(UFV 2008)
A revolução sem fim de Dawin
(Revista Veja - 09/05/07)
A história da viagem dele é quase tão conhecida e
reverenciada quanto a de Cristóvão Colombo. O naturalista
inglês Charles Darwin iniciou em 1831 uma viagem pelo
mundo a bordo do Beagle, um pequeno navio de exploração
científica. Quando voltou à Inglaterra, cinco anos depois, ele
trazia na bagagem um conjunto de idéias revolucionárias que
mudariam para sempre a geografia da alma humana tanto
quanto Colombo mudou a geografia terrestre. Darwin, como se
sabe, é o autor da teoria da evolução. A histórica viagem de
Darwin é o tema central de uma imponente exposição que leva
o seu nome, inaugurada na semana passada no Museu de Arte
de São Paulo (Masp), e que permanecerá em cartaz até 15 de
julho.
A mostra, montada pela primeira vez em 2005, no Museu
Americano de História Natural, em Nova York, reúne
reproduções de mais de 400 itens relacionados ao naturalista
e à sua viagem no Beagle, entre animais, plantas, fósseis e
paisagens. A exposição atrai sobre Darwin a atenção que ele
merece como um herói da razão e um inimigo da superstição
e da ignorância.
Tamanha foi a força das revelações de Darwin sobre a
origem e a transformação do mundo animal, das plantas e, em
especial, da humanidade, que quase ninguém consegue ter
uma visão muito clara hoje em dia de como se pensavam
essas coisas antes dele. Poucas revoluções tiveram esse
poder. A prova de que a Terra é redonda é uma delas. Parece
natural hoje em dia nos vermos habitando uma esfera que gira
sobre o próprio eixo e em torno do Sol. Mas por milênios se
acreditou em uma Terra plana como um campo de futebol
sustentada pelos ombros fortes de um titã que se apóia sobre
os cascos de tartarugas.
A evolução lenta das espécies ao longo das eras formando
linhagens que desembocam nos atuais seres vivos. Isso é
o Darwin. Antes dele? Acreditava-se na versão religiosa
segundo a qual por volta do ano 4004 a.C., de uma só
tacada, Deus criou o homem, a mulher e os demais seres
vivos exatamente como eles são agora. Essa visão prédarwinista, que só sobrevive dentro dos círculos
religiosos, tem conseguido ultimamente uma projeção
assustadora. À luz desse retrocesso, relembrar as
conquistas de Darwin torna-se um imperativo.
Dos fragmentos abaixo assinale aquele que NÃO apresenta
uma crítica feita pelo autor à visão pré-darwinista sobre a
origem das espécies:
a) “A exposição atrai sobre Darwin a atenção que ele
merece como um herói da razão e um inimigo da
superstição e da ignorância.”
b) “Acreditava-se na versão religiosa segundo a qual por
volta do ano 4004 a.C., de um só tacada, Deus criou o
homem[...]”
c) “à luz desse retrocesso, relembrar as conquistas de
Darwin torna-se um imperativo.”
d) “O naturalista inglês Charles Darwin iniciou em 1831 uma
viagem pelo mundo a bordo do Beagle, um pequeno navio
de exploração científica.”
Levando em conta as características do gênero discursivo
MAPA, assinale o comentário INCORRETO:
a) Aparece exposta no mapa a rota da expedição que Darwin
realizou a bordo do Beagle, nome da embarcação utilizada pelo
cientista em sua viagem.
b) Além de servir para descrever a aventura do Beagle, o mapa é
utilizado também para divulgar entre os leitores da revista as
experiências de Darwin como jovem naturalista e geólogo.
c) Comparando as informações dispostas no texto jornalístico
com aquelas informadas nos fragmentos que compõem o mapa,
estes apresentam os verbos nos tempos do passado,
configurando uma das características do texto argumentativo.
d) Mesmo que as informações textuais no mapa caracterizem–se
como sequências narrativas, revela-se ainda um ponto de vista
do autor, quando ele diz, por exemplo, “Espantado com
estranha fauna”, pois para outro autor poderia ser “admirado
com a estranha fauna”, ou mesmo “assombrado com a estranha
fauna”.
Das afirmativas abaixo, assinale aquela que expressa
CORRETAMENTE o sentido da charge:
a) A teoria da evolução estabelece que todos os seres vivos
evoluíram de organismos menos sofisticados ao longo do
tempo, o que vai ao encontro das crenças religiosas.
b) A ideia de que há participação de elementos metafísicos
na criação do mundo e consequentemente na determinação
das características dos seres vivos retifica a visão das
doutrinas religiosas.
c) A relação ancestral entre os organismos, o surgimento de
novas características nas espécies e o mecanismo da
seleção natural ratificam, na charge, a visão do Papa sobre a
origem das espécies.
d) A ideia de que os seres humanos se originaram e
evoluíram dos primatas contradiz os preceitos morais e
religiosos defendidos pelo Papa.
O Coveiro ( Millôr Fernandes)
"Ele foi cavando, cavando, cavando, pois sua profissão - coveiro - era
cavar. Mas, de repente, na distração do ofício que amava, percebeu que
cavara demais.Tentou sair da cova e não conseguiu. Levantou o olhar para
cima e viu que sozinho não conseguiria sair. Gritou. Ninguém atendeu.
Gritou mais forte. Ninguém veio. Enrouqueceu de gritar, cansou de
esbravejar, desistiu com a noite. Sentou-se no fundo da cova, desesperado.
A noite chegou, subiu, fez-se o silêncio das horas tardias. Bateu o frio da
madrugada e, na noite escura, não se ouviu um som humano, embora o
cemitério estivesse cheio de pipilos e coaxares naturais dos matos. Só
pouco depois da meia-noite é que vieram uns passos. Deitado no fundo da
cova o coveiro gritou. Os passos se aproximaram. Uma cabeça ébria
apareceu lá em cima, perguntou o que havia: "O que é que há?"
O coveiro então gritou, desesperado: "Tire-me daqui, por favor. Estou
com um frio terrível!" ... "Mas, coitado!" - condoeu-se o bêbado - "Tem toda
razão de estar com frio. Alguém tirou a terra de cima de você, meu pobre
mortinho!" E, pegando a pá, encheu-a e pôs-se a cobri-lo cuidadosamente.
Moral: Nos momentos graves é preciso verificar muito bem para quem se apela."
(UFSJ – 2008)
O outro tipo de viagens que nos amedrontam diz respeito
àquelas em que o terror se aloja no veículo. Já vi ônibus com
barata e carro com goteiras. Isso dá aflição. Mas, inesquecível
foi quando eu tive que pegar um monomotor em Cuiabá, a
fim de seguir para o Norte do País. Ele foi até a cabeceira da
pista e ... partiu para o tudo ou nada. Suas asas balançavam,
não sei se imitando o vôo dos pássaros ou por falta de
manutenção mesmo.
O avião conseguiu subir. Lá no alto, falei ao piloto: Esse
negócio aqui não cai não? O piloto, então, me deu uma
resposta digna de aviador: Pode ficar sossegado, amigo. Só
cai um avião desse por ano. E o desse ano já caiu!...
(José Antônio Oliveira de Resende – Folha das Vertentes – dez/04)
Na passagem “O piloto, então, me deu uma resposta
digna de aviador...”, temos que
A) “aviador”, sinônimo de piloto, foi usado para não repetir
a mesma palavra no texto.
b) A ironia devido ao uso do adjetivo “digna” foi
caracterizada na resposta do piloto.
c) A carga semântica do substantivo “aviador” e do
adjetivo “digna” cria um efeito de ironia.l
d) O adjetivo “digna” apenas expressa a expectativa do
autor sobre a resposta do piloto.
Essa campanha publicitária relaciona-se
diretamente com a seguinte afirmativa:
A figura abaixo é parte de uma
campanha publicitária.
(FONTE: Com Ciência Ambiental
nº- 10. abr/2007)
A) O comércio ilícito da fauna silvestre,
atividade de grande impacto, é uma ameaça
para a biodiversidade nacional.
B) A manutenção do mico-leão-dourado em
jaula é a medida que garante a preservação
dessa espécie animal.
C) O Brasil, primeiro país a eliminar o tráfico do
mico-leão-dourado, garantiu a preservação
dessa espécie.
D) O aumento da biodiversidade em outros
países depende do comércio ilegal da fauna
silvestre brasileira.
E) O tráfico de animais silvestres é benéfico para
a preservação das espécies, pois garante-lhes a
sobrevivência.
(UFJF 2008)
A perspectiva da liberdade (Fragmento I)
“Não é incomum os casais discutirem a possibilidade de
ganhar mais dinheiro, mas uma conversa sobre esse assunto
por volta do século VIII a.C. é especialmente interessante.
Nessa conversa,
narrada
no texto
em sânscrito
Brihadaranyaka Upanishad, uma mulher chamada Maitreyee e
seu marido, Yajnavalkya, logo passam para uma questão
maior do que os caminhos e modos de se tornarem mais
ricos: Em que medida a riqueza os ajudaria a obter o que eles
desejavam? Maitreyee quer saber se, caso “o mundo inteiro,
repleto de riquezas”, pertencesse só a ela, isso lhe daria a
imortalidade. “Não”, responde Yajnavalkya, “a sua vida seria
como a vida das pessoas ricas. Não há, no entanto, esperança
de imortalidade pela riqueza.” Maitreyee comenta: “De que me
serve isso, se não me torna imortal?.”
(SEN, A. Desenvolvimento como liberdade. Tradução de Laura Teixeira
Motta. São Paulo: Companhia das Letras, 2000, p. 27-29)
O principal objetivo comunicativo do Texto I é:
a) relacionar o fator longevidade com a posse de bens e
de riqueza material.
b) discutir as dificuldades pelas quais passam os casais
para acumular bens.
c) demonstrar que a riqueza não pode comprar a
felicidade em nossas vidas.
d) apresentar as implicações que a renda pode ter na
vida dos indivíduos.
e) expor os principais problemas enfrentados pelas
classes menos favorecidas.
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