Defensoria Pública: após quatro anos de luta, Estado conquista esse direito PÁGINA 14 Florianópolis, Maio de 2013 Nº 189 - Ano XVII Florianópolis sedia encontro nacional dos diáconos Mais de 270 participantes receberam formação sobre o documento 96 da CNBB, refletiram e aprovaram mudanças no estatuto Diáconos, esposas e candidatos a diácono estiveram reunidos em Florianópolis, nos dias 19 a 21 de abril, em Florianópolis, para participar da sua Assembleia Nacional, não eletiva. Durante os três dias, eles refletiram sobre o documento 96 da CNBB: “Diretrizes para o Diaconato Permanente da Igreja no Brasil – formação, vida e ministério” O evento teve como objetivo in- formar os participantes quanto ao texto, aprovado pela CNBB em 2012. Além disso, durante o encontro foi aprovada a reformulação estatutária canônica e civil dos diáconos. Esta foi a primeira vez que o evento foi realizado no Estado. A Assembleia é realizada a cada quatro anos, mas normalmente tinha como sede outros estados da região sudeste. PÁGINA 03 Tema do Mês MARIA, MÃE DA FÉ Dom Esmeraldo Barreto de Faria, bispo referencial dos diáconos no Brasil, foi um dos assessores do encontro Canção Nova abre casa de missão na capital Cinco jovens dão estrutura a estúdio para transmissão de programas locais de TV Uma equipe de leigos consagrados da Comunidade Canção Nova está em Florianópolis para abrir uma nova casa de missão. Os quatro jovens realizaram um encontro de apresentação no dia 27 de abril. Tríduo Bíblico reflete sobre o Evangelho de Lucas PÁGINAS 03 Participe do Jornal da Arquidiocese Eles tem a missão de estruturar estúdio para a transmissão de programas locais para o Canal 23 UHF, em TV aberta, que a emissora mantém aqui. Primeira redimida, Maria é imaculada desde sua conceição; assunta ao céu, ela já está ressuscitada na glória de Cristo. Maria é modelo para todos os cristãos e, mesmo, para todos os seres humanos. Ela é posta na origem e no destino da humanidade. Concebida sem pecado original, ela sempre foi o que nós sempre deveríamos ter sido: santos, imacu- lados. Assunta ao céu, ela já é o que um dia nós seremos: ressuscitados, glorificados. Assim, em nossa origem e nosso futuro, mas sempre num plano subordinado à única mediação criadora, salvadora e recapituladora de Cristo, temos alguém de nossa raça humana que correspondeu fielmente aos desígnios divinos. PÁGINA 04 PÁGINA 16 Comissão promove Festival da Família Semana MissioPe. Ney encerra nária prepara para participação em a JMJ no Rio Comissão Bíblica PÁGINA 05 PÁGINA 05 PÁGINA 15 Igreja celebra Dia Mundial das Comunicações Sociais PÁGINA 16 P O R C A R TA POR E-MAIL PELO SITE Rua Esteves Júnior, 447 - Cep 88015-130 - Florianópolis [email protected] www.arquifln.org.br 2 Opinião Maio 2013 Palavra do Bispo Dom Wilson Tadeu Jönck Jornal da Arquidiocese Arcebispo de Florianópolis Paróquia, Comunidade de Comunidades A paróquia foi o tema central da última Assembleia dos Bispos, realizada em abril. Foi apresentado e estudado o documento preparatório sobre a paróquia, e no próximo ano pretende-se aprovar o documento oficial. A paróquia é o referencial mais importante da Igreja Católica. Apresenta o rosto da Igreja, nela podendo ser verificado o seu dinamismo. Na paróquia encontram-se as várias comunidades, os vários movimentos, os mais variados grupos. Tudo o que é organizado como atividade de vida cristã acontece na paróquia. A paróquia concretiza a ideia de “comunidade”, presente na própria palavra “Igreja”, a reunião dos batizados, da- queles que seguem a Cristo. Quando a comunidade se reúne, está presente a Igreja do mundo todo. Por outro lado, a Igreja do mundo todo é constituída por inúmeras comunidades. Há um consenso generalizado de que esta instância tão fundamental na vida cristã deva sofrer uma renovação, alguns melhoramentos, para continuar prestando o serviço de sempre, ou seja, acolher os fiéis e dinamizar a vida cristã. As modificações respeitarão o que foi proposto pelo Vaticano II. O no. 64 do documento de estudo sintetiza a posição do Concílio em três direções: “ a passagem do territorial para o comunitário; do princípio único do pároco para uma comunidade toda ministerial; e da dimensão cultual para a totalida- Palavra do Papa Francisco de das dimensões de comunhão e missão da Igreja no mundo”. Os documentos da Igreja na América Latina apresentam algumas iluminações que podem ajudar a renovar a paróquia. Puebla retoma com muita força a ideia conciliar de “comunhão e participação”. Santo Domingo define a paróquia como “comunidade de comunidades e movimentos”. Insiste ainda em que a pastoral deve ser “orgânica”, e para alcançar esse objetivo propõe o conceito de “pastoral de conjunto”. O Documento de Aparecida propõe a renovação da paróquia. Propõe a multiplicação de comunidades menores; chama a atenção para a pastoral urbana; sugere a criação de comunidades suprapa- Opinião Jovens, arriscai a vida Gostaria de vos propor três pensamentos, simples e breves, para a vossa reflexão. O primeiro: Na segunda Leitura, ouvimos a estupenda visão de São João: um novo céu e uma nova terra e, em seguida, a Cidade Santa que desce de junto de Deus. Tudo é novo, transformado em bondade, em beleza, em verdade; não há mais lamento, nem luto... Tal é a ação do Espírito Santo: Ele traz-nos a novidade de Deus; vem a nós e faz novas todas as coisas [...]. O segundo: na primeira Leitura, Paulo e Barnabé afirmam que «temos de sofrer muitas tribulações para entrarmos no Reino de Deus» (Act 14, 22). O caminho da Igreja e também o nosso caminho pessoal de cristãos não são sempre fáceis, encontramos dificuldades, tribulações. Seguir o Senhor, deixar que o seu Espírito transforme as nossas zonas sombrias, os nossos comportamentos em desacordo com Deus, e lave os nossos pecados, é um caminho que encontra muitos obstáculos fora de nós, no mundo, e dentro de nós, no coração [...]. E passo ao último ponto. É um convite que dirijo a todos, mas especialmente a vós, crisman-dos e crismandas: permanecei fir- mes no caminho da fé, com segura esperança no Senhor. Ele dános a coragem de ir contra a corrente. Sim, jovens, ouvistes bem: ir contra a corrente. Isto fortalece o coração, já que ir contra a corrente requer coragem, e Ele dános esta coragem. Não há dificuldades, tribulações, incompreensões que possam meter-nos medo, se permanecermos unidos a Deus como os ramos estão unidos à videira, se não perdermos a amizade com Ele, se lhe dermos cada vez mais espaço na nossa vida. [...]. Apostai sobre os grandes ideais, sobre as coisas grandes. Nós, cristãos, não fomos escolhidos pelo Senhor para coisinhas pequenas, ide sempre mais além, rumo às coisas grandes. Jovens, arriscai a vida por grandes ideais. Ajuda mútua com cada um da família dar suporte para o outro. Há momentos em que uns preci- “ Papa Francisco, 28 de abril, Homilia no 5º domingo da Páscoa “ O Documento de Aparecida propõe a renovação da paróquia, retomando a expressão de João Paulo II: ‘paróquia, casa e escola de comunhão’”. Anara Buriol Zanozo, Paróquia Santíssima Trindade, Florianópolis. sam mais e o outro tem a missão de dar força para continuar a caminhada. Compreensão, pois temos que nos colocar no lugar do outro, estar sensíveis aos problemas. Deixar um pouco as nossas vontades e compreender o outro. Afetividade, porque muitas vezes o dia a dia nos torna mais duros. É importante manter o carinho, alimentar a chama da ternura. Carinho, respeito e amor. Carinho, porque é algo que não recebi dos meus pais e quero passar isso para a minha filha. Respeito, porque, se não há isso, não há convivência entre as pessoas. É importante que cada um saiba o seu lugar e os seus limites. Também porque devemos saber nos colocar nos lugar dos outros. Não quero para os outros o que não desejo para mim. Também o amor, afinal sem ele não há convivência, respeito e carinho. Para qualquer coisa que se faça, deve haver o amor fraterno. Maristela Garcia, ex-moradora de rua, atualmente na Casa de Acolhida, em Florianópolis. Kristian da Silva Raupp comunidade Nossa Senhora do Monte Serrat, em Florianópolis. Caso queira compartilhar conosco algo que deseje ser refletido nesse espaço, envie sua sugestão para [email protected]. As sugestões serão analisadas pela equipe. Jornal da Arquidiocese de Florianópolis Rua Esteves Júnior, 447 - Centro - Florianópolis Cep 88015-130 - Fone/Fax (48) 3224-4799 E-mail: [email protected] - Site: www.arquifln.org.br 24 mil exemplares mensais Os Bispos reunidos na última assembleia convidam todos os fieis a retomarem o documento de trabalho e apresentarem sugestões que possam ajudar a renovar a paróquia. Conclamo, portanto, a todos os padres, agentes de pastoral, os religiosos/as, os vários conselhos e movimentos, para que estudem o documento e apresentem as sugestões até o início de outubro deste ano. Essas sugestões serão enviadas ao grupo que preparará o documento para a assembleia do próximo ano. Que valores considera importantes no convívio familiar? Creio que o principal é o diálogo, porque na família há pessoas de todos os contextos: crianças, adolescentes, jovens, adultos e idosos. O diálogo faz com todos fiquem em sintonia e não distancia tanto as gerações. Podem compartilhar experiências e entender o momento que cada um vive. Isso acontece quando se reserva um momento para a conversa e partilha. Creio que outro fator importante é a oração em família. Ela nos prepara para o mundo e nos aproxima de Deus. Sim, jovens, ouvistes bem: ir contra a corrente. Isto fortalece o coração, já que ir contra a corrente requer coragem, e Ele dá-nos esta coragem”. roquiais. Recorda a expressão de João Paulo II: “paróquia, casa e escola de comunhão”. Convida a todos para uma “conversão pastoral”. É preciso superar a pastoral de mera manutenção por uma pastoral decididamente missionária. Diretor: Pe. Ney Brasil Pereira - Conselho Editorial: Dom Wilson Tadeu Jönck, Pe. Leandro Rech, Pe. Revelino Seidler, Pe. José Artulino Besen, Pe. Vitor Galdino Feller, Ir. Marlene Bertoldi, Leda Cassol Vendrúscolo, Maria Antônia Carsten, Maria Glória da Silva Luz, Carlos Martendal, Felipe Candin Jornalista Responsável: Zulmar Faustino - SC 01224 JP - (48) 8405-6578 - Coor. de Publicidade: Pe. Pedro José Koehler - Revisão: Pe. Ney Brasil / Ir. Clea Fuck - Editoração e Fotos: Zulmar Faustino - Distribuição: Juarez João Pereira - Impressão: Diário Catarinense Jornal da Arquidiocese Geral 3 Maio 2013 Encontros reúnem vocacionados Realizados em duas regiões, encontros reuniram garotos(as) que sentem o despertar vocacional Divulgação/JA A Pastoral Vocacional da Arquidiocese realizou no dia 07 de abril os dois primeiros de um total de seis encontros previstos para este ano. Nesse dia, o encontro foi realizado ao mesmo tempo na Paróquia São Judas Tadeu e São João Batista, na Ponte do Imaruim, em Palhoça, com a participação de 80 garotos e garotas, e na Paróquia São Sebastião, em Balneário Camboriú, com 52 participantes. Os encontros foram realizados das 8h às 16h e promovidos pela Pastoral Vocacional e pelo Conselho Arquidiocesano de Formadores, através do Grupo de Orientação Vocacional (GOV) João Paulo II, que acompanha os rapazes, e pelo GOV Madre Teresa de Calcutá, recém implantado para acompanhar as jovens vocacionadas. Os participantes contaram com acolhida, apresentação, oração inicial, palestra sobre as vocações, missa, almoço, apresentação da vocação sacerdotal para os meninos, e da vocação religiosa para as meninas, depois gincana vocacional e teatro. O encontro contou com a presença de várias congregações masculinas e femininas. O encontro contou ainda com o apoio dos seminários da Arquidiocese. Segundo Pe. Vânio da Silva, coordenador arquidiocesano da Pastoral Vocacional, no ano passado foram realizado quatro encontros só para garotos e jovens. Neste ano está sendo ampliado para acolher também as Tríduo refletirá sobre o Evangelho de Lucas Garotos e garotas realizam uma das atividades no encontro do GOV vocações femininas e, além dos seminários, também serão realizados em paróquias. “Um dado importante é que contamos com a presença e o trabalho dos agentes da Pastoral Vocacional. Em Palhoça tivemos a colaboração de 42 agentes, já em Balneário Camboriú, 20 agentes nos auxiliaram no trabalho”, disse. Ele avaliou que o encontro foi muito bom por três motivos: número de participantes muito bom; presença dos agentes da pastoral e generosa acolhida das paróquias que receberam os encontristas. Veja a data de realização dos próximos encontros: • 01 de junho (sábado) - das tos e garotas 08h30 às 16h - Paróquia São • 31 de agosto e 01 de seSebastião (Tijucas) - Para garo- tembro - Local: Seminário de Azambuja - Somente para garotos tos e garotas • 15, 16 e 17 de novembro • 01 de junho (sábado) - das 08h30 às 16h - Paróquia Santo - Local: Seminário de Azambuja Antônio (Campinas) - Para garo- - Somente para garotos Os interessados em participar deste Grupo de Orientação Vocacional deverão fazer a sua inscrição, através do email: [email protected] ou pelo fone (48) 3234-4443. Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos O Conselho Nacional de Igrejas Cristãs - CONIC, promove, dos dias 12 a 19 de maio, a Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos SOUC. Na Arquidiocese, o evento é dinamizado pela Comissão Arquidiocesana para o Diálogo Ecumênico e Interreligioso - CADEIR. A cada dia, haverá um culto ecumênico em uma das Igrejas Cristãs da região de Florianópolis, às 20h. Nos domingos da abertura (12) e do encerramento (19), durante as celebrações do dia, cada Igreja fará a motivação, bem como orações pela unidade dos cristãos, refletin- Vai acontecer... do sobre o tema para este ano: “O que Deus exige de nós” (Miquéias 6,6-7). Nos outros dias, haverá culto ecumênico em cada Igreja Cristã, com a presença das demais igrejas. Um dos destaques para a SOUC será na noite do dia 14/05, terça. Nesse dia, nosso arcebispo Dom Wilson Tadeu Jönck presidirá o culto ecumênico na Igreja Evangélica Luterana do Brasil – IELB, nos Ingleses, Florianópolis, próximo à entrada do Rio Vermelho (informações pelo fone 3035-1089). Celebrações ecumênicas também serão realizadas em outros locais: em Garopaba, no dia 15/ 05, quarta, às 19h30min; em Anitápolis, no dia 16/05, quinta, também às 19h30; e em Nova Trento, dia 18/05, sábado, às 11h. A Faculdade Católica de Santa Catarina- FACASC, realizará, dos dias 27 a 29/05, segunda a quarta, o Tríduo Bíblico sobre “Hermenêutica Bíblica a partir do Evangelho de Lucas”, com a assessoria do professor Dr. Francisco Orofino. O evento será realizado na sede da Faculdade e contará com eventos pela manhã, das 8h30 às 11h30, e noite (apenas nos dias 27 e 28), das 19h30 às 22h. O Tríduo tem um custo de R$ 20,00 para os não estudantes da instituição. Ele inicia na manhã, e continuidade a noite, do dia 27 de junho, com a palestra “Hermenêutica Bíblica: considerações gerais”. No dia seguinte, pela manhã, será refletido sobre “Visão geral do Evangelho de Lucas”. À noite o tema será “A proposta de Lucas como contribuição aos desafios da Igreja e da sociedade de hoje”. O encerramento será com a continuidade da palestra do dia anterior. Para os cristãos, a Bíblia é o livro da Palavra de Deus. No entanto, constata-se uma grande diversidade de interpretações. Afinal, quais são os princípios orientadores para uma correta interpretação dos textos bíblicos? Podemos afirmar que existe uma “correta” interpretação? Quando podemos considerar uma mensagem bíblica como “Palavra de Deus”? Enfim: como, por que e para que ler a Bíblia? Estas e outras questões serão tratadas por ocasião do Tríduo Bíblico oferecido pela FACASC. Ele destina-se a todas as lideranças das diversas Igrejas cristãs e as pessoas interessadas em conhecer e exercitar a hermenêutica de textos bíblicos. Inscrições: pelo fone (48) 3234-0400, ou pelo e-mail [email protected]. Noite celebrativa no Provincialado As Irmãs da Divina Providência comemorarão no dia 09/05, quinta, às 19h, no Provincialado, em Florianópolis, o bicentenário de nascimento do fundador da Congregação, Pe. Eduardo Michelis. Durante a solenidade, será lançado o livro “Diário de Eduardo Michelis”, traduzido e editado por Irmã Clea Fuck. O livro traz escaneados os textos escritos a mão, em alemão, pelo Pe. Eduardo e, ao lado, a tradução realizada pela Irmã. Esse trabalho tem um grande valor, pela conservação dos textos na própria caligrafia do autor, no tipo de letra então em uso na Alemanha e hoje não mais ensinado nas escolas, de modo que quem não o aprendeu tem muita dificuldade de entender. Este é o segundo livro de Ir. Clea que resgata a personalidade e a história do fundador da Congregação. O primeiro foi “Eduardo Michelis Presbítero – Fundador da Congregação das Irmãs da Divina Providência”, Editora Nova Letra, publicado em novembro de 2005. O convite é aberto a todas as pessoas que queiram honrar com sua presença essa Noite Celebrativa e Cultural, bastando dar o nome até 03 de maio pelo telefone (48) 3212-4800. 4 Tema do Mês Maria, mãe da fé de seu Filho Maria foi a primeira responsável pela fé de seu filho Jesus. Como toda mãe judia, foi verdadeira catequista do filho, ensinando-lhe as primeiras letras na leitura da Torá, educando-o na prática da lei e da fé dos judeus. Nós afirmamos nossa fé em Jesus Cristo como o Filho de Deus feito homem para nos salvar. Mas não podemos nos esquecer que o próprio Jesus foi um homem de fé. Com sua mãe Maria, ele aprendeu a crer em Deus, permaneceu sempre fiel a Deus, seu Pai, sempre disponível a cumprir suas exigências: o enfrentamento das tentações, incertezas, dúvidas, crises, aflições, provações. No difícil caminho da humanidade, Je- MARIA, MÃE DA FÉ Como mãe dos crentes do Deus revelado em Cristo, Maria dá à fé abraâmica uma dimensão feminina e maternal. Divulgação/JA O Ano da Fé, que estamos celebrando, é oportunidade para refletirmos sobre o lugar de Maria em nossa caminhada de fé. O Catecismo da Igreja Católica a apresenta como a mais perfeita realização da fé. Abraão, o pai dos crentes, e Maria, a bem-aventurada por que acreditou nas promessas de Deus (Lc 1,45), viveram a “obediência da fé”, submissos à palavra ouvida (CIC 144). O papa João Paulo II escreveu na encíclica Redemptoris Mater, em 1987: “A fé de Maria pode ser comparada com a de Abraão, a quem o Apóstolo chama ‘nosso pai na fé’ (Rom 4,12). Na economia salvífica da revelação divina, a fé de Abraão constitui o início da antiga aliança; a fé de Maria, na Anunciação, dá início à nova aliança. Assim como Abraão, ‘esperando contra toda a esperança, acreditou que haveria de se tornar pai de muitos povos’ (Rm 4,18), também Maria, no momento da Anunciação, depois de ter declarado a sua condição de virgem (‘Como será isto, se eu não conheço homem?’), acreditou que pelo poder do Altíssimo, por obra do Espírito Santo, se tornaria a mãe do Filho de Deus segundo a revelação do Anjo: ‘Por isso mesmo o Santo que vai nascer será chamado Filho de Deus’ (Lc 1,35)” (RMa 14). Abraão é o pai dos crentes no único Deus: judeus, cristãos e muçulmanos. Como mãe dos crentes do Deus revelado em Cristo, Maria dá a essa fé abraâmica uma dimensão feminina e maternal. Maio 2013 sus não fraquejou na fé. A grande exigência de Deus para Jesus foi a constância da fé mesmo em meio a inúmeros obstáculos. A Carta aos Hebreus insiste em que Jesus teve que aprender, entre muitos clamores e lágrimas, a ter fé em Deus, a ser o pioneiro da fé, a pôr toda a confiança em Deus (Hb 5,7-9; 12,2). Assim, de um lado, o Deus de Jesus é bom e misericordioso, terno e compassivo, tanto para Jesus, como para os pequenos e pobres destinatários do Reino pregado por Jesus. Com esse Deus bondoso, Jesus encontra a luz da caminhada. Mas, de outro lado, o Deus de Jesus é exigente, mantém Jesus no caminho da provação, da obscuridade, da crise e da cruz. Até o último instante, Jesus se relaciona com Deus na noite escura da fé. Mesmo sentindo-se abandonado, lança-se no amor do Pai, entrega-se a Deus. Na luz e na noite, na clareza e na obscuridade, na confiança e no abandono, Jesus está sempre diante de Deus e com Deus. Se hoje confessamos que Jesus é o Deus dos “ Nesse grande caminho da fé de Jesus, que fará dele a meta de nossa própria fé, sempre esteve presente sua mãe, Maria ” homens e das mulheres de todos os tempos, é porque ele foi, em sua vida terrena, o homem de Deus. Se hoje temos fé em Jesus como nosso Senhor e Salvador, é porque ele, em sua vida terrena, teve fé em Deus. Nossa fé em Jesus, Deus feito homem, se fundamenta na fé de Jesus, homem de Deus e para Deus. Nesse grande caminho da fé de Jesus, que fará dele a meta de nossa própria fé, sempre esteve presente sua mãe, Maria. Maria, mãe da fé dos cristãos Mãe da fé de Jesus, Maria é também, por extensão, mãe da fé de todos os cristãos, dos membros do Corpo de Cristo. É o que ensina João Paulo II: “Se como ‘cheia de graça’ ela esteve eternamente presente no mistério de Cristo, agora, mediante a fé, torna-se dele participante em toda a extensão do seu itinerário terreno: ‘avançou na peregrinação da fé’ e, ao mesmo tempo, de maneira discreta, mas direta e eficazmente, tornava presente aos homens o mesmo mistério de Cristo. E ainda continua a fazê-lo” (RMa 19). Peregrina na fé no caminho de Jesus, Maria é peregrina na fé do Corpo de Cristo, a Igreja. A fé é a um só tempo dom de Deus e resposta do homem, posse antecipada da eternidade e assentimento da vontade e da inteligência. Não há que se esquecer a belíssima noção de fé da Carta aos Hebreus: “A fé é a certeza daquilo que ainda se espera, a demonstração de realidades que não se veem” (Hb Faça seu Orçamento sem compromisso. Consulte-nos (048) 3248-1222 Rua Profº Sofia Quint de Souza, 544 Capoeiras - Florianópolis - SC Paralela a Via Expressa Site: www.mvsseguros.com.br E-mail: [email protected] Jornal da Arquidiocese 11,1). Portanto, a fé nos faz ver o invisível, ver mais longe que os olhos e os pés. A fé cristã nos põe na dialética do “já e ainda não”: já somos salvos em Cristo e já vivemos a vida eterna; ainda não, porque estamos a caminho e em nossa liberdade devemos assumir e assimilar a salvação alcançada em Cristo. Nesse caminho, os cristãos são acompanhados por Maria. O Concílio Vaticano II, na constituição dogmática Lumen Gentium assim se expressa sobre o lugar de Maria na caminhada da fé dos cristãos: ela é “membro eminente e inteiramente singular da Igreja, seu tipo e exemplar perfeitíssimo na fé e na caridade” (LG 53). Primeira redimida, ela é imaculada desde sua conceição; assunta ao céu, ela já está ressuscitada na glória de Cristo. Maria é modelo para todos os cristãos e, mesmo, para todos os seres humanos. Ela é posta na origem e no destino da humanidade. Concebida sem pecado original, ela sempre foi o que nós sempre deveríamos ter sido: santos, imaculados. Assunta ao céu, ela já é o que um dia nós seremos: ressuscitados, glorificados. Assim, em nossa origem e nosso futuro, mas sempre num plano subordinado à única mediação criadora, salvadora e recapituladora de Cristo, temos alguém de nossa raça humana que correspondeu fielmente aos desígnios divinos. Maria, mãe da fé dos peregrinos de Deus Ela não é apenas mãe da fé dos cristãos. Na peregrinação humana, entre o “já e ainda não” da história salvífica, a mãe de Jesus acompanha todos os seres humanos, membros das grandes religiões e pessoas de boa vontade, buscadores de Deus, ansiosos e necessitados de salvação. No caminho da humanidade, ela está ao mesmo tempo em nosso meio e à nossa frente. Ela “foi enriquecida com a excelsa missão e dignidade de mãe de Deus Filho; é, por isso, filha predileta do Pai e templo do Espírito Santo, e, por este insigne dom da graça, leva vantagem a todas as demais criaturas do céu e da terra. Está, porém, associada, na descendência de Adão, a todos os homens necessitados de salvação” (LG 53). Pe. Vitor Galdino Feller Vigário Geral da Arq., Prof. de Teologia e Diretor da FACASC/ITESC Email: [email protected] Jornal da Arquidiocese Geral 5 Maio 2013 Encontro reúne coordenadores de Catequese Mais de 160 coordenadores paroquiais e de comunidades refletiram sobre a Iniciação à Vida Cristã Divulgação/JA A Coordenação Arquidiocesana de Catequese promoveu no dia 14 de abril um encontro com as suas coordenações paroquiais e de comunidades. Realizado na Paróquia Santo Antônio, em Campinas, São José, o evento contou com a participação de mais de 160 lideranças. Durante todo o dia, a partir das 8h, os participantes refletiram sobre o tema “Desafios de um projeto de Iniciação à Vida Cristã”, com a assessoria do Pe. Vanildo Paiva, da Arquidiocese de Pouso Alegre, MG. Ele é autor do subsídio elaborado pela Coordenação de Catequese com o mesmo título e que está disponível para ser trabalhado pelas lideranças. Em sua explanação, Pe. Vanildo falou sobre o que é a Iniciação à Vida Cristã (IVC); o desafio de ser cristão; a unidade dos sacramentos da IVC (batismo, crisma e Eucaristia); os ministérios da vida cristã (da comunidade, dos acompanhantes, dos catequistas, do bispo, dos Pe. Vanildo Paiva, de Minas Gerais, assessorou a formação Alunos participaram da aula inaugural dos cursos de Teologia padres e diáconos); a importância tante por três motivos: para trada Palavra no itinerário catequético; zer uma unidade do entendimenos sinais no processo de iniciação; to do que seja a iniciação à vida pistas e elementos para um plano cristã na Arquidiocese; uma forarquidiocesano de ICV. mação adequada a todas as coPara Irmã Marlene Bertol- ordenações; a compreensão do di, coordenadora arquidiocesana que seja um projeto integrado de de Catequese, o evento foi impor- IVC na pastoral orgânica. Hino antiquíssimo exalta Nossa Senhora O Akáthistos celebra as glporias de Maria e é cantado pelo Coral Santa Cecília desde 1988 A Catedral Metropolitana de Florianópolis, juntamente com o Coral Santa Cecília, realizou dia 25 de abril, às 19h30, a tradicional Celebração Mariana da Solenidade da Anunciação do Senhor, Divulgação/JA Dom Wilson presidiu a tradicional celebração realizada na Catedral com o hino “AKÁTHISTOS”, em honra da Mãe de Deus. A celebração foi presidida pelo nosso arcebispo Dom Wilson Tadeu Jönck. Akáthistos é uma palavra grega que significa “não sentado”, indicando a forma como o Hino deve ser cantado: de pé. A data normal da celebração é 25 de março, dia da Anunciação. Como, este ano, a data coincidiu com a Semana Santa, optou-se pelo dia 25 de abril. O texto do Hino provém de Constantinopla, no século VI, e comenta todas as passagens bíblicas ligadas à participação de Nossa Senhora na história da salvação. Traduzido, é apresentado com uma melodia belíssima, entremeando solos, locuções e antífonas corais, com acompanhamento de órgão. Vai acontecer... Festival da Família A Comissão Arquidiocesana para a Vida e Família promove, no dia 26 de maio, domingo, o Festival da Família. Será um evento celebrativo para reunir a família em um mesmo local, tendo como objetivo celebrar o Dia Internacional da Família. O local é o Parque de Coqueiros, região continental de Florianópolis. O evento terá início às 9h, com a concentração dos participantes. Depois, às 10h, será realizada a Celebração Eucarística, presidida pelo nosso arcebispo Dom Wilson Tadeu Jönck. Depois, haverá uma pausa para a refeição. À tarde, a partir das 13h, serão realizadas apresentações culturais pelas famílias dos movimentos, apresentação da Banda da Polícia Militar, e o “Cine Família” – filme com formação, em um telão de LED de três metros. A motivação para o Festival vem da última Assembleia Arqui- diocesana de Pastoral, na qual ficou definido que o eixo transversal de toda a pastoral da Arquidiocese estaria centralizado na Família. Assim, em vista de promover uma ação em promoção da vida e da família que envolva todas as pastorais e movimentos, foi criada a Comissão Arquidiocesana para a Vida e a Família (CAVF). A Comissão tem como objetivo envolver todas as pastorais e movimentos relacionados à promoção da vida e da família, respeitando a espiritualidade e objetivos específicos de cada um, mas propondo um trabalho conjunto com a Arquidiocese e, inclusive, algumas atividades em comum. Esta é sua primeira atividade programada pela Comissão. O Festival será precedido de uma Sessão Solene na Câmara de Vereadores de Florianópolis, na noite do dia 15 de maio, quarta, Dia Internacional da Família. Arquidiocese de Florianópolis Transferências dos padres - Pe. Antônio Luiz Schmitt, Pároco de São Vicente de Paulo - São Vicente, Itajaí - SC, assume a Paróquia São Bonifácio de São Bonifácio - SC - posse dia 28/04; - Pe. Gercino Atílio Piazza, Vigário Paroquial de São Sebastião de Tijucas - SC, assume a Paróquia Sant’Ana de Canelinha - SC - posse dia 1º/05; - Pe. Tarcísio José Schuch, Pároco de São Bonifácio - SC, assume a Paróquia São Vicente de Paulo - São Vicente, Itajaí - SC posse dia 04/05 e - Pe. Joselito Schmitt, Vigário Paroquial de São João Evangelista de Biguaçu - SC, assume como Vigário Paroquial de São Sebastião de Tijucas - SC. - Pe. Valmir Laudelino Silvano, Pároco de Santa Terezinha, Prainha, Florianópolis, assume como capelão da Aeronáutica. - Padres Carlistas (Scalabrinianos) assumem a paróquia Santa Terezinha, Prainha, Florianópolis. 6 Bíblia Maio 2013 Jornal da Arquidiocese Conhecendo o livro dos Salmos (59) Salmo 80 (79): A videira transplantada Ó Pastor de Israel 2. Ó Pastor de Israel, escuta, / tu, que guias José como a um rebanho. / Tu, que estás sentado sobre os querubins, refulge 3. diante de Efraim, Benjamim e Manassés. O salmista começa invocando a Deus como “Pastor de Israel” (cf o “salmo do bom Pastor”, Sl 23), logo identificando o rebanho como o povo do reino do Norte, personificado por José. Este, o filho querido de Jacó, era o pai de Efraim e Manassés, e irmão de Benjamim, os chefes das tribos mais importantes do território em foco. Os “querubins” mencionados são os da Arca da Aliança, no meio dos quais se localizava a presença de Deus. Pedir que Ele “refulja”, é pedir que intervenha e salve, como a seguir o salmista insistirá. Desperta e vem! Desperta tua valentia / e vem em nosso auxílio. 4. Restaura-nos, ó Deus! / Faze brilhar a tua face e seremos salvos. O pedido de que Deus “desperte”, e não deixe dormindo a sua “valentia”, é uma forma ousada de reclamar da sua aparente inatividade. Já encontramos esse pedido, de forma dramática, no Sl 44,24-25: “Desperta! Por que dormes, Senhor? Le- Foto/JA A vinha, ou videira, é um dos mais belos símbolos do povo de Deus no Antigo Testamento. Já esboçado pelo profeta Oseias (Os 10,1), esse símbolo é desenvolvido por Isaías, num dos primeiros oráculos do seu ministério: “Meu amado possui uma vinha, numa encosta fértil...” (Is 5,1). O profeta compara Deus a um viticultor, que prepara o terreno, seleciona as melhores mudas, levanta a cerca protetora, escava o lagar... e espera uma colheita de uvas saborosas, para um vinho de qualidade. A vinha, porém, não corresponde... e o viticultor, decepcionado, derruba a cerca e a abandona (cf Is 5,1-7). A imagem volta, várias vezes, no Novo Testamento, chegando ao seu ponto máximo no evangelho de João, no qual o próprio Senhor Jesus se apresenta como a “Videira verdadeira” (Jo 15,1), que dá fruto abundante através de nós, seus ramos, desde que unidos a Ele. Este salmo 80, inspirado talvez pela destruição do reino do Norte aos golpes dos assírios, no final do século VIII antes de Cristo, procura tocar o coração de Deus, pedindo-lhe que, apesar de tudo, volte a fazer “brilhar a sua face” (notar esse pedido por três vezes, nos versículos 4, 8, e 20), em favor do seu povo. do” o terreno, ou seja, expulsando nações. O povo cresceu e se expandiu (vv. 11-12): para o Sul (montanhas), para o Norte (cedros), para o Oeste (mar) e para o Leste (rio Eufrates). São os limites idealizados do império de Davi, sinais da bênção e proteção divinas. No seu fervor, o salmista não hesita em dar dimensões gigantescas à videira. Por quê? 13. Por que derrubaste sua cerca, / de modo que todo passante a vindime, 14. e os javalis a devastem / e as feras a devorem? vanta-te, não nos rejeites até o fim! Por que escondes tua face, esquecendo nossa opressão e miséria?” Quanto ao pedido do refrão, “restaura-nos”, que retornará, com pequenos acréscimos, nos versículos 8 e 20, poderíamos traduzi-lo também: “Faze-nos voltar”, isto é, voltar à situação de outrora. Ou, no caso do Exílio, “faze-nos voltar à nossa terra”. Deus dos exércitos 5. Senhor, Deus dos exércitos,/ até quando continuarás irado, / apesar das preces do teu povo? O título divino “Deus dos exércitos”, que vai ser novamente empregado nos versículos 8, 15 e 20, aparece pela primeira vez na Bíblia no 1º livro de Samuel, ligado ao santuário de Silo (1Sm 1,3), no reino do Norte. No mesmo livro, encontramo-lo relacionado com a Arca da Aliança, desdobrando-se em “Senhor dos exércitos sentado entre os querubins” (1Sm 4,4), como vimos também no v. 2 deste salmo. De que “exércitos” se trata? Dependendo do contexto, trata-se dos batalhões de guerra de Israel, ou dos “exércitos celestes”: de anjos, astros, forças cósmicas. Na liturgia, o título, tirado de Is 6,3, está traduzido como “Senhor do universo”. Aqui, pelo contexto, expressa a imagem de um Deus guerreiro, que se deseja empenhado na defesa da terra e na preservação da justiça. Entretanto, a situação de derrota leva o salmista a se queixar: “Até quando continuarás irado?” E isso, “apesar das preces do teu povo?” O pão das lágrimas 6. Tu nos nutres com o pão das lágrimas; / são lágrimas incessantes que nos dás a beber! O salmo começou com a invocação de Deus como “Pastor de Israel”. Entretanto, ao contrário do banquete oferecido pelo pastor no Sl 23,5 (“preparas uma mesa para mim...”), aqui o rebanho tem de contentar-se com o “pão das lá- grimas” e a bebida do pranto! É uma situação semelhante à que sofre, em nível individual, o autor do Sl 42,4: “As lágrimas são meu pão noite e dia, e todo dia me perguntam: Onde está o teu Deus?” Contenda e escárnio 7. Fizeste de nós motivo de contenda para nossos vizinhos / e nossos inimigos riem de nós. 8. Restaura-nos, ó Deus dos exércitos! / Faze brilhar a tua face e seremos salvos. Com a retirada do exército invasor, são agora os povos vizinhos que disputam entre si o que restou de Israel derrotado. E não perdem a oportunidade para escarnecer, para debochar da suposta escolha divina desse “rebanho”, que agora, segundo eles, está sem pastor. Por isso, novamente o pedido, já feito no v. 4, mas ampliando o vocativo: “Deus” é agora intitulado “Deus dos exércitos”, como no v. 5. A videira transplantada 9. Tiraste do Egito uma videira, / e expulsaste povos para transplantá-la. 10. Preparaste-lhe o terreno; / ela criou raízes e encheu a terra. 11. Sua sombra cobriu as montanhas / e, seus ramos, os cedros de Deus. 12. Estendeu seus sarmentos até o mar, / e chegavam até o Eufrates os seus brotos. Insistindo na sua súplica, o orante, dirigindo-se a Deus, passa da imagem do pastor para a do viticultor. Israel, antes comparado a um rebanho, é agora assemelhado à videira. E o salmista, em primeiro lugar, retoma o passado, que vai da libertação do Egito até antes da catástrofe nacional (versículos 9 a 12). Nessa memória, são recordadas as maravilhas que Deus realizou em favor do seu povo. No conflito com o Faraó e o Egito, Ele “arrancou” Israel (videira) da escravidão, e transplantou-o na terra da Promessa, previamente “limpan- Tudo isso, porém, todo o esplendor dessa videira maravilhosa, desapareceu. Por isso, a pergunta crucial: “Por quê?” Por que Deus derrubou a cerca protetora, entregando a videira aos passantes, javalis e feras (símbolos dos inimigos), causando a sua ruína? É notável como o salmista, ao contrário de Isaías 5,17, lança toda a “culpa” do ocorrido ao próprio Deus, sem aludir, por enquanto, aos pecados do povo. Visita esta videira! 15. Ó Deus dos exércitos, volta-te para nós! / Olha do céu e vê, visita esta videira! 16. Protege a cepa que a tua direita plantou, / a cepa que tornaste vigorosa! O v. 15 é uma variação e concretização do pedido expresso três vezes no refrão (vv. 4, 8, e 20). Como no Sl 74,3, o orante pede que Deus venha fazer uma “visita” de inspeção: que olhe de cima, “do céu”, para uma visão de conjunto, e depois desça para certificar-se do estado, lastimável, em que se encontra a sua videira, a sua vinha. É sua, sua propriedade, portanto não pode desinteressar-se dela. Por isso, em vez de “restaura-nos”, o salmista pede que Deus “se volte para nós”; em vez de “fazer brilhar a face”, que dirija atentamente o olhar. E, embora já seja tarde, pede ainda que Deus “proteja a cepa que a sua direita plantou”. Quanto ao pedido da “visita” divina propiciadora, encontramos bela resposta, no Novo Testamento, no cântico de Zacarias: “Deus visitou o seu povo” (cf Lc 1,68) atingidos pelo “sopro ameaçador” de Deus. Teu escolhido 18. A tua mão proteja teu escolhido, / o homem que suscitaste para ti. De repente, sem que possamos identificar historicamente de quem se trate, o salmista pede por um líder, um “escolhido”, com missão especial, pois Deus mesmo o “suscitou”. Em vez de darlhe o título de “rei”, designa-o simplesmente como “homem”, literalmente, “filho de homem”. Para nós, cristãos, é espontânea a leitura cristológica desta passagem. Dá-nos a vida! 19. De ti nunca mais nos afastaremos: / dá-nos a vida e exaltaremos o teu nome. 20. Restaura-nos, Senhor, Deus dos exércitos! / Faze brilhar a tua face e seremos salvos. Antes de pedir, pela terceira vez (cf vv. 4 e 8), que Deus “restaure” e “faça brilhar” sobre Israel a sua face, o salmista assume o compromisso de, falando no plural, prometer, de agora em diante, fidelidade. Por isso afirma, com emoção: “De ti nunca mais nos afastaremos”, o que supõe, com a promessa, a confissão da culpa. Então, é porque a videira, com tanto carinho transplantada, fora infiel, é por esse motivo que o Senhor a abandonou. Mas agora, com o propósito expresso de “nunca mais” sermos infiéis, ressurge a esperança: “Dá-nos a vida, e exaltaremos o teu nome!” Pe. Ney Brasil Pereira Professor de Exegese Bíblica na Faculdade Católica de Teologia de SC - FACASC email: [email protected] Para refletir: 1) Que sabe você da vinha, ou videira, como símbolo do povo de Deus? 2) Qual o fato histórico que inspirou este salmo? Leia o 2º livro dos Reis, capítulo17,1-23 Os que a devastaram 3) Que significa o título divino “Deus dos exércitos”? e o detalhe: “sentado entre os querubins”? 17. Os que a devastaram e lhe atearam fogo / pereçam ao sopro ameaçador de tua face. 4) Que significa a metáfora da “videira transplantada”, e o que com ela aconteceu? Depois do pedido da “visita” misericordiosa à vinha devastada, o salmista pensa agora nos que “lhe atearam fogo”. E contra eles verbaliza uma imprecação radical: que “pereçam”, sem misericórdia, 5) Que significa o pedido para que Deus “visite esta videira”? Qual o compromisso assumido pelo salmista, e por nós mesmos, que rezamos este salmo? Jornal da Arquidiocese Geral 7 Maio 2013 Escola forma lideranças juvenis Esta foi a primeira das três etapas a serem realizadas em paróquias da Arquidiocese Foto JA A Pastoral da Juventude da Arquidiocese realizou, nos dias 26 a 28 de abril, a primeira etapa da Escola da Juventude. Tendo como local a Paróquia Sagrados Corações, em Barreiros, São José, reuniu 19 jovens, representando seis paróquias e a Pastoral da Juventude Marista. Durante os três dias, os jovens refletiram sobre o tema “Quem sou eu e quem é Deus para mim”. Esta é a primeira parte do livro “Pastoral da Juventude, Somos Igreja Jovem: um jeito de ser e fazer”, que concentra a história, identidade, missão, metodologia e simbologia da Pastoral da Juventude. Nas próximas duas etapas da Escola, serão refletidas as outras duas partes do livro. O evento contou com a formação de Hélio Rodak Júnior, Afonso Zimmermann e José Rodrigo Rangel, assessores da PJ na Arquidiocese, que falaram sobre o Projeto de Vida. Eles refletiram sobre o que significa ser jovem hoje, os estudos, a escolha da profissão, a preocupação em constituir família. Os participantes também contaram com a assessoria de Rodrigo Szymanski, assessor da Movimento Emaús Os 19 participantes refletiram sobre a identidade da Pastoral da Juventude Pastoral da Juventude de Criciúma. Ele falou sobre a Identidade e História da PJ. Na próxima etapa, nos dias 28, 29 e 30 de junho, em local a ser definido, será refletido sobre a “Mística e Espiritualidade”, tratando de como se reza através da bíblia, música, símbolos e da vivência na comunidade. Na última etapa, o tema será “Projetos nacionais da PJ”, nos dias 30 e 31 de agosto, e 01 de setembro. Nesse encontro, os jovens conhecerão cada um dos seis projetos, para terem noção de como trabalhá-los em suas comunidades. A Escola da Juventude é voltada a jovens coordenadores de grupos de jovens e também que tenham potencial de liderança. “Neste ano estamos adotando um sistema diferente dos últimos anos. Agora a Escola será realizada no espaço de uma paróquia e os jovens serão acolhidos nas casas das comunidades”, disse Hélio. Semana Missionária prepara para a JMJ Na semana que antecede a Jornada Mundial da Juventude, que será realizada de 23 a 28 de julho no Rio de Janeiro, será realizada a Semana Missionária. Trata-se de um evento de evangelização que busca proporcionar aos jovens peregrinos de outros países a possibilidade de conhecer nossa vivência cristã, nosso trabalho social, nossa cultura. Na Arquidiocese, o evento será realizado dos dias 14 a 21 de julho. Uma programação intensa está sendo preparada pela comissão organizadora. Ela terá três eixos fun- Segmentos da juventude damentais: Espiritualidade, Solidariedade Missionária e Cultura. As atividades diárias serão oferecidas em cada paróquia e incluem Santa Missa, momentos de oração, visitas missionárias, ações sociais, confraternização, além de apresentações artísticas e visitas a pontos históricos e turísticos. Para acolher os participantes, estão sendo cadastradas as famílias colhedoras. As pessoas interessadas em receber os peregrinos em suas residências podem fazê-lo cadastrando-se no site da Arquidiocese www.arquifln.org.br. Além das famílias, podem ser cadastradas as instituições interessadas e os voluntários. Mais informações pelo fone (48) 3224-4799 ou pelo e-mail [email protected]. Evangelizar jovens e formá-los para que se tornem líderes cristãos onde quer que estejam: na Igreja, na faculdade, no trabalho, entre amigos. Este é o carisma do Movimento de Emaús que tem comunidades missionárias presentes em seis estados brasileiros (Minas Gerias, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo) e no Distrito Federal. Em Florianópolis, o movimento realiza há 39 anos os Cursos de Valores Humanos e Cristãos, uma oportunidade de profunda reflexão sobre o valor da vida, da família e da Igreja. Jovens de 18 a 30 anos são convidados a participar dos cursos. Após os cursos, os jovens têm a oportunidade de aprofundar sua vivência de fé e perseverar junto à comunidade, para que assim possam ser instrumentos de evangelização da juventude. Além desses cursos, o Movimento proporciona diversas oportunidades integração e crescimento espiritual, como reuniões semanais de estudo e partilha, palestras, adorações, encontros de integração e voluntariado. O Emaús também é responsável pela celebração da missa realizada aos sábados na Igreja Imaculada Conceição (localizada na Rua Vitor Konder, no Centro de Florianópolis), às 19h. Há alguns anos, também realiza a encenação da paixão e morte de Jesus Cristo na Quinta-feira Santa, e as Serenatas da Natal, percorrendo hospitais, asilos e casas de acolhida de menores. Interessado em conhecer-nos? Entre em contato conosco: www.emaus. org.br/florianopolis | www. facebook.com/EmausFloripa | twitter.com/EmausFloripa | [email protected] Movimento Pólen O Movimento Pólen é um movimento de espiritualidade cristã e de evangelização que nasceu em 1971. Sua sede é na Catedral Metropolitana, em Florianópolis, onde reside seu fundador e assistente, Pe. Pedro Martendal. Seu objetivo é ajudar seus membros e todos os que dele se aproximam: a descobrirem o sentido da vida; a descobrirem o Cristo - Sua Pessoa, Seu Evangelho, Sua Igreja; a fazerem a experiência do amor cristão: o amor do Pai, do Filho e do Espírito Santo, revelado aos homens em Jesus de Nazaré; a assumirem o agir cristão em todos os ambientes e estruturas sociais e eclesiais, desde a família, construindo, por toda parte, a Civilização do Amor; a impregnarem tudo com a unidade querida por Jesus. Cada membro do Pólen realiza um retiro por ano, iniciando pelo Retiro Básico. Após seu Retiro, quem participa se reúne em grupos de vivência chamados comunidades. E também participam de outras atividades, assim como de equipes e de apostolado. O Pólen tem atividades abertas a todos, mas para participar das principais atividades tem que passar pelo Retiro Básico. Os jovens estão convidados a conhecer o Movimento Pólen e, se desejarem, a fazer o Retiro Básico, que ocorre em setembro. Visitem o site www.movimentopolen.com.br. 8 Geral Maio 2013 Jornal da Arquidiocese RCC promove formação para lideranças Evento reuniu mais de 200 coordenadores e lideranças de grupos de oração de toda a Arquidiocese Divulgação/JA A Renovação Carismática Católica (RCC) da Arquidiocese realizou nos dias 13 e 14 de abril, na igreja N.Sra. dos Navegantes e São Pedro, Serraria, um encontro de formação para coordenadores de grupos de oração. Reuniram-se cerca de 200 participantes, entre os quais, os membros do conselho arquidiocesano da RCC, o orientador espiritual Pe. Leandro José Rech e o coordenador do ministério de formação Diác. Domingos Sávio Sena. A motivação foi o Ano da Fé, proclamado através da Carta Apostólica Porta Fidei, do papa Bento XVI. O principal assunto da Carta é o convite ao redescobrimento do caminho da fé. Todos os cristãos são convidados a “uma autêntica e renovada conversão ao Senhor, único Salvador do mundo”, através do estudo dos documentos do Concílio Vaticano II e do Catecismo da Igreja Católica. Movido por esse convite, o conselho arquidiocesano da Renovação Carismática Católica juntamente com o Ministério de Formação decidiu preparar oficinas com temas que ajudam a bem viver este tempo: o próprio Ano da Fé, a história dos Concílios até o Concí- Realizado pelo 12º ano, evento reuniu 40 casais e outras 160 pessoas na organização Encontro, realizado em São José, teve como motivação o Ano da Fé lio Vaticano II e seus documentos, e o Catecismo da Igreja Católica. Os três temas foram divididos em oito oficinas realizadas nos dois dias. Além do conteúdo rico, as oficinas contaram com a participação dos presentes com seus questionamentos. Outros meios de estudar o Catecismo também foram divulgados como, por exemplo, o Compêndio e o YouCat (Catecismo Jovem). As apresentações instigaram os participantes a procurarem mais subsídios sobre os temas, para repassá-los aos membros do grupo de oração na paróquia em que estão situados. Esta ação da RCC visou atender ao apelo da Igreja para fortalecer o grupo de oração, que é a célula base do Movimento. “A expectativa é de que os coordenadores que ali estiveram reunidos e receberam a formação levem os ensinamentos aos demais através de grupos de estudo, reflexão e partilha”, disse Luiz Carlos Santana Filho, coordenador arquidiocesano da RCC. Arquidiocese lança Anuário 2013 Já está disponível para todas as lideranças da Arquidiocese o Anuário 2013. Como todos os anos, o anuário traz atualizados os nomes, telefones, endereços, email e outros contatos das pastorais, organismos, serviços, movimentos, meios de comunicação, colégios, padres, diáconos, seminários, congregações, e outras entidades da Igreja na Arquidiocese. Neste ano, o Anuário vem com algumas novidades. Além do nome dos padres, com a data de nascimento e de ordenação, traz a foto dos padres e diáconos, e o Encontro acolhe casais em segunda união histórico da vida ministerial dos padres incardinados na Arquidiocese desde a sua ordenação. “Antes as pessoas recebiam o padre em sua comunidade, sem saberem por onde havia passado antes. Agora terão essa informação no Anuário”, disse o diácono José Neri de Souza, chanceler da Arquidiocese e responsável pela organização do material. Essas informações foram coletadas na ficha cadastral dos padres. Por conta disso, o anuário ficou com 240 páginas, 44 a mais que a última edição. Outra novidade é que, neste ano, os movimentos, pastorais e serviços afins estão agrupados quando seguem a mesma dinâmica. É o caso da Comissão de Liturgia, por exemplo, em que os setores de Pastoral Litúrgica, Música e Canto Litúrgico e Espaço Litúrgico, mas também Pastoral Catequética e Pastoral dos Coroinhas, ficaram unidos seqüencialmente. Os interessados em adquirir o anuário, podem fazê-lo entrando em contato pelo fone (48) 32244799, ou pelo e-mail pastoral@ arquifln.org.br. O investimento é de R$ 15,00. A Pastoral Familiar da Arquidiocese, através do Setor Casos Especiais, promoveu nos dias 13 e 14 de abril, na paróquia São Vicente de Paulo, em Itajaí, o 12º encontro “O Senhor é meu Pastor”, voltado à formação para casais em segunda união. O evento reuniu 40 casais e mais 160 pessoas que colaboraram na organização do evento, entre casais, jovens e padres. Durante os dois dias, eles receberam a assessoria do Pe. Roberto Aripe (Padre Chiru), da diocese de São Leopoldo, RS, e sua equipe. Ele é o criador da metodologia para orientar os casais em segunda união. O pároco anfitrião, Pe. Antônio Luiz Schmitt, acolheu todos os casais no sábado pela manhã, abrindo as portas da Igreja para eles se sentirem filhos e amados pela Igreja que acolhe e os recebe como família. Além das lideranças dos municípios da Arquidiocese, o encontro contou com a presença de lideranças de Joinville, Barra Velha, Jaraguá do Sul, Piçarras, Penha, Navegantes, Gaspar, Ilhota, Indaial e Curitiba, que vieram para auxiliar no trabalho. “Também tivemos a presença de uma equipe de Joaçaba, que veio a pedido do Bispo para vivenciar o encontro e, se possível, levar para lá”, disse Rogério Carlos Gonçalves, que com sua esposa, Lieje, coordenaram o evento. Próximo encontro O próximo encontro para casais em segunda união será realizado em Palhoça nos dias 08 e 09 de junho, na Paróquia Senhor Bom Jesus de Nazaré. Mais informações com Vicente ou Neuzeli Wisentainer pelos fones (48) 3242-7629, 9962-4751 ou 99714927, ou ainda pelo e-mail [email protected]. Divulgação/JA Encontro, que é promovido pelo 12º ano consecutivo na Paróquia, se tornou referência e poderá ser realizado em outras dioceses do Estado Jornal da Arquidiocese Geral 9 Maio 2013 Florianópolis sedia encontro nacional dos diáconos Durante encontro, refletiram sobre o documento 96 da CNBB e aprovaram mudanças estatutárias Foto JA Confraternização reúne seminários da Arquidiocese Evento realizado pela segunda vez promoveu atividades recreativas para os 41 seminaristas É a primeira vez que o evento é realizado em Florianópolis e no Regional em diferentes regiões para descentralizá-los”, disse o diácono Zeno Konzen, presidente da Comissão Nacional dos Diáconos. Segundo ele, no Brasil há mais de três mil diáconos ordenados e outros cerca de quatro mil em formação. “A Igreja tem dificuldade de evangelizar nos prédios, onde há dificuldades de acesso. Os diáconos podem e deve fazer essa ponte, afinal muitos já moram nesses prédios. Eles devem ser a presença da Igreja nessa realidade”, acrescentou. Para Dom Esmeraldo Barreto de Faria, bispo referencial Foto JA Mais de 270 diáconos, esposas e candidatos a diácono estiveram reunidos em Florianópolis, nos dias 19 a 21 de abril, em Florianópolis, para participar da sua Assembleia Nacional, não eletiva. Hospedados no Hotel Tropicanas, em Canasvieiras, os participantes refletiram sobre o documento 96 da CNBB: “Diretrizes para o Diaconato Permanente da Igreja no Brasil – formação, vida e ministério”. O evento teve como objetivo informar os participantes quanto ao texto, aprovado pela CNBB em 2012, e contou com a assessoria da Equipe Nacional Pedagógica ENAP, que tem a missão de difundir o documento da CNBB pelo Brasil. Além disso, durante o encontro foi aprovada a reformulação estatutária canônica e civil dos diáconos. Esta foi a primeira vez que o evento foi realizado no Estado. “Esperávamos em torno de 150 participantes, mas recebemos quase o dobro”, disse o diácono Antônio Camilo dos Santos, presidente da Comissão Regional dos Diáconos – CRD, e um dos organizadores do evento. A Assembleia é realizada a cada quatro anos, mas normalmente tinha como sede estados da região sudeste. “Nossa intenção é que os eventos nacionais sejam realizados dos diáconos no Brasil, o grande número de diáconos ordenados e em formação se deve a três aspectos: maior consciência da função do diácono; as dioceses estão assumindo esse ministério; e a consciência de que as comunidades acolhem a missão própria do diácono. “A Igreja se abriu para a pluralidade de ministérios. Antes havia praticamente apenas o padre, agora há os vários ministérios, que são assumidos pelos leigos. O povo está consciente e aceita o diácono. Isso só não acontece quando não há planejamento”, acrescentou. Os quatro seminários da Arquidiocese (Menor, Propedêutico, Filosofia e Teologia) realizaram, dos dias 26 a 28 de abril, um fim de semana de confraternização. Esta foi a segunda vez que o evento foi realizado e teve como objetivo integrar os nossos 41 seminaristas e seus formadores. O encontro teve início com um jantar no Seminário Propedêutico, em São José. No dia seguinte, os jovens se encontraram no Seminário Teológico Convívio Emaús e seguiram para um passeio de escuna. Mais tarde houve um jantar festivo. No domingo, foi realizada a Celebração Eucarística e em seguida uma gincana preparada pelos formadores. Segundo Pe. Pedro Schlichting, reitor do Seminário de Azambuja, o encontro é importante porque promove a integração das casas de formação. “Também porque o contato com os jovens que estão mais avançados na formação serve de estímulo para os jovens que estão ingressando”, informou. Pietro Cristiano Damasceno acaba de ingressar no Seminário Menor e vê como bons olhos a realização do encontro. “É uma oportunidade de conhecermos todos os seminaristas e para termos um convívio maior e descontraído com eles. É também um estímulo para a minha vocação”, disse. “Além da integração, o encontro também foi importante para os seminaristas exercitarem a organização e o planejamento”, essa é a avaliação do seminarista do 2º de Teologia Jonathan Speck Thiesen Jacques. Segundo ele, o encontro foi organizado pelos alunos do terceiro ano de cada seminário, mais os propedeutas. Foto JA AESA elege nova diretoria A Associação dos Ex-Alunos do Seminário de Azambuja – AESA, realizou nos dias 19 e 20 de abril, a 17ª edição do encontro entre seus associados. A associação foi fundada em 1975. O encontro contou com a presença de bispos, padres, diáconos e outros ex-alunos, que estudaram na instituição nos seus 86 anos de história. Nos dois dias, os participantes tiveram coquetel de confraternização nas dependências da piscina, atividades recreativas, realizaram a asssembleia geral ordinária, com a prestação de contas e eleição da diretoria de 2013 a 2015, Missa de Ação de Graças e almoço festivo. Cleto Damanini foi eleito o novo presidente da instituição. O vice ficou com José Aldori Hammes. Os demais membros são: diretor executivo – Pe. Pedro Schlichting; diretor financeiro – Ernesto José de Souza; diretor secretário – Gabriel Debatin; conselho fiscal – Juvenal Pedro Cim, Leonardo Joaquim Albano e Vilmar Moretão. Mais informações pelo e-mail [email protected] Encontro promoveu a integração entre os quatro seminários e serviu de estímulo para os mais novos 10 Ação Social Maio 2013 Jornal da Arquidiocese Comarcas retomam organização da Dimensão Social Encontros buscam fortalecer o múnus da Caridade nas comarcas da Arquidiocese O 13º Plano Arquidiocesano de Pastoral apresenta diversos indicativos para o fortalecimento da dimensão social da Igreja, expresso em suas pistas de ação do múnus da caridade e na urgência Igreja a serviço da vida plena para todos. Buscando atender esses indicativos, a Rede de Ações Sociais da Arquidiocese e os Conselhos Comarcais de Pastorais programaram suas atividades visando maior aprofundamento e comprometimento com a dimensão social da Igreja. Em março deste ano a Ação Social Arquidiocesana (ASA) realizou cinco encontros com as ações sociais paroquiais, iniciando um processo de organização por comarca. Nesses encontros, refletiu-se sobre o novo momento da caminhada pastoral da Arquidiocese a partir do 13º Plano de Pastoral e sobre a necessidade de uma organização da dimensão social nas comarcas, sendo que até o momento existia uma organização das ações sociais paroquiais por município. Nas reuniões do Conselho COMARCA DATA HORA LOCAL Itajaí 10/05, sexta 19h Fazenda Ilha 18/05, sábado 09h Trindade Biguaçu 23/05, quinta 14h30 Biguaçu São José 24/05, sexta 14h Aririú Estreito 25/05, sábado 8h30 Balneário Estreito Tijucas 25/05, sábado 14h Nova Trento Brusque 27/05, segunda 19h Santa Terezinha 08h30 Anitápolis Santo Amaro 13/06, quinta Comarcal de Pastoral do mês de abril estudou-se a temática da 5ª Semana Social Brasileira, que é uma atividade proposta pela CNBB. Seu objetivo é articular as forças sociais para debater questões sociopolíticas relevantes e traçar perspectivas para o país, baseadas no Ensino Social da Igreja. O tema da 5ª Semana Social Brasileira é a participação da sociedade no processo de democratização do Estado – Estado para quê e para quem? Na oportunidade, também apresentou-se a realidade social nas comarcas, com encaminhamentos práticos de maior articulação dos trabalhos existentes. Para o mês de maio ocorrerão reuniões comarcais ampliando a participação, envolvendo outras pastorais e organizações que atuam na dimensão social da Igreja. Isso, com o objetivo de perceber a riqueza do trabalho que é realizado em diversas comunidades e quais são as realidades sociais que necessitam de uma atuação social, mas não têm uma presença organizada da Igreja. Abaixo segue o quadro das reuniões do mês de maio, abertas para todos os interessados. 1° Encontro Arquidiocesano sobre a Questão da População de Rua (re) inserção e (re) integração social é tema de encontro Na perspectiva de pensar juntos na possibilidade de (re) inserção mais consistente da população de rua, tanto na reDivulgação/JA cuperação da autonomia, como na estruturação da identidade positiva perdida diante da vida, o Movimento da População de Rua e a Pastoral da População de Rua convidam para participar do primeiro encontro ampliado que irá abordar a questão da População de Rua da Arquidiocese de Florianópolis. O convite destina-se a todas as pessoas que atuam diariamente com essa realidade em nossas paróquias. Data 11/05, sábado Hora 08:30 às 11:30 Pe. Revelino coordena a reunião que objetivou criar a Pastoral da População de Rua na Arquidiocese Local Auditório da Paróquia Santo Antônio – Campinas - São José /SC. ASA realiza visita às Ações Sociais Para discutir o processo de acompanhamento, Ações Sociais receberão visitas Tendo presente a missão da Ação Social Arquidiocesana, ASA, de atuar e potencializar as Ações Sociais, por meio de assessoria e acompanhamento, fortalecendo a promoção e defesa dos direitos e políticas sociais, na construção de uma sociedade justa, democrática, solidária, sustentável e plural, a Equipe Executiva da ASA estará realizando, no período de maio a setembro de 2013, reuniões de acompanhamento com as diretorias de todas as Ações Sociais Paroquiais filiadas. O objetivo principal das visitas é fortalecer a Rede ASA/Cáritas, que atualmente é constituída por 48 Ações Sociais Paroquiais da Arquidiocese. Para Fernando Anísio Batista, coordenador da ASA, “as visitas possibilitarão a aproximação institucional da ASA com cada entidade filiada, refletindo sobre a realidade social de cada paróquia, para fortalecer os trabalhos sociais realizados a partir dos indicativos do 13º Plano Arquidiocesano de Pastoral”. A equipe executiva da ASA entrará em contato previamente para o agendamento dessas reuniões. Divulgação/JA Rede de Ações Sociais reunida para avaliação e indicativos de ação. Fundo Arquidiocesano de Solidariedade FAS abre Edital para envio de projetos Entidades que atuam na abrangência da Arquidiocese podem enviar projetos sociais e de geração de trabalho e renda para o FAS. O Conselho do Fundo Arquidiocesano de Solidariedade – FAS informa que está aberto o período de envio de projetos para a próxima Reunião de Análise de Projetos. Os projetos deverão ser protocolados até o dia 24 de maio, na sede da Ação Social Arquidiocesana (Rua Esteves Júnior, 447 Centro – Florianópolis). O FAS tem por objetivos: apoiar iniciativas que apontem para a superação das estruturas de pobreza e injustiça; estimular e favorecer a construção de relações solidárias e não discriminatórias; favorecer a criação de projetos alternativos de geração de trabalho e renda; incentivar projetos sociais referentes ao tema da Campanha da Fraternidade. No endereço eletrônico da Arquidiocese de Florianópolis (www.arquifln.org.br) estão disponíveis maiores informações, tais como: prioridade de apoio; formulários dos projetos; valores de apoio, entre outros. Jornal da Arquidiocese GBF 11 Maio 2013 Um testemunho de fé e vida Participação nos GBFs tira pai de família do vício do álcool e dá outra perspectiva à família no futuro bem próximo. Minha mãe Lúcia veio morar em Florianópolis e eu fiquei em Recife, desempregado mais uma vez, sem intenção de largar aquela vida de ilusão e sofrimento. Aí, por consequência de um câncer, perdi minha sogra Maria Aparecida, que era o alicerce da minha vida, uma pessoa do meu profundo amor e carinho. Ela tudo fez por mim, até trabalhar no meu lugar, com minhas filhas e esposa. Com a perda da ‘Cida’, senti um vazio, uma tristeza, uma desilusão, e vim para Florianópolis em 27 de novembro de 2006. Trouxe junto minhas filhas e minha esposa, porém eu não tinha largado a malvada da bebida. Comecei a trabalhar no Angeloni e lá conheci várias pessoas, mas dona Sandra, esposa do sr. Sérgio, foi muito especial. Eles me convidaram para participar de uma oração na sua casa, era um encontro do Grupo Bíblico em Família. Nesse dia aconteceu o meu encontro com Jesus e, sem saber, eu estava nos braços de Deus: ele Divulgação/JA Tenho algo para falar, com muitas novidades nesta nova etapa de minha vida e do meu trabalho. Eu e Regina, minha esposa, trabalhamos juntos, o que me deixa muito feliz, porque, em contato com ela diariamente, tenho aprendido muito. Quero também compartilhar minha alegria em ter conhecido um rapaz chamado Cristiano; ele faz parte do grupo de teatro das CEBs do pessoal de rua, e ficamos muito amigos. Tenho pedido a Deus mais conforto em meu coração e vou lhes contar o porquê: hoje eu vou contar um pouco da minha vida, de antes e depois de conhecer a Cristo. Meu nome é Carlos André, tenho 35 anos e sou natural de Recife/Pernambuco. Sempre acreditei em Deus, mas não o conhecia. Vivia uma vida errada e de ilusão, era um pai sem responsabilidade, tive quatro mulheres diferentes e nove filhos. Eu trabalhava bem menos do que agora e estava sempre desempregado. Tudo na minha vida era motivo para beber com meus supostos amigos, e não tinha noção do quanto eu iria sofrer ma, minha esposa e filhos/as me acompanharam. Participamos sempre das missas e do GBF. Sou outro homem. Agradeço a Deus e a todos que me ajudaram. Mudei muito, e os amigos que eu tinha quando eu bebia, praticamente perdi o contato com todos. Tornei-me um discípulo e missionário de Jesus Cristo, hoje sou Ministro da Palavra e da Comunhão na minha comunidade. Agradeço esta oportunidade de dar este testemunho de amor e fé, e deixo os meus sinceros agradecimentos ao pároco Pe. Mauricio Serafim da GBF da Comunidade Nossa Senhora de Fátima e São Lucas, em Florianópolis Costa, que muito me ajudou, à D. Sandra, Rita, Luzia, Zilá, Joana e me deu outra chance de viver com a estar presentes em minha casa aos membros do GBF, a toda a dignidade. No começo eu não esta- e na minha família. Agora eu te- equipe do CPC da comunidade va disposto a largar a minha vida nho mais uma família, o Grupo Bí- onde eu moro e participo efetivade ilusão e fantasia, mas pouco a blico em Família. Também conse- mente. Esta história não tem fim: pouco deixei-me levar pelas “águas gui trazer meus outros dois filhos, vivo com a graça de Nosso Senhor profundas” do Evangelho de Jesus Jonathas e Wellington, para morar Jesus Cristo, e que Ele esteja semCristo. Quando percebi, já estava conosco. Deus é tão maravilhoso pre com todos nós. Amém. engajado nos trabalhos da igreja, que tive a graça de ser pai de novo, da comunidade, e aos poucos fui de uma menina chamada Carlos André – Membro dos deixando o vício da bebida; não foi Kauanny. Então tudo foi florescenGBFs - Comunidade Nossa Setudo maravilha, mas deu certo. do, eu fui me evangelizando, fiz a nhora de Fátima e São Lucas, A paz e a harmonia passaram catequese da Eucaristia e da CrisParóquia do Ribeirão da Ilha Caminhando com fé, esperança e amor Estando ainda no Tempo Pascal, lembramos a caminhada da Via-Sacra realizada pelos GBF no tempo quaresmal. Sabemos que em muitas paróquias da Arquidiocese os GBF organizaram e celebraram a Via-Sacra nas ruas, rezando, refletindo e revivendo a caminhada de Jesus ao Calvário. Vamos destacar os GBF e as CEBs da comunidade do Monte Serrat e do Alto do Caeira. Com muita fé e devoção, as duas comunidades reviveram a caminhada de Cristo, rezando a Via-Sacra, a partir de dois pontos: a igreja Nossa Senhora do Monte Serrat e a comunidade do Alto do Caeira, na subida do Divulgação/JA Comunidades do Monte Serrat e do Alto da Caieira realizaram a Via Sacra recordando a caminhada de Jesus Cristo morro, acesso ao bairro Itacorubi. As duas comunidades rezaram as 15 estações ao longo dos morros. Em cada estação, refletiram sobre diversos aspectos do cotidiano que afligem muitos moradores e as demais pessoas da comunidade. Assim, lembrou-se a exclusão social e religiosa dos jovens e crianças que sofrem com a violência, os desempregados, a saúde das pessoas; pediram-se melhores condições de moradia e mais justiça, tendo presentes tantos sofrimentos e males que permeiam a vida do povo. Ao chegarem à frente da igreja Nossa Senhora Aparecida, no Alto do Caeira, as duas comunidades se encontraram e celebraram a 14ª estação, entraram na igreja e concluíram com a 15ª estação. Na sua fala, Pe. Vilson Groh lembrou que ali estão quadros de alguns mártires da nossa Igreja, homens e mulheres de fé que seguiram Jesus doando suas vidas como Ele fez por amor a nós: “Prova de amor maior não há, que doar a vida pelo irmão”. Pe. Vilson enfatizou a importância do resgate da nossa fé, olhando para o outro, ajudando uns aos outros, para contribuirmos na construção de um mundo mais justo e solidário e assim chegarmos à felicidade plena. Encerramos com a alegria e a certeza de que Jesus Ressuscitou, e que trilhamos o seu caminho: “porque Ele vive, e sem temor nós cremos no amanhã, porque sabemos que o presente e o futuro estão em suas mãos, pois Jesus está vivo!” Voltamos para nossas casas cheios de confiança e iluminados/ as pela verdade da Palavra de Deus, que nos fortalece e nos ensina a viver do jeito de Jesus. Éden Silvana Demari Membro da Comunidade do Mont Serrat As histórias dos GBF da Paróquia de Azambuja continuam... Grupo Rosa Mística Conversando na comunidade para escrever a história do nosso grupo, uma senhora que participa disse que o grupo já existe há uns 50 anos. Era uma comunidade pequena, tinha bem poucas casas e rezavam o terço com seis famílias que na época aí moravam. No inicio, o grupo contribuía mensalmente na formação do querido falecido padre Rogério Groh, falecido, na época ainda seminarista da filosofia. A comunidade cresceu e o grupo também. O grupo, sempre que necessário, se empenha na campanha de arrecadação, doando às famílias que precisam. Já passamos por algumas coordenadoras, todas com o entusiasmo de levar a mensagem de Deus às famílias e ajudar a comunidade a ser viva e atuante. Hoje, desse grupo cinquentenário formou-se mais um. Agora somos dois grupos com 23 casas, que aceitam fazer os encontros dos GBF. Ainda temos os mesmos objetivos: crescer na fé, ajudar a comunidade, ajudar as pessoas que precisam e levar a Palavra de Deus a todos. Que Deus ilumine sempre os GBFs. Maria Baloni, Animadora do grupo 12 Geral Maio 2013 Paróquia São Sebastião, em Tijucas Conselho Federal de Medicina, Democracia e Aborto 165 anos da Igreja Matriz, centro da comunidade que cresce e se desenvolve no berço da cerâmica do Estado Arquivo/JA A cidade, com cerca de 35 mil habitantes, está localizada a 60 km ao norte de Florianópolis. A renda do município está dividida entre o trabalho com cerâmica e seus derivados, e a agricultura, pequenas indústrias (doces do Timbé), confecções, e comércio. É uma cidade de pequeno porte, com um povo pacato, ordeiro e muito trabalhador. Com o crescimento da população, surgem também áreas de pobreza. Pessoas de outras cidades catarinenses ou de outros Estados buscam no município melhores condições de vida. No centro do município, a paróquia de São Sebastião. Á frente dos trabalhos está o Pe. Elizandro Scarsi, pároco, que conta com o apoio do Pe. Joselito Schmitt e do Mons. Affonso Emmendoerfer, além de quatro diáconos Inaugurada em 1969, Igreja Matriz é o centro da comunidade e um grande número de lideranças leigas. São 14 as comunidades, além de outras três em que há ce- lebrações periódicas. Algumas no meio rural, distantes até 25 km da matriz e em estrada de chão. Uma história vivida tendo a Igreja como centro A evangelização em Tijucas iniciou em 1830, quando Sebastião Cozas mandou construir um Oratório dedicado a São Sebastião. O povoamento foi crescendo com a afluência de agricultores e pescadores vindos de Ganchos, São Miguel e Armação da Piedade, assim como do Alto Vale do Rio Tijucas. A 04 de maio de 1848, através da Lei Provincial nº 271, criou-se a freguesia e a Paróquia com a denominação de São Sebastião da Foz do Rio Tijucas. Foi nomeado primeiro Pároco o Pe. João Antônio de Carvalho, que assumiu em 1852. Em 04 de abril de 1859, a então Freguesia de Tijucas foi elevada à categoria de Vila (Município), com território desmem-brado dos municípios de São Miguel e Porto Belo. Dom João Becker, primeiro Bispo de Florianópolis, realizou Visita Pastoral à paróquia no dia 17 de maio de 1910, quando Pe. Ludovico Coccolo era o pároco. Em 18 de fevereiro de 1918, chegaram três Irmãs da Divina Providência, vindas de Florianópolis. Com grande solenidade foi inaugurada a nova Ca- pela, em junho de 1921. Na época era pároco o Padre Dr. Jacob Hudleston Slater, holandês, doutorado em teologia, filosofia e medicina, que lançou em Tijucas o “Pequeno Catecismo da Doutrina Cristã”, o qual se espalhou por todo o Brasil alcançando, em 1966, a 48a edição. Em 19 de março de 1942 o Hospital “São José” foi inaugurado e entregue às Irmãs da Divina Providência. Em 1956 foi construída a Maternidade “Dona Chiquinha Gallotti”, que funciona junto ao Hospital. Em 1942, o novo Vigário, o jovem e dinâmico Padre Augusto Zucco, que permaneceu em Tijucas durante 45 anos, depois de celebrar pela primeira e última vez as cerimônias da Semana Santa na velha Igreja Matriz da “Praça”, recebeu do Sr. Arcebispo a ordem de fechá-la ao culto, porque já não oferecia a necessária segurança aos fiéis. E assim, por vinte e sete anos (1942 a 1969), a Capela do Colégio serviu de Matriz. Em 16 de março de 1958 foi lançada a pedra fundamental da nova Igreja Matriz, em cerimônia presidida pelo mesmo Arcebispo, Dom Joaquim Domingues de Oliveira. A 13 de junho de 1960, dia do centenário da cidade, foi batida solenemente a primeira estaca da construção. A 30 de março de 1969, a nova Matriz foi inaugurada em cerimônia presidida por Dom Wilson Laus Schmidt, Bispo Emérito de Chapecó, na época residindo em Florianópolis. A 17 de fevereiro de 1969 deu-se início à construção da atual Casa Paroquial, inaugurada a 02 de fevereiro de 1970. No dia 25 de maio de 1987, às 17h45m, faleceu Mons. Augusto Zucco, o benemérito Pároco. Em tudo o que existe na Paróquia estão as marcas do seu tino de administrador e os frutos de seu zelo apostólico. Depois de Mons. Zucco, assumiram a Paróquia: Pe. Pedro Luiz Azevedo (1987-1994), Pe. Reinaldo Schmitz (19951996), Pe. Davi Antônio Coelho, que restaurou a Igreja Matriz (1997-2005) , Pe. Gervásio Fuck (2006-2012) e atualmente os Padres Elizandro Scarsi e Joselito Schmitt e, como residente, Mons. Affonso Emmendoerfer. Jornal da Arquidiocese Para surpresa de muitos – inclusive da área médica - o Conselho Federal de Medicina (CFM) emitiu um documento defendendo a prática do aborto, por quaisquer razões, até a 12ª semana de gestação. O mais surpreendente é que o aborto é defendido a partir de uma postura racional, com argumentos e dados científicos, enquanto a posição contrária ao aborto é colocada como uma posição meramente religiosa. O fato é que a partir da concepção temos um organismo humano, com DNA humano, diferente daquele dos seus pais, pertencente à espécie homo sapiens, com capacidade de desenvolver-se, sem nenhuma solução de continuidade, em muitos casos por mais de cem anos. Atribuir um critério diferente ao da formação deste DNA para definir quando este novo ser passará a ser humano, é desconhecer a embriologia humana e perigoso, pois torna-se sempre aleatório. O princípio da autonomia da mulher – importantíssimo e uma grande conquista das últimas décadas– foi o principal argumento apresentado para a defesa do aborto. O problema é passar de uma autonomia a um autonomismo. O que está em jogo aqui não é estar de acordo com a liberdade de ninguém – toda pessoa de bom senso concorda com a liberdade dos demais. Porém, é necessário entender que a liberdade tem limites, e não respeitar esses limites não é liberdade, mas violência contra outro ser. Além disso, a autonomia do ser humano presente no ventre da mãe, ainda que não possa ser exercida por ele mesmo, deve ser defendida – o Direito nasce para defender o débil e não o forte. Os dois valores em jogo – liberdade da mãe e vida do filho – devem ser colocados na balança e deve-se respeitar aquele com maior peso: se a liberdade é um valor que depende da vida, parece claro que o respeito à vida deste ser humano indefeso deve ser anteposto ao respeito à liberdade da mulher. O CFM afirmou ter feito uma ampla consulta à sociedade – algo que não se realiza simplesmente porque falamos com poucas pessoas de outros segmentos sociais. O fato de terem colocado no documento de trabalho um texto contrário ao aborto – sendo que todo o demais era favorável – e terem chamado um sacerdote para falar ao público, não implica uma ampla consulta àqueles que são contrários ao aborto. Por que não foi chamado ninguém do movimento “Brasil sem aborto”, entidade supraconfessional que representa a maioria dos segmentos sociais contrários ao aborto? Será porque sua argumentação poderia deslocar a decisão para uma posição contrária ao aborto? Sendo assim, podemos dizer que foi um erro grave – não só do ponto de vista moral-reli- “ Foi um erro grave – não só do ponto de vista moral-religioso, mas também do ponto de vista ético-racional – a postura tomada pelo CFM”. gioso, mas também do ponto de vista ético-racional – a postura tomada pelo CFM, desrespeitando o próprio ser humano. Esperamos que o CFM, na seriedade e competência que sempre o caracterizaram, possa voltar atrás e abrir de fato o diálogo amplo com a sociedade, com os médicos que representa, e também com os setores favoráveis e contrários ao aborto. Deste diálogo poderemos todos sair mais maduros e com uma decisão que de fato represente o respeito à vida. Por sinal, os médicos foram chamados a cuidar da vida e não a suprimi-la. Pe. Hélio Tadeu L. Oliveira Mestre em Moral e Bioética, e doutorando em Bioética Jornal da Arquidiocese Geral 13 Maio 2013 Realizado encontro de formação sobre Música e Canto Litúrgico Conhecendo as Forças Vivas da Arquidiocese Comissão Arquidiocesana para o Diálogo Ecumênico e Inter-Religioso - CADEIR Encontro reuniu mais de 200 lideranças que atuam na Música e Canto Litúrgico na Arquidiocese de Florianópolis Arquivo/JA A Comissão Arquidiocesana de Liturgia realizou no dia 14 de abril, das 8h às 17h30min, o Encontro Arquidiocesano do Setor de Música e Canto Litúrgico. O evento, na Paróquia São João Evangelista, em Biguaçu, reuniu mais de 200 participantes de todas as Comarcas da Arquidiocese. Esse foi o primeiro encontro após a Assembleia Arquidiocesana de Pastoral. O próximo será no dia 15 de setembro, em local a ser definido. Durante o dia, os participantes contaram com formação teológica e oficinas práticas. Toda a formação foi realizada pela equipe arquidiocesana do Setor: coordenação Najla Elisângela dos Santos; assessor- Ricardo Marques; secretário - Miguel Philippi; membros: Luiz Eduardo Silva e Murilo Guesser. O encontro teve início às 8h30 com a Oração das Laudes. Em seguida, Pe. Tarcísio Pedro Vieira, Coordenador Geral da Comissão Arquidiocesana de Liturgia, proferiu a conferência “Ordinário da Missa Teologia, Liturgia e Espiritualidade”. Depois, houve ensaio de músicas do repertório litúrgico referente ao Ordinário da missa. À tarde, depois de uma pausa para o almoço, os participantes foram divididos em quatro oficinas temáticas: Técnica Vocal, Ministério do Salmista, Critérios para escolha do Repertório Litúrgico, e Uso dos Instrumentos Musicais na Liturgia. Todas as oficinas foram ministradas pelos membros da equipe do Setor Música e Canto Litúrgico. Cada participante recebeu textos com subsídios sobre cada tema. O evento foi encerrado com a celebração Eucarística, às 16h. Ela Celebração Eucarística concluiu a formação, que feito atendendo ao que foi aprovado na Assembleia Arquidiocesana de Pastoral foi presidida pelo Pe. Tarcísio Pedro Vieira. Concluindo, ele falou da importância da Música e do Canto na Liturgia e da missão dos ministros da música e do canto em nossas celebrações. “Cultivando a música e o canto litúrgico estamos anunciando o Evangelho e cumprindo nossa missão de discípulos missionários de Jesus Cristo”, disse. Insistiu na distinção necessária entre missa e show, entre artista e ministro, entre cantar na missa e cantar a missa, entre apresentar-se na missa e servir à liturgia, entre apenas executar uma função e rezar com a música... Para o Pe. Tarcísio, o encontro alcançou seus objetivos, despertando os ministros da Música e do Canto Litúrgico para o significado do seu ministério e para o quanto é importante para o músico o estudo sistemático e progressivo da liturgia, cultivando uma sólida espiritualidade eucarística. Segundo Najla, Coordenadora do Setor de Música e Canto Litúrgico, é a primeira vez que realizam um encontro nesses moldes. “A nossa intenção é manter a estrutura adotada - conferência, ensaio de repertório litúrgico e oficinas - pelo menos duas vezes por ano. Já está disponível o endereço eletrônico do setor ([email protected]) para facilitar a comunicação dos ministros/grupos de música e canto litúrgico com a Comissão Arquidiocesana de Liturgia”, afirmou. Regina da Conceição, que participa de equipes de animação litúrgica há mais de 20 anos e é presença marcante nos encontros de formação nessa área, disse que o encontro foi muito rico e proveitoso: “Pudemos aprender muita coisa. Recebemos ótimas indicações para melhor atuar na animação litúrgica da celebração eucarística”. A CADEIR é uma Comissão da Igreja Católica para desenvolver a dimensão diocesana do Ecumenismo e do Diálogo InterReligioso. Entre seus objetivos está motivar a organização de Comissões Ecumênicas nas Paróquias e incentivar os encontros para estudos, celebrações, partilha de experiências e outras iniciativas que expressem a unidade e a busca comum de um mundo justo e fraterno. Para que este sonho de Comissões Ecumênicas Paroquiais passe a existir, precisamos contar com pessoas abertas de mente e coração. E é assim que entendemos quando a música nos diz “De mãos dadas, a caminho, porque juntos somos mais, pra cantar o novo hino de unidade, amor e paz!”. Realmente, precisamos juntar nossas forças como seguidores de Jesus Cristo, em prol de um mundo melhor. Se nós, Esta Comissão não é composta de Irmãos de outras Igrejas ou Religiões. No entanto, ela tem como missão principal lembrar, a todo Católico, que o outro é nosso irmão. E como irmão deve ser amado, acolhido, mesmo que diferente. Nesse sentido, temos muito que crescer ainda. Tanto nós, Católicos, como os participantes de outras Igrejas e Religiões, precisamos aprender a conviver como irmãos e irmãs. A CADEIR se reúne de dois em dois meses numa quarta feira às 19h30 em Florianópolis, quase sempre na casa de um dos membros da Comissão. A Comissão tem como coordenador o Padre Alceoni Berkenbrock, pároco da Paróquia dos Sagrados Cora- ções de Barreiros. Como o nome diz, é uma Comissão de pessoas. O Coordenador colabora com a Comissão na condução dos trabalhos, mas é auxiliado e assessorado por pessoas de boa vontade, que se dispõem a ajudar na caminhada ecumênica. Formação nas Comarcas Neste ano de 2013, a Comissão está se dispondo a ir às oito comarcas de pastoral da Arquidiocese, para promover conversas e estudos sobre a CADEIR, incluindo toda a caminhada Ecumênica. Seguem as datas que a Comissão sugere como formação: Comarca da Ilha - 04/05, 14h, Igreja da Santíssima Trindade; Comarca de Biguaçu - 04/06, 19h30, Sagrados Corações, Barreiros, São José; Comarca de Santo Amaro - 15/ 06, 08h30, Santo Amaro; Comarca de São José - 15/06, 14h, Palhoça; Comarca de Tijucas 20/06, 19h30, Tijucas; Comarca de Itajaí - 21/06, 19h30, São João; Comarca de Brusque: 02/ 07, 19h30, Santa Teresinha; Comarca do Estreito - 22/07, 19h30, Santuário de Fátima. Semana de Oração Entre os dias 12 e 19 de maio acontecerá a Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos. Neste ano tem como tema “O que Deus exige de nós?” Este tema é inspirado em Miquéias 6,6-8. A CADEIR está aberta para sugestões, colaborações e novos membros, para esta Comissão tão importante na Igreja. Mais informações com Padre Alceoni pelo fone 48 32461249 ou 8828-7608 ou ainda pelo email [email protected]. Arquivo/JA Pastoral Vocacional forma agentes A Pastoral Vocacional promoveu no dia 13 de abril um encontro de formação para lideranças da região sul da Arquidiocese. Realizado na Paróquia Bom Jesus de Nazaré, em Palhoça, o evento reuniu 40 agentes das equipes vocacionais das paróquias. Durante o encontro, realizado das 13h às 17h, os participantes receberam formação sobre o Dia Mundial das Vocações (21/04): seus 50 anos de história, a mensagem do papa para esse dia e sugestões de atividades a serem realizadas nas paróquias. Também foi falado sobre o trabalho das equipes vocacionais paroquiais e sobre os Grupos de Orientação Vocacionais João Paulo II e Madre Teresa de Calcutá. Também sobre como organizar as equipes paroquiais vocacionais, o que são, finalidade, e motivação para participar. Esse foi o primeiro encontro do ano. No dia 14 de setembro será realizado um novo encontro. Dessa vez, voltado à região norte da Arquidiocese. O encontro será realizado em São João Batista, no mesmo horário e com programação semelhante. Líderes das Igrejas Cristãs que fomentam o Ecumenismo participam das celebrações da Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos 14 Geral Maio 2013 Foto JA Defensoria Pública Depois de sete anos de luta, serviço é implantado no Estado No mês de abril foram empossados 45 dos 60 defensores públicos aprovados em concurso públicos. Isso significa a instituição da Defensoria Pública em Santa Catarina, o último Estado do Brasil a ter esse serviço. É o resultado de uma luta que dura desde 2006 e que teve a Igreja como maior incentivadora. A Constituição de 1988 já considerava a Defensoria Pública “como essencial à função jurisdicional do Estado”, mas não obrigava a sua existência. Como a Campanha da Fraternidade de 2009 refletia sobre Fraternidade e Segurança Pública, a Igreja na CNBB – Regional Sul IV (SC) se engajou no processo encampado pela UNOCHAPECÓ. A vitória veio há um ano, quando o STF julgou inconstitucional o sistema de defensoria dativa utilizado no Estado. Dom Manoel João Francisco, bispo de Chapecó, participou de todo o processo e foi um dos grandes incentivadores. Em entrevista, ele fala sobre como se iniciou a luta, sobre a participação da Igreja, os benefícios da Defensoria Pública e os avanços que ela significará no direito à justiça. Jornal da Arquidiocese - O processo de criação da Defensoria Pública em Santa Catarina teve início há sete anos. Como começou? Dom Manoel - O Movimento pela criação da Defensoria Pública organizou-se a partir de 2006, por iniciativa do Centro de Ciências Sociais e Jurídicas da UNOCHAPECÓ, integrado pelos cursos de Direito, Economia e Serviço Social. Logo em seguida as discussões foram aprofundadas em nível estadual. No curso de Direito havia um Projeto de Extensão Comunitária Jurídica que permitiu a mobilização e interação dos estudantes (comunidade acadêmica) com a sociedade e demais instituições de ensino. JA - Qual a participação da Igreja nesta conquista? Dom Manoel - Por oportunidade da Campanha da Fraternidade de 2009, sobre Fraternidade e Segurança Pública, a professora Maria Aparecida Caovilla, coordenadora do Curso de Direito da UNOCHAPECÓ, me procurou, solicitando o engajamento da Igreja no Movimento. Levei a proposta para o Conselho Regional de Pastoral. Assumimos, a partir de então, enquanto Igreja Católica, a luta pela implantação da Defensoria Pública em nosso Estado, liderando um abaixo assinado. Além disso, mobilizamos nossos fiéis para a participação em diversas audiências públicas. Em vários encontros com as lideranças das pastorais o tema foi refletido. Diante da negativa por parte do Governo de acolher a proposta de um Projeto de Lei de iniciativa popular, foi encaminhada uma medida judicial (ADIN) que resultou no julgamento positivo pelo STF, declarando inconstitucional a Defensoria Dativa e obrigando a criação da Defensoria Pública nos moldes previstos na Constituição Federal de 1988. JA - No início de abril foram empossados 45 defensores Dom Manoel luta pela criação da Defensoria Pública no Estado desde 2009. Apesar das deficiências, considera a criação um avanço no direito à justiça “ Da forma como está, a Defensoria Pública trará poucos resultados à sociedade. São muito poucos defensores”. públicos para todo o Estado. Esse número é suficiente? Dom Manoel - A intenção do Movimento pela Criação da Defensoria Pública era de, no mínimo, 300 defensores públicos, para atender as necessidades sociais. Assim como está sendo encaminhada, não atenderá às demandas e tudo indica que o Estado, com esta medida, pretende desacreditar toda a luta que se fez. JA - Como o Senhor vê a questão do sistema judiciário no Estado? Dom Manoel - O sistema judiciário está com muitas dificuldades, iniciando pela questão carcerária. São muitos os processos judiciais para serem analisados, principalmente após os ataques das facções criminosas. Para Santa Catarina ter uma Defensoria Pública que atenda com dignidade às pessoas, temos necessidade de 509 Defensores Públicos. Estamos longe disso: iniciamos com menos de 10%. Passamos quase 25 anos sem Defensoria Pública no Estado. Agora precisamos avançar, para dar condições de eficiência para a Defensoria Pública que acaba de nascer com enormes dificuldades. É evidente que são insuficientes 45 Defensores para o Estado inteiro. Se os 157 que foram aprovados no concurso publico assumissem nos próximos meses, talvez pudéssemos dizer que teríamos iniciado mais ou menos bem. No entanto, não é o que está previsto. JA - A criação da Defensoria Pública significa um avanço no direito à justiça? Dom Manoel - Apesar da longa demora para que acontecesse, não resta dúvida que a criação da Defensoria Pública foi uma grande conquista da sociedade catarinense. Estamos atrasados em 25 anos. A Constituição Federal foi promulgada em 1988 e previu a criação da Defensoria Pública “como essencial à função jurisdicional do Estado”. Agora precisaremos continuar lutando para exigir do poder público que dê condições de eficiência para a instituição. As pessoas que mais precisam do acesso à justiça não podem continuar à margem, precisam de uma instituição forte, atuante e que cumpra com o seu papel de atender aos cidadãos e às cidadãs em suas necessidades no que se refere à justiça e ao direito. Carlos Martendal Divulgação/JA Completude Eu não sou completo; então, quanto tu me completas, nós nos tornamos um. Conhecimento O mais difícil não é conhecer o outro; talvez o mais difícil seja eu me conhecer e me deixar conhecer. Quando, no casamento, um cônjuge diz ao outro: “Eu me conheço e tu me conheces, então eu sou tu”, este casamento uniu não só dois numa só carne, mas também num só espírito! “Pai nosso que estais no céu”: o céu é a morada do Pai. E onde é o céu? Em mim, em ti! Sou, portanto, templo, casa de Deus. Ele não se contenta em viver na varanda, mas em mim, em meu coração. E eu, vivo nEle? JA - Antes tínhamos apenas a Defensoria Dativa. O que muda agora? Dom Manoel - A Defensoria Dativa fazia a defesa apenas judicial e de pessoas físicas. A Defensoria Pública não se limita ao judiciário. É, portanto, preventiva. Além disso, pode defender causas coletivas. A Defensoria Dativa dava acesso ao judiciário, enquanto a Defensoria Pública dá acesso à justiça. JA - Santa Catarina foi o único Estado que não possuía Defensoria Pública. Que benefício este novo sistema trará? Dom Manoel - Da forma como foi implantada trará poucos benefícios. Se fosse nos moldes previstos pela Constituição de 1988 e de acordo com a proposta do Movimento, com certeza, haveria de proporcionar muitos benefícios, entre eles, a defesa dos direitos e também o conhecimento dos Retalhos do Cotidiano Céu deveres de todos os cidadãos de nosso Estado, especialmente dos menos favorecidos. Mesmo assim, algo poderá ser feito. O Movimento pretende não baixar a guarda. Vamos continuar lutando pela plena efetivação deste direito conquistado em parte. Jornal da Arquidiocese Estabilizadores Visita Os grandes navios têm potentes estabilizadores. Atravessando mares tempestuosos, pouco se percebe do balanço forte das ondas. Para nós nos estabilizarmos, é sempre a mesma coisa: é sempre o Senhor que tudo tranquiliza! O amor nunca invade, sempre visita! Lembrança Lembremo-nos de esquecer as coisas ruins, mas não nos esqueçamos de lembrar as coisas boas. Graça O pequeno saco plástico na calçada, molhado pela chuva da noite, ficou colado ao piso e permanece imóvel. O amanhecer trouxe o sol; ele logo estará seco. E o vento o levará pra lá e pra cá, como barata tonta. Mãe Tu, que passas por tantas dores na gestação e no parto; tu, que tens a força de alma; tu, que te entregas tão amorosa e tão totalmente aos filhos vindos de tuas entranhas; tu, que dás a vida e da tua vida fazes uma perfeita oferenda, sê bendita! Que Deus te abençoe e a gratidão dos homens te acompanhe, boa pastora das ovelhas que o Pai confiou aos teus cuidados! Graça 2 Assim acontece comigo quando perco a graça. De Deus! Graça 3 Sê tu, Senhor, a água viva que me inunda; sê tu, Senhor, o sol que me abrasa - tu nunca me secas! - sê teu Espírito Santo o vento que me leva para onde queres. Sou teu, Senhor! Jornal da Arquidiocese Geral 15 Maio 2013 Pe. Ney conclui participação na Comissão Bíblica Em 12 anos de estudos, foram elaborados dois documentos, um já publicado em livro e outro em revisão HISTÓRIA A Pontifícia Comissão Bíblica é um organismo criado em 1903 pelo Papa Leão XIII, como uma Comissão de Cardeais, naturalmente assessorados por peritos em exegese bíblica. Após o Vaticano II, a Comissão foi reformulada por Paulo VI, em 1971, transformando-se em órgão consultivo da Congregação da Dou- Divulgação/JA No dia 12-04, com a audiência concedida pelo Santo Padre Francisco aos 20 membros da Pontifícia Comissão Bíblica, encerrou-se a participação do Pe. Ney Brasil Pereira nesse organismo da Santa Sé, para o qual ele foi nomeado em 2001, pelo papa João Paulo II. A nomeação vale por um período de 5 anos, durante o qual a Comissão se reúne uma vez por ano e debate um tema, proposto pela Congregação da Doutrina da Fé. A nomeação pode ser confirmada para um segundo período de 5 anos, o que aconteceu com Pe. Ney, confirmado na Comissão por Bento XVI, em 2008. O tema do primeiro turno, 2002-2007, foi “Bíblia e Moral”, que resultou num documento com esse título, publicado em 2008 (aqui no Brasil, por Ed. Paulinas, 2009, em tradução do original italiano pelo Pe. Ney). Para este segundo turno (2009-2013), o tema foi “Inspiração e Verdade da Bíblia”, tema pedido pelo Sínodo dos Bispos sobre a Palavra de Deus, em 2008, e mencionado na Exortação Apostólica Verbum Domini, de Bento XVI em 2010. Os trabalhos da Comissão resultaram num novo documento com esse título, o qual, porém, deve ainda ser aprovado pela Congregação da Doutrina da Fé, para, então, ser traduzido e publicado. Pe. Ney, como membro da Pontifícia Comissão Bíblica, teve a oportunidade de saudar pessoalmente o Papa Francisco, na audiência por ele concedida trina da Fé, e sendo constituída não mais por Cardeais, mas por 20 exegetas de vários países, nomeados diretamente pelo Papa. Da Comissão agora cessante faziam parte 3 italianos, 2 franceses, 2 alemães, 2 americanos, 2 espanhois, 1 mexicano, 1 argentino, 1 brasileiro (Pe. Ney), 1 nigeriano, 1 indiano, 1 coreano, 1 polaco, 1 irlandês, e 1 maltês. A audiência, concedida na “Sala dos Papas”, no Palácio Apostólico do Vaticano, começou com uma saudação ao Santo Padre pelo Arcebispo Gerhard Müller, atual Prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé. Ele referiuse à maneira como a Comissão abordou o tema proposto, “Inspiração e Verdade da Bíblia”, sem deixar de enfrentar alguns dos mais prementes desafios que encontra a leitura bíblica. Assim, a questão da verdade histórica e, também, a da violência de certos textos. ESCRITURA E TRADIÇÃO O discurso do Papa Francisco, breve, como aliás têm sido assim as suas alocuções, insistiu na unidade entre a Escritura e a Tradição. Disse, textualmente: “Exatamente porque o horizonte da Palavra Divina se estende para além da Escritura, é necessária, para compreendê-la adequadamente, a constante presença do Espírito Santo, que guia à “plena Verdade” (cf Jo 16,13). É preciso colocar-se na corrente da grande Tradição que, sob a assistência do Espírito Santo e a orientação do Magistério, reconheceu os escritos canônicos como Palavra dirigida por Deus ao seu povo, e jamais cessou de meditá-los e de neles descobrir suas inexauríveis riquezas”. Sua palavra final, diretamente aos membros da Comissão, referiu-se a Nossa Senhora: Ela, “modelo de docilidade e obediência à Palavra de Deus, vos ensine a acolher plenamente a riqueza inexaurível da Sagrada Escritura, não só através da pesquisa intelectual, mas na oração e em toda a vossa vida de crentes, sobretudo neste Ano da Fé. Assim, o vosso trabalho verdadeiramente contribuirá a fazer brilhar a luz da Sagrada Escritura no coração dos fiéis”. Guaranis ainda lutam por demarcação de terra indígena Na semana posterior ao Dia do A área demarcada compõe Índio, a comunidade Guarani do 1988 hectares. Parece muito, Morro dos Cavalos celebrou a Se- mas para manter a cultura indígemana da Cultura Indígena. Foi um na guarani é o mínimo. É dessa período especial em que toda a co- terra que eles tirarão o seu susmunidade se preparou para receber tento, impactando o menos posos visitantes. Uma semana para ce- sível a natureza. lebrar, mas o que daria maior motiA Igreja acompanha a situação vo para comemorações ainda não através do Conselho Indigenista foi alcançado: a homologação da Missionário – CIMI, órgão ligado à demarcação da terra indígena. CNBB. A entidade tem a função de A luta pelo reconhecimento da ser presença solidária, conhecenárea como sendo indígena é longa. do, convivendo e percebendo a reEm 1972 a FUNAI constitui um Gru- alidade. Também ajudando no copo de Trabalho para identificação e nhecimento do direito e se manidelimitação da Terra Indígena do festando na defesa do direito. “Mas Morro dos Cavalos. O relatório só tudo isso apenas quando demanfoi concluído em 2000. Depois de dado por eles”, disse Clovis muitas idas e vindas, o estudo foi Brighenti, que com sua esposa, concluído, aprovado pela FUNAI e Marina, acompanham a questão publicado no Diário Oficial da União. indígena guarani na Arquidiocese. Aí começou parte do problema. Em 2002, quando a Campanha A demilimitação da terra indíge- da Fraternidade teve como tema na foi feita de forma a impactar o “Fraternidade e Povos Indígenas”, e menos possível a comunidade lo- lema “Por uma terra sem males”, a cal. Os próprios índios guarani qui- questão ganhou maior repercussão. seram assim. “Definimos uma área Mas o resultado final continuou com menor para evitar conflitos com a a mesma morosidade da justiça. comunidade local e porque muitas dessas áreas não mais permitiam o uso, segundo os nossos costumes e tradições”, disse Eunice Antunes, cacica de Morro dos Cavalos. Segundo ela, no total, 82 casas serão indenizadas. Elas estão localizadas em Maciambu Pequeno, Araçatuba e próximas à BR-101. A grande maioria está consciente e aceita a indenização. Muitas dessas casas já são irregulares, pois foram construídas dentro da área do Parque Florestal da Serra do Tabuleiro. Ainda assim, o governo vai in- Eunice é a líder indígena Guarani. denizar as benfeitorias reali- “Tudo está sendo feito para impactar o menos possível a população local” zadas na terra. 16 Geral Maio 2013 Jornal da Arquidiocese Canção Nova inicia missão em Florianópolis Equipe vem para criar programação local em retransmissora e atender o que determina a Legislação Foto JA Uma tarde de apresentação, realizada no dia 27 de abril, na Paróquia Santa Teresinha do Menino Jesus, Prainha, marcou o início da missão da Comunidade Canção Nova em Florianópolis. O evento contou com a participação dos quatros membros da comunidade, que apresentaram o propósito da missão. O objetivo da equipe é montar uma transmissora local da Canção Nova e fazer a criação de programas locais para a o Canal 23 UHF, em TV aberta, que a emissora mantém aqui. A legislação determina que toda emissora aberta tenha um mínimo de uma hora e doze minutos de programação local, sob pena de perder esse espaço. A intenção é desenvolver programas de notícias, entrevistas e entretenimento ao vivo e gravado. São programas que serão reprisados em outros horários. Para a realização desses serviços, serão contratados profissionais locais: cinegrafistas, iluminadores e repórteres. Por enquanto há apenas um espaço locado onde funcionará a sede da TV, na rua Lauro Linhares, 1080, Trindade, em Florianópolis. Como são necessários equipamentos especiais para a transmissão e eles são importados, a expectativa é que estejam aqui em Bispo emérito de Rio do Sul falece aos 87 anos Os quatro jovens apresentam para um seleto público os objetivos da abertura da 20ª casa de missão da Canção Nova quatro meses. Daí será necessário a estruturação. “Espera-se estar operando em novembro deste ano”, disse Deivid Augusto Cara, responsável pela missão. Ele, sua esposa, Marinélia Vieira Cara, e o filho de três anos, já estão aqui desde o dia 25 de fevereiro. Dias depois mais duas jovens se juntaram ao trabalho, Mariana Lazarin e Vânia Regina Oliveira, e mais uma está prevista para os próximos dias, Viviane Elói. Todos com experiência em comunicação. Não faz parte da missão, mas a equipe também está disponível para assessorar equipes de ora- ção e eventos da Arquidiocese. “Estamos disponíveis para poder somar e evangelizar juntos com a Igreja local o que for dentro do nosso carisma”, acrescentou. Ainda não está no ar, mas em breve estará operando a missão local nas mídias sociais: www. facebook/floripacn; Twitter @floripacn, e o blog http://blog. cancaonova.com/florianopolis. Por enquanto os espaços foram apenas reservados. Quando estiverem equipados, essas mídias sociais passarão a ser utilizadas. Mais informações pelo e-mail: [email protected]. Dia Mundial das Comunicações Sociais A cada ano, no domingo da Ascensão do Senhor, se celebra o Dia Mundial das Comunicações Sociais. Neste ano, a data será celebrada no dia 12 de maio. A Pastoral da Comunicação realizará uma celebração especial na manhã desse dia, às 9h, na Catedral, em que todos os comunicadores são convidados a participar. Neste ano, o tema escolhido é “Redes sociais: portais de ver- Falece Dom Tito Buss dade e de fé; novos espaços de evangelização”. O documento, redigido pelo Papa Bento XVI e divulgado em 29 de setembro de 2012, destaca que um dos desafios mais significativos da evangelização nos tempos atuais é aquele que emerge dos meios digitais. Ele também enfatiza que, na verdade, não se trata mais de como utilizar a internet como um “meio” de evangelização, “mas de evangelizar considerando que a vida do homem de hoje se exprime também no ambiente digital”. “Os elementos de reflexão são numerosos e importantes: em um tempo no qual a tecnologia tende a tornar-se o tecido que conecta muitas experiências humanas como as relações e o conhecimento - é necessário questionar-se: ela pode ajudar os homens a encontrar Cristo pela fé?”. É com pesar que comunicamos o falecimento do Bispo Emérito de Rio do Sul, Dom Tito Buss, acontecido às 22h do dia 30 de abril de 2013, no Hospital Regional de Rio do Sul, após falência múltipla dos órgãos, com 87 anos de idade. O corpo foi velado na Catedral São João Batista em Rio do Sul e a Missa de Corpo presente realizada no mesmo dia. Em seguida, houve o sepultamento na Cripta da Catedral. Natural de São Ludgero/SC, Dom Tito nasceu em 01 de setembro de 1925, foi ordenado padre em 08 de dezembro de 1951. Eleito bispo de Rio do Sul em 12 de março de 1969, foi o primeiro bispo da nova diocese. Recebeu a ordenação episcopal no dia 3 de agosto de 1969, das mãos de Dom Afonso Niehues, sendo concelebrantes Dom Gregório Warmeling e Dom Wilson Laus Schmidt. Renunciou em 30 de agosto de 2000, depois de completar 75 anos de idade. Permaneceu trabalhando na diocese como bispo emérito, atendendo pessoalmente a todas as pessoas que o procuravam para atendimento psicológico. Mais que condolências, nossas congratulações à Diocese de Rio do Sul a quem nos unimos na ação de graças a Deus por tão bela vida! Divulgação/JA Dom Tito: vida dedicada generosamente à diocese de Rio do Sul Pastoral da Pessoa Idosa no Conselho Municipal da Saúde No dia 12 de abril, a Pastoral da Pessoa Idosa (PPI) da Arquidiocese foi eleita para ocupar uma das sete vagas para representantes de Entidades Populares no Conselho Municipal de Saúde de Florianópolis. Essa fazia parte de uma das metas da PPI. A entidade foi inscrita, como concorrente, pela Coordenadora Arquidiocesana, Carmen Souto, e recebeu apoio de outros voluntários da PPI, e de enti- dades populares. A Pastoral será representada no Conselho Municipal de Saúde por Leonilda Delurdes Gonçalves, dedicada voluntária dessa Pastoral há muitos anos. “Com esta conquista, a Pastoral se instrumentaliza para melhor alcançar seus objetivos: acompanhar idosos fragilizados, aproximando-os das políticas públicas a que têm direito”, disse Carmen.