ORÇAMENTO DO ESTADO PARA 2004 Enquadramento Externo da Economia Portuguesa em 2004 Expectativas de recuperação da actividade económica nos EUA parecem consolidar-se; A economia japonesa, não obstante um crescimento superior ao esperado, parece ainda sofrer dos problemas estruturais no sector financeiro; Na UE, embora as expectativas apontem para uma recuperação económica, esta apenas deve iniciar-se no segundo semestre do ano corrente, para se consolidar gradualmente no decurso do próximo ano; O início da recuperação económica comporta graus de incerteza, mas estes parecem apontar sobretudo no sentido ascendente Enquadramento Externo da Economia Portuguesa em 2004 Indicador Avançado da Actividade Económica (Taxa de variação, em %) 12 10 8 6 4 2 0 -2 -4 -6 -8 Ago-03 Mai-03 Fev-03 Nov-02 Ago-02 Mai-02 Fev-02 Nov-01 Ago-01 Mai-01 Fev-01 Nov-00 Ago-00 Mai-00 Fev-00 EUA Japão Área do Euro Fonte: OCDE PIB (Taxa de crescimento real, em %) Setembro 2003 2001 2002 2003 2004 EUA 0.3 2.4 2.6 3.9 Japão 0.4 0.2 2.0 1.4 UE-15 1.7 1.1 0.8 2.0 Área do Euro 1.5 0.9 0.5 1.9 Economias Avançadas 1.0 1.8 1.8 2.9 Economia Mundial 2.4 3.0 3.2 4.1 Fonte: FMI, World Economic Outlook, Setembro 2003. Evolução da Economia Portuguesa Em 2003, a economia nacional prosseguiu a sua trajectória de correcção dos profundos desequilíbrios macroeconómicos, sem o que não estaria em condições de retomar um crescimento económico sustentável; A retoma do crescimento económico iniciada este ano tornar-se-á mais nítida em 2004; O PIB, no entanto, deverá registar um ritmo de crescimento inferior ao da média europeia, reflectindo a necessidade de continuação inadiável do processo de ajustamento interno; A projecção para o PIB está largamente dependente do crescimento real das exportações; ..//.. Evolução da Economia Portuguesa Prevê-se uma moderada recuperação do consumo privado e da formação bruta de capital fixo; O consumo público deverá registar nova redução em termos reais, em resultado da política de contenção prosseguida pelo Governo; A projecção para o crescimento real do PIB situa-se entre 0,5% e 1,5%; A evolução prevista no mercado do emprego sugere um crescimento ligeiramente positivo do emprego, mas a taxa de desemprego deverá registar ainda um agravamento, embora moderado; A taxa de inflação média anual deverá diminuir para um valor entre 1,5% e 2,5% Evolução da Economia Portuguesa Despesa Nacional (Taxas de crescimento em volume, %) 2002 (Em % do PIB) Consumo Privado Consumo Público Investimento (FBCF) Procura Interna Exportações Procura Global Importações PIB 61.0 21.1 25.4 107.6 30.0 137.6 37.6 100.0 2001 2002 2003 1.3 3.4 0.1 1.3 1.9 1.4 0.9 1.7 0.6 2.8 -5.2 -0.5 2.1 0.1 -0.4 0.4 [-1; -1/2] [-1 1/2; -1] [-8; -6] [-3; -2] [2 1/2; 3 1/2] [-1 1/2; -1/2] [-2 3/4; -3/4] [-1; -1/2] Fontes: 2001-2002, INE - Contas Nacionais Trimestrais; 2003: estimativa anual do Ministério das Finanças Indicador Avançado da Actividade Económica (Taxa de variação, em %) Ago-03 Mai-03 Fev-03 Nov-02 Ago-02 Mai-02 Fev-02 Nov-01 Portugal Fonte: OCDE Salários e Produtividade (Índice 1999=100) 115 110 105 Salários reais Fontes: INE e Ministério das Finanças. p – previsão. Produtividade 2003p 2002 2001 1999 100 2000 área do euro Ago-01 Mai-01 Fev-01 Nov-00 Ago-00 Mai-00 Fev-00 Nov-99 Ago-99 Mai-99 Fev-99 10 8 6 4 2 0 -2 -4 -6 -8 -10 Índice Harmonizado de Preços no Consumidor (Taxa de variação homóloga em %) Diferencial (em p.p.) Não Transaccionáveis Set-03 Jul-03 Mai-03 Mar-03 Jan-03 Nov-02 Set-02 Jul-02 Mai-02 Mar-02 Jan-02 Nov-01 Set-01 Jul-01 Mai-01 Mar-01 7.0 6.0 5.0 4.0 3.0 2.0 1.0 0.0 -1.0 Jan-01 7.0 6.0 5.0 4.0 3.0 2.0 1.0 0.0 -1.0 Transaccionáveis Agregado da Balança Corrente e de Capital (Saldo em % do PIB) 1999 0 -1 -2 -3 -4 -5 -6 -7 -8 -9 -10 2000 2001 2002 2003p 2004p Perspectivas da Economia Portuguesa Cenário macroeconómico (Taxas de variação, em %) 2004 Previsão Taxas de variação em volume Consumo Privado Consumo Público Investimento (FBCF) Procura Interna Exportações Procura Global Importações PIB Por memória: Deflator do PIB Deflator do Consumo Privado Fonte: Ministério das Finanças. [0; 1] [-3/4; -1/4] [1; 4] [0; 1 1/2] [4 1/2; 6 1/2] [1 1/4; 2 3/4] [2 3/4; 5 1/2] [1/2; 1 1/2] [2; 3] [1 1/2; 2 1/2] Trajectória da Consolidação Orçamental Saldo Global das AP em % do PIB 0% -2% -4% -6% 2001 2002 2003 2004 2005 2006 Actual -4.2% -2.7% -2.9% -2.8% -2.2% -1.5% PEC 2003-2006 -4.2% -2.8% -2.4% -1.9% -1.1% -0.5% Trajectória da Consolidação Orçamental Saldo Global das AP corrigido do ciclo em % do PIB 1% 0% -1% -2% -3% 2002 2003 2004 2005 2006 Ac tua l -2.7% -1.7% -1.2% -0.6% -0.1% P EC 2003-2006 -2.6% -1.5% -0.7% 0.1% 0.4% Transferências do Estado para a Educação (%do PIB) Transferências do Estado para o SNS (% do PIB) Educação não Superior 0.9 4.1 4.0 2002 4.2 2003 4.1 2004 0.9 0.8 0.8 0.8 4.6 4.4 4.0 3.9 3.8 2002 2003 2004 2005 2006 4.1 2005 2006 Transferências do Estado para os sistemas de Segurança Social (% do PIB) T ranf. do Estado p/ Seg. Social Tranf. p/ Ensino Superio r Restante Despesa Primária da Administração Central (%do PIB) Tranf. do Estado p/ CGA 1.8 2.1 2.3 2.3 2.3 2.6 2.7 3.0 3.2 3.1 2002 2003 2004 2005 2006 17.5 16.6 16.4 15.5 15.3 2002 2003 2004 2005 2006 Orçamento do Estado para 2004 Ideia-chave: Manter o rigor para garantir e fortalecer a retoma económica; O melhor contributo que a política orçamental pode dar para o crescimento consiste em consolidar as finanças públicas; Mais despesa pública não contribui para a resolução de nenhum dos problemas com que se debate a economia portuguesa; Ganhos resultantes da política de consolidação orçamental permitem concretizar a intenção de redução da taxa de IRC de 30 para 25%, importante para melhorar a competitividade fiscal e promover o investimento e as exportações; ..//.. Orçamento do Estado para 2004 Outros desagravamentos fiscais se seguirão no decurso da legislatura, à medida que prossiga o programa de consolidação orçamental; O défice orçamental deverá situar-se em 2,8% do PIB, implicando uma redução importante do défice ajustado dos efeitos do ciclo económico; A despesa corrente sem transferências de natureza social, fruto das medidas de contenção e de racionalização, assim como do efeito das medidas estruturais, aumentará menos que o crescimento nominal do PIB; Em matéria de despesas de funcionamento, o Governo volta a apostar em forte contenção; ..//.. Orçamento do Estado para 2004 Despesa de investimento implica reorientação para projectos com maior impacto no potencial produtivo da economia e adequa-se ao objectivo de garantir a execução de projectos cofinanciados; Em termos sectoriais, foi dada especial prioridade aos investimentos na ciência e tecnologia, cultura, combate à fraude e evasão fiscais e desenvolvimento da Sociedade da Informação e do Governo Electrónico; Receita fiscal cresce 3,5%; Além da baixa da taxa de IRC, são aprovadas várias medidas no domínio da luta contra a fraude e evasão fiscais; Não há novos benefícios fiscais Execução em 2003 Administrações Públicas em % do PIB (óptica da Contabilidade Nacional) 2002 Receita Corrente Despesa Corrente Consumo Intermédio Despesas com pessoal Prestações Sociais Juros Subsídios Outras Despesas Correntes Receitas de Capital Receita Total Formação Bruta Capital Fixo Outra Despesas Capital Total Despesa Capacid. (+)/Nec. (-) Financ. Líquido 2003 41.3 41.3 4.4 15.4 14.7 3.0 1.5 2.3 2.0 43.3 3.4 1.3 46.0 -2.7 40.3 42.0 4.0 14.8 16.2 2.9 1.7 2.4 3.8 44.1 3.5 1.5 47.0 -2.9 Variação em p.p. do PIB -1.0 0.7 -0.4 -0.6 1.5 -0.1 0.3 0.1 1.8 0.7 0.1 0.2 1.0 -0.2 Orçamento para 2004 Evolução em Contabilidade Nacional: do défice global em 0,1 p.p. do PIB da receita total em 0,3 p.p. do PIB da despesa total em 0,4 p.p. do PIB da despesa primária em 0,5 p.p. do PIB do défice global corrigido do ciclo em 0,5 pp. do PIB Orçamento para 2004 Administrações Públicas em % do PIB (óptica da Contabilidade Nacional) Receita Corrente Despesa Corrente Consumo Intermédio Despesas com pessoal Prestações Sociais Juros Subsídios Outras Despesas Correntes Receitas de Capital Receita Total Formação Bruta Capital Fixo Outra Despesas Capital Total Despesa Capacid. (+)/Nec. (-) Financ. Líquido Estado 22.7 24.9 1.0 8.1 0.7 2.9 0.6 11.6 0.6 23.4 -0.2 2.0 26.8 -3.4 Fundos e Serviços Adm. Local Fundos Autónomos e Reg. Seg. Social 9.4 4.4 16.2 9.1 3.8 15.9 1.7 1.3 0.1 3.8 2.0 0.4 2.2 0.1 13.5 0.0 0.1 0.0 0.6 0.1 0.5 0.7 0.3 1.4 1.9 2.2 0.0 11.3 6.6 16.2 0.7 2.5 0.1 1.2 0.3 0.0 10.9 6.6 16.0 0.4 0.0 0.2 AP 41.0 42.0 4.1 14.3 16.5 2.9 1.8 2.3 2.8 43.7 3.0 1.6 46.6 -2.8 Orçamento para 2004 Estimativa do Sector Público Administrativo - Óptica da Contabilidade Pública Taxa de crescimento % do PIB 2003 2004 41.2 42.1 Variação em pp PIB RECEITAS CORRENTES 2003 54 434 2004 57 346 2003 1.8 2004 5.3 DESPESAS CORRENTES Consumo Publico Subsidios Encargos correntes da divida Transferencias Correntes SALDO CORRENTE 56 468 27 180 2 943 4 191 22 154 -2 034 58 322 26 391 3 251 4 057 24 624 -976 6.0 0.1 49.6 5.5 9.8 3.3 -2.9 10.5 -3.2 11.1 42.8 20.6 2.2 3.2 16.8 -1.5 42.8 19.4 2.4 3.0 18.1 -0.7 0.0 -1.2 0.2 -0.2 1.3 0.8 RECEITAS DE CAPITAL DESPESAS DE CAPITAL 5 787 7 400 5 207 7 753 34.3 6.4 -10.0 4.8 4.4 5.6 3.8 5.7 -0.6 0.1 SALDO SALDO SALDO SALDO -3 647 544 2 158 -1 613 -3 522 535 3 080 -2 545 -2.8 0.4 1.6 -1.2 -2.6 0.4 2.3 -1.9 0.2 0.0 0.6 -0.6 52 277 63 868 60 221 54 265 66 075 62 553 39.6 48.4 45.6 39.8 48.5 45.9 0.2 0.1 0.3 GLOBAL PRIMARIO CORRENTE PRIMÁRIO CAPITAL DESPESA CORRENTE PRIMÁRIA DESPESA TOTAL RECEITA TOTAL 6.0 6.0 4.2 3.8 3.5 3.9 0.8 Orçamento do Estado para 2004 Estado (óptica da Contabilidade Pública) Milhões de euros Receitas correntes Taxa de Orçamento crescimento de 2004 % 30 475 2.7 28 389 2.9 Despesas correntes 33 528 1.3 Saldo corrente -3 053 Receitas de capital 1 850 33.3 Despesas de capital 3 489 3.2 Saldo de capital -1 639 Receita total 32 325 4.1 Despesa total 37 017 1.5 Saldo global -4 692 Saldo primário -822 das quais: impostos Orçamento do Estado para 2004 Grandes Despesas do Estado Taxa de crescimento % 2 003 2004 -1.8 21.3 -0.7 -22.4 10.8 270.3 Dotações Específicas 5.3 8.1 Lei da Programação Militar Grandes Transferências : Serviço Nacional de Saúde Segurança Social Regiões Autónomas, ao abrigo Lei de Finanças das RA Administração Local, ao abrigo da Lei F. Locais Contribuição financeira para a União Europeia Ensino Superior e Serv. Acção Social Caixa Geral de Aposentações (CGA) Juros e outros encargos da dívida pública Despesas excepcionais do Ministério das Finanças Bonificação juros Subsídios diversos Pensões e Reformas (Contribuição financeira CGA) Encargos com a Saúde 7.5 40.2 5.5 9.1 2.0 3.6 4.4 0.1 18.5 5.2 4.0 14.2 3.4 3.0 12.9 0.0 6.2 -3.9 7.2 21.8 8.6 -4.0 -4.0 7.9 21.4 0.2 Investimentos do Plano (cap. 50) Financiamento nacional Financiamento comunitário