UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” AVM FACULDADE INTEGRADA A TECNOLOGIA MÓVEL EM SALA DE AULA Celular Material Didático Por: Márcia Cristina de Souza Souto Orientador Profª. Mary Sue Rio de Janeiro 2012 2 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” AVM FACULDADE INTEGRADA A TECNOLOGIA MÓVEL EM SALA DE AULA Celular Material Didático Apresentação de monografia à AVM Faculdade Integrada como requisito parcial para obtenção do grau de especialista em Tecnologia Educacional Por: Márcia Cristina de Souza Souto 3 AGRADECIMENTOS Ao corpo docente da pós graduação da Faculdade Integrada AVM, aos colegas do NTE de São Pedro de Aldeia pelo estímulo, à minha prima pela contribuição, ao meu companheiro pela paciência e estímulo, aos alunos e professores que direta e indiretamente colaboraram contribuíram trabalho. nas na pesquisas confecção e deste 4 DEDICATÓRIA A Deus todo poderoso por toda energia emanada para que eu não desistisse, ao meu amor Rodrigo Marinho , que me apóia e esteve ao meu lado em todos os momentos, as minhas filhas Mariana e Mariah, que ficaram sem mim e me dão energia para continuar, aos meus pais David e Marly e minha irmã Marceli por terem paciência e sempre me apóiam e ajudam e a mim mesma por ser persistente e nunca dificuldades. desistir mesmo com as 5 SOUTO, Márcia Cristina de Souza. “A Tecnologia Móvel em Sala de Aula: Celular Material Didático”. Orientadora: Professora Mary Sue. Rio de Janeiro: AVM Faculdade Integrada, 2012. Monografia (Especialização em Tecnologia Educacional) RESUMO Este trabalho tem o propósito de trazer à discussão a importância do uso do telefone celular nas escolas e evidenciar as possibilidades do seu uso coligado ao computador e a internet, como instrumento didático. Este pequeno dispositivo digital, além de auxiliar a inclusão digital, promove ao professor uma aproximação maior desta geração que nasceu e cresce dentro das tecnologias digitais. Esta pesquisa baseada em projetos e experiências bem sucedidas com o uso do celular, tem como finalidade de chamar atenção de educadores e encorajá-los a propagar o uso dessa tecnologia ainda muito polêmica. 6 METODOLOGIA Este trabalho foi formado para se repensar sobre a proibição, por lei, do uso do celular nas escolas, considerando-se a difusão das informações via celular, as transformações conseqüentes da rapidez às informações e a maneira como intervém nas relações sociais e no modo de aprender. Uma vez vivenciado episódios com celular na escola, partimos para uma revisão bibliográfica e pesquisa exploratória através de questionários, relatos e depoimentos sobre as experiências de aprendizagem com o uso do celular. As fontes utilizadas provêm de trabalhos, artigos, pesquisas publicadas e disponíveis na internet, que foca o celular como uma ferramenta de apoio pedagógico. Além disso, buscando mais respostas para efetivar o objetivo deste trabalho, foram feitos questionários com professores de escolas da rede pública do município e estado do Rio de Janeiro ( Anexo 6), onde relatam suas experiências e opiniões. Desejamos que esse trabalho de pesquisa possa adicionar dados à discussão sobre esse tema ainda muito polêmico e que venha dar mais elementos de apoio e incentivo aos estudos que ainda há de provir. 7 SUMÁRIO INTRODUÇÃO CAPÍTULO I As Tecnologias de Informação e Comunicação e a Escola CAPÍTULO II Aprendizagem Móvel na Educação CAPÍTULO III Atividades Educativas com Celular CONCLUSÃO ANEXOS BIBLIOGRAFIA ÍNDICE FOLHA DE AVALIAÇÃO 8 INTRODUÇÃO A ideia deste trabalho surgiu a partir de episódios que ocorreram em salas de aula com o uso de celulares e notícias pelas mídias, falada e escrita, divulgando fatos ocorridos, não apenas no nosso país, sobre o uso desta ferramenta com tantas controvérsias, despertando - me assim, o interesse para pesquisar esta mídia tão popular e polêmica, que já teve a proibição por lei em muitos estados do nosso país com o argumento que a utilização da telefonia móvel desvia a atenção dos alunos e leva a resultados negativos na aprendizagem. Esta é uma questão muito curiosa e incoerente, tendo em vista que o celular destacou-se na tecnologia móvel e se integrou rapidamente a vida da maioria das pessoas e cresce a cada dia o seu uso entre os nossos alunos, jovens da geração Z. Esse equipamento que teve a maior convergência de várias mídias diferentes, nesses últimos tempos, tornando-se mais poderoso, com maior funcionalidade, por suas múltiplas funções, com diversos serviços e com a internet que proporciona acesso a conteúdos em qualquer lugar e em qualquer hora, ampliando as possibilidades de interação de assuntos transformando-o em uma ferramenta de pesquisa, produção e um grande elemento de trabalho educacional. Considerando o potencial tecnológico do celular e por ser acessível aos nossos alunos devemos: repensar se o celular realmente não contribui no processo de construção de conhecimento dos nossos aprendentes, deixar de vê-lo como um vilão em sala de aula, pedagógico, torná-lo um aliado ao processo permitir os estudantes interagir, questionar, sugerir, opinar, compartilhar, comunicar ideias sobre qualquer assunto e conteúdo e conscientizar, a todos, quanto ao seu uso de forma ética. Esta pesquisa foi pautada em alguns artigos, questionário e teses já publicadas que narram experiências na utilização das tecnologias digitais na educação, neste caso principalmente o uso do telefone celular. Entre as publicações consultadas, destaco um artigo apresentado em Lisboa na VI Conferência Internacional de Tecnologia da Informação e Comunicação na 9 Educação, em 2007, pela professora Adelina Moura, com o tema “Geração Móvel: Um Ambiente de Aprendizagem Suportado por Tecnologia Móveis para a “Geração Polegar”, o outro apresentado como trabalho de conclusão de pósgraduação para a Faculdade de Educação da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro em Agosto de 2009, pela professora Andréa Guimarâes Phebo, com o tema: “Celular em sala de aula como material didático: Mocinho ou Vilão? Os educadores resistem ao seu uso ”.A outra fonte de pesquisa foi baseado em um questionário respondido por alguns professores da rede publica municipal e estadual do Rio de Janeiro. O trabalho realizado pela Professora Adelina Moura (2007) trata-se de um projeto chamado “Geração Móvel”, desenvolvido na disciplina de Português, com atividades orientadas para a aprendizagem autônoma, onde se pretendia analisar a influência do “telemóvel”, ou seja, do telefone celular no processo de ensino e aprendizagem, em especial na aprendizagem individual e colaborativa. A expressão “geração polegar” é apresentada como a “aptidão em escrever e enviar mensagens usando apenas os polegares”. A segunda pesquisa foi baseada na monografia escrita pela professora de Metodologia Visual Andréa Guimarâes Phebo, da Escola de Belas Artes da Universidade Federal do Rio de Janeiro, onde ela cita sua experiência com a proposta de uma oficina para a criação de materiais didáticos com novas tecnologias, com seus alunos de Licenciatura em Educação Artística, que motivados refletiram sobre a utilização de novos materiais didáticos em sala de aula, sugeriram o uso do celular como facilitador da aprendizagem. A partir da proposta de inicio, ela destaca algumas experiências que obtiveram sucesso com o uso do telefone celular. “Ensino Arte e Rede”, do Núcleo de Arte e Tecnologia da escola das Artes Visuais do Parque Lage, em parceria com a Empresa de Telefonia Oi (2009); Projetos “Paisagens Sonoras” e “Celulares Aliados ao Ensino e Execução da Música”, desenvolvidos por ela mesma com os estudantes de Licenciatura em Educação Artística, da escola de Belas Artes da UFRJ. (2008). O terceiro foi realizado um questionário com os professores da rede pública municipal e estadual, onde eles relatam suas experiências dentro de 10 sala de aula com aparelhos celulares e suas opiniões sobre a proibição por lei do uso do telefone celular. Essa pesquisa tem como objetivo, questionar os motivos que ainda o celular tem sido visto como um vilão nas escolas, mesmo com um grande potencial pedagógico e suas múltiplas funções tecnológicas; contribuir para que as instituições educacionais e seus profissionais de ensino aproveitem os recursos tecnológicos do celular, para oferecer novas possibilidades no processo ensino e aprendizagem e refletir o papel das instituições de ensino, na formação dos padrões de conduta, junto com as novas gerações, na utilização das tecnologias, principalmente o celular, como ferramenta pedagógica. . 11 CAPÍTULO I AS TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO E A ESCOLA. A tecnologia é uma palavra que cada vez mais é falada por todas as camadas sociais e em todos os meios de comunicação. Ela está tão presente na vida cotidiana, em todos os lugares que frequentamos, mercados, unidades escolares, bancos e etc. e contribui efetivamente na atuação de muitas profissões. Para Filho: “ [...] a internet (e com ela todas as demais tecnologias) lança o desafio da universalização e da democratização da educação e também das tecnologias que apontam as possibilidades políticas do Estado e da sociedade. A internet, como fator de cultura, aprendizagem e democratização na/da escola, pode ser uma oportunidade para a educação reafirmar o seu lugar historicamente, libertando-se das amarras do tempo e espaços escolares circunscritos à normatização e regulação da razão instrumental. Além disso, abre suas portas e janelas para a convivência com diferentes valores e culturas. O uso social da rede internet pode vir a transformar a escola única na escola plural, produzindo diferentes saberes e culturas. ( 2005, p. 227 e 228). Na educação do nosso país, a inserção da tecnologia vem causando várias reações, favoráveis em alguns professores, contrárias em muitos, devido a alguns fatores; de imediato por falta de formação adequada e a insegurança pelo novo e por não dominar plenamente o assunto. Além disso, a maneira pela qual os computadores e a internet chegaram as nossas escolas não foi muito animadora, criando muita expectativa e poucos resultados. Os laboratórios com número de turmas com muitos alunos, é um calculo sem resposta. Na verdade 12 em muitos casos o que se viu foram laboratórios de informática educativa (LIE) trancados pelos gestores temerosos por destruição, em outros laboratórios diversas máquinas quebradas, por mau uso, ou ultrapassadas e sem manutenção, projetos idealizados por poucos professores interessados, que não conseguiram colocar em prática. Para lidar com essa nova realidade, os educadores, como aconteceu na implantação de outras mídias na escola, não receberam treinamento, ou não tiveram tempo para frequentarem as poucas capacitações oferecidas. Isso ficou mais evidente quando, na maioria das vezes os educadores se viam atrapalhados e muitas vezes perdidos diante de um computador, oposto dos alunos, que por sua disponibilidade de tempo e grande curiosidade, acabaram dominando melhor as máquinas. Apesar das dificuldades iniciais, com o computador e a internet nas escolas a aprendizagem ganha uma nova estrutura, o da comunicação virtual, dividindo o espaço dominante da comunicação presencial, característica principal do ensino tradicional. Mas isso não diminui a importância e nem desvaloriza os educadores. Por mais que as tecnologias ofereçam facilidades e rapidez a busca de informações, o ato de descobrir, refletir, de transformar a informação em conhecimento, de aprender a aprender, não será efetiva sem a presença de um orientador. Assim sendo, os currículos, as avaliações, como o papel do educador deve ser reformulado, porém sua presença será sempre imprescindível. Para Lévy ( 1999, p.171), “O professor torna-se um animador da consciência coletiva dos grupos que estão a seu encargos. Sua atividade será centrada no acompanhamento e na gestão das aprendizagens: o incitamento à troca dos saberes, a mediação relacional e simbólica, a pilotagem personalizada dos percursos de aprendizagem etc.” (grifos do autor). Menosprezar a contribuição que as tecnologias de informação e comunicação podem trazer para a educação, a aprendizagem, a pesquisa, a autoria e a comunicação seria o mesmo que ignorar muitos materiais de apoio didático, como o livro, que se tornou indispensável. Podemos afirmar então que como os livros, os computadores, os notebooks, os tablets, a internet e muitas outras tecnologias vieram acrescentar velocidade ao saber, qualidade e facilidade a educação, mas tudo isso depende da maneira que são encaradas e utilizadas. 13 1.1 - Internet nas Escolas um Espaço Educacional 1.1.1 - Ambiente Virtuais de Aprendizagem - Redes Sociais As redes sociais nas instituições de ensino podem facilitar e colaborar no processo de ensino e aprendizagem. Portanto como é novidade na educação, apesar de algumas experiências bem sucedidas, ainda necessitamos de mais pesquisas que mostrem resultados. Há vários motivos que justificam a utilização das redes sociais na educação. Um deles é que elas são o habitat dos nossos jovens estudantes, eles já estão lá utilizando todos os espaços com muita destreza. Inicialmente pode acontecer uma certa resistência pelos alunos, pela invasão do seu espaço de divertimento com o estudo, em contrapartida eles estão familiarizados com todos os recursos, pois acessam com frequência as atividades realizadas nas redes. Ainda, as redes sociais atingem naturalmente um dos principais objetivos da educação, a integração, que sempre estamos estimulando em nossas aulas. Muitos profissionais censuram a proibição ao acesso a redes sociais nas instituições educacionais como uma posição ultrapassada e que se opõe às regras da pedagogia, mas se avaliarmos bem percebemos que envolvem muitas outras variantes, como por exemplo, existe instituições e sua rede não tem capacidade e não estão preparadas para que todos os alunos acessem o Facebook ao mesmo tempo. Aliás, existe uma outra questão que é fundamental de precaução. Oficialmente muitas redes não podem ser conectadas por crianças de certa idade, mesmo assim temos conhecimento que isso acontece e muito, portanto as escolas não deveriam favorecer isso. Elas podem ser cobradas legalmente pelos pais, que não permitem os seus filhos acessarem a rede. Ainda temos uma outra problemática, que nem todos os professores possuem habilidades e nem estão dispostos a executar um trabalho pedagógico com os espaços das redes sociais em suas aulas. E quando insistem causam muitas vezes dispersão que acaba trazendo prejuízos ao bom andamento das aulas e a aprendizagem. Por esses motivos essas questões devem ser 14 ponderadas, ou até mesmo em alguns casos coibidas, que seria a atitude de imediato mais acertada. Logo, o professor que pretende realmente utilizar redes sociais como ferramenta pedagógica deve fazer como qualquer outro uso de tecnologia, ferramentas,software na educação, ele deve estudar, se formar, adquirir o conhecimento. Na verdade as redes de ensino deveriam propiciar uma boa formação aos seus professores com programas de formação continuada para que eles se capacitem. Devem também dar a chance dos educadores frequentarem os cursos no horário de seu trabalho e não nos horários de folga. Por outro lado os professores devem ter interesse verdadeiro de se atualizar, participando de eventos, cursos ou procurando orientações de pessoas com vasta experiência na área. É de grande importância que nas formações tenham reflexões sobre a prática pedagógica do professor e não somente o aprendizado técnico das ferramentas. É necessário que tenha além do teórico, estudos de casos para uma formação global fazendo com que o professor possa ser o mediador entre os alunos e a tecnologia. 1.1.1.1 – Facebook na Educação Pesquisas feitas evidenciaram que as relações entre estudantes e educadores construídas no Facebook podem gerar uma relação de afetividade e um canal de comunicação mais aberto, resultando em ambiente de aprendizagem muito rico e maior envolvimento dos alunos. Vejamos alguns recursos do Facebook que podem ser usados em nossas escolas. Com um perfil que o professor faça com sua turma e os recursos básicos, já dá para desenvolver grandes coisas. O mural do Facebook que está sempre sendo aperfeiçoado, sofrendo influências dos microblogs, oferece um fluxo de textos expressivo, notas, vídeos, imagens, comentários, avaliações, eventos dos seus amigos. Também mostra atualizações de páginas que você curte e dos grupos que você pertence. O mural serve de espaço de 15 comunicação e de discussão, e os alunos e professores podem ser marcados, para incentivar sua participação. O espaço de mensagens internas serve também como um importante canal reservado de comunicação, e eventos podem ser usados para comunicar encontros, palestras e lembrar de prazos a serem cumpridos. Um recurso muito interessante a ser utilizado pelos educadores são os grupos no Facebook, um espaço online onde as pessoas interagem e compartilham conteúdos e comentários. Uma maneira interessante de desenvolver projetos de colaboração uns alunos com outros e com os professores, onde os temas discutidos podem ser preservados e exclusivos para quem participa do grupo. Já as páginas comportam a interação entre membros do Facebook, podemos dizer que é pública, qualquer pessoa pode optar por receber atualizações dos seus conteúdos se for permitido pelo administrador desse espaço. Com isso, os responsáveis pelos nossos alunos podem acompanhar os conteúdos postados pelos professores e alunos. Nas páginas é fácil para educadores e os estudantes compartilharem links, artigos, vídeos, imagens, condizentes aos conteúdos que querem desenvolver e é possível também utilizar notas, comentários e outros recursos como fóruns de discussão. Além desses exemplos de recursos básicos, há vários outros aplicativos que podem ser utilizados para divulgar, enviar e compartilhar conteúdos e apresentações. Outro benefício do Facebook para a Educação é promover a cidadania no mundo digital, ensinar aos estudantes a serem bons cidadãos no mundo digital, refletindo assim no mundo real, pois a responsabilidade digital não é diferente do que a responsabilidade que devemos ter off line. O professor têm tradicionalmente ajudado aos pais a ensinar aos jovens sobre o comportamento apropriado para com os outros. Com as mídias sociais, os professores podem fazer parte de uma conversa com seus alunos sobre cidadania digital, orientando sobre ser respeitosos e corteses com o outro 16 online, bem como off line, esclarecê-los sobre a utilização segura da internet, ética e responsável. O Facebook em aparelhos móveis é uma ferramenta que também facilita a aprendizagem, pois transfere automaticamente o conteúdo que você compartilha em sua página e seus grupos baseado na Web em um formato móvel. Isso quer dizer que, sem nenhum trabalho extra, os alunos podem acessar o conteúdo em qualquer lugar através de tablet, telefones celulares, smartphones e etc, favorecendo a oportunidade de participação e reflexão. Oferece também aos alunos a liberdade de utilizar essa tecnologia de uma forma que melhor se encaixa com seus estilos individuais de aprendizagem e vida. Usar o Facebook para dispositivo móvel de aprendizagem dá a oportunidade para muitos jovens de classes menos favorecidas, que não tem desktop em sua residência e possuem um dispositivo móvel que muitas vezes é o primeiro ponto de acesso à internet e a única forma que eles têm de se conectar e interagir na Web. Nem tudo é perfeito deste mundo. No Facebook ainda existe algumas limitações para o uso em educação, como por exemplo, os comentários soltos no mural tornam difícil a visualização e o acompanhamento da informação, pois não é fácil controlar o que foi lido e o que não foi. Falta ao Facebook um sistema de filtro, busca, organização e classificação da informação importantes para objetivos de aprendizagem definidos. Mas com as atualizações constantes que essa plataforma vem passando, as limitações serão rapidamente superadas e não devemos permitir que essas limitações nos afaste desta ferramenta da web 2.0 e redes sociais que é tão interessante quanto aos blogs, o Google docs e o YouTube. 1.1.1.2 – Blogs na Educacão Bolgs um ambiente virtual que vem se destacando na educação pelo seu potencial pedagógico, pelas suas configurações que permitem a 17 interdisciplinaridade, interatividade e cooperação e onde o aluno passa a ser um elemento privilegiado, capaz de imaginar, criar, interagir de uma forma reflexiva e crítica. Nesse espaço, ao professor, cabe apenas instigar, motivar, desfiar, orientar e acompanhar o processo e, a partir daí gerar uma rede de conhecimentos. Os blogs não são ambientes estáticos com formatos definidos, podem ser construídos, modificados conforme as necessidades e potencializa o espaço de autoria e autonomia. A sua facilidade de utilização derruba uma das grandes barreiras de construção, edição e manutenção de páginas na Web que, de início, era feito somente por quem era detentor de conhecimento sobre linguagens HTML e etc. Com o surgimento desta ferramenta muito útil para desenvolver no aluno as capacidades de ler e escrever, a internet deixa de ser um espaço onde se navega solitariamente e que o usuário acessava as páginas apenas para leitura de seus conteúdos. Agora, com esse espaço com uma estrutura tão dinâmica e interface agradável, facilita a publicação imediata de textos, imagens e sons. Sua estrutura que é de ordem cronológica facilita o aceso às publicações. Atualmente encontramos vários blogs em atividades na internet com assuntos variados e vinculados a informações exclusivas e conteúdos que dificilmente seriam publicados por outros veículos de comunicação, por serem de interesse específico. É de suma importância que o professor oriente seus alunos na confecção desse espaço virtual e que esteja sempre à frente gerenciando os blogs de sua turma, ou escola para usufruir bem dos benefícios e atingir aos objetivos educacionais. É pertinente que se tenha prudência na execução dos blogs, como por exemplo, o serviço de blogs que se vai criar a conta e o endereço que deve ser fácil de memorização. O cuidado ao definir os temas para que não sejam muito específicos e fiquem engessados a um só assunto. A ideia é que seja bem abrangente para abarcar vários temas. A manutenção do blog deve ser diária atualizando e publicando ideias, textos, vídeos e etc. A divulgação para amigos 18 e seguidores podem ser através de outros espaços das redes sociais. A orientação aos alunos sobre assuntos preconceituosos e opiniões polêmicas deve ser feita para evitar problemas, ou até processos judiciais.. Acessando Blog através de dispositivos móveis A mobilidade é uma das questões que mais se expande em todo o mundo, com isso a tecnologia móvel está revolucionando a tecnologia do século XXI, até mesmo mais do que a própria internet. Concedendo a nós seres humanos se comunicar em qualquer lugar, a qualquer momento, mudando a familiares, afetivas e profissionais. O uso de dispositivo móvel e conexão sem fio permitem as pessoas manter-se atualizados em tempo real, permitindo a captura, o compartilhamento de nossas visões dos outros, de nós mesmos e do mundo lá fora e , consequentemente, do nosso lugar .E também estimulam a utilização de ferramentas colaborativas e interativas. Com essa mobilidade os blogs se tornam ferramentas potentes e de sucesso na educação, pois nossos estudantes já habituados a esse mundo acelerado e imediatista manipulam facilmente enriquecendo-o com informações que podem ser em forma de um diário pessoal, ou social, em forma de diálogo com os distantes. Essa facilidade também chega até o educador, que tem a possibilidade de gerenciar todas as postagens de seus alunos de onde estiver. 1.1.1.3 - Twitter na Educação O segundo país com maior número de usuário e acesso ao twitter é o Brasil, esse é um espaço virtual das redes sociais, que desde 2006 comporta mensagens de no máximo de 140 caracteres de seus internautas. O twitter permite também que você siga outros perfis, dos quais as informações podem ser vistas e acompanhadas em tempo real. O movimento de twittar chegou 19 numa velocidade muito grande ao mundo corporativo, que gradativamente começa a utilizá-lo de forma mais eficaz e mais engenhosa. O twitter como outros espaços nas redes sociais estão invadindo as escolas e alguns professores que ainda se encontram temerosos e se opõe em adotar novas ferramentas de comunicação, por acharem que como são inúmeras plataformas surgindo a cada minuto no mundo digital, que com a correria de vida, sempre ocupados com inúmeras atividades intermináveis talvez pensem que não conseguiram dominá-lo nunca. Esses educadores devem atentar ao fato de que nossos alunos estão na maioria nesse microblog, trocando informações e criando redes de troca de saberes. Essa ferramenta vem sem dúvida modificando a comunicação na internet e já é uma realidade entre os nossos jovens. Algumas instituições de ensino, que na verdade ainda são em pequeno número, vem percebendo a importância do twitter na comunicação escolar. Escolas no Brasil já o acolheu para se comunicar com responsáveis pelos alunos e falar sobre acontecimentos, eventos, recados ligados a educação. Em alguns lugares pelo mundo, educadores já ousaram e utilizaram essa ferramenta para ampliar as possibilidades de comunicação e desenvolvendo assim experiências pedagógicas em sala de aula, tendo bons resultados. “Estamos no momento em que a escola deve se modificar para acompanhar a realidade do aluno. O professor deixou de ser somente um transmissor e passou a ser um tutor de conhecimentos”, avalia Otacília Pereira, coordenadora do Núcleo de Tecnologias Aplicadas à Educação do Senac-SP. Como é um recurso novo e não foi criado especificamente para a educação deve contar com a criatividade do professor, um planejamento prévio e cuidados para o uso adequado. Para um bom resultado o professor ao aventurar-se enviar um exercício que comprometa sua rede de contatos, lance a pergunta ou atividade antecipadamente, para que seus seguidores tenham tempo hábil para participar, responder ou executar; deverá manter-se flexível às inovações, 20 ocasionalmente às sugestões dadas podem se mostrar não tão aceitáveis quanto ao planejado, mesmo assim pode brotar novas experiências. Se for necessário dê novas sugestões. O professor ainda deve ser um observador durante a navegação dos alunos, deixando a curiosidade deles fluir e conduzilos apenas para as descobertas gerando assim novas experiências. Twitter e celulares em usos pedagógicos Analisando o Twitter do ponto de vista de um educador Web 2.0, percebe-se que essa ferramenta juntamente com dispositivos móveis aponta visivelmente novas e cativantes possibilidades para os métodos educacionais: para comunicação entre membros de um grupo de trabalho ou de uma rede escolar, para escrever colaborativamente, para fazer a cobertura ao vivo de um evento ou veicular notícias, lançar perguntas, gerar webgincanas, propor atividades intituladas de "simulações participativas", em que estudantes recebem um conteúdo do professor via celular e passam a interagir com ele, enviando em seguida suas intervenções aos colegas. realizar diálogos coletivos assíncronos, passar a "seguir" instituições ou pessoas que possam ser úteis no acesso às informações do seu interesse, dentre outras. Essa forma de inteligência coletiva oferece resultados mais concretos e proveitosos do que os mecanismos de busca convencionais. 21 CAPÍTULO II APRENDIZAGEM MÓVEL NA EDUCAÇÃO Aumentar o que fica restrito ao espaço físico da escola, fazer da comunidade em volta um grande laboratório para aprendizagem e tornar a escola um lugar prazeroso e atraente. Com esse panorama, que de início pode parecer complexo, a aprendizagem móvel vem assumindo um lugar de destaque na educação. Antes da expansão do celular com seu potencial de comunicação e produção, os professores e alunos já vivenciavam algo parecido com outras formas de tecnologias mais primitivas, como utilizar gravadores para gravação de sons, filmadoras para produção de vídeos ou máquinas fotográficas que podiam fazer registros de fora da escola e trazê-los para serem utilizados em sala de aula. Hoje a mobile learning, ou aprendizagem móvel adquiriu evidências que com a velocidade de informações, com a convergência de várias mídias num dispositivo compacto digital portátil, fez com que os nossos aprendentes passassem a produzir mais que consumir, interagir mais com o outro e criar informações, tornando o aprender mais dinâmico, colaborativo e com exploração de conhecimento e interação muito maior. Ampliando assim o universo de aprendizagem dos nossos estudantes. A aprendizagem móvel (m learning) como próprio termo sugere é “praticada através de dispositivos móveis como telefones celulares, smartphones e tablets aliados a internet e redes sem fio, permitindo acesso a conteúdos de aprendizagem e entretenimento independente de tempo e lugar”. (FRANCISCATO apud STARR, 2007) A tecnologia móvel na educação poderá proporcionar benefícios aos alunos, por oferecerem uma aprendizagem mais flexível, acessível de seus dispositivos pessoais mesmo em movimento e aos educadores, que poderão dispor de um novo meio de transmissão de dados e interação com o aluno. (FRANCISCATO apud SIAU, 2008) 22 2.1 - Definições de Aprendizagem Móvel Para maior compreensão de Mobile Learning, Hugo Duarte Valentim selecionou algumas definições no seu trabalho de conclusão de mestrado, que pela sua pertinência foi reproduzido para enriquecer o conteúdo relatado. O uso integrador de dispositivos móveis no currículo de forma a facilitar a aprendizagem activa e criadora de significado através da geração de espaços de aprendizagem estendendo-se além das limitações físicas e temporais da sala de aula tradicional. Estes espaços de aprendizagem (espaços de aprendizagem móvel) são caracteristicamente dinâmico, colaborativos e focados nas necessidades individuais do aprendente no contexto corrente. (Geraldine Torrisi – Steele, 2009, p. 3041) Os processos (tanto pessoais como públicos) de chegar a conhecer através da exploração e conversação entre pessoas e tecnologias interactivas pessoais. (M. Sharples, ET AL., 2008) Qualquer actividade que permita aos indivíduos serem mais produtivos quando consumindo, interagindo com, ou criando informação, mediada através de um dispositivo compacto digital portátil que o indivíduo trás consigo numa base regular, tem conectividade fiável, e cabe num bolso ou bolsa. (Wexler, Brown, Metcalf, Rogers, & Wagner, 2008, p. 7) Mlearning combina as tecnologias das comunicações móveis com o “eLearning”, que podemos definir como qualquer forma de material distribuído electronicamente com um ênfase nas tecnologias baseadas na Internet. Permite-lhe ter acesso conectivo, em linha mesmo quando está em deslocação num ambiente móvel (...) o propósito do mlearning é desenvolver conteúdo de aprendizagem que se integre com aplicações móveis e forneça aprendizagem e performance numa dinâmica Just-in-time, Just-in-place. (Metcalf, 2006, p. 2) Qualquer tipo de aprendizagem que sucede quando o aprendente não está numa localização fixa, predeterminada, ou aprendizagem que sucede quando o aprendente aproveita oportunidades de aprendizagem oferecidas pelas tecnologias móveis. (O’Malley, Vavoula, Lefrere, Sharples, & Taylor, 2004, p. 6) Mlearning é a aquisição de qualquer conhecimento ou perícia através do uso da tecnologia móvel, em qualquer local, em qualquer altura, que resulta numa alteração do comportamento. (Geddes, 2004) O termo cobre o uso personalizado, conectado, e interactivo de computadores de mão nas salas de aulas, na aprendizagem colaborativa, no trabalho de campo, e no aconselhamento e orientação (Traxler, 2007) 23 M-learning é a interseção da computação móvel com o eLearning: recursos acessíveis onde quer que esteja, fortes capacidades de pesquisa, interação rica, apoio poderoso à aprendizagem efectiva, e avaliação baseada na performance. eLearning independente da localização no tempo e no espaço. (Quinn, 2000) A aprendizagem móvel ou mlearning é a possibilidade de aprender em qualquer lugar a qualquer hora através de dispositivos móveis, como afirma Quinn (2000), “It’s elearning through móbile computacional devices: palms, Windows CE machines, even your digital cell phone. (Moura & Carvalho, 2007) O estudo de como a mobilidade dos aprendentes, aumentada pela tecnologia pública e pessoal, pode contribuir para o processo de aquisição de novo conhecimento, habilidades e experiência. (Kukulska-Hulme, et al., 2009) Refere-se às modalidades de ensino e aprendizagem que se valem do uso de dispositivos móveis (computadores portáteis, agendas eletrônicas, telefones móveis, tablet PCS, í-pods, Pocket PCs etc...) e da conectividade sem fios para estabelecer comunicações entre os distintos agentes educativos com uma finalidade instrutiva. (Coll & Monereo, 2008, p. 49) Aprendizagem emergente no processo da comunicação móvel pessoa-apessoa. (Nýiri, 2002) 24 CAPÍTULO III ATIVIDADES EDUCATIVAS COM CELULAR Moran (2007, p.167) afirma que: “Estamos caminhando para uma aproximação sem precedentes entre os cursos presenciais (cada vez mais semipresenciais) e os a distância”, e que “os mesmos professores que estão no presencial-virtual começam a atuar também na educação a distância”. Muitas possibilidades se abrem a partir deste contexto, combinando as facilidades do ensino virtual com o melhor do ensino presencial. Os recursos tecnológicos diminuem distâncias, facilitando a interação dos sujeitos a qualquer hora e em qualquer lugar. Prevendo o que estamos vivendo nos dias de hoje, Moran comenta: Caminhamos para formas de gestão menos centralizadas, mais flexíveis, integradas; para estruturas mais enxutas. Está em curso uma reorganização física dos prédios: Menos quantidade de salas de aula e mais funcionais, todas com acesso à internet. Os alunos começam a utilizar o notebook para pesquisa, pra busca de novos materiais, para solução de problemas. O professor universitário também está conectando-se mais em casa e na sala de aula e tem mais recursos tecnológicos para exibição de materiais de apoio para motivar os alunos e ilustrar as suas idéias. Teremos mais ambientes de pesquisa grupal e individual em cada escola; as bibliotecas se converterão em espaços de integração de mídias, software, bancos de dados e assessoria. (2007,p.168,grifo do autor) As transformações na vida de cada indivíduo estão acontecendo a cada dia mais rápido devido, à expansão dos serviços ligados a telecomunicação, a eletrônica e as tecnologias de informação e comunicação. A telefonia móvel com o custo cada vez mais baixo, dos seus serviços, permite que cada vez mais pessoas tenham acesso a ela, com isso vem 25 crescendo significativamente no Brasil. Segundo consulta ao site da Agencia Nacional de Telecomunicações¹ (ANATEL), o Brasil fechou em janeiro de 2012, com 245,2 milhões de linhas ativas na telefonia móvel e teledensidade de 125,29 acessos por 100 habitantes. O estado de São Paulo lidera com 60.158.944 pessoas atendidas, seguido de Minas Gerais com 24.143.426, Rio de Janeiro com 21.960.243 e Bahia com 16.044.620. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, o Brasil tem 190.755.799 habitantes, é o que constata a Sinopse do Censo Demográfico 2010². Com base nestes dados percebemos que o número de linhas habilitadas supera em quase o dobro o número de habitantes. Coligado ao fato de diminuir distância e a maior comunicação entre pessoas, o telefone celular tornou-se o equipamento com maior número de funções, que vão além da idéia inicial do tradicional conceito de telefonia. Com os novos aparelhos de telefonia móvel além de falar, ouvir pode-se, fotografar, ouvir músicas, filmar, agendar compromissos, fazer cálculos, ver hora, despertar, gravar, jogar, pesquisar informações ampliando os conhecimentos e buscar entretenimento na rede com acesso a internet. Com a convergência de tantas mídias e utilidades reunidas em um só aparelho cada vez mais compacto, não nos admira o fato de ser tão desejado principalmente pelos nossos jovens. E assim mais uma vez nossos alunos tomando a frente e se apropriam sem critérios do universo dessa tecnologia dominando- a. Moura nos alerta para o âmago da questão, que tem posto o celular como um intruso malquisto na educação, dentro das salas de aula: Não obstante, o que se nota, no seio da escola e na sociedade em geral, é uma falta de hábitos sãos no uso destes aparelho, quer por parte dos alunos, que não respeitam o clima de atenção dos colegas, quer por parte dos pais que telefonam aos filhos em horário escolar por futilidades. Há, pois, uma falta de cultura digital da comunicação, levando a “demonisar” o telemóvel, que tem levado a criar leis e regulamentos proibitivos que impede de ser usado como ferramenta pedagógica na aula. (2007, p.52, grifo nossos) 26 É necessário, portanto, que os docentes tenham inicialmente uma abertura para tratar destas questões que a cada dia se intensificam. Além disso, se a “falta de hábito” acarreta a má utilização dos aparelhos, as instituições de ensino deveriam criar regras de condutas pertinentes para que eles possam ser usados de maneira adequada dentro e fora delas, criando limites e possibilidades, a fim de que os educadores venham entrever gradativamente o que em suas atividades pedagógicas seria possível aplicar com os recursos da telefonia móvel e o que no seu dia a dia deveria mudar para conseguirem, da melhor maneira, incorporar e explorar estes recursos. A cultura digital se dará com o uso e construção de novos hábitos e esse processo levará tempo e experimentações. Com empenho e criatividade os educadores podem vir a usar a seu favor todos os recursos disponíveis nestes celulares, já que praticamente quase todos os alunos já possuem um aparelho a sua disposição. Com a grande produção de aparelhos e competição entre as operadoras que cada vez mais oferecem vantagens aos consumidores, baixando os custos dos serviços, cresce o número de pessoas, que vem tendo acesso a este meio de comunicação, no qual também funciona como meio de produção, pois praticamente câmeras fotográficas e filmadoras hoje fazem parte de todos os aparelhos, dando assim a possibilidade de produzir vídeos e publicar na internet. Além disso, como já foi citado anteriormente, esses aparelhos não são simplesmente só telefones, possuem várias funções como: receber e enviar mensagens, ver televisão e interagir com os programas, acessar a internet e redes sociais, compartilhar conteúdos, ler e enviar e mails, que fazem destes aparelhos excelentes ferramentas pedagógicas, se devidamente for incorporado no planejamento das ações educacionais. Como diz Moura (2007, p.67) “Em vez de banir é preciso começar a integrar porque há várias acções que se pode realizar com telemóveis 3G”. 27 3.1 - Projetos e práticas com o uso do celular :Narrativas de experiências Ao pesquisar elementos que nos munisse de argumentos para alicerçar este estudo poucos conteúdos e ações foram encontradas. Porém gostaríamos de destacar que o tema não é de interesse somente dos brasileiros e é uma constante também em outras partes do mundo, como destaque Portugal. Os projetos que elegemos nos chamou atenção que por mesmo sendo desenvolvidos em países diferentes e com alunos de vários segmentos, eles estão integrados por seus objetivos em comum, pelas propostas sócioconstrutivistas que trazem, pela valorização que trazem, pela valorização do aprender fazendo, pela valorização da experimentação como elemento de aprendizagem, utilizando-se a tecnologia móvel para estes fins. Com a utilização massificada do celular, seria importante que a aprendizagem móvel, mobile learning, fosse um elemento significativo na aprendizagem formal dos nossos aprendentes, já que existe aquisição de conhecimento através desta tecnologia acontecendo de uma maneira não formal, não sistematizada e nem orientada por ninguém. 3.1.1 – Projeto “Geração Móvel” O Projeto Geração Móvel, segundo Moura (2007, p.65), “procura incorporar algumas tecnologias móveis na aprendizagem individual e colaborativa, elevando o potencial criativo dos alunos”. Seu objetivo é (id, 2007, p. 51) “ajudar a compreender as implicações das tecnologias móveis no processo de ensino e aprendizagem individual e colaborativo”, almejando “avaliar a forma como os alunos se apropriam das tecnologias móveis como ferramentas educativas”. Este projeto foi desenvolvido na Escola Secundária Carlos Amarante, em Braga, Portugal, pela professora Adelina Moura, que trabalha com a 28 disciplina de Português e Francês. Como meta de trabalho, ao invés de proibir o uso de celulares e Ipods em sala de aula, ela compôs um programa de aprendizagem com mobilidade, no qual disponibiliza na internet e em plataforma móvel as tarefas dos alunos, incluindo produção e publicação de vídeos, desafios para os grupos em rede e o conteúdo de suas aulas em mp3, para que os alunos baixem ou acessem de seus telefones ou em casa. “aprender numa sala sem muros e numa disciplina sem horários”, segundo a Professora Adelina, é uma das propostas do projeto, respeitando o ritmo individual de aprendizagem e valorizando a produção de cada um. Conforme afirma Lévy: Alguns dispositivos informatizados de aprendizagem em grupo são especialmente concebidos para o compartilhamento de diversos bancos de dados e o uso de conferências e correios eletrônicos. Fala-se então em aprendizagem cooperativa assistida por computador [...] A partir daí, a principal função do professor não pode mais ser uma difusão dos conhecimentos, que agora é feita de forma mais eficaz por outros meios. Sua competência deve deslocar-se no sentido de incentivar a aprendizagem e o pensamento. (1999, p. 171) A utilização do celular como aliado na aprendizagem no projeto de Moura, vem de encontro ao fato que, também lá, não há computadores disponíveis para os alunos em sala de aula. A partir dos recursos disponíveis nos telefones, Moura enumera uma série de tarefas que podem ser desenvolvidas, por intermédio de seu uso: (1)verificar a escrita ou definição de uma palavra; (2) Pesquisar um tema; (3) Pesquisar uma imagem de referência; (4) Consultar mapas; (5) Documentar uma experiência de laboratório com a câmera fotográfica ou de vídeo; (6) Consultar o tempo, o tráfego; (7) Colocar perguntas por e-mail ao professor; (8) Responder a quizzes; (9) Descarregar, gravar ou ouvir podcasts; (10) Responder a sistemas de respostas na sala de aula. (2007, p. 67) 29 Cita ainda outras sugestões de atividades, das quais destacamos: concurso de fotografias, uma história coletiva ou poema escrito por SMS e 5 minutos de leitura diária no celular. Aproveita ainda a versatilidade dos aparelhos na realização das atividades, considerando-o por três aspectos: capacidade de armazenar informações (ex: fotos, textos curtos), com o qual foi possível criar cada um em seu celular um dicionário personalizado, onde a cada aula eram apresentadas palavras diferentes ou desconhecidas e seus respectivos significados, que eram arquivados nos aparelhos para consultas posteriores, ferramenta de produção (ex: vides e fotos) onde foi possível gravar episódios de noções gramaticais, fazer resumos das aulas, realizar entrevistas, fazer vídeos para uma mostra com o tema “Da objectiva do meu telemóvel” e ferramenta de escrita (ex: envio e recebimento de mensagem), onde aproveitou a habilidade dos alunos em enviar mensagens para a escrita de “microcontos” que, passados de um ao outro , geravam poemas escritos a várias mãos, possibilitando a reflexão sobre aspectos da localidade onde está inserida a escola tais como: a preservação do meio ambiente, o que precisa melhorar na cidade, etc. 3.1.2 - Ensino Arte e Rede Neste segundo projeto apresentaremos as propostas de trabalho desenvolvidas pela Professora Andréa Guimarães phebo com seus alunos de Licenciatura em Educação Artística, da Escola de Belas Artes da UFRJ. De acordo com Phebo (2009, p. 17): “o NAT_EAV Núcleo de Arte e Tecnologia da Escola de Artes Visuais do Parque Lage é um laboratório de ensino, produção e reflexão que atua na interseção entre a arte e a nova tecnologia com ênfase em redes virtuais e mídias móveis”. Foi fundado em 1998 e reinaugurado em 2006 em parceria com a Oi, empresa brasileira de telefonia. Phebo assim descreve o projeto: 30 O ensino Arte e Rede é um programa de ensino a distância para alunos da rede pública integrantes do Projeto TONOUMUNDO (do Oi Futuro – Instituto de Responsabilidade Social da Oi), que participam de um trabalho colaborativo e participativo entre o Núcleo de Arte e Tecnologia da Escola de Artes Visuais do Parque Lage e a Oi [...] Esse programa – elaborado pelo NAT_EAV – Visa à introdução desses jovens no universo de produção da arte contemporânea, numa interface com as novas tecnologias de comunicação. O ensino arte rede surgiu da interseção de três linhas de pesquisa e trabalho criadas pelo NAT_EAV: arte sem distância, para projetos de educação de arte à distância arte em processo, para projetos colaborativos entre NAT_EAV e artistas convidados; e arte do fluxo, para projetos colaborativos em rede utilizando mídias móveis. (id, 2009, p. 18) O primeiro convidado a participar do Projeto foi o artista plástico Luiz Alphonsus de Guimaraens. A partir de um encontro entre ele e os professores do NAT_EAV, surgiu a idéias de reeditar um de seus trabalhos de mapeamento fotográfico de espaços urbanos, que fora apresentado em 1970, utilizando os recursos das novas tecnologias, reproduzindo com os jovens alunos os seus percursos atuais pelas redes de informação e vias urbanas. O Projeto piloto foi chamado de “Encontro em um Ponto”, sendo desenvolvido em duas escolas do Estado do Rio de Janeiro. Deste, originou-se o “Projeto Trama” que através de um site criado na internet, disponibilizou a troca de experiência entre alunos espalhados por várias regiões do Brasil. 3.1.3 - Projeto “Paisagens Sonoras” Nesta proposta da equipe de Phebo, os alunos foram orientados a buscar novos significados da imagem atrelada ao som, sem que um tivesse necessariamente relação com o outro. Divididos em grupos, todos fariam fotos e 31 captação de áudio com temática livre, utilizando para isso aparelhos celulares. A partir da coleta e observação deste material, seria discutido o poder da imagem como objeto facilitador da comunicação e sua releitura a partir da conexão com outros sons. Segundo seus criadores, para ambientação dos alunos com a proposta do trabalho, alguns referenciais artísticos de autores como Miranda July, Luigi Russolo, John Cage, Chelpa Ferro e Max Neuhaus foram apresentados através de livros, sites e filmes e discutidos nas aulas antes do trabalho de campo. 3.1.4 - Projeto “Celular Aliado ao Ensino da Música” Como sugere o próprio título, neste trabalho a proposta é aproveitar as funcionalidades sonoras do celular, utilizando arquivos de áudio do tipo midi ou mp3 e o recurso de transferência de dados Bluetooth, disponível na maioria dos aparelhos, para exercícios musicais nas aulas de música. O grupo sugere que o professor utilize arquivos sonoros, previamente preparados e gravados em seu celular para estudos de diferentes conteúdos e entendimento da leitura musical, tais como: altura, compasso, escalas, acordes, compasso, ritmo, etc. através do recurso de Bluetooth, os arquivos seriam transmitidos aos alunos, que os utilizariam quando fossem estudar. Assim poderiam checar, por exemplo, se executaram corretamente uma nota musical, ou um ritmo, ou uma melodia. Os autores também fazem uma interessante referência a programas criados especificamente para serem usados nos celulares. Dois destes programas, o Pocket Guitar e Finger Piano, criados para o iphone da Apple, em que o primeiro imita o traste de uma guitarra, onde se pode fazer acordes e tocar música de fato. E o segundo seria um piano de bolso, que imita todos os sons do piano convencional e vem com músicas incluídas, indicando quais teclas se deve usar para tocá-las. Cita ainda o Music Mate, aplicativo presente em grande parte dos telefones da marca Sony Ericsson, que possui várias funções musicais, entre elas o afinador de violão. 32 3.1.5 – Questionários Este questionário teve como objetivo uma pesquisa exploratória, de opinião e relato de experiências. Professores de escolas públicas do município e estado do Rio de Janeiro fizeram suas críticas sobre a proibição do uso de celular nas escolas e explanaram seus conhecimentos sobre aprendizagem móvel. Sabedores de que a tecnologia tem impacto no desenvolvimento acadêmico dos alunos, mencionaram sobre o desafio da utilização deste dispositivo móvel digital como uma mídia educativa e relataram sobre a sua experiência no uso desta ferramenta nas suas aulas. 3.2 – Análise dos Resultados 3.2.1 – Projeto “Geração Móvel” Muitos resultados observados neste projeto foram positivos, destacamos o aumento da motivação dos alunos pelas aulas, com isso a melhoria do rendimento, relato pelos próprios estudantes em entrevista concedida a um canal de TV portuguesa. Moura também destaca como é importante a conscientização do aluno, quanto ao celular ser uma ferramenta de comunicação e de construção de conhecimento, mas se o seu uso for errado e sem respeito mútuo perturba quem está à volta e dessa maneira é inadequado a sua utilização. Evidência que é dever da escola instruir os estudantes para o uso concebível das tecnologias que possuem e que com a proibição só estamos atrasando o progresso da inclusão digital na sala de aula. Para Moura (2007, p.75): “O conceito “geração polegar” implica pensar em novos cenários educativos que se abram a interação e colaboração para a aprendizagem”. Com este projeto afirma estar aliando o potencial das tecnologias móveis às competências digitais dos alunos para criar um ambiente 33 de aprendizagem capaz de promover o desenvolvimento das habilidades solicitadas pelo mercado de trabalho do século XXI. Ao concluir suas considerações, no entanto, Moura afirma ainda como é importante a capacitação dos professores, ao que ela chama de “adequação pedagógica”, para lidar com as tecnologias na escola. 3.2.2 – Ensino Arte e Rede A partir do site elaborado neste projeto, alunos de várias escolas publicaram suas fotos ou vídeos registrados com o celular, que fizeram dos caminhos que percorrem de casa a escola ou vice-versa, além de deixarem seus depoimentos sobre a participação no projeto. O site tem uma interface interessante e é muito sugestivo quanto às possibilidades de uso das câmeras dos celulares na produção de fotos e vídeos de curta duração. Este projeto relatou a possibilidade de uso do celular fora da sala de aula, mas de uma maneira planejada e integrada com a escola. Com o objetivo de aproximar os alunos da arte contemporânea, o trabalho valorizou a produção coletiva e a troca de experiências entre professores e alunos de lugares diferentes, cujas distâncias foram vencidas pelo uso das tecnologias. 3.2.3 – Projeto “Paisagens sonoras” O projeto incentiva o exercício da fotografia com o celular, estimulando a percepção, a conceituação de espaço, tempo e memória na criação artística, através da experimentação sonora e visual proposta nas aulas. Visa dar um novo significado a imagem interligada ao som. Independente de estar ligado a ela no ambiente onde foi captado. Permite múltiplas formas de expressão e permuta, pois através do registro fotográfico e sonoro os alunos poderão rever e ouvir suas experiências, fazendo através delas novas leituras de seus cotidianos. A conclusão dos trabalhos seria lançada num site criado na internet, 34 onde cada aluno faria o relato do processo artístico de sua composição. Não encontramos acesso ao mesmo. 3.2.4- Projeto “Celular Aliado ao Ensino da música” Utilizando os dispositivos sonoros do celular, essa proposta tem a peculiaridade de poder ser aplicada a várias faixas etárias, desde que os alunos tenham no mínimo conhecimento das funções dos aparelhos. Embora os autores não citem especificamente os resultados práticos do trabalho, por sua variedade e possibilidades de aplicação, as atividades sugeridas nos permitem dimensionar que os resultados poderão ser proveitosos. As funcionalidades sonoras e visuais do celular são sempre um estímulo excitante à captura da atenção do aluno e podem vir a ser bons aliados se utilizados como meios de ensino e aprendizagem. 3.2.5 – Questionário Na aplicação do questionário alguns professores ficaram reticentes, mas logo após troca de idéias, perceberam que já haviam trabalhado com celular na sala de aula e com resultados positivos sem se dar conta que utilizaram – o como uma ferramenta pedagógica. Outros que ainda não tinham usado o telefone celular em suas aulas se mostraram curiosos e interessados em fazer uso experimentando – o como um instrumento didático. 35 CONCLUSÃO Com crescimento das tecnologias de informação e comunicação no mundo e com a popularização de muitos destes instrumentos a Educação não poderia manter-se de fora, incorporando no seu cenário, implantando alguns destes recursos, como o computador e a internet, que com o poder da interatividade e convergência acompanharam o dia a dia escolar de uma forma animadora inicialmente. Mas passando esta animação inicial percebeu-se que a informática não causou o impacto esperado imediato na qualidade do ensinoaprendizagem. A inclusão digital vai além do acesso da população às tecnologias e o letramento digital requer apropriação e autonomia do sujeito em relação à tecnologia. Por isso antes de tudo precisamos treinar, fornecer conhecimentos e tempo aos nossos docentes para que eles experimentem, se apropriem e explorem as ferramentas em sua potencialidade máxima. Pois incorporar tecnologia em sala de aula não é apenas favorecer o domínio de conteúdos, vai muito além disso, as mídias digitais desenvolvem habilidades que não estão apenas ligados ao desempenho escolar e sim a um desenvolvimento mais abrangente como; o desenvolve a analise crítica, a criatividade, a produção, a interatividade e a capacidade de buscar informações. E é inegável que estes instrumentos digitais são de imensa importância para nossos aprendentes. Como não se ensina aquilo que não se sabe. Atualmente profissionais e instituições, mesmo com um pouco de resistência por parte de alguns profissionais, estão buscando atualizações tecnológicas como facilitadores. E sendo ainda bastante polêmico e muito discutido o seu uso, o telefone celular, aparece em cena como um novo veículo de comunicação e aprendizagem multimídia, tornando-se um aliado à Educação, deixando de ser um vilão e se transformando em material didático. Na elaboração deste trabalho de pesquisa, fizemos uma reflexão sobre a questão da proibição dos aparelhos celulares nas escolas e procurando 36 entender o que motiva algumas partes a concordar com ela. Apesar de termos pouco acesso a prática de campo, dando uma superficial noção e tido encontrado um referencial teórico não muito vasto, na quantidade que desejávamos para um embasamento mais sólido, nos pautamos em alguns artigos, questionário, que poucos professores revelaram a sua realidade, reportagens em revistas e na internet, que foi a maior aliada nesta busca. Feita a leitura e análise de todo material encontrado, compreendemos que a proibição do uso de telefone e outras tecnologias nas unidades escolares não foi motivada pelo mau uso do aparelho, com toques que desviam a atenção em sala de aula, mas devido quantidade enorme de recursos e informações, que não era vista anteriormente no contexto da educação, para qual ninguém estava preparado de um lado os alunos, impulsionados pelo uso indiscriminado e sem regras, promovido e autorizado pelos seus responsáveis e do outro lado os professores, que por sua vez, não tem tempo de acompanhar e condições de seguir a evolução das tecnologia, que mudam com muita rapidez e com isso se sentem desafiados por ela. Nessa circunstância, a proibição foi uma alternativa pontual, mas com certeza não terá sido a solução. Essa discussão que nos impulsionou a procurar alternativas que possibilitasse o uso deste dispositivo móvel como aliado na aprendizagem. Para compreender necessitamos antes ver, ouvir, sentir, surpreender, experimentar essas sensações que poderiam ser despertadas a partir de um toque do telefone. Mesmo fundamentado em projetos simples e pequenos relatos de experiências, mostramos que como idéias evidentes conseguem criar espaços para um aprender prazeroso, cativante e dinâmico, que não necessita estar ligado a mirabolantes preparos e investimentos das instituições, dos alunos e tampouco do professor. O aprender a aprender e o saber construir com autoria e criatividade, são caminhos que devemos seguir para recomeçar com sucesso. 37 ANEXOS Índice de anexos Anexo 1 Revista Especializada: Revista Pontocom; Anexo 2 Internet: Publicação http://noticias.r7.com/vestibular-e- concursos/noticias/proibir-celular-em-sala-de-aula-e-ineficaz-dizem-pesquisadoras20100426.html Anexo 3 Questionários 38 ANEXO 1 revistapontocom / Edições Anteriores de "Matérias" / Jovem contemporâneo: quem é ele? Jovem contemporâneo: quem é ele? Escrito em 13 setembro, 2011 Tags: educomunicacao, mídia e educação, midiaeducação Por Tiago Cabral Dardeau Coordenador do Curso de Roteiro do NAVE A cibercultura ou Cultura Digital traz elementos que precisam ser considerados e incorporados pela escola, para que a mesma acompanhe as transformações que vem ocorrendo, principalmente no campo da comunicação. A expressividade cotidiana dos jovens na contemporaneidade deve ser investigada sob o ponto de vista cultural, possibilitando novas práticas pedagógicas significativas. Compreender esse jovem contemporâneo atuando no “espaço liso” [expressão deleuziana para classificar o espaço das subjetividades, dos movimentos não lineares, das emoções], com suas multiplicidades, sensibilidades e complexidades é um caminho a ser trilhado para construção de novas relações de ensino e aprendizagem. As instituições de ensino, em sua maioria, ainda adotam um sistema pedagógico calcado em processos homogêneos, autoritários, unidirecionais, projetados para a Era Industrial. A escola dos estudantes do século XXI tem o modelo do século XIX. 39 Na década de 80 o conceito de letramento apontou para “a necessidade de reconhecer e nomear práticas sociais de leitura e de escrita mais avançadas e complexas que as práticas do ler e do escrever resultantes da aprendizagem do sistema de escrita.” (SOARES, 2004). No mesmo campo de ampliação e contextualização das práticas educativas, nesta segunda década do novo século, um outro caminho é pensar a Educação a partir de “Múltiplos Alfabetismos”, definição proposta pelo New London Group. (O grupo é composto por pesquisadores renomados de nacionalidades americana, inglesa e australiana. Foi assim nomeado por conta do lugar onde se encontraram pela primeira vez, em 1994: New London, em New Hampshire, EUA. Em 1996, o grupo publicou o primeiro artigo intitulado “A Pedagogy of Multiliteracies: Designing Social Futures”, na revista Harvard Educational Review). Complementando a necessidade dos múltiplos alfabetismos, é importante também repensar as relações professor-aluno; ensino-aprendizagem; passividade-interatividade; individual-cooperativo; espaço-tempo. No mundo contemporâneo, tão importante quanto à bagagem de conhecimento, é o saber procurar, saber fazer escolhas, analisar e criticar qualificadamente. Repensar essas relações sob a luz da cultura digital significa repensar a Educação: os processos de ensinar e aprender, os espaços físicos, os tempos de aula, os currículos, as turmas. As críticas ao que deve mudar na Educação já ganharam forma há algum tempo, porém, o novo, aquilo que deve fortalecer novos paradigmas, ainda precisa ser testado, validado empírica e teoricamente. Talvez uma dessas mudanças possíveis, e a mais evidente e urgente, seja a compreensão da necessidade de participação da escola na cultura digital, dialogando com os educandos através de uma linguagem contemporânea, que se aproxime de suas práticas sociais. 40 ANEXO 2 INTERNET http://noticias.r7.com/vestibular-e-concursos/noticias/proibir-celular-em-sala-de-aula-eineficaz-dizem-pesquisadoras-20100426.html Página Inicial/Notícias/Vestibular e Concursos/Notícias publicado em 26/04/2010 às 21h34: Proibir celular em sala de aula é ineficaz, dizem pesquisadoras Aparelho deveria ser integrado às aulas e uso deveria passar por orientação Rafael Sampaio, do R7 em Brasília Paulo Liebert - 24.07.2009/Agência Estado Para especialistas, correto seria orientar os estudantes sobre o uso do aparelho na sala de aula Proibir telefone celular em sala de aula é ineficaz, dizem pesquisadoras ouvidas pelo R7. Os alunos driblam o veto facilmente e continuam usando os aparelhos nas escolas. 41 A afirmação foi feita nesta segunda-feira (26), dez dias depois que a Secretaria de Educação do Rio de Janeiro baniu o uso de celulares, bonés e das chamadas "pulseiras do sexo" nos colégios municipais. A capital paulista tem proibição similar quanto ao uso dos telefones. Pelo menos quatro Estados - Ceará, Rondônia, Pará e Rio Grande do Sul - também vetam os aparelhos nas escolas. As mochilas dos alunos não são revistadas, diz Maria Elizabeth Almeida, professora de educação digital da PUC-SP (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo). Ela ressalta que isso não é o ideal a ser feito - o correto seria orientar os estudantes sobre o uso do aparelho. - Os jovens usam pouco os celulares para falar. Eles preferem mandar mensagens, ouvir música, fazer fotos e vídeos. Por que não usar essa tecnologia de forma integrada com as aulas? É um potencial que pode ser aproveitado, a médio prazo, pelos colégios públicos, já que os aparelhos estão nas mãos da maioria dos adolescentes. Professora da UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul), Rosa Viccari também é contra vetar o aparelho. Ela conta uma experiência bem-sucedida que viveu na Finlândia, sobre o uso de celular nas escolas: - Acompanhei uma aula de biologia em um colégio para crianças. Elas fizeram uma trilha na natureza, e os celulares que usavam trazia a rota gravada em um GPS (sistema de localização digital). Os jovens também eram orientados a tirar fotos de plantas e animais encontrados no caminho e enviar, em tempo real, para o computador da escola. As duas participaram de um pré-encontro da conferência internacional sobre o impacto dos TICs (conjunto de recursos tecnológicos) na educação, preparada pela Unesco (órgão da ONU para a Educação, a Ciência e a Cultura). Elas ponderam que os governos estaduais e a União deveriam pensar em políticas públicas que aproveitassem as tecnologias disponíveis, como celulares e câmeras fotográficas digitais, nas escolas. - Os TICs vão além do uso de computadores e notebooks. É hora de correr atrás de uma integração dos aparelhos tecnológicos que já existem, levando em conta o ensino. * O repórter participa da conferência a convite da Unesco 42 ANEXO 3 43 44 45 46 47 48 49 50 51 52 BIBLIOGRAFIA DE OBRAS CITADAS E CONSULTADAS ABRANCHES, Sérgio Paulino. Modernidade e Formação de Professores: a prática dos multiplicadores dos Núcleos de Tecnologia Educacional do Nordeste e a informática na educação. 278 fls. 2003. Tese. (Doutorado em Educação). Universidade de São Paulo, São Paulo, 2003. ALMEIDA, Maria Elizabeth Bianconcini & MORAN. José Manuel. Integração das Tecnologias na Educação. Brasília: Ministério da Educação, 2005. ARRUDA Elcia Esnarriaga &. RASLAN. Valdinéia Garcia Silva. 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