Newsletter nº 140/2014 – Ano 5 Data: 14/03/2014
CÂMARA SETORIAL DA CADEIA PRODUTIVA DE CULTURAS DE INVERNO SE REÚNE EM
BRASÍLIA
Sobre o preço mínimo a expectativa é
de que a próxima reunião do Conselho
Monetário Nacional, no dia 27 deste mês,
decida um novo valor para o cereal. “Esperamos que o CMN aprove reajuste de
16% do preço mínimo de garantia do trigo que hoje é de R$ 531 a tonelada”, informou Turra. Outras medidas esperadas
é o aumento nos valores de subvenção do
seguro rural (de R$ 60 milhões em 2013)
e para comercialização (R$ 430 milhões
no ciclo passado), além de medidas para
barrar a entrada de derivados de trigo
importados. “Especialmente a farinha de
trigo argentina”, disse Flavio Turra.
Foi realizada na última terça-feira (11) a primeira reunião de 2014 da
Câmara Setorial da Cadeia Produtiva de Culturas de Inverno. A ACEBRA
esteve representada no encontro, realizado no Ministério da Agricultura,
Pecuária e Abastecimento (Mapa), pelos diretores Alex Novello, Roberto
Queiroga e Luciano Markiewicz. Foram debatidos temas de grande relevância para a cadeia.
O presidente Flavio Turra iniciou o fórum comentando sobre os desdobramentos que aconteceram após a última reunião (ocorrida em 04 de
dezembro de 2013). “Tivemos dois encaminhamentos. Um deles era em
relação aos limites de tolerância de micotoxinas no trigo e seus derivados
e o segundo era a elaboração de propostas para o Plano Safra.” Sobre as
micotoxinas, Turra afirmou que em uma reunião com representantes da
Anvisa, foi garantido que seria concedida uma prorrogação por três anos
da redução. “Devido a um grande esforço de vários membros da Câmara, após alguns desencontros, no dia 26 de dezembro a Anvisa aprovou a
mudança na portaria RDC nº 7, dando prazo adicional até janeiro de 2017
na vigência dos limites praticados em 2013.” Em sequência, o presidente
garantiu que a proposta da Câmara para o PAP foi entregue para o então
secretário de Políticas Agrícolas, Neri Geller no dia 04 de março. “A recepção foi muito positiva.”
Seguindo a pauta, o chefe-geral da Embrapa Trigo, Sérgio Dotto, apresentou o projeto da empresa sobre o monitoramento das micotoxinas do
trigo e cevada – Resolução nº 59 de 30/12/2013 (a qual havia sido mencionada pelo presidente Turra). “O trigo está começando a ter a importância que lhe é devida no Brasil e com esta evolução existirá uma maior
demanda.” O objetivo deste projeto, segundo Dotto, é implementar o processo de avaliação da qualidade da safra de trigo do Brasil, nos seus aspectos tecnológicos e sanitários, para que se constitua em uma importante
ferramenta de tomada de decisão a ser utilizada pelos vários segmentos
do complexo agroindustrial tritícola.
O próprio Sérgio Dotto seguiu com a próxima apresentação, que tratou
sobre o levantamento da qualidade industrial e sanitária do trigo no Rio
Grande do Sul e a nota técnica sistema integrado de zoneamento agrícola para trigo brasileiro. “Queremos com este levantamento regionalizar
cultivares por aptidão tecnológica por classe comercial de trigo no Brasil,
em função da disponibilidade de recursos do ambiente, com base em rede
de experimentação independente e obedecendo a um protocolo único,
com reconhecimento pelos obtentores vegetais do País”, afirmou Dotto.
A seguir, o representante do Sinditrigo,
José Antoiazzi, tratou sobre as linhas de
financiamento para estocagem. “Fui informado hoje sobre as verbas que estão disponíveis para estocagem. Era
um anseio dos moinhos que houvesse verba para silos de concreto. Todas as
vezes que íamos solicitar dinheiro sempre ouvíamos que já existia, mas na
verdade só os silos metálicos possuíam este tipo de financiamento.” A linha
conta com até três anos de carência; juros de 4,5%; com arbotizações que
podem ser mensais, semestral ou anual; garantias tanto de terceiro quanto
do próprio tomador e é especifica para cerealistas e armazenadores. Com
relação a este tema, Roberto Queiroga afirmou que estes juros são apenas
para empresas com faturamento de até R$ 90 milhões. “Dentro das cerealistas muitas pessoas ficam de fora. Acima dessa quantia os juros sobem para
6,5%”, alertou.
Queiroga ainda acrescentou que a linha está disponível apenas para cerealistas que comercializam o produto in natura, por isso os moinhos não
estariam habilitados. Apesar da desconfiança de alguns presentes, o diretor
de Relações Institucionais da ACEBRA, garantiu que esta linha é a mesma
liberada pelo PAP. “Quando se fala de normativos que saíram há duas semanas é apenas a instrução do BNDES e dos agentes financeiros, mas é o
programa que foi criado no PAP 2013 com 3,5% e teve alteração dos juros.”
Completou dizendo que, caso ainda houvesse tempo, “a Câmara poderia
acrescentar nas propostas para o Plano Agrícola a inclusão dos moinhos
como clientes beneficiários do BNDES Cerealistas e para que se retornem
os juros de 3,5% que foi anunciado no ano passado”. Este entendimento foi confirmado pelo MAPA em agenda no dia seguinte. O representante
da Farsul, Hamilton Jardim, afirmou que conforme o Circular SUP/AOI Nº
01/2014-BNDES os moinhos já estão incluídos como empresas cerealistas.
O presidente Turra, garantiu que caso os moinhos não estejam incluídos, a
Câmara irá fazer uma moção para que isto seja feito.
Durante o relato dos participantes sobre a conjuntura do trigo na safra
2013 e perspectivas de plantio e mercado para a safra 2014, Alex Novello
afirmou que no Paraná ainda há um grande volume de trigo para ser comercializado com o preço acima de R$ 44. “Os produtores do Rio Grande do
Sul se afobaram para colocar o trigo no mercado e assim caiu o preço e a
indústria aproveitou e comprou bastante. Por isso o estoque de lá baixou rápido.” No Paraná o estoque ainda está alto, mas será comercializado a partir
de junho. Novello garantiu que existe um aumento de área até pela questão
dos preços. O diretor espera que as políticas de incentivo sejam feitas.
A próxima reunião da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva de Culturas de
Inverno está prevista para o dia 05 de junho.
Informações: Assessoria de Comunicação da Acebra - PR Consultoria e Marketing
www.prbrasilia.com.br | Tel.: (61) 3347-1599
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