Ano XXVI - Carta Mensal Especial Nº 116 - out 2013 No dia 30 de agosto, sexta-feira, o Colégio Brasileiro de Genealogia realizou mais um evento, parte de seu calendário para o ano de 2013, com a cerimônia de posse de dois novos Titulares e de premiação dos concorrentes ao “Prêmio Colégio Brasileiro de Genealogia”, edição 2013, apresentando os livros de genealogia em destaque no triênio 2010-2012. A cerimônia ocorreu na Sala Pedro Calmon, 12º andar da Av. Augusto Severo 8, Rio de Janeiro, endereço que o Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro generosamente partilha com o CBG. CERIMÔNIA DE POSSE DE TITULARES Eleitos na Assembléia Geral Extraordinária de 5 de outubro de 2009, ao lado de outros cinco, foram solenemente empossados Carlos Alberto da Silveira Isoldi Filho, Cadeira nº 12 - Patrono Cônego Raimundo Otávio da Trindade e Luiz Alberto da Costa Fernandes, Cadeira nº 5 – Patrono Jorge Godofredo Schell Felizardo. Na presença de uma assembleia verdadeiramente significativa, formada por diretores, associados CBG, amigos e familiares, os trabalhos foram conduzidos pela Mesa, composta pela presidente Regina Cascão Viana - Titular da Cadeira nº 28, o vice-presidente Carlos Eduardo Barata – Titular da Cadeira nº 19 e o presidente da Comissão Julgadora do certame Attila Augusto Cruz Machado – Titular da Cadeira nº 14. Como de praxe nas cerimônias realizadas pelo Colégio, as efemérides genealógicas do mês são apresentadas pelo Diretor 1º Secretário. Contudo, em razão de impedimento da associada Patrícia Bocaiuva, que exerce o cargo, foram lidas pela Diretora de Publicações Leila Ossola. Os novos Titulares foram saudados pela presidente, seguindo-se a alocução dos diplomados, de elogio aos Patronos e ocupantes anteriores de suas Cadeiras. Ao fim das palavras de cada um, houve a assinatura no Livro de Posse e a entrega de diploma comprobatório pelas mãos de um dos componentes da Mesa. SAUDAÇÃO A CARLOS ALBERTO DA SILVEIRA ISOLDI FILHO E LUIZ ALBERTO DA COSTA FERNANDES – por Regina Cascão Senhoras e senhores presentes Estimados confrades, Em novembro de 2012, para compor a palestra de abertura da VI Jornada de Genealogia promovida pelo Arquivo Histórico da Cúria Metropolitana de Porto Alegre, Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Sul e Oficina das Origens, na capital gaúcha, onde estive como representante CBG - Carta Mensal Especial 116 - Out 2013 • 01 do Colégio, fui reler artigo do confrade Pedro Carrano, nosso Sócio Adjunto, intitulado “Considerações sobre a Genealogia”. E um pequeno período lá chamou-me a atenção, destacando-se na leitura, como se eu estivesse pela primeira vez tomando conhecimento do texto, que na realidade já fora lido e consultado diversas vezes antes. Diz nosso amigo Carrano: Um célebre brasileiro, o escritor Rui Barbosa, deixou-nos estas frases muito significativas: "A Pátria é a família amplificada" e "Multiplicai a família e tereis a Pátria". Eis um conceito de Pátria de uma clareza única, baseada no núcleo formador da sociedade. Eis aí a família devidamente reconhecida e ressaltada, nas palavras do baixinho baiano de intelecto inversamente proporcional a seu tamanho... Por causa da Família, fundou-se o Colégio Brasileiro de Genealogia, e por causa da Família estamos aqui hoje, para saudar dois novos integrantes do grupo de Titulares. São dois Albertos – um, Carlos, paulista que adotou as Alterosas para viver e que hoje conhecemos pessoalmente, e o outro, Luiz, carioca velho de guerra, a quem há mais tempo conhecemos. Em mais esta festa de alegria e contentamento, quando se poderia dizer encantamento, nós os saudamos com afeição. Ave, Carlos Alberto da Silveira Isoldi Filho! O quadro de Titulares recebe mais um advogado, entre tantos que por aqui já passaram e como muitos que ainda temos entre nós. Paulistano de boa cepa, toda a sua formação deu-se em estabelecimentos locais de ensino: primeiro o tradicional Colégio Dante Aligihieri, a seguir a Faculdade de Direito na FMU – Faculdades Metropolitanas Unidas, e então a pós-graduação em Direito Penal pela Escola Superior do Ministério Público de São Paulo. Lidar com a Justiça sempre fez parte da vida de Carlos Alberto, trabalhava no Tribunal paulista enquanto estudava, e então, formado, passou a advogar até que, aprovado em rígido concurso, tomou posse como Promotor de Justiça no estado de Minas Gerais em 2001. Nesses doze anos de residência nas Gerais, além de ter se tornado grande conhecedor de uma das mais saborosas cozinhas do mundo, foi Titular nas comarcas de Buritis, Teófilo Otoni e Contagem, até chegar à capital, Belo Horizonte, onde exerceu a função de Assessor do Procurador Geral de Justiça de 2004 a 2008, e hoje novamente se encontra na mesma função desde 2012. Nosso novo Titular tem uma história de vida toda sua, é o Carlos Alberto da Silveira Isoldi Filho que perseguiu e persegue seus objetivos profissionais com dedicação e entusiasmo, é quem é com seus defeitos e virtudes, e ponto – mas para nós, genealogistas, é impossível dissociar dele o fato de ser bisneto de quem é... Sorte nossa que não o incomoda nem um pouco - ao contrário, é orgulho o que ele sente - ver-se referido pelos estudiosos de História da Família como bisneto de um dos mais conceituados genealogistas do século XX em SP, alguém que enxergava adiante do seu tempo, conceituando a genealogia como auxiliar da História e da genética: Carlos da Silveira, Patrono da Cadeira nº 1 do CBG! Como vários (talvez muitos) de nós, com ele, o Carlos Alberto, não foi diferente o surgimento do amor pela genealogia. Era um rapazote de seus 11 ou 12 anos, quando presenciava encantado seu pai instigando sua mãe a verificar se eles eram parentes pelo lado Godoy, e as conversas que mantinham. Cercado pelas histórias geradas de tanta pesquisa na família, não houve outro jeito: tinha chegado sua vez! Se por um lado um ramo da família já se encontrava bem fundamentado, de outro, o italiano, era pouco conhecido – e para aí fluiu seu interesse. São diversos os trabalhos publicados na revista da ASBRAP Associação Brasileira de Pesquisadores de História e Genealogia sobre alguns “galhos” italianos não só de sua própria história, mas também daqueles que, pela união, passam a integrar sua família. Publicou inicialmente Família Mello de São José do Rio Pardo e região, em co-autoria com a mãe Maria Celina Exner Isoldi, e Major Pacheco. E depois, tomou gosto e trouxe à luz o “povo da bota”: 02 • CBG - Carta Mensal Especial 116 - Out 2013 - A família Verlangiêri, originária da Comuna de Polla, na Itália, e suas ramificações nos Estados Unidos da América e no Brasil; Furlanetto – uma família de origem veneta e Os Santomauros que de Montepeloso migraram para Padula. Nosso Dr. Isoldi Filho, também autor de diversos artigos jurídicos e um livro na área, foi membro do Conselho Editorial do boletim “MPMG Jurídico” e da revista De Jure, que são publicações da Procuradoria-Geral de Justiça de Minas Gerais. Com toda essa “energia editorial”, aguardemos um pouco e o confrade ainda tem muito mais para contar e apresentar! Não bastassem a função que exerce, os artigos que escreve e publica, o estudo e a pesquisa nas áreas jurídica e genealógica, lá no Ministério Público mineiro Carlos Alberto ainda atua como vice-presidente do grupo coordenador do FUNEMP - Fundo Especial que tem por objetivo angariar e destinar recursos para questões relacionadas a direitos difusos e coletivos, tais como meio ambiente, patrimônios histórico e cultural, e outros. É associado da ASBRAP – Associação Brasileira de Pesquisadores de História e Genealogia; e do CBG desde 9 de outubro de 2007. No futebol, torce pelo São Paulo. Gosta de numismática e ornitologia, e sente-se à vontade em Minas Gerais, aonde a profissão o levou, mas que aprendeu a amar quase com a mesma intensidade quanto a terra natal. Mas... cremos que, mais que o Direito, a genealogia e a comida mineira, ele gosta mesmo é de ser marido da Cynthia, e pai da Manuela e da Laura... Senhoras e senhores, esse é o novo ocupante da cadeira nº 12. Ave, Carlos Alberto da Silveira Isoldi Filho! Um pequeno alerta aos presentes: não acreditem que sete é conta de mentiroso. Vamos crer nele e subtraí-lo do número da Cadeira anterior, e teremos por resultado o nº 5, da Cadeira que passa hoje a ser oficialmente ocupada pelo próximo novo Titular a quem saudamos também neste momento. Ave, Luiz Alberto da Costa Fernandes! Carioca da gema, nosso amigo se enobrece sem pejo e se deixa conhecer como Dom Beto, ao mesmo tempo em que distribui seus títulos de nobreza marota entre os que privam de seu convívio. E da sua afetuosa criatividade surgem princesas, marqueses e marquesas, duques e duquesas, dons e donas. Espalhados a granel, dispensam escudos e brasões porque, se irreais na titularidade, são suficientemente reais na amizade com que são por ele titulados. E isso sem citar seus excelsos “gurus”... Pois sendo assim nobre figura, foi nas terras imperiais que Dom Beto formou-se engenheiro mecânico de projetos, na Universidade Católica, em 1970. Gostou de ser diplomado pelos católicos, e fez cursos de extensão em Administração & Gerência e depois Organização & Métodos na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. Do mesmo modo que seu colega Titular que hoje o acompanha na posse (e que acabamos esquecendo de contar), também teve seu tempo de vida militar no CPOR – Curso de Preparação de Oficiais de Reserva do Exército, na Arma de Engenharia, com Estágio de Instrução no 1º Batalhão de Engenharia de Combate em 1967. Embora não tenha seguido a carreira militar, nela tem bons amigos e por ela nutre sincera admiração. É até mesmo membro Titular na Academia de História Militar Terrestre do Brasil, onde ocupa a Cadeira nº 31 que tem por Patrono o General Lira Tavares. Formado em 1970, como dito antes, em junho de 1971 ingressa como Engenheiro na VARIG e lá trabalha por toda a sua vida profissional, aposentando-se em outubro de 2001. Nos 30 anos de trabalho, ali exerceu diversos funções e cargos, chefiando setores, divisões, gerências... Em 1990, quando a Qualidade Total tornou-se o ponto estratégico das grandes e médias empresas, integrou a Equipe de Implantação na Diretoria de Engenharia e Manutenção. Em 1997 participou do Consórcio Brasil-Alemanha para o estudo da implantação de um trem-bala entre Rio-São Paulo-Campinas e do Projeto da Nova Marca Varig, que trouxe outra imagem ao exterior das aeronaves da empresa e reconfigurou seu interior. Foram muitos os projetos e equipes que conduziu e de que participou, vivendo a vida da Varig e fazendo da Varig parte da sua. CBG - Carta Mensal Especial 116 - Out 2013 • 03 Não descobrimos quando a genealogia entrou na vida de Dom Beto, mas tem longos caminhos percorridos na busca da história da sua e de outras famílias. Participa de diversos grupos de discussão em genealogia pela Internet. É Sócio Honorário do Instituto Histórico, Geográfico e Genealógico de Parnaíba – PI, Sócio Correspondente do Instituto Histórico e Geográfico Paraibano, além de ocupar a Cadeira nº 2 da Academia de Artes, Ciências e Letras da Ilha de Paquetá, que tem por Patrono o Maestro Anacleto Augusto de Medeiros. Um de seus livros publicados tem uma história curiosa. Apaixonado por Paquetá, a formosa ilha da Baía da Guanabara, e interessado em tudo o que lhe diz respeito, irritou-se quando viu no jornal O Globo uma reportagem de destaque sobre mitos e lendas do Rio de Janeiro, tais como inscrições fenícias na Pedra da Gávea e outras. Entre essas lendas, estava bem visível a permanência de D. João VI na ilha. Quer dizer, D. João nunca teria se hospedado em Paquetá, nem enquanto Príncipe, nem como Rei. Pois perseguiu tenazmente a verdade, conseguindo documentação comprobatória de que o que era ali considerado lenda, nada tinha de mítico. Sua indignação impulsionou a pesquisa e daí surgiu o trabalho que levou o título de “Dom João e o Solar do Brigadeiro em Paquetá”, editado em 2008, e que assim ele descreve: “estudo para comprovação da permanência de D. João VI na Ilha de Paquetá, com levantamento histórico-genealógico do Brigadeiro [de Milícias] Francisco Gonçalves da Fonseca, proprietário do Solar onde se hospedava Dom João, hoje denominado Solar d'El Rey”. Além desta que podemos chamar de “desagravo”, é autor das seguintes obras: - Apontamentos Genealógicos das Famílias Costa Fernandes, Bacellar, Perry, Braga e aliadas, em dois tomos; - Trilogia Genealógica: Cabrita, Camisão, Cony – Engenheiros Militares no Brasil do Século XIX, estudo genealógico das famílias dos engenheiros militares Ten-cel João Carlos de Vilagran Cabrita, patrono da Arma de Engenharia do Exército; Cel. Carlos de Moraes Camisão, da Retirada da Laguna e o Brigadeiro Jacinto Desidério Cony; e o mais recente: Os Furtado de Mendonça que encontrei (CE e RJ). Além do Dom que acrescenta ao diminutivo de seu nome e pelo qual é conhecido em todos os lugares, assina a correspondência que troca com seus pares como Anapuru Paquetaense, permanentemente registrando de maneira singular seu amor pela ilha carioca dos amores de Joaquim Manoel de Macedo. Dom Luiz Alberto é um apaixonado pela fotografia, com interesse voltado para o Brasil antigo e, claro, a Ilha de Paquetá - e pela Música Popular Brasileira, rainha absoluta entre as cordas de seu violão, que aliás domina com maestria. É casado com Deir e pai de três varões, que carregam primeiro nome igual ao dele próprio: Luiz Eduardo, Luiz Rodrigo e Luiz Gustavo. Em próximo evento CBG a que compareça, talvez até já seja avô... Senhoras e senhores, esse é o novo ocupante da Cadeira nº 5. Ave, Luiz Alberto da Costa Fernandes! Pois bem, no momento em que assinarem o termo de posse, haverá mais dois insignes genealogistas apaixonados ocupando Cadeiras CBG de não menos insignes Patronos. E nós, do CBG, nos alegramos tanto ou mais do que os amigos e familiares convidados que aqui estão, prestigiando esse momento tão especial. Para terminar, trago em homenagem a vocês, nobres confrades, um poema de Manoel Valente Barbas, por ele declamado no jantar de comemoração dos 12 anos de fundação da ASBRAP em 2005, e publicado na revista nº 11 da associação. Tenho certeza de que todos os convidados gostarão de ouvi-lo, mas vocês e os demais companheiros de jornada o entenderão de maneira plena e absoluta. 04 • CBG - Carta Mensal Especial 116 - Out 2013 A MEADA Estamos entretidos, na perseguição de extenso fio que se desenrola para trás, para tempos imemoriais, no intrincado labirinto de uma meada. Imensa e universal meada de embaraçados meandros e infinitos nós, desafiante em seus enigmas, prazerosa no seu desenrolar, enleadora de nossas mentes, objeto de nosso desejo. Entrelaçados fios, presos aos calcanhares dos imigrantes, em seus sacrificados deslocamentos; desenrolados através dos oceanos, solidários às quilhas das caravelas; atados com firmeza aos pés de nossos imigrantes, arrastando-se pelos sertões, na procura do ouro, desbravando melhores destinos, em fuga, deslocamentos ao acaso, pelas imensas terras brasileiras. Somos nós os incansáveis procuradores, perseguidores de seus embramados fios, nos arquivos públicos, nos registros paroquiais, nos manuscritos de família, nos relatos fantasiosos de velhas tias e avós, nas calorosas discussões de nossas associações, nas amigáveis conversas de almoços e jantares comemorativos. Visando monumentos de opulência, naves douradas de igrejinhas seculares, catedrais de grandes cidades, marcos simples de caminhos do interior; sacramentando cidades antigas, São Vicentes, Salvadores, São Paulos de Piratiningas, Rios de Janeiros, Ouros Pretos, Cuiabás, Goiazes Antigas, Parnaíbas, Itus... Tangendo fatos históricos, exumando vultos de grandes homens e de mulheres heróicas, Joões Ramalhos, Tibiriçás, Araribóias, Anchietas, Martins Afonsos, Inês Monteiro, a Matrona, Leonor Leme, a mãe de todos os paulistas... Leitores crônicos dos cronistas incansáveis, Silvas lemes, Pedros Taques, Taunays, Broteros; registradores de achados de famílias de antanho, que nos avalizam, no passado,, Lemes, Pires, Alvarengas, Prados, Penteados, Arrudas, Pizas, Bicudos... Meada universal, imensa e intrincada, somos os seus procuradores, detetives por vocação, pesquisadores incansáveis, Asbraps, Institutos e Colégios Genealógicos, sites de Internet. Não desfaleceremos na nossa ânsia de desvendarmos o fio que nos prende ao passado, nós mesmos presos nesse mesmo fio interminável que nossos descendentes trilharão, e cremos que, um dia, surpresos, também ali nos acharão. Esse desvencilhar nós tomamos por missão. Amigos genealogistas, novéis Titulares, sejam bem-vindos. Seus patronos e antecessores os saúdam - e nós também. Ave! CBG - Carta Mensal Especial 116 - Out 2013 • 05 CARLOS ALBERTO DA SILVEIRA ISOLDI FILHO Cadeira nº 12 Patrono: Ocupantes anteriores: Cônego Raimundo Otávio da Trindade Armando Vidal Leite Ribeiro Francisco Tomasco de Albuquerque Ilustríssima Sra. Presidente, caro Luiz Alberto da Costa Fernandes, prezados confrades e demais presentes, cumprimento a todos. Minha família, embora radicada em São Paulo, tem uma especial ligação com o Colégio Brasileiro de Genealogia - CBG, tradicional instituição sediada na capital fluminense. Minha mãe é sócia do CBG há muitos anos e, mais recentemente, tornou-se Adjunta. Meu bisavô paterno, Carlos da Silveira, é o patrono da cadeira n. 1 do CBG, homenagem da qual nossa família muito se orgulha e agradece. Por isso, é uma honra muito grande estar aqui hoje tomando posse solene da Cadeira n. 12 do CBG, distinção que me foi conferida em 2009 pelos demais Sócios Titulares, a quem sou imensamente grato. Como não poderia deixar de ser, tive muita dificuldade em escolher a cadeira para a qual eu me candidataria, devido aos excelentes atributos dos patronos das cátedras então vacantes. Mas, quando vi que o patrono de uma delas era o Reverendíssimo Cônego Raymundo Octávio da Trindade, convenci-me de que deveria escolhê-la, pois, além de amigo de meu bisavô, ele foi um pesquisador incansável que escreveu importantes trabalhos sobre a história e a genealogia mineiras. O fato de ele ter sido um dos grandes genealogistas de Minas Gerais preponderou em minha escolha, pois é o estado em que resido há mais de uma década e onde nasceram minhas filhas. O Cônego Trindade passou a interessar-se por história e genealogia como muitos de nós, lá pelos seus 12 ou 13 anos, numa conversa com seu avô materno, Francisco Ferreira da Trindade, que começou a lhe falar sobre os antigos, durante uma viagem de Barra Longa para Rio Doce, dando-lhe notícias dos primitivos povoadores da Zona do Carmo. Naquele dia ensolarado, nas proximidades da antiga fazenda do Bueno, nas margens do Rio do Carmo, seu avô, conhecedor das crônicas de Barra Longa e arredores, como um bom mineiro, recordou lendas, citou nomes e contou histórias pitorescas que marcaram o jovem Raymundo Octávio. Aquelas informações passadas oralmente, como era a praxe da época, fizeram a imaginação do menino fluir. Segundo relato do próprio Cônego Raymundo Octávio da Trindade, naquele momento, vieram-lhe a mente gravuras de velhos livros, que, metaforicamente, se desprenderam de suas páginas e “desceram a povoar as margens do silencioso ribeirão”. Da lição ouvida de seu bondoso avô, surgiu, em Raymundo Octávio da Trindade, a “preocupação de conhecer bem esses antigos” e de “levantar do esquecimento os primeiros povoadores da região” em que nasceu. Natural do povoado das Pedras, capela filial do Furquim, em Minas Gerais, Cônego Raymundo Octávio da Trindade era filho de José Pereira da Trindade e de Maria Belmira da Trindade, ambos primos. Iniciou seus estudos em casa, mas completou sua formação no Seminário de Mariana, ordenando-se sacerdote em 1908. Em 1917, fez nascer sua primeira obra de cunho histórico, Monografia de Barra Longa, lugar onde exercia seu ministério paroquial. Assim, ele concretizou sua ideia de publicar a história da amada cidade de seus antepassados. Porém, fez questão de registrar que, embora feita com boa vontade e com a preocupação de transmitir o que apurou de verdadeiro, não se tratava de uma “monografia acabada”. Foi vigário em várias cidades mineiras, sendo que, em 1923, transferiu-se para Mariana, onde foi tesoureiromor da catedral, secretário geral do arcebispado e dirigiu o arquivo eclesiástico por mais de 20 anos. Além dessas atividades, instalou e regeu, por 8 anos, em Ponte Nova, o Ginásio Dom Helvécio, então propriedade da Mitra Marianense. 06 • CBG - Carta Mensal Especial 116 - Out 2013 Nos anos de 1928-1929, publicou Arquidiocese de Mariana, subsídios para sua história, volumoso trabalho dividido em três partes, resultado de cerca de quatro anos de sua grande dedicação e minuciosas pesquisas em fontes primárias. Ao contrário do que pode parecer pelo título, essa obra, de quase 1700 páginas, é muito mais do que uma monografia diocesana ou de história eclesiástica. É um verdadeiro tratado da história de Minas Gerais e do Brasil, repleto de informações, dados biográficos e esclarecimentos históricos. Nela, o Cônego Raymundo Octavio da Trindade dá notícias sobre a época dos bandeirantes, nas quais se vê que a primeira cabana levantada em Minas Gerais foi na margem do Ribeirão do Carmo, em 1696, por “caçadores” de ouro, no local que, mais tarde, tornou-se Mariana, primeira vila mineira. Trata da organização civil e eclesiástica da capitania em seus primórdios; dos visitadores e bispos do Rio de Janeiro que ali exerceram jurisdição; da criação da diocese e instalação do Bispado de Mariana em 1748, detalhando sobre a vida dos bispos que ali residiram. Fala, ainda, dos padres da Inconfidência e outros membros ilustres do clero, bem como traz relatos sobre o Seminário de Mariana, o renomado Colégio do Caraça e o Santuário de Congonhas. Essa monumental obra serviu para divulgar a riqueza documental do arquivo eclesiástico de Mariana, muito utilizado pelas gerações de pesquisadores que o sucederam. Foi na Cúria Episcopal de Mariana que, de fato, o Cônego Trindade pôde alargar a sua tendência para a genealogia. Membro do Instituto Genealógico Brasileiro e do Colégio Brasileiro de Genealogia, ele não se dedicava apenas ao estudo dos próprios antepassados. Sua pesquisa era bem ampla e de interesse geral, tendo deixado dezenas de trabalhos publicados. Num primeiro momento, dedicou-se ao estudo de algumas famílias específicas, tais como Pontes, Andrada, Gomes Cândido, Belo, Martins da Costa, Ascendentes e Colaterais do Tiradentes e outras. Em seguida, ele levantou genealogias de algumas regiões mineiras, que resultaram na publicação dos títulos Genealogias da Zona do Carmo e Velhos Troncos Ouropretanos. Depois, ele ampliou seus estudos genealógicos, publicando Velhos Troncos Mineiros, em três tomos, totalizando mais de 1150 páginas, obra muito utilizada por aqueles que pretendem se inteirar sobre tradicionais famílias mineiras. São tratados nessa obra mais de 130 troncos de famílias estabelecidas em Minas Gerais, além de muitas outras a elas coligadas. Na primeira parte da obra, fala de troncos paulistas, cujos descendentes passaram para as alterosas a partir da época do bandeirantismo, ligando-se a famílias locais. Depois, passa a cuidar de famílias propriamente mineiras, descendentes de portugueses que se estabeleceram em Minas Gerais a partir do século XVIII. No século seguinte, os mineiros se misturaram a algumas poucas – mas não menos relevantes - famílias de origem não lusitana. Eram irlandeses, franceses e pessoas da Península Itálica que por lá chegaram. Milhares de descendentes dessa gente ainda vivem em Minas Gerais. Outros foram para o Rio de Janeiro, São Paulo e mais regiões do Brasil. Entre os presentes nesta cerimônia, certamente, há vários descendentes dos Velhos Troncos Mineiros, entre os quais me incluo. Creio que podemos afirmar, sem medo de errar, que temos descendentes de Velhos Troncos Mineiros vivendo, atualmente, em outros países, evidenciando, assim, o grande fluxo migratório que sempre existiu em nosso país e no mundo, fator muito relevante para os que pretendem se dedicar à história e à genealogia. Não é por menos que, ao prefaciar os Velhos Troncos Mineiros, meu bisavô, Professor Carlos da Silveira, pontuou que o estudante deve primeiro “saber quem é, de onde vem, para, em seguida, estender-se pela região, até abranger o país, e, afinal, o mundo inteiro, num alargamento constante e natural da pesquisa histórica”. O Cônego Raymundo Octavio da Trindade inaugurou em 1944 e dirigiu, por 15 anos, o Museu da Inconfidência, que, até hoje, funciona em Ouro Preto. Foi nomeado camareiro secreto do Papa João XXIII, em 1959, ano em que se aposentou. Faleceu em Belo Horizonte, a 2 de abril de 1962, com 78 anos de idade, mas ainda pôde entregar-nos a 2ª edição, corrigida e ampliada, da sua Monografia de Barra Longa, aquela que considerou inacabada quando foi publicada pela primeira vez 45 anos antes. O Cônego Raymundo Octavio da Trindade encontra-se sepultado no Cemitério das Mercês, em Mariana, e nos deixou precioso legado pelo qual certamente merece toda nossa reverência. CBG - Carta Mensal Especial 116 - Out 2013 • 07 Não poderia deixar de reverenciar também os dois ocupantes anteriores da cadeira n. 12 do CBG: Dr. Armando Vidal Leite Ribeiro e Francisco Tomasco de Albuquerque. Homem de muita cultura, Armando Vidal Leite Ribeiro era advogado e doutor em economia, exerceu várias atividades de interesse público. Além de professor, foi membro da OAB, tomou parte no conselho e no tribunal de ética dessa entidade, bem como presidente da Secção da OAB no Distrito Federal em 1942. No ano de 1931, fez parte da Comissão Legislativa que substituiu o Congresso Nacional; alguns anos depois foi membro do Conselho Federal de Comércio Exterior, presidente do Departamento Nacional do Café, Secretário de Finanças da Prefeitura do Rio de Janeiro, Secretário de Administração do DF entre outros cargos e funções. Publicou diversos trabalhos na área jurídica e participou de várias conferências no exterior. Interessado pela agricultura, foi presidente de várias cooperativas agrícolas. Deixou um minucioso trabalho sobre a família Vidal Leite Ribeiro, que trata de seus antepassados e famílias coligadas. Não é uma obra meramente genealógica, contendo apenas nomes e datas, mas um robusto estudo que traz dados biográficos e notícias históricas de algumas localidades, notadamente da Zona da Mata mineira. Baseando-se em documentos e publicações anteriores, além de informações obtidas de respeitados genealogistas da época, Dr. Armando Vidal Leite Ribeiro fala de familiares que participaram da Inconfidência Mineira, mineradores de ouro, desbravadores de sertões, fundadores de fazendas e titulares do Império que deixaram descendentes em Minas Gerais e no Rio de Janeiro. Ingressou no CBG em 1959, tornando-se titular 9 anos depois. Natural de Petrópolis, filho dos Barões de Santa Margarida e neto dos Barões de Itamarandiba, faleceu na capital fluminense, no exato dia em que completaria 94 anos, em 13 de janeiro de 1982. Era tão admirado por seus confrades que, após falecer, tornou-se patrono da cadeira n. 17 do CBG. Por todas essas razões, rendo minhas homenagens ao Dr. Armando Vidal Leite Ribeiro. Ele foi sucedido na titularidade da cadeira n. 12 do CBG por Francisco Tomasco de Albuquerque, arquiteto, trabalhou em várias empresas privadas e foi professor das disciplinas de desenho técnico e desenho de arquitetura da Escola de Engenharia da Universidade Federal Fluminense por quase 20 anos. Mineiro de Ubá, é pessoa atuante na área cultural, membro de diversas agremiações, entre as quais a Sociedade Brasileira de Geografia, no Rio de Janeiro; entidades de numismática sediadas no Rio de Janeiro e em São Paulo, membro associado do Museu de História Natural de Nova Iorque e da British Museum Society, em Londres. É sócio efetivo do Instituto Histórico de Niterói, do qual foi presidente e é o atual vicepresidente; correspondente do Instituto Histórico e Geográfico de Minas Gerais; membro do Instituto Genealógico Brasileiro, sediado em São Paulo, além de associado ao Colégio Brasileiro de Genealogia de 1961 a 2006. Autor de vários trabalhos de caráter histórico e genealógico, em 1988 recebeu o título de Cidadão Honorário Niteroiense, outorgado pela Câmara Municipal de Niterói, onde reside. Em razão das qualidades e dos atributos de meus antecessores, Dr. Armando Vidal Leite Ribeiro e Francisco Tomasco de Albuquerque, bem como do patrono da Cadeira n. 12 do CBG, o Reverendíssimo Cônego Raymundo Octávio da Trindade, devo dizer que é com muito orgulho que passo a ocupá-la. Agradeço a atenção de todos os presentes, em especial a diretoria do CBG, na pessoa da presidente Regina Cascão Viana, que tornou possível o belo evento de hoje. Assinando o termo de posse 08 • CBG - Carta Mensal Especial 116 - Out 2013 Diplomado por Attila A. Cruz Machado LUIZ ALBERTO DA COSTA FERNANDES Cadeira nº 5 Patrono: Ocupantes anteriores: Jorge Godofredo Schell Felizardo Adalberto Brito Cabral de Mello Paulo Jaurés Pedroso Xavier Caríssima e caríssimos da Mesa Diretora; caríssimas e caríssimos parentes, amigos e presentes: Como de praxe, teceremos inicialmente algumas palavras sobre o Patrono da cadeira e sobre os nossos antecessores na cadeira para qual fomos eleitos: [Uma dúvida que nos surge desde logo é a seguinte: se os citados pudessem escolher o que deles diremos hoje, será que eles selecionariam os mesmos trechos que escolhemos como os mais importante na vida deles? Esperamos que sim!] A Cadeira número 5 do CBG, tem por Patrono: Jorge Godofredo Schell Felizardo Jorge Godofredo era gaúcho de Porto Alegre, nascido em 1901, filho do casamento em 11.11.1894 do também gaúcho de Porto Alegre, engenheiro Joaquim José Felizardo Junior, um dos fundadores do Positivismo na sua cidade natal, e de Dª Anna Schell Felizardo. Formou-se engenheiro Agrônomo em 1923 pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Foi professor e catedrático de Zoologia em Universidades do Rio Grande do Sul, tendo também exercido o cargo de Diretor de diversas faculdades e ainda chefe de muitos setores Públicos e Privados ligados à Agronomia e à Veterinária. Foi membro de inúmeras instituições genealógicas e de heráldica, dentre os quais do Instituto de Estudos Genealógicos do RS – INGERS, do qual tornou-sei Presidente Perpétuo; do Instituto Genealógico Brasileiro, em São Paulo, do Instituto Genealógico da Bahia, do Colégio de Armas e Consulta Heráldica do Brasil, e Sócio correspondente do Colégio Brasileiro de Genealogia. Casado na Igreja Nossa Senhora Madre de Deus, em Porto Alegre, em 1927, com Maria Paula Azambuja, foi pai de um único filho, Luís Paulo de Azambuja Felizardo. Faleceu em sua cidade natal, Porto Alegre, com 64 anos, em 1966. Deixou extensa bibliografia (26 títulos de caráter histórico e genealógico). Quanto aos Titulares anteriores da Cadeira nº 5, o 1º ocupante foi Adalberto Brito Cabral de Mello. Natural de São Fidélis, RJ, em 1909. Iniciou sua vida como industriário, trabalhando depois como contador da Venerável Ordem Terceira de Nossa Senhora do Monte do Carmo. Genealogista dedicado, ingressou no Colégio Brasileiro de Genealogia em 1951, chegando ao quadro de Iitulares em 5 de novembro de 1968. Pertenceu aos Institutos Genealógicos da Bahia, do Rio Grande do Sul e Brasileiro, e também ao Instituto Português de Heráldica. Publicou os seguintes trabalhos: “A Família do Almirante Dom Carlos Baltazar da Silveira” e um conjunto de artigos grupados com o nome de “Carta de Brasão de Armas”, em colaboração com Manuel Artur Norton, no Boletim do Arquivo do Alto Minho, 1975. Casou-se com Maria Cristina Barbalho da Motta Albuquerque, tendo três filhas: Ângela Maria, Lina Maria e Mariza. Faleceu no Rio de Janeiro, RJ em 1986. [8] O 2º ocupante da Cadeira foi Paulo Jaurés Pedroso Xavier - Nascido em São Sepé, RS, em 22 de agosto de 1917. Era filho de Armando Xavier e de Maria do Carmo Pires Pedroso Xavier Médico, formado pela Faculdade de Porto Alegre-RS, em 1951. Oficial da Reserva do Exército Brasileiro. Genealogista, historiador e aficionado pelas Tradições Gaúchas. Nos “Galpões de Poesia Crioula” usava o nome literário de Paulo Xavier. Com sua dedicação pela pesquisa histórica, principalmente do seu Estadonatal, foi, pouco a pouco, afastando-se do exercício da Medicina. Escreveu uma importante obra sobre o patrono da imprensa brasileira: “Hipólito José da Costa - um observador econômico na América”, publicado em 1977. Teve inúmeros artigos publicados nos jornais gaúchos: Correio do Povo, Diário de Notícias, Diário do Sul e Zero Hora, além de revistas do Brasil e do exterior, sobre sociologia rural, economia, heráldica, Genealogia e História. Curiosamente encontramos trabalho genealógico realizado por Paulo Xavier e ... Jorge Godofredo Schell Felizardo! Este, como visto, Patrono de nossa cadeira nº 5, denominado “Os Figueiredos de Minas Gerais no Rio Grande do Sul”. CBG - Carta Mensal Especial 116 - Out 2013 • 09 Foi Presidente e Diretor de diversos órgãos ligados à cultura, imprensa, História, Geografia e genealogia. Foi ainda professor na UFRGS, na Pontifícia Universidade Católica – RS, na Universidade Federal de Santa Maria, RS e na Fundação Alto Taquari de Ensino Superior. Gostaríamos de ressaltar era o seu lado poético e suas ligações às tradições gaúchas, tendo sido Presidente do Instituto Gaúcho de Tradição e Folclore de 1979 a 1987 e um dos Fundadores da “Estância da Poesia Crioula”, em Porto Alegre. Casado com Leonora Dal Pozzolo Xavier foi pai de Paulo Armando e Leonora Maria. Faleceu em Porto Alegre, em 28 de Junho de 2007. Mas... Porque estamos aqui como terceiros ocupantes desta cadeira? [Apresentação de sua pessoa, não lida por ele, por já ter sido apresentado no discurso de recepção apresentado pela Presidente do CBG. Prossegue] Entendemos que seja pelo que estudamos e produzimos na área de pesquisas genealógicas e históricas. Nada mais justo, portanto que possamos trazer para esta cerimônia uma homenagem às famílias que para aqui nos trouxeram, com um resumo e com seleção de personagens delas, e alguns casos curiosos que descobrimos nestas nossas andanças genealógicas. Temos de agradecer ainda a pelo menos alguns dos muitos que tanto nos ajudaram, mesmo que sem falar dos nossos ancestrais e familiares diretos, para não nos emocionarmos! In Memoriam ao nosso saudoso Presidente do CBG, o eng. Paulo Carneiro da Cunha; e ao Cel. Francisco Ruas Santos, nosso Comandante no CPOR no ano de 1966. Aos felizmente entre nós: - Profª. Regina Cascão, atual presidente do CBG, apresentada em primeiro lugar por representante do – assim chamado em séculos passados – sexo frágil – por nós chamada Princesa Regina; e ainda: Atila Augusto Cruz Machado – Dom Atila; Carlos Bernardo Hasselmann, Dom Hasselmann, da Bahia; Carlos Eduardo de Almeida Barata – “Meu Caríssimo Guru Brasileiro”; Carlos Jaime de Siqueira Jaccoud, de Nova Friburgo, RJ – “Meu Caríssimo Guru Serrano”; Cel. Claudio Moreira Bento, Presidente da Federação das Academias de História Militar Terrestre do Brasil, “Meu Caríssimo Coronel”, de Resende, RJ; Monsenhor Francisco Sadoc de Araújo – “Meu Caríssimo Guru Nordestino”, de Sobral, CE; Guilherme Serra Alves Pereira, Dom Guilherme; Hugo Forain Junior, Dom Forain; José Alberto Allen, do Porto – “Meu Caríssimo Guru Lusitano“ Mas... o que produzimos? Como a maioria, começamos na Genealogia interessados em registrar as famílias de nossos quatro avós, pelo que organizamos inicialmente os “Apontamentos Genealógicos das famílias Costa Fernandes, Bacellar, Perry, Braga e aliadas” – o “Mamute” como o chamamos carinhosamente, terminado em 2005. Logo no começo, nos vieram às mãos, como principais fontes: pelo lado paterno, alguns apontamentos de nosso tio-bisavô, o Desembargador do MA Henrique da Costa Fernandes e as notas de um dos nossos bisavôs paternos: Antonio José da Costa Bacellar, fazendeiro no Brejo dos Anapurus, MA. Pela parte materna, registros da família Perry, preparados pelo nosso tio-avô materno, o almirante da Armada Octavio Perry. Dedicamos a partir destes estudos mais de cinco anos preparando o nosso referido primeiro trabalho genealógico. Em 2008 foi a vez da “Trilogia Genealógica”, com a história e genealogia das famílias dos seguintes engenheiros militares no Brasil do Século XIX: Cel Cabrita, Cel Camisão e Brigadeiro Cony. O coronel João Carlos de Villagran Cabrita, como todos sabem, é o Patrono da Arma de Engenharia do Exército Brasileiro. Oficial brilhante e distinto tinha ainda uma carreira brilhante a percorrer, quando a Fatalidade, o Destino ou o nome que preferirem, veio tirar sua vida aos 45 anos em 10/abr/1864 numa situação inusitada. Durante a Guerra da Tríplice Aliança, muito mais conhecida como Guerra do Paraguai, estava ele comandando uma tropa de cerca de 900 soldados brasileiros que haviam tomado naqueles dias, uma ilha que ficava no meio do rio Paraguai, bem defronte do Forte de Itapuru dos paraguaios. Os paraguaios prepararam, na madrugada de 9 para 10/abr/1866 um ataque surpresa, com muitas centenas de homens, distribuídos em dezenas de canoas, aproveitando da escuridão da noite e ainda da rotineira passagem rio abaixo de grupamentos flutuantes de balseiras, tão comuns naquele rio. O ataque foi, no entanto, descoberto antes que os paraguaios conseguissem in totum desembarcar na ilha. A luta na ilha foi terrível, arrastando-se por toda a madrugada; navios da Esquadra brasileira vieram em auxílio aos soldados na ilha, conseguindo arrasar ainda inúmeras canoas com paraguaios. Ao alvorecer, a vitória era brasileira. Pela manhã, os oficiais no comando da tropa da ilha se reuniram numa chata, para preparar a parte do combate, dentre eles, o comandante Villagran Cabrita. Do forte de Itapuru, os paraguaios atiravam obuses sobre a ilha. Um destes obuses veio a acertar a chata, matando o cel. Cabrita, o maj. Luiz Fernandes de Sampaio e ferindo gravemente outros. 10 • CBG - Carta Mensal Especial 116 - Out 2013 O coronel Carlos de Moraes Camisão é bastante conhecido, por haver sido imortalizado, tragicamente na Guerra do Paraguai com a Invasão do Sul do Paraguai, comandando uma coluna de cerca de 2.000 homens, pela obra “A Retirada da Laguna” do Visconde de Taunay. A invasão ocorreu, sem possíveis comunicações posteriores com o restante do nosso exército, sem o conhecimento do terreno invadido, e com a cavalaria inimiga fustigando a coluna com ataques de guerrilha, ficando a coluna isolada, sem mantimentos e atacada ainda pela cólera. A Coluna então reflui, de volta para o Brasil... Episódio registrado magistralmente na citada obra. O cel Camisão veio a falecer de cólera já chegando de volta ao Brasil com os pouquíssimos sobreviventes da Coluna. É um dos maiores dramas de comando que conhecemos. Era só o isolamento, o fogo, a cólera, e a guerra. O Brigadeiro Cony (Jacinto Didier Cony), dos três estudados na citada Trilogia, foi o que – aparentemente teve a vida menos conturbada. Era nascido em Portugal em 1777 e na Guerra de Portugal contra a França foi feito prisioneiro, ainda Cadete. Mesmo prisioneiro [ago 1794 – jan 1795], os franceses lhe permitiram continuar seus estudos de engenharia em Toulouse, França. Veio para o Brasil ainda antes de D. João. Dedicou sua vida em levantamentos topográficos e em projetos de fortes principalmente no Sul do Brasil. Apenas como curiosidade, sua filha única Carolina Amália Cony foi casada com um famoso cirurgião da época- inícios do Séc. XIX – João Álvares Carneiro, adotando então o nome de Carolina Alvares Cony. A razão da inclusão deste brigadeiro de Engenharia se deu por nos terem vindo às mãos uma série de documentos dele, que depois passaram para a sua filha Carolina Amália Cony, madrinha da pintora Amélia Costa. Esta foi casada com nosso tio-avô, o almirante da Armada Filinto Perry, líder naval nos fins do Século XIX e começos do XX que recebeu tais documentos por morte da madrinha. Estes mesmos documentos acabaram sendo transferidos para nós e nos deram subsídios para incluir o Brigadeiro Cony e sua família na Trilogia. Terminada a Trilogia, fizemos em 2010 uma homenagem à Ilha de Paquetá, através de algumas antigas famílias a ela ligadas. O nome do trabalho ficou sendo: “Antigas famílias amigas do Brigadeiro de Paquetá” [Parte não lida por Dom Beto por haver sido apresentada na cerimônia – até com mais profundidade - pela Presidente do CBG: Este trabalho teve uma curiosidade na sua origem, pois sua motivação primeira foi um artigo em revista do jornal “O Globo” do dia 01 de abril de 2007 – o dia da mentira. O jornal apresentou uma interessante reportagem com sete fatos, tidos por todos como verdades e que eram, segundo o jornal, mentiras. Dentre eles, aparecia um que dizia não haver nenhuma comprovação de que D. João tivesse ido algum dia a Paquetá, como é voz corrente, Pensamos que a resposta para rebater tal despautério estivesse pronta... não estava e nos deu bastante trabalho descobrir as tais provas documentais das estadas de Dom João em Paquetá! Acabamos achando as ditas provas: no Rio e até em Lisboa. Uma delas, assinado pelo próprio Príncipe Regente, nomeando como “Capitão agregado ao Regimento de Milícias do Distrito de Inhomirim” Francisco Gonçalves da Fonseca, como agradecimento pelo acolhimento que dera ao Príncipe “ ... durante o tempo que Me demorei na ilha de Paquetá, onde honrei com Minha Real Presença a sua habitação e espero dele..” etc. Pronto! Conseguíramos a primeira prova documental desejada!] Em 1842, o Brigadeiro, já “enfermo e próximo de morrer...”, aos oitenta anos mais ou menos, casou-se com Joana Matildes da Conceição, mulher com quem vivia há muitos anos e com quem tivera uma filha, já com 31 anos no casamento. Curiosamente, este comerciante até de escravos, Brigadeiro de Milícias, ao se casar, teve por testemunhas pessoas das seguintes importantes famílias: Dom Antonio de Saldanha da Gama; Dr. Tomás José Pinto Serqueira, sua esposa Dona Rita Gorzolina da Rocha [c] Serqueira e Dona Ana Dorotéia Gonçalves de Brito e Menezes [já viúva do conselheiro José Fortunato de Brito Abreu Souza e Menezes. O casamento do Brigadeiro serviu assim como que um mote para o desenvolvimento do trabalho genealógico e histórico das “Antigas famílias amigas do Brigadeiro de Paquetá”, apresentando, além da família do Brigadeiro, as dos Pinto Serqueira, Fortunato de Brito e Saldanha da Gama. Como visto, da família Pinto Serqueira, foram testemunhas do casamento do Brigadeiro o Dr. Tomás José Pinto Serqueira [que foi sócio ilustre deste mesmo IHGB que ora nos acolhe] e sua esposa Dona Rita Gorzolina da Rocha [c] Serqueira... A família Pinto Serqueira veio de Portugal para Paquetá e Brocoió, em inícios do Século XIX. Em 1812, o capitão de navios Joaquim José Pedro Serqueira, patriarca da família no Brasil, já se encontrava em Paquetá mandando então buscar a família. A fazenda de São Roque foi comprada por ele em 1822. O Dr. Tomás José Pinto Serqueira era um dos filhos de Joaquim José PS. CBG - Carta Mensal Especial 116 - Out 2013 • 11 Tornaram-se assim os donos de mais da metade do território da Ilha – toda a parte norte da Ilha, que formava a fazenda de São Roque, onde já existia então a Capela de São Roque, construída em 1698 por Manoel Ferreiro Camelo - um dos anteriores proprietários da fazenda - dedicada ao santo de sua devoção, segundo Marcelo Augusto Limoeiro Cardoso (um dos maiores, senão o maior pesquisador contemporâneo de Paquetá). Para não nos estendermos muito, citaremos apenas dois fatos sobre esta família: 1) Quando realizamos o estudo em 2010, já não encontramos em Paquetá mais nenhum representante da família Pinto Serqueira, que ainda no início do Século XX era dona de mais da metade da Ilha de Paquetá – parte norte; mostrando-nos bem da transitoriedade da posse de bens terrenos. 2) A maioria dos bens imóveis da família em Paquetá acabou fluindo para Adelaide Adelina Pinto Serqueira, filha do Comendador Pedro José Pinto Serqueira (outro dos filhos do patriarca PS em Paquetá). Adelaide Adelina veio a se casar com o Dr. José Carlos de Alambary Luz, advogado nascido em São Paulo e figura muito respeitada e envolvida com Políticas de Educação Pública na segunda metade do Séc. XIX e início do XX. Este passou a administrar os bens da esposa e do casal de filhos. Depois do falecimento da esposa, foi Alambary Luz quem deu forte impulso à ocupação da parte norte da Ilha, através da abertura de novas ruas e mais forte loteamento da fazenda, dando origem ao atual bairro do “Campo”. Uma história que na época seria um escândalo e que hoje seria apenas mais um caso corriqueiro e que, se verdadeiro, muito honraria Paquetá, é uma versão de que Adelina Serqueira de Alambary Luz, a filha de Alambary Luz, teria tido um caso amoroso com seu professor de canto, o então conhecido cantor Eduardo Medina, já viúvo. Deste romance teria nascido Glauco Velásquez, compositor clássico de grande expressão, falecido precocemente no Rio aos 30 anos em 1914. Glauco Velásquez é dado como tendo sido criado na Itália até os onze anos, quando, retornou ao Brasil e à Paquetá, sendo então “adotado” por aquela que na verdade seria sua mãe. A família Fortunato de Brito, como dito, foi incluída no estudo das antigas famílias de Paquetá pela presença de Ana Dorotéia Gonçalves de Brito e Menezes como uma das testemunhas do casamento do Brigadeiro de Paquetá, em 1842. Ana Dorotéia teria então cerca de 53 anos e já era viúva há nove anos do Conselheiro [da Fazenda] José Fortunato de Brito, ele quase vinte anos mais velho que a esposa, Este Conselheiro havia sido anteriormente Promotor e Desembargador da Casa da Suplicação. O casal teve pelo menos 11 filhos e filhas, todos bem encaminhados ... O casal teve imóveis em Paquetá. Ficando viúva em 1833 e com grande prole, Ana Dorotéia teve de batalhar muito para obter a pensão do marido. Dentre os muitos requerimentos, aparecia num deles uma frase que por curiosa foi por nós aqui incluída:. Dizia a suplicante que, em vida, seu marido havia recebido “...muitas honrarias e poucos honorários!” Curiosamente, o “Solar do Brigadeiro” acabou indo ser propriedade desta Ana Dorotéia de Brito, pois já aparecia no seu inventário em 1866, e não para a esposa ou para as filhas do Brigadeiro. Não sabemos se por doação ou compra feita ao Brigadeiro nos seus últimos dias ou aos seus herdeiros. Os nomes dos seus descendentes eram como o do pai, enormes, usando a maioria deles “Fortunato de Brito Abreu Souza Menezes”. Conta estória da época que um deles, o Luiz, “Numa das suas viagens de peregrinação, obrigado pela vida de magistrado, para chegar a uma Comarca do Interior, para onde fora removido, batendo ele à noite à porta de uma modesta casa de pasto, perguntou-lhe uma voz quem era. “Luiz Fortunato de Brito Abreu Souza Menezes!” – respondeu o viajante. - Não há cômodo para tanta gente aqui! – acudiu o hoteleiro! Família Saldanha da Gama - Dom Antonio de Saldanha da Gama, outra das testemunhas do casamento do Brigadeiro de Paquetá, era fidalgo. Nascido na Bahia, c. 1806, filho do 6º Conde da Ponte, este que como Governador da Bahia, recebeu a família Real na Chegada a Salvador, em 1808. O 6º Conde da Ponte teve nove filhos dentre os quais o citado Dom Antonio de SG e seu irmão Dom José de SG. Dom Antonio de SG casou-se uma primeira vez em 1828, tendo uma filha. Ficando viúvo, casa-se uma segunda vez, em 1833 com ... Ana Fortunato de Brito, filha do nosso já conhecido Conselheiro José Fortunato de Brito e de Ana Dorotéia de Oliveira Gonçalves. Ou seja: das testemunhas do casamento do Brigadeiro: uma era Ana Dorotéia de Brito (mãe) e outra seu genro, Dom Antonio de SG. Dom Antonio de SG e Ana Fortunato de Brito (filha) tiveram pelo menos treze filhos. Ela vem a falecer em 1874; seu marido falece tragicamente, pouco tempo depois, em 1875, no incêndio de sua residência, na Rua do Lavradio, 173, quando o inventário da esposa não estava ainda concluído. 12 • CBG - Carta Mensal Especial 116 - Out 2013 Fato curioso é que nas prestações de conta do inventario, agora do casal, aparece uma despesa [158$000] “Com os jornais de trabalhadores para escavar e peneirar o entulho que se achava na casa incendiada...” etc... “Esta despesa necessária de fazer-se foi de grande utilidade, porque produziu a achada dos brilhantes, ouro e prata na importância...” [1:551$200] de mais de dez vezes do valor gasto na recuperação, o que equivalia a cerca de 87% da cota de um dos filhos do casal [1:718$422]. Boa peneirada! Desta grande família, só nos deteremos em outro ilustre personagem, talvez o mais famoso da família SG no Brasil: o Almirante Luiz Philippe de Saldanha da Gama (Campos, RJ, 1846; Campo Ozório, RS, 1895). Era um dos onze filhos do já citado Dom José de SG e de Dª Maria Carolina dos Reis Barroso. Era, portanto, sobrinho do Dom Antonio de Saldanha da Gama que acompanhamos há pouco. Saldanha da Gama foi um dos maiores líderes navais do século XIX, pela capacidade, conhecimento e conduta militares. Teve sua carreira sempre muito ligada à formação de novos oficiais, à definição da Instrução Naval, representações da Marinha em Missões Científicas e como Representante da Marinha do Brasil em Comissões de Exposições Internacionais, sempre com grande eficiência e cultura. Nomeado Diretor da Escola Naval em 1892, aderiu à Revolta da Armada do Alte. Custódio de Melo1893. Durante meses os revoltosos dominaram o interior da Baía da Guanabara, tomando por base algumas das ilhas no seu interior, dentre as quais, a de Governador e a de Paquetá. Nesta, foi instalado hospital e necrotério, para onde eram levados os revoltosos da Armada feridos e mortos. Existe hoje mausoléu, no cemitério local, com os restos mortais dos mortos da Marinha na Revolta, falecidos nas lutas da Baía da Guanabara, mandado erigir posteriormente pelo Alte. Custódio de Melo, onde repousam os restos mortais de 183 brasileiros: 182 revoltosos e 1 legalista. Aos revoltosos e legalistas mortos então, nossas homenagens, lamentando a perda de tantas vidas de bravos que tinham, ainda que por vias e visões distintas, o mesmo objetivo do progresso do Brasil. Não citaremos nem falaremos sobre a nossa produção de 2012: “Os Furtado de Mendonça que Encontrei – CE e RJ”, que foi motivado pela nossa terceira avó de Sobral, CE, Rosalina Furtado de Mendonça, seus ascendentes e descendentes, particularmente na citada família, por editada posteriormente à nossa eleição para Titular do CBG. Passeamos assim pelos nossos diversos trabalhos, terminados até a data da nossa eleição, e pelas famílias neles constantes, que aqui nos trouxeram... Aqui ficam as nossas homenagens às centenas de pessoas que conseguimos resgatar em nossas pesquisas, esperando que elas ficassem satisfeitas com o que delas apresentamos nos trabalhos. Nossa satisfação será maior ainda se parte desse nosso trabalho vier a ter utilidade a outros pesquisadores e estudiosos dos temas e das famílias estudadas. Concluindo, caríssimas e caríssimos, desejamos parabenizar o confrade Carlos Alberto Isoldi, igualmente elevado ao Quadro Titular do CBG; Nelson Pamplona pela Justa premiação de sua obra; os demais premiados por seus excelentes trabalhos; aos demais sócios do CBG, familiares e convidados que aqui compareceram, prestigiando esta solenidade. E gostaríamos finalmente de agradecer imensamente: à nossa família que tão maravilhosamente nos tem acompanhado nesta jornada terrena; ao CBG pela nossa eleição para o Quadro de Sócio Titular do CBG, o que nos envaidece e enche de orgulho, como faria a qualquer outro genealogista (notar que conseguimos colocar dois pecados capitais numa só frase!...); à Mesa Diretora e aos presentes a esta solenidade; a todas as famílias nomeadas por nós neste discurso de posse e seus formadores, posto que foram eles que, como dito, aqui nos trouxeram. Muito obrigado! Assinando o termo de posse Diplomado por Carlos Eduardo Barata CBG - Carta Mensal Especial 116 - Out 2013 • 13 PRÊMIO COLÉGIO BRASILEIRO DE GENEALOGIA – 2013 Após a cerimônia de posse dos novos Titulares, deu-se a premiação aos participantes do certame que visa destacar as obras de genealogia, escritas por associados de institutos e associações genealógicas no triênio. A versão do Prêmio 2013, como consignado no início deste boletim, diz respeito ao triênio 2010 – 2012. A Comissão Julgadora foi criada com 5 associados, integrada por Attila Augusto Cruz Machado (que a presidiu) e mais: Eliana Quintella de Linhares, Gustavo Almeida Magalhães de Lemos, Roberto Guião de Souza Lima e Victorino Coutinho Chermont de Miranda. Esta segunda parte do evento teve início com palavras do integrante da Comissão Gustavo Lemos, que discorreu sobre cada obra participante e contou sobre as dificuldades encontradas pela Comissão para julgar os concorrentes, dada a qualidade dos trabalhos apresentados. O resultados do julgamento classificou com Menção Honrosa no triênio 2010-2012 as seguintes obras, de autores associados CBG, aqui listadas pela ordem alfabética de autor: • Pioneiros dos três rios – a Condessa do Rio Novo e sua gente, de Cinara Maria Bastos Jorge Andrade do Nascimento; • Depois que atravessaram o mar: família Castro e grupos afins, de Jorge Ricardo Almeida Fonseca; • Gavião – um voo de muitos séculos, de Paulo Roberto Gavião; • Tópicos da Genealogia Capixaba, de Paulo Stuck Moraes; • Os Carneiro de Mendonça, de Priscilla Scott Bueno. A obra vencedora do certame foi A família Werneck, de autoria de Nelson Vieira Pamplona. Às Menções Honrosas coube um certificado comprobatório e ao vencedor, além do certificado, uma medalha alusiva. EXPEDIENTE Boletim Informativo COLÉGIO BRASILEIRO DE GENEALOGIA Av. Augusto Severo, 8 - 12º andar - Glória 20021-040 - Rio de Janeiro - RJ Tel.: (21) 2221-6000 Diretoria: Presidente Regina L. Cascão Viana Vice-Presidente Carlos Eduardo de Almeida Barata 1º Secretária Patrícia de Lima Bocaiúva 2º Secretária Eliane Brandão de Carvalho 1º Tesoureiro Antonio Cesar Xavier 2º Tesoureiro Guilherme Serra Alves Pereira Dir. Publicações Leila Ossola Auxiliares Cinara Maria Bastos J. A. do Nascimento Clotilde Santa Cruz Tavares Eliana Quintella de Linhares Gilson Flaeschen Laura de Saint-Brisson Ferrari Conselho Fiscal: Hugo Forain Junior Roni Fontoura de Vasconcelos Santos Victorino C. Chermont de Miranda Dias e horários de funcionamento: 2ª-feira de 13 às 17 horas / 3ª-feira de 14 às 17 horas Página: www.cbg.org.br Email: [email protected] Diagramação: Escale Serviços de Informática Impressão: Letras e Versos 14 • CBG - Carta Mensal Especial 116 - Out 2013 Nelson Pamplona, Cinara Jorge, Attila Cruz Machado (pres. Comissão), Regina Cascão, Priscilla Bueno, Paulo R. Gavião e Paulo Stuck.