PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO GRANDE DO SUL FACULDADE DE EDUCAÇÃO FÍSICA E CIÊNCIA DO DESPORTO TIAGO DE ANDRADE LIMA ESTUDO COMPARATIVO ENTRE TESTES CARDIORRESPIRATÓRIOS (COOPER E VAI-VEM). Porto Alegre 2006 1 TIAGO DE ANDRADE LIMA ESTUDO COMPARATIVO ENTRE TESTES CARDIORRESPIRATÓRIOS (COOPER E VAI-VEM). Trabalho de Conclusão de Curso, como requisito parcial à obtenção do grau de Licenciado Pleno, pela Faculdade de Educação Física e Ciências do Desporto da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul. Orientador: Prof. Me. Jonas Lírio Gurgel Porto Alegre 2006 2 AGRADECIMENTOS Agradeço principalmente aos meus pais Renato Martinez Lima e Cleusa de Andrade Lima por dedicar suas vidas ao crescimento e educação de seus filhos, por nunca faltar com apoio e carinho principalmente nos momentos de dificuldade e por serem excelentes pais. Muitos agradecimentos a numerosos colegas acadêmicos que colaboraram com meu trabalho que sem suas críticas seria impossível. Quero agradecer a equipe da Academia Sport Center em especial a Felipe Pavão e Jean da Silva, por terem me dado à oportunidade de crescimento profissional. Ao Prof. Me. Jonas Lírio Gurgel junto com o grupo de pesquisa (NUBA) e os participantes dos testes por terem se dedicado na realização desta pesquisa. A DEUS que não deixou um instante sequer de estar a meu lado. 3 RESUMO No início da década de 90 chegava ao Brasil uma nova proposta de exercício supervisionado chamado (Personal Trainning). O mercado passou a requisitar profissionais que fossem capacitados para elaborar programas de exercícios individualizados com maior grau de especificidade e controle no acompanhamento das atividades desenvolvidas. Para isso, se faz necessário o uso de uma avaliação física eficiente, o presente estudo tem como objetivo avaliar e analisar através do teste de Cooper e teste de Vai-Vem, se há diferença significativa entre ambos na predição da capacidade cardiorrespiratória de 8 indivíduos estudantes de Ed. Física fisicamente ativos da PUCRS. No teste de Cooper foram encontrado resultados de média e desvio padrão de 48,89 ± 5,28, e no teste de Vai-Vem de 46,48 ± 6,98, confirmando a hipótese do presente estudo. Durante a realização da pesquisa, e analise dos resultados, foi possível observar que não há diferença significativa, no que diz respeito ao VO 2 máximo obtido em ambos os testes. Estes testes são possíveis de aplicá-los, pois requerem poucos recursos e podem ser utilizados por profissionais de diversas áreas como escolas, clubes e personal treinners. Sendo possível quantificar melhor um programa de treinamento com cargas de trabalho cardiorrespiratório devidamente estabelecidas através de resultados concretos do nível de aptidão física do(s) indivíduo(s). Palavras-chave: Teste de Cooper. Teste de Vai-Vem. Capacidade cardiorrespiratoria. 4 ABSTRACT In the beggining of the 90´s, arrived in Brazil a new proposal of supervised exercise called " Personal Trainning". The trade started to ask for professionals who has the capacity to create individual exercises programs more especific and controlled in the accompaniment of the activity developed. For that it´s necessary an eficient physical evaluation. This study has the purpose of evaluate and analyse through the " Cooper Test" and " Léger Test", if there is any significant difference between both tests in the prediction of the cardiorespiratory capacity of 8 individuals, students of Physical Education phisically actives of PUCRS. In the Cooper Test were found results with average and measure diversion of 48,89 ± 5,28, and in the Léger Test of 46,48 ± 6,98, confirming the hypothesis of this study. During the realization of the search and analysis of the results, was possible to observe that there is no significant difference regarding VO2 Max acquired in both tests. Those tests are possible to aply, because requests a few resources and can be using for professionals of different areas like schools, clubs and personal trainners. That makes possible to quantify better a training program with cardiorespiratory work load duly determinated throug the concret results of the each individual aptitude level. Key-words: Cooper Test. Léger Test. Cardiorespiratory Capacity. 5 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ............................................................................................ 7 2 PROBLEMA ................................................................................................. 8 3 OBJETIVOS ................................................................................................ 10 3.1 3.2 Objetivo Geral.............................................................................................. 10 Objetivo Específico ...................................................................................... 10 4 JUSTIFICATIVA .......................................................................................... 11 5 RELEVÂNCIA .............................................................................................. 12 6 HIPÓTESES ................................................................................................ 13 7 PRESSUPOSTOS TEÓRICOS ................................................................... 14 7.1 7.2 7.3 7.4 7.5 Mitocôndria .................................................................................................. 15 Complexo Fosfato-de-alta-energia .............................................................. 15 Sistema Creatina-fosfocreatina (ATP-CP) .................................................. 15 Sistema glicolítico anaeróbio....................................................................... 16 Sistema aeróbio........................................................................................... 16 7.5.1 Ciclo de Krebs ............................................................................................. 17 7.5.2 Cadeia de transporte de elétrons ................................................................ 17 7.6 7.7 7.8 Fisiologia respiratória .................................................................................. 18 Ventilação pulmonar .................................................................................... 18 Volumes pulmonares ................................................................................... 19 7.8.1 7.8.2 7.8.3 7.8.4 7.8.5 Volume minuto............................................................................................. 20 Volume corrente .......................................................................................... 20 Volume reserva inspiratório......................................................................... 20 Volume reserva expiratório ......................................................................... 20 Volume residual ........................................................................................... 21 7.9 Capacidades pulmonares............................................................................ 21 7.9.1 7.9.2 7.9.3 7.9.4 Capacidade vital .......................................................................................... 21 Capacidade inspiratória ............................................................................... 21 Capacidade residual funcional .................................................................... 22 Capacidade pulmonar total ......................................................................... 22 7.10 7.11 7.12 7.13 7.14 Difusão pulmonar ........................................................................................ 22 Transporte de O2 ........................................................................................ 23 Fisiologia respiratória do exercício .............................................................. 24 Fatores que afetam o VO2 max .................................................................. 24 Avaliação física............................................................................................ 25 8 Metodologia ................................................................................................ 26 8.1 8.2 8.3 8.4 Instrumentos ................................................................................................ 26 Fase de treinamento ................................................................................... 27 Seleção da amostra .................................................................................... 27 Cuidados pré-teste ...................................................................................... 27 6 8.5 8.6 8.7 Protocolos.................................................................................................... 28 Riscos .......................................................................................................... 29 Análise estatística........................................................................................ 29 9 Resultados................................................................................................... 30 10 Discussão .................................................................................................... 36 Conclusão .................................................................................................... 39 Referencias bibliográficas ........................................................................... 40 Apêndice A .................................................................................................. 43 Anexo........................................................................................................... 45 7 1 INTRODUÇÃO No início da década de 90 chegava ao Brasil uma nova proposta de exercício supervisionado chamado (Personal Training). O treinamento físico personalizado, o (Personal Training) é um conceito múltiplo de satisfação aos objetivos propostos, e que são integrados à qualidade de vida e saúde. Como produtos são muito almejados pela sociedade moderna: que cada vez mais deseja viver mais e com mais qualidade. Esse nicho da área da Educação física ganhou ascensão como modismo nas academias de ginástica, mas hoje já se afirma no mercado pelos resultados obtidos e por um público seleto e exigente que contrata esse serviço. O mercado passou a requisitar profissionais que fossem capacitados para elaborar programas de exercícios individualizados com maior grau de especificidade e controle no acompanhamento das atividades desenvolvidas. Mas para que haja um melhor controle no programa de treinamento é necessário que se faça antes e durante o plano de treino a avaliação física, para que se tenha segurança, e respaldo teórico da aptidão física, essa na qual é definida de diversas maneiras, a American Colllege of Sports Medicine (2000) define aptidão física como: Um estado caracterizado por (a) capacidade de realizar as atividades diárias com vigor e (b) a demonstração de traços e capacidades que estão associados com um baixo risco do surgimento prematuro das doenças hipocinéticas (aquelas associadas com a inatividade física), para isso, se faz necessário utilizar testes que meçam todas as valências a serem trabalhadas. De acordo com pesquisadores e profissionais de medicina, saúde e exercícios que se encontraram no congresso Second International Consensus Symposium, a aptidão cardiorrespiratória é composta por (a) resistência ao exercício submáximo, (b) potência aeróbia máxima, (c) função pulmonar e cardíaca e (d) pressão arterial (BARROW e MCGEE; 2003). As baterias de aptidão física variam consideravelmente em termos de foco, população-alvo e testes específicos. É comum que toda bateria de testes, entretanto, tenha pelo menos um teste de aptidão cardiorrespiratória (BARROW; MCGEE, 2003). Devido a esta preocupação, este presente estudo tem como objetivo comparar dois testes cardiorrespiratórios, sendo que ambos são indiretos (Cooper e Vai-Vem), com a intenção de poder utilizar como predição fidedigna para a aferição do VO2 máximo, que Amorin e Gomes (2003) definem, através da equação de Fick, como o produto 8 do débito cardíaco máximo e a máxima diferença arteriovenosa de O2. E testar a hipótese de que não haverá diferença estatisticamente significativa entre o método direto e indireto de determinação do VO2máx. Nos capítulos do presente estudo, será abordado fatores fisiológicos e bioquímicos para que haja uma melhor compreensão sobre o funcionamento do organismo humano durante o exercício, porém foi dada uma ênfase maior na fisiologia respiratória, pois está diretamente relacionada aos testes que foram realizados durante a pesquisa e que serão mostrados a seguir. Também será mostrada toda a metodologia dos testes aplicados, assim como, seus resultados e discussões sobre a validação dos mesmos. 9 2 PROBLEMA Os testes indiretos de (Cooper e Vai-Vem) podem se correlacionar na predição para a aferição do VO2 máximo em indivíduos alunos de Ed. Física da PUCRS fisicamente ativos. 10 3 OBJETIVOS 3.1 OBJETIVO GERAL Comparar o teste indireto de 12 minutos de Cooper com o teste indireto de Vai-Vem de 20 metros, com intuito de analisar e comparar ambos os testes, para verificar se os métodos podem ser utilizados como um modo seguro para a predição do VO2 máximo. 3.2 OBJETIVO ESPECÍFICO 1. Determinar o Volume de Oxigênio máximo (VO2 máx.) no teste de 12 minutos de Cooper; 2. Determinar o Volume de Oxigênio máximo (VO2 máx.) no teste de Vai-vem; 3. Analisar e verificar se existem diferenças estatisticamente significativas nos resultados de ambos os testes de cada indivíduo; 4. Verificar o coeficiente de progressão entre os métodos. 11 4 JUSTIFICATIVA O treinamento físico individualizado possibilita ao preparador físico e ao aluno (a) um maior rendimento em seu treinamento. A realização dos testes escolhidos servirá para verificar se há a possibilidade de usar com segurança os métodos indiretos (Cooper e Vai-Vem). Outro fator importante é a carência de testes de campo no Brasil e em especial no Rio Grande do Sul, principalmente na população escolar. 12 5 RELEVÂNCIA As análises que serão realizadas servirão como referenciais teóricos para profissionais da área da educação física, fazendo com que os mesmos tenham um suporte, se desejado, para especificar mais o treinamento de seus atletas, a fim de um maior rendimento. Também poderá servir como respaldo para professores de Educação Física escolar em suas avaliações físicas. 13 6 HIPÓTESES 1. Não haverá diferença estatisticamente significativa entre o método de Cooper e o método de Vai-Vem na determinação do VO2máx. 14 7 PRESSUPOSTOS TEÓRICOS Durante este capitulo será abordado, principalmente, os fatores que implicam nas características de um exercício aeróbio, assim como, suas fontes energéticas e a fisiologia respiratória. Os exercícios aeróbios dependem de oxigênio (O2) para produção de energia, ao contrário dos anaeróbios, que não necessitam de O2 para produzir energia. A função primordial dos sistemas respiratório e cardiovascular é manter a troca gasosa celular dentro de limites compatíveis com as demandas energético-metabólicas e o equilíbrio ácido-básico (NEDER; NERY, 2003). Logo, as contribuições dos diferentes sistemas de produção de energia dependem do tipo e da intensidade do exercício (REILLY; BANGSBO, 2000). Porém deve-se saber, antes de explicar os sistemas, a importância do limiar de lactato que Neder e Nery (2003) definem como sendo um aumento súbito e sustentado da concentração de acido lático, que pode ser observado numa intensidade submáxima de exercício dinâmico progressivo; limiar ventilatório que é quando a ventilação começa a ter um aumento maior que o VO2 durante o esforço físico, devido a um aumento de pressão do CO2 no sangue venoso, a fim de normalizar a concentração dos gases O2 e CO2. O limiar anaeróbio é um termo de amplo conhecimento popular e diz respeito ao mesmo fenômeno do limiar de lactato e ventilatório (THOMPSON, 2004). O VO2 pode ser conceituado como o consumo de oxigênio corrente e VO2máx é o consumo máximo de oxigênio durante exercício dinâmico progressivo, que segundo o American Colllege of Sports Medicine (2000) é aceito como medida normativa de aptidão cardiorresepiratória. Sendo que, o consumo máximo de oxigênio (VO2 será à base dos testes propostos neste estudo. máx.) 15 7.1 Mitocôndrias As mitocôndrias são as usinas da célula, pois são as principais transformadoras de energias através de compostos orgânicos. Estas por sua vez têm alto potencial de capturar energia dos alimentos e convertê-las em energia celular. Este processo tem varias etapa é chamada de respiração celular, pois requer O2 para se concretizar (PORTH, 2004). As mitocôndrias são compostas por duas membranas: a primeira, mais externa esta envolvida na síntese de lipídios e metabolismo de ácidos graxos. A membrana mais interna contém as enzimas da cadeia respiratória e transporta as proteínas necessárias à síntese do ATP (PORTH, 2004). 7.2 Complexos fosfato-de-alta-energia Os substratos energéticos provenientes dos alimentos geram energia química potencial para que haja contração muscular, Neder e Nery (2003) expressão da seguinte maneira: A energia química potencial é primeiramente armazenada na porção terminal da molécula de adenosina trifosfato (ATP), sob forma de ligações fosfato-de-alta-energia (~PO4). A ATP, portanto, constitui a “moeda energética” orgânica: é através de sua hidrólise, por um complexo enzimático disponível na miozina muscular (ATPase) ,que suficiente energia livre ∆G é fornecida para a contração. 7.3 Sistema creatina – fosfocreatina (ATP - CP) Sua função é manter suprimento constante. Quando é solicitado o ATP é degradado virando ADP mais Pi isso faz com que se ative uma enzima denominada CK (creatina quinase) essa enzima libera o fosfato da creatina-fosfato (CP) e faz ele 16 se unir a ADP formando assim ATP novamente (WILMORE; COSTIL, 2001). Esse processo ocorre rapidamente, e por não necessitar a presença de O2 é considerado anaeróbio alático, ou seja, não produz ácido lático (DOUGLAS, 2002). Outro processo que pode ocorrer envolve duas moléculas de ADP, em situações de alta demanda energética duas moléculas de ADP se unem a partir do efeito de liberação da enzima adenilato cinase (AK) fazendo com que se forme no fim da reação ATP e AMP (NEDER; NERY, 2003). 7.4 Sistema glicolítico anaeróbio Esse processo necessita da presença de glicose e do glicogênio, tanto muscular quanto hepático, esses são convertidos em glicose-6-fosfato, só após desta última conversão que se inicia o sistema glicolítico anaeróbio. Ao final da reação é produzido ácido pirúvico, e como esse processo não utiliza O2 que determinaria o destino deste ácido pirúvico, então o mesmo se transforma em ácido lático produzindo também três moles de ATP (WILMORE; COSTIL, 2001). Por haver acúmulo de lactato esse processo é caracterizado como anaeróbico lático (DOUGLAS, 2002). Para cada 1 mol de glicose são produzidos 2 moles de ATP, e para cada 1 mol de glicogênio são produzidos 3 moles de ATP (PLATONOV, 2001). 7.5 Sistema aeróbio Enfim tem-se o processo final de produção de energia (WILMORE; COSTIL, 2001), esse por sua vez é mais complexo. Como há uma necessidade constante de energia durante provas de longa duração, esse processo se responsabiliza para a produção desta energia. Este processo se inicia através da glicólise aeróbia, esta por sua vez, se diferencia da anaeróbia pela presença de O2. Assim o ácido lático não se acumula, porém não inibe a ressíntese de ATP, devido a isso, 1 mol de glicogênio é transformado em 2 moles de ácido pirúvico. Após a produção do ácido 17 pirúvico proveniente da glicólise, esse com a presença do O2 será transformado em acetil coenzima A (Acetil CoA) (FOSS; KETEYIAN, 2000). Segundo Williams e Wilkins (1998), o piruvato é preparado para entrar no ciclo de Krebs pela associação com a coenzima A derivada da vitamina B (A se refere a ácido acético) para formar o composto de dois carbonos Acetil-Coa. Este é o ponto de entrada no ciclo de Krebs para todos combustíveis metabólicos. Já a regulação do metabolismo energético é descrita por (WILLIAMS; WILKINS, 1998, p. 109) da seguinte maneira: Em condições normais, a transferência de elétrons e subseqüente liberação de energia estão associadas intimamente a fosforilação do ADP. O controle regulador enzimático da glicólise e do Ciclo de Krebs é modulado por compostos que tanto inibem quanto ativam as enzimas nos pontos essenciais de controle nas vias oxidativas. Mais especificamente, ATP e NADH agem como inibidores enzimáticos, enquanto ADP e NAD+ funcionam como ativadores. Esses papéis fazem um sentido considerável, pois esse feedback químico faz com que o nível metabólico possa ajustar-se rapidamente às nessecidades energéticas das células. 7.5.1 Ciclo de Krebs Uma vez formado Acetil CoA esse penetra nas mitocôndrias para então iniciar o ciclo de Krebs (ciclo do ácido pirúvico) que após uma série de reações químicas para a oxidação desse ácido libera dois moles de ATP e dióxido de carbono (CO2) e hidrogênio (H+). 7.5.2 Cadeia de transporte de elétrons Após a liberação de H+, o mesmo se une a duas coenzimas que o transportam para a cadeia de transporte de elétrons, após ser clivado em prótons e elétrons o H+ se une ao O2 formando água controlando a acidificação, os elétrons que foram clivados fornecem energia para fosforilação do ADP formando ATP, 18 devido à necessidade de O2 esse processo se chama fosforilação oxidativa (WILMORE; COSTIL, 2001). 7.6 Fisiologia respiratória A fisiologia respiratória trata da respiração, onde Foss e Keteyian (2000) definem como: Os pulmões e todo o sistema respiratório têm como finalidade primária facilitar a permuta de O2 e CO2. Esta ainda pode ser dividida em quatro partes: ventilação pulmonar, difusão pulmonar, transporte de O2 e fisiologia respiratória do exercício, onde serão explicados a seguir: 7.7 Ventilação pulmonar Trata do movimento do ar para dentro e para fora dos pulmões (PORTH, 2004). Esse ar que entra irá ser levado até os alvéolos, onde ocorrerá a troca gasosa que será discutida mais tarde. Então, quando se tratar de ventilação pulmonar deve-se levar em consideração os gases atuantes e suas respectivas pressões, assim como, os músculos envolvidos para que se possa entender a mecânica pulmonar. Tratando da parte muscular Guyton e Hall (1997) afirmam que os pulmões podem ser cheios e esvaziados por dois mecanismos, o de movimento do diafragma para cima e para baixo, que fazem com que a caixa torácica se encurte ou se alongue, ou, pela elevação e abaixamento das costelas que fazem com que aumentam ou diminuem o diâmetro antero-posterior da caixa torácica. Leva-se em consideração que em repouso isso ocorre mais por conta do diafragma, que na inspiração se contrai gerando uma zona de baixa pressão que suga para baixo as superfícies inferiores dos pulmões, assim, enchendo-os de ar, e, o simples fato de relaxar faz com que durante a expiração as estruturas elásticas dos pulmões, da caixa torácica e dos músculos abdominais comprimam os pulmões. Durante o exercício este mecanismo de expiração não é eficiente necessitando assim da contração dos músculos abdominais. Já tratando de pressões, para a inspiração e expiração, quando o diafragma contrai, o mesmo diminui a pressão interna dos pulmões, em relação ao meio externo, fazendo o ar entrar nos pulmões equilibrando as pressões, após a inspiração o tórax esta expandido e as pressões são iguais, quando o tórax volta a 19 suas dimensões normais a pressão interna dos pulmões é maior que da atmosfera fazendo o ar sair para dos pulmões ocorrendo assim à expiração (WILMORE; COSTILL, 2001). Também se deve levar em consideração, que nem todo ar que é inspirado chega até os alvéolos, muito deste ar preenche o espaço do nariz, a faringe, a traquéia e os brônquios. Após a inspiração esse ar é expirado sem ter sido utilizado para troca gasosa, ou seja, esse ar se torna totalmente inútil tratando de oxigenação sangüínea, formando assim, nas passagens respiratórias, o que chamamos de espaço morto. Esse espaço corresponde aproximadamente a 150ml, o que significa que se o volume corrente é de normalmente 500ml, o ar que chega aos alvéolos é 350ml durante uma inspiração (GUYTON, 1988). Porém Berne e Levy (1996) falam que esse espaço morto pode ser medido, e que pode corresponder a 2ml/kg de peso corporal ideal. West (2002) concorda com Guyton (1988) quando trata de que a média do espaço morto é de 150ml podendo aumentar com inspirações mais forçadas, porém, também lembra que o mesmo pode ser mensurado levando em consideração o tamanho e postura do individuo. Os pulmões não diminuem de volume até ficarem completamente vazios de ar a cada expiração, isso se deve devido à caixa torácica se tornar mais rígida ao final de cada expiração (BERNE; LEVY, 1996). Dentro dos parâmetros ventilatórios estão os volumes e capacidades respiratórias que será abordado a seguir: 7.8 Volumes pulmonares Os registros dos volumes pulmonares são feitos pela expirometria, metodologia que será explicada mais adiante, que é um método simples e pratico de estudar a eficiência pulmonar (HESPANHA, 2005). 20 7.8.1 Volume minuto “A ventilação minuto ou volume minuto é o volume de ar que inspiramos ou expiramos durante um minuto. Freqüentemente é utilizado o ar expirado, sendo o produto do volume corrente pela freqüência respiratória”.(HESPANHA, 2005, p. 58). 7.8.2 Volume corrente “O volume corrente reflete a profundidade da respiração e compreende o volume de ar inspirado e expirado em cada ciclo respiratório”.(HESPANHA, 2005, p. 59). Normalmente esse volume corresponde a 500ml para cada ciclo respiratório (GUYTON, 1997). 7.8.3 Volume reserva inspiratório “É o volume de ar que ainda pode ser inspirado ao final da inspiração do volume corrente normal; usualmente vale cerca de 3.000ml”.(GUYTON, 1997, p. 438). 7.8.4 Volume reserva expiratório “É o volume de ar que, por meio de uma expiração forçada, ainda pode ser exalado ao final da expiração do volume corrente normal; normalmente, vale cerca de 1.100ml” (GUYTON, 1997, p. 438). 21 7.8.5 Volume residual “É o volume de ar que ainda permanece no interior dos pulmões após uma expiração máxima”. Não é medido diretamente, mas sim pela subtração CRF – VRE (capacidade residual funcional menos volume reserva expiratória). (HESPANHA, 2005, p. 59). 7.9 Capacidades pulmonares Para descrever alguns eventos do ciclo ventilatório, é às vezes necessário, conciderar dois ou mais volumes mencionados. Tais combinações constituem as chamadas capacidades pulmonares (GUYTON; HALL, 1997), e assim seguem: 7.9.1 Capacidade vital Berne e Levy (1996) mencionam que a capacidade vital é o maior valor que o volume corrente pode atingir. Porém a outras versões (GUYTON, 1988) diz ser uma medida de a pessoa inspirar e expirar ar, porém Guyton e Hall (1997) e Hespanha (2005) tratam desse assunto da seguinte forma: como sendo a soma do volume reserva inspiratório, volume corrente e volume reserva expiratório. E como sendo a maior quantidade de ar que uma pessoa pode expelir dos pulmões, após ter enchido completamente e esvaziado completamente. 7.9.2 Capacidade inspiratória “É igual à soma do volume corrente com volume reserva inspiratória. Essa quantidade de ar (cerca de 3.500ml) é aquela que a pessoa pode inspirar, partindo 22 do nível expiratório basal e enchendo ao Máximo os pulmões”.(GUYTON; HALL, 1997, p. 438). 7.9.3 Capacidade residual funcional “Volume de ar contido nos pulmões após uma expiração máxima, ou seja: é o volume que expressa a posição de equilíbrio entre a caixa torácica e os pulmões quando o organismo esta em repouso”.(HESPANHA, 2005, p. 60). 7.9.4 Capacidade pulmonar total É o maior volume que os pulmões podem alcançar ao final de um esforço inspiratório, essa capacidade é a soma da capacidade vital com o volume residual, e pode chagar a 5.800ml (GUYTON; HALL, 1997). 7.10 Difusão pulmonar Suas duas principais funções são: repor O2 no sangue, o qual é depletado a nível tecidual, onde ele é utilizado para produção oxidativa de energia; e remoção do CO2 do sangue venoso (WILMORE; COSTILL, 2001). A difusão ocorre simplesmente da movimentação aleatória das moléculas, em ambos os sentidos, da membrana alveolar. Assim para uma melhor compreensão dessa movimentação é importante um entendimento de pressões parcial dos gases que decidirá o sentido do fluxo e a velocidade que ocorrera a troca gasosa. A pressão de um gás é dada pelo impacto das moléculas em movimento contra a superfície, assim a pressão total desse gás esta diretamente relacionada com a concentração de suas moléculas. O sentido predominante da troca gasosa de um gás ocorre da área de maior pressão para a de menor pressão, referentes ao mesmo gás. Ou seja, quando o sangue 23 venoso chega aos pulmões sua concentração de O2 é mais baixa do que a que se encontra nos alvéolos, e a concentração de CO2 nos alvéolos é menor do que as que contêm no sangue venoso, assim, o O2 é difundido dos alvéolos para o sangue então arterial, e, o CO2 é difundido do sangue venoso para os alvéolos para ser expirado. O (O2) será então transportado para os tecidos (GUYTON; HALL, 1997). Para maior compreensão da difusão dos gases envolvidos na respiração, e um possível desequilíbrio na relação entre ventilação alveolar e fluxo sangüíneo pulmonar será dada uma noção sobre relação ventilação-perfusão (GUYTON; HALL, 1997). A relação ventilação-perfusão é expressa pelo símbolo Va/Q (GUYTON; HALL, 1997, p. 461) tem uma explicação completa sobre o assunto, e assim segue: Quando a Va (ventilação alveolar) é normal para um dado alvéolo e Q (fluxo sanguíneo) também é normal para esse mesmo alvéolo, diz-se que a relação ventilação-perfusão (Va/Q) nesse alvéolo também é normal. Contudo, quando a ventilação (Va) é nula e, o alvéolo ainda recebe perfusão (Q), a relação ventilação-perfusão desse alvéolo vale zero. No outro extremo, quando existe ventilação (Va) adequada, mas a perfusão é nula, então a relação Va/Q tem valor infinito. Quando a relação tem valor nulo ou infinito, não há, nos alvéolos afetados, trocas gasosas através da membrana respiratória, o que explica a importância desse conceito. 7.11 Transporte de O2 O (O2) é transportado pelo sangue sob duas formas, dissolvido no plasma ou em combinação com a hemoglobina. Quando dissolvido o (O2) é transportado em uma razão de 0,3 ml de O2 para 100 ml de sangue (WEST, 2002). Logo se repara uma necessidade de uma outra forma de transportar O2, que seria ligado à hemoglobina que é capaz de transportar 1,34ml de O2 pra cada 1g da mesma, isso faz com que ela seja responsável por 98 a 99% do transporte de O2 (PORTH, 2004). A hemoglobina combinada ao O2 é denominada oxiemoglobina e ao ser liberada esta passa a se chamar desoxemoglobina, sua concentração em 100ml de sangue é de 14 a 18g nos homens e de 12 a 16g nas mulheres (WILMORE; COSTILL, 2001). Este transporte deve ser eficaz, pois para a realização de trabalho físico, a captação e o transporte de O2 são de extrema necessidade à fosforilação oxidativa e à produção eficiente de ATP, a fim de atender as demandas metabólicas (THOMPSON, 2004). 24 7.12 Fisiologia respiratória do exercício Durante o exercício as exigências de trocas gasosas dos pulmões são aumentadas. O consumo de O2 em repouso é de 300 ml/mim, e pode subir para 3000ml/mim em um individuo moderadamente treinado, ou até 6000ml/mim em atletas de elite (WEST, 2002). Apesar de se acreditar que as pressões dos gases O2 e CO2 não variam muito durante o exercício, sabe-se que durante a atividade física há um aumento da ventilação, Guyton (1997) diz que esse aumento pode se dar devido a consideráveis variações entre as pressões dos gases, tanto na inspiração quanto na expiração, e diz também, que a hipóxia que se desenvolve nos músculos durante o exercício resulte no envio, para o centro respiratório, de sinais nervosos aferentes que estimulam a respiração. Quando uma pessoa começa a se exercitar, usualmente os fatores nervosos estimulam o centro respiratório quase que exatamente na medida certa para suprir a demanda extra de O2 e para eliminar o excesso de CO2 produzido. O consumo de O2 (VO2) aumenta, quase linearmente, com o grau de trabalho, até que o VO2 máx. seja atingido (WEST, 2002). 7.13 Fatores que afetam o VO2 máx. Pesquisadores na área de fisiologia do exercício têm estudado os fatores que implicam na potência aeróbia de um indivíduo e podem ser determinadas pelo sexo, idade e carga genética. Segundo Barrow e McGee (2003), A quantidade de oxigênio que pode ser consumida, medida em termos absolutos, aumenta rapidamente durante a infância, alcançando um pico na puberdade para ambos os sexos. Se, no entanto, o VO2 máx. é medido em ml. kg-1. min-1 , os valores dos meninos se mantêm constante entre 6 e 16 anos. Nesse mesmo período, os valores das meninas declinam, conforme a gordura corporal aumenta. À medida que as idades de homens e mulheres ultrapassam cerca de 25 anos, o VO2 máx. declina de 1% por ano. Manter-se ativo retarda, mas não evita esse declínio. 25 7.14 AVALIAÇÃO FÍSICA Um programa de treinamento aeróbio eficiente deve começar essencialmente por uma boa avaliação física, em uma avaliação, mede-se, testa-se e avalia-se um indivíduo ou um grupo. A avaliação é o processo de descrever subjetivamente, de forma qualitativa e quantitativa, um atributo de interesse. Também pode se referir coletivamente tanto para medida como para avaliação (BARROW; MCGEE, 2003). Medida é o processo de se determinar sistematicamente valores numéricos para um atributo de interesse (BARROW; MCGEE, 2003). Há muitas razões para se avaliar. A maioria dos comportamentos humanos intencionais que vinculam escolhas consiste de um processo de quatro passos: (a) estabelecer um critério, (b) realizar uma avaliação, (c) fazer interpretações com os dados da avaliação e (d) escolher entre as possíveis formas de ação. Muitas vezes, o aspecto de se processar uma tomada de decisão é informal1. 1 BARROW, W. H; MCGEE, G, R. Medidas e avaliação em Educação Física e Esportes. São Paulo: Barueri, 2003. 828 p. 26 8 METODOLOGIA Foram utilizados 2 dias para coleta de dados para o teste de Cooper, separando os indivíduos em grupos de 4 participantes, estes realizaram um teste de doze minutos (12 min.), seguindo o protocolo de Cooper, no qual foi avaliado: VO2 máx. Os indivíduos foram informados de como proceder durante o teste, onde os participantes devem correr ou andar a distância que puder percorrer em condições físicas confortáveis durante 12 minutos. Caso esses sentissem dificuldades em respirar confortavelmente, deveriam diminuir a marcha até que a facilidade de respirar fosse recuperada. Em seguida, corra outra vez, cobrindo a distância máxima que puder (COOPER, KENNETH; 1972). Os participantes foram avisados de que aos 11 minutos seria soados um silvo e os 12 minutos (termino do teste) seriam soados dois silvos, no momento em que os participantes ouvissem os dois silvos, os mesmo deveriam marcar o local onde estavam no momento, para em seguida aferir a distância percorrida. Para a realização do teste de Vai-Vem com protocolo de 20 metros, com velocidade inicial de 8 Km/h com aumento crescente de 0,5 Km/h a cada 1 minuto, foram utilizados 2 dias para a coleta dos dados, devido à incompatibilidade de um dos participantes os indivíduos foram divididos em um grupo de 3 pessoas no primeiro dia, e no dia seguinte um grupo de 5 pessoas. Este teste consiste no mesmo objetivo de avaliação do teste anterior, e os participantes, assim como, no teste anterior foram informados de como proceder podendo desistir do teste a qualquer momento. 8.1 Instrumentos 1. Aparelho de cd 2. Apito 3. Cd com o ritmo do teste 4. Cones 27 5. Cronômetro (Mondaine) 6. Fita Crepe 7. Pista de Atletismo 8. Trena 50 metros (Lufkin) 8.2 Fase de treinamento Não haverá fase de treinamento durante a realização desse estudo. 8.3 Seleção da amostra A seleção da amostra será intencional e por comodidade. Serão selecionados, para a realização dos testes, doze indivíduos (n = 8) entre eles sete (7) do sexo masculino e um (1) do sexo feminino, com média de idade entre 18 à 29 anos. Os indivíduos selecionados são fisicamente ativos e sem habito de tabagismo e alcoolismo. 8.4 Cuidados pré-teste Os indivíduos convidados para a realização dos testes foram informados de todos os procedimentos a serem realizados, bem como de seus riscos na realização. Os mesmos receberam um termo de consentimento (Apêndice A) onde todas as informações pertinentes aos testes estavam descritas, além de serem informados de uma possível publicação da pesquisa. Foi pedido aos participantes do teste que não realizassem atividade física vigorosa nas 24 horas que antecedessem os experimentos, e, que não utilizassem nenhuma substancia estimulante para a realização do teste. 28 Também foi importante o esclarecimento total de como os testes seriam realizados. Na hora da realização dos testes também era induzido que somente pessoas, as quais participavam da avaliação fiquem presentes. 8.5 Protocolos Existem hoje, dois métodos para avaliação da capacidade aeróbia máxima, direto e indireto. Os testes diretos ou laboratoriais, que aferem o VO2max são realizados em laboratório e são testes de esforço máximo de múltiplos estágios que é realizado em uma esteira ou em uma bicicleta ergométrica. O examinado corre ou pedala em cargas de trabalho cada vez maiores até a exaustão (BARROW, MCGEE; 2003). Durante a realização dos testes são examinadas as trocas gasosas do ciclo respiratório a fim de registrar quando o consumo de oxigênio alcançou o pico ou atingiu um platô. A decisão de se utilizar um ou outro teste direto depende muito das razões para execução do teste, do tipo de indivíduo a ser testado e da disponibilidade de equipamento e pessoal apropriados (ACSM, 2003). Em contra partida temos os testes indiretos ou testes de campo que além de ter um custo mais baixo, não necessita de avaliadores especializados por ter seus protocolos de fácil compreensão. Os testes de campo exigem um esforço explosivo assim como os testes laboratoriais e também são utilizados para predizer o VO2max. Porém existem vantagens e desvantagens, as vantagens dos testes de campo consistem no fato de poderem ser testados grandes números de indivíduos de cada vez e de ser necessário pouco equipamento. As desvantagens residem no fato de serem todos presumidamente testes máximos e, por sua própria natureza, não serem monitorados (ACSM, 2003). 29 8.6 Riscos Por se tratar de um teste de esforço Máximo, onde o individuo avisa quando não consegue mais prosseguir parando o teste, os riscos são insignificantemente baixos. O American Colege of Sports Medicine (2003) afirma que o risco de ocorrer morte durante a realização de um teste de esforço Maximo é inferior a 0,01%, e que os acidentes ocorrem por os responsáveis pelos testes não terem conhecimento necessário ou não estão preparados para realização do teste, bem como não terem tomado as medidas preventivas para a realização do mesmo. 8.7 Análise Estatística Para a realização do tratamento estatistico foi utilizado o software Excel e SPSS 11, no qual se utilizou teste t para amostras pareadas com nível de significância p≤0,05, para verificação do grau de correlação utilizou-se correlação de Pearson. 30 9 RESULTADOS A seguir serão mostrados os resultados obtidos durante a realização da pesquisa. Essa tem como objetivo correlacionar os dados coletados entre os testes de Cooper e Vai-Vem. A tabela 1 mostra a distância percorrida e o valor do VO2 max obtido no teste de Cooper: Equação de predição do VO2 máx em ml/kg/min teste aeróbio de 12 minutos de Cooper (DANTAS; 2003): vo2 max = dist. − 504,1 44,8 Na qual VO2 max = consumo máximo de oxigênio; e dist. = distancia em metros. Tabela 1- referente ao teste de Cooper de 12 minutos Nome Participante Distância percorrida (em metros) Consumo de Oxigênio (ml/ kg/min.) Indivíduo A 2,600 46,78 Individuo B 3,100 57,94 Individuo C 2,750 50,13 Individuo D 2,450 43,43 Individuo E 2,510 44,77 Individuo F 2,475 43,99 Individuo G 2,335 40,86 Individuo H 2,640 47,67 31 Os valores referentes a distancia percorrida e o VO2 max. No teste de VaiVem de 20 metros estão descritos na tabela 2 onde o valor do consumo de oxigênio foi obtido através da equação: (DUARTE; DUARTE, 2001). Y= -24,4 + 6,0 X Onde Y= VO2 em ml/kg/min; X= velocidade em km/h (no estágio atingido). Tabela 2 – referente ao teste de Vai-Vem de 20 metros Nome Participante Voltas Percorridas Consumo de Oxigênio ml/kg/min Indivíduo A 28 35,6 Individuo B 82 53,6 Individuo C 77 50,6 Individuo D 47 41,6 Individuo E 38 38,6 Individuo F 74 50,6 Individuo G 62 47,6 Individuo H 83 53,6 32 Será apresentada agora uma série de gráficos mostrando a comparação dos resultados do consumo de oxigênio de cada indivíduo com base nos testes aplicados. Consumo de Oxigênio ml/kg/min Grafico 1 - referente ao individuo A 50 40 30 20 10 0 Cooper Vai-Vem Consumo de Oxigênio ml/kg/min Grafico 2 - referente ao individuo B 60 58 56 54 52 50 Cooper Vai-Vem Consumo de Oxigênio ml/kg/min Grafico 3 - referente ao individuo C 50.8 50.6 50.4 50.2 50 49.8 Cooper Vai-Vem 33 Consumo de Oxigênio ml/kg/min Grafico 4 - referente ao individuo D 44 43.5 43 42.5 42 41.5 41 40.5 Cooper Vai-Vem Consumo de Oxigênio ml/kg/min Grafico 5 - referente ao individuo E 46 44 42 40 38 36 34 Cooper Vai-Vem Consumo de Oxigênio ml/kg/min Grafico 6 - referente ao individuo F 52 50 48 46 44 42 40 Cooper Vai-Vem 34 Consumo de Oxigênio ml/kg/min Grafico 7 - referente ao individuo G 50 48 46 44 42 40 38 36 Cooper Vai-Vem Consumo de Oxigênio ml/kg/min Grafico 8 - referente ao individuo H 56 54 52 50 48 46 44 Cooper Vai-Vem 35 A seguir, será mostrado no gráfico 9 dados dos resultados da média e desvio padrão de ambos os testes. Média e desvio padrão 60 50 ml/kg/min 40 Cooper 30 Vai e Vem 20 10 0 1 Foi realizada uma analise estatística para ver a significância dos resultados obtidos. Não houve valor de diferença significativa em nenhuma das variáveis. Tabela 3 – referente ao teste t para amostras pareadas Teste-t: duas amostras em par para médias Variável 1 Média Variância Observações Correlação de Pearson Variável 2 46,8875 46,475 27,86696429 48,69642857 8 8 0,441656507 Hipótese da diferença de média 0 gl 7 Stat t 0,175842426 P(T<=t) uni-caudal 0,432698259 t crítico uni-caudal 1,894577508 P(T<=t) bi-caudal 0,865396518 t crítico bi-caudal 2,36462256 36 10 DISCUSSÃO O principal objetivo deste estudo foi verificar se há correlação entre os testes indiretos (Cooper e Vai-Vem) para a predição da capacidade cardiorrespiratória em indivíduos fisicamente ativos estudantes de Educação Física. Após tratamento estatístico, confirmando a hipótese 1, não foram verificadas diferenças significativas de VO2 max, cuja média e desvio padrão dos indivíduos no teste de Cooper foi 48,89 ± 5,28, e no teste de Vai-Vem foi 46,48 ± 6,98. Souza et. al (2000) verificou através do teste de Vai-Vem, o VO2 max em atletas de handebol participantes da liga Nacional, obtendo o valor médio de 47,04 ± 1,82, esse resultado é significativamente igual ao encontrado no presente estudo. Grant et. al (1995), ao compararem os resultados de VO2max obtidos pelo teste de Cooper, shuttle run de multiestágios progressivos e pelo teste submáximo em bicicleta com medida direta em homens saudáveis, verificaram maior eficácia nos valores fornecidos pelo teste de Cooper. Confirmando resultados obtidos na realização deste estudo, quando correlacionados os valores de VO2max obtidos em ambos os testes, observou-se uma fraca correlação na medida dos testes indiretos. Correlação de Pearson Cooper 12 minutos Cooper 12 minutes Vai -Vem léger Pearson Correlation 1 .442 Sig. (2-tailed) .273 N Vai-Vem Léger 8 8 .442 1 Pearson Correlation Sig. (2-tailed) .273 N 8 8 37 Quanto aos valores obtidos na comparação entre os testes, é possível que a correlação dos resultados tenha sido fraca por não terem sido controladas determinadas variáveis como, temperatura ambiente, motivação e medidas antropométricas. Nos gráficos a seguir, será mostrado que a curva normal não apresentou uma distribuição gaussiana, tendendo a esquerda. Histogram 4 Frequency 3 2 1 Mean =46.8875 Std. Dev. =5.27892 N =8 0 40.00 45.00 50.00 Cooper 12 minutos . 55.00 60.00 38 4 Frequency 3 2 1 Mean =46.475 Std. Dev. =6.97828 N =8 0 36.00 39.00 42.00 45.00 48.00 51.00 54.00 vai e vem léger O fato das curvas não ter apresentando uma distribuição gaussiana pode estar relacionado ao reduzido n amostral, o que pode comprometer, sobremaneira, os achados do presente estudo. Sugere-se que futuramente aumente-se o número de sujeitos desse estudo. 39 11 CONCLUSÃO Pode-se concluir que os testes aeróbios de corrida de Cooper de 12 minutos e Vai-Vem de 20 metros são testes simples, que permitem serem aplicados a pessoas de diferentes condições cardiorrespiratórias, que em termos educacionais é válido, pois leva o avaliado a conhecer seu corpo em situações de esforço máximo, levando ao conhecimento das suas limitações fisiológicas no presente momento. Já para o avaliador, são bons instrumentos de avaliação e podem ser utilizados em escolas, clubes e por personal treinners, público alvo dessa pesquisa. Após analise estatística dos dados, execução dos procedimentos para coleta de dados e elaboração do referencial teórico, foi possível observar que para atingir um resultado conciso é necessário um n superior ao utilizado no presente estudo. Entre tanto, os resultados mostraram a confirmação da hipótese de que não haveria diferença estatisticamente significativa entre os testes de Cooper e Vai-Vem na predição cardiorrespiratória de indivíduos estudantes de Ed. Física fisicamente ativos da PUCRS. 40 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AMERICAN COLLEGE OF SPORTS MEDICINE. Diretrizes do ACSM para os testes de esforço e sua prescrição. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2003. 239 p. AMORIM, P. R. S; GOMES, T. N. P. Gasto Energético na Atividade Física: pressupostos, técnicas de medidas e aplicabilidade. Rio de janeiro: Shape, 2003. 214p. BARROW, W. H; MCGEE, G, R. Medidas e avaliação em Educação Física e Esportes. São Paulo: Barueri, 2003. 828 p. BERNE, R. M.; LEVY, M. N. Fisiologia. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1996. 988 p. COOPER, KENNETH. H. Educação Física Mundial: Técnicas Modernas. New York, USA: Fórum, 1972. 213 p. DANTAS, E. H. M. A prática da preparação física. 5. ed. Rio de Janeiro: Shape, 2003. 463 p. DOUGLAS, C. R. Tratado de fisiologia aplicada à nutrição. São Paulo: Robe, 2002. 1046 p. DUARTE, M. F. S; DUARTE, C. R. Validade do teste aeróbio de corrida de vai-evem de 20 metros. Revista Brasileira de Ciências e Movimento, Brasília, v. 9, n. 3, p.07-14, julho 2001. FOSS, M. L.; KETEYIAN, S. J. Bases fisiológicas do exercício e do esporte. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2000. 560 p. GARRETT, W. E.; KIRKENDALL, D. T. A ciência do exercício e dos esportes. Porto Alegre: Artmed, 2003. 911 p. GOMES, A. C. Treinamento desportivo: estrutura e periodização. Porto Alegre: Artmed, 2002. 205 p. 41 GRANT, S. et. al. A comparison of methods of predicting maximum oxygen uptake. Br J Sports Med 1995;29:147-52. GUYTON, A. C. Fisiologia Humana. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1998. 564p. GUYTON, A. C.; HALL, J. E. Tratado de fisiologia médica. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1997. 1014p. HESPANHA, R. Ergometria: bases fisiológicas e metodologia para a prescrição do exercício. Rio de Janeiro: Rubio, 2005. 511p. NEDER, A. J.; NERY, L. Fisiologia clínica do exercício teoria e prática. São Paulo: Artes Médicas, 2003. 404p. PORTH, C. M. Fisiopatologia. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2004. 2004p. PLATONOV, V. N. Teoria geral do treinamento desportivo olímpico. Porto Alegre: Artmed, 2001. 638p. REILLY, T.; BANGSBO, J. O treinamento das capacidades aeróbia e anaeróbia. In: ELLIOT, B.; MESTER, J. (Edit.). Treinamento no esporte: aplicando ciência no esporte. São Paulo: Phorte, 2000. p407-468. SOUZA, J. et al. Evolução da potência aeróbia máxima em atletas de handebol adulto durante o período de preparação. Revista Treinamento Desportivo. v.5, n. 2, 2000. THOMPSOM, P. D. O exercício e a cardiologia do esporte. São Paulo: Manole, 2004. 485p. WEST, J. B. Fisiologia respiratória. Barueri: Manole, 2002. 199p. WILMORE, J.; COSTILL, D. L. Fisiologia do esporte e do exercício. São Paulo: Manole, 2001. 709p. 42 WILLIAMS; WILKINS. Fisiologia do Exercício: Energia, Nutrição e Desempenho Humano. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1998. 694p. 43 APÊNDICE A – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido ESTUDO COMPARATIVO ENTRE TESTES CARDIORRESPIRATÓRIOS (COOPER E VAI-VEM). O Sr (a) fará dois testes em pista de atletismo que servirá para uma análise do VO2 máximo. O Sr (a) será encorajado a correr até o máximo cansaço ou desconforto possível. Os testes só servem quando há um esforço máximo, ou seja, o Sr (a) só deverá parar de correr quando não houver mais fôlego, força nas pernas ou se houver dor no peito. O Sr (a) tem toda liberdade de interromper os testes a qualquer momento. O ritmo do coração será observado a todo o momento bem como sua respiração. Se houver qualquer mal estar, ou alteração no ritmo cardíaco, o teste será interrompido para possível tratamento necessário. Estes testes serão feitos pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul e não há relação alguma com qualquer instituição financeira ou empresa particular. Existe a possibilidade de certas alterações durante o teste: de pressão arterial (para mais ou para menos), dos batimentos cardíacos, dores no peito e, muito raramente, arritmias e ataques cardíacos. Como citado acima, o Sr (a) poderá, a qualquer momento, interromper os testes. As informações obtidas nos seus testes servirão para o estudo do VO2 máximo, a fim de verificar se existe alguma diferença entre o teste de Cooper e o teste de Vai-Vem. Fica aqui afirmado que o Sr (a) não receberá quaisquer benefícios financeiros, autorizando a realização dos testes e a sua publicação. Lembramos, também, que o Sr (a) terá toda a liberdade para obter qualquer informação adicional referente aos testes. Eu,......................................................... (voluntário ou responsável) fui informado dos objetivos da pesquisa acima de maneira clara e detalhado. Recebi informação a respeito do tratamento recebido e esclareci minhas dúvidas. Sei que 44 em qualquer momento poderei solicitar novas informações e modificar minha decisão se assim eu o desejar. O professor Jonas Gurgel certificou-me de que todos os dados desta pesquisa referentes a mim serão confidenciais e terei liberdade de retirar meu consentimento de participação na pesquisa, face a estas informações. Fui informado que caso existam danos à minha saúde, causados diretamente pela pesquisa, terei direito a tratamento médico e indenização conforme estabelece a lei. Caso o Sr (a) tenham perguntas sobre este estudo, podem chamar o professor Jonas Gurgel, pelo telefone 51 81319934 ou por e-mail [email protected] _____________________________ Assinatura do participante Identidade nº _____________________________ Assinatura do médico _________________________ ________________________ Assinatura de testemunha Porto Alegre, _______de____________________de 2006. 45 ANEXO – Questionário do nível de atividade física regular (NEDER; NERY, 2003) QUETIONÁRIO DO NÍVEL DE ATIVIDADE FÍSICA REGULAR NOME:_________________________________________________________ SEXO:__________________________ IDADE:_________________________ A) OCUPAÇÃO P1) Qual sua principal ocupação (descrever): __________________________ 1 Trabalho em escritório, motorista, vendas, lecionando, estudando, em casa, médico/ paramédico, outra profissão de nível universitário, segurança. 3 Trabalho fabril, encanador, carpinteiro, serralheiro, mecânica. 5 Construção civil, pedreiro, marceneiro, carregador. P2) No trabalho, o Sr (a) se senta: 1 nunca 2 raramente 3 algumas vezes 4 freqüentemente 5 sempre P3) No trabalho, o Sr(a) fica de pé: 1 nunca 2 raramente 3 algumas vezes 4 freqüentemente 5 sempre P4) No trabalho, o Sr (a) anda: 1 nunca 2 raramente 3 algumas vezes 4 freqüentemente 5 sempre 46 P5) No trabalho, o Sr(a) carrega objetos pesados: 1 nunca 2 raramente 3 algumas vezes 4 muito freqüentemente 5 sempre P6) Depois do trabalho, o Sr(a) se sente fisicamente cansado(a): 1 nunca 2 raramente 3 algumas vezes 4 muito freqüentemente 5 sempre P7) No trabalho, o Sr(a) se esforça a ponto de suar: 1 nunca 2 raramente 3 algumas vezes 4 freqüentemente 5 muito freqüentemente P8) Em comparação com outras pessoas do seu convívio e da mesma idade, o Sr(a) acha que seu trabalho é fisicamente: 1 muito mais leve 2 mais leve 3 da mesma intensidade 4 mais intenso 5 muito mais intenso ÍNDICE OCUPACIONAL = [ P1 + (6-P2) + P3 + P4 + P5 + Pֹ ◌ֹ + P7 + P8] ÷ 8 = B) ESPORTES 47 P9) O Sr( a) pratica algum esporte: SIM ( ) NÃO ( ) P9a) No caso de resposta afirmativa: INTENCIDADE Qual esporte pratica mais freqüentemente: 0,76 bilhar, boliche, vela, outro esporte sem deslocamento corporal ativo 1,26 ciclismo, dança, natação, tênis, vôlei, caminhada 1,76 basquete, boxe, futebol, canoagem, ginástica, corrida, musculação TEMPO Quantas horas por semana: 0,5 <1 1,5 1-2 2,5 2-3 3,5 3-4 4,5 > 4 PROPORÇÃO Quantos meses por ano: 0,04 < 1 0,17 1-2 0, 42 4-6 0,67 7-9 0,92 > 9 P9a = INTENCIDADE x TEMPO x PROPORÇÃO = _____________________ P9b) O Sr(a) pratica um segundo esporte: 0,76 bilhar, boliche, vela, outro esporte sem deslocamento corporal ativo 1,26 ciclismo, dança, natação, tênis, vôlei, caminhada 1,76 basquete, boxe, futebol, canoagem, ginástica, corrida, musculação 48 TEMPO Quantas horas por semana: 0,5 < 1 1,5 1-2 2,5 2-3 3,5 3-4 4,5 > 4 PROPORÇÃO Quantos meses por ano: 0,04 < 1 0,17 1-3 0,42 4-6 0,67 7-9 0,92 > 9 P9b = INTENCIDADE x TEMPO x PROPORÇÃO = ___________________ P9 = P9a + P9b = _____________ 1 0 2 0,01 -< 4 3 4- < 8 4 >8 P10) Em comparação com outras pessoas de seu convívio e de mesma idade, o Sr(a) acha que sua atividade durante o lazer é: 1 muito menor 2 menor 3 da mesma intensidade 4 maior 5 muito maior P11) Durante o lazer, o Sr(a) se esforço a ponto de suar: 49 1 nunca 2 raramente 3 algumas vezes 4 freqüentemente 5 muito freqüentemente P12) Durante o lazer, o Sr(a) pratica esportes: 1 nunca 2 raramente 3 algumas vezes 4 freqüentemente 5 muito freqüentemente ÍNDICE DE ATIVIDADE ESPORTIVA = [ P9 + P10 + P11 + P12 ] ÷ 4 = __ C) LAZER P13) Durante o lazer, o Sr(a) se exercita: 5 nunca 4 raramente 3 algumas vezes 2 freqüentemente 1 muito freqüentemente P14) Durante o lazer, o Sr(a) anda a pé: 1 nunca 2 raramente 3 algumas vezes 4 freqüentemente 5 muito freqüentemente P15) Durante o lazer, o Sr(a) anda de bicicleta: 1 nunca 2 raramente 3 algumas vezes 50 4 freqüentemente 5 muito freqüentemente P16) Quantos minutos por dia, habitualmente, o Sr(a) anda a pé ou de bicicleta, indo e voltando do trabalho, escola ou compras: 1 <5 2 5-15 3 15-30 4 30-45 5 > 45 ÍNDICE DE ATIVIDADE NO LAZER = [(6-P13) + P14 + P15 + P16] ÷ 4 = ___ ÍNDICE a) Ocupacional b) Atividade Esportiva c) Atividade no Lazer TOTAL ABSOLUTO (a + b + c) TOTAL MÉDIO (a + b + c / 3) VALOR