar o mini- vôlei, primavera, verão, outono, inverno, não importa quando, o que verdadeiramente importa é mostrar para as 56 unidade 2 na aprendizagem e ressaltando que estarão praticando exercício físico e adquirindo um estilo de vida saudável. Como podemos organizar um jogo de mini- vôlei? Na escola, dentro de um programa de atividades da disciplina Educação Física, onde o mais importante é a participação do maior número possível de meninos e meninas e não o ganhar ou perder e sim a aprendizagem e o entendimento do jogo. O jogo de mini- vôlei é similar ao jogo de voleibol, porém a forma de jogar e as regras são adaptadas Prática Educativa: Projeto Integrado IV crianças que podem se divertir, não tornando uma atividade repetitiva para as crianças e suas capacidades, com a finalidade de permitir uma diversão sem a complexidade do jogo para adultos. Lembrando, o que se pretende é que não existam muitas condições regulamentares para sua prática, o fundamental é que os jogadores se divirtam, passem um tempo agradável e que haja exercícios físicos dirigidos. Em um jogo normal de vôlei (6x6), o número de vezes que a criança toca a bola durante o jogo não é suficiente para o desenvolvimento motor desejável. Esta desvantagem é suprida pelo mini-vôlei, no qual o jogador toca a bola muitas vezes, percorrendo distâncias menores, e logicamente mais adequadas para seu grau de desenvolvimento (BAACK, 1972). As crianças a partir dos 8 anos de idade começam a se interessar pelos jogos coletivos e aperfeiçoar um número crescente de atividades que as habilitarão a fazer parte em esportes e jogos adultos. O mini-voleibol é uma ponte de ligação para o voleibol, apresentando como um eficiente método que pode ser considerado como o mais adequado e mais indicado para um processo voltado à iniciação da modalidade, tendo em vista que apresenta todos os requisitos necessários para um trabalho de iniciação esportiva, desde que seja aplicado sob uma metodologia correta. A prática do mini-voleibol para crianças de 8 a 14 anos contribui largamente para o aprimoramento dos fundamentos básicos do voleibol, após os 10 anos de idade, meninos e meninas apresentam nítidas 57 unidade 2 Universidade Aberta do Brasil diferenças motoras, principalmente, no que diz respeito à força e resistência muscular, evidenciando a necessidade de separá-los nos jogos coletivos após esta idade. O Voleibol como esporte de quadra possui grande popularidade no Brasil e temse mostrado também com bastante desenvolvimento na forma do volei de areia. Tem muitos adeptos em competições escolares e nas competições de alto nível a seleção brasileira tem conseguido muitos títulos, fazendo com que ele se torne ainda mais conhecido da população do nosso país. 1. Dividir a quadra de esportes em várias mini-quadras, usando elásticos para fazer de rede, e giz para fazer as linhas da quadra, dividindo os alunos, possibilitando eles jogarem: 1x1, 2x2, 3x3, 4x4. 2. Elaborar um circuito esportivo, onde cada fase do circuito simula um fundamento do voleibol. Para facilitar seu aprendizado, o professor faz as correções necessárias. 3. Pode-se jogar em qualquer número de crianças. Estas se colocam e jogam a bola ao que está ao seu lado. Quando erra (a bola cai), aquele que falhou deve passar a jogar sobre um pé. Ao segundo erro, deve-se colocar de joelhos e ao terceiro será eliminado. 4. Os jogadores colocam-se em círculo trocando toques e manchetes e ao sinal do professor (um apito) quem tocar por último será eliminado desta atividade. 5. Vários alunos de frente para uma parede lisa, jogar a bola contra a parede e tentar pegar sem deixar cair no chão, na mesma dinâmica realizar o movimento do toque contra a parede primeiro segurando a bola e depois, sem segurar e sem deixar cair no chão. 6. Realizando o movimento do saque sobre um fio que esteja estendido e alto ou até mesmo a rede de vôlei, tentar transpor a bola e seguindo a dinâmica colocar alvos para acertar do outro lado da quadra. 7. Informações do mini-vôlei em http://www.procrie.com.br/ 58 unidade 2 rítmica desportiva escolar ALFREDO CÉSAR ANTUNES DÉBORA NAVARRO ROCHA CORTELA LUIS MARCELO DE LARA OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM Ao término desta unidade você será capaz de: ■■ Refletir sobre a contribuição da Ginástica Rítmica na formação dos alunos através da utilização da cultura corporal de movimento. ■■ Ser capaz de desmistificar a Ginástica Rítmica desenvolvendo possibilidades de movimentos corporais a partir do repertório de movimentos naturais, em um ambiente de liberdade e criatividade. ■■ Aprender a improvisar e adaptar os aparelhos da Ginástica Rítmica de modo a proporcionar vivências diferenciadas aos alunos, sem normas específicas ou movimentos obrigatórios. ■■ Compreender que a construção de coreografias pode ser uma ferramenta didática, no sentido de contextualizar os movimentos realizados pelos alunos, e possibilitar integrações entre conteúdos e disciplinas. ROTEIRO DE ESTUDOS ■■ Seção 1: A Ginástica Rítmica e a Cultura Corporal do Movimento ■■ Seção 2: Os movimentos, a Expressão Corporal, a Música e os Aparelhos; a Ginástica Rítmica numa proposta interdisciplinar UNIDADE III Fundamentos da ginástica Universidade Aberta do Brasil PARA INÍCIO DE CONVERSA Nas outras disciplinas de projeto integrado, você aprendeu sobre os significados da cultura corporal que permeiam a educação física, e os conhecimentos necessários para aplicá-la na formação integral do educando. Nesta unidade, você terá a oportunidade de conhecer a Ginástica Rítmica como uma possibilidade pedagógica para o desenvolvimento e a organização da Educação Física Escolar, numa perspectiva interdisciplinar, relacionando-a com os diversos conhecimentos obtidos no desenvolvimento do curso. Na seção 1, você estudará de que forma a Ginástica Rítmica, enquanto conteúdo da Educação Física, pode ser explorada por todos, relacionando-a com os movimentos já conhecidos pelos alunos, para assim descobrir novas possibilidades corporais. Na seção 2, será apresentado a você como as atividades rítmicas e expressivas proporcionam aos alunos através da criatividade, liberdade e improvisação, a experimentação e a compreensão de movimentos contextualizados e possuidores de significados. Você terá a oportunidade de relacionar os Elementos Corporais e os aparelhos envolvidos na Ginástica Rítmica com as várias possibilidades de movimentos, suas possíveis relações com outros conteúdos da Educação Física e como podem ser improvisados e adaptados de modo a ampliar o acervo motor dos alunos. Você também terá a oportunidade de estudar a Ginástica Rítmica como uma ferramenta didática para o aprendizado de outros conteúdos da Educação Física. Bons estudos! 62 unidade 3 A GINÁSTICA RÍTMICA E A CULTURA CORPORAL DO MOVIMENTO No livro “Prática educativa: Projeto integrado III” (FINK; ARAÚJO, 2010), você trabalhou com o significado da cultura corporal de movimento, como sendo os “conhecimentos e as manifestações corporais adquiridas intrinsecamente ao longo do tempo por meio de atividades práticas Prática Educativa: Projeto Integrado IV seção 1 como jogo, esporte, lutas, danças e ginástica” (p.18), e definiu qual a importância destas práticas para a formação e o desenvolvimento integral do indivíduo. Dessa forma, conhecendo e trabalhando com a Ginástica Rítmica, é necessário relacionar seus conhecimentos sob uma perspectiva interdisciplinar e multidisciplinar, com possibilidades pedagógicas para a Educação Física Escolar. A Ginástica Rítmica como conteúdo da Educação Física, pode e deve ser trabalhada com crianças a partir dos 6 e 7 anos de idade, pois como já abordado anteriormente nas disciplinas de Crescimento e Desenvolvimento Motor, e em leituras de autores como Gallahue e Ozmun, (2003) e Tani et al, (1988), elas já possuem um potencial desenvolvimentista para estar no estágio maduro da maior parte das habilidades motoras fundamentais e de desenvolverem combinações entre elas. GALLAHUE, D. L; OZMUN, J. C. Compreendendo o desenvolvimento motor: bebês, crianças, adolescentes e adultos. São Paulo: Phorte, 2003. TANI, Go, et al. Educação Física escolar: fundamentos de uma abordagem desenvolvimentista. São Paulo: EPU/EDUSP, 1988. 63 unidade 3 Universidade Aberta do Brasil Segundo Alonso (2004) (apud Caçola; Ladewig, 2005), a Ginástica Rítmica é um conteúdo privilegiado por possuir habilidades motoras bem próximas da cultura corporal encontrada em brincadeiras e nos jogos infantis. Além de combinar elementos corporais (saltos, equilíbrios, pivôs, ondas, diversas formas de andar, correr, saltitos e outros) com os movimentos dos aparelhos manuais oficiais (Corda, Bola, Arco, Maças e Fita), associados a uma música e uma composição coreográfica. Nesse resgate, a experiência da criança é o ponto de partida para perceber novas possibilidades de movimentos com os “brinquedos” que elas já conheciam. Podemos utilizar os gestos e os aparelhos ginásticos ao propor jogos e exercícios para desenvolver vários conteúdos como o equilíbrio, a coordenação motora, a consciência corporal e a estruturação espaço temporal. Nessa linha, Gaio et al, 2008, sugere situações práticas no ensino da Ginástica Rítmica: • Os elementos corporais devem ser criados, descobertos e construídos a partir de brincadeiras de imitações de animais, de objetos, de estátuas, de “seu mestre mandou” de atividades em duplas, pequenas e grandes grupos; • Os aparelhos oficiais como a corda, a bola e arco devem ser explorados a partir dos movimentos que constituem a cultura corporal de movimentos das crianças. Já os aparelhos maças e fita devem ser trabalhados a partir de brincadeiras de circo, de movimentos livres e criativos para os técnicos e expressivos; • Pode-se criar novos aparelhos denominados extraoficiais e a 64 unidade 3 aparelhos, sem obrigatoriedade de semelhança com os aparelhos oficiais, preocupando-se somente com o desenvolvimento do manuseio e das combinações de movimentos corporais, aparelhos e música; • Os acrobáticos e pré-acrobáticos devem ser explorados a partir da ideia de buscar novas formas de colocar o corpo no solo, realizados sempre com a ajuda e proteção dos próprios colegas, com o auxílio do docente responsável pela turma; • Por último, explorar bastante o trabalho rítmico, com atividades Prática Educativa: Projeto Integrado IV partir da criação buscar os movimentos possíveis para esses de cantar e gesticular, sons do cotidiano, sons do próprio corpo, e dos aparelhos com eles mesmos e com o solo. “O que legitimaria, então, a presença da ginástica nos programas de Educação Física? Pode-se entender a ginástica como uma forma particular de exercitação onde, com ou sem uso de aparelhos, abre-se a possibilidade de atividades que provocam valiosas experiências corporais, enriquecedoras da cultura corporal das crianças, em particular, e do homem, em geral. Sua prática é necessária na medida em que a tradição histórica do mundo ginástico é uma oferta de ações com significado cultural para os praticantes, onde as novas formas de exercitação em confronto com as tradicionais possibilitam uma prática corporal que permite aos alunos darem sentido próprio às suas exercitações ginásticas. Assim, a presença da ginástica no programa se faz legítima na medida em que permite ao aluno a interpretação subjetiva das atividades ginásticas, através de um espaço amplo de liberdade para vivenciar as próprias ações corporais. No sentido da compreensão das relações sociais, a ginástica promove a prática das ações em grupo onde, nas exercitações como “balançar juntos” ou “saltar com os companheiros”, concretiza-se a “coeducação”, entendida como forma particular de elaborar/praticar formas de ação comuns para os dois sexos, criando um espaço aberto à colaboração entre eles para a crítica ao “sexismo” socialmente imposto.” (COLETIVO DE AUTORES. Metodologia do Ensino da Educação Física. São Paulo: Cortez, 1992, p.54). 65 unidade 3 Universidade Aberta do Brasil seção 2 OS MOVIMENTOS, A EXPRESSÃO CORPORAL, A MÚSICA E OS APARELHOS; A GINÁSTICA RÍTMICA NUMA PROPOSTA INTERDISCIPLINAR Dentre os inúmeros movimentos encontrados na cultura corporal de cada criança, são encontrados, especificamente, na Ginástica Rítmica elementos corporais que compreendem vários movimentos de: • Saltar; • Girar (Pivots); • Equilibrar; • Balancear e Circunduzir; • Ondular; • Flexibilidade. Pense em alguns esportes e associe seus movimentos com os da Ginástica Rítmica. O que difere a Ginástica Rítmica dos demais esportes? E o que têm em comum ? Essa movimentação corporal na Ginástica Rítmica relaciona-se com o manuseio do material, uma música, um espaço e uma coreografia. Nessa coreografia, a criança deve, através de seu corpo, comunicar-se e expressar-se. Conforme visto no livro “Ritmo e Dança II” (SBORQUIA, 2010), a Expressão conceitua-se “como uma linguagem de movimentos do corpo; uma maneira pela qual as emoções, as ideias se extravasam por meio dos movimentos” (p.35). O movimento é uma das formas de linguagem da cultura do ser humano; e a Ginástica Rítmica, portanto, é uma forma de representar essa linguagem através de seus movimentos expressivos associados ao manuseio dos aparelhos à música, de modo a possibilitar a 66 unidade 3 Quando se fala sobre o manuseio dos materiais é necessário ressaltar que à medida que o aluno tem uma maior familiaridade com um determinado aparelho, ou uma preferência pessoal, ele se sentirá mais a vontade ao utilizá-lo como um recurso expressivo, pois o aparelho passa a ser uma extensão de seu corpo, algo em que ele tem facilidade e naturalidade ao se movimentar. Ao planejar as aulas utilizando-se da Ginástica Rítmica, é importante levar em conta as relações que os alunos têm com os materiais, quais músicas utilizar, que coreografias propor, para, dessa forma, ampliar Prática Educativa: Projeto Integrado IV transmissão de mensagens atribuídas de significados. não apenas as vivências motoras, mas também a qualidade de sua expressividade. Experimente deixar os alunos à vontade com os materiais que eles têm mais familiaridade, acrescente uma música aprazível, uma dança em que todos se sintam capazes de movimentar-se sem pressões de acertar determinado passo; essa combinação de exploração do espaço, ritmo, manuseio do material, possibilita atribuir a essa movimentação um teor significativo de expressão, liberdade e prazer através do corpo. “Se eu pudesse dizer o que as coisas significam, não teria necessidade de dançá-las” (Isadora Duncan); 67 unidade 3 Universidade Aberta do Brasil Os materiais que são usados na Ginástica Rítmica foram e são utilizados há muito tempo para diversas finalidades. O arco, também conhecido na cultura popular infantil como bambolê, era utilizado pelos gregos em brincadeiras e danças guerreiras, hoje em dia, é utilizado no simples bambolear por várias partes do corpo, para demarcar espaços, para fazer alongamentos, corridas, entre outras atividades. A bola é atemporal, desde os tempos mais remotos está presente em muitas situações, bolas oficiais, de gude, de meia, de papel, diferentes pesos, diferentes modalidades esportivas, difícil, se não impossível, encontrar uma criança que nunca brincou com uma bola, pois diversos esportes, jogos e brincadeiras a utilizam das formas mais variadas e conhecidas pelas crianças. 68 unidade 3 cantadas, saltos, saltitos, com um pé, com os dois, em grupo, de mãos dadas, “foguinho”, quantas músicas e atividades rítmicas as crianças não desenvolvem ao brincar com a corda? Algumas crianças não conhecem as maças, mas de uma forma ou de outra, já brincaram com materiais semelhantes, como por exemplo, uma garrafa plástica de refrigerante. A possibilidade de atividades com sons, brincadeiras de malabarismos, de técnicas circenses, são inúmeras e rapidamente aceitas pelas crianças. As fitas podem não ser conhecidas pelas crianças com todas as Prática Educativa: Projeto Integrado IV Com a corda, podemos nos recordar de tantas brincadeiras características corretas para o esporte Ginástica Rítmica, mas qual é a criança que nunca brincou com um pedaço de tecido, fez ondulações e desenhos no ar, ou até mesmo se fantasiou com ele? É um material facilmente inserido nas brincadeiras, e esteticamente muito atraente, o que aumenta o interesse das crianças ao manuseá-lo. Ao associar os movimentos com aparelhos, a expressão corporal da criança é aprimorada, pois, primeiramente, esse movimento torna-se visualmente mais atraente, que ao se concentrar no manuseio do aparelho, essa movimentação corporal torna-se mais livre e espontânea, e terceiro, quanto mais habilidade ao manusear o material, maior a possibilidade de enriquecer os movimentos de forma criativa e expressiva. Quando o professor estimula a exploração desse material, ele o transforma em brinquedo, colaborando para a criança criar um cenário de fantasias ao atribuir-lhe diferentes significados e formas de manuseio. 69 unidade 3 Universidade Aberta do Brasil Veja um exemplo: Vamos pensar num planejamento de atividade de Ginástica Rítmica (Atividade adaptada de Gaio, et al, 2008). Objetivo principal: Desenvolver coordenação motora fina e criatividade. Materiais: Jornal, cola, cartolina, tinta, música. Disposição dos alunos: Crianças à vontade pelo espaço reunidas em quartetos. Desenvolvimento da atividade: As crianças devem, com o auxílio do professor, confeccionar alguns aparelhos de Ginástica Rítmica com o jornal. Depois de confeccionado e enfeitado, as crianças devem, em grupo, brincar com os aparelhos, descobrindo seu manuseio ao som de uma música ambiente. Variações: Elaborar pequenas coreografias com os aparelhos construídos e movimentos descobertos. Essa atividade é um exemplo entre inúmeras possibilidades de planejar uma aula de Ginástica Rítmica. Vamos refletir um pouco. As próprias crianças criarão os seus materiais, nesse momento, algumas dúvidas sobre o processo surgirão, havendo a possibilidade de troca de ideias entre professor-aluno e aluno-aluno. Depois de prontos, eles explorarão as possibilidades de movimentos com esses aparelhos, a música estará tocando e esses quartetos associarão seus movimentos, com os materiais que eles construíram e ao ritmo de uma música. Como possibilidade ao final da aula, esses quartetos poderão fazer uma pequena demonstração ao restante da turma com os movimentos e materiais que eles confeccionaram. Como você acha que decorrerá essa atividade? Todos participarão? Quais seriam os possíveis obstáculos para essa atividade não ter sucesso? Quais outras possibilidades de variação dessa atividade? 70 unidade 3 OLIVEIRA, 2010) foi apresentado a você reflexões sobre os conceitos de multi e interdisciplinaridade. Foi abordado que em um trabalho multidisciplinar, “o conteúdo tratado em cada uma das disciplinas estará centrado no acúmulo de informações específicas de cada uma para sua formação; e que em um trabalho interdisciplinar, as ações dos profissionais ligados ao curso deverão transcender a essas informações e possibilitar o diálogo, a cooperação e a interação entre você e os demais professores”(p. 28). Na disciplina de Ginástica Rítmica serão apresentados conteúdos Prática Educativa: Projeto Integrado IV No livro “Prática educativa: Projeto integrado II” (OLIVEIRA JR; específicos como a História da Ginástica Rítmica, os elementos corporais, o estudo de cada aparelho, o desenvolvimento da Expressão, da Flexibilidade, suas possibilidades na Escola. Perante esse conhecimento, vamos pensar em trabalhar a Ginástica Rítmica numa proposta multi e interdisciplinar, relacionando conteúdos de outras disciplinas. O objetivo é fazer com que você, acadêmico, consolide os conteúdos e aplique esse conhecimento em sua prática profissional. Como você aprendeu na Disciplina “Prática educativa: Projeto integrado III” (FINK; ARAÚJO, 2010), uma forma interessante de estimular a interdisciplinaridade é o trabalho por projetos, “pois através dele o professor estimula a criatividade, o interesse e incentiva novas descobertas nos alunos. Para o professor é um trabalho novo e desafiador, no momento que exige que o professor participe constantemente deste processo. Não é simplesmente uma apresentação de trabalho realizada pelo aluno por meio de uma proposta levantada pelo professor. Precisa de uma interação maior entre professor e aluno, pois ambos procuram soluções para as dúvidas levantadas e por meio das respostas obtidas os conteúdos são trabalhados” (p. 97). Você terá neste semestre contato com as seguintes disciplinas: • Medidas e avaliação em Educação Física; • Fundamentos do Voleibol; • Cidadania e Sociedade ; • Disciplina de diversificação e aprofundamento (Fundamentos do Ensino da Recreação e do Lazer); • Disciplina de diversificação e aprofundamento (Fundamentos da Ginástica Rítmica Desportiva Escolar); 71 unidade 3 Universidade Aberta do Brasil • Disciplina de diversificação e aprofundamento (Educação Física na Educação Infantil); • Estágio Curricular Supervisionado em Educação Física. Pensando, dessa forma, vamos imaginar uma atividade onde os alunos, em grupos, criarão pequenas coreografias utilizando movimentos da Ginástica Rítmica e do Voleibol, por exemplo. Será solicitado às crianças que criem combinações de movimentos aprendidos de Ginástica Rítmica e Voleibol, ocupando o espaço, seguindo o ritmo da música e utilizando materiais como bola, arco, corda, etc. Qual será o resultado desse momento prático? Quando as crianças elaboram coreografias, elas vivenciam novos estímulos para sua exploração motora e criatividade; envolvem-se na construção de novos saberes, pois ao relacionar os movimentos de um conteúdo e outro, encontram semelhanças, diferenças, e principalmente nossas possibilidades corporais. 72 unidade 3 Prática Educativa: Projeto Integrado IV Agora reflita sobre as inúmeras possibilidades de criação de coreografias inter-relacionando conteúdos das demais disciplinas que vocês já conhecem. A Ginástica Rítmica possui elementos corporais facilmente relacionáveis com as mais diversas atividades da cultura corporal das crianças. Ao se desenvolver uma composição coreográfica (inter-relação de movimentos, expressão corporal, manuseio dos aparelhos/brinquedos, música e espaço), criam-se momentos onde os alunos podem expressar sua criatividade, liberdade e improvisação, experimentando e compreendendo os movimentos como possuidores de significados. Dessa forma, a Ginástica Rítmica, através principalmente da composição de suas coreografias apresenta-se como uma excelente ferramenta didática ao possibilitar integrações e aprendizados entre os demais conteúdos da Educação Física Escolar. 1. Aponte alguns conteúdos da Educação Física Escolar onde encontramos Elementos Corporais da Ginástica Rítmica (Saltar; Girar; Equilibrar; Balancear; Circunduzir; Ondular; Flexibilidade). Desenvolva relações entre eles. 2. Elabore uma atividade que tenha como objetivo o aluno desenvolver uma composição coreográfica e inter-relacionar a Ginástica Rítmica e outro conteúdo da Educação Física Escolar. Aponte os materiais utilizados, o desenvolvimento da atividade e as possíveis variações da mesma. 73 unidade 3 ALFREDO CÉSAR ANTUNES DÉBORA NAVARRO ROCHA ALFREDO CÉSARLUIS ANTUNES MARCELO DE LARA DÉBORA NAVARRO ROCHA CORTELA LUIS MARCELO DE LARA OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM O acadêmico deverá ser capaz de: Prática Educativa: Projeto Integrado IV em Educação Física UNIDADE IV V oleibol Medidas e avaliação ■■ Compreender as relações que as interfaces da resiliência podem Ao término desta unidade você será capaz de: desenvolver em cada indivÍduo. ■■ Refletir sobre a importância da Educação Física Escolar como responsável ■■ Entender o conceito de resiliência e sua necessidade na educação pela propagação de conhecimentos e experiências no âmbito da atividade escolar. física; ■■ Buscar através dos elementos da educação para a paz e da ■■ Ser capaz de utilizar a Avaliação Física nas aulas de Educação Física como educação integral uma perspectiva diferenciada e global da formação diagnóstico sobre os níveis de Aptidão Física relacionada à Saúde. de um indivíduo. ■■ Compreender a importância da educação sobre os benefícios positivos da ■■ Relacionar cada aspecto teórico conceitual dessa unidade com uma atividade física regular e suas consequências no âmbito da avaliação física. maneira de intervir na prática das disciplinas. ROTEIRO DE ESTUDOS ROTEIRO DE ESTUDOS ■■ Seção 1: Resiliência e suas interfaces ■■ Seção 1: A Educação Física2: ea Educação para Saúde ■■ Seção Manifesto 2000:a por uma cultura de paz e não-violência ■■ Seção 2: Avaliação da Aptidão Física relacionada à Saúdeintegral ■■ Seção 3: Elementos da educação 75 unidade 3 Universidade Aberta do Brasil PARA INÍCIO DE CONVERSA Na disciplina “Medidas e Avaliação em Educação Física”, você trabalhou com conteúdos como: Natureza das medidas em educação física e ciências do exercício; instrumentos de medidas; fidedignidade, validade, seleção e administração dos testes; tipos e técnicas de estimativas; técnicas estatísticas; avaliação de capacidades e habilidades esportivas; avaliação de aptidão física; avaliação através de testes cognitivos em Educação Física e medidas psicológicas nas ciências do exercício. Nesta unidade, você refletirá sobre a importância da avaliação da aptidão física relacionada à saúde como uma ferramenta de propagação de conhecimentos e experiências no âmbito da atividade física, no sentido de relacionar os benefícios positivos da atividade física regular e suas consequências no âmbito da avaliação física. Na seção 1, você estudará de que forma a disciplina “Medidas e Avaliação em Educação Física” é parte integrante de um corpo de conhecimentos relacionados à Educação para a Saúde, tornando o aluno atuante do seu processo de aprendizagem motora e conhecedor das informações sobre os seus progressos relacionados aos conteúdos em Educação Física. Na seção 2, você revisará alguns conceitos relacionados à Aptidão Física e entrará em contato com os tipos de testes que avaliam a aptidão física relacionada à saúde em escolas. Bons estudos! seção 1 A EDUCAÇÃO FÍSICA E A EDUCAÇÃO PARA A SAÚDE No livro “Prática educativa: Projeto integrado III” (FINK; ARAÚJO, 2010), vocês visualizaram a Educação Física: 76 unidade 4 Prática Educativa: Projeto Integrado IV como a principal disciplina responsável pela promoção de conhecimentos e conceitos da saúde na escola, cabendo a ela criar nos alunos o prazer e o gosto pelo exercício e o desporto de forma a levá-los a adotar um estilo de vida ativo e saudável. Dessa forma, concluíram que o exercício físico é um meio potencial para contribuir positivamente com a saúde, quando praticado de forma correta e adequada. Para tanto, os alunos ao concluírem sua escolarização devem ser capazes de selecionar as atividades que satisfazem suas próprias necessidades e interesses, de avaliar seus próprios níveis e problemas de aptidão física (p.90). Em contraste a essa necessidade de um estilo de vida ativo fisicamente, nos dias atuais, nossas tarefas do cotidiano estão mais mecanizadas e facilitadas: são escadas rolantes, automóveis, controles remotos, videogames, internet, televisão, entre outros; tais facilidades mudam radicalmente nossos padrões de vida, faz com que nos movimentemos muito pouco (hipocinesia), e nos expõe às doenças crônico-degenerativas. Nossos alunos passam horas em frente às telinhas e em ambientes pouco propícios à movimentação; isso não seria tão complicado se eles conscientemente investissem algum tempo de seu dia em atividades e exercícios físicos. No entanto, para torná-los conscientes dos riscos que esse estilo de vida sedentário pode causar, é necessário educá-los para tal. Hipocinesia: Lentidão exagerada de movimentos; indolência; inércia; letargia; prostração. (http://www.infopedia.pt/lingua-portuguesa-ao/hipocinesia) Em nossa atualidade, muitas são associações entre doenças crônicodegenerativas e hábitos de vida não-saudáveis, principalmente no que se relaciona com a prática de atividade física. No entanto, como essas 77 unidade 4 Universidade Aberta do Brasil doenças se tornam presentes, principalmente na idade adulta, pouco se fala da importância das aulas de Educação Física escolar como um foco de Educação para a saúde. Quando se almeja mudança nos hábitos de atividade física das pessoas, torna-se necessário intervir desde as fases da infância e a adolescência. As chamadas doenças crônico-degenerativas (doença arterial coronariana, acidente vascular cerebral, câncer, diabetes e as doenças pulmonares obstrutivas crônicas), líderes em mortalidade precoce nos países industrializados, estão associadas ao hábito de fumar, dieta inadequada e inatividade física (BARROS; SANTOS, 2000, p. 4). Nessa visão, as aulas de Educação Física são responsáveis pela propagação de conhecimentos e experiências no âmbito da atividade física, de modo a estimular crianças e adolescentes a desenvolverem melhores níveis de aptidão física e a conhecerem quais são os recursos necessários para atingir essa meta. Quando se fala em conhecimentos, experiências e estímulos visando 78 unidade 4 relacionados à atividade física, o papel das avaliações físicas também são de igual importância, pois são elas as responsáveis por revelar os níveis de aptidão física dos alunos. Quando se possui esse conhecimento, é possível traçar objetivos, confrontar resultados, conhecer quais são os alunos que possuem algum risco potencial, propagar conhecimentos de quais intervenções mudam e melhoram os níveis de aptidão física, quais são as alterações corporais decorrentes das práticas físicas e, principalmente, possibilitar o aluno ser atuante e conhecedor desse processo. Prática Educativa: Projeto Integrado IV mudanças no estilo de vida das pessoas, além do ensino de conteúdos Nessa perspectiva, a função proposta aos professores de educação física é a de incorporarem nova postura frente à estrutura educacional, procurando adotar em suas aulas, não mais uma visão de exclusividade à prática de atividades esportivas e recreativas, mas, fundamentalmente, alcançarem metas voltadas à educação para a saúde, mediante seleção, organização e desenvolvimento de experiências que possam propiciar aos educandos não apenas situações que os tornem crianças e jovens ativos fisicamente, mas, sobretudo, que os conduzam a optarem por um estilo de vida saudável ao longo de toda a vida (GUEDES, 1999, p. 2). seção 2 AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA RELACIONADA À SAÚDE Um dos principais objetivos da avaliação física na escola não é apenas levantar dados e verificar quem é o mais apto ou não, mas sim tornar o aluno atuante do seu processo de aprendizagem motora e conhecedor das informações sobre os seus progressos relacionados aos conteúdos de educação física. A avaliação física nas escolas, geralmente, consiste em medidas de 79 unidade 4 Universidade Aberta do Brasil peso e estatura dos alunos, sem maiores consequências ou continuidade dessas informações. Na visão da educação para a saúde, a avaliação física na escola deve priorizar a aptidão física relacionada à saúde, não priorizando os alunos com índices mais elevados de desempenho motor e sim abordando variáveis relacionadas aos fatores de risco à saúde como um processo educacional, onde a avaliação é um ponto de partida e constante ferramenta para a educação de hábitos saudáveis. Dessa forma, a avaliação de aptidão física na escola deve ser realizada com o objetivo de indicar o nível de condicionamento físico dos alunos, no sentido de buscar intervenções para melhorar os níveis de aptidão física relacionada à saúde e evitar a manifestação dos fatores de risco à saúde e das doenças crônico-degenerativas. Portanto, essas avaliações devem contar uma bateria de testes que aborde os componentes: composição corporal, flexibilidade, força/ resistência muscular e resistência cardiorrespiratória (componentes da aptidão física relacionada à saúde), componentes esses passíveis de modificações ao se adotar um estilo de vida mais ativo, e dessa forma oportunizar maiores benefícios à saúde. O ACSM, 2000 apud HOBOLD, 2003, ressalta que medidas de aptidão físicas são práticas comuns e apropriadas em programas de exercícios preventivos e de reabilitação. Os objetivos dos testes de aptidão física em cada programa incluem o seguinte: • Educar os participantes sobre seu presente “status” de aptidão relativa aos padrões relacionados à saúde; • Mostrar dados que são auxiliares no desenvolvimento da 80 unidade 4 • Criar uma base de dados que possa ser ampliada e que possa mostrar a avaliação do progresso obtido pelos participantes através do programa de exercício; • Motivar os participantes através do estabelecimento de metas razoáveis e alcançáveis de boa aptidão física; • Estratificar os riscos de doenças. Prática Educativa: Projeto Integrado IV prescrição de exercícios para todos os componentes de aptidão; Aptidão Física: É a capacidade de desempenhar atividades profissionais, recreativas e da vida diária sem se fatigar em excesso (HEYWARD, 2004. P. 46). Aptidão Física Relacionada à Saúde: Componentes que em questões motoras podem ser creditados alguma proteção contra doenças do tipo degenerativas, como as cardiopatias, a obesidade, a hipertensão, e vários distúrbios músculo-esqueléticos, e que podem ser influenciadas pela atividade física regular (GUEDES; GUEDES, 2002, p. 68). Aptidão Física Relacionada ao Desempenho Atlético: Componentes que contribuem para um melhor rendimento esportivo, levando em consideração que cada especialidade esportiva apresenta exigências de aptidão bem específicas (GUEDES; GUEDES, 2002, p. 68). Dessa maneira, sugerimos uma bateria de testes para avaliação da aptidão física relacionada à saúde em escolas, composta de: • Avaliação da composição corporal (Teste de porcentual de gordura, Teste de IMC, Teste de Distribuição de Gordura corporal); • Avaliação da Capacidade Aeróbica (Teste de corrida/ caminhada); • Avaliação de Habilidades Motoras (Teste de ResistênciaMuscular localizada; Teste de Flexibilidade). 81 unidade 4 Universidade Aberta do Brasil A educação para a saúde deverá ser alcançada mediante interação de ações que possam envolver o próprio homem mediante suas atitudes frente às exigências ambientais representadas pelos hábitos alimentares, estado de estresse, opções de lazer, atividade física, agressões climáticas, etc. Dessa forma, parece evidente que o estado de ser saudável não é algo estático. Pelo contrário, torna-se necessário adquiri-lo e construí-lo de forma individualizada constantemente ao longo de toda a vida, apontando para o fato de que saúde é educável e, portanto, deve ser tratada não apenas com base em referenciais de natureza biológica e higienista, mas, sobretudo, em um contexto didático-pedagógico (GUEDES, 1999, p.2). Nesta unidade, trabalhamos com a Educação Física escolar no contexto de uma Educação para a saúde, onde através de conhecimentos e experiências envolvendo a atividade física, as crianças e os adolescentes são estimulados a desenvolverem melhores níveis de aptidão física e a conhecerem quais são os recursos necessários para atingir essa meta. Nesse âmbito, as avaliações físicas são importantes, pois são responsáveis por revelar os níveis de aptidão física dos alunos e por torná-los atuantes e conhecedores desse processo. Analisamos também que a avaliação física na escola deve priorizar a aptidão física relacionada à saúde, abordando componentes relacionadas aos fatores de risco à saúde: composição corporal, flexibilidade, força/resistência muscular e resistência cardiorrespiratória . 1. Conheça o Projeto Esporte Brasil (PROESP-BR): http://www.proesp.ufrgs. br/proesp/. Pesquise como aplicá-lo e os passos necessários para formar um banco de dados. 2. Aplique a bateria de testes (Avaliação da aptidão física relacionada à saúde), conforme a indicação na página “bateria de testes”, com uma ou mais crianças e faça a avaliação das mesmas. 82 unidade 4 Primeiramente gostaríamos de parabenizá-lo por mais esta etapa percorrida: o desenvolvimento da disciplina “Prática Educativa: Projeto Integrado VI”. Tal disciplina teve como início a Unidade I, onde foram evidenciadas questões importantes sobre o lazer e sua relação com a cidadania, o jogo, Prática Educativa: Projeto Integrado IV PALAVRAS FINAIS lúdico e suas possibilidades de aplicação no ambiente escolar. Foram realizadas as relações do lazer com a Educação Física escolar e como o jogo pode ser utilizado como conteúdo desta disciplina. Na unidade dois, você estudou os aspectos básicos, fundamentos e iniciação do Voleibol. Na terceira unidade, foi dada uma atenção especial às necessidades e interesses, relacionados à Educação Física, das crianças da faixa etária que compreende a educação infantil. A unidade três discorreu sobre a Ginástica Rítmica como uma possibilidade pedagógica para o desenvolvimento e a organização da Educação Física Escolar, numa perspectiva interdisciplinar, relacionando-a com os diversos conhecimentos obtidos no desenvolvimento do Curso. A quarta e última unidade possibilitou reflexões sobre a importância da avaliação da aptidão física relacionada à saúde como uma ferramenta de propagação de conhecimentos e experiências no âmbito da atividade física, no sentido de relacionar os benefícios positivos da atividade física regular e suas consequências no âmbito da avaliação física. Os autores. 85 PALAVRAS FINAIS ANTUNES, A.C. Formação esportiva: privilégio de alguns ou oportunidade para todos. Efdeportes: Revista Digital. Buenos Aires, Año 10, n° 83, abril, 2005. Disponível em: < http://www.efdeportes.com/efd83/esport.htm >. Acesso em: janeiro de 2011. BARROS, D.; NEDIALCOVA, G T. Os primeiros passos da Ginástica Rítmica. Rio de Janeiro: Grupo Palestra, 1998. Prática Educativa: Projeto Integrado IV REFERÊNCIAS BARROS, M. V. G.; SANTOS, S. G. A atividade física como fator de qualidade de vida e saúde do trabalhador. 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São Paulo: Ibrasa, 1982. 89 REFERÊNCIAS Alfredo César Antunes Possui graduação em Educação Física pela Universidade Estadual Prática Educativa: Projeto Integrado IV NOTAS SOBRE os autores Paulista Júlio de Mesquita Filho (UNESP-1994), é Doutorando em Educação Física/Ciência do Desporto pela UNICAMP e Mestre em Ciência da Motricidade Humana pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (UNESP-2000). Atualmente é docente da Universidade Estadual de Ponta Grossa-PR (UEPG). Foi Instrutor de práticas desportivas (efetivo) da Prefeitura Municipal de Campinas/SP (PMC). Exerceu a função de coordenador de esportes da Prefeitura de Campinas/SP. Foi coordenador do curso de Educação Física da Faculdade ANHANGUERA de Campinas/SP - Unidades 3 e 4. Foi professor efetivo no ensino fundamental e médio do Estado de São Paulo. Foi docente na graduação e pós-graduação da Faculdade Assis Gurgacz (FAG) e Dom Bosco- Cascavel/PR. Foi docente na pós-graduação (especialização EF escolar) na Universidade do Oeste Paulista- UNOESTE. Débora Navarro Rocha Cortela Graduada em Educação Física pela Universidade Estadual de Londrina (UEL). Especialista em Exercício Físico e Reabilitação pela Universidade Norte do Paraná (UNOPAR). Mestre em Exercício e Saúde para Populações especiais pela Universidade de Coimbra (UC), Portugal. Atua como docente na Universidade Estadual de Ponta Grossa no Curso Licenciatura em Educação Física (EaD) e na Pós- Graduação em Esporte Escolar, nas Faculdades Integradas de Itararé (Graduação) e na Prefeitura Municipal de Ponta Grossa (Ensino Fundamental). 91 AUTOR Universidade Aberta do Brasil Luiz Marcelo de Lara Possui graduação em Licenciatura em Educação Física pela Universidade Estadual de Ponta Grossa (2000), especialização em Atividade Física e Saúde pela Universidade Dom Bosco, mestrando em Ciências Sociais Aplicadas pela Universidade Estadual de Ponta Grossa. É proprietário e coordenador da Escola de Futebol do Clube Atlético Paranaense, professor de educação física da Sociedade Educacional Professor Altair Mongruel (SEPAM) e professor colaborador da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) nos cursos de Licenciatura e Bacharelado em Educação Física. Tem experiência na área de Educação Física, com ênfase em Educação Física, atuando principalmente nos seguintes temas: saúde e futebol. 92 AUTOR